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O livro A Utopia, escrito por Thomas Morus, narra sobre a existência de uma sociedade

idealizada, na qual o ser humano vive em total equilíbrio com os seus iguais e o com o meio
ambiente. Paralelamente à obra, a população brasileira contrapõe e se distancia cada vez mais
do local utópico, haja vista que apresenta inúmeros problemas, principalmente referente ao
meio ecológico e mais expressivamente em relação a cultura de exploração de animais, que se
alastra cada vez mais em territórios como o Brasil, que apresentam uma enorme fauna. Essa
problemática mostra-se intrinsicamente ligada à fragilidade das leis e ao fato do comércio
ilegal de animais ser lucrativo.

Em primeira análise, a legislação vigente e referente aos animais silvestres é branda,


possibilitando que o tráfico ocorra sem grandes dificuldades. De acordo com o Artigo 225 da
Constituição Federal, é dever do Estado proteger a fauna do país contra práticas de crueldade
e violência, que possam provocar a extinção de determinadas espécies. Porém, a efetivação
dessas medidas não se mostra presente, pois o número de animais retirados da natureza para
fins comerciais está aumentando a cada ano que passa. O indivíduo que pratica tal ato, muita
das vezes sabe que vai sair impune ou pegar uma pena que não condiz com o crime cometido,
possibilitando assim que o próprio volte para o caminho do tráfico. Sendo assim, medidas
devem ser tomadas para resolver tais obstáculos judiciais.

Além disso, o ser humano usa a natureza de forma degradante, ignorando a


sustentabilidade. Essa visão deturpada não vem dos dias de hoje, desde a mudança do ser
humano frente ao meio ambiente, visando à geração de riquezas estabelecida pela Revolução
Industrial, o meio ecológico sofre as consequências, que se mostram na exploração dos
animais silvestres. Os praticantes dessa ilegalidade não se preocupam em destruir os habitats,
modificar os nichos ecológicos e causar estresses biológicos nos animais, apenas visam
incessantemente vender a pele, pata ou bico de animais que estão se tornando raros para uma
determinada empresa produzir alguma roupa cobiçada, que será comprada por valores
altíssimos e o ciclo continua se repetindo inúmeras vezes, evidenciando assim a complexidade
em se combater esse tráfico.

Portanto, é notório que a cultura de exploração de animais é um empecilho que atenta


contra à biodiversidade do Brasil e por isso deve ser combatida. Mas para isso, o Ministério do
Meio Ambiente (MMA) – órgão governamental responsável por gerir, ministrar e defender a
fauna e flora do país- deverá, juntamente com o IBAMA, influenciar no aumento da vigilância e
patrulhamento das florestas, matas e campos, através de investimentos governamentais, a fim
de contornar à ineficientes das leis de proteção contra os animais. Já em relação ao comércio
lucrativo, o governo deve criar proibições do uso do corpo de animais como matéria prima
para produtos dos mais diversos, com punição através de multas caso as exigências sejam
violadas. Com todas essas medidas tomadas, o país aproximaria da civilização utopicamente
perfeita de Thomas Morus, rumo ao progresso.

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