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Como o Design e o Meio Ambiente estão relacionados?

Destruição dos ecossistemas marinhos

A vida na Terra existe de inúmeras maneiras, e uma das principais para que o
desenvolvimento humano ocorra e a vida terrestre continue a ser harmônica, é a vida
que habita o mar. Cientificamente, existem mais de 250 mil espécies no mar e a
maioria dessas já foi ou está sendo extinta, resultando em um desequilíbrio ambiental
enorme nas últimas décadas. Afinal, o problema apresentado vem apenas de uma
fonte? E por quê é necessário que tamanho seja extinto?

De forma expressiva as atividades mineradoras no fundo do mar destroem a


biodiversidade, infectando o ambiente com liberação de materiais tóxicos e causando
a eutrofização e a turbidez da água, a qual desestabiliza as atividades primárias
produzindo o desequilíbrio das cadeias alimentares e do todo.

Segundo Amaral et al. (1972), os minerais marinhos com potencial de


exploração no Brasil são o petróleo, a sal-gema, o potássio, o enxofre, a gipsita, o
carvão mineral, a ilmenita, o rutilo, o zircão, a monazita e os sedimentos fosfatados.
Acidentes como vazamentos de jazidas de petróleo, tornam as espécies
contaminadas e por consequência os humanos que as consomem. Também há
impactos relacionados ao turismo e a saúde sanitária quando não são realizados
tratamentos dos dejetos minerais, que acabam sendo jogados em alto mar.

No documentário “’Seaspiracy”, dirigido e estrelado pelo cineasta britânico Ali


Tabrizi, a vida marinha mostra-se rica em organismos e diversidade, porém essa já
seria uma visão ultrapassada. O alerta é dirigido para uma catástrofe mundial,
segundo Stuart Pimm, da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, a
destruição de habitats pode levar à perda de 50% das espécies da Terra nos próximos
50 anos (Sih, Jonhsson & Luikart, 2000).

E qual o motivo de tanta revolta? Pescas de arrasto e caça ilegal de animais


marinhos. Pode parecer simples proibir e fiscalizar tais atividades, mas não quando
até as autoridades estão envolvidas, e no fim, a destruição é motivada sempre pela
mesma miséria: o dinheiro.
A pesca de arrasto é realizada por uma rede que tem quilômetros de
comprimento, capaz de engolir não só peixes, como, tubarões, golfinhos e outras
espécies raras, e o mais impactante, destruir os corais, o que significa, eliminar
habitats e assim por diante os que lá habitam.

Na Ásia, onde grande parte do documentário é registrado, os trabalhadores da


indústria pesqueira fazem o máximo para que as atrocidades que cometem não sejam
documentadas, afinal indivíduos sem informação, tornam-se indivíduos ignorantes, e
nessa situação nem ao menos o conhecimento pode ser alcançado, foi um direito
negado em prol do lucro e da liderança do comércio na categoria de peixes mais caros
do mundo.

Ademais, animais como baleias e golfinhos, são capturados para servirem


como objeto de diversão de parques aquáticos, alterando o modo de viver deles e
toda uma ordem natural. O ato mais insensível do documentário, está na matança
desses seres, para controlarem o ambiente marinho, de maneira a aumentarem a
atraírem os peixes para seu local de abate.

Visto isso, os esquemas estabelecidos nesses mercados visam o capital, sem


considerar vidas perdidas. Porém, o descaso continua, as espécies eliminadas fazem
parte de um grande ecossistema que provém para os humanos benefícios, não
alimentares, como: a absorção do carbono da atmosfera, contribuindo na luta contra
as mudanças climáticas. Dessa maneira, a extinção e desequilíbrio nos mares na
justificativa de gerar dinheiro e empregos, na verdade é uma farsa, pois isso destrói
o mesmo, uma qualidade de vida boa e digna e respeitosa diante da natureza e de
seu próprio funcionamento, que não depende de nós para ser bem sucedido.

Para concluir, as mudanças necessárias são difíceis de serem sucedidas em


sua maioria, pelo fato de que as posturas contra os movimentos contra caças e
pescas excessivas são individuais e da minoria. Enquanto, do outro lado, as
organizações e autoridades estão apoiando tais práticas, será um desafio árduo e
constante, ao menos para reduzir o impacto que as ações antropológicas refletem na
Terra.

Com isso, os movimentos de esperança e luta para direitos ambientais e


animais devem ser exaltados e considerados, pois são pessoas as quais fornecem
uma visão de futuro em que tudo poderia ser resolvido se cada um fosse educado e
conscientizado tendo respeito com diversas vidas, e principalmente a marinha.
O que muitos não sabem é da importância dos seres do mar e do seu sistema
de funcionamento. De acordo com a “’My planet” veículo de responsabilidade social
e ambiental, os oceanos são essenciais para a vida terrestre, ele tem papel crucial
nos ciclos do carbono, nitrogênio, oxigênio e da água. Se esses sistemas forem
alterados mudanças climáticas serão cada vez mais incidentes e destrutivas de
faunas e floras.

Para salientar a preocupação com os oceanos, o artista fotográfico francês


Denis Rouvre em 2009 organizou um ensaio nomeado de “Fishlove”, concretizando
o amor que deveria ser dado aos oceanos, aos seres, aos peixes. A campanha foi
acompanhada de um abaixo assinado para a prática ser banida em águas europeias.

Com dados da organização Oceana, no mundo, nove países já baniram a


atividade de arrasto de suas Zonas Econômicas Exclusivas (ZEEs). Entre eles
destacam-se o arquipélago de Palau, na Micronésia, o Japão, as Ilhas Maurício, a
Arábia Saudita, Belize, Indonésia, Sri Lanka e Serra Leoa. Outros países protegem
parte de suas águas marinhas da atividade, tais como Chile, Nova Zelândia, Hong
Kong, Filipinas, Peru e Canadá. Já no Brasil alguns estados adotaram normas
restritivas, como Pará, Amapá e Rio Grande do Sul.

É de extrema importância os fatos serem apresentados aos olhos de todos, a


verdade por trás da Indústria pesqueira é chocante e triste. Os mares devem ser
protegidos, pois sem eles, não existiria vida. Inúmeras campanhas ressaltam a
conscientização de lixos nos mares, mas uma atividade comercial é tão destrutiva
quanto e deve ser reconhecida como ameaça, assim, talvez um dia, o problema possa
ser contornado.

Desmatamento na maior floresta brasileira

A floresta Amazônica no Brasil é rica em biodiversidade, com fauna e flora


exuberantes, mesmo assim a atividade agropecuária fecha os olhos para a natureza
e mais uma vez pensa em seu próprio bem estar financeiro. Decerto, o agronegócio
provém muito emprego e circulação econômica, mas tal fato não deve ser tratado
como principal quando o assunto são florestas. As florestas auxiliam no clima com a
captação do carbono e são grandes reservatórios de água que pelos ventos são
levadas para diversas regiões. Importante para o clima e a água, importante para
todas as atividades econômicas e humanas, e para descobertas científicas, sem ela
a vida não seria possível.

A ampla vegetação nem chega a ser explorada suficientemente por cientistas


amantes da natureza, pois os madeireiros, tratores, serras e fogo chegam antes,
enxugando qualquer vida que ali existia. Essas são as etapas para implementação de
pastos: o desmatamento (árvores grandes são eliminadas) e as queimadas (para
eliminar o resto da vegetação), tais práticas dão origem ao pasto, utilizado na pecuária
e agronegócio. De acordo com o G1, entre agosto de 2020 e julho de 2021ªfloresta
perdeu 10.476 quilômetros quadrados de vegetação, o pior índice dos últimos 10 anos
(IMAZON).

A etapa da queimada como sendo a mais prejudicial, interfere não só na


biodiversidade e ecossistemas dos locais, mas também na saúde da população dos
arredores e nas mudanças climáticas. Portanto, o problema não só é ambiental, como
preocupante para a saúde humana.

O problema do desmatamento é evidente e de conhecimento popular, os seres


humanos sabem que devemos cuidar da natureza. A dificuldade da situação está em
relacionar criação de pastos e gado com os problemas ambientais que enfrentamos,
devido a um costume cultural e hábitos estabelecidos desde criança, o de consumo
de carnes.

A pesquisa da UFMG mostra que é possível um acerto de contas com o


ambiente a partir de alternativas como a redução de rebanhos e o aumento de
produtividade pode ser alcançado pela adoção de sistemas de integração lavoura-
pecuária-floresta (iLPF) como forma de obter uma maior quantidade de produtos em
uma mesma área.

Contraditoriamente, os interesses políticos não veem o desmatamento como


um problema a se preocupar e cabe novamente aos indivíduos e aos órgãos públicos
alertar e conscientizar a população. A ONG Estadunidense PETA através de sua
campanha contra o desmatamento da Amazônia, critica o sistema produtivo pecuário
com a solução do estilo de vida vegano e sem sofrimento e abuso animal, além da
preservação da mata.
O plástico no meio ambiente

Atualmente, vive-se a Era do Plástico, esse material de matéria prima


petrolífera é usado em diversas atividades econômicas e utilizada pelos seres
humanos a todo minuto. A questão ambiental apresentada faz referência ao descarte
incorreto do material no meio ambiental, acarretando em problemas ambientais de
poluição e degradação da biosfera.

O plástico, por mais versátil que seja, é maléfico para a natureza e para a saúde
humana, devido aos seus compostos, os quais podem levar a doenças como o
Câncer e outras complicações. Na natureza ele já começa a causar impactos em sua
produção, de extração de petróleo, após interfere na saúde humana e então atinge o
ápice do problema, o descarte incorreto. Não é ético jogar qualquer lixo na rua, e
muito menos o plástico, o qual demora 500 anos para se decompor.

O lixo exposto, jogado em ruas ou em lixos normais, tem destinação á aterros


contaminando o solo e aos dutos de água, que se não bem manuseados, como é o
caso, leva todo esse lixo para o mar, causando a poluição marinha, urbana e visual.

A escolha do material plástico é tida como principal na área de cosméticos,


deliverys, indústria de alimentos, etc. Um grande desafio é alterar a maneira como as
embalagens são feitas, optando por embalagens que não contenham plástico, assim
contornando o problema de falta de conhecimento da população sobre a reciclagem
do plástico. Para tal equívoco, existe a Coleta Seletiva, sistema que faz tratamento
do lixo plástico a partir da reciclagem, porém seria necessário a maioria praticando
essa ação moral.

Para salientar, as embalagens biodegradáveis não resultam em impactos


positivos, uma vez que sua função é apenas degradar-se mais rápido em pequenos
pedaços, os quais continuam tendo impactos negativos no ambiente.

Campanhas para a reciclagem tornar-se elemento básico da sociedade


existem em grande quantidade. Porém de maneira criativa, uma marca chamada
Inokem, empresa de produtos de limpeza, criou um concurso fazendo o uso de suas
embalagens, dessa maneira, influenciando na reutilização dessas (ação importante,
criativa e correta se quando descartado for reciclado). O concurso baseava-se em
premiar quem desse a melhor segunda vida para o material.
Crise hídrica

No documentário da Netflix “Brave Blue World” a questão da crise hídrica é


debatida e desenvolvida ao redor de alternativas para circular tal problema, que tem
previsões catastróficas para um futuro não tão distante. A crise hídrica está
relacionada com a escassez de chuva e secas, sendo implicadas por contado
aquecimento global. Para além disso, a problemática é resultado de um sistema de
saneamento antigo e malcuidado e fiscalizado.

A água é o componente essencial para os seres humanos, os quais necessitam


de água tratada para consumo próprio e produção de diversos itens do cotidiano. De
acordo com a Organização das Nações Unidas, até 2050 o planeta deverá ter cerca
de 9,7 bilhões de habitantes e a demanda por água deverá ter um aumento de 20 a
30%. Tal crise resultante de falhas do sistema e do clima em mudança buscam
soluções práticas como o gasto controlado de água, o não desperdício e sua
valorização.

Consequentemente, apenas a conscientização da importância da água, não é


suficiente para arcar com a quantidade de água inexistente em alguns países, como
os da África e a Índia, onde tem dias chamados de “Dia Zero” nos quais a água se
esgota e são necessários os serviços de caminhões pipa. Sem falar na incidência de
mortes de crianças por falta de água potável e vida em ambientes insalubres.

As alternativas encontradas não partiram dos órgãos governamentais, os quais


mais uma vez, não acham necessário arcar com custos de revitalização de sistemas
de saneamento e tratamento de água, ou outras alternativas ecológicas, como por
exemplo a reciclagem da água, ou são pobres.

Na Holanda, uma startup criou a Hydraloop, um sistema de reciclagem de água


que é tratada por um reator aeróbio e luz violeta, sendo eficaz na economia de até 75
mil litros de água por ano. Também, foi criada uma solução para o tratamento correto
da água contaminada por chumbo na cidade de Flint, Michigan, o objetivo foi criar
uma caixa de água a qual atendia ao tratamento necessário. O objetivo dos inventores
é desenvolver essa caixa para que ela seja compatível com várias necessidades, visto
que em cada local a qualidade e quantidade de água diferem.
Contaminação dos solos

O descarte incorreto dos lixos sólidos, como: materiais eletrônicos, pilhas,


baterias, etc, acarretam na contaminação do solo, onde encontra-se o lençol freático.
Os líquidos contaminados são resultado da existência de aterros sanitários
irregulares, onde o lixo tóxico é misturado ao lixo orgânico, este que se decompõe,
resultando no chorume que leva os componentes tóxicos a serem absorvidos pelo
solo. O lençol freático quando afetado por substâncias químicas é porta de entrada
para a contaminação dos aquíferos, essenciais para a obtenção de água filtrada em
casos de escassez.

Ademais, a contaminação do solo altera drasticamente a sua composição, o


que pode causar: redução de fertilidade, aumento de erodibilidade, perda de
nutrientes, desequilíbrio ecológico, liberação de gases poluentes, desertificação,
contaminação de alimentos e principalmente a intoxicação de humanos e animais por
meio da ingestão dessas substâncias. Portanto, empresas e indústrias que fazem uso
de matérias que serão descartadas, devem ter centros de tratamentos de lixo, os
quais destinam cada peça ao seu devido lugar.

Finalmente, a Secretaria de Meio Ambiente tomou uma iniciativa em São


Vicente do Sul, a criação do programa “Recicle seus hábitos-separe seu lixo” é uma
campanha para a realização consciente dos lixos eletrônicos destinando-os ao lugar
correto e não ao meio ambiente.

Referências

• BRASIL SKINDIVER. pesca de arrasto é comparável a destruição de florestas


tropicais. Disponível em: https://www.brasilskindiver.com.br/artigos/398-
pesca-de-arrasto-e-comparavel-a-destruicao-de-florestas-tropicais. Acesso
em: 13 out. 2021.
• SILVA, A. S. G. J. C. P. G. Causas e conseqüências do impacto ambiental da
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subtítulo da revista, Niterói, Volume, Número, p. XX-YY, jul./2002. Disponível
em: https://www.scielo.br/j/rbg/a/jpjfTNWv77zPs8sgnKXWF7G/?lang=pt.
Acesso em: 12 out. 2021.
• MY PLANET. FONTE DE VIDA. Disponível em:
https://myplanet.pt/reportagens/fonte-de-vida-planeta-oceanos-
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%20esp%C3%A9cies%20do%20planeta.. Acesso em: 12 out. 2021.
• PESCA AMADORA. atores britânicos posaram nus com peixes para a
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https://www.pescamadora.com.br/2016/04/atores-britanicos-posaram-nus-
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predatoria/#prettyPhoto. Acesso em: 12 out. 2021.
• GREENPEACE. O dia é das florestas, mas o presente é sempre nosso.
Disponível em: https://www.greenpeace.org/brasil/blog/o-dia-e-das-florestas-
mas-o-presente-e-sempre-
nosso/?utm_term=bioma%20da%20amazonia&utm_campaign=%5BMAIO/20
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• KHAN ACADEMY. Consequências do descarte incorreto dos resíduos.
Disponível em: https://pt.khanacademy.org/science/5-ano/matria-e-energia-
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• POLITIZE. crise hídrica o que e? Disponível em:
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• SEASPIRACY. Direção: Ali Tabrizi. Produção : Kip Andersen. Estados Unidos
: A.U.M Films, Disrupt Studios,2021.
• NETFLIXBRAVE BLUE WORLD. Direção : Tim Neeves . Produção : Paul
O’Callagham. Estados Unidos, 2020. NETFLIX

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