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No intuito de contribuir com seu trabalho em sala de aula, preparamos este caderno com muito
carinho. Por meio dele, você terá a oportunidade de ampliar o trabalho já previsto em seu
planejamento. O presente caderno foi construído tendo como base os Planos de Curso 2024,
que foram elaborados a partir das competências e habilidades estabelecidas na BNCC e no
CRMG a serem desenvolvidas e trabalhadas por todas as unidades escolares da rede pública de
Minas Gerais. Aborda os diversos componentes curriculares e para facilitar a leitura e manuseio
foi organizado de forma linear. Contudo ao implementá-lo em sala de aula, você professor,
poderá recorrer aos planejamentos de forma não sequencial, atendendo às necessidades
pedagógicas dos estudantes. É preciso atentar-se, apenas, para os conhecimentos que são
pré-requisitos, ou seja, aquele que foram trabalhados nos planejamentos anteriores e que
precisam ser retomados com os estudantes para a construção do novo conhecimento em
questão.
Por assim dizer, destacamos ainda, que o livro didático continua sendo um instrumento
eficiente e necessário, principalmente por não anular o papel do professor de mediador
insubstituível dentro dos processos de ensino e de aprendizagem. Coracini (1999) nos diz que
“o livro didático já se encontra internalizado no professor (...) o professor continua no controle
do conteúdo e da forma (...)”, reafirmando que, o que torna o livro didático e o que torna os
Cadernos MAPA eficientes, é justamente a maneira como o professor utiliza-os junto aos
estudantes.
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MATERIAL DE APOIO PEDAGÓGICO PARA APRENDIZAGENS – MAPA
REFERÊNCIA
2024
Geografia
COMPETÊNCIA ESPECÍFICA:
OBJETO(S) DE
HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:
Fluxos migratórios (causas e (EM13CHS201) Analisar e caracterizar as dinâmicas das populações, das
consequências no Brasil e em mercadorias e do capital nos diversos continentes, com destaque para a
outros continentes). mobilidade e a fixação de pessoas, grupos humanos e povos, em
função de eventos naturais, políticos, econômicos, sociais, religiosos e
Conflitos socioespaciais e
culturais, de modo a compreender e posicionar-se criticamente em
organização territorial.
relação a esses processos e às possíveis relações entre eles.
PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: Conflitos territoriais e os fluxos migratórios.
A) APRESENTAÇÃO:
Neste planejamento, professor (a), explora os temas de fluxos migratórios e refugiados, origens de
conflitos, terrorismo, confrontos étnicos e organização territorial e analisa os impactos decorrentes. A
estrutura deste estudo é dividida em dois momentos utilizando metodologia ativa por meio de painéis.
Com a proposta da abordagem ativa o professor (a) envolve os estudantes de forma participativa,
buscando estimular a pesquisa, a análise crítica e a expressão pessoal dos estudantes tendo como
objetivo de alcançar a habilidade trabalhada através da compreensão mais aprofundada sobre o complexo
cenário do conflito entre Árabes e Israelenses.
O trabalho acerca da habilidade relacionada ao conteúdo desta aula possibilita o professor (a) verificar
uma série de eventos políticos, econômicos, sociais, religiosos e culturais que têm moldado
significativamente as dinâmicas das populações em todos os continentes.
Neste caso, com ênfase sobre a questão da Palestina sobre o foco na mobilidade e fixação de pessoas,
grupos humanos e povos, o professor (a) explora as possíveis relações entre esses processos.
Diante das análises das dinâmicas populacionais, o professor (a) faz as interações e complementos
necessários para abranger o deslocamento populacional e os principais aspectos das migrações forçadas,
como conflitos armados, perseguições políticas e étnicas.
O professor (a) deve expor através de imagens e reportagens, como esses movimentos afetam
negativamente os países de origem ou de destino, devido ao grande número de refugiados.
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B) DESENVOLVIMENTO:
1º MOMENTO
O professor (a) inicia com uma breve introdução para os estudantes através de uma aula expositiva com
o auxílio de recursos áudio visual (imagens e vídeos ou reportagens) para conceituar as características
dos agentes motivadores de fluxos migratórios, mobilidade populacional, conflitos socioespaciais.
É importante o professor (a) dar ênfase para as questões atuais, como por exemplo; refugiados
provocados por conflitos ou guerras, por questões étnicas e religiosas, por questões econômicas ou por
perseguição política.
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Imagem 03 - Mapa da Palestina e do Estado Israel
2º MOMENTO
Neste momento o professor (a) pode desenvolver o trabalho com os estudantes utilizando a
metodologia ativa por painéis, sobre a geopolítica mundial com o conflito Israelense-Árabe,
compreendendo as causas históricas e atuais que estão conectadas diretamente com grandes fluxos
migratórios. Diante deste aspecto o professor (a) orienta se por objetivos:
O professor (a) deverá dividir a turma em quatro grupos e atribuir a cada grupo um tópico específico:
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Metodologia Ativa: Conflito entre Judeus-Palestinos
Passos:
1. Divisão em Grupos:
Divida os estudantes em grupos, atribuindo a cada grupo um tópico específico relacionado ao
conflito Israelense-Árabe, como fluxos migratórios, conflitos sócios espaciais, organização
territorial, origem do conflito, terrorismo ou diferenças étnicas e culturais.
2. Pesquisa Detalhada:
Dentro de seus grupos, os estudantes realizam pesquisas detalhadas sobre seus tópicos
atribuídos, coletando informações históricas, dados, estatísticas e exemplos relevantes.
3. Produção de Materiais:
Com orientação do professor (a), os estudantes produzem materiais visuais, como cartolinas,
flip charts ou apresentações de slides, destacando os principais pontos de seus tópicos. Podem
utilizar revistas, artigos, recortes, reportagens, sites, mapas, gráficos, entre outros.
5. Apresentações em Sala:
Os grupos apresentam seus painéis para a classe, explicando os principais aspectos de seus
tópicos. Os demais estudantes fazem análises críticas fundamentadas em aspectos conhecidos
e confiáveis.
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COMPETÊNCIA ESPECÍFICA:
OBJETO(S) DE
HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:
PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: Limite Crítico: Meio ambiente e População Global.
A) APRESENTAÇÃO:
A superpopulação global, marcada pelo aumento desenfreado da população mundial, acarreta
consequências devastadoras. A crescente demanda por recursos naturais, como água potável, alimentos
e energia, exerce pressão nos ecossistemas, resultando em um rápido esgotamento desses recursos.
Esse esgotamento leva à degradação ambiental, prejudicando a biodiversidade e intensificando a
escassez de recursos vitais. Esse cenário contribui para problemas como fome, pobreza e conflitos por
recursos.
A proposta desta aula divide-se em três momentos, envolvendo atividades lúdicas, dinâmicas e trabalho
em grupo. Após apresentar os conceitos relacionados à superpopulação, o professor (a) conduz uma
atividade lúdica para promover descontração e criatividade, verificando a conexão dos estudantes com o
tema abordado.
Na segunda fase, o professor (a) abordará outros aspectos gerados pela superpopulação mundial por
meio de atividades em grupo e recursos multimídia. Isso permite a explanação sobre mudanças na
ocupação da terra, esgotamento de recursos naturais, poluição ambiental, alterações climáticas, geração
de resíduos e questões de refugiados decorrentes de impactos naturais e econômicos.
A interpretação de imagens relacionadas aos tópicos abordados destaca os impactos da superpopulação
no presente e em um futuro próximo. Utilizando a metodologia ativa baseada em problemas, o professor
trabalha com os estudantes para identificar as possíveis consequências para a humanidade. Uma breve
aula expositiva, focada especialmente nas questões dos refugiados, consolida a proposta de desenvolver
a habilidade de analisar a mobilidade e fixação de pessoas diante de eventos naturais, políticos,
econômicos, sociais, religiosos e culturais influenciados pela superpopulação mundial.
B) DESENVOLVIMENTO:
1º MOMENTO
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Nesta aula a sugestão de trabalho inicial está em realizar com os estudantes uma dinâmica que permita
relacionar as possibilidades de impactos do tema limite crítico do crescimento descontrolado da
população global com o meio ambiente.
Portanto, ao incorporar essa dinâmica educacional, os estudantes não apenas adquirem conhecimentos
sobre o crescimento populacional e o meio ambiente, mas também desenvolvem habilidades e
perspectivas necessárias para abordar os desafios globais contemporâneos de maneira mais informada e
sustentável.
Entre os principais conteúdos que são reflexos de uma superpopulação que devem ser abordados pelo
professor (a) no momento da dinâmica estão:
Segue abaixo dois exemplos: O primeiro é uma atividade lúdica (dinâmica) e o segundo é uma atividade
em grupo, ambas relacionadas à “população mundial” considerando os impactos ambientais ou sociais.
1º Exemplo:
COMPLETAR FRASES
Objetivo: promover a troca de ideias sobre questões ambientais através de uma brincadeira de
completar frases de improviso sobre a superpopulação.
Procedimento: em um grande círculo, o coordenador pede que cada um diga o número da frase
que será completada, lê e completa a frase fazendo algum comentário. Em seguida, o papel é
passado para o próximo que lê a frase seguinte. Abaixo seguem sugestões de frases que podem ser
completadas.
1. Quando penso no futuro do meio ambiente, eu vejo...
2. Penso nos recursos naturais para a próxima geração quando...
3. Quando entro num ambiente sujo, com muito lixo no chão, eu penso que...
4. Penso nas cidades mais populosas quando falo sobre...
5. Fico preocupado com a situação da população mundial se...
6. Se a população mundial não parar de aumentar...
7. ...
Fonte: (APOEMA, [2023]). Adaptado em 06 nov. 2023.
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2º Exemplo:
Objetivos:
− Compreender as implicações do crescimento populacional descontrolado no meio
ambiente.
− Promover a discussão e a colaboração entre os estudantes.
Passo 1: Comece com uma breve introdução ao tema, destacando os conceitos-chaves, como
crescimento populacional, limites críticos e impactos no meio ambiente.
Passo 3: Peça a cada grupo que compartilhe suas discussões e conclusões com toda a turma.
Isso pode ser feito por meio de apresentações curtas, debates ou discussões envolvendo toda
turma sobre as respostas das perguntas.
Após as atividades o professor (a) conduz uma discussão interativa em sala de aula, garantindo a
contextualização do tema principal por meio de comentários, imagens, reportagens, entre outros
recursos que possibilitam aos estudantes analisarem o crescimento populacional global e a produção de
mercadorias, como o exemplo abaixo:
O professor (a) deve realizar a explicação das consequências, com o intuito de desenvolver e associar à
habilidade proposta. Nesta escolha deve ser retratado o ponto de vista do aumento da população
mundial e da produção e geração de mercadorias devido às demandas existentes.
Portanto, os fatores apresentados permitirão ao estudante caracterizar as dinâmicas das populações,
mercadorias e do capital, associados aos eventos naturais, políticos, econômicos e sociais.
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2º MOMENTO
Para este momento, o professor (a) utiliza recursos audiovisuais para imagens, gráficos e mapas em sala
de aula e explica os eventos relacionados à dinâmica das migrações e suas consequências sociais.
Mudanças no uso da terra: À medida que a população aumenta, há uma maior demanda
por espaço para moradia, agricultura e indústria.
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Imagem 03: Poluição dos oceanos
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3º MOMENTO
Na abordagem final os estudantes deverão compreender sobre o que causa o aumento da população
mundial e as consequências sociais da atualidade. Com a metodologia ativa baseada em problemas o
professor (a) explica o tema da população mundial, com foco em migrações forçadas, impactos na
cultura e identidade, conflitos étnicos, xenofobia devido ao aumento da população mundial.
Objetivos de Aprendizagem:
− Analisar as causas e consequências das migrações forçadas em diferentes partes do mundo.
− Compreender como os conflitos étnicos e a xenofobia afetam as comunidades e as migrações.
Introdução:
− Inicia a aula com uma breve discussão sobre as consequências das migrações forçadas.
− Apresente o problema central da aula: "Como as migrações forçadas, os conflitos étnicos e a
xenofobia afetam as comunidades?"
Exploração do Problema:
− Divida a turma em grupos e forneça a cada grupo estudo de caso sobre regiões afetadas por
migrações forçadas, conflitos étnicos e xenofobia.
− Peça aos grupos que analisem os problemas dos impactos sociais e culturais.
Sessão de Discussão:
− Realize uma discussão com toda a classe, incentivando os estudantes a compartilharem as
descobertas e analisarem as conexões entre os diferentes estudos de caso.
− Explore como os conflitos étnicos e a xenofobia impactam as dinâmicas sociais e a coesão
cultural.
Discussão Final:
− Conduza uma discussão final que enfatiza de forma integrada os aspectos sociais, culturais.
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COMPETÊNCIA ESPECÍFICA:
OBJETO(S) DE
HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:
PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: Ciclo de consumo e degradação socioambiental.
A) APRESENTAÇÃO:
Nesta aula o professor (a) abordará a crescente demanda por bens de consumo que impulsiona a
exploração dos recursos naturais em uma escala sem precedentes. Portanto o professor (a) introduz de
maneira breve a evolução histórica do ciclo de consumo e expõem as revoluções industriais até os dias
atuais como força motriz do consumo mundial.
Nessa sequência o professor (a) utiliza a exibição de curtas metragens, o que possibilita o trabalho de
verificação histórica do consumo e suas consequências, como por exemplo, a extração de matérias-
primas.
É importante fazer as observações e intervenções durante ou após as apresentações dos curtas sobre as
responsabilidades individuais e coletivas da humanidade, que retratam neste momento o consumo e o
consumismo, portanto o professor (a) estabelece a interdisciplinaridade entre geografia e a sociologia ao
utilizar os conhecimentos do sociólogo Zygmunt Bauman, apresentados nos vídeos “sociedade líquida” e
“consumismo e sociedade de consumidores”.
Para isso, o professor (a) utiliza o recurso de multimídia imagem e áudio e relaciona as imagens
propostas e faz perguntas pertinentes sobre o tópico apresentado. Após relacionar a produção,
circulação de mercadorias e consumidores, os estudantes estarão melhores preparados para desenvolver
a análise crítica coerente de maneira interdisciplinar, possibilitando ao professor (a) verificar o curso da
habilidade trabalhada.
Nesta etapa é realizada uma atividade com a metodologia ativa storytelling o professor (a) oferece dois
exemplos: o primeiro sobre “o ciclo do plástico” e o segundo sobre “o caminho de uma camiseta”. O
professor (a) incentiva os estudantes a realizarem uma explicação similar, contando a história de outros
produtos para todos os colegas. Sendo possível o professor (a) observar com o diálogo dos estudantes,
as análises dos processos de consumo que respectivamente estão conectadas com a proposta da
habilidade.
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B) DESENVOLVIMENTO:
1º MOMENTO
Através de uma breve introdução o professor (a) abordará os conceitos para "ciclo de consumo e
degradação socioambiental do mundo capitalista" de maneira que permita serem explorados os impactos
negativos sociais, culturais, econômicos e ambientais. Ao revisitar a evolução histórica, é crucial destacar
as revoluções industriais e a geopolítica do desenvolvimento tecnológico e econômico.
Ao direcionar brevemente os estudantes sobre as questões ambientais e sociais, o professor(a) exibe
três filmes em sala de aula que serão suportes para a próxima etapa. Os estudantes devem anotar as
principais ideias exibidas e escrever uma conclusão de cada filme.
Os três vídeos trazem os aspectos sobre a responsabilidade de ser consumidor, em especial o vídeo que
explica sobre os novos aspectos do ser humano como mercadoria. A ideia neste primeiro momento
após a exibição dos curtas é de dar suporte para uma aula dialogada com os estudantes.
Neste momento a abordagem para o tema proposto é realizada de maneira interdisciplinar entre os
conteúdos de geografia e sociologia. O professor deve observar as relações entre consumo e
consumidor e os impactos sociais e ambientais. Considere a proposta de tópicos conforme descrito a
seguir:
Por que você deseja comprar e adquirir mercadorias? O desejo de comprar e adquirir
mercadorias são motivados por necessidades práticas, aspirações pessoais, gratificação
emocional e influências culturais e sociais.
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Imagem 02: “Vivemos tempos líquidos. Nada é para durar.” Zygmunt Bauman
2º MOMENTO
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Metodologia Ativa: Storytelling.
Objetivos:
▪ Compreender o ciclo completo de consumo de mercadorias.
▪ Analisar os impactos negativos ambientais e sociais decorrentes do ciclo.
▪ Refletir sobre práticas de consumo sustentável.
Contar uma história envolvente que narra o ciclo completo de consumo do plástico, desde a extração
do petróleo até seu descarte, enfatizando os impactos ambientais e sociais ao longo do caminho.
O plástico está cobrindo o nosso planeta?
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=3dmZrzeg2e0&t=310s.
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COMPETÊNCIA ESPECÍFICA:
OBJETO(S) DE
HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:
PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: Multiculturalismo e Coexistência Cultural.
A) APRESENTAÇÃO:
Em um mundo cada vez mais globalizado, as fronteiras culturais desempenham um papel crucial na
dinâmica da integração e exclusão cultural. Enquanto o multiculturalismo fomenta a coexistência e
celebra a diversidade cultural, há o desafio da exclusão sociocultural. As tecnologias, por sua vez,
moldam os fluxos de pessoas, finanças, mercadorias, informações e valores éticos e culturais, e têm
impactos nas esferas política, social, ambiental, econômica e cultural.
Para o professor (a) relacionar esta estrutura, estabelece explicações inicialmente com a percepção
voltada para o cotidiano referente a diversidade cultural e étnica, dando ênfase para os princípios de
combate a intolerância, menos capacitismo e mais inclusão, respeito às convivências e aproximação das
culturas.
Com esta abordagem neste primeiro momento o professor (a) utiliza a estratégia de uma aula dialogada
com os estudantes, tendo como intenção de oferecer a abertura para a reflexão individual que visa
estimular a percepção crítica e o diálogo construtivo sobre as complexidades do multiculturalismo e as
fronteiras culturais, e os desafios da coexistência cultural na era da globalização e das tecnologias.
Ao final deste primeiro momento e dentro desta estrutura é importante o professor (a) lembrar e
destacar a dinâmica cultural a nível local, regional e global fazendo as devidas relações, principalmente
observações que podem servir para serem estudadas dentro da comunidade local.
B) DESENVOLVIMENTO:
1º MOMENTO
Recursos e providências Texto impresso, multimídia de áudio e vídeo, conexão com internet.
O professor (a) dispõe os estudantes em círculo podendo ser no pátio da escola em uma área livre
dentro das dependências da escola. Ao iniciar explica para os estudantes o tema proposto através de (4)
imagens impressas, com intenção de incentivar os estudantes a falarem sobre os tópicos.
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➢ Promover o respeito e combater a intolerância pelas diferenças;
Imagem 01: Combate à Intolerância
Vivemos em um mundo cada vez mais integrado, no qual as profundas transformações tecnológicas e
econômicas tornaram as distâncias menores e aproximaram diferentes culturas. Uma cultura é
formada por um conjunto de tradições, expressões artísticas e religiosas que identificam um povo.
(EXCHANGE DO BEM, 2023).
Estigmas capacitistas persistem, alimentando exclusão e discriminação contra pessoas com deficiência.
Tais percepções reforçam a ideia de que esses indivíduos enfrentam dificuldades extraordinárias para
se encaixar na sociedade, lutando contra a falta de acessibilidade e discriminação. (MURÇA, 2020).
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⮚ Gerar e estabelecer uma convivência harmoniosa;
No Brasil, uma variedade de tradições culturais coexiste, algumas amplamente difundidas, outras
menos reconhecidas. A compreensão de que nenhuma cultura é superior à outra é fundamental para
cultivar o respeito e a convivência com a diversidade. (GOMES, 2019).
O professor (a) trabalha com as questões referentes aos valores éticos, tendo como ênfase a
importância do reconhecimento da convivência entre as culturas. Neste círculo de conversa com os
estudantes é fundamental trazer para este encontro características ou aspectos culturais.
Uma maneira de enriquecer esta discussão está em planejar pequenas apresentações ou depoimentos
como danças, vestimentas, comidas típicas, dialetos, músicas, instrumentos, símbolos, esportes.
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Lembrando que neste momento a intenção é introduzir aspectos associados ao multiculturalismo,
integração e inclusão sociocultural.
Para o professor (a) orientar se neste conjunto basta relacionar objeto como local, regional ou a nível
global. Observe o exemplo a seguir.
2º MOMENTO
Para o 2º momento com os estudantes o docente busca analisar e avaliar os impactos das tecnologias
na estruturação e nas dinâmicas de grupos, povos e sociedades contemporâneos bem como suas
interferências nas decisões políticas, sociais, ambientais, econômicas e culturais.
Ao abordar esses tópicos, os estudantes podem desenvolver uma compreensão mais ampla dos
impactos das tecnologias. Além disso, incentivar discussões críticas e reflexões sobre o uso responsável
e ético das tecnologias é crucial para promover uma cidadania digital consciente e informada.
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Para concluir esta etapa o professor (a) “em uma roda de conversa” com os estudantes, apresenta
perguntas abertas para que eles respondam verbalmente em conjunto ou individualmente.
De forma simples e direta com as perguntas impressas em uma ou mais folhas, peça para os estudantes
lerem e responderem as perguntas de forma aleatória. No decorrer deste processo o professor faz as
devidas orientações, intervenções e correções nos argumentos dos estudantes.
4. Transformações Econômicas:
• Como a economia compartilhada e o comércio eletrônico têm influenciado as empresas?
• Quais são os desafios e oportunidades associados à implementação da inteligência
artificial?
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COMPETÊNCIA ESPECÍFICA:
OBJETO(S) DE
HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:
PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: Geopolítica e o consumo consciente.
A) APRESENTAÇÃO:
A interseção entre geopolítica e consumo responsável desempenha papel crucial na compreensão dos
desafios contemporâneos, influenciando padrões de produção e a distribuição global de recursos. O
professor (a), ao abordar essa dinâmica, promove a análise das relações entre agentes sociais e
estruturas geopolíticas que moldam o consumo responsável.
Nessa aula, conduzida online, os estudantes utilizam a internet para pesquisa. Inicia-se com uma
dinâmica em grupo, explorando as interações entre poder, território e disputas por recursos naturais.
Cada grupo pesquisa um recurso, identifica sua região de exploração e resume os impactos
encontrados, munidos de um mapa-múndi, criam mapas mentais representando a exploração do recurso
escolhido. O professor (a) orienta sobre características específicas de cada recurso.
B) DESENVOLVIMENTO:
1º MOMENTO
Ao iniciar a aula o professor (a) programa uma dinâmica em grupo para envolver os estudantes no tema
e introduzir os conceitos de economia ambiental e desenvolvimento sustentável. Durante a atividade, os
estudantes estarão divididos em grupos e serão desafiados a identificar exemplos concretos de práticas
econômicas que impactam o meio ambiente de forma positiva ou negativa.
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Através de uma aula dialogada com debates construtivos sobre os desafios e oportunidades associados
à implementação de práticas econômicas ambientalmente responsáveis, incentivando os estudantes a
pensarem em soluções inovadoras para o desenvolvimento sustentável.
Com essa interpretação os estudantes devem criar um mapa mental no formato (A2), utilizando da
criatividade com imagens, informações, reportagens ou ao desenhar a região escolhida.
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Fonte: (Medium, [2019])
2º MOMENTO
Após a dinâmica em grupo e a apresentação dos mapas temáticos, o professor (a) apresenta a exibição
de vídeos, tendo como tema “circulação e consumo responsável de mercadorias”. O intuito é
desenvolver a argumentação crítica e investigativa dos estudantes, através de pesquisas pela internet
utilizando artigos, sites confiáveis, reportagens e depoimentos com fontes confiáveis.
É importante lembrar-se de observar a habilidade para ser alcançada. Neste caso perfaz análises dos
impactos das tecnologias na estruturação e nas dinâmicas de grupos, povos e sociedades
contemporâneos, sobre os fluxos do consumo de mercadorias.
No laboratório de informática cada estudante deverá escolher um entre os vídeos abaixo.
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A história das Coisas, [2007]. Dublado.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=DfG6MFLZ-VQ
"História das Coisas", documentário de 2007, produzido por Annie Leonard, analisa o ciclo de vida
dos produtos de consumo e os impactos sociais e ambientais resultantes. Ele desvenda o padrão de
produção, consumo e descarte, evidenciando as consequências negativas do modelo econômico
linear. Com uma abordagem acessível e perspicaz, destaca a exploração de recursos, a poluição e a
cultura do consumismo.
A produção de lixo global atinge níveis alarmantes, com toneladas descartadas diariamente. Esse
excesso sobrecarrega a capacidade dos aterros sanitários e polui oceanos, solos e ecossistemas.
Materiais plásticos representam uma grande parcela, prejudicando a vida marinha e o equilíbrio
ambiental. A incineração de resíduos contribui para a poluição do ar e para emissões de gases de
efeito estufa.
O plástico descartado nos oceanos representa uma ameaça devastadora para a vida marinha e os
ecossistemas aquáticos. Milhões de toneladas poluem os mares, sufocando e prejudicando animais
marinhos, afetando sua reprodução e alimentação. A decomposição do plástico em microplásticos
amplifica seu impacto, sendo ingeridos pelos peixes e, consequentemente, entrando na cadeia
alimentar humana.
Momento antes do acesso ao laboratório de informática, o professor (a) trabalha de forma breve com os
estudantes a proposta de cada vídeo apresentado, ou seja, com a sinopse dos vídeos conversa com os
estudantes sobre a intenção dos mesmos.
Desta maneira o estudante estará preparado para escolher o vídeo e assim buscar informações
relacionadas ao tema, possibilitando enriquecer seus argumentos, teorias, opiniões ou críticas
apresentadas na narrativa que irá realizar.
Peça aos estudantes para observarem as causas e consequências que estão associadas ao consumo
exacerbado e como estão conectadas com o fluxo de desenvolvimento econômico do modelo capitalista
de mercado.
Na conclusão, os estudantes têm liberdade para retratar e elaborar o conhecimento adquirido, utilizando
ferramentas digitais ou manuscritas, como Podcasts, Power Point, YouTube, redações argumentativas no
estilo do Enem, entre outras.
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COMPETÊNCIA ESPECÍFICA:
OBJETO(S) DE
HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:
PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: Internacionalização e o capitalismo.
A) APRESENTAÇÃO:
No século XX, a globalização e a revolução tecnológica impulsionaram a internacionalização do
capitalismo, resultando em uma economia global interconectada através das empresas multinacionais
que passaram a dominar setores-chave do mercado global.
O professor (a) inicia a aula utilizando recursos multimídia para exibir vídeos e músicas sobre
internacionalização, globalização e capitalismo. Com a metodologia ativa de análise de letras musicais,
os estudantes, em grupos, escolhem composições e identificam críticas e reflexões nas letras.
Posteriormente, o professor (a) promove debates estruturados, relacionando as ideias das músicas aos
aspectos teóricos da evolução do capitalismo.
B) DESENVOLVIMENTO:
1º MOMENTO
Antes de iniciar a aula sobre a evolução do capitalismo e internacionalização do capital, o professor (a)
utiliza o recurso de mídia para exibir para os estudantes letras de músicas, com os trechos relacionados
ao tema proposto.
A intenção deste momento está em revisar as principais questões e conceitos encontrados na atualidade
com a globalização e o capitalismo presentes no cotidiano (espaço geográfico).
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Música: Admirável Chip Novo / Pitty
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=aXJ_Ub1xbhw
“Admirável Chip Novo", de Pity, é uma crítica contundente à influência da tecnologia e da cultura de
consumo na sociedade contemporânea. A letra reflete a sensação de alienação e desconexão
provocada pela virtualidade, abordando a perda de autenticidade nas relações humanas e a
padronização de identidades. Pity questiona a influência da mídia e da indústria cultural na formação
de padrões artificiais e ilusórios, enfatizando a necessidade de preservar a individualidade e resistir à
uniformização imposta pela sociedade moderna.
A música "Parabolicamará", de Gilberto Gil, apresenta uma reflexão poética e metafórica sobre a
interconexão global e a influência da tecnologia na sociedade contemporânea. O termo
"Parabolicamará" é uma junção de "parabólica" e "Amará", sugerindo uma fusão entre a tecnologia e
a natureza. A letra evoca a ideia de uma aldeia global conectada por antenas parabólicas,
simbolizando a disseminação da informação e o encurtamento das distâncias proporcionado pela
tecnologia.
A música "Pela Internet", de Gilberto Gil, lançada em 1996, aborda de maneira lúdica e irônica as
transformações sociais e culturais trazidas pela internet e pela tecnologia digital. A letra retrata a
interação virtual entre pessoas distantes, destacando os aspectos positivos da comunicação
instantânea proporcionada pela rede. Gil explora a ideia de uma realidade virtual que transcende
fronteiras geográficas, permitindo conexões e trocas de informações em uma escala global.
"3ª do Plural" dos Engenheiros do Hawaii é uma canção satírica que critica o consumismo
desenfreado e a manipulação das massas pela indústria, destacando a corrida incessante para vender
produtos, muitas vezes prejudiciais à saúde, como cigarros e remédios. A letra questiona a
mentalidade capitalista que coloca o lucro acima de tudo, incluindo a saúde e o bem-estar das
pessoas. A canção aborda a obsolescência programada, onde produtos são projetados para se
tornarem obsoletos, forçando as pessoas a comprar constantemente.
Após a apresentação dos vídeos musicais, o professor (a) divide a turma em quatro grupos e propõem o
seguinte trabalho em sala de aula, utilizando a metodologia ativa de análise de letras musicais.
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Metodologia Ativa: Análise de Letras de Músicas
Tema: A Evolução do Capitalismo e a Economia de Mercado na Cultura Popular.
Objetivos:
▪ Analisar a evolução do capitalismo e a economia de mercado por meio de letras de músicas.
▪ Compreender como a cultura popular reflete questões socioeconômicas e políticas.
Atividade 1:
▪ Introduza o tema da evolução do capitalismo e da economia de mercado, explicando a
importância de analisar a cultura popular para compreender as dinâmicas sociais e econômicas.
Atividade 2: Análise de Letras de Músicas
▪ Divida a turma em grupos e atribua a cada grupo uma das quatro músicas.
▪ Peça aos grupos que analisem as letras das músicas em relação aos temas relacionados ao
capitalismo, à economia de mercado e à influência da tecnologia na sociedade.
Atividade 3: Discussão em Grupo
▪ Cada grupo compartilha suas análises com a turma, destacando os pontos mais relevantes e as
conexões com os conceitos discutidos em sala de aula.
Atividade 4: Debate Guiado
▪ Promova um debate estruturado com questões orientadoras, incentivando os estudantes a
relacionar as ideias das músicas com os aspectos teóricos da evolução do capitalismo e da
economia de mercado.
Atividade 5: Conclusão
▪ Encerre a aula ressaltando a importância da cultura popular na reflexão crítica sobre a sociedade.
2º MOMENTO
Para este 2º momento o professor (a) inicia a explicação sobre os aspectos das crises econômicas
globais, estudados em cinco casos específicos.
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1985 - A bolha imobiliária e das ações no Japão
O Japão seguiu um período de crescimento econômico exuberante com o PIB aumentando em 66,2%
entre 1980 e 1991, o país mantinha o iene valorizado, impulsionando investimentos e consumo. O
mercado imobiliário viu preços recordes de propriedades, graças ao crédito abundante. Em 1989, o
Banco Central japonês limitou o crescimento de empréstimos, provocando dificuldades financeiras
para muitos devedores dependentes de aluguel para pagar financiamentos. Os preços despencaram
pela metade em 1990-1991, afetando tanto o mercado imobiliário quanto o de ações.
Com a análise das crises econômicas globais o professor (a) prepara a turma para atividade em grupo
por meio de uma aula com a metodologia ativa de estudo de caso e aula dialogada.
Tendo por intuito de capacitar os estudantes a compreenderem os efeitos das crises econômicas globais,
identificando suas consequências, o efeito dominó, a origem (local e ano), os motivos e os principais
países atingidos, por meio da análise dos casos.
29
Compreendendo as Crises Econômicas Globais: 1929, 1980, 1985, 1994 e 2008
Objetivos:
▪ Capacitar os estudantes a compreenderem as causas e os efeitos das crises econômicas
mundiais.
▪ Identificar as consequências, o efeito dominó, a origem (local e ano) e os países atingidos.
3. Estudo de Caso:
▪ Divida a turma em grupos e atribua um estudo de caso a cada grupo.
▪ Forneça documentos ou recursos que descrevem detalhes de cada crise, incluindo dados
econômicos, políticos e sociais.
▪ Peça que cada grupo analise o estudo de caso e responda a perguntas específicas, como:
Quais foram as origens da crise? Quais países foram mais afetados? Quais foram as principais
consequências?
▪ Cada grupo deve apresentar suas descobertas à turma.
30
COMPETÊNCIA ESPECÍFICA:
OBJETO(S) DE
HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:
PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: Industrialização, tecnologia e sociedade.
A) APRESENTAÇÃO:
A industrialização desempenhou um papel fundamental no desenvolvimento econômico das sociedades
contemporâneas, transformando radicalmente a estrutura e a dinâmica econômica global. No século
XVIII, a Revolução Industrial desencadeou uma mudança paradigmática, impulsionando a transição de
economias agrárias para economias baseadas na produção em larga escala. A mecanização e a
utilização de tecnologias avançadas permitiram aumentos significativos na produtividade e na economia.
Ao iniciar o professor (a) destaca os aspectos fundamentais da história da industrialização com o recurso
de multimídia de imagem, áudio e vídeo, utilizando materiais como textos, imagens, gráficos e mapas
para relembrar os pontos cruciais e marcos históricos da industrialização.
Nesse primeiro momento o professor (a) realiza perguntas diretas para os estudantes dialogarem sobre
o conteúdo exposto e explora ao dar ênfase nas disparidades que existem entre países desenvolvidos,
subdesenvolvidos e emergentes, considerando as características sociais, econômicas e tecnológicas.
O professor (a) promove uma abordagem de aprendizado mais dinâmica, colaborativa e incentiva a
pesquisa independente, promovendo a reflexão e a crítica com a metodologia ativa por rotação.
B) DESENVOLVIMENTO:
1º MOMENTO
O professor (a) com uma breve introdução sobre os aspectos fundamentais da história da
industrialização. Utilizando recursos audiovisuais, serão empregados materiais como textos e imagens.
Como segue os exemplos abaixo:
31
A primeira Revolução Industrial, no século XVIII, entre 1760 e 1780, marcou o surgimento da
indústria têxtil na Inglaterra, com máquinas a vapor e hidráulicas.
A terceira revolução industrial, iniciada na segunda metade do século XX, foi marcada por avanços
tecnológicos e científicos significativos, especialmente no campo da comunicação, transporte, que,
por sua vez, reduziram drasticamente as distâncias.
32
"Explorando as Revoluções Industriais"
Etapas:
5. Discussão em Grupo:
▪ Após as rotações, reúna a turma para uma discussão abrangente sobre os temas explorados.
▪ Encoraje os estudantes a compararem e contrastar os diferentes aspectos das revoluções
industriais.
6. Síntese e Conclusão:
▪ Conclua a aula resumindo os principais pontos abordados em relação às três revoluções
industriais.
2º MOMENTO
Neste 2º momento o professor (a) faz a conexão entre a quarta revolução industrial e o
desenvolvimento econômico das sociedades modernas, destacando a importância da globalização com
os avanços nos meios de transporte e comunicação, da inteligência artificial e das mudanças no modo
de produção do trabalho.
Utilizando recursos audiovisuais para apresentar imagens contemporâneas, o professor (a) adota uma
33
abordagem metodológica baseada em discussões e diálogos em sala de aula, estimulando os estudantes
a participarem ativamente ao discutir avanços tecnológicos atuais, como as novas profissões do século,
novas modalidades de trabalho, a influência das redes sociais, o avanço da inteligência artificial,
desenvolvimentos no setor de transporte e as nações líderes na produção tecnológica.
Para iniciar este procedimento o professor (a) busca desenvolver com os estudantes uma única
pergunta. O que é a quarta revolução industrial? Em seguida é entregue para cada estudante o
seguinte texto para que eles possam realizar a leitura.
O texto traz complementos sobre a quarta revolução industrial, com isso os estudantes ampliam e
aprofundam com novas pesquisas sobre os diferentes aspectos relacionados ao trabalho, educação,
saúde, comunicação, meio ambiente e economia. Peça para os estudantes discutirem em conjunto sobre
o que eles acham que poderia ser o impacto mais significativo dessas tecnologias.
Para encerrar, o professor (a) cria uma tabela no quadro branco, na qual os estudantes coletivamente e
em comum acordo anotam suas respostas, justificando verbalmente os impactos positivos ou negativos.
34
35
COMPETÊNCIA ESPECÍFICA:
OBJETO(S) DE
HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:
PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: Contextualizando os conceitos de território, fronteiras e vazio.
A) APRESENTAÇÃO:
Nesta aula a proposta para ser trabalhada pelo professor (a) inicia com a utilização de imagens, mapas,
textos e vídeos com acesso à internet e equipamento de vídeo e áudio.
O professor (a) inicia este planejamento destacando os conceitos chaves (Estado, País, Nação, Governo,
Território e Povo), neste momento o professor (a) trabalha com os estudantes a metodologia ativa
Brainstorming (Debate e tempestade de ideias).
Busca incentivar os estudantes a expressarem livremente suas percepções iniciais sobre esses conceitos
e contextualizar sobre exemplos de comunidade, grupos étnicos, nação, países, povoados, povos
remanescentes, minorias étnicas. Nessa abordagem o professor (a) pede aos estudantes para
elaborarem um mapa conceitual para concluírem os argumentos e ideias desenvolvidas.
Para o segundo momento o professor (a) apresenta o estudo através de mapas que possibilita visualizar
as mudanças de territórios e fronteiras ao longo do tempo, permitindo discutir as implicações destas
mudanças. Na sequência do desenvolvimento da habilidade o professor (a) completa no terceiro
momento o ensino sobre o que venha ser o vazio espacial, temporal e cultural e a visão dualista entre
cidade e campo, para isto utiliza imagens, vídeos e textos.
B) DESENVOLVIMENTO:
1º MOMENTO
Como introdução inicial o professor (a) exibe o vídeo abaixo para explicar alguns conceitos chaves que
serão importantes e complementares para as próximas etapas.
Para contextualizar estes aspectos, o professor (a) desenvolve com os estudantes metodologias ativas
para que compreendam os significados de território, fronteiras e vazio (espacial, temporal e cultural).
36
Após o vídeo realize uma sessão de brainstorming, onde os estudantes podem listar livremente suas
percepções iniciais sobre os conceitos de território, fronteiras, em seguida, solicite que eles criem mapas
conceituais para visualizar as conexões entre os conceitos e as visões associadas.
Inicie a aula com uma breve introdução sobre território e fronteiras. Em seguida, conduza uma sessão
de brainstorming, incentivando os estudantes a expressarem livremente suas percepções sobre os
conceitos. Encoraje-os a compartilhar ideias, palavras-chave, como comunidade, grupos étnicos,
nação, países, povoados, povos remanescentes, minorias étnicas, entre outros.
Fomentar a Participação Ativa: Garanta um ambiente para que todos os estudantes se sintam à
vontade para contribuir com suas ideias, faça perguntas abertas demonstrando interesse nas
respostas.
Registro das Ideias: Durante o processo de brainstorming, registre as ideias dos estudantes em um
quadro, de modo que todos possam ver e refletir sobre as contribuições uns dos outros.
Criação de Mapas Conceituais: Após o brainstorming, peça aos estudantes que criem mapas
conceituais para visualizar as conexões entre os conceitos discutidos de território, fronteiras e o vazio
conectando-os a ideias relacionadas e exemplos específicos discutidos durante o brainstorming.
Síntese e Reflexão Final: Conclua a atividade de Brainstorming e Mapeamento Conceitual com uma
síntese das ideias principais discutidas em sala de aula. Incentive os estudantes a refletirem sobre o
processo de brainstorming e a criação de mapas conceituais.
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2º MOMENTO
Objetivos de Aprendizagem:
Materiais Necessários:
Atividade 1:
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Atividade 2: Análise de Mapas.
➢ Divida os estudantes em grupos, atribuindo a cada grupo um dos tópicos de mapas históricos.
➢ Entregue um mapa a cada grupo e peça que analisem as mudanças nas fronteiras.
➢ Solicite que os estudantes identifiquem como essas mudanças refletiram relações de poder.
3º MOMENTO
Para finalizar o trabalho com a habilidade proposta, o professor (a) desenvolve os conceitos do vazio
(espacial, temporal e cultural) em diferentes sociedades e as visões dualistas entre a cidade e o campo.
A partir da explicação dos conceitos o professor (a) contextualiza através de exemplos do passado aos
atuais. A sugestão está em completar esta explicação através da exibição de vídeos sobre os tópicos que
a habilidade propõe.
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O que é o vazio demográfico?
O vazio demográfico refere-se a áreas com baixa densidade populacional ou desocupadas, incluindo
regiões metropolitanas pouco habitadas e espaços inóspitos, como desertos e geleiras.
Imagem 09: Deserto Imagem 10 Cidade Pripyat/Ucrânia
Vídeo 04: Por que o muro de Berlim foi construído e por que caiu?
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=AGQw01AL0Bo
40
O que é o vazio cultural?
O conceito de "vazio cultural" na geografia refere-se a regiões ou áreas com pouca ou nenhuma
expressão cultural distintiva ou identidade cultural clara. Geralmente, essas áreas apresentam uma
falta de patrimônio cultural significativo, instituições culturais e atividades artísticas ou eventos
culturais. O vazio cultural pode resultar em uma sensação de perda de identidade e coesão social.
Alguns exemplos notáveis de ocorrências de vazio cultural incluem:
1. Regiões rurais ou remotas que experimentam um declínio nas tradições culturais e na atividade
artística devido à migração de jovens para áreas urbanas.
2. Comunidades afetadas por conflitos armados ou desastres naturais, onde a destruição do
patrimônio cultural e a interrupção das práticas culturais locais levam a um vazio cultural.
3. Momentos de transição política e social, onde a repressão cultural e a censura limitam a
liberdade de expressão e levam à supressão da diversidade cultural.
4º MOMENTO
Ao final, o professor (a) busca explicar e levar a discussão sobre a visão dualista, cidade/campo que
normalmente é um tema central nos estudos sociológicos e geográficos para representar contrastantes
sobre o desenvolvimento e a organização social.
Para esta explicação o professor (a) envolve os estudantes através da metodologia ativa por rotação. No
complemento dos textos a sugestão é disponibilizar acesso à internet para que os estudantes possam
realizar as pesquisas necessárias sobre o texto e o autor escolhido (a) para o aprendizado.
Metodologia Ativa por Rotação: Explorando visões dualistas entre Campo e Cidade.
Recursos: Quadro ou flipchart, cópia dos textos, questionários para discussão em grupo, internet.
Objetivo: Compreensão abrangente das relações entre a cidade e o campo.
41
Estação 1 - Discussão em Grupo:
Divida a turma em grupos pequenos e atribua a cada grupo uma pergunta provocativa relacionada à
interdependência entre cidade e campo, como:
• Como a globalização afetou a interação entre cidade e campo?
• Quais os desafios socioeconômicos enfrentados pelas comunidades rurais devido à urbanização?
• Quais estereótipos são comumente associados à cidade e ao campo?
Conclusão:
Faça uma recapitulação dos pontos-chaves e enfatize as interações entre cidade e campo.
Segue abaixo textos generalizados sobre trabalhos de autores que abordam em seus escritos o
desenvolvimento urbano, as transformações espaciais e a importância de ações integradas para a
sustentabilidade, considerando as interações entre o campo e a cidade.
"O espaço urbano é tanto o produto quanto o motor do desenvolvimento capitalista, criando
dinâmicas complexas de desigualdade socioeconômica e segregação espacial. A concentração de
capital nas cidades muitas vezes resulta na marginalização das comunidades rurais, exacerbando as
disparidades econômicas e sociais dentro e entre os espaços urbanos e rurais." David Harvey.
"A relação entre o campo e a cidade é uma parte essencial da resiliência socioecológica. As áreas
rurais fornecem alimentos, recursos naturais e serviços ecossistêmicos às áreas urbanas, e as cidades
desempenham um papel importante na distribuição e consumo desses recursos. Uma compreensão
mais holística da interdependência entre esses espaços é essencial para garantir a sustentabilidade
ambiental." Eduardo S. Brondizio.
"A análise do desenvolvimento urbano requer uma compreensão aprofundada das interações entre a
cidade e o campo. As estratégias de planejamento e políticas públicas devem ser formuladas com
base na interdependência desses espaços, promovendo a sustentabilidade ambiental e a justiça
social. Uma abordagem integrada é essencial para garantir um futuro equitativo e próspero para as
comunidades urbanas e rurais." Maria Kaika.
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Segue abaixo sugestão de “Estudo de Casos” para as pesquisas dos estudantes através da internet.
Vale do Ribeira, São Paulo: é conhecido por sua forte presença de agricultura familiar, com
cultivo diversificado e práticas tradicionais de manejo.
Disponível em: https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/1119168/agricultura-
familiar-e-mercado-institucional-no-vale-do-ribeira.
43
COMPETÊNCIA ESPECÍFICA:
OBJETO(S) DE
HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:
PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: Segregação social e espacial.
A) APRESENTAÇÃO:
A segregação espacial e cultural, tanto no campo quanto na cidade, reflete as desigualdades
profundamente enraizadas em nossas sociedades. No contexto urbano, a segregação muitas vezes se
manifesta através da distribuição desigual de recursos e oportunidades, resultando em bairros ricos e
pobres claramente demarcados. Essa divisão, muitas vezes, está enraizada em fatores históricos, como
políticas discriminatórias e estruturas econômicas desiguais.
No campo, a segregação espacial pode se manifestar através da distribuição desigual de terras e
recursos, com grandes latifúndios coexistindo ao lado de pequenas propriedades familiares. Esse
fenômeno muitas vezes está relacionado à concentração de poder econômico nas mãos de poucos,
contribuindo para a marginalização de comunidades rurais menos favorecidas.
Nesta aula o professor (a) inicia com uma aula expositiva relacionada com os tipos de segregação que
existem na sociedade contemporânea, citando exemplos e fazendo uso de imagens e vídeos como o
recurso de multimídia e internet. O professor (a) promove uma atividade lúdica com os estudantes com
o intuito de aprofundar na proposta da habilidade referente ao objeto de conhecimento proposto,
incentivando a criatividade e a colaboração e a interatividade social e cultural.
B) DESENVOLVIMENTO:
1º MOMENTO
Neste primeiro momento, o professor (a) aborda o conceito de segregação cultural e social, destacando
exemplos, utilizando imagens com recursos audiovisuais para ilustrar e contextualizar esses aspectos.
Segregação social é o procedimento em que grupos são isolados na sociedade devido a características
específicas, como raça, classe, religião e gênero. Isolamento pode ser físico, econômico, educacional,
resultando geralmente de preconceitos, discriminações e desigualdades sistêmicas.
A segregação cultural envolve isolar grupos com base em características étnicas, religiosas ou
linguísticas. Pode ocorrer em áreas residenciais, escolas, ambientes de trabalho e até em comunidades
44
inteiras. Originando-se de discriminação e estereótipos, refletindo em desigualdades estruturais.
Exemplos:
▪ Segregação Residencial: A formação de bairros predominantemente habitados por grupos
étnicos específicos, ou de classe econômica específica.
▪ Segregação de Gênero nas Profissões: Concentração desigual de homens e mulheres em
diferentes setores profissionais.
▪ Segregação Educacional: Disparidades na qualidade do ensino e recursos entre escolas
frequentadas por diferentes grupos socioeconômicos, perpetuando desigualdades educacionais.
A segregação espacial em grandes centros urbanos com clara divisão entre áreas ricas e periféricas
evidencia essa segregação. Bairros que desfrutam de infraestrutura, enquanto áreas periféricas
enfrentam carências em serviços básicos.
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A segregação de gênero nas profissões refere-se à distribuição desigual de pessoas de identidades
de gênero diversas em diferentes campos de trabalho. Estereótipos culturais e discriminação
impactam as escolhas profissionais, contribuindo para disparidades salariais e de oportunidades.
Imagem 05: Bandeira cores LGBTQIPA+ Imagem 06: Símbolo da Igualdade e gênero
Para concluir este primeiro momento o professor (a) apresenta uma atividade lúdica com os estudantes.
Passos:
2. Simulação de Exclusão:
▪ Barreiras no Caminho: Ao longo dos caminhos desenhados, coloque fitas adesivas
representando barreiras físicas e sociais. Alguns grupos podem ter mais obstáculos do que
outros, simbolizando a exclusão cultural.
3. Recursos e Oportunidades:
▪ Distribuição de Recursos: Distribua pequenos objetos (representando recursos e
oportunidades) de maneira desigual entre os grupos. Isso destaca as disparidades de acesso
a oportunidades.
4. Discussão em Grupo:
▪ Reflexão: Após a simulação, os grupos discutem como as barreiras afetaram sua jornada.
5. Construção de Pontes:
▪ Atividade Colaborativa: Cada grupo recebe fitas adesivas adicionais para construir pontes
sobre as barreiras. Essas pontes representam a colaboração e a busca por soluções inclusivas.
46
2º MOMENTO
Neste segundo momento o professor (a) explica sobre a segregação espacial no campo que se refere à
distribuição desigual de recursos, oportunidades e infraestrutura em áreas rurais, como consequência
ocorre a expropriação de terras, mudanças nos padrões de cultivo, deterioração de hábitos tradicionais,
avanços tecnológicos desiguais e impactos ambientais desproporcionais. O professor (a) através da
exibição de vídeos contextualiza os aspectos abordados.
O Brasil Rural.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=VEptKV4CGfY
47
Metodologia Ativa: "Explorando a Cultura Rural por Imagens"
Objetivo: Reforçar o entendimento sobre a segregação espacial e cultural do homem do campo.
Passos:
1. Contextualização Visual:
Introdução através de imagens representando tradições e atividades do homem do campo, tais como
colheita, artesanato rural, celebrações locais, entre outros.
2. Discussão em Grupo:
Divida os estudantes em grupos pequenos. Cada grupo escolhe uma imagem para análise para
identificar elementos culturais sobre como contribuem para a identidade e coesão da comunidade.
3. Elaboração de Textos:
Com base na imagem escolhida, cada grupo elabora um texto explicativo destacando a importância
do trabalho ou da cultura representada.
4. Apresentações:
Cada grupo apresenta sua imagem e o texto elaborado, compartilhando as percepções sobre a
relevância da tradição do homem do campo. Durante as apresentações, os estudantes destacam
como essas práticas contribuem para a coesão social e a preservação cultural.
1. Colheita Coletiva:
− Descrição: Uma imagem que retrata a comunidade participando de uma colheita coletiva.
Destaque para a cooperação e tradições associadas a essa prática.
− Texto Explicativo: Os estudantes podem elaborar um texto sobre como a colheita coletiva
fortalece os laços comunitários, preserva métodos agrícolas tradicionais e representa um
evento cultural significativo na vida do homem do campo.
2. Artesanato Regional:
− Descrição: Uma imagem que destaca a produção de artesanato típico da região rural.
Enfatize os detalhes do artesanato e a conexão com a identidade local.
− Texto Explicativo: Os estudantes podem criar um texto que explique como o artesanato
regional reflete a riqueza cultural, preserva técnicas artísticas tradicionais e contribui para a
sustentabilidade econômica das comunidades rurais.
48
REFERÊNCIAS
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50
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2050. Disponível em: https://g1.globo.com/natureza/noticia/2021/09/13/refugiados-climaticos-17-
milhoes-de-pessoas-na-america-latina-poderao-ser-forcadas-a-migrarem-ate-2050.ghtml Acesso em:
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MORAIS, Erick. Consumo, Logo Existo: A sociedade de consumo por Bauman e Baudrillard. 13 mar.
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MURÇA, Giovana. Atualidades Enem: Capacitismo; Revista Quero. 14 out. 2020. Imagem 01 e 02
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o brasil Rural. [s.l:.]. 28 de out. de 2021. 01 vídeo de 07 min. 23 seg. Publicado pelo Canal: Histórias
Contemporâneas. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=VEptKV4CGfY Acesso em: 08 nov.
2023.
O Brasil Rural. [s.l:.]. 28 de out. de 2021. 01 vídeo de 07 min. 23 seg. Publicado pelo Canal: Histórias
Contemporâneas. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=VEptKV4CGfY Acesso em: 08 nov.
2023.
O PAÍS que virou 'lixão' de roupas usadas dos países ricos. [s.l.:]. 01 vídeo 03 min. 03 seg. 13 de
out. de 2021. Publicado pelo canal BBC News Brasil Disponível em: https://youtu.be/enektksvTqI
Acesso em: 25 out. 2023.
O PAPEL do pequeno produtor rural na conservação da natureza. [s.l:.]. 01 vídeo de 04 min. 10 seg. 03
maio 2023. Publicado pelo canal: Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=0DW-Tk8cksY Acesso em: 09 nov. 2023.
O SEGREDO do lixo. [s.l:.]. [2021]. 01 vídeo (15 min.). Publicado pelo canal: Nostalgia. Felipe
Castanhari. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=sfa-jnXtA84 Acesso em: 01 nov. 2023
ONU – Organização das Nações Unidas. O plástico está cobrindo e destruindo nosso planeta. 15
jun. 2017. [s.l.:]. ONU-Brasil. 01 vídeo. 07 min. 33 seg. Disponível em:
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PARABOLICAMARÁ. Gilberto Gil. [s.l]. Álbum: Parabolicamará, [1991]. Gravadora: Warner Music Brasil.
Clip. 04min. 30 seg. Publicado pelo canal: Gilberto Gil. Disponível em:
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PELA INTERNET. Gilberto Gil. [s.l:.]. Álbum: Quanta, [1997]. Gravadora: Warner Music Brasil. Clip: 01
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PENA, Rodolfo F. Alves. "População de refugiados no mundo" [s.l:.d.]. Brasil Escola. Disponível em:
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PRIPYAT. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2023. Disponível em:
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52
REIS, Tássia. Estado, país, nação, governo, território e povo/animação. [s.l:.]. 01 vídeo de 05 min. 34
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SEREGNI, Jerome. Milhares de refugiados sírios chegam ao Iraque precisando de cuidados especiais.
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SETE coisas infelizes causadas por plástico nos oceanos. [s.l:.n.]. [2021]. 01 vídeo (10 min.). Publicado
pelo canal: Universo Space News. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=pweJHMce73A
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SILVA, Daniel Neves. Dez anos de Guerra Civil na Síria. Vestibular Brasil Escola Uol. [s.d.].
Disponível em: https://vestibular.brasilescola.uol.com.br/atualidades/dez-anos-de-guerra-civil-
siria.htm Acesso em: 12 out. 2023
SOUSA, Rafaela. "Segunda Revolução Industrial"; [s.l:.d.]. Brasil Escola. [2023]. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/historiag/segunda-revolucao-industrial.htm. Acesso em 05 de novembro
de 2023.
SOUSA, Rafaela. "Terceira Revolução Industrial"; [s.l:.d.]. Brasil Escola [2023]. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/geografia/terceira-revolucao-industrial.htm. Acesso em 05 de novembro
de 2023.
SOUZA, Líria Alves de. "Poluentes aquáticos mais comuns" [s.l:.d.]. Brasil Escola. Imagem 05:
Perda de ecossistema aquático. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/quimica/poluentes-
aquaticos-mais-comuns.htm. Acesso em 21 out. 2023.
TAINARA, Souza. Vazios Urbanos. [s.l:.]. 01 vídeo 04 min. 28 seg. 22 de mai. de 2016. Publicado pelo
canal: Tainara Souza. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=5oxrD70MyDM Acesso em: 07
nov. 2023.
UNICEF, Portugal. Campo de refugiados sírios [2017]. Disponível em:
https://miro.medium.com/v2/resize:fit:3072/format:webp/1*Z1FyhAwwJhTLFJUPAAI2vA.jpeg Acesso
em: 12 out. 2023.
53
MATERIAL DE APOIO PEDAGÓGICO PARA APRENDIZAGENS – MAPA
REFERÊNCIA
2024
COMPETÊNCIA ESPECÍFICA:
Competência 1: Analisar processos políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais nos âmbitos
local, regional, nacional e mundial em diferentes tempos, a partir da pluralidade de procedimentos
epistemológicos, científicos e tecnológicos, de modo a compreender e posicionar-se criticamente em
relação a eles, considerando diferentes pontos de vista e tomando decisões baseadas em argumentos e
fontes de natureza científica.
Competência 2: Analisar a formação de territórios e fronteiras em diferentes tempos e espaços,
mediante a compreensão das relações de poder que determinam as territorialidades e o papel
geopolítico dos Estados-nações.
Competência 3: Analisar e avaliar criticamente as relações de diferentes grupos, povos e sociedades
com a natureza (produção, distribuição e consumo) e seus impactos econômicos e socioambientais,
com vistas à proposição de alternativas que respeitem e promovam a consciência, a ética
socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional, nacional e global.
OBJETO(S) DE
HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:
PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: A Primeira República Brasileira: desdobramentos internos e externos.
A) APRESENTAÇÃO:
Prezado professor (a)!
Começamos mais um ano letivo. Esperamos que o presente planejamento para o 1º bimestre lhe auxilie
no desenvolvimento do seu trabalho na sala de aula, utilizando as competências e habilidades propostas
54
no CRMG e no Plano de Curso elaborado para o ano de 2024.
Você tem autonomia para reorganizar os conteúdos/atividades no seu planejamento conforme a
realidade e especificidade da sua turma tendo como objetivo a aprendizagem dos seus estudantes.
Este planejamento de História será dividido em 4 momentos. Nele desenvolvemos as habilidades
(EM13CHS103), (EM13CHS306) e (EM13CHS202), trazendo o tema: A Primeira República
Brasileira e seus desdobramentos internos e externos.
O tema será desdobrado nos seguintes objetos de conhecimento/conteúdos: A Proclamação e a
Primeira República no Brasil; A Primeira Guerra Mundial; A Revolução Mexicana e a Revolução Russa.
Ressalto que o trabalho com os conteúdos propostos poderá ser feito com a parceria dos professores
dos quatro componentes curriculares da área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, em conjunto ou
individualmente, de forma que os estudantes alcancem as aprendizagens esperadas e desejadas para
consolidá-las de forma prazerosa e que tenham sentido lógico com a sua vivência na atualidade. O
trabalho poderá ser feito também interdisciplinarmente com as outras áreas do conhecimento numa
busca de maiores informações e perspectivas de conhecer o novo.
Ao trabalhar a habilidade (EM13CHS103), espera-se que os estudantes consigam selecionar evidências
e compor argumentos relativos a processos políticos, com base na sistematização de dados e
informações como descrever as principais características do regime republicano implantado no Brasil em
1889, analisando as permanências e rupturas do período.
O desenvolvimento da habilidade (EM13CHS306), permite que os estudantes contextualizem,
comparem e avaliem os impactos de diferentes modelos socioeconômicos no uso dos recursos naturais
e na promoção da sustentabilidade econômica e socioambiental do mundo e do Brasil em diferentes
tempos e espaços. Sendo assim, é preciso que eles compreendam a importância do setor cafeeiro para
a economia do Brasil durante a Primeira República e que eles identifiquem os mecanismos de
sustentação das oligarquias rurais no comando do país e seus impactos econômicos, sociais e
ambientais. É importante que se caracterize o processo de modernização das grandes cidades no
período e também os movimentos messiânicos, sociais e políticos ocorridos no período, refletindo sobre
o sentido do indivíduo na sociedade, a importância da coletividade e a solidariedade como prática da
vida humana.
Para desenvolver e consolidar os conteúdos relacionados à Primeira Guerra Mundial, a Revolução
Mexicana e Russa, trabalharemos com as habilidades (EM13CHS103) e a (EM13CHS202). Para a
consolidação destas habilidades os estudantes deverão ser capazes de compreender o contexto político
europeu que levou à eclosão da Primeira Guerra Mundial, contextualizando a relação entre o
desenvolvimento tecnológico e a guerra, as mudanças que ela promoveu no cenário europeu, além de
serem capazes de refletir sobre o significado dessa guerra e as suas consequências para a Europa e
para o mundo.
Os estudantes deverão reconhecer que o campesinato foi a base social da Revolução Mexicana e quais
foram as principais lideranças das Revoluções Mexicana e Russa e quais propostas eram defendidas por
cada uma delas. Deverão também descrever as razões que levaram à queda do czarismo na Rússia,
caracterizando as revoluções de Fevereiro e de Outubro. É importante que eles façam a comparação
entre a Revolução Mexicana e a Revolução Russa, estabelecendo suas semelhanças e diferenças.
Para a consolidação das habilidades propostas neste planejamento e os objetivos de aprendizagens
sejam alcançados, os estudantes deverão ser capazes de selecionar, comparar, contextualizar, elaborar
hipóteses e analisar de forma crítica e criativa os conteúdos/objetos de conhecimento e atividades
desenvolvidas ao longo deste planejamento de forma que as aprendizagens com essas habilidades
sejam aprendidas e consolidadas.
55
Os objetos de conhecimento, ”Primeira Guerra Mundial”, “Revolução Mexicana” e “Revolução Russa”,
serão abordados no 2º, 3º e 4º momentos deste planejamento.
Destaco também que, este planejamento pode ser desmembrado em quantas aulas forem necessárias,
de acordo com as especificidades, expectativas e objetivos de aprendizagem das turmas atendidas,
conforme o seu planejamento de ensino ou outras conveniências pedagógicas.
B) DESENVOLVIMENTO:
Após a acolhida dos estudantes, apresente o tema geral, os objetos de conhecimento a serem
trabalhados neste planejamento e os seus objetivos de aprendizagens. Em seguida faça um momento de
sensibilização para diagnosticar sobre o conhecimento prévio do tema proposto.
Sugiro que faça uma tempestade de ideias com a frase:
Espera-se que os estudantes respondam alguns dos fatos sugeridos abaixo e você deverá
complementar para enriquecer o momento.
Retome as causas que levaram ao fim da Monarquia no Brasil, citando os fatores e fragilidades da crise
do Império, como a Questão Militar, Questão Republicana, Questão Religiosa e Questão Escravocrata.
Fale sobre a propaganda republicana citando a fundação do Partido Republicano e o Manifesto
Republicano e suas influências para o fim da Monarquia, o golpe militar de 1889 e a instauração da
República.
56
Final do século XIX
O governo de D. Pedro II passava por uma grande crise, com muitos desgastes nas relações entre o
Estado e suas bases de apoio:
▪ Oposição ao governo imperial por conta do trabalho escravo;
▪ Conflitos entre o Imperador e a Igreja Católica;
▪ Alguns militares não concordavam com o governo de D. Pedro II;
▪ Em 1888, a abolição da escravatura desagradou aos grandes fazendeiros e proprietários de
escravos.
FAUSTO, Boris. História Concisa do Brasil, 2 ed – São Paulo, 2009
A oposição dos vários setores da sociedade à Monarquia, tornou possível fazer o golpe militar que
instaurou a República no Brasil.
República da Espada
▪ Os militares tiveram bastante influência nos primeiros anos de República.
▪ Marechal Deodoro da Fonseca e Marechal Floriano Peixoto representaram o governo militar
na primeira fase da República.
República das Oligarquias
▪ A política do país era dirigida por oligarquias agrárias e por representantes civis na
presidência.
República: é um regime de governo onde o Chefe de Estado e o Chefe de Governo são escolhidos
através de eleições diretas ou indiretas.
A República surgiu na Grécia Antiga como uma forma de governo para administrar a polis grega.
Oligarquia: Governo em que o poder é exercido por um grupo restrito de pessoas, geralmente do
mesmo partido, família, classe etc.
É importante ressaltar que a Constituição de 1891 instituiu o federalismo, dando autonomia política e
econômica aos estados. Dessa forma, eles poderiam, por exemplo, arrecadar impostos de exportação e
contrair empréstimos para atender aos seus interesses próprios. Esse fator, reforçou um desequilíbrio
político no Brasil nas esferas estaduais, já que o poder se concentrou nas mãos dos grandes
proprietários rurais, que eram minoria e também na esfera federal, já que as diretrizes políticas
nacionais eram determinadas pelos interesses dos grandes estados brasileiros, que naquele momento
era Minas Gerais e São Paulo.
57
Esse desequilíbrio determinou as principais características políticas do Brasil, no período de 1891 a
1930, dentre as quais podemos citar:
● Domínio político nacional dos estados de São Paulo e Minas Gerais (“Política do Café com
leite”) que perdurou até 1930.
● Domínio político das oligarquias agrárias, na esfera estadual.
● Domínio político dos coronéis na esfera municipal.
● Ausência de justiça eleitoral, o que facilitava as fraudes nas eleições.
● A população rural, os grupos urbanos, assim como os estados periféricos do Norte, Nordeste
e Centro Oeste, não tinham representatividade política.
Texto adaptado: Silva, 2023.
Explique para os estudantes que a questão social pela qual o Brasil passava naquela época favoreceu o
estabelecimento da política Oligárquica. Cite a questão do interior nordestino como a superexploração
da mão de obra, a miséria e a fome que eram a realidade do sertanejo. Havia absoluta obediência ao
chefe local, materializado na política pela figura do coronel.
Peça aos estudantes que façam uma pesquisa sobre os aspectos econômicos, sociais e políticos da
Primeira República no Brasil.
Depois de concluída a pesquisa faça uma roda de conversa em sala de aula sobre os temas
pesquisados. Coordene a discussão de forma que os estudantes façam uma comparação com os
aspectos na Primeira República e com os momentos atuais.
58
Faça perguntas como:
Depois de encerrado o diálogo na roda de conversa, projete ou dê cópias para a turma da síntese
sugerida abaixo. Faça uma leitura compartilhada e se necessário explique as dúvidas que surgirem ao
longo da leitura. Se você achar pertinente, peça aos estudantes que pesquisem sobre os movimentos
sociais ocorridos na Primeira República para um maior aprofundamento e consolidação dos conteúdos.
Aspectos econômicos
Aspectos sociais
59
Aspectos políticos
Movimentos Rurais
▪ Canudos.
▪ Contestado.
Movimentos Tenentistas
▪ 1922: 18 do Forte de Copacabana.
▪ 1924: Revolta Paulista.
▪ Coluna Prestes.
Movimentos Urbanos
▪ Revolta da Vacina.
▪ Revolta da Chibata.
▪ Movimento sindical: Anarcosindicalismo.
▪ Greve Geral de 1917.
▪ Fundação do Partido Comunista em 1922.
60
O fim da Primeira República - 1930
Para finalizar e consolidar o tema deste 1º momento, construa junto com a turma um mapa mental.
Deixo como exemplo o mapa abaixo.
Imagem 3: Mapa Mental
61
2º MOMENTO: A PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL (1914-1918)
Texto impresso.
Recursos e providências Imagens.
Computador, projetor e internet.
62
3º MOMENTO: A REVOLUÇÃO MEXICANA – 1910
Professor (a), explique para os estudantes os objetivos deste 3º momento, que consiste na
compreensão do contexto histórico, político, cultural e social da Revolução Mexicana de 1910. É
importante que eles compreendam o caráter indígena e rural envolvidos na revolução, tendo como
líderes Emiliano Zapata e Pancho Villa. Ressalte para a turma as diferentes estratégias empreendidas no
movimento e o lema da revolução: Terra e Liberdade.
Peça aos estudantes que leiam individualmente o texto:
A Revolução Mexicana de 1910.
Disponível em: https://mundoeducacao.uol.com.br/historia-america/revolucao-mexicana-
1910.htm.
Entregue cópias para os estudantes do texto e peça que façam a leitura.
Durante a leitura, é importante que os estudantes anotem no caderno as informações relevantes e os
conceitos básicos encontrados no texto.
Depois da leitura e anotações, divida a turma em grupos, e oriente-os a fazer uma segunda leitura do
texto, compartilhando entre eles as anotações feitas e os conceitos levantados por cada um, para que
elejam coletivamente as informações mais importantes, assim como os conceitos estruturantes para se
compreender a Revolução Mexicana. Em seguida, solicite aos estudantes que montem um quadro com
os tópicos abaixo e que pesquisem as informações e conteúdos sugeridos:
Depois da pesquisa e do quadro preenchido, faça uma roda de conversa e proponha uma discussão
com a turma sobre o tema da Revolução Mexicana, levantando possíveis curiosidades ou dúvidas dos
estudantes. Aproveite o momento para proporcionar um espaço coletivo de ensino e de
aprendizagem e consolidar o conteúdo.
Para encerrar este 3º momento, proponha uma atividade para casa. Os estudantes deverão fazer a
produção de um texto, do gênero Carta, intitulada “carta de um revolucionário”. Oriente a turma que
o autor deverá se colocar no papel de um combatente que escreve uma carta em que relata
pensamentos, projetos e o cotidiano de luta.
Na aula seguinte, peça que cada estudante leia a sua carta para os colegas. Faça as ponderações que
achar pertinentes.
63
4º MOMENTO: A REVOLUÇÃO RUSSA - 1917
ETAPA 1
Comece retomando com a turma o contexto da eclosão da Primeira Guerra Mundial. Peça aos
estudantes que apresentem as características daquele período. Se necessário, consulte em livros ou na
internet. Em seguida, inicie a discussão deste momento, estabelecendo o contexto político e social da
Rússia czarista.
Pergunte aos estudantes qual foi o papel da Rússia na Primeira Guerra Mundial. Lembre-os das razões
pelas quais a Rússia saiu da guerra antes de seu término.
Espera-se que os estudantes respondam que a saída da Rússia da Guerra se deu por causa do início da
Revolução. Se necessário retome o conteúdo com a turma.
Faça uma pequena introdução falando para os estudantes sobre a teoria político econômica criada por
Karl Marx, no século XIX, o comunismo. Essa teoria prometia uma melhor divisão das riquezas entre as
pessoas e que nesse novo modelo de sociedade, todos deveriam ser tratados como iguais. Ressalte que,
se o comunismo embalava o sonho de intelectuais e de pessoas desfavorecidas, ele era considerado
meramente utópico pelos seus críticos e pelos grandes capitalistas, que temiam perder os seus
privilégios.
Os sonhos dos comunistas de todo o mundo pareciam estar próximos de se tornar realidade na Rússia
do início do século XX, onde os russos deixaram o comodismo de lado e tomaram as ruas do país para
questionar a forma de governo autoritária (Czarismo) marcada pelo atraso tecnológico e pela presença
de resquícios do feudalismo.
Entregue cópias para os estudantes do texto adaptado “Revolução Russa” e peça que façam a leitura em
casa e marquem os tópicos que acharem mais importantes do texto.
ETAPA 2
Comece essa etapa pedindo aos estudantes que apresentem os pontos de destaque da leitura que
fizeram em casa. Partindo das argumentações deles, apresente as razões da queda do regime czarista e
a formação do governo provisório baseado em ideais democrático-liberais. Destaca-se o fato de que a
manutenção da Rússia na guerra enfraqueceu o novo governo. Comente com a turma que a resposta
bolchevique, presente em grande parte nas Teses de Abril, de Lênin, denunciava principalmente a
manutenção da Rússia na guerra e a desigualdade fundiária, e propunha a entrega do poder aos
sovietes. Essas demandas aproximaram o povo dos bolcheviques.
64
Pergunte aos estudantes qual foi o resultado desse processo. De acordo com as considerações deles,
confirme que ocorreu um aumento do poder político dos bolcheviques, enquanto o governo provisório se
enfraquecia, apoiado pelos mencheviques. Essa circunstância possibilitou a chamada Revolução de
Outubro de 1917, liderada pelos bolcheviques com apoio de grupos sovietes.
Apresente as medidas políticas adotadas pelo novo governo, como o confisco de terras da nobreza e da
Igreja, a estatização de vários bancos e instituições industriais e o fim dos títulos e privilégios da
nobreza.
Em seguida, explique que a revolução bolchevique se consolidou, de fato, com a vitória na Guerra Civil
Russa, entre 1918 e 1921. Fale da importância da vitória do chamado Exército Vermelho para a
instalação do governo socialista na Rússia, nesses primeiros tempos sob liderança de Lênin.
Para concluir essa etapa, apresente a conjuntura política da Rússia após a revolução e a formação da
União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) em 1922.
Explique o que foi a Nova Política Econômica (NEP) e a estratégia leninista de reorganizar a economia
do país, enquanto o Partido Comunista atuava como única liderança política.
Peça aos estudantes que façam uma rápida pesquisa na internet, utilizando computadores da escola ou
aparelhos celulares com acesso à rede, sobre a noção de “centralismo democrático” e a ideia de
“unipartidarismo político”.
Se possível, dependendo do tempo, cite exemplos de países que, no contexto contemporâneo, são
governados por partido único, como a China, Coreia, Cuba e República Popular Democrática do Laos
Para finalizar, projete ou forneça aos estudantes um mapa da Rússia pré-revolucionária e outro da União
Soviética para que eles os comparem e possam verificar as mudanças territoriais provocadas pela
revolução.
65
Monte com os estudantes as etapas do processo revolucionário na lousa, como no exemplo.
ETAPA 3
Para finalizar o 4º momento, apresente rapidamente o cenário político na União Soviética imediatamente
após a morte de Lênin, especialmente tratando da disputa entre o projeto internacionalista trotskista e o
projeto localista stalinista, com vitória política deste.
Destaque para os estudantes o fato de que, apesar da vitória do projeto localista, grande parte da
mobilização internacional de trabalhadores e dos comunistas passou a ter como objetivo instaurar uma
revolução seguindo o modelo russo e implantar um sistema de governo com base no soviético. Esse
ideário também afetou governos contrários à ideologia socialista a radicalizar suas políticas para “evitar”
que ocorresse em seus países o que tinha se passado na Rússia.
Em seguida, organize os estudantes em três grupos. Cada grupo deverá produzir um relatório em
tópicos, de acordo com o modelo apresentado na lousa nas aulas anteriores, sobre um dos temas a
seguir, associados ao governo de Stálin:
Oriente os estudantes na realização do trabalho. Fale que eles poderão utilizar o material didático
disponível na escola e realizar pesquisas na internet. Se achar necessário, apresente a eles os
referenciais para a realização de pesquisa na internet.
Cada grupo terá 5 minutos para ler os tópicos de seu relatório. Anote na lousa cada um deles e, ao final,
66
debata com os estudantes questões relativas à ideia de “culto de personalidade” e à utilização pelo
governo stalinista da propaganda como instrumento de dominação política, uma vez que Stálin tentou
reconstruir a história da Revolução Russa para atender a seus interesses políticos e conseguiu controlar
a narrativa oficial sobre os acontecimentos pesquisados pelos estudantes e apresentados em seus
relatórios.
Peça para a turma que, no debate/socialização, discutam a utilização da história como ferramenta de
interesse político e a necessidade de conhecer diversas versões sobre os fatos para não ser manipulado.
Ao produzir os relatórios sobre o período stalinista e debater aspectos como relações de poder,
mudanças e manutenções de estruturas políticas e sociais, questionando e argumentando sobre
documentos, interpretações e contextos históricos específicos, a atividade final contribui para que os
alunos desenvolvam as Competências Específicas de História no 1 e no 3.
Dicas de filmes:
“Sobreviventes: filhos da Guerra de Canudos”
Direção: Paulo Fontenelle.
País: Brasil.
Ano: 2004.
Duração: 78 minutos.
O documentário reconstrói, por meio de depoimentos dos filhos de alguns sobreviventes da
Guerra, a história do Arraial de Canudos. Entre os muitos relatos recolhidos, há uma
interessante entrevista com Antônio de Isabel, único homem vivo que conheceu Antônio
Conselheiro. Além da narrativa envolvente, o documentário conta ainda com uma excelente
pesquisa histórica.
Sugestão de 23 filmes sobre a Primeira República.
Disponível em:https://ensinarhistoria.com.br/23-filmes-sobre-a-republica-velha-1889-a-1930/.
67
ANEXO
TEXTO: PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL: ANTECEDENTES
▪ Belle Époque: período marcado, na Europa e EUA, pelo otimismo, pela intensificação da vida
urbana, por inovações nas artes e nas ciências, no transporte e nas comunicações.
▪ Imperialismo: busca por mercados e matérias primas; discurso sobre superioridade
branca/ocidental; disputas por territórios.
Mapa Domínios europeus no continente africano entre os séculos XIX e XX
68
1ª Guerra Mundial: o conflito
▪ A Política de Alianças transformou um conflito local em uma Guerra Continental (Julho e
Agosto/1914);
▪ Império Austro-Húngaro declara guerra à Sérvia;
▪ Rússia declara guerra ao Império Austro-Húngaro;
▪ A Alemanha declara guerra à Rússia e à França;
▪ Para atacar a França, a Alemanha invade a Bélgica;
▪ A Inglaterra declara guerra à Alemanha.
▪ 1ª Fase da Guerra: chamada de Guerra de Movimento – Invasão da França e batalhas na
frente oriental;
▪ Patriotismo e otimismo: a crença em um conflito rápido.
De cima para baixo, da esquerda para a direita: trincheiras na Frente Ocidental, avião bi-planador
Albatros D.III, Tanque britânico Mark I cruza uma trincheira, metralhadora comandada por um
soldado usando máscara contra gases e o fundamento do navio de guerra HMS Irresistible após bater
em mina.
69
O conflito em 1917 e 1918
▪ 1917 – Entrada dos EUA na Guerra – rompimento do equilíbrio;
▪ 1917 – Revolução Russa;
▪ 1918 - Rússia sai da Guerra;
▪ 1918 – Rendição Alemã.
"Depois das negociações, o Tratado de Versalhes previa os benefícios e punições a cada um dos
lados envolvidos na guerra. A Polônia foi colocada como um Estado independente e livre do anterior
domínio russo. A França conseguiu reaver a região da Alsácia-Lorena. As colônias alemãs na África
foram divididas entre ingleses, belgas e franceses. As colônias alemãs no Pacífico foram entregues ao
domínio do Japão e da Inglaterra."
(Veja mais sobre "Os tratados do pós-Primeira Guerra" em: https://brasilescola.uol.com.br/guerras/os-tratados-do-pos-
primeira-guerra.htm).
Os reflexos da Guerra
A Primeira Guerra Mundial provocou alterações significativas no panorama político-social mundial, e
seus reflexos extrapolaram os prejuízos e mortes causados pelas batalhas.
Os países europeus perderam o domínio sobre a economia mundial, dando espaço para os Estados
Unidos, surgindo, portanto, uma nova potência.
A influência cultural europeia sobre o resto do mundo também foi reduzida e os valores do
eurocentrismo passaram a ser questionados. Razão, progresso e valorização da ciência foram
colocados em dúvida depois de terem colaborado para uma Guerra tão destrutiva.
70
No campo social, uma mudança importante também ocorreu. A Guerra matou aproximadamente 10
milhões de pessoas, a maioria homens entre 19 e 40 anos de idade. Esse fato fez com que se tornasse
necessária ainda durante o conflito, a substituição da mão de obra masculina nas frentes de trabalho.
As mulheres entraram de vez no mundo das fábricas, e, com o fim da Guerra, essa situação não se
alterou. O papel feminino deixou de ser o de dona de casa e, com isso, novas necessidades
surgiram. O movimento feminista também ganhou força na busca por direitos. Nos Estados Unidos, na
Inglaterra e em outros países, surgiram as sufragistas, que lutavam, pelo direito ao voto da mulher.
(Texto adaptado do Sistema de Ensino Bernoulli-Livro 2-Volume 1- História-9º ano-pág.22)
71
TEXTO: REVOLUÇÃO MEXICANA DE 1910
72
QUADRO: A REVOLUÇÃO MEXICANA
A REVOLUÇÃO MEXICANA
73
TEXTO: REVOLUÇÃO RUSSA
Revolução Russa
No século XIX, a Rússia juntamente com a Inglaterra, França, Alemanha e a Áustria, era uma das
maiores potências europeias. Porém, enquanto os outros países cresciam, faziam reformas e se
industrializavam, a Rússia não se modernizava.
A Rússia era considerada um país atrasado em relação aos demais. Sua economia baseava-se na
agricultura. Os servos trabalhavam, mas os senhores feudais não tinham o menor interesse de
modernizar as plantações.
O país era governado pelo Czar (Imperador), que tinha poder absoluto, ou seja, todos estavam
submetidos a ele, inclusive a Igreja Católica Ortodoxa.
Entre os anos de 1854 e 1856, a Rússia entrou em guerra com a Inglaterra, França e Turquia (Guerra
da Criméia), mas foi derrotada justamente por causa do atraso em que se encontrava o país.
Então, o czar Alexandre II tomou algumas providências:
- Aboliu a servidão, vendeu terras aos camponeses e mandou ocupar novas áreas agrícolas.
Tudo isso trouxe benefícios para o país que cresceu e se tornou exportador de grãos, além de ter
favorecido o aumento da população. Esse aumento trouxe algumas consequências graves, como por
exemplo, a dificuldade de encontrar emprego e a baixa produtividade agrícola gerando fome e
revolta.
A saída encontrada pelo governo foi estimular um programa de industrialização. O programa permitiu
que muitos estrangeiros fossem para a Rússia e várias fábricas foram implantadas entre os anos de
1880/1900 e com isso a Rússia apresentou as maiores taxas de crescimento industrial.
Enquanto o país se modernizava o absolutismo continuava intacto e isso causava descontentamento
entre a população que se unia cada vez mais.
Em 1904 a Rússia se envolveu em uma guerra contra o Japão. Este conflito desorganizou a economia
piorando a situação dos operários e camponeses. A humilhação da derrota acirrou os ânimos contra o
czar. No ano seguinte, os habitantes saíram em uma passeata a fim de entregar um abaixo-assinado
ao Imperador pedindo melhorias nas condições de vida e a instalação de um parlamento. O czar
respondeu com um massacre promovido por suas tropas, aumentando ainda mais a revolta do povo.
Apesar de tudo, ele fez algumas concessões e dentre elas estava a instalação do parlamento
(Duma).
Entre os anos de 1907 e 1914, a Rússia voltou a ter uma aparente tranquilidade, pois houve uma alta
no crescimento industrial e os camponeses ganharam terras.
Grande parte da oposição era socialista e se baseava nas ideias de Karl Marx. Eles acreditavam que
todos os problemas do país só acabariam se o capitalismo fosse abolido e o comunismo fosse
implantado.
Os comunistas se dividiam em dois grupos: Bolcheviques e Mencheviques.
- Bolcheviques: queriam derrubar o czarismo pela força e eram liderados por Lênin.
- Mencheviques: propunham a implantação do socialismo através de reformas moderadas.
Com o advento da Primeira Grande Guerra (1914) o povo russo se sentiu na obrigação de lutar,
porém o combate trouxe algumas consequências como: desorganização da economia; fome, pobreza
74
e racionamento; saques, passeatas e protestos contra o czar e enfim, a renúncia do czar em 1917
diante da pressão popular.
A deposição do Imperador não trouxe tranquilidade aos russos, pelo contrário, o conflito passou a se
dar entre os elementos da oposição.
Com a derrubada do czar, o governo provisório (cujos membros se identificavam com os interesses
da burguesia russa) assumiu o poder. Esse governo adotou algumas medidas, como: anistia para
presos políticos; liberdade de imprensa e a redução da jornada de trabalho para 8h.
Estas medidas agradaram à burguesia, mas os camponeses (queriam terras) e operários (queriam
melhores salários) não gostaram.
Os bolcheviques, aos poucos, se tornaram os porta-vozes de todas essas reivindicações.
Os sovietes eram organizações políticas que nasceram no seio das camadas populares e
representavam os interesses dos trabalhadores. Assim, havia os sovietes de operários, de
camponeses e de soldados. Expressavam uma forma de poder popular em oposição ao governo
provisório e se tornaram decisivos nos rumos políticos do país.
Alguns grupos viam nos bolcheviques a solução pra diversos problemas.
Lênin apoiado pelos sovietes e por uma milícia popular conquista a capital obrigando o governo
provisório a renunciar e assumindo o governo em 1917. Eles acreditavam que só o comunismo
poderia trazer felicidade para os russos. No poder, eles tentaram realizar e criar uma sociedade onde
todos fossem iguais e livres.
Para realizar esse sonho, foram tomadas várias medidas:
- As terras da Igreja, nobreza e burguesia foram desapropriadas e distribuídas aos camponeses;
- Quase tudo se tornou propriedade do estado (fábricas, lojas, diversões, bancos, entre outros).
A ideia dessas medidas era criar igualdade entre os homens, pois, segundo o Marxismo, sem
propriedade não haveria exploradores e explorados.
Várias foram as dificuldades que surgiram durante o governo e o novo regime se tornava mais
autoritário, distanciando cada vez mais o sonho de criar uma sociedade onde todos fossem livres e
iguais.
Em 1921, foi permitido ao povo a abertura de pequenos negócios, pois a sociedade precisava ser
estimulada. Os camponeses voltaram a produzir para vender no mercado e as grandes empresas
estatais passaram a considerar as necessidades de consumo do povo.
Esta série de medidas ficou conhecida como Nova Política Econômica (NEP) e teve resultados
satisfatórios no campo econômico, porém no campo social não foi tão bom assim.
No campo, surgiram camponeses ricos que pagavam um salário para outros camponeses. Para os
comunistas essa atitude representava a volta da exploração capitalista.
Nas cidades, os grandes empresários lucravam com essa nova economia e isso fortaleceu o
aumento das desigualdades sociais.
Em termos políticos, o poder ficou nas mãos do Partido Comunista. Outros partidos (inclusive os
demais partidos comunistas) e os sindicatos foram proibidos de funcionar.
Após a morte de Lênin, Trotsky (chefe do exército) e Stálin foram os dois líderes que disputaram o
poder. Stálin saiu vencedor.
75
Decidido a industrializar o país, ele só podia contar com dinheiro que vinha da agricultura, já que não
podia fazer empréstimos internacionais por causa da pobreza em que o país se encontrava.
Para aumentar a produtividade, foram criadas as fazendas coletivas e muitos camponeses foram
obrigados a entregar o gado e as terras ao estado para trabalharem (contra a vontade) nestas
fazendas.
Nas fábricas, os operários foram proibidos, sob ameaça de morte, de fazer greve ou mudar de
emprego. Apesar disso, as metas de Stálin foram alcançadas e a União Soviética passou por um
processo de modernização e industrialização. Porém, o totalitarismo implantado por Stalin na URSS
mantinha um rígido controle sobre a imprensa e a cultura em geral.
Texto adaptado: Gomes. 2023. Info Escola. Disponível em: https://www.infoescola.com/historia/revolucao-russa/.
76
COMPETÊNCIA ESPECÍFICA:
Competência 1: Analisar processos políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais nos âmbitos
local, regional, nacional e mundial em diferentes tempos, a partir da pluralidade de procedimentos
epistemológicos, científicos e tecnológicos, de modo a compreender e posicionar-se criticamente em
relação a eles, considerando diferentes pontos de vista e tomando decisões baseadas em argumentos
e fontes de natureza científica.
Competência 6: Participar do debate público de forma crítica, respeitando diferentes posições e
fazendo escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade,
autonomia, consciência crítica e responsabilidade.
OBJETO(S) DE
HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:
PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: A Crise de 1929 e a ascensão dos Regimes Totalitários.
A) APRESENTAÇÃO:
Professor (a), este planejamento tem o objetivo de auxiliar o estudante a compreender e analisar o
impacto da crise econômica de 1929 sobre a economia e o agravamento dos problemas sociais, como o
aumento da pobreza entre os norte-americanos. O estudante conhecerá os motivos para o surgimento
da crise, as soluções encontradas pelo governo estadunidense para recuperar a economia do país e a
importância desse evento para o fortalecimento dos regimes totalitários na Itália e na Alemanha. Ao final
eles deverão compreender as causas e consequências da crise econômica de 1929, além de relacionar
as dinâmicas e crises do capitalismo com as duas grandes guerras mundiais.
A consolidação da habilidade (EM13CHS103) prevê que o estudante seja capaz de selecionar
evidências para elaborar hipóteses e compor argumentos relativos a processos políticos, econômicos,
sociais, ambientais, culturais e epistemológicos, com base na sistematização de dados e informações de
diversas naturezas. No que se refere especificamente ao contexto da crise de 1929, eles precisam ser
capazes de relacionar o contexto econômico e político do início do século XX com a eclosão da crise,
além de caracterizar o cenário sociopolítico que deu origem aos Estados totalitários na Itália e na
Alemanha no início do século XX.
Eles deverão compreender criticamente a transformação do capitalismo a partir das transformações da
sociedade urbano-industrial selecionando evidências para elaborar hipóteses e argumentos relativos aos
problemas sociais como desigualdade de renda e outras questões sociais da contemporaneidade. É
necessário também que eles saibam diferenciar opinião e senso comum para reconhecer o que é e o
77
que não é uma fake News.
A proposta do trabalho com a habilidade (EM13CHS602) é que o estudante identifique e caracterize o
paternalismo, o autoritarismo e o populismo na política, na sociedade e na cultura brasileira em períodos
ditatoriais e democráticos.
O objetivo é que os estudantes possam compreender os efeitos (consequências) políticos, econômicos e
sociais sofridos pelo Brasil a partir do desencadeamento da crise econômica de 1929, especialmente no
que concerne aos problemas enfrentados pelo setor cafeeiro, principal base da economia brasileira até
aquele momento. Neste sentido, você professor (a), deve se colocar como um intermediário do processo
de aprendizagem, mediando a construção do conhecimento histórico em sala de aula, fornecendo os
subsídios necessários, para que os estudantes consigam refletir criticamente com base nas fontes
históricas e seu conhecimento prévio sobre o assunto (consciência histórica), de modo que consigam
compreender de que modo a economia brasileira foi afetada nas esferas política e social, especialmente
porque a base econômica da sociedade era movida pelo processo produtivo e comercial do café.
Ressalto que as habilidades aqui trabalhadas deverão ser desenvolvidas ao longo de todo o ano, pois
nestes planejamentos elas não serão contempladas em sua totalidade.
Este planejamento será dividido em dois momentos.
Bom trabalho!
B) DESENVOLVIMENTO:
ETAPA 1
Inicie esta etapa pedindo aos estudantes que procurem no dicionário ou na internet o significado da
palavra “intolerância”.
Em seguida, faça uma discussão com a turma sobre o conceito de intolerância, relacionando-o aos
chamados Estados totalitários.
Organize os estudantes em grupos de até quatro integrantes e solicite a eles que pesquisem notícias e
relatos sobre casos de preconceito e violência dirigidos a grupos historicamente marginalizados, como os
78
negros, indígenas, mulheres, pessoas LGBTQIAP+ e imigrantes.
Cada grupo deve debater as notícias e relatos encontrados, pensando em ações importantes para
diminuir ou impedir essas ações violentas e/ou preconceituosas. É provável que a maioria dos
estudantes traga casos ocorridos no Brasil para a discussão. Se for o caso, apresente reportagens que
exemplifiquem a xenofobia e a islamofobia na Europa e no Ocidente como um todo. Ressalte que na
última década, três crises migratórias foram sobressalentes: a dos haitianos a partir de 2010; a dos
sírios a partir de 2015; a dos venezuelanos a partir de 2018.
Após o debate, os grupos devem apresentar suas conclusões para os demais colegas, ouvindo e
discutindo o que os outros grupos produziram. Faça a mediação do debate, servindo como ponto de
apoio para as discussões.
Paralelamente, procure resgatar os conhecimentos prévios dos estudantes, especialmente sobre o
contexto da virada do século XIX para o XX e o panorama político e econômico do Ocidente: a Primeira
Guerra Mundial, a Revolução Russa e os problemas políticos, econômicos e sociais nesse período.
É importante que os estudantes estejam cientes do intenso impacto causado pela Primeira Guerra
Mundial, que deixou a maior parte da economia europeia fragilizada, mas alçou os Estados Unidos como
grande potência industrial.
Feche a discussão mostrando que esse contexto criou um cenário no qual grupos políticos que
defendiam um nacionalismo radical e a eliminação de grupos rivais ganharam força, especialmente nos
países derrotados na Primeira Guerra Mundial ou fragilizados após o conflito, iniciando-se uma onda de
intolerância e perseguição nos anos seguintes.
Depois da sua explanação, pergunte para a turma:
• Como evitar acontecimentos como esses no contexto atual, onde presenciamos duas guerras que
afetam milhares de pessoas na Europa e no Oriente Médio?
• Podemos lutar contra a intolerância e o desrespeito às diferenças? Cite exemplos de ações que
podemos tomar para combater a intolerância e o desrespeito entre as pessoas, nações e cidades.
• De que forma, nós cidadãos podemos atuar neste momento de tensões e guerras para
ajudarmos o próximo, mesmo estando distante?
Como tarefa de casa, solicite a leitura dos textos abaixo que serão utilizados nas atividades propostas
para os estudantes.
79
ETAPA 2
Comece essa etapa fazendo uma contextualização dos anos 1920. Ressalte para a turma a questão do
crescimento econômico acelerado nos Estados Unidos e a impressão generalizada de prosperidade
financeira para o povo americano. (o período ficou conhecido como “loucos anos 20”).
Explique que o resultado da rápida industrialização foi um boom de superprodução e a consequente
desvalorização dos manufaturados, causando uma crise deflacionária. Esse fator, associado à
especulação no mercado de ações, que supervalorizava papéis de indústrias que não tinham lucro ou
estavam à beira da falência, causou a quebra da Bolsa de Valores de Nova York, em outubro de 1929.
Para a consolidação do tema, peça para a turma que cite os tópicos que mais chamaram a atenção deles
na leitura dos textos que fizeram em casa.
Se achar necessário, anote na lousa os tópicos citados e vá fazendo a contextualização dos mesmos.
Segue alguns exemplos:
− otimismo econômico após a Primeira Guerra Mundial nos Estados Unidos (“loucos anos 20”);
− superprodução industrial;
− desvalorização generalizada de produtos;
− crise deflacionária;
− quebra da Bolsa de Valores de Nova York.
− salários estagnados;
− desemprego;
− New Deal, entre outros.
Explique que a depressão generalizada não afetou somente os Estados Unidos, mas também a América
Latina e grande parte da Europa Ocidental, que tinham o país da América do Norte como principal
credor e parceiro comercial. Com isso, a década de 1930 se iniciou com uma recessão econômica
generalizada.
Em seguida, ressalte o fato de que após esses acontecimentos houve uma importante mudança de
paradigma na interpretação econômica do capitalismo, e a intervenção estatal passou a ser considerada
uma resposta válida para cenários de crise. Nesse sentido, explique aos estudantes o advento do
chamado keynesianismo e da aplicação das ideias do economista britânico John Maynard Keynes na
política do New Deal durante o governo de Franklin Roosevelt, nos Estados Unidos.
Ressalte também o fato de que a participação do Estado na economia possibilitou a correção necessária
para a recuperação econômica após a crise de 1929.
ETAPA 3
Comece essa etapa pedindo aos estudantes que pesquisem em dicionário ou na internet o significado de
“totalitarismo e de autoritarismo”. Anote na lousa os seus significados.
80
Em seguida, peça a turma para caracterizar um Estado totalitário.
Explique que o Estado totalitário “condiciona e coisifica” o indivíduo, destituindo-o de autonomia e
direitos, e subordinando-o aos ditames do governo. Em seguida, discuta com os estudantes o contexto
geral do pós-guerra, marcado pelo sacrifício de muitas vidas e pela destruição da economia europeia,
que favoreceu a formação de movimentos políticos de caráter autoritário e antidemocrático.
Exemplifique, então, o cenário do desenvolvimento do fascismo italiano. Explique para os estudantes
que o ingresso tardio da Itália na Entente impediu a compensação territorial desejada pelo país.
Comente, ainda, a crescente crise econômica que assolou a península no contexto do pós-guerra (vale
lembrar aos estudantes a natureza tardia da unificação do Estado italiano e como isso afetou o
desenvolvimento econômico do país).
Relacione esse cenário com a organização do Partido Nacional Fascista e sua eventual consolidação na
Marcha sobre Roma, assim como a deposição do rei Vítor Emanuel III e a ascensão de Benito Mussolini
ao poder, conhecido pelo epíteto de Il Duce.
Descreva a natureza conservadora e nacionalista da gestão de Mussolini, que se associava à burguesia
tradicional italiana e à Igreja para tentar assegurar o poder do partido. É importante também ressaltar o
corporativismo do Estado fascista italiano, que favorecia membros do partido em questões executivas
e/ou sindicais.
ETAPA 4
Nesta etapa falaremos sobre a emergência do nazismo na Alemanha.
Faça uma tempestade de ideias para que a turma possa expor seus conhecimentos prévios acerca do
tema. Encoraje a utilização de exemplos de manifestações contemporâneas do nacional-socialismo,
como as dos grupos xenófobos de extrema direita no Leste Europeu e as manifestações de
Charlottesville, no estado da Virgínia, nos Estados Unidos, ocorridas em 2017.
81
Diferenças entre fascismo e nazismo
O que é nazismo?
Regime nazista surgiu na Alemanha com a ascensão de Adolf Hitler e o Partido Nacional Socialista dos
Trabalhadores Alemães ao poder, de 1933 a 1945. Sua corrente de pensamento baseava-se no
totalitarismo e antissemitismo, o que daria início a Segunda Guerra Mundial e geraria o maior
extermínio étnico da história, o Holocausto.
Diferente do fascismo, as principais raízes do nazismo era sua corrente de pensamento que acreditava
no racismo científico: crença que defendia a existência de raças de seres humanos superiores a
outras, levando em consideração fatores étnicos, raciais e socioculturais.
Durante o regime nazista, Hitler e seus seguidores pregavam que a “raça ariana” e alemã, era
superior as outras, e portanto, todas as outras nações deveriam se curvar. Crendo nisso, o regime
alemão procurava se expandir por outros territórios da Europa e combater o que eles acreditavam ser
o seu maior inimigo: os judeus.
Mesmo com o termo “Socialista” utilizado no nome do partido nazista, o conceito empregado por
Hitler se diferenciava do de Karl Marx, que era judeu. O “socialismo” de Hitler tratava-se da exaltação
do nacionalismo e do Estado alemão.
A luta de classes defendida pelo socialismo de Marx, era uma corrente de pensamento contrária ao
que os nazistas acreditavam. Os nazistas defendiam força e controle do Estado, acima de tudo e
todos, mas ainda assim defendendo unidades privadas.
Fonte: Gonçalves, 2021. Fundação 1º de Maio. Disponível em: https://www.fundacao1demaio.org.br/diferencas-entre-
fascismo-e-nazismo/.
Em seguida, fale da nomeação de Hitler ao cargo de chanceler, após a vitória dos nazistas na eleição
para o Reichstag em 1932. Explique a ideologia hitlerista sobre superioridade racial ariana e a
lebensraum, a necessidade de um “espaço vital” para o desenvolvimento do Reich alemão.
Caracterize o Estado nazista como o exemplo mais típico do totalitarismo, conforme discutido
anteriormente, com intensa perseguição política, controle da polícia e da burocracia e funcionamento de
um aparato de propaganda preparado para ser o sustentáculo ideológico do regime.
Por fim, num exercício de história comparada, trate com a turma as questões relativas ao autoritarismo
na Península Ibérica: o salazarismo português e o franquismo espanhol.
82
Salazarismo português Franquismo espanhol
Para aprofundar sobre o tema, acesse o endereço Para aprofundar sobre o tema, acesse o endereço disponível em:
disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historiag/franquismo.htm#:~:text=Fran
quismo%20foi%20um%20regime%20totalit%C3%A1rio%20de%20car
https://brasilescola.uol.com.br/historiag/salazaris
%C3%A1ter%20nazifascista%20fundado%20pelo,anos%20de%20193
mo.htm.
4%20e%201935.
Por fim, retome com a turma os mecanismos gerais utilizados pelos Estados totalitários e a importância
de conhecer seu funcionamento para identificá-los e impedir seu desenvolvimento.
Proponha, então, aos estudantes a realização de atividades de aprofundamento desse conteúdo, com
análise de imagens (como cartazes de propaganda que ressaltavam a figura do líder) e de textos, que
podem ser fontes primárias (como um trecho do livro Minha luta, de Hitler) ou de especialistas sobre o
assunto. De acordo com o tempo disponível, essa atividade pode ser realizada em sala de aula, com
correção coletiva, ou em casa, com posterior correção individual.
Peça, ainda, aos estudantes que produzam individualmente uma dissertação utilizando os referenciais
propostos nas “atividades recorrentes” do “Plano de Desenvolvimento” sobre a relação entre as crises
econômicas e políticas e o aumento da intolerância e da xenofobia em uma sociedade.
Espera-se que, além de basear suas opiniões e comentários em dados de fonte confiável, eles concluam
que não se justificam ações violentas como resposta a qualquer tipo de crise, propondo ações que levem
ao entendimento comum e à tolerância.
Professor (a)!
Neste 2º momento, trataremos da Crise de 1929 e seus efeitos políticos, econômicos e sociais no Brasil.
A sugestão é que você estimule os estudantes a serem protagonistas durante o desenvolvimento do
conteúdo e das atividades, levando-os à reflexão crítica e autônoma, de forma que estejam sempre no
centro do processo de aprendizagem, exercendo assim o seu protagonismo e sua atitude pesquisadora e
historiadora.
83
O objetivo central da(s) aula(s) é que os estudantes possam compreender os efeitos (consequências)
políticos, econômicos e sociais sofridos pelo Brasil a partir do desencadeamento da crise econômica de
1929, especialmente no que concerne aos problemas enfrentados pelo setor cafeeiro, principal base da
economia brasileira até aquele momento. E, para tanto, será utilizada a imprensa como fonte de análise
privilegiada da representação destes efeitos.
ETAPA 1
Dê uma cópia do texto “Crise de 1929: impactos no Brasil”, para os estudantes. Peça que façam
individualmente a leitura e marquem os pontos que acharem mais importantes. Em seguida, faça uma
discussão sobre o tema do texto. Incentive a participação de toda a turma.
ETAPA 2
Apresente ou projete imagens de charges sobre os impactos da Crise de 1929 no Brasil para a turma.
Peça que analisem as mesmas. Durante a análise dos estudantes, faça as interferências que se fizerem
necessárias para melhor consolidação do conteúdo estudado. Procure abordar os aspectos políticos,
econômicos e sociais.
ETAPA 3
Nesta etapa vamos trabalhar uma notícia de jornal retratando a Crise de 1929, para aprofundar e
consolidar o conteúdo.
Separe a turma em grupos de quatro alunos, de forma que possam se ajudar mutuamente.
Oriente-os a fazer a leitura da notícia e em seguida a discutirem sobre o tema buscando o diálogo, o
compartilhamento de conhecimento e, claro, respeitando as ideias e opiniões dos colegas, mesmo que
elas sejam divergentes.
Entregue cópias ao grupo ou projete em data show, trechos da notícia “Crise de 1929 atingiu
economia e mudou a ordem política no Brasil”, disponível no endereço eletrônico
https://m.folha.uol.com.br/mercado/2009/10/642391-crise-de-1929-atingiu-economia-e-mudou-a-
ordem-politica-no-brasil.shtml?loggedpaywall#_.
Quando os grupos terminarem a análise e discussão da notícia, projete ou escreva na lousa a pergunta
abaixo e peça que respondam no caderno. Ressalte para a turma que eles podem e devem responder
utilizando o conhecimento adquirido anteriormente na análise das charges. Se achar necessário,
determine um tempo para essa atividade.
84
Quais as consequências que o Brasil sofreu após a Crise de 1929?
ETAPA 4
Professor (a), se for conveniente pedagogicamente e você achar pertinente, faça um trabalho
interdisciplinar com a área de Linguagens, no que tange às regras da escrita de manchetes/reportagens
sobre a Crise de 1929 e seus impactos no Brasil. Numa parceria com os professores de Língua
portuguesa peçam que façam a correção e que os orientem sobre as normas específicas desse tipo
textual. Depois de corrigidas, a sugestão é que as notícias possam ser fixadas em um mural no pátio da
escola para que todas as turmas tenham acesso à exposição e possam compartilhar da criação dos
grupos.
85
ANEXO
TEXTO: AMERICAN WAY OF LIFE
● O American Way of Life surgiu no período entre guerras (1918-1939), com base no vertiginoso
aumento da produção industrial estadunidense, no grande sentimento de euforia pelo término da
Primeira Guerra mundial (1914-1918) e na promoção do incentivo ao consumismo no país.
● Com base nas ideias de trabalho, liberdade, consumo, privacidade e nas promessas de progresso
e felicidade, o modelo estabeleceu os valores e ideais do cidadão norte-americano, tentando
homogeneizar a população e criando um sentimento de pertencimento.
● É importante lembrar que a população afro-americana não usufruiu do American Way of Life, na
medida em que ainda lutava pelos direitos civis.
● Apesar do estilo de vida ter surgido no período entre guerras, ele foi retomado durante a Guerra
Fria e amplamente divulgado pelo rádio, TV e cinema, a fim de exportar o ideal capitalista,
fazendo dos EUA uma vitrine de sucesso.
● Entre as suas características, encontram-se o liberalismo, o nacionalismo, o capitalismo, a busca
pela felicidade e o consumismo midiático.
● Teve forte influência no Brasil durante o governo populista de Getúlio Vargas, que estabeleceu
acordos comerciais para a importação de produtos estadunidenses, entre eles, eletrodomésticos e
carros.
● Gerou o endividamento de grande parcela da população estadunidense, o que, associado à euforia
e à especulação da Bolsa de Valores, desencadeou a Crise de 1929, culminando na Grande
Depressão.
● O cenário de industrialização e a ampliação do acesso aos meios de comunicação, tais como TV,
rádio e cinema, possibilitaram a difusão do American Way of Life para o mundo.
86
TEXTO: CRISE DE 1929
Crise de 1929
▪ "A Crise de 1929, também conhecida como Grande Depressão, foi uma forte recessão econômica
que atingiu o capitalismo internacional no final da década de 1920. Marcou a decadência do
liberalismo econômico, naquele momento, e teve como causas a superprodução e especulação
financeira.
▪ Antes da crise de 1929 estourar, os Estados Unidos já ocupavam o posto de maior economia do
mundo. Antes mesmo da Primeira Guerra Mundial, a economia americana já possuía índices que
comprovavam essa supremacia, e os eventos da guerra só acentuaram a posição de potência
econômica internacional dos Estados Unidos.
▪ Em virtude do rápido crescimento da economia americana após a guerra, a década de 1920 foi um
período de grande euforia econômica, o qual ficou conhecido como Roaring Twenties (traduzido
para o português como Loucos Anos Vinte). Esse momento da história americana ficou marcado
principalmente pelo avanço do consumo de mercadorias, consolidando o American way of life, o
estilo de vida americano.
▪ O avanço da economia americana tornou o país responsável pela produção de 42% de todas as
mercadorias feitas no mundo. A nação também era a maior credora do mundo e emprestava
vultuosas somas de dinheiro para as nações europeias em processo de reconstrução (após a
Primeira Guerra). No quesito importação, os Estados Unidos eram responsáveis por comprar 40%
das matérias-primas vendidas pelas quinze nações mais comerciais do mundo.
▪ Essa euforia econômica refletia-se na população a partir de um consumismo acelerado, levando as
pessoas a comprarem carros e artigos eletrodomésticos de maneira desenfreada. Esse consumismo
ancorava-se, em parte, na expansão do crédito que acontecia no país sem nenhum tipo de
regulação ou intervenção estatal. A expansão do crédito também cumpria importante papel no
financiamento de diferentes atividades econômicas.
▪ Com esse quadro, os Estados Unidos viviam um momento de pleno emprego e rápido crescimento
industrial. Entre 1923 e 1929, os Estados Unidos possuíam uma taxa média de desemprego de 4%,
a produção de automóveis no país aumentou 33%, o número de indústrias instaladas no país
aumentou por volta de 10% e o faturamento do comércio quintuplicou.
▪ Por causa do boom econômico e da onda de euforia, as pessoas passaram a investir de maneira
intensa no mercado financeiro, disparando a especulação monetária. Durante a década de 1920, os
investimentos nas ações das empresas na bolsa de valores de Nova Iorque tiveram saltos
consideráveis.
▪ O sentido de especulação financeira aqui está relacionado com pessoas que compravam ações na
bolsa, esperando que elas se valorizassem, para logo em seguida revendê-las. Esse processo fazia
com que os valores das ações aumentassem — pois havia muitos compradores — e criava uma
falsa sensação de prosperidade. A continuidade desse falso cenário de prosperidade financeira e a
superprodução resultaram na quebra da economia americana."
▪ Toda essa prosperidade estava amparada em bases extremamente frágeis. O crédito desregulado e
o crescimento da especulação financeira criaram uma bolha de falsa prosperidade que estava à
beira do precipício. A sociedade tornou-se incapaz de perceber o que estava prestes a acontecer.
Esse processo foi explicado pelo historiador Hobsbawm da seguinte maneira: o que acontecia, como
87
muitas vezes acontece nos booms de mercados livres, era que, com os salários ficando para trás, os
lucros cresceram desproporcionalmente, e os prósperos obtiveram uma fatia maior do bolo
nacional. Mas como a demanda da massa não podia acompanhar a produtividade em rápido
crescimento do sistema industrial nos grandes dias de Henry Ford, o resultado foi superprodução e
especulação. Isso, por sua vez, provocou o colapso.
▪ A questão salarial que foi mencionada no trecho acima é muito importante para entendermos uma
das facetas da crise: a superprodução. Na década de 1920, a indústria dos Estados Unidos
expandiu-se e a produtividade do trabalhador aumentou. Esse aumento na produção, no entanto,
não foi acompanhado de aumentos salariais, pois os salários permaneceram estagnados. Assim, o
mercado não teve condições de absorver a quantidade de mercadorias que eram produzidas (nem o
mercado americano nem outros países conseguiam absorver essas mercadorias). Isso abalou a
esperança de rápida prosperidade de muitos que tinham ações de empresas americanas.
▪ Milhares de pessoas resolveram vender as suas ações no dia 24 de outubro de 1929, no que ficou
conhecido como Quinta-feira Negra. Nesse dia, mais de 12 milhões de ações foram colocadas à
venda, o que deixou o mercado em pânico. Essa situação se estendeu por dias e na segunda, dia
28, mais 33 milhões de ações foram colocadas à venda. Imediatamente o valor das ações
despencou, e bilhões de dólares desapareceram. A economia americana quebrou.
Fonte: Adaptado. Silva, 2023. Brasil Escola. Disponível em: em: https://brasilescola.uol.com.br/historiag/crise29.htm.
88
TEXTO: O QUE FOI O NEW DEAL
▪ Após longos períodos de prosperidade, a economia norte-americana foi impactada pela quebra da
Bolsa de Valores de Nova Iorque, em 1929. A crise faliu empresas e desempregou milhões de
pessoas, causando vários problemas sociais. Os republicanos perderam as eleições presidenciais de
1932, e o democrata Franklin Delano Roosevelt foi eleito para a Casa Branca, propondo um
programa econômico que recuperaria as finanças dos Estados Unidos e retomaria o seu pleno
desenvolvimento.
▪ O New Deal, como foi intitulado o programa do governo Roosevelt, aplicou as ideias econômicas de
John Keynes de maior intervenção estatal na economia. Até 1929, o liberalismo econômico fez com
que os órgãos governamentais não fiscalizassem as transações econômicas e as movimentações
financeiras feitas pela Bolsa de Valores de Nova Iorque, a principal do mundo capitalista.
▪ A proposta de Roosevelt para recuperar a economia norte-americana era: aumentar a presença do
Estado na economia ao fiscalizar as movimentações financeiras, controlar a produção para que as
mercadorias estocadas pudessem ser comercializadas, e executar obras públicas para acelerar a
criação de empregos.
▪ A quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque, em 1929, afundou a economia norte-americana em
uma grave crise, gerando desemprego e pobreza. Outros países também foram afetados pela
quebra da bolsa, e suas economias também colapsaram. Enquanto o mundo capitalista estava em
crise, a União Soviética não sentiu diretamente os efeitos e pôde se posicionar como uma
alternativa ao modelo econômico predominante no Ocidente.
Texto adaptado: Higa, 2023. Mundo Educação. Disponível em:https://mundoeducacao.uol.com.br/historia-america/new-
deal.htm.
89
TEXTO: CRISE DE 1929: IMPACTOS NO BRASIL
Nessa época, o Brasil tinha o café como principal e maior produto de agroexportação. Os
Estados Unidos da América era o maior comprador do nosso grão. Com a Grande Depressão, os EUA e
diversos importadores diminuíram o consumo do café brasileiro – o que diminuiu drasticamente o
preço do produto. Então, o governo brasileiro optou por fazer a compra e queima dos
excedentes das colheitas, com isso, o estoque era diminuído e o grão valorizado.
Internacionalmente, os países que estavam atrelados ao sistema de crédito norte-americano também
foram atingidos e sofreram uma grande recessão. No caso do Brasil, a redução da exportação de café
foi um dos principais efeitos, a qual resultou na limitação da entrada de dividendos e reduziu a
capacidade de importações do país.
Os cafeicultores tiveram prejuízos gigantescos. No auge dessa crise, o país enfrentou transformações
políticas profundas com o acontecimento da Revolução de 1930. O novo governo teve Getúlio Vargas
como presidente provisório.
Para superar esse cenário negativo, o governo brasileiro, com Getúlio Vargas na presidência (1930-
1945) – além de realizar a famosa compra e queima do café excedente para ajudar os produtores,
adotou medidas protecionistas com o intuito de incentivar a indústria nacional e alinhar a produção
agrária a esses interesses.
Além da compra e queima de café, Vargas criou em 1931 o Conselho Nacional do Café (CNC) para
proteger o principal produto do país.
Assim, foi necessário diversificar a indústria nacional para abastecer o mercado interno, causando
assim uma inflexão no modelo importador até então vigente para uma nova matriz nacional de
produção e consumo, além de aumentar a entrada de capital nas indústrias do país. Tais ações
fizeram a indústria brasileira crescer 11,2% entre 1933-1939 dissipando, assim, os efeitos da crise no
país.
Textos compilados e modificados.
Silva, 2023. Brasil Escola. Disponíveis em: https://brasilescola.uol.com.br/historiag/crise29.htm.
Elias, 31 out. 2022. Estratégia Vestibulares. Disponível em:
https://vestibulares.estrategia.com/portal/materias/historia/crise-de-1929/.
Info Enem, 23 abr. 2021. Disponível em: https://infoenem.com.br/como-a-crise-de-1929-afetou-o-brasil/.
90
CHARGES
Crise de superprodução
Política do Café com Leite
91
Queima de café.
Revolução de 1930
Fonte: (Valor café, 2019) Fonte: (História livre -ilustrador Mollica- [s/d])
TEXTO: CRISE DE 1929 ATINGIU ECONOMIA E MUDOU A ORDEM POLÍTICA NO BRASIL
A Crise de 1929 atingiu em cheio a economia do Brasil, muito dependente das exportações de um
único produto, o café. Mas, mais do que gerar dificuldades econômicas, o crash que completa 80
anos em 2009 provocou uma mudança no foco de poder no país, acabando com um pacto político
interno que já durava mais de trinta anos.
Entre os anos de 1894 e 1930, o presidente da República foi eleito pelos paulistas barões do café
num mandato, e no outro pelos pecuaristas mineiros. Era a chamada política do café com leite,
viabilizada pela hegemonia da oligarquia cafeeira paulista na época e que garantiu a formação de
uma economia agrícola praticamente monoexportadora no país.
Em 1929, a quebra nos mercados acionários do mundo provocou uma forte queda nos preços
internacionais das commodities. "O Brasil era fortemente dependente das exportações de café, e
tinha uma enorme dívida externa, que precisava ser financiada com essas vendas", afirma o professor
de História Econômica da FEA-USP, Renato Colistete.
Além da queda nos preços, a crise provocou uma diminuição na renda e no consumo no mundo todo,
prejudicando ainda mais as vendas de café. As exportações do produto, que chegaram a US$ 445
milhões em 1929, caíram para US$ 180 milhões em 1930. A cotação da saca no mercado
internacional, caiu quase 90% em um ano.
Fogueira
Na tentativa de conter a queda, o governo federal comprou grande parte dos estoques dos
produtores, e queimou 80 milhões de sacas do produto. "A ideia era queimar para diminuir a oferta e
aumentar o preço internacional, porque o Brasil era o maior país exportador", segundo Marcos
Fernandes, coordenador do Centro de Estudos dos Processos de Decisão da FGV-SP.
"A crise arruinou a oligarquia cafeeira, que já sofria pressões e contestações dos diferentes grupos
urbanos e das oligarquias dissidentes de outros Estados, que almejavam o controle político do Brasil",
explica Wagner Pinheiro Pereira, doutor em História pela USP e autor do livro "24 de Outubro de
1929: A Quebra da Bolsa de Nova York e a Grande Depressão".
Poder
O que aconteceu, então, foi que o foco do poder no país foi deslocado para o gaúcho Getúlio Vargas,
que se tornou presidente da República após a Revolução de 1930. "Do ponto de vista político, a crise
foi importante porque desviou o foco do poder para Getúlio Vargas e para um projeto de
industrialização", diz Fernandes.
O novo presidente, porém, sabia que, mesmo com o fim da oligarquia paulista, o café não podia ser
deixado de lado. Assumiu, então, uma nova política de defesa da cafeicultura, na tentativa de
equilibrar os preços e evitar a superprodução.
"Não podemos esquecer que Getúlio era o pai dos pobres e a mãe dos ricos", diz Fernandes. "Ele
tratou de não romper tão radicalmente com a oligarquia agrícola, e o café continuou sendo
importante no Brasil. Isso começa a mudar mesmo a partir de Juscelino Kubitschek e, principalmente,
a partir do Golpe de 1964."
A Grande Depressão, porém, dificultou os esforços do governo para ajudar o café e "somente no final
da década de 1930 o café começou a recuperar os bons preços nos mercados internacionais",
segundo Pereira.
Texto. Disponível em: Fonte: Vallone, 24 out. 2009. Folha de São Paulo. Disponível em:
https://m.folha.uol.com.br/mercado/2009/10/642391-crise-de-1929-atingiu-economia-e-mudou-a-ordem-politica-no-
brasil.shtml?loggedpaywall#_.
92
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referência: versão 1.0. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira; Diretoria
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KARNAL, Leandro; FERNANDES, Luiz E. de O; BACKX, Isabela; VIERA, felipe de P. G; ABREU, Marcelo;
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MAGNOLI, Demétrio (Org.) História das Guerras. Editora Contexto. São Paulo. 2006.
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EM 16 OUT.2023.
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93
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2023.
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SEQUÊNCIA DIDÁTICA ADAPTADA. Disponível em:https://pnld.moderna.com.br/wp-
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SILVA, Bruno Izaías. Coronelismo. Info Escola. [S. l.], 2023.
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WIKIMEDIA. Voto de Cabresto. In: Commons,2008. disponível em:
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WIKIPEDIA. Carlota Pereira de Queiroz, a única mulher da assembleia constituinte de 1934. 10 out.
2023. Disponível em:<
https://pt.wikipedia.org/wiki/Constitui%C3%A7%C3%A3o_brasileira_de_1934>. Acesso em 19 out
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WIKIPEDIA.Abaporu.3 abril 2019. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Abaporu>. Acesso em 16
out.2023.
.
94
MATERIAL DE APOIO PEDAGÓGICO PARA APRENDIZAGENS – MAPA
REFERÊNCIA
2024
COMPETÊNCIA ESPECÍFICA:
Competência 1: Analisar processos políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais nos âmbitos
local, regional, nacional e mundial em diferentes tempos, a partir da pluralidade de procedimentos
epistemológicos, científicos e tecnológicos, de modo a compreender e posicionar-se criticamente em
relação a eles, considerando diferentes pontos de vista e tomando decisões baseadas em argumentos e
fontes de natureza científica.
OBJETO(S) DE
HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:
A reflexão ética: o problema (EM13CHS104) Analisar objetos e vestígios da cultura material e imaterial
da ação moral e dos valores. de modo a identificar conhecimentos, valores, crenças e práticas que
caracterizam a identidade e a diversidade cultural de diferentes
Estética: uma reflexão sobre
sociedades inseridas no tempo e no espaço.
a arte e a cultura.
(EM13CHS106) Utilizar as linguagens cartográfica, gráfica e iconográfica,
Filosofia da ciência: o dilema diferentes gêneros textuais e tecnologias digitais de informação e
das tecnologias e suas impli- comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas
cações éticas. práticas sociais, incluindo as escolares, para se comunicar, acessar e
A busca pelo sentido da exis- difundir informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e
tência e as diversas respostas exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.
ao longo do tempo/espaço.
A reflexão sobre a multiplici-
dade: as diferenças conceitu-
ais e as visões de mundo dos
filósofos em diferentes con-
textos no tempo/espaço.
Os modelos de regimes políti-
cos, a tecnociência e o capi-
talismo na pós-modernidade.
PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: Café filosófico: saboreando a comida enquanto cultura.
Entreter um convidado é
encarregar‑se de sua felicidade
durante o tempo todo em que
estiver sob nosso teto.
(SAVARIN, p. 22)
95
A) APRESENTAÇÃO:
Saudações!
Neste planejamento de filosofia exploraremos questões de ética e estética a partir da análise da comida
enquanto elemento distintivo da cultura humana. Para tanto, além dos momentos pedagógicos
fundamentados em aulas expositivas, propomos abaixo métodos complementares para auxiliá-lo(a) no
desenvolvimento de relações de ensino e aprendizagem mais significativas junto aos seus estudantes:
● A sala de aula invertida: para conhecer mais sobre esse método ativo de aprendizagem confira o
vídeo “Conheça a sala de aula invertida” (Disponível em: https://youtu.be/pADyAN15cZ0) e o
texto “Sala de aula invertida: por onde começar?” (Disponível em:
https://www.ifg.edu.br/attachments/article/19169/Sala%20de%20aula%20invertida_%20por%2
0onde%20começar%20(21-12-2020).pdf).
● O círculo / roda: para conhecer mais sobre esse método ativo de aprendizagem confira os textos
“Pensando sobre relacionamentos saudáveis nas escolas” (Disponível em: https://f92604e1-
77d0-434d-a988-
4ecc9b6ff7fe.filesusr.com/ugd/e7dad6_94e18c1acf724326830b514bcb52eac8.pdf) e “O poder e
o desafio dos círculos nas escolas” (Disponível em:
https://www.circulosemmovimento.org.br/_files/ugd/e7dad6_cb215a179c0e40a39f1ba694baf982
fa.pdf).
● O café filosófico: para conhecer mais sobre esse método ativo de aprendizagem confira os
artigos: “O café filosófico como possibilidade de refletir a sociedade” (Disponível em:
https://ufsj.edu.br/portal-repositorio/File/revistametanoia/5_ELCIONE.pdf) e “Café filosófico:
uma metodologia do ensino de filosofia do PIBID - PUC Goiás” (Disponível em:
https://periodicos.unesc.net/ojs/index.php/criaredu/article/view/2891/2676).
1) sensibilização: estabelecer conexões entre o tema da aula e a experiência prévia dos estudantes.
O presente planejamento busca desenvolver habilidades fundamentais para a formação crítica dos
nossos estudantes - além de promover a acolhida dos mesmos no início do ano letivo de 2024. Nesse
sentido, propomos uma reflexão acerca das dimensões ética e estética do ser humano, destacando a
comida como o elemento cultural central a partir do qual iremos tecer as nossas problematizações e
análises pedagógicas. De um modo geral, comer é uma atividade vital que nos iguala às muitas espécies
de animais que conhecemos. No entanto, o modo como selecionamos, preparamos e consumimos os
alimentos denota a singularidade do ser humano em comparação com os outros seres sencientes que
também necessitam se alimentar para permanecerem vivos. No transcorrer do tempo e do espaço, seja
a nível regional ou global, a comida definiu identidades e evidenciou distintas culturas - além de
promover trocas riquíssimas de afetos, sabores e desgostos entre os mais diversos povos.
96
Hoje lidamos incessantemente com uma profusão de informações advindas das mais variadas áreas que
estruturam a nossa sociedade: economia, religião, política, arte, ciência etc. E é notório que, muitas
vezes, mesmo contra a nossa própria vontade e discernimento, todos esses segmentos originam saberes
que condicionam visceralmente as relações que estabelecemos com a comida. Para compreendermos
melhor como os elementos mencionados acima se fazem presentes no nosso dia a dia é importante
analisarmos, em parceria com os estudantes, os objetos que compõem as nossas culturas material e
imaterial, na tentativa de identificar valores e crenças que se manifestam em nossas práticas cotidianas.
Ainda nessa perspectiva, é crucial levarmos em consideração as referidas análises (realizadas a partir de
diferentes linguagens que evidenciam a comida enquanto fator distintivo da cultura humana) de modo a
promovermos o nosso protagonismo e a nossa autoria tanto a nível pessoal quanto a nível coletivo.
Recomendamos que toda a proposta aqui presente seja desenvolvida em consonância com a vida
concreta dos estudantes: anseios, frustrações, curiosidades, aspirações… Assim será possível promover
uma atitude filosófica de forma pragmática no cotidiano dos jovens e adultos de sua escola, subsidiando
reflexões significativas para a composição de seus projetos de vida e para a realização de ações
relevantes para a transformação de seus contextos sociais. Vale ressaltar que os elementos integrantes
deste planejamento (procedimentos metodológicos, contextualizações, desenvolvimento, recursos,
encaminhamentos e avaliações) podem ser modificados e adaptados de acordo com a realidade da
escola e com os recursos pedagógicos e tecnológicos disponíveis para você e seus estudantes. Ademais,
é importante que a interdisciplinaridade entre as perspectivas filosóficas, históricas, geográficas e
sociológicas desempenhe um papel significativo na preparação e no desenvolvimento deste
planejamento (adiante, nesta sequência didática, você encontrará algumas sugestões para trabalhar a
interdisciplinaridade dentro da área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas - doravante, CHSA). Desse
modo, a ordenação, a estruturação e a articulação dos objetos de conhecimento e das ações
pedagógicas aqui presentes poderão ser efetivadas de modo mais eficiente e eficaz.
Por fim, o presente planejamento pode ser utilizado para estruturar uma ou mais aulas de
acordo com as especificidades das turmas atendidas, a flexibilidade de seu planejamento de
ensino ou outras conveniências pedagógicas. Além disso, vale a pena refletir sobre a
pertinência do uso de sistemas de gerenciamento de conteúdos, como o Google Classroom,
para um melhor aproveitamento do tempo destinado ao desenvolvimento das atividades a
serem realizadas tanto em casa quanto em sala de aula.
B) DESENVOLVIMENTO:
1° MOMENTO
Quadro e pincel.
Projetor multimídia.
Recursos e providências
Acesso à internet.
Textos impressos.
Observações preliminares: De modo a favorecer a dinâmica das atividades que serão desenvolvidas
na escola, sugerimos a seguir alguns textos e vídeos para serem explorados pelos estudantes em casa,
antes da aula. Com relação a este primeiro momento do planejamento, contemplando as etapas de
sensibilização e problematização, indicamos o artigo de opinião “O círculo em sala de aula impede que
os alunos fiquem invisíveis” (Disponível em: https://www.cartacapital.com.br/opiniao/o-circulo-em-sala-
97
de-aula-impede-que-os-alunos-fiquem-invisiveis/) e o capítulo “O prazer de comer” do livro Comida:
prazeres, gozos e transgressões (Disponível em:
https://static.scielo.org/scielobooks/35m/pdf/nascimento-9788523209070.pdf - para consultar apenas o
capítulo em questão, acesse: https://books.scielo.org/id/35m/pdf/nascimento-9788523209070-14.pdf).
De acordo com a organização das intervenções pedagógicas adotada por você (quantidade de aulas
estruturadas a partir do presente planejamento), defina o modo como as referências acima serão
disponibilizadas para os estudantes (textos impressos? Arquivos digitais?). É importante solicitar aos
estudantes que façam anotações sobre os conteúdos abordados nos textos e vídeos disponibilizados por
você, de modo que esses registros possam ser utilizados em sala de aula para subsidiar os debates que
serão propostos. No início e/ou fim de alguns momentos previstos neste planejamento você encontrará
indicações de materiais complementares para serem examinados pelos estudantes em casa, de modo a
favorecer a apreensão de objetos de conhecimento e o desenvolvimento de competências cognitivas e
socioemocionais durante as atividades a serem realizadas na escola.
Etapa de sensibilização: Após a acolhida dos estudantes, convide-os para organizar as mesas e as
cadeiras da sala em um formato circular e, na sequência, apresente para eles as habilidades e as
propostas didáticas que serão trabalhadas ao longo das próximas aulas. Depois de ajudar os estudantes
a organizarem o espaço no qual a aula ocorrerá, explicite para eles o tema da presente aula e comece
perguntando sobre quais as vantagens de se acomodarem de forma circular para conversar e
compartilhar ideias. Você pode sondar junto aos estudantes, por exemplo, em quais situações eles
comumente se reúnem em círculos - dentro e fora da escola - e com quais objetivos. Após conferir
algumas de suas respostas, apresente para eles a legitimidade do Círculo como um método ativo de
aprendizagem, evidenciando as suas vantagens para uma formação integral do sujeito e para a
implementação permanente de uma cultura de acolhimento e de paz na escola. Para tanto, você pode
explorar as potencialidades dos Círculos tal como apresentadas nos dois textos sugeridos na
apresentação deste planejamento. De modo a facilitar esse processo - e contextualizar melhor o tema
em questão - comece evidenciando trechos significativos do texto analisado pelos estudantes em casa.
Por exemplo:
Sim. Sentamo-nos em círculo hoje. Partindo do Iluminismo, discutimos sobre intolerância religiosa, o
que me deixou muito feliz. Trabalho em um território no qual 80% das crianças e dos adolescentes
frequentam igrejas denominadas evangélicas. Infelizmente, pastores neopentecostais têm sido
responsáveis pela disseminação do ódio contra as religiões de matriz africana.
Penso que esse debate só foi possível porque estabelecemos uma relação de confiança. Eles sabem
que ao organizar um círculo não estou ali para impor minha opinião, mas para orientar, ouvir, refletir.
Eles sabem que o meu maior interesse é colaborar para a construção de um mundo em que nenhum
tipo de preconceito ou discriminação seja tolerado. Eles sabem que estou ali para dividir o que sei e o
que vivi.
Ao adotar diferentes formas de organização da sala de aula, tenho percebido um maior interesse por
parte dos alunos em relação às atividades ministradas. Atividades realizadas em dupla e em grupo na
maioria das vezes são feitas com mais entusiasmo. O círculo impede que “os alunos fiquem
invisíveis”. Todos têm o direito de falar e de ser ouvido.
O círculo tem contribuído para o processo de inclusão dos alunos excluídos em função de suas
deficiências. Durante o debate, Miguel, que tem deficiência intelectual, pediu para conduzir a leitura.
98
Foi uma surpresa para todos nós. Em três anos, ele jamais havia participado da aula.
Miguel leu no tempo dele. Sem qualquer interrupção dos colegas. Fiquei olhando. Tentando me
conter. Ao ler, ele estava me dizendo que se sentia incluído através da nova organização da sala. Ele
estava dizendo que tinha vontade de participar, mas recalcava esse desejo ao se esconder atrás dos
colegas no formato tradicional da sala. Quando propus as aulas em círculo, jamais imaginei isso. Daí
a minha emoção. (TOLENTINO, 2018).
Quais sentimentos são suscitados nos estudantes a partir do resgate do relato acima, apresentado pela
professora de história Luana Tolentino? Eles conseguem identificar, a partir de suas próprias
experiências escolares, as vantagens de se organizar em círculo? Provavelmente algum estudante ainda
tenha lembranças de quando frequentava o ensino infantil e se sentava em círculo junto à sua turma,
em diversas ocasiões - como, por exemplo, na hora da merenda. O círculo sempre favoreceu a
integração das pessoas, as relações democráticas, a tolerância a partir do exercício da escuta, a partilha
dos saberes. Estranhamente, perdemos esse hábito no âmbito educacional ao longo das etapas dos
ensinos fundamental e médio…
No decorrer desse debate, caso algum estudante apresente um exemplo da organização circular
envolvendo o âmbito da alimentação (sentar-se à mesa em casa para comer na companhia da família,
na praça de alimentação do shopping para lanchar com os amigos, ao redor de uma fogueira para
celebrar um reencontro enquanto degusta algum petisco, o próprio ato de merendar na escola etc.),
aproveite a ocasião para fazer uma transição/complementação entre esses dois assuntos. Se não houver
nenhum exemplo nesse sentido, você pode criar o vínculo entre essas duas temáticas a partir, por
exemplo, de uma representação artística. Abaixo, sugerimos a pintura “O jantar” (1868-1869) do artista
francês Claude Monet:
99
A partir desse momento, sugerimos que você explore junto aos estudantes qual a relação deles com a
alimentação:
As indagações elencadas acima podem servir como um ótimo pretexto para o desenvolvimento de
reflexões mais complexas originadas a partir do diálogo entre a filosofia e outros componentes
curriculares. Abaixo, destacamos um trecho do texto “O prazer de comer”, lido em casa pelos
estudantes, que pode ensejar o início de um bom debate interdisciplinar no âmbito das CHSA:
Ele [o jurista gastrônomo do século XVIII-XIX, Brillat-Savarin] foi o primeiro a apontar o caráter
hedonista da alimentação, enfatizando o desejo de comer para além do instinto de nutrição. Concluiu
que o medo do sofrimento motiva os homens a perseguirem situações que lhes proporcionem um
prazer imediato e concreto. Apostou na influência dos alimentos sobre a moral dos homens, sua
imaginação e percepções. Considerou que o “hedonismo gastronômico” é ético, uma vez que implica
sociabilidade. Julgando impossível um júbilo solitário, argumentou que a satisfação pessoal só tem
sentido pela e para a satisfação do outro semelhante. Afirmou que o prazer da mesa nos consola ou
compensa perdas, permite reconciliar o corpo consigo mesmo.
Onfray ressaltou a dimensão hedonista no trabalho de Brillat-Savarin. Considerou sua obra um elogio
à arte de gozar do ponto de vista gustativo, gastronômico. Ele faz o elogio do hedonismo porque sabe
que a tragédia domina o mundo. O medo da morte, da dor, do sofrimento conduz os homens a
preferirem o que lhes promete um prazer imediato e real. Tanto o trágico é inevitável, quanto o gozo
é necessário. Daí a paixão dos homens pelas divindades, especialmente aquelas que fizeram do bem-
estar um objeto de adoração potencial.
Se Berchoux tentou fazer da gastronomia uma disciplina científica, Brillat-Savarin contribuiu para que
ela fosse, não apenas uma ciência, mas uma arte. Dessa forma, a culinária permitiria, então, a
aproximação de um dos cinco sentidos - o paladar - com a arte, e, consequentemente, o espírito com
o corpo. Estavam abertas as portas para a valorização do prazer de comer e do prazer da mesa.
(NASCIMENTO, 2007b, p. 193-194).
100
Seguindo essa mesma proposta de intervenção interdisciplinar, outra possibilidade interessante que
pode ser explorada nesta etapa de sensibilização é a verificação junto aos estudantes se o tema da
alimentação já foi abordado alguma vez no âmbito das aulas do componente curricular Projeto de Vida.
Para otimizar essa alternativa, você pode alinhar antecipadamente algumas questões sobre essa
temática com o(a) professor(a) responsável pelas aulas de Projeto de Vida em sua escola. Por exemplo:
pensando na dimensão pessoal do Projeto de Vida, como a máxima de Brillat-Savarin “Dize-me o que
comes e te direi quem és” (A fisiologia do gosto, 1825) pode subsidiar reflexões sobre quem somos, o
que desejamos e como comprometemos o nosso futuro a partir do que comemos no momento
presente? E sobre as dimensões social e profissional dos projetos de vida dos estudantes: há tempo e
espaço significativos dedicados ao tema da alimentação? Por quê?
Abaixo, sugerimos alguns questionamentos que podem ser compartilhados com os participantes da roda
de conversa, de modo a estimular o debate:
101
● Enfim, qual relação podemos estabelecer entre comida e cultura a nível local, estadual, nacional
e global?
Com relação às possíveis abordagens interdisciplinares envolvendo o tema comida e cultura, separamos
abaixo algumas sugestões que podem ser consideradas por você com vistas a estabelecer um diálogo
mais direto entre a filosofia e os outros três componentes curriculares que integram a área de CHSA.
A partir das sugestões supracitadas você pode promover o aprofundamento dos estudos da comida
enquanto cultura de várias formas distintas, estabelecendo uma parceria com os outros(as)
professores(as) da área de CHSA de sua escola. Nessa perspectiva - e de modo um pouco mais
específico, selecionamos as habilidades e os objetos de conhecimento acima no intuito de contextualizar
e preparar os estudantes para a atividade que será realizada no terceiro momento deste planejamento:
o café filosófico. Nesse sentido, partindo de uma abordagem mais concreta e literal, as habilidades e os
objetos de conhecimento em destaque favorecem, por exemplo, o estudo da cultura do café
propriamente dito: a organização dos processos migratórios relacionados ao seu cultivo no país, a sua
importância econômica e cultural na primeira República no Brasil, a organização do trabalho e das
102
classes sociais brasileiras envolvidas com a produção cafeeira etc. Para além dessa possibilidade,
também é interessante considerar articulações entre as CHSA e as outras áreas do conhecimento: tratar
da comida enquanto cultura permite interlocuções expressivas entre a filosofia e a biologia, a química, a
educação física, as artes, a matemática etc.
Sobre os aspectos culturais relacionados ao café, há muitas informações interessantes que podem ser
indicadas para os estudantes analisarem em casa (ou para serem apropriadas por você e seus colegas
da área de CHSA, de modo a tornar as suas intervenções interdisciplinares mais atrativas e instigantes).
A jornada do café, desde a sua origem até a sua chegada ao Brasil, é permeada por grandes aventuras
e reviravoltas - além de ter uma forte relação com a história das ideias. Sobre este tópico, você pode
conferir, por exemplo, as seguintes referências: o podcast Scicast #472 - A história do café (Disponível
em: https://www.deviante.com.br/podcasts/scicast-472/), o vídeo “Café: o pó preto que vicia”
(Disponível em: https://youtu.be/p1oIEypn_DU?si=60JUhNVKO4gIQeTE), o texto “‘Café alterou curso da
História e fomentou ideias do iluminismo e do capitalismo', diz pesquisador” (Disponível em:
https://www.bbc.com/portuguese/articles/clm1857vrg5o), o vídeo “Como o café escraviza você”
(Disponível em: https://youtu.be/dHCuKEVORO4?si=W2WRqvAGvv7Bcygd), o texto “Mil reais o quilo:
cocô de ave 'esconde' café brasileiro de luxo” (Disponível em:
https://www.uol.com.br/nossa/noticias/afp/2023/09/15/mil-reais-o-quilo-coco-de-passaro-esconde-cafe-
brasileiro-de-luxo.htm), o texto “Barista vencedor do Campeonato Mundial investe em cafés brasileiros”
(Disponível em:
https://www.em.com.br/app/noticia/degusta/2023/07/12/interna_degusta,1519107/barista-vencedor-
do-campeonato-mundial-investe-em-cafes-brasileiros.shtml).
Essa intervenção interdisciplinar pautada pelo exame da importância do café em vários âmbitos do
conhecimento, pode ser um ponto de partida interessante para levar os estudantes a perceberem como
a fragmentação do conhecimento pode comprometer uma compreensão mais ampla acerca das
temáticas sobre as quais nos debruçamos na escola. Sendo a atitude filosófica caracterizada pela
totalidade, é possível exercitar o olhar crítico dos estudantes com vistas a combater essa fragmentação
dos saberes - fragmentação esta que comumente favorece a construção e a disseminação de narrativas
parciais e tendenciosas, ruídos de comunicação, desonestidades intelectuais, fake news etc. Nesse
sentido, não basta apenas sabermos o que é o café, mas também o que pode um café. Nos
encaminhamentos que você encontrará ao final do segundo momento deste planejamento, iremos
apresentar mais informações sobre o café filosófico e como você pode lançar mão dessa ferramenta
pedagógica para promover reflexões significativas não apenas na escola, mas também junto à
comunidade escolar como um todo.
2° MOMENTO
Quadro e pincel.
Projetor multimídia.
Recursos e providências
Acesso à internet.
Textos impressos.
103
habilidades a serem desenvolvidas e as próprias manifestações dos estudantes estão alinhadas e
calcadas sobre uma dimensão pragmática relacionada aos nossos modos de vida. Na sequência,
dedique-se a dirimir dúvidas que porventura tenham surgido e, em seguida, inicie a etapa de
investigação, de modo a promover adiante reflexões e conexões entre os assuntos explorados no 1º
momento do planejamento e os excertos apresentados abaixo.
Encaminhamentos: Sugerimos que você dedique um tempo significativo deste segundo momento do
planejamento para apresentar aos estudantes a dinâmica do café filosófico que será realizado adiante.
Após a apreciação e o estudo dos excertos disponibilizados acima, explique para os estudantes que o
café filosófico será uma ocasião oportuna para que eles exercitem as suas habilidades de aplicação e
criação de conceitos, composição de argumentos, identificação de ideologias, refutação de raciocínios
infundados, apropriação de suas realidades social e política, celebração dos pequenos prazeres da vida
etc.
O café filosófico teve sua origem na França, em 1992, por iniciativa de Marc Sautet (1947-1998). Aos
domingos, pela manhã, Sautet costumava ir ao Café des Phares, na praça da Bastilha, e conversar com
as pessoas presentes sobre os mais variados temas, escolhidos ali na hora, sem nenhuma definição
prévia. Nas palavras do próprio Sautet, essas manhãs transcorriam “numa troca incessante de
argumentos mais ou menos sólidos, escorados em exemplos mais ou menos pertinentes, destinados a
fundamentar tomadas de posição mais ou menos apressadas. Às 13 horas diz-se a última palavra. E se
marca um encontro para a semana seguinte.” (SAUTET, p. 9). Em certa medida, Sautet se inspirava em
Sócrates e seu modus operandi de fazer filosofia: na praça pública, em meio ao povo, utilizando-se de
ironia para ajudar os seus concidadãos a parir novas ideias e saberes. Diante deste panorama geral, vale
destacar outra afirmação de Sautet:
Não digo que esse exercício requeira o alvoroço e a multidão. Apenas afirmo que uma coisa não
impede a outra e que, num barzinho, mesmo com cento e cinquenta pessoas, pode-se entabular uma
reflexão que merece ser chamada de “filosófica”. Entabular não significa levar a termo. Significa...
entabular. Com a liberdade posterior, para quem quiser aprofundar o assunto, de mergulhar nos livros
evocados de improviso, de iniciar um diálogo a sós com um autor citado de passagem, na mais
completa calma. (SAUTET, p. 11).
O café filosófico pode ser realizado de várias formas: a partir de uma conversa entre todos os
participantes, tendo um ou mais convidados como expoentes principais sobre o tema em questão (com
um momento para perguntas ao final da preleção) etc. Fique à vontade para organizar o café filosófico
do modo que mais julgar conveniente. No entanto, é importante dar voz aos estudantes, convidando-os
para participar do processo de definição do formato que será adotado para essa atividade. De um modo
geral, você pode organizar apresentações individuais ou em grupos, trazer um convidado para mobilizar
essa intervenção pedagógica (um educador da própria escola, um membro da comunidade escolar, um
especialista sobre um tema específico etc.) ou apenas organizar a turma em um Círculo para debater
104
questões que instigue a curiosidade e a participação todos. Para tornar esse assunto mais familiar aos
estudantes e rememorá-los sobre a filosofia socrática, você pode sugerir os seguintes materiais para
eles apreciarem em casa: o texto “Como nasceu o popular café filosófico? E o que Sócrates tem a ver
com isso?” (Disponível em: https://medium.com/@alexandrehahn/como-nasceu-o-popular-caf%C3%A9-
filos%C3%B3fico-e-o-que-s%C3%B3crates-tem-haver-com-isto-196acd4a297f) e o vídeo “Sócrates
(resumo) / Filosofia” (Disponível em: https://youtu.be/6xPhM31pqEs?si=9JOuMncsmqLXHBnV).
Para ilustrar como um café filosófico pode mobilizar reflexões envolvendo questões genuinamente
filosóficas e alimentares, você pode indicar para os estudantes o vídeo “Ética na alimentação”
(Disponível em: https://youtu.be/lrzEKcBdHoU?si=jskgxD6mTHXRZ8Fi), que trata sobre sofrimento
animal, questões climáticas, sistemas econômicos, organização política, propostas educacionais, dentre
outros temas. Para fundamentar ainda mais as reflexões éticas a respeito dos modos como nos
relacionamos com o âmbito da alimentação, sugerimos que você também disponibilize para os
estudantes o texto “Veganismo: por uma outra ética humana que valorize a história dos animais.
Entrevista especial com Ana Paula Perrota” (Disponível em: https://www.ihu.unisinos.br/categorias/159-
entrevistas/587493-veganismo-por-uma-outra-etica-humana-que-valorize-a-historia-dos-animais-
entrevista-especial-com-ana-paula-perrota). Os temas, conceitos e problematizações abordados tanto no
vídeo quanto no texto supramencionados podem ser sistematizados pelos estudantes em casa, a partir
de registros no caderno, para servirem como base argumentativa durante o café filosófico, por exemplo.
3° MOMENTO
Quadro e pincel.
Projetor multimídia.
Recursos e providências
Acesso à internet.
Textos impressos.
Com relação à sua arquitetura, o café filosófico pode ser estruturado em distintos blocos, organizados
por temáticas afins que podem ir se encadeando progressivamente. Por exemplo:
105
BLOCO TEMA ÁREAS DA FILOSOFIA
Nesse formato, você pode conectar os temas sugeridos a partir das colocações que forem sendo
apresentadas pelos estudantes, começando o café filosófico questionando sobre a importância do
simbolismo da comida para o ser humano e, na sequência, promovendo reflexões sobre os
tempos/espaços de preparo da comida e a sua relação com a felicidade, sobre a instância do desejo e
como este pode conduzir a patologias quando mal administrado, sobre como a mídia e a indústria
condicionam a nossa relação com os alimentos, sobre a questão do gosto e dos valores que sustentam
determinadas dietas etc. As possibilidades aqui são muitas e podem ser tão flexíveis quanto o
posicionamento manifestado pelos estudantes - cabendo à você, manter o escopo filosófico do debate.
No entanto, para esta atividade, sugerimos que você adote um formato inspirado naquele concebido por
Marc Sautet: com os estudantes acomodados confortavelmente em um formato circular e conversando
espontaneamente sobre os assuntos que serão suscitados no transcorrer do café filosófico. Nesse
sentido, é importante incentivar os estudantes a se manifestarem durante o café filosófico, levando-os a
propor temas para o debate e a articular/refutar posicionamentos apresentados pelos seus pares - mas
sempre respeitando a vontade daqueles que não desejarem protagonizar momentos significativos no
debate. Nesse contexto, você pode servir como mediador do café filosófico, ora expondo
problematizações a serem consideradas, ora criando ocasiões para que os estudantes sejam os
proponentes de tais questões. Lembre-se de sempre resgatar durante o café filosófico aquelas
manifestações feitas pelos estudantes durante as etapas de sensibilização, problematização e
investigação - tentando estabelecer conexões, contradições e lançando mão de outras estratégias que
favoreçam a qualidade do debate.
● A seguir apresentamos alguns questionamentos que podem subsidiar a conversa durante o café
filosófico: Como a comida se encontra na interseção entre natureza e cultura? Por que podemos
dizer que o órgão do gosto é o cérebro?
● O que define que um mesmo alimento possa ser considerado guloseima em um lugar e tabu em
outro?
● Como a conjugação do medo da fome com o desejo de comer pode resultar em problemas
graves de saúde pública?
● Como a comida pode mediar a relação entre culturas distintas?
106
● Apesar de podermos encarar os elaborados preparos da comida como um marco civilizatório,
porque neste registro cultural a alimentação (que sempre teve como objetivo preservar a vida)
pode representar um risco de doença e morte para nós?
● Por que para o ser humano o direito à alimentação não é apenas uma questão de sobrevivência,
mas sim de dignidade?
● Como a filosofia de Kant pode contribuir para desenvolvermos reflexões sobre a moralidade
dessa questão?
● Pensando na história da filosofia, porque o paladar foi considerado inferior à visão e à audição?
Qual a relação de Platão com essa hierarquização dos sentidos?
● Aspectos intelectuais (conhecimentos diversos, sistematização de vivências prévias etc.) podem
determinar a nossa experiência gustativa? Por que?
● O que define o ato de comer como uma atividade social? Como podemos definir o saber do
paladar?
● Por que a gastronomia/culinária pode ser encarada como uma atividade estética? E como o
efêmero se caracteriza enquanto elemento deste processo?
● De que modo os cinco sentidos são engajados na arte da gastronomia? Como o movimento Slow
Food pode ser considerado uma atitude ética e política contra as instâncias que contribuem para
a manutenção da sociedade de produção e consumo?
● Como é possível promover prazer e sabedoria ao desacelerarmos as nossas ações relativas à
comida (cultivo, preparo, ingestão etc.)?
● Como os Círculos podem promover um estado de presença e desacelerar a nossa relação com a
comida - propiciando escolhas mais saudáveis, éticas, autônomas etc.?
● Como a alienação e a ideologia configuram, desde a nossa infância, a relação que estabelecemos
com a comida? Como a sociedade disciplinar (Foucault), a sociedade de controle (Deleuze) e a
sociedade do desempenho (Byung-Chul Han) impactam o nosso cotidiano a partir das
determinações sobre a relação que estabelecemos com a comida?
● Como instaurar uma política da inatividade e de que forma isso pode melhorar o modo como
lidamos com a alimentação? Quais estratégias podemos utilizar para modificar a nossa
experiência com o tempo, otimizando o seu uso e o prazer decorrente dele?
● Por que a escola é um lugar privilegiado para dar início a essa transformação?
● Por que o veganismo é uma atitude ética no que diz respeito à alimentação? E quais críticas
podemos endereçar ao veganismo enquanto movimento ético?
A partir das questões apresentadas anteriormente, aponte contradições comportamentais típicas dos
seres humanos no que diz respeito à alimentação - e como elas marcam presença em sua vida.
Neste planejamento, o café filosófico é o cerne da etapa de conceituação. Durante esse momento os
estudantes irão explorar e identificar processos, situações, contradições, relações e outras atitudes que
dizem respeito às nossas vivências e simbolismos alimentares. Diante disso, eles devem ser incentivados
a conceituar tais constatações. Para tanto, é importante você se familiarizar com a concepção de Gilles
Deleuze de que filosofar equivale a criar conceitos. De modo a elucidar melhor essa perspectiva, você
pode conferir o texto “Deleuze - O que é um conceito?” (Disponível em:
https://razaoinadequada.com/2017/09/27/deleuze-o-que-e-um-conceito/). Um trecho bem elucidativo
deste texto - e que pode ser socializado e debatido com os estudantes em sala de aula - segue
transcrito abaixo:
107
No intuito de aprimorar as conversas durante o café filosófico (e, aproveitando o ensejo, já ilustrar para
os estudantes como um conceito é concebido), sugerimos que você explore junto à sua turma três
conceitos importantes para evidenciar a postura crítica inerente à atitude filosófica - postura essa que
deve pautar as intervenções durante o café filosófico. São eles: sociedade disciplinar, sociedade de
controle e sociedade do desempenho. Esses conceitos cunhados respectivamente pelos filósofos Michel
Foucault, Gilles Deleuze e Byung-Chul Han fornecerão uma base significativa para mediar a
argumentação dos estudantes, favorecendo a articulação de ideias e o próprio ato de conceituar. Para
rememorar esses três conceitos, confira os vídeos “Sociedade de controle: como as redes sociais te
controlam?” (Disponível em: https://youtu.be/3qff6SO_bzw?si=ayH1qvbt8KdcirDS) e “O pensamento do
filósofo Byung-Chul Han” (Disponível em: https://youtu.be/7in4qoH9V_M?si=TKDjNwBAYf4g811g). Caso
julgue pertinente, disponibilize antecipadamente esses materiais para serem apreciados pelos
estudantes em casa, antes da realização do café filosófico. Para além dos vídeos mencionados, segue
abaixo alguns excertos sobre o tema que também podem provocar reflexões significativas por parte dos
estudantes:
4° MOMENTO
Quadro e pincel.
Projetor multimídia.
Recursos e providências
Acesso à internet.
Textos impressos.
Avaliação do café filosófico/café filosófico enquanto avaliação: Após a acolhida dos estudantes,
avalie junto a eles quais eram as suas expectativas acerca do café filosófico e se essas expectativas
foram correspondidas ao término do debate. Caso julgue oportuno, aproveite esse momento de
avaliação do café filosófico para também realizar uma avaliação diagnóstica da turma. Considere, a
partir das opiniões manifestadas pelos estudantes, se as habilidades previstas para serem trabalhadas
neste planejamento foram desenvolvidas de modo satisfatório - e, caso não tenha sido contemplada
adequadamente, aproveite o momento de resolução de atividades adiante para dirimir, na medida do
possível, alguma defasagem que tenha sido constatada. Você ainda pode otimizar essa avaliação
diagnóstica levando em consideração as anotações realizadas pelos estudantes (tanto em casa quanto
na sala de aula) e as apropriações dessas informações registradas por eles. Isso pode ser verificável
tanto ao interpelar os estudantes quanto às suas expectativas sobre o café filosófico quanto durante a
108
resolução das atividades logo mais.
O café filosófico como evento escolar permanente: Após fazer um balanço do café filosófico, você
pode conjecturar, em colaboração com a sua turma, possibilidades de tornar esta atividade um evento
fixo no calendário escolar. O café filosófico pode ocorrer de diversas formas: ao final de cada bimestre
como uma etapa avaliativa dos componentes curriculares da área de CHSA; fora da escola, como um
modo de apropriação dos espaços públicos e de fortalecimento do vínculo com a comunidade escolar;
acompanhado de preparos de aperitivos e bebidas temáticas, relacionados aos conteúdos explorados
nos debates desenvolvidos em sala de aula etc. Essa prática pode ser acolhida pela escola e inserida em
seu Projeto Político-Pedagógico (PPP) como uma prática permanente a ser vivenciada em datas
celebradas junto à comunidade escolar - como o dia da família, dia da mulher, dia da consciência negra,
dia do livro, dia do folclore, semana de educação para a vida etc. Em datas como estas, por exemplo,
especialistas e membros da comunidade escolar poderiam ser convidados para compartilhar os seus
estudos e experiências sobre o tema em evidência na data em questão.
Outra possibilidade é utilizar o café filosófico como ensejo para preparar feiras e clubes de trocas a
partir do uso de moedas sociais - estratégia esta que promove a boa convivência, a cultura de paz, a
economia solidária e outras práticas que contribuem para o desenvolvimento de competências cognitivas
e socioemocionais de toda a comunidade escolar. Ainda nessa perspectiva, talvez a sua escola possa
organizar cafés filosóficos/pedagógicos bimestrais, para os quais os responsáveis pelos estudantes
seriam convidados com o objetivo de acompanhar mais de perto o desenvolvimento pedagógico dos
discentes e conhecer melhor os valores da instituição de ensino, a partir de uma conversa com a gestão
escolar e com os professores, por exemplo. Em todas essas ocasiões é possível evidenciar as ações e o
protagonismo estudantil a partir das atividades desenvolvidas na escola - atividades estas que também
podem subsidiar muitas outras práticas e reflexões capazes de fortalecer a comunidade escolar, uma vez
que elas podem se consolidar como um exercício de resistência frente às funestas facetas que
caracterizam as sociedades disciplinar, de controle e de desempenho.
Dependendo da região do estado de Minas Gerais que você vive, pode ser possível até mesmo realizar
um café filosófico em uma fazenda de café - ocasião oportuna, por exemplo, para explorar de modo
mais significativo a região na qual a escola está inserida e estreitar vínculos com a comunidade escolar.
Nesse sentido, as informações e problematizações presentes nos vídeos e textos indicados nos
encaminhamentos ao final do 2° momento deste planejamento podem contribuir para a organização
dessa atividade. Participar de um café filosófico enquanto saboreamos um café especial e aprendemos
sobre o plantio do fruto, a colheita, a torragem, os métodos de extração e as formas de degustação
deve ser uma experiência quase transcendental - principalmente quando, concomitantemente,
apreendemos as relações dessa cultura com os âmbitos da filosofia, da geografia, da história e da
sociologia. No entanto, vale ressaltar que há observações importantes a serem consideradas com
relação à ingestão de café por crianças e adolescentes. Para saber mais sobre essa questão, consulte o
texto “Caféina pode ser prejudicial à saúde das crianças e adolescentes” (Disponível em:
https://drauziovarella.uol.com.br/pediatria/cafeina-pode-ser-prejudicial-a-saude-das-criancas-e-
adolescentes/).
Resolução de atividades: Por fim, de modo a efetivar este último momento do planejamento, solicite
aos estudantes que realizem em sala de aula as atividades constantes no “MAPA 2024 - Material para o
estudante”, anexo a este planejamento. Durante a resolução das atividades, coloque-se à disposição dos
estudantes e busque contribuir com a elucidação das atividades disponibilizadas para a turma,
subsidiando elementos que promovam a atitude de conceituação e o desenvolvimento da autonomia de
todos durante essa intervenção pedagógica. Para aprimorar esse momento final da sequência didática,
109
você pode consultar os materiais sobre o método ativo sala de aula invertida, disponibilizado na
apresentação deste planejamento - desse modo, será possível arquitetar com maior qualidade o
presente processo de resolução de atividades, além de averiguar com mais eficiência o engajamento dos
estudantes com relação ao desenvolvimento das habilidades previstas no início deste material didático.
110
ANEXO
TEXTO 1
Comida é cultura quando produzida, porque o homem não utiliza apenas o que encontra na natureza
(como fazem todas as outras espécies de animais), mas ambiciona também criar a própria comida,
sobrepondo a atividade de produção à de predação. Comida é cultura quando preparada, porque,
uma vez adquiridos os produtos-base da sua alimentação, o homem os transforma mediante o uso
do fogo e de uma elaborada tecnologia que se exprime nas práticas da cozinha. Comida é cultura
quando consumida, porque o homem, embora podendo comer de tudo, ou talvez justamente por
isso, na verdade não come qualquer coisa, mas escolhe a própria comida, com critérios ligados tanto
às dimensões econômicas e nutricionais do gesto quanto aos valores simbólicos de que a própria
comida se reveste. Por meio de tais percursos, a comida se apresenta como elemento decisivo da
identidade humana e como um dos mais eficazes instrumentos de comunicá-la. [...] Na oposição
assado/cozido, está igualmente implícito uma contraposição de gênero. A panela que ferve sobre o
fogão doméstico faz parte preferivelmente das competências femininas. A gestão do fogo para assar
as carnes é frequentemente uma operação masculina, aliás, máscula, que traz imagens de
simplicidade brutal, de domínio imediato sobre as forças da natureza. Em toda a sua ambiguidade,
essas imagens continuam a condicionar os nossos modos de pensar a relação com a comida. [...] A
comida não é “boa” ou “ruim” por si só: alguém nos ensinou a reconhecê-la como tal. O órgão do
gosto não é a língua, mas o cérebro, um órgão culturalmente (e, por isso, historicamente)
determinado, por meio do qual se aprendem e transmitem critérios de valoração. Por isso esses
critérios são variáveis no espaço e no tempo: o que em determinada época é julgado positivamente,
em outra pode mudar de caráter; o que em um lugar é considerado uma guloseima, em outro pode
ser visto como repugnante. A definição de gosto faz parte do patrimônio cultural das sociedades
humanas. [...] A abundância de comida, típica das sociedades industriais pós-modernas, traz
problemas novos e de difícil solução para uma cultura historicamente marcada pelo medo da fome e
pelo desejo de comer muito - atitudes e comportamentos permanecem condicionados a isso, e a
irresistível atração pelo excesso, que uma história milenar de fome imprimiu nos corpos e nas
mentes, neste ponto começa a bater: nos países ricos, as doenças por excesso alimentar, que
antigamente era privilégio de poucos, tornam-se um fenômeno de massa, substituindo as
tradicionais doenças de carência. [...] Assim como a língua falada, o sistema alimentar contém e
transporta a cultura de quem a pratica, é depositário das tradições e da identidade de um grupo.
Constitui, portanto, um extraordinário veículo de auto-representação e de troca cultural: é
instrumento de identidade, mas também o primeiro modo para entrar em contato com culturas
diversas, uma vez que comer a comida de outros é mais fácil - pelo menos aparentemente - que
codificar sua língua. Mais ainda que a palavra, a comida se presta a mediar, entre culturas diversas e
abrindo os sistemas de cozinha a todo tipo de invenções, cruzamentos e contaminações.
(MONTANARI, p. 15-16; 80-81; 95; 123; 183-184).
Acontece que, no caso de todas as outras espécies, a busca por alimento – uma necessidade vital –
ocorre de modo seguro, segundo as leis naturais, mas a experiência da alimentação humana nos
mostra que, deixados à determinação de nossos impulsos e inclinações, somos levados a contrariar a
lei natural de manutenção da vida, tornando imperativo buscar o porto seguro da razão. No nosso
caso, os obstáculos não são criados pela natureza, mas pela natureza humana. À diferença dos
outros animais, não nos alimentamos apenas guiados por impulsos sensíveis e sabemos que nem
sempre o que é agradável é também saudável. Existe uma necessidade fisiológica que nos impele à
111
busca pelo alimento, sem dúvida, mas somente seres racionais podem tomar interesse por alguma
coisa. Certamente, o interesse está presente na relação do homem com o alimento, na medida em
que o agradável pode influir na vontade por meio das sensações. [...] A alimentação faz parte da
nossa vida cotidiana, temos hábitos alimentares que são produzidos a partir das mais diversas
influências, o que nos permite situar esta atividade no âmbito da cultura. Poderíamos, fazendo uma
analogia com a ideia de progresso em Kant, dizer que saímos da brutalidade no campo alimentar –
quando dividíamos com os animais os produtos da natureza – para um estado civilizatório, em que
desenvolvemos técnicas que mudaram profundamente a forma de obtenção de alimentos e até
mesmo a forma como a natureza produz seus frutos. Por outro lado, o progresso da técnica na
produção de alimentos trouxe uma grande contradição em relação à sua finalidade natural de
manter a vida, na medida em que muitos alimentos, ao invés de vida e saúde, portam consigo o
risco de morte ou doença. [...] Kant pensou a moralidade como destinação do homem (possível
somente para a espécie). Nas Lições de Ética, ele nos diz que viver como homens é viver
dignamente e não degradando a nossa humanidade. Reconhecemos na falta do alimento uma
condição indigna para o ser humano, o que nos levou a resgatar na dignidade humana o
fundamento do direito à alimentação, algo que é essencial para a realização da destinação do
homem, segundo a perspectiva teleológica de Kant. Entretanto, se pensada a alimentação apenas do
ponto de vista meramente fisiológico, sabemos que é possível “manter-se vivo”, embora de forma
indigna, como milhões de pessoas que não se alimentam adequadamente e vivem naquilo que
consideramos “condições sub-humanas” ou “indignas” de vida. Isto nos mostra que há um ideal de
alimentação a ser perseguido, um ideal de moralidade, segundo o qual será possível rejeitar certas
escolhas alimentares por serem imorais, na medida em que firam a dignidade humana. (SOARES, p.
112; 116; 118).
Historicamente, o paladar foi submetido à categoria dos sentidos inferiores, materiais e baixos, junto
ao olfato e em contraposição a sentidos superiores, intelectuais e nobres, como visão e audição. Na
perspectiva de Platão, a culinária seria comparável à retórica: uma atividade empírica, destinada a
seduzir e a satisfazer uma necessidade primária e não atrelada ao conhecimento, já que não tem
origem em leis dedutíveis e tampouco pertence ao domínio das artes, por não representar prazer
intelectual. Ou seja, os resultados advindos do paladar seriam físicos, efêmeros e não dignos de um
homem racional. De fato, a construção ocidental elevou o status da visão e audição como
representantes do saber, da fé e da arte. O tato foi conectado a um sentido ambíguo, capaz de
contato e proximidade, mas não capaz de interiorização. Paladar e olfato foram conectados a uma
materialidade e a um prazer físico que atravessa o corpo. [...] A experiência gustativa que ocorre e
se desenvolve em diferentes contextos, entendidos aqui como um conjunto de conexões em um
cenário de sentidos, não abriga regras de como apreciar e desfrutar o alimento. Almoçar em um
restaurante renomado é muito diferente de fazer uma refeição na beira da estrada em uma longa
viagem, mas não podemos afirmar que o prazer só pode ser encontrado no primeiro ou que a
experiência do paladar apenas acontece no segundo momento, tampouco que esses momentos são
construídos a partir de uma necessidade puramente biológica ou fisiológica. A saciedade, a
companhia, a circunstância, a negação (sei que o sabor não é bom, mas tenho fome e como), o
prazer refinado e outros aspectos têm influência direta sobre a experiência do paladar e isso é o
ponto de partida da complexidade utilizada como referência nessa construção teórica. [...] Tratar do
paladar significa , então, estar às margens da teoria da estética e construir uma teoria das margens
ao tratá-lo sob uma ótica de continuidade e de interação na relação entre natureza e cultura. Prazer,
conhecimento, necessidade, desejo, nutrição e gosto formam um único todo na experiência estética
do paladar. Nesse contexto de atravessamento entre natureza e cultura, comer é uma atividade
112
social em que a natureza comparece e o paladar se apresenta como uma habilidade capaz de gerar
prazer e conhecimento, através de uma característica endocorpórea atrelada a um cenário de
sentido, a um saber perceptivo intrinsecamente relacionado ao corpo, que deve ser observado,
refletido, introspectado, expresso, compartilhado e conceitualizado para dar conta de todas as suas
possibilidades. A estética do paladar, em suma, é uma estética relacional. [...] O saber do paladar
também pode ser entendido como uma forma de educação que busca ensinar uma linguagem capaz
de expressar uma apreciação racional do que é ingerido. Normalmente, esse é um processo gradual
que atua na dimensão dos aspectos perceptíveis e mensuráveis, capazes de esclarecer os esqueletos
dos processos de qualidade. Contudo, o processo de valoração da qualidade é socialmente
compartilhado e intimamente vivenciado. (BENEMANN, p. 332; 334; 335; 336).
A gastronomia é o domínio reservado de Eros ali onde triunfam quase exclusivamente as fúrias
mortais de Tanatos. impulso de vida, criativa e criadora, constituinte e regeneradora, a força vital é
a audácia cristalizada pelo conjunto dos ardores que, em nós, resistem à morte. Comer é instalar-se
no próprio centro do processo formador, gerador e conservador de si próprio. De certo modo, é
assistir à preparação de auroras quando se anunciam crepúsculos. Em sua obra, o artista-cozinheiro
é volúvel. Ele se narra, se mostra, teoriza. Ele escreve, desenha e explica, pinta e mostra o modo de
usar, produz um acontecimento e o explicita. Ao contrário, o cozinheiro-artista na maior parte do
tempo se instala no terreno da prática pura e dedica o essencial do seu tempo a fazer, a fabricar.
Homo sapiens contra homo faber, o verbo desdobrado contra o silêncio observado. Os que vêm do
mundo das belas-artes instalam de imediato a atividade culinária no domínio da estética, no terreno
dos artistas; os que atuam nas cozinhas são mais modestos, menos tagarelas e pedem que os
deixem no fogão. O que não impede que sejam de todo homens de arte. [...] Somente a época
contemporânea funcionou como espaço em que o efêmero pôde ser reivindicado e não tolerado.
Vestígios na areia, nos desertos africanos, movimentos de transe entre os dervixes giradores, ecos
que diminuem até se perder nas florestas onde se fazia música com o vento que canta nos ramos,
aromas destinados aos deuses nos sacrifícios praticados por contemporâneos de Homero, inúmeros
são os vestígios sem vestígio, as memórias pobres, as lembranças já quase desaparecidas ao surgir.
O que essas artes produzem, como a cozinha, é o imaterial, uma substância que não é una, que
transborda as categorias em que o real está habitualmente fechado. E a natureza desses imateriais
acumulados é o efêmero, o precário, o que dura um dia, às vezes nem isso. Pois a cozinha é uma
arte do tempo. Do tempo e do preparo aplicado ao alimento, às matérias comestíveis, suscetíveis de
ingestão. Arte do tempo e das cores, dos volumes e dos materiais, ela se assemelha às das belas-
artes que, justamente, tratam desse aspecto: música e pintura, arquitetura e escultura. Duração no
tempo: os cozimentos; aspecto no espectro luminoso: cores; formas desenvolvidas num espaço em
três dimensões, conquista dos volumes estendidos numa dimensão espacial; apresentação num
prato; inscrição num dobrar ou desdobrar de texturas, lisas, estriadas, fibrosas, longas ou curtas:
arquitetura e escultura. A matéria é o objeto desse efêmero que devemos esculpir como um artista,
antes do desaparecimento, do aniquilamento. Todas as operações de cozinha significam e celebram
as modificações trazidas à matéria: desenformar, corar, assar, fritar, escaldar, grelhar, ferver,
abafar, flambar, cozinhar é agir especificamente no tempo; talhar, cortar, amaciar, cinzelar, picar,
amarrar, enfarinhar é agir no terreno da forma; soltar, disfarçar, distender, moer, furar; encrespar,
ligar, conservar é intervir nas texturas; refogar, aferventar, refrescar, condimentar, temperar é
querer produzir efeitos sobre a cor, sobre a luz. Em todos os casos de figura, a ação conjugada
sobre o tempo, a forma, as texturas, as cores vem da prática estética ou artística. As operações
culinárias têm em mira os estados da matéria: exacerbar o vermelho de um pimentão, o aroma de
um cogumelo, a elasticidade, o crocante, a maciez de uma torta, de uma massa, a ductilidade e
113
maleabilidade de uma carne, o cremoso de um molho. Os cinco sentidos são, portanto, convocados
em sua totalidade e não solicitados parcialmente nem solicitados pela metade; são interrogados num
perfume, numa consistência, num sabor, numa impressão visual. O cérebro inteiro está projetado na
matéria assim variada, diversificada. A materiologia é disciplina associada à gastronomia. Porém a
matéria não é eterna em sua configuração. Sua essência perdura, certamente, mas a composição
em que aparece ou se mostra é precária. Desde Demócrito os materialistas afirmam, com razão, que
só existe uma substância, única e diversamente modificada, sempre frisando que na modificação
reside a natureza formal do real e que só existe eternidade nos componentes, não no composto.
Sem dúvida, a composição culinária obedece a essas leis elementares. Eternidade dos elementos,
precariedade dos alimentos; imortalidade do simples, fugacidade do complexo. A cozinha é forma
tomada, em espaço e em tempo dados, por uma energia e uma vontade de artista feitas estilo. O
cozinheiro é um escultor de tempo que toma o pretexto da matéria. E por isso ele é condenado ao
efêmero. (ONFRAY, p. 167-168; 169-171).
O movimento Slow Food, criado pelo jornalista Carlo Petrini em 1986, na Itália, tornou-se uma
associação sem fins lucrativos em 1989 e, atualmente, tem sede também na Alemanha, Suíça,
Estados Unidos, França, Japão e Reino Unido, além de contar com apoiadores em 150 países, dentre
eles o Brasil. O termo apareceu logo após a manifestação contra a abertura de uma lanchonete de
fast food em Roma e deu nome ao manifesto que colocava em questão a vida acelerada, a confusão
entre eficiência e frenesi e preconizava, então, uma vida mais lenta, sustentada nos princípios e
prazeres dos sentidos e da sabedoria. O movimento vem marcar, sobretudo, a contraposição da
padronização das refeições rápidas, o chamado Fast Food. Seu princípio básico consiste no direito ao
prazer da alimentação e advoga pela necessidade de que todos sejam bem informados, tornando-se
coprodutores e não meros consumidores. Segundo seu manual, ao preconizar a boa comida, a
importância do prazer associado à alimentação e um ritmo de vida mais lento, defende que o
alimento precisa ser bom, limpo e justo. O alimento deve ter um bom sabor, precisa ser cultivado de
forma limpa, ou seja, sem causar prejuízos a nossa saúde, ao meio ambiente e aos animais, bem
como os produtores devem ter seus direitos respeitados e receber remunerações adequadas ao seu
trabalho. Com o propósito de conter a propagação da alimentação fútil, apressada e padronizada, o
Slow Food busca ainda resgatar as culinárias locais, os produtos tradicionais, assim como preservar
as espécies vegetais e animais. Para tanto, investe em uma educação articulada, estando presente
em escolas, associações, cooperativas, centros culturais. [...] Mais do que resistência, portanto, em
tempos de controle e de sujeição a imperativos de vida saudável, acreditamos que movimentos
como o Slow Food podem demarcar uma abertura potente para o viver. Esta crença não significa, é
claro, negar a importância dos cuidados relacionados à alimentação na busca por uma qualidade de
vida, nem tampouco contribuições médicas e nutricionais, mas, isto sim, apostar na potência de
movimentos que promovam um exercício crítico acerca dos modos de pensar e de se relacionar com
os discursos/práticas alimentares no contexto político-subjetivo atual. (BAYÃO & DAMOUS, p. 163;
165).
Cada vez mais nos assemelhamos àquelas pessoas ativas que “rolam tal como pedra, conforme a
estupidez da mecânica”. Dado que percebemos a vida apenas em termos de trabalho e
desempenho, compreendemos a inatividade como um déficit que deve ser corrigido o mais rápido
possível. A existência humana está totalmente absorvida pela atividade. Por isso, é possível explorá-
la. Perdemos o sentido da inatividade, a qual não representa uma incapacidade, uma recusa, uma
simples ausência de atividade, mas uma capacidade em seu próprio direito. A inatividade tem a sua
própria lógica, sua própria linguagem, sua própria temporalidade, sua própria arquitetura, seu
114
próprio esplendor, sua própria magia. Ela não é uma fraqueza, uma falta, mas uma intensidade que,
todavia, não é nem percebida nem reconhecida na nossa sociedade da atividade e do desempenho.
Não temos acesso ao reino e à riqueza da atividade. A inatividade é uma forma reluzente da
existência humana. Hoje, ela esmaeceu até se tornar uma forma vazia de atividade. Nas relações de
produção capitalistas, a inatividade retorna como o de fora que é incluído. Nós a chamamos de
“tempo livre”. Uma vez que o tempo livre serve para se recuperar do trabalho, permanece preso à
sua lógica. Como um derivado do trabalho, ele é um elemento funcional no interior da produção.
Com isso, desaparece o tempo de fato livre, que não pertence à ordem do trabalho e da produção.
Não conhecemos mais aquele repouso sagrado, festivo, que “reúne em si intensidade vital e a
contemplação, e que consegue reuni-los mesmo quando a intensidade vital se torna selvageria”.
Falta, ao “tempo livre”, tanto a intensidade da vida quanto a contemplação. Ele é um tempo que
matamos a fim de não deixar nenhum tédio surgir. Não é um tempo livre, vivo, mas um tempo
morto. A vida intensa significa hoje, sobretudo mais desempenho ou mais consumo. Esquecemos
que a inatividade que nada produz representa uma forma reluzente e intensa de vida. À obrigação
para o trabalho e para o desempenho deve-se opor uma política da inatividade que possa produzir
um verdadeiro tempo livre. A inatividade constitui o Humanum. O que torna o fazer genuinamente
humano é a parcela de inatividade que há nele. [...] Inatividades demandam tempo. Elas exigem
muito tempo, um demorar-se intenso, contemplativo. Elas são raras em uma época da pressa, na
qual tudo se tornou tão a curto prazo, de tão curta respiração e de vista tão curta. Hoje, impõe-se
em todo lugar a forma de vida consumista, na qual toda necessidade deve ser satisfeita
imediatamente. Não temos mais a paciência para a espera, na qual algo pode lentamente
amadurecer. O que conta é apenas o efeito de curto prazo, o êxito rápido. Ações se encurtam em
reações. Experiências se diluem em vivências. Sentimentos se empobrecem em emoções e afetos.
Não temos acesso à realidade, que só se revela a uma atenção contemplativa. (HAN, p. 9-11; 26).
115
TEXTO 2
A filosofia não possui compromisso nenhum com o Universal, com o consenso ou com a doxa
(opinião). Seus caminhos são outros, ela opera por singularidades. Para Deleuze e Guattari, o
conceito será o centro da filosofia, sua razão de ser; podemos resumir tudo em uma fórmula
simples: Filosofar = criar conceitos. Pode parecer estranho em um primeiro momento, talvez prático
demais. Quer dizer então que os conceitos não estão escondidos por trás dos fenômenos, ou
brilhando no céu? Sim, é exatamente isso, filosofar é a prática de criar, inventar, construir, talhar e
dar consistência aos conceitos. E podemos ir além, não há altar para os conceitos, eles precisam ser
arrancados do ato do pensamento.
Mas por que inventaríamos conceitos em um primeiro momento? Qual a razão de inventar conceitos
e por que eles seriam necessários? É preciso inventar conceitos por uma razão simples, porque eles
surgem para resolver problemas. Da mesma maneira que se inventam ferramentas para resolver
problemas, os conceitos são utensílios existenciais, inventados para superar e solucionar problemas
que o ato de viver encontra em seu caminho.
Todo conceito surge para resolver um problema. Todo e qualquer conceito surge porque de uma
maneira ou de outra havia uma pedra no meio do caminho, no meio do caminho havia uma pedra. A
pedra é o acontecimento, e o conceito é a vida que procura dar conta de si mesma, superando os
obstáculos através do pensamento. Sendo assim, o filósofo cria conceitos para uma realidade
determinada: esta vida, esta existência, com estes problemas e estas questões a se resolver. O ato
filosófico continuamente reconceitualiza a existência, encarando os problemas e encontrando novas
formas e existir.
Ainda assim, conceitos não nascem do nada, claro, e também não são feitos de qualquer maneira,
eles também possuem histórias. Ainda assim, não é qualquer coisa que podemos chamar de
conceitos, eles nascem sendo atualizados por conceitos antigos, ou por adição e subtração de
componentes que os constituem.
Por isso a história da filosofia é diferente do ato de filosofar. O historiador da filosofia, e isso vale
para os professores de filosofia, fala dos conceitos em seus devires, suas transformações e criações.
Os filósofos não filosofam por um ato de espontaneidade, eles mergulham no caos, mas armados de
conceitos antigos, retirados de filósofos anteriores. Mas criar conceitos é sempre romper com a
história, é ser extemporâneo. Os problemas não são históricos, são imanentes. O filósofo olha para o
presente, pedindo por um futuro, criando mundos; já o historiador olha para o passado, tentando
compreender o presente. (TRINDADE, 2017).
116
TEXTO 3
A estratégia muda: no lugar da punição espetacular, é agora colocado em prática o ajuste constante
do homem ao seu meio, sua adaptação. Controlar, manipular multiplicidades é mais efetivo do que
violentar. As relações de poder só funcionam dentro desta trama complexa.
A disciplina é efeito do direito que acaba se tornando dever. As instituições disciplinares constituem a
vertente obscura da luta pelos direitos, elas protegem, mas também obrigam. Do universal nasce uma
assimetria local. A forma jurídica que garante os direitos com uma mão, opera as disciplinas com a
outra. Somos aparentemente iguais em direitos, mas a liberdade formal política é, ao mesmo tempo, a
escravidão das forças dos corpos. O direito universal, sonho dos juristas reformadores, se manifesta
como disciplina específica, efeito real da dominação.
Nas escolas, no trabalho, na prisão, no consultório do psiquiatra, o que se produz? Disciplina Infinita!
Pura e simplesmente! Interrogatório sem fim, formação continuada, processo nunca encerrado.
Dominação permanente de uma sociedade que sonhava com valores talvez altos demais para serem
colocados em prática. O sonho de liberdade, igualdade e fraternidade tornou-se o pesadelo da
escravidão, desigualdade e indiferença. (LAURO, 2017b).
Se a Disciplina marcava o tempo pelo relógio, o Controle percebe que o tempo cronológico é, na
verdade, pouco produtivo. É mais inteligente pensar qual o melhor momento. Em que momento pode-
se extrair mais de cada tipo de corpo? Para cada corpo, uma medida. A captura do tempo se dará no
campo da heterogênese. “Você rende mais à noite? Fique à vontade para fazer seu horário“. A
produção não se dá mais em turnos, ela acontece o tempo inteiro.
117
Conurbação Afetiva, bem monótona. O Controle atravessa as paredes pelas ondas eletromagnéticas
para fazer circular um número ínfimo de afetos. Deleuze fala que o plano da vez é a educação
nacional, e isto significa precisamente, a entrega da escola à empresa. Nossas escolas devem produzir
bons “Empreendedores de Si”. [...]
Imensas novas forças estão implicadas na Sociedade de Controle: as bolsas de valores, os bancos, as
empresas, a mídia, a publicidade. O processo de captura do Desejo não é simples. O Controle move
enormes quantidades de força reacionária: uma Axiomática. Primeiro, é preciso que as pessoas
acreditem que as demandas sociais são verdades inquestionáveis, que o país só cresce quando os
bancos lucram, que o produto melhor é o mais novo, que o metrô é o melhor uso do dinheiro
público. Segundo, é preciso capturar as palavras perigosas. Experiência, conceito, ação, invenção. Só
através da captura das máquinas de expressão é que se captura da multiplicidade em espaço aberto.
É por esse motivo que as instituições da grande Mídia tem tanto poder. Ao disputar a narrativa, elas
disputam a produção de pensamento. (LAURO, 2017a).
O sujeito de desempenho está livre da instância externa de domínio que o obriga a trabalhar ou que
poderia explorá-lo. É senhor e soberano de si mesmo. Assim, não está submisso a ninguém ou está
submisso apenas a si mesmo. É nisso que ele se distingue do sujeito de obediência. A queda da
instância dominadora não leva à liberdade. Ao contrário, faz com que liberdade e coação coincidam.
Assim, o sujeito de desempenho se entrega à liberdade coercitiva ou à livre coerção de maximizar o
118
desempenho. O excesso de trabalho e desempenho agudiza-se numa autoexploração. Essa é mais
eficiente que uma exploração do outro, pois caminha de mãos dadas com o sentimento de liberdade.
O explorador é ao mesmo tempo o explorado. Agressor e vítima não podem mais ser distinguidos.
Essa autorreferencialidade gera uma liberdade paradoxal que, em virtude das estruturas coercitivas
que lhe são inerentes, se transforma em violência. Os adoecimentos psíquicos da sociedade de
desempenho são precisamente as manifestações patológicas dessa liberdade paradoxal. (HAN, 2015,
p. 14-17).
119
REFERÊNCIAS
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: Introdução à Filosofia.
São Paulo: Moderna, 2016.
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Horizonte, 12 jul. 2023. Disponível em:
https://www.em.com.br/app/noticia/degusta/2023/07/12/interna_degusta,1519107/barista-vencedor-
do-campeonato-mundial-investe-em-cafes-brasileiros.shtml. Acesso em: 20 nov. 2023.
BAYÃO, Bianca; DAMOUS, Issa. Slow Food e as práticas atuais de cuidado com a alimentação. Trivium:
Estudos interdisciplinares, Rio de Janeiro, v. 10, n. 2, p. 155-166, 2018. Disponível em:
http://pepsic.bvsalud.org/pdf/trivium/v10n2/v10n2a04.pdf. Acesso em: 20 nov. 2023.
BENEMANN, Nicole Weber. Estética e experiência do gosto: contribuições para o debate sobre paladar,
gastronomia e arte. Tessituras: Revista de antropologia e arqueologia, Pelotas, v. 3, n. 2, p. 331-338,
jul.-dez, 2015. Disponível em: https://revistas.ufpel.edu.br/index.php/tessituras/article/view/415/376.
Acesso em: 20 nov. 2023.
BERGMANN, Jonathan; SAMS, Aaron. Sala de aula invertida: Uma metodologia ativa de
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BIERNATH, André. “Café alterou curso da História e fomentou ideias do iluminismo e do capitalismo”, diz
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BOYES-WATSON, Carolyn; PRANIS, Kay. Círculos em movimento: construindo uma comunidade
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BOYES-WATSON, Carolyn; PRANIS, Kay. Pensando sobre relacionamentos saudáveis na escola. In:
Círculos em movimento: construindo uma comunidade escolar restaurativa. Tradução de Fátima De
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CAFÉ: o pó preto que vicia. [S.l.: s.n.], 25 out. 2017. 1 vídeo (10:03min). Publicado pelo canal Buenas
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2023.
COMO o café escraviza você. [S.l.: s.n.], 15 set. 2023. 1 vídeo (1:44:09min). Publicado pelo canal Atila
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120
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MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Plano de Curso: ensino médio. Escola de Formação
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ROSSI, Paolo. Comer: necessidade, desejo, obsessão. Tradução de Ivan Esperança Rocha. São Paulo:
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SANTOS, João Vitor. Veganismo: por uma outra ética humana que valorize a história dos animais.
Entrevista especial com Ana Paula Perrota. Instituto Humanitas Unisinos, São Leopoldo, 16 mar.
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uma-outra-etica-humana-que-valorize-a-historia-dos-animais-entrevista-especial-com-ana-paula-perrota.
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SAUNDERS, Clare et. al. Como estudar filosofia: guia prático para estudantes. Tradução de Vinícius
Figueira. Porto Alegre: Artmed, 2009.
SAUTET, Marc. Um Café para Sócrates: como a filosofia pode ajudar a compreender o mundo de
hoje. Tradução de Vera Ribeiro. Rio de Janeiro: José Olympio, 2012.
SAVARIN, Brillat-. A fisiologia do gosto. Tradução de Paulo Neves. São Paulo: Companhia das Letras,
2017.
SCICAST 472: A história do café. Entrevistadores: Tarik Fernandes, Marcelo de Matos, Rafael Silva,
Bruna Karla Santos, Samantha Martins, Willian Spengler. [S.l.]: Portal Deviante, 11 fev. 2022. Podcast.
Disponível em: https://www.deviante.com.br/podcasts/scicast-472/. Acesso em: 20 nov. 2023.
SILVEIRA JÚNIOR, Carlos Roberto. Sala de aula invertida: por onde começar? Instituto Federal de
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SOARES, Sônia. Kant em defesa da alimentação saudável. Princípios: Revista de Filosofia, Natal, v. 23,
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https://youtu.be/3qff6SO_bzw?si=3doCS9cQ25U9TLJO. Acesso em: 20 nov. 2023.
SÓCRATES (resumo) / Filosofia. [S.l.: s.n.], 09 jul. 2022. 1 vídeo (12:01min). Publicado pelo canal
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20 nov. 2023.
122
TOLENTINO, Luana. “O círculo em sala de aula impede que os alunos fiquem invisíveis.” Carta Capital,
São Paulo, 11 jul. 2018. Disponível em: https://www.cartacapital.com.br/opiniao/o-circulo-em-sala-de-
aula-impede-que-os-alunos-fiquem-invisiveis/. Acesso em: 20 nov. 2023.
TRINDADE, Rafael. Deleuze: o que é um conceito? Razão inadequada, São Paulo, 27 set. 2017.
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nov. 2023.
123
MATERIAL DE APOIO PEDAGÓGICO PARA APRENDIZAGENS – MAPA
REFERÊNCIA
2024
COMPETÊNCIA ESPECÍFICA:
Competência 4: Analisar as relações de produção, capital e trabalho em diferentes territórios, contextos
e culturas, discutindo o papel dessas relações na construção, consolidação e transformação das
sociedades.
OBJETO(S) DE
HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:
TEMA DE ESTUDO: A relação entre acesso à educação e mundo do trabalho: desafios e perspectivas.
A) APRESENTAÇÃO:
Neste planejamento de aula, exploraremos a relação intrínseca entre acesso à educação e mundo do
trabalho, analisando as suas dimensões e desafios contemporâneos. O objetivo é desenvolver habilidades
fundamentais para que os estudantes compreendam como a educação influencia suas trajetórias
profissionais e como as políticas de inclusão são essenciais para garantir acesso igualitário ao mercado de
trabalho.
Propomos uma reflexão acerca das transformações técnicas, tecnológicas e informacionais, considerando
os impactos dessas mudanças nas relações de trabalho. Ao longo da aula, serão abordados conceitos,
dados relevantes e debates sobre as políticas públicas necessárias para promover a equidade,
especialmente para jovens, mulheres, negros e outras minorias sociais.
A aula será conduzida de forma participativa, incentivando a interação dos estudantes e promovendo
debates que estimulem a reflexão crítica. Utilizaremos recursos como textos, vídeos, e discussões em
grupo para enriquecer a compreensão dos temas abordados.
Enquanto profissionais da Educação, somos convidados a adotar uma perspectiva pedagógica que
transcende as fronteiras convencionais do ensino. Diante da complexa interseção entre educação e
trabalho, vamos refletir sobre as implicações profundas desta relação na tessitura de nossa sociedade.
O cerne de nosso propósito é ir além da transmissão de conhecimento e promover uma compreensão
crítica das relações de produção, capital e trabalho. Encorajo cada um de vocês a cultivar não apenas
receptores de informações, mas agentes capazes de analisar e transformar as dinâmicas que regem o
nosso mundo.
124
Ao reconhecer a imperatividade de políticas que garantam acesso igualitário ao mercado de trabalho,
instamos a um compromisso profundo com a construção de um ambiente educativo inclusivo e justo.
Nesta empreitada, a diversidade não é apenas celebrada; ela é a força propulsora da inovação e da
prosperidade coletiva.
Na vanguarda desta jornada, encontra-se a necessidade de preparar nossos estudantes para as
transformações técnicas, tecnológicas e informacionais da contemporaneidade. A compreensão destas
mudanças é essencial para capacitá-los a enfrentar os desafios que o futuro do trabalho impõe.
Cada diálogo, cada atividade prática, moldará mentes inquisitivas e preparará nossos alunos para a
complexidade do mundo que os aguarda. Este é um compromisso que transcende as paredes da sala de
aula; é um investimento no futuro de uma sociedade mais justa e igualitária.
Em meio aos desafios, vejam as oportunidades para inspirar, questionar paradigmas e guiar os
estudantes em direção a uma compreensão profunda das relações que permeiam educação e trabalho.
A formalidade do ambiente educacional não deve ser um entrave, mas sim um veículo para o rigor e a
seriedade necessários para moldar as mentes de forma impactante.
Dessa maneira, cada sessão de aula se configura como um chamado para sensibilizar os estudantes
diante dessa realidade. Durante esse momento, é essencial estimular uma reflexão acerca do mundo
que os cerca, fomentando uma análise crítica; orientar sobre como avaliar essa realidade, encorajando a
busca por compreensão dos processos históricos e sociais que contribuíram para a configuração atual;
por fim, motivar cada aluno a agir diante dessa realidade, propondo soluções para os conflitos sociais
vigentes. Entretanto, é imperativo que cada etapa seja conduzida com diligência, atentando-se aos
conceitos fundamentais da sociologia e estabelecendo um diálogo consistente com a teoria sociológica
pertinente.
B) DESENVOLVIMENTO
1º MOMENTO
125
Ao observarmos a realidade do acesso à educação, evidenciam-se disparidades significativas. Segundo
dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ainda persistem desafios consideráveis no
acesso à educação de qualidade em diversas regiões do país. Isso reflete não apenas nas oportunidades
educacionais, mas também na preparação dos estudantes para enfrentar os desafios do mercado de
trabalho.
A correlação entre níveis educacionais e oportunidades profissionais é evidente. Em uma pesquisa
recente, constatou-se que profissionais com ensino superior têm uma taxa de desemprego menor e uma
probabilidade maior de acesso a postos de trabalho mais qualificados. Esses dados destacam como as
escolhas educacionais são determinantes na configuração das trajetórias profissionais.
Portanto, este primeiro momento não apenas introduz a habilidade em análise, mas também provoca
uma reflexão crítica sobre a importância do acesso à educação na construção de trajetórias profissionais
sólidas. Ao ancorar essa análise em dados concretos, buscamos não apenas informar, mas capacitar os
estudantes a compreenderem e moldarem ativamente o seu futuro educacional e profissional.
DICAS:
Filme:
"Que Horas Ela Volta?" (2015): Este filme dirigido por Anna Muylaert aborda as dinâmicas
sociais entre patrões e empregados domésticos no Brasil, destacando as barreiras educacionais
e as consequências no mercado de trabalho.
Livro:
"Cidade de Deus" - Paulo Lins: o livro, que inspirou o famoso filme homônimo, mergulha nas
realidades das favelas brasileiras, explorando as complexidades da educação e as escolhas
enfrentadas pelos jovens em busca de oportunidades.
2º MOMENTO
126
Reprodução Social: refere-se ao processo pelo qual as desigualdades sociais são transmitidas de uma
geração para outra, incluindo aquelas relacionadas ao acesso à educação e oportunidades no mercado
de trabalho.
Habitus: desenvolvido por Pierre Bourdieu, é um conjunto de disposições internalizadas que moldam
as escolhas e comportamentos individuais. No contexto educacional e profissional, o habitus influencia
as decisões e as trajetórias de carreira.
Mercado de Trabalho Dual: um conceito que destaca a divisão do mercado de trabalho em setores
formal e informal, cada um com características distintas em termos de estabilidade, remuneração e
proteção social.
Capital Humano: refere-se ao conjunto de conhecimentos, habilidades e competências adquiridas por
um indivíduo por meio da educação e da experiência, influenciando sua produtividade no mercado de
trabalho.
Educação Profissionalizante: enfatiza a preparação para atividades específicas do mercado de
trabalho, proporcionando habilidades práticas e técnicas necessárias para determinadas profissões.
Mercado de Trabalho Formal e Informal: distingue entre empregos com contratos formais e
proteções legais e aqueles sem essas características, muitas vezes caracterizados pela instabilidade e
falta de garantias trabalhistas.
127
Ao introduzir esses conceitos sociológicos e explorar casos brasileiros, buscamos não apenas informar os
estudantes, mas instigá-los a refletir sobre como as estruturas sociais impactam a interação entre
educação e trabalho em nossa sociedade.
Dicas de filmes:
"Central do Brasil" (1998) - Direção: Walter Salles: este filme brasileiro aborda a questão da
mobilidade social e as dificuldades de acesso à educação e ao mercado de trabalho. A
narrativa segue a jornada de uma mulher que atua como escritora de cartas para
analfabetos na estação central do Brasil.
"Estamira" (2004) - Direção: Marcos Prado: documentário que segue a vida de Estamira,
uma catadora de lixo no Rio de Janeiro. O filme proporciona uma reflexão sobre as
condições de trabalho, a estigmatização social e a relação entre saúde mental, trabalho e
educação.
3º MOMENTO:
128
Casos de Sucesso:
Programa Jovem Aprendiz: iniciativas como o Programa Jovem Aprendiz, que combina aprendizado
prático com formação teórica, têm proporcionado oportunidades para jovens ingressarem no mercado
de trabalho, especialmente aqueles que enfrentam desafios socioeconômicos.
Cotas para negros e minorias em empresas: a implementação de cotas para negros e minorias em
empresas tem demonstrado sucesso ao promover a diversidade e a representatividade. Essas políticas
têm contribuído para um ambiente de trabalho mais inclusivo e para a desconstrução de estereótipos.
Prouni - ampliando acesso à educação e ao mercado de trabalho: o Prouni tem impactado
positivamente o cenário socioeconômico brasileiro, proporcionando a milhares de estudantes de baixa
renda a oportunidade de cursar o ensino superior. Isso não apenas amplia suas perspectivas
educacionais, mas também abre portas para uma inserção mais qualificada no mercado de trabalho.
Desafios Enfrentados:
▪ diferença salarial de gênero: apesar dos avanços, a diferença salarial entre homens e
mulheres persiste. A implementação de políticas efetivas para promover a igualdade salarial e
combater o assédio no ambiente de trabalho continua sendo um desafio.
▪ desigualdade racial no mercado de trabalho: negros ainda enfrentam desafios significativos
no mercado de trabalho, incluindo discriminação e menor representatividade em cargos de
liderança. A implementação de políticas que combatam o racismo estrutural é essencial para
enfrentar esses problemas.
A contínua ampliação e aperfeiçoamento de políticas públicas, aliadas a um esforço coletivo da
sociedade, são necessários para construir um ambiente profissional mais justo e inclusivo. Ao refletir
sobre casos de sucesso e desafios, os estudantes serão incentivados a considerar o papel fundamental
das políticas de igualdade na construção de um mercado de trabalho mais justo, inclusivo e igualitário.
DICAS:
Filme:
"Preciosa: Uma História de Esperança" (2009) - Direção: Lee Daniels: baseado no livro "Push"
de Sapphire, o filme aborda questões de raça, classe social e gênero, destacando os desafios
enfrentados por uma jovem negra em busca de educação e oportunidades de trabalho.
Livro:
"Mulheres, Raça e Classe" - Angela Davis: Angela Davis analisa interseccionalmente as
questões de gênero, raça e classe, oferecendo uma compreensão profunda das complexidades
que as mulheres, especialmente as mulheres negras, enfrentam no acesso ao mercado de
trabalho.
129
4º MOMENTO:
ROTEIRO:
1. Divisão em Grupos: divida a turma em grupos, assegurando uma distribuição equitativa de casos
entre os grupos. Cada grupo será designado para analisar um caso específico relacionado aos
desafios no acesso ao trabalho.
2. Pesquisa e Análise: cada grupo realizará uma pesquisa aprofundada sobre o caso atribuído,
identificando os principais desafios enfrentados pelos indivíduos ou grupos em questão. As
dimensões a serem exploradas incluem discriminação, falta de oportunidades, estigmatização,
entre outros.
3. Proposição de Soluções: com base na análise, cada grupo deverá propor soluções realistas e
viáveis para superar os desafios identificados. Isso pode envolver sugestões de políticas,
conscientização, programas de capacitação, entre outras estratégias.
4. Preparação da Apresentação: cada grupo preparará uma apresentação breve, destacando os
principais pontos do caso, os desafios identificados e as propostas de solução. Podem utilizar
recursos visuais, dados estatísticos e exemplos concretos para enriquecer suas apresentações.
5. Diálogo em Grupo: após as apresentações individuais, abra espaço para um diálogo em grupo.
Encoraje os estudantes a compartilharem insights, fazer perguntas e discutir as diferentes
perspectivas apresentadas. Isso promoverá uma compreensão mais abrangente dos desafios no
acesso ao trabalho.
6. Considerações Finais: ao final da atividade, destaque a importância do diálogo e da colaboração
na identificação e busca por soluções para os desafios enfrentados por diferentes grupos no
mercado de trabalho. Essa abordagem prática visa não apenas informar, mas também inspirar
ações e reflexões críticas sobre questões sociais relevantes.
130
5º MOMENTO:
No quinto momento, convidamos os estudantes a uma reflexão profunda sobre o papel individual na
promoção da equidade. Reconhecendo que cada pessoa desempenha um papel crucial na construção de
uma sociedade mais justa, esta etapa busca estimular um compromisso pessoal e a expressão de ações
concretas que cada estudante pode empreender para contribuir efetivamente com a promoção da
equidade.
131
COMPETÊNCIA ESPECÍFICA:
OBJETO(S) DE
HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:
PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: Identidade de gênero e diversidade: desconstruindo estereótipos e reconhecendo a
autonomia individual.
A) APRESENTAÇÃO:
Ao se deparar com o desafio de explorar o tema "Identidade de Gênero e Diversidade: Desconstruindo
Estereótipos e Reconhecendo a Autonomia Individual" em sua aula de Sociologia, você está prestes a
desempenhar um papel fundamental na formação crítica e inclusiva de seus estudantes.
Este tema oferece uma oportunidade para trabalhar os conceitos intrincados de sexo, gênero e
sexualidade, enquanto lida com as complexidades das inter-relações e interseccionalidades presentes em
nossa sociedade. Ao abordar o papel das instituições e dos mecanismos simbólicos na atribuição de
comportamentos, você guiará seus alunos para uma compreensão mais profunda das dinâmicas sociais
que moldam as identidades.
A análise das transformações ao longo do tempo e do espaço nas categorias sociais proporcionará uma
visão histórica, permitindo que os estudantes compreendam não apenas o presente, mas também as
origens das perspectivas atuais sobre gênero e identidade.
O destaque dado à autonomia e liberdade individual torna-se crucial nesse contexto, incentivando os
estudantes a refletirem sobre suas próprias escolhas e respeitarem as escolhas alheias. Ao desconstruir
estereótipos de gênero, você contribuirá para um ambiente educacional mais inclusivo e aberto ao
diálogo.
Dessa maneira, cada sessão de aula se configura como um chamado para sensibilizar os estudantes
diante dessa realidade. Durante esse momento, é essencial estimular uma reflexão acerca do mundo
132
que os cerca, fomentando uma análise crítica; orientar sobre como avaliar essa realidade, encorajando a
busca por compreensão dos processos históricos e sociais que contribuíram para a configuração atual;
por fim, motivar cada aluno a agir diante dessa realidade, propondo soluções para os conflitos sociais
vigentes. Entretanto, é imperativo que cada etapa seja conduzida com diligência, atentando-se aos
conceitos fundamentais da sociologia e estabelecendo um diálogo consistente com a teoria sociológica
pertinente.
Lembre-se, este é um convite para se tornar um agente de transformação na vida de seus estudantes,
promovendo não apenas a compreensão teórica, mas também o desenvolvimento de habilidades críticas
e valores fundamentais para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
Sua dedicação e comprometimento são peças-chave nesse processo educacional. Estamos confiantes de
que, ao conduzir essa aula, você proporcionará uma experiência enriquecedora e, ao mesmo tempo,
moldando cidadãos conscientes e respeitosos.
B) DESENVOLVIMENTO
1º MOMENTO
ATIVIDADE INDIVIDUAL/GRUPO:
▪ Distribua folhas de papel ou permita o uso de dispositivos eletrônicos para que os alunos,
individualmente ou em grupos pequenos, elaborem suas próprias definições para os termos:
sexo, gênero e sexualidade.
▪ Estimule a pesquisa durante esta etapa, incentivando os alunos a consultarem fontes confiáveis
ou material fornecido previamente. Isso pode incluir livros didáticos, artigos acadêmicos ou
vídeos educativos.
▪ Após a elaboração das definições, reserve um tempo para que os alunos discutam e troquem
ideias em seus grupos. Esta interação permitirá diferentes perspectivas e enriquecerá a
compreensão coletiva.
▪ Promova uma discussão em sala de aula, convidando grupos ou alunos individuais a
133
compartilharem suas definições. Use este momento para destacar as nuances e variedades de
interpretação dos conceitos.
▪ Encoraje a participação ativa de todos os alunos, promovendo um ambiente seguro para o
compartilhamento de ideias e dúvidas. Este é um momento propício para criar um diálogo aberto
sobre as percepções individuais dos alunos em relação a esses conceitos.
Este primeiro momento não apenas estabelecerá uma base sólida para a aula, mas também incentivará
os estudantes a se envolverem ativamente na construção do conhecimento. Lembre-se de adaptar a
dinâmica conforme a necessidade da turma, mantendo o foco na compreensão profunda e na promoção
de uma cultura de respeito e diálogo.
2º MOMENTO
TAREFA EM GRUPO
Simulação de Papéis:
▪ Divida a turma em grupos, atribuindo a cada grupo uma instituição específica, como escola,
família, mídia, entre outras. Certifique-se de que cada grupo compreenda claramente o papel da
instituição atribuída.
▪ Cada grupo deve realizar uma simulação de como essa instituição influencia as percepções de
gênero, raça, e outras categorias sociais. Podem criar cenas, diálogos, ou até mesmo apresentar
exemplos práticos que ilustrem essa influência.
▪ Após as simulações, promova uma discussão em sala de aula para que os grupos compartilhem
suas observações e conclusões. Questione como as diferentes instituições contribuem para a
construção de normas e estereótipos sociais.
▪ Estimule os alunos a refletirem sobre como essas influências impactam suas próprias vidas e
perspectivas, encorajando uma análise crítica e pessoal.
134
▪ Conduza a discussão para compreender como as interseccionalidades entre as diferentes
instituições podem criar complexidades adicionais nas percepções sociais.
Este momento não apenas permitirá que os alunos compreendam a influência das instituições, mas
também os desafiará a pensar criticamente sobre como essas influências moldam suas próprias visões
de mundo. Mantenha um ambiente aberto para a troca de ideias e promova a conscientização sobre a
multiplicidade de fatores que contribuem para a construção das identidades sociais.
3º MOMENTO
Análise de Casos:
▪ Apresente casos históricos e contemporâneos que evidenciem transformações significativas em
categorias sociais, como gênero, raça, classe social, entre outras. Utilize diferentes mídias, como
vídeos, artigos, imagens e relatos, para enriquecer a compreensão dos alunos.
▪ Divida a turma em grupos e atribua a cada grupo um caso específico. Certifique-se de selecionar
casos que abordem diversas categorias sociais, permitindo uma análise abrangente.
▪ Peça aos estudantes que analisem como as mudanças nessas categorias impactaram a sociedade
em diferentes níveis: individual, comunitário e global. Eles podem explorar aspectos como
direitos civis, representação na mídia, acesso a recursos, entre outros.
▪ Durante a análise, estimule a reflexão sobre as interseccionalidades entre as diferentes
categorias sociais, reconhecendo como mudanças em uma categoria podem influenciar outras.
▪ Promova uma discussão em sala de aula, onde cada grupo compartilhe suas conclusões.
Incentive a troca de ideias entre os grupos, fomentando uma compreensão coletiva mais rica.
Este momento não apenas ampliará a compreensão dos estudantes sobre as transformações sociais,
mas também os incentivará a refletir sobre como essas mudanças moldaram as estruturas sociais atuais.
Ao explorar casos históricos e contemporâneos, eles terão a oportunidade de conectar o aprendizado
teórico a situações do mundo real, promovendo uma visão mais interseccional e crítica das categorias
sociais.
135
4º MOMENTO
ATIVIDADE
Roda de Conversa:
▪ Organize a sala de aula em formato de roda para criar um ambiente mais acolhedor e propício à
conversa aberta.
▪ Inicie a discussão apresentando brevemente a importância do respeito à autonomia e liberdade
na construção de identidades. Destaque que cada indivíduo possui sua própria jornada de
autodescoberta.
▪ Abra espaço para que os estudantes compartilhem suas perspectivas sobre escolhas individuais
em relação a gênero, sexualidade e outras dimensões da identidade. Incentive a expressão livre
de opiniões, garantindo que todos se sintam confortáveis para participar.
▪ Estimule a reflexão sobre como as escolhas individuais contribuem para a diversidade e
enriquecem a sociedade como um todo. Explore a ideia de que a aceitação das escolhas alheias
é essencial para a construção de um ambiente inclusivo.
▪ Faça perguntas provocativas para instigar a análise crítica, como "De que maneira as escolhas
individuais afetam a sociedade?" ou "Como podemos promover o respeito mútuo diante das
diferenças de escolhas?"
▪ Promova a escuta ativa, encorajando os estudantes a se colocarem no lugar do outro e a
compreenderem diferentes perspectivas.
▪ Finalize a roda de conversa reforçando a importância do respeito às escolhas individuais como
base para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
Este momento não apenas consolidará a compreensão dos alunos sobre a autonomia e liberdade na
formação de identidades, mas também os inspirará a cultivar um ambiente de respeito e aceitação
mútua. Ao encorajar uma discussão aberta e inclusiva, você estará promovendo uma atmosfera
educacional que valoriza a diversidade e a autenticidade de cada indivíduo.
136
5º MOMENTO
Texto de Encerramento:
Juntos mergulhamos em um universo de conceitos complexos, discutindo sobre sexo, gênero,
sexualidade e categorias sociais. Exploramos as influências das instituições, analisamos transformações
ao longo do tempo e do espaço e discutimos a relevância da autonomia e liberdade na construção das
identidades. Encerramos com uma profunda roda de conversa sobre escolhas individuais e a importância
do respeito mútuo.
Cada um de nós é parte de uma tapeçaria única e intrincada de experiências, crenças e identidades. A
riqueza dessa diversidade é o que torna nosso mundo extraordinário. Ao encerrar esta aula, convido
cada aluno a uma reflexão pessoal sobre como as categorias sociais impactam suas vidas.
Pergunte a si mesmo: Como minhas escolhas individuais são influenciadas pelas categorias sociais que
me rodeiam? Em que medida minha compreensão sobre gênero, raça e sexualidade molda minhas
perspectivas e interações diárias?
Reconhecer a diversidade é mais do que uma atitude passiva; é uma celebração ativa da riqueza que
cada indivíduo traz para o todo. Ao compreendermos como as categorias sociais moldam nossas vidas,
estamos mais bem equipados para promover a inclusão, respeitando as escolhas e identidades únicas de
cada um.
Que esta aula tenha semeado as sementes da reflexão, questionamento e respeito em cada coração. Ao
continuarmos nossa jornada educacional, que possamos levar conosco a compreensão de que a
verdadeira aprendizagem vai além dos livros - reside na capacidade de compreender, respeitar e
celebrar a diversidade que enriquece nosso mundo.
137
REFERÊNCIAS
ARAÚJO, S. M.; BRIDI, M. A. ; MONTIM, B. L. Sociologia. Ensino Médio. Volume único. 2 ed. São
Paulo: Scipione, 2016.
BODART, C. das N. (org.). Conceitos e categorias fundamentais do ensino de Antropologia. v. 1.
Maceió: Editora Café com Sociologia, 2021.
BODART, C. das N. (org.). Conceitos e categorias fundamentais do ensino de Antropologia. v. 2.
Maceió: Editora Café com Sociologia, 2022.
BODART, C. das N. (org.). Conceitos e categorias fundamentais do ensino de Ciência Política. v.
1. Maceió: Editora Café com Sociologia, 2021.
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CARVALHO, D. C. De; FARAONI, A. Sociologia. Ser Protagonista. São Paulo: SM Editora, 2010.
GUIZZO, J. Introdução à Sociologia. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2009.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Currículo Referência de Minas Gerais: Ensino Médio.
Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.], 2024.
Disponível em:
https://www2.educacao.mg.gov.br/images/documentos/Curr%C3%ADculo%20Refer%C3%AAncia%20d
o%20Ensino%20M%C3%A9dio.pdf. Acesso em: 10 Nov. 2023.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Plano de Curso: ensino médio. Escola de
Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.], 2024. Disponível em:
https://curriculoreferencia.educacao.mg.gov.br/index.php/plano-de-cursos-crmg. Acesso em: 10 Nov.
2023.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Plano de Curso: ensino médio. Escola de
Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.], 2024. Disponível em:
https://curriculoreferencia.educacao.mg.gov.br/index.php/plano-de-cursos-crmg. Acesso em: 10 Nov.
2023.
Sociologia em Movimento. Ensino Médio. Volume único. São Paulo: Editora Moderna, 2016.
138
139
Olá, estudantes!
Convidamos você a conhecer e utilizar os Cadernos MAPA. Esse material foi elaborado com todo
carinho para que vocês possam realizar atividades interessantes e desafiadoras na sala de aula
ou em casa. As atividades propostas estimulam as competências como: organização, empatia,
foco, interesse artístico, imaginação criativa, entre outras, para que possam seguir aprendendo
e atuando como estudantes protagonistas que são. Significa proporcionar uma base sólida para
que vocês mobilizem, articulem e coloquem em prática conhecimentos, valores, atitudes e
habilidades importantes na relação com os outros e consigo mesmo(a), para o enfrentamento
de desafios, de maneira criativa e construtiva. Ficou curioso(a) para saber que convite é esse
que estamos fazendo para você? Então não perca tempo e comece agora mesmo a realizar
essa aventura pedagógica pelas atividades.
Bons estudos!
140
GEOGRAFIA
As migrações forçadas devido a conflitos políticos, sociais e étnicos são eventos complexos que têm
impactado muitas regiões do mundo. Um exemplo atual dessas migrações forçadas e das disputas
territoriais é a questão da Palestina, causadas por uma série de fatores, incluindo disputas territoriais,
questões étnicas, religiosas e políticas.
O conflito entre árabes e judeus é marcado por divergentes reivindicações territoriais, tornando a terra
uma questão central. Este conflito causou uma das maiores populações de refugiados do mundo.
Milhões de palestinos foram forçados a deixar suas casas, criando um problema humanitário
significativo. Muitos deles vivem em campos de refugiados na atualidade.
Tanto árabes quanto judeus afirmam direitos históricos e legítimos sobre áreas específicas, o que gera
disputas territoriais contínuas. Como consequência resulta principalmente em ciclos de violência, perda
de vidas, e uma situação humanitária precária para muitos.
Outro fator está relacionado com a complexidade cultural e religiosa, pois a região é caracterizada por
sua diversidade cultural e religiosa, incluindo muçulmanos, judeus e cristãos. Essa diversidade
acrescenta uma camada de complexidade ao conflito.
ATIVIDADES
1 – Após realizar a leitura do texto de apresentação faça a análise das questões abaixo marcando como
verdadeira (V) ou falsa (F).
( ) A questão central no conflito entre árabes e judeus é a diversidade cultural na região.
( ) O conflito na Palestina resultou em uma das maiores populações de refugiados do mundo.
( ) O conflito na Palestina não é influenciado por fatores políticos
( ) Os palestinos foram forçados a deixar suas casas, causando um problema humanitário.
( ) A diversidade cultural e religiosa na região, incluindo muçulmanos, judeus e cristãos, adiciona uma
camada de complexidade ao conflito.
Marque abaixo a sequência correta.
A) F V F V V
B) F V F V V
C) V F V F V
D) F V F V F
141
2 – (UNITAU) Leia o texto e responda a seguir.
“Os refugiados sírios formam o grande retrato da crise migratória mundial, que é considerada a maior
tragédia humanitária do século 21. Seis anos de guerra na Síria já resultaram em 320 mil mortos (sendo
96 mil civis e 17 mil crianças) e obrigaram mais de dois terços da população de 18 milhões de
habitantes a deixar suas casas: há 5,5 milhões de refugiados, além de 6,6 milhões de deslocados dentro
do país”, informa a pesquisadora Marília Calegari, que teve as portas da comunidade síria abertas pela
organização não governamental IKMR – I Know My Rights (Eu Conheço Meus Direitos)”.
“O conflito que ocorreu na Síria teve seu início na chamada Primavera Árabe, onda de protestos e
revoltas ocorridas no Oriente Médio e no norte da África, em que a população foi às ruas para derrubar
ditadores ou reivindicar melhores condições sociais de vida.
Dentre os movimentos sociais apresentados abaixo, qual NÃO fez parte da Primavera Árabe?
A) A revolta na Líbia, conhecida como Guerra Civil Líbia ou Revolução Líbia, ocorreu sob a
influência das revoltas na Tunísia, tendo como objetivo acabar com a ditadura de Muammar
Kadhafi.
B) Os protestos na Tunísia, que foram também denominados Revolução de Jasmim. Essa revolta
ocorreu em virtude do descontentamento da população com o regime ditatorial.
C) A Revolução do Egito, que foi também denominada Dias de Fúria, Revolução de Lótus e
Revolução do Nilo. Ela foi marcada pela luta da população contra a longa ditadura de Hosni
Mubarak.
D) Os conflitos no Sudão do Sul, que começaram em 2013 entre soldados da guarda presidencial,
transformando-se, rapidamente, em uma disputa entre etnias. Desde o seu início, mais de 50
mil pessoas foram mortas e 1,6 milhões tiveram de deixar suas casas.
E) Os protestos e conflitos no Iêmen, que buscavam o fim da ditadura de Ali Abdullah Saleh,
durou 33 anos. O fim da ditadura foi anunciado, mas, apesar do anúncio de uma transição
pacífica, houve conflitos e repressão dos movimentos sociais.
142
Considere as afirmações abaixo, sobre a questão dos refugiados.
I. Os refugiados procuram principalmente países considerados ricos e desenvolvidos.
II. Estados Unidos, Alemanha e França são os países que mais recebem refugiados.
III. O maior número de refugiados localiza-se em países da África e da Ásia.
A) Apenas I.
B) Apenas II.
C) Apenas III.
D) Apenas I e II.
E) I, II e III.
4 – A Venezuela não sofreu uma guerra nem uma catástrofe natural, mas, em 2017, ocupou o quarto
lugar na lista de países de onde sai a maior quantidade de novos pedidos de refúgio no mundo – e o
primeiro, se considerada apenas a América Latina, conforme evidencia a tabela a seguir.
Número de solicitações de refúgios em 2018
5 – Faça a Leitura e interpretação das imagens 04 e 05, em seguida elabore um texto argumentativo
com os principais aspectos, a origem dos motivos, referente aos refugiados no mundo entre os anos de
2014 a 2022, busque escrever sobre as causas, sobre as etnias dos povos atingidos, relate o número de
pessoas atingidas, faça a comparação entre o passado e a atualidade. Utilize a pesquisa pela internet
em sites confiáveis.
Maiores números de refugiados Quem são os refugiados
Fonte: (TODA MATÉRIA, [2023])
Fonte: (O GLOBO/ACNUR, [2022])
143
LIMITE CRÍTICO: MEIO AMBIENTE E POPULAÇÃO GLOBAL
A superpopulação mundial é um dos desafios cruciais enfrentados pelo planeta atualmente, provocando
uma série de problemas ambientais que impactam o ar, o solo, a água, os oceanos e os ecossistemas.
O aumento da população resulta em maior demanda por energia e recursos, elevando as emissões de
poluentes atmosféricos. A queima de combustíveis fósseis para geração de energia, transporte e
indústria é uma fonte significativa de poluição do ar, desencadeando problemas como aquecimento
global, chuva ácida e impactos respiratórios na saúde humana.
O crescimento populacional também implica em expansão urbana que impermeabiliza o solo e
conversão de áreas naturais em terras agrícolas, contaminando o solo com produtos químicos agrícolas
e resíduos industriais.
A demanda crescente por água potável e o uso industrial e agrícola contribuem para a contaminação da
água, colocando em risco a saúde humana. Além disso, a superpopulação está associada ao aumento da
produção de resíduos plásticos, poluindo oceanos, rios e lagos.
A gestão inadequada de resíduos sólidos, incluindo plásticos e materiais tóxicos, torna-se um desafio nas
áreas densamente povoadas. A expansão urbana e agrícola frequentemente resulta na degradação de
ecossistemas naturais, impactando negativamente a biodiversidade.
Para enfrentar esses desafios, é crucial adotar medidas que promovam o desenvolvimento sustentável,
como o uso eficiente de recursos, a redução de emissões de gases de efeito estufa, a gestão adequada
de resíduos e a conservação dos ecossistemas. A conscientização e a educação ambiental desempenham
um papel fundamental na transformação de comportamentos em direção a práticas mais sustentáveis
para preservar a saúde do planeta e garantir qualidade de vida para as futuras gerações.
ATIVIDADES
1 – De acordo com o texto da apresentação “População Mundial e a Saúde do planeta” assinale a
sequência correta das afirmativas.
I. A gestão inadequada de resíduos sólidos é um desafio em áreas densamente povoadas.
II. A queima de combustíveis fósseis não é uma fonte significativa de poluição do ar.
III. A superpopulação não está associada ao aumento da produção de resíduos plásticos.
IV. A expansão urbana e agrícola impacta negativamente a biodiversidade
V. A conscientização e a educação ambiental são fundamentais para práticas mais sustentáveis.
Estão corretas as afirmativas:
A) I. IV. e V.
B) II. III. e IV
C) I. III. e IV
D) II. IV. e V.
144
C) desenvolvidos, que apresentam uma ótima acolhida para refugiados.
D) subdesenvolvidos, que detêm um mercado de trabalho bastante amplo.
E) subdesenvolvidos, que possuem melhores oportunidades de educação.
3 – O século XX foi marcado pelo intenso crescimento da população mundial. Esse incremento de
indivíduos no planeta foi influenciado, entre outros, pela
4 – Observe a charge do cartunista Duke de 2011 e explique qual a comparação que no diálogo dos
personagens está sendo feita e mencione os motivos para este fato.
Estudos ecológicos indicam que a poluição da água é o fator mais notório na interação do
desenvolvimento humano com o ecossistema.
145
CICLO DE CONSUMO E DEGRADAÇÃO SOCIOAMBIENTAL
A sociedade atual, marcada por mudanças rápidas e inovações tecnológicas, estimula a busca
incessante por novidades, dada a rápida obsolescência dos produtos. No entanto, essa cultura
de consumo desenfreado acarreta sérias consequências ambientais, com a produção em massa
esgotando os recursos naturais do planeta, resultando em degradação de ecossistemas e perda
de biodiversidade.
ATIVIDADES
1 – De acordo com o texto da apresentação “A cultura do consumo: Necessidades, Influências e
Transformações Sociais”, assinale as afirmativas verdadeiras”.
I. O marketing contemporâneo vende não apenas produtos, mas também um estilo de vida
associado à felicidade e ao sucesso.
II. As mídias sociais têm impacto na cultura de consumo, influenciando as decisões de compra.
III. A produção em massa não esgota os recursos naturais do planeta, não causando degradação de
ecossistemas nem perda de biodiversidade.
IV. Promover uma mudança para práticas de consumo sustentáveis inclui políticas para produção
consciente, mas não enfatiza a obsolescência programada.
V. A transição para uma economia circular, com eficiente reutilização e reciclagem, pode
consideravelmente reduzir os impactos ambientais ligados à cultura de consumo contemporânea.
A) I. IV. e V
B) III. IV. e V.
C) II. IV. e V.
D) I. II. e VI.
146
2 – (FUMARC, 2018) Observe a charge do cartunista argentino Quino.
A) deixa claro que a sociedade é plural, que os indivíduos têm o direito de desejar coisas
diferentes devido às suas subjetividades, isto é, seus gostos e suas opiniões pessoais e que
esta diversidade não gera conflitos sociais.
B) demonstra que os indivíduos que possuem acesso restrito à educação e à cultura são
discriminados pela sociedade, inclusive pela instituição policial que tende a ser mais
rigorosa em relação à população de baixa renda.
C) demonstra que, apesar de a sociedade de consumo valorizar as mercadorias como símbolo
de status, a educação e a cultura ainda representam as melhores oportunidades para os
indivíduos alcançarem o reconhecimento social.
D) faz uma crítica à denominada sociedade de consumo, na qual se verifica uma tendência em
valorizar mais o consumo de mercadorias do que outros aspectos da vida social, como a
educação e a cultura.
E) faz uma crítica à intolerância, demonstrando que ainda existem indivíduos que não entendem
a opinião diferente dos outros e que, por isso, agem de maneira etnocêntrica, culminando em
atitudes de violência e exclusão social.
3 – A ocorrência dos problemas ambientais urbanos tem causas ambientais e também humanas. No
geral, esses eventos são desencadeados pela:
147
4 – Como os combustíveis energéticos, as tecnologias da informação são, hoje em dia, indispensáveis
em todos os setores econômicos. Através delas, um maior número de produtores é capaz de inovar e a
obsolescência de bens e serviços se acelera. Longe de estender a vida útil dos equipamentos e a sua
capacidade de reparação, o ciclo de vida desses produtos diminui, resultando em maior necessidade de
matéria-prima para a fabricação de novos.
GROSSARD, C. Le Monde Diplomatique Brasil. Ano 3, nº 36, 2010 (adaptado).
A postura consumista de nossa sociedade indica a crescente produção de lixo, principalmente nas áreas
urbanas, o que, associado a modos incorretos de deposição,
148
MULTICULTURALISMO E COEXISTÊNCIA CULTURAL
Fronteiras culturais representam divisões invisíveis entre grupos sociais com diferentes identidades
culturais e valores. Elas podem se manifestar em diversos contextos, incluindo regiões geográficas,
crenças religiosas, costumes e tradições, idiomas e até mesmo estruturas sociais. A integração cultural,
por sua vez, refere-se ao processo de união desses grupos distintos, incentivando a compreensão
mútua, a tolerância e a aceitação das diferenças.
A integração cultural bem-sucedida depende de vários fatores, como a disposição das comunidades em
se envolver em diálogos construtivos, a promoção de programas educacionais que valorizem a
diversidade cultural e a implementação de políticas inclusivas. Quando esses elementos estão ausentes,
as fronteiras culturais podem se transformar em barreiras intransponíveis, resultando na exclusão sócio
cultural ou em conflitos.
Podendo se manifestar de várias formas, como na discriminação racial, linguística ou religiosa, falta de
acesso a recursos educacionais e oportunidades de emprego, bem como marginalização política e social,
segregação espacial e social.
Para superar as fronteiras culturais e promover a integração, é essencial implementar estratégias para a
compreensão e a aceitação mútuas. Isso por meio da educação intercultural com espaços sociais e
comunitários inclusivos, políticas públicas que incentivem a diversidade e a igualdade de oportunidades.
Sendo crucial fomentar uma cultura de respeito e empatia, onde as diferenças sejam valorizadas e
celebradas reconhecendo as diversas expressões culturais dentro de uma sociedade para construir
pontes entre as fronteiras culturais e alcançar uma integração verdadeira.
ATIVIDADES
1 – IFPR/2019) O Estatuto da Pessoa com Deficiência assegura e promove, em condições de igualdade,
o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, visando à sua
inclusão social e cidadania. Sobre o tema, assinale a alternativa CORRETA:
A) O Poder Legislativo criará instrumentos para avaliação da deficiência.
B) O processo de habilitação e de reabilitação não é considerado um direito da pessoa com
deficiência.
C) É assegurada atenção integral à saúde da pessoa com deficiência em todos os níveis de
complexidade, por intermédio do SUS, garantido acesso universal e igualitário.
D) É facultado às pessoas jurídicas de direito público, privado ou de qualquer natureza, garantir
ambientes de trabalho acessíveis e inclusivos.
E) A pessoa com deficiência física não tem direito à aposentadoria.
149
2 – (Enem/2004).
As práticas descritas no texto são incompatíveis com a dinâmica de uma sociedade laica e democrática
porque
A) asseguram as expressões multiculturais.
B) promovem a diversidade de etnias.
C) falseiam os dogmas teológicos.
D) estimulam os rituais sincréticos.
E) restringem a liberdade de credo.
4 − (FATEC) “Palavras de ordem, símbolos, propaganda, atos públicos, vandalismo e violência são,
atualmente, manifestações de hostilidade frequentes contra estrangeiros na Europa. Os países onde
mais intensamente têm ocorrido conflitos são Alemanha, França, Inglaterra, Bélgica e Suíça.”
(MOREIRA, Igor e AURICCHIO, Elizabeth. Construindo o espaço mundial. 3.ª ed. São Paulo: Ática, 2007, p. 37. Adaptado.)
Sobre o fenômeno social enfocado pelo texto, é válido afirmar que se trata de conflitos:
150
A) civis e militares, relacionados às formas históricas de exploração dos países do chamado
Terceiro Mundo.
B) ligados ao nacionalismo, ao racismo e à xenofobia, no contexto globalizado das grandes
migrações internacionais.
C) entre imigrantes das diversas nacionalidades que invadem a Europa, atualmente, na disputa
por empregos e por melhores condições de vida.
D) culturais, principalmente causados pelo conflito armado entre países católicos e protestantes,
mas também, sobretudo, conflitos contra países islâmicos.
E) étnicos e sociais decorrentes das dificuldades de desenvolvimento de países europeus em
continuar a sua industrialização nos setores tecnológicos de ponta.
5 − (PSV-UFGD) - Para o geógrafo Milton Santos, existiriam três mundos num só: a globalização como
fábula, a globalização como perversidade e uma outra globalização.
151
GEOPOLÍTICA E O CONSUMO CONSCIENTE
Os atuais desafios globais envolvendo produção, circulação e consumo demandam uma abordagem
integrada diante da complexidade e interconexão desses temas. Embora tenha promovido comércio e
conectividade, também gerou desigualdades, marginalizando regiões e comunidades no sistema
econômico vigente.
Essas disparidades econômicas, aliadas à exploração contínua dos recursos naturais, resultaram em
consequências ambientais alarmantes. A crescente demanda por matérias-primas e energia acelerou a
degradação dos ecossistemas, intensificando a crise climática.
Simultaneamente, as desigualdades sociais exacerbadas pelo modelo de produção e consumo desigual
têm impactos devastadores, especialmente para os mais pobres, esta concentração de riqueza resulta
em disparidades profundas, afetando o acesso a serviços essenciais.
Nesse cenário, a conscientização sobre consumo responsável e ética nos negócios ganha destaque
positivo com a promoção de práticas sustentáveis e políticas de responsabilidade social corporativa,
sendo crucial para mitigar impactos negativos.
Portanto iniciativas que buscam equidade no acesso aos recursos naturais e sociais são fundamentais
para um futuro sustentável, atendendo uma abordagem integrada com colaboração entre governos,
empresas e sociedade civil para construir sistemas econômicos e sociais mais equitativos e
ambientalmente sustentáveis, assegurando condições dignas para todos e preservando a saúde do
planeta.
ATIVIDADES
1 – Nas últimas décadas, houve um aumento da preocupação da sociedade com as questões ambientais.
No mundo atual, é cada vez mais recorrente a ocorrência de eventos climáticos extremos, assim como a
diminuição da disponibilidade de recursos ambientais que são empregados nas diferentes atividades
produtivas. São exemplos de fenômenos que têm gerado o aumento do debate sobre as questões
relacionadas ao meio ambiente:
A) o congelamento do Ártico e a poluição das ilhas oceânicas.
B) o aumento do número de plásticos e das reservas de petróleo.
C) o nivelamento dos níveis dos oceanos e a preservação do Pantanal.
D) o enfraquecimento do El Niño e o aumento da pesca marítima.
E) o aquecimento da temperatura terrestre e as mudanças climáticas
152
Fonte: Relatório Imazon – Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD)
O desmatamento na Amazônia tem crescido exponencialmente a partir da década de 70. As principais
causas são:
A) atividade madeireira e incêndios
B) queimadas e uso de agrotóxicos
C) atividade madeireira e mineração
D) uso de agrotóxicos e vazamento de petróleo
E) vazamento de petróleo e descarte de lixo
153
I. O aumento do poder de compra dos brasileiros está fazendo com que a população do país gere
cada vez mais lixo inorgânico, o que não é acompanhado pela implantação de programas de
coleta seletiva e pelo volume de material reciclado.
II. A reduzida coleta de resíduos urbanos na região Norte é explicada pela maior preocupação
ambiental dos habitantes, que adotam a prática do consumo reduzido e da reciclagem.
III. A densa urbanização da região sudeste, associada à maior concentração de renda, explica os
dados expressivos de resíduos sólidos urbanos coletados por dia.
5 − (PUC-RI0) As discussões em torno do Desenvolvimento Sustentável foram as tônicas nos eventos Rio
92 e Rio+20. Todavia, o estabelecimento de agendas sustentáveis em parte dos países e regiões do
mundo ainda é muito complicado.
Fonte: (AMARILDO, 2012])
A) Indique DUAS condições geopolíticas ocorridas no planeta, entre 1990 e 2012, que afetaram
o controle da poluição ambiental na atualidade.
B) Explique a charge acima com base em DUAS causas de aceleração do Efeito Estufa no
planeta
154
INTERNACIONALIZAÇÃO E O CAPITALISMO
O capitalismo, desde sua origem nos séculos XVI e XVII, na transição do feudalismo para o
capitalismo mercantil, tem desempenhado um papel crucial na construção e reconfiguração do
espaço geográfico global.
ATIVIDADES
1 – Leia e observe a tirinha e responda a seguir.
155
2 – Comércio Internacional: (USP–2009) Observe os gráficos sobre o comércio internacional
Com base nos gráficos e nos seus conhecimentos sobre o comércio internacional, assinale a alternativa
CORRETA.
O Poder do FMI
O voto do representante dos Estados Unidos na diretoria executiva do FMI vale 16,79% dos votos
totais. Japão, Alemanha, Grã-Bretanha e França ocupam as posições seguintes que somados, seus
votos equivalem a 21,62% do total. A China ingressou na instituição com direito de voto equivalente
a 3,66% do total, mais que o da Rússia, que vale 2,7% do total. O voto do Brasil vale 1,38% do
total. (MAGNOLI, D. Geografia para o Ensino Médio. São Paulo: Atual, 2008. p. 383-385).
De acordo com o texto, podemos afirmar que a ordem de poder nas tomadas de decisões pelo FMI:
156
4 – Observe o esquema e o gráfico.
(Organização Mundial do Comércio, 2003. In: BOLIGIAVAN & ALVES. Geografia – espaço e vivência. São Paulo: Atual, 2004.
p.283.).
157
INDUSTRIALIZAÇÃO, TECNOLOGIA E SOCIEDADE
Além disso, a industrialização promoveu o surgimento de cidades industriais, dando origem a centros
urbanos dinâmicos e multifacetados. O crescimento das indústrias levou ao desenvolvimento de
infraestruturas, como redes de transporte, sistemas de comunicação e serviços públicos, criando um
ambiente propício para o comércio e o intercâmbio cultural.
A compreensão das bases históricas da industrialização nos ajuda a avaliar criticamente as
consequências sociais, ambientais e geopolíticas associadas ao crescimento econômico. Isso nos
permite examinar as interações entre desenvolvimento econômico, distribuição de riqueza, padrões
de consumo e sustentabilidade ambiental, incentivando uma reflexão mais abrangente sobre os
desafios contemporâneos enfrentados pelas sociedades em um contexto globalizado.
ATIVIDADES
1 – De acordo com o texto de apresentação sobre a industrialização e o desenvolvimento econômico,
indique as afirmativas verdadeiras (V) ou falsas (F) a seguir.
158
2 – Observe o mapa e responda a seguir.
A) Com o surgimento do NPIS (Novos Países Industrializados), o cenário na indústria global foi
dividido em três grupos, e a divisão internacional do trabalho ficou modificada.
B) Aos países emergentes coube importar exclusivamente bens industrializados.
C) Os países centrais passaram a exportar produtos primários e tecnológicos.
D) Os países periféricos mais pobres, por terem uma industrialização incipiente, foram obrigados a
exportar exclusivamente minérios.
E) A distribuição espacial das indústrias foi modificada, e os países emergentes passaram a produzir
apenas bens de consumo duráveis e não-duráveis.
159
4 – Observe o gráfico e responda.
5 − (UECE) A questão ambiental deve ser compreendida como um produto da intervenção da sociedade
sobre a natureza. Diz respeito não apenas a problemas relacionados à natureza, mas às problemáticas
decorrentes da ação social.
RODRIGUES, Arlete Moysés. Produção do e no espaço - problemática ambiental urbana. Ed. Hucitec, 1998, p.8.
A partir do excerto acima, pode-se concluir corretamente que os problemas ambientais globais residem:
160
CONTEXTUALIZANDO OS CONCEITOS DE TERRITÓRIO, FRONTEIRAS E VAZIO
ATIVIDADES
1 − De acordo com o texto da apresentação “Fronteiras e territórios e as dinâmicas das sociedades”.
Marque as afirmativas a seguir como Verdadeira (V) ou Falsa (F).
A) F V V F F
B) V V F F V
C) V F V F F
D) F F F V V
2 − No Brasil, o êxodo rural aconteceu de maneira intensa, em especial, ao longo da segunda metade do
século XX. No contexto urbano, um elemento disparador para esse movimento foi
161
3 − (Enem PPL 2017) A expansão da fronteira agrícola chega ao semiárido do Nordeste do Brasil com a
implantação de empresas transnacionais e nacionais que, beneficiando-se do fácil acesso à terra e água,
se voltam especialmente para a fruticultura irrigada e o cultivo de camarões. O modelo de produção do
agro-hidronegócio caracteriza-se pelo cultivo em extensas áreas, antecedido pelo desmatamento e
consequente comprometimento da biodiversidade.
Disponível em: www.abrasco.org.br. Acesso em: 22 out. 2015 (adaptado).
As atividades econômicas citadas no texto representam uma inovação técnica que trouxe como
consequência para a região a
4 − A análise geográfica é feita a partir de várias lentes e conceitos. Assim, é preciso conhecer bem
esses conceitos para que a leitura da sociedade e do espaço seja feita de forma adequada. Pensando
por esse prisma, observe o conceito a seguir:
“É uma instituição formada por povo, território e governo. Representa, portanto, um conjunto de
instituições públicas que administram um território, procurando atender os anseios e interesses de sua
população.”
A que conceito se refere a afirmação acima?
A) Território
B) Nação
C) Estado
D) Governo
E) País
Ao dizer que o Brasil é um “país tropical”, o trecho acima está, em uma perspectiva geográfica,
A) correto, pois o território brasileiro é cortado por ambos os trópicos da Terra.
B) incorreto, pois nenhum trópico, de fato, corta a área do país.
C) correto, pois a maior parte do país encontra-se em uma zona intertropical.
D) incorreto, pois não existe o “clima tropical” na classificação climática do Brasil.
162
SEGREGAÇÃO SOCIAL E ESPACIAL
A segregação social humana refere-se à prática de separar grupos de pessoas com base em
características como classe social, etnia, gênero ou origem. Essa divisão cria barreiras que limitam o
acesso a recursos, oportunidades e direitos, resultando em disparidades socioeconômicas. A segregação
pode se manifestar em diversos contextos, desde o acesso desigual à educação e ao emprego até a
discriminação em espaços públicos.
É fundamental compreender que a segregação social não apenas perpetua desigualdades, mas também
afeta a coesão social e o desenvolvimento global. Ao reconhecer e combater a segregação, contribuímos
para a construção de sociedades mais justas e inclusivas. A conscientização sobre as implicações dessa
prática é o primeiro passo para promover a igualdade, o respeito mútuo e a valorização da diversidade,
promovendo, assim, um ambiente mais harmonioso e equitativo para todos.
ATIVIDADES
1 − Após a leitura do texto sobre segregação social humana, determine as afirmações a seguir como
verdadeiras (V) ou falsas (F).
( ) A segregação social envolve a separação de grupos com base em características étnicas.
( ) A segregação cria barreiras que facilitam o acesso igualitário a recursos e oportunidades.
( ) A discriminação em espaços públicos é um exemplo de manifestação da segregação social.
( ) A segregação social contribui para a coesão social e o desenvolvimento global.
Marque a Alternativa correta:
A) V F V F
B) F V F F
C) V F V V
D) F F V V
163
Analisando a charge acima e considerando a realidade das condições de vida da população urbana
brasileira, é CORRETO afirmar que:
A) Existem grandes desigualdades sociais dentro da população brasileira.
B) Os problemas retratados na charge ocorrem apenas nas grandes cidades.
C) Existe igualdade de acesso a bens de consumo entre as classes sociais.
D) Os problemas de educação e saúde são os mesmos para ricos e pobres.
E) A população pobre não tem acesso a eletrodomésticos.
3 − Observe as charges.
4 − (ENEM 2013)
164
Os mapas representam distintos padrões de distribuição de processos socioespaciais. Nesse sentido, a
menor incidência de disputas territoriais envolvendo povos indígenas se explica pela
A) fertilização natural dos solos.
B) expansão da fronteira agrícola.
C) intensificação da migração de retorno.
D) homologação de reservas extrativistas.
E) concentração histórica da urbanização.
A) Reforça que o Agronegócio é a saída mais vantajosa para a economia brasileira, inclusive na
geração de empregos no campo.
B) Há uma concentração de terras sob as mãos da Agricultura Familiar, por isso esse setor do
campo gera mais empregos.
C) A maior parte dos recursos destinados ao campo brasileiro vai para o Agronegócio, fazendo
com que esse setor produza mais alimentos que a Agricultura Familiar.
D) O Agronegócio brasileiro produz um percentual baixo de alimentos, mas gera o maior
percentual de empregos no campo.
E) O Agronegócio concentra as terras utilizadas no campo brasileiro, porém o maior percentual
de empregos gerados vem da Agricultura Familiar.
165
REFERÊNCIAS
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53. Disponível em:
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168
A PRIMEIRA REPÚBLICA BRASILEIRA E SEUS DESDOBRAMENTOS INTERNOS E
EXTERNOS
Caro estudante!
Vamos trabalhar a Primeira República Brasileira e seus desdobramentos internos e externos. Para
facilitar o desenvolvimento dos conteúdos, serão quatro blocos de atividades:
Que os textos e atividades propostas neste caderno, acrescente os conhecimentos que vocês
precisam para alcançar o aprendizado necessário para o seu futuro dentro das dimensões políticas,
sociais, econômicas e culturais.
Bons estudos!
ATIVIDADES
A Primeira República brasileira em seus aspectos internos.
Para responder as questões e atividades abaixo, leia o texto que se segue e sempre que necessário
procure outras fontes de pesquisa como o livro didático, a internet e a ajuda do seu professor (a).
O governo de D. Pedro II passava por uma grande crise, com muitos desgastes nas relações entre o
Estado e suas bases de apoio:
▪ Oposição ao governo imperial por conta do trabalho escravo;
▪ Conflitos entre o Imperador e a Igreja Católica;
▪ Alguns militares não concordavam com o governo de D. Pedro II;
▪ Em 1888, a abolição da escravatura desagradou aos grandes fazendeiros e proprietários de
escravos.
FAUSTO, Boris. História Concisa do Brasil, 2 ed – São Paulo, 2009
169
Os anos de consolidação da República
República da Espada
▪ Os militares tiveram bastante influência nos primeiros anos de República.
▪ Marechal Deodoro da Fonseca e Marechal Floriano Peixoto representaram o governo militar
na primeira fase da República.
República das Oligarquias
▪ A política do país era dirigida por oligarquias agrárias e por representantes civis na
presidência.
Aspectos econômicos
Aspectos sociais
Aspectos políticos
▪ Baixa participação política – não há o voto feminino, analfabetos não votavam.
▪ Prevalência dos mandatários locais – Coronéis;
▪ Clientelismo, voto aberto e fraudes.
▪ Política dos Governadores;
▪ Política do café com leite;
▪ Autonomia estadual – federalismo;
▪ Semana de Arte Moderna: a busca por uma estética nacional; Antropofagia.
170
Movimentos Urbanos: Revolta da Vacina e Revolta da Chibata.
A pergunta, “Quem é você?” recebia invariavelmente a resposta: “Sou gente do coronel fulano”. Esta
maneira de redarquir dava imediatamente a quem ouvia as coordenadas necessárias para conhecer o
lugar socioeconômico do interlocutor, além de sua posição política. O termo “gente” indicava
primeiramente que não se tratava de alguém do mesmo nível que o “coronel“ ou sua família; caso
contrário, o parentesco seria invocado logo no início para situar o indivíduo dentro do grupo (diria por
exemplo “sou primo do coronel fulano”).
QUEIROZ, Maria Isaura Pereira de. O coronelismo numa interpretação sociológica. In: FAUSTO,Boris. (Org). História geral
da civilização brasileira. São Paulo: Difel, 1985.v.8.p.185.
2 – Observe a charge abaixo que representa de modo irônico a prática do voto durante a Primeira
República no Brasil (1889-1930).
Às próximas Eleições – “De Cabresto”
Fonte:(Ensinar História, 2022)
171
3 – (Adaptada) A historiadora Maria Efigênia Lage de Resende aponta que a Constituição Brasileira de
1891 inspirou-se no modelo norte-americano e implantou o federalismo no Brasil em substituição ao
centralismo típico do período monárquico.
RESENDE, Maria Efigênia Lage. O processo político na Primeira República. In.: FERREIRA, Jorge e DELGADO, Lucília de Almeida
Neves (orgs.). O tempo do liberalismo oligárquico: da Proclamação da República à Revolução de 1930. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 2018, p.83.
Com base em seus conhecimentos sobre a primeira Constituição do Brasil de 1891, marque a opção
correta:
A) homens e mulheres poderiam votar.
B) todos os cidadãos, incluindo analfabetos, ex-escravizados, etc, poderiam votar.
C) somente os homens com critério censitário poderiam votar.
D) somente homens com mais de 21 anos poderiam votar.
E) a Constituição não discorria sobre a questão do voto.
4 – (UFMG) A Política dos Governadores, inaugurada por Campos Sales, é considerada o exemplo mais
notório da política de conciliação na história do Brasil, porque:
172
oligárquicos, então vigentes.
Assinale a alternativa que identifica CORRETAMENTE revoltas dessa natureza:
A) Guerra de Canudos e Revolta da Vacina.
B) Revolta Federalista e Guerra do Contestado.
C) Revolta da Vacina e Revolta da Armada.
D) Revolta da Chibata e Revolta Federalista.
E) Revolta Federalista e Revolta da Armada
7 – (FUVEST 2009 - adaptada) Em um balanço sobre a Primeira República no Brasil, Júlio de Mesquita
Filho escreveu:
“... a política se orienta não mais pela vontade popular livremente manifesta, mas pelos caprichos de um
número limitado de indivíduos sob cuja proteção se acolhem todos quantos pretendem um lugar nas
assembleias estaduais e federais”. (A crise nacional, 1925.)
De acordo com o texto, o autor:
A) critica a autonomia excessiva do poder legislativo.
B) critica o poder oligárquico.
C) defende o regime parlamentarista
D) defende a supremacia política do sul do país.
E) propõe limites ao federalismo.
A) tanto canudos, na Bahia, quanto contestado, no sul, lutavam pela derrubada no regime
republicano.
B) notaram melhorias em suas condições de vida.
C) tratou-se de um levante organizado por ex-escravizados que pediam equiparação de direitos
civis com os brancos.
D) os dois acontecimentos foram capitaneados por militares que insuflaram a população pobre
contra a república recém-instaurada.
E) Antônio conselheiro, importante figura da guerra do contestado, era visto por seus seguidores
como um indivíduo com poderes sobrenaturais, tal como o monge joão maria, do arraial de
canudos.
9 – (ACAFE- adaptada) “No dia seguinte, centenas deles se entregaram, atendendo a um apelo do
governo. Um grupo se dispôs, porém, a resistir. O forte voltou a ser bombardeado por mar e por aviões.
Dezessete militares, com a adesão ocasional de um civil, decidiram sair pela praia de Copacabana, ao
encontro das forças governamentais. Na troca de tiros, morreram dezesseis, ficando feridos os tenentes
Siqueira Campos e Eduardo Gomes. Os Dezoito do Forte começaram a criar a legenda do tenentismo.”
FAUSTO, Boris. História do Brasil. 5ª edição. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1997. Página 308.
O texto evidencia uma revolta do movimento tenentista brasileiro. Acerca desse movimento, assinale a
alternativa correta.
173
A) a Revolta do Forte de Copacabana foi uma tentativa de impedir a posse de Humberto Castelo
Branco após a efetivação do regime militar no Brasil.
B) ocorreu na chamada República Velha ou Oligárquica. Buscavam mudanças no cenário político,
administrativo e eleitoral do Brasil.
C) combateram principalmente o governo provisório de Getúlio Vargas e exigiam a criação de
uma nova constituição.
D) repelia posições comunistas e anarquistas e suas proposições giravam em torno da
substituição do Estado burguês pela ditadura do proletariado como via de se chegar ao
socialismo.
E) as principais revoltas tenentistas ocorreram após a implantação do Estado Novo por Getúlio
Vargas, com o apoio de militares de alta patente.
10 – (UEMG- adaptada) Nos anos vinte a sociedade brasileira viveu um período de grande efervescência
e profundas transformações. Mergulhado numa crise cujos sintomas se manifestaram nos mais variados
planos o país experimentou uma fase de transição cujas rupturas mais drásticas se concretizariam a
partir do movimento de 1930.
FERREIRA, Marieta de Moraes; PINTO, Surama Conde Sá. A Crise dos anos 20 e a Revolução de Trinta . Rio de Janeiro: CPDOC,
2006. 26f.
Dentre as diversas manifestações que compõem a crise da República Velha brasileira, nos anos 20 do
século XX, encontra-se o movimento tenentista.
A) movimento liderado pelos membros do exército filiados ao recém fundado PCB e que visava
fazer no Brasil uma revolução socialista nos moldes da Revolução Russa, que havia eclodido
alguns anos antes.
B) motim acontecido no seio do exército e que objetivava a imediata destituição do ministro civil
da guerra, que havia impedido os militares brasileiros de participarem da Primeira Grande
Guerra.
C) foi uma manifestação dos antigos grupos dominantes afastados do poder devido à
proclamação da República.
D) revolta de militares de patentes baixas e intermediárias, representantes das camadas médias
da população, que questionavam a estrutura política vigente no país e desejavam reformas
que levassem à moralização da política brasileira.
E) movimento de militares de alta patente que, insatisfeitos com sua exclusão política, entraram
em confronto com o exército legalista, derrubando o presidente Washington Luís e pondo fim
à República Velha.
174
Vamos investigar e comparar o século XX com o século XXI na atualidade?
Procure imaginar e compreender como 1- A atual conjuntura do surto de COVID 19, está sob
era sua cidade ou seu lugar de controle por causa da vacinação em massa. Você
moradia no início do Século XX. acha que é possível fazer paralelos entre a Revolta
da Vacina do início da República e a atual
1- Quantos habitantes tinham na sua conjuntura marcada pelo COVID -19?
cidade ou município naquela época? 2- Você acha que guerra entre Israel e o Hamas,
2- Quem ou quais famílias faziam parte que começou no dia 7 de outubro de 2023, após
da elite? ataques do grupo terrorista ao território israelense,
3- Como eram as relações sociais? tem ressonância no Brasil? Quais?
4- Quais as formas de lazer que
existiam. 3- A questão dos povos indígenas ou povos
5- Quais eram as principais atividades originários está presente em nossa realidade atual?
econômicas. Justifique.
▪ Belle Époque: período marcado, na Europa e EUA, pelo otimismo, pela intensificação da vida
urbana, por inovações nas artes e nas ciências, no transporte e nas comunicações.
▪ Imperialismo: busca por mercados e matérias primas; discurso sobre superioridade
branca/ocidental; disputas por territórios.
Mapa Domínios europeus no continente africano entre os séculos XIX e XX
Fonte: (Curso Enem Gratuito, 2023)
175
▪ Política de Alianças: as disputas e tensões no continente europeu fizeram com que buscasse
alianças para se protegerem frente aos seus possíveis adversários.
No decorrer da Guerra vão ocorrer alterações nessas alianças
▪ Paz Armada: À medida que as tensões cresciam, as nações investiram mais na produção e no
aperfeiçoamento de armas cada vez mais letais.
176
Primeira Guerra Mundial
177
Preocupados com a possibilidade de outra desgastante guerra, os Estados Unidos pleitearam a criação
da Sociedade das Nações. Esse órgão teria caráter internacional e deveria julgar as tensões militares
na esfera internacional. Por outro lado, França e Inglaterra queriam proteger seus interesses
econômicos à custa dos povos vencidos. Os ingleses exigiam o controle sobre as colônias e rotas
marítimas alemãs. Já a França pleiteava a reconquista da região da Alsácia-Lorena e o pagamento de
indenização pela Alemanha."
"Depois das negociações, o Tratado de Versalhes previa os benefícios e punições a cada um dos
lados envolvidos na guerra. A Polônia foi colocada como um Estado independente e livre do anterior
domínio russo. A França conseguiu reaver a região da Alsácia-Lorena. As colônias alemãs na África
foram divididas entre ingleses, belgas e franceses. As colônias alemãs no Pacífico foram entregues ao
domínio do Japão e da Inglaterra."
(Veja mais sobre "Os tratados do pós-Primeira Guerra" em: https://brasilescola.uol.com.br/guerras/os-tratados-do-pos-
primeira-guerra.htm).
Os reflexos da Guerra
A Primeira Guerra Mundial provocou alterações significativas no panorama político-social mundial, e
seus reflexos extrapolaram os prejuízos e mortes causados pelas batalhas.
Os países europeus perderam o domínio sobre a economia mundial, dando espaço para os Estados
Unidos, surgindo, portanto, uma nova potência.
A influência cultural europeia sobre o resto do mundo também foi reduzida e os valores do
eurocentrismo passaram a ser questionados. Razão, progresso e valorização da ciência foram
colocados em dúvida depois de terem colaborado para uma Guerra tão destrutiva.
No campo social, uma mudança importante também ocorreu. A Guerra matou aproximadamente 10
milhões de pessoas, a maioria homens entre 19 e 40 anos de idade. Esse fato fez com que se tornasse
necessária ainda durante o conflito, a substituição da mão de obra masculina nas frentes de trabalho.
As mulheres entraram de vez no mundo das fábricas, e, com o fim da Guerra, essa situação não se
alterou. O papel feminino deixou de ser o de dona de casa e, com isso, novas necessidades
surgiram. O movimento feminista também ganhou força na busca por direitos. Nos Estados Unidos, na
Inglaterra e em outros países, surgiram as sufragistas, que lutavam, pelo direito ao voto da mulher.
(Texto adaptado do Sistema de Ensino Bernoulli-Livro 2-Volume 1- História-9º ano-pág.22)
178
Carlota Pereira de Queiroz, a única mulher da Assembleia Constituinte de 1934
2 − (UNIFOR CE/2017) A Primeira Grande Guerra Mundial foi um conflito de largas proporções e
consequências desastrosas para a Europa e para o mundo, tanto do ponto de vista humano quanto do
ponto de vista material. Pode-se afirmar sobre este acontecimento histórico que:
3 − (Enem-2014 adaptada) Três décadas — de 1884 a 1914 — separam o século XIX — que terminou
com a corrida dos países europeus para a África e com o surgimento dos movimentos de unificação
nacional na Europa — do século XX, que começou com a Primeira Guerra Mundial. É o período do
Imperialismo, da quietude estagnante na Europa e dos acontecimentos empolgantes na Ásia e na África.
ARENDT, H. As origens do totalitarismo. São Paulo: Cia. das Letras, 2012.
O processo histórico citado contribuiu para a eclosão da Primeira Grande Guerra na medida em que
179
4 – (Enem-2009-adaptada) A primeira metade do século XX foi marcada por conflitos e processos que a
inscreveram como um dos mais violentos períodos da história humana.
Entre os principais fatores que estiveram na origem dos conflitos ocorridos durante a primeira metade
do século XX estão:
A) a corrida armamentista, o terceiro-mundismo e o expansionismo soviético.
B) o enfraquecimento do império britânico, a Grande Depressão e a corrida nuclear.
C) o declínio britânico, o fracasso da Liga das Nações e a Revolução Cubana.
D) a crise do colonialismo, a ascensão do nacionalismo e do totalitarismo.
E) a Revolução Bolchevique, o imperialismo e a unificação da Alemanha.
5 – Fale sobre a participação do Brasil durante a Primeira Guerra Mundial (1914 – 1918).
A) A incapacidade dos Estados liberais em solucionar a crise econômica do século XIX colocou em
xeque toda a estrutura do sistema capitalista. A instabilidade política e social das nações
europeias impulsionou as disputas colonialistas e o conflito entre as potências.
B) O sucesso da política de apaziguamento e do sistema de aliança equilibrou o sistema de forças
entre as nações europeias, acirrando as lutas de conquista das colônias da África e da Ásia.
C) O expansionismo na Áustria, a invasão da Polônia pelas tropas alemãs assustaram a Inglaterra
e a França, que reagiram contra a agressão declarando guerra ao inimigo.
D) O desequilíbrio entre a produção e consumo incentivou a conquista de novos mercados
produtores de matérias-primas e consumidores de bens de produção reativando as rivalidades
entre os países europeus e os da América do Norte.
E) A desigualdade de desenvolvimento das nações capitalistas europeias acentuou a rivalidade
imperialista. A disputa colonial marcada por um nacionalismo agressivo e pela corrida
armamentista expandiu os pontos de atrito entre as potências.
7 – (UFR/adaptado)
"A mesma velha trincheira, o mesmo paisagem,
Os mesmos ratos, crescendo como mato,
Os mesmos abrigos, nada de novo,
Os mesmos e velhos cheiros, tudo na mesma.
Os mesmos cadáveres no front,
A mesmo metralha, das duas às quatro,
Como sempre cavando, como sempre caçando,
A mesma velha guerra dos diabos."
(soldado inglês)
"Estamos tão exaustos que dormimos, mesmo sob intenso barulho. A melhor coisa que poderia
acontecer seria os ingleses avançarem e nos fazerem prisioneiros. Ninguém se importa conosco. Não
seremos substituídos. Os aviões lançam projéteis sobre nós. Ninguém mais consegue pensar. As rações
estão esgotadas - pão, conservas, biscoitos, tudo terminou! Não há uma única gota de água. É o próprio
inferno.
(soldado alemão)
MARQUES. Adhemar Martins. (Org.) et al. História Contemporânea através de textos. São Paulo: Contexto, 2000. p. 118 e 120.
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A) Identifique características que estejam presentes em ambos os textos e expressem os
sentimentos dos combatentes nessa fase da Primeira Guerra.
B) Explique a razão para a Primeira Guerra ter frustrado as esperanças de que seria somente
um curto conflito.
1916, mulheres trabalham em fábrica de munição em Londres. Mulheres na Primeira Guerra Mundial.
Fonte: (Archive of Modern Conflict London/Reuters-UOL, 2015)
Considerando os acontecimentos desse período, DESCREVA uma transformação social que, decorrente
da Primeira Guerra, está diretamente relacionada às gravuras.
Estamos num contexto mundial de duas guerras em diferentes regiões que nos deixam apreensivos,
apesar da distância territorial que nos separam. Uma é a Guerra entre a Rússia e a Croácia, que já passa
de um ano de luta. E a outra é a Guerra entre Israel e o Hamas que está perto de completar um mês. A
palavra “guerra”, suscita nos seres humanos pensamentos desagradáveis como morte, perdas
econômicas, destruição, fugas, fome, entre outros.
Você acha que faz sentido comparar a guerra na Ucrânia com a Primeira Guerra Mundial?
181
A Revolução Mexicana – 1910.
Leia o texto abaixo que faz uma síntese sobre essa Revolução e responda o que se pede. Sempre que
precisar consulte seu livro didático, internet ou peça ajuda para o seu professor (a).
No ano de 1910, o México se encontrava sob a liderança política de Porfírio Díaz, que havia implantado a
ditadura no México no ano de 1876 a 1880 e de 1884 a 1911, permanecendo mais de trinta anos no
poder.
Durante a ditadura porfirista, prevaleceram as grandes propriedades da terra e a ausência de liberdades
democráticas. Porfírio Díaz conduziu a classe latifundiária a assumir as ideias da burguesia norte-
americana e europeia, negando todas as tradições indígenas mexicanas. A política de José Porfírio visou
valorizar a entrada de capital estrangeiro para explorar os recursos minerais e vegetais e para fabricar
produtos de exportação.
A Revolução Mexicana teve como luta emblemática a busca pela revalorização da cultura indígena e a
reforma agrária, ou seja, a distribuição de terras entre os camponeses. Essa necessidade de terras
gerou o início da revolução que tinha como lema “Tierra y Libertad”.
A desapropriação das terras camponesas se iniciou no período colonial (pelos colonos espanhóis) e
continuou no século XIX (com os latifundiários). A situação se agravou na ditadura de Porfírio,
culminando no ódio dos camponeses que viviam explorados. As pressões da população, da igreja e de
uma elite que fazia oposição aumentaram. Não tendo mais saída, Porfírio Díaz renunciou.
Após a renúncia de Porfírio, Francisco Madero, que era integrante de uma elite que fazia oposição ao
governo anterior, assumiu o poder no México. Madero conquistou a população mexicana com promessas
de reformas sociais que iriam diminuir a exclusão social – cerca de aproximadamente 70% da população
mexicana era analfabeta.
Com o passar do tempo, o novo governo não cumpriu com suas promessas, o que foi gerando
insatisfação entre os camponeses que reivindicavam a posse da terra por meio da reforma agrária. Dois
camponeses se destacaram na oposição ao governo de Madero: Emiliano Zapata e Francisco ‘Pancho
Villa’ (líderes revolucionários camponeses).
Emiliano Zapata se opôs a vários governos sucessivos no México: primeiro, o governo de Madero;
depois, o governo de Victoriano Huerta; e, por último, o governo de Venustiano Carranza. Zapata
acusou Carranza de não cumprimento da reforma agrária, tão reivindicada pelos camponeses. No ano de
1911, lançou o Plano de Ayala, que reivindicava a reforma agrária mexicana. O documento se tornou um
referencial para a luta pela terra na América Latina.
Villa e principalmente Zapata, além da reforma agrária, tinham como meta o retorno às origens (uma
revalorização da identidade indígena mexicana). Eles contestavam a transformação dos latifúndios em
fazendas modernas (agroindústrias) e queriam a volta do antigo sistema indígena de comunidades
coletivas (ejidos).
No ano de 1913, Francisco Madero foi assassinado a mando de Victoriano Huerta, que instalou
novamente a ditadura no México. O retorno à ditadura levou Villa ao norte, e Zapata ao sul, visando a
organização de novos movimentos revolucionários contra as tropas federais. Com o aumento das
pressões populares, Huerta renunciou em 1914, assumindo o poder em seu lugar, por indicação,
Venustiano Carranza, apoiado pelos Estados Unidos.
Uma nova Constituição foi promulgada no México no ano de 1917, o que levou Carranza às eleições
presidenciais, sendo eleito presidente. Esse fato desagradou bastante as camadas populares e os
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camponeses, que continuaram os conflitos contra o governo central. Entretanto, depois da morte de
Zapata, em 1919, e de Villa, em 1923, o movimento revolucionário perdeu força, abrindo as portas para
a entrada do liberalismo com o apoio da elite proprietária de terras.
Fonte: Carvalho, 2023. Mundo Educação. Disponível em: https://mundoeducacao.uol.com.br/historia-america/revolucao-
mexicana-1910.htm.
1 − (UM-SP-Adaptada) Recentes acontecimentos neste país, tais como a revolta dos zapatistas e o
assassinato de um candidato a presidente, provocaram reflexões sobre a maior revolução de massas da
história latino-americana, que teve entre seus líderes Pancho Villa, Emiliano Zapata e o liberal Francisco
Madero. Apoiado na legitimidade revolucionária, o Estado bloqueou o avanço da democracia política, não
solucionando também as desigualdades sociais; um único partido controla o poder há décadas.
A) Revolução Cubana.
B) Revolução Nicaraguense.
C) Revolução Dominicana.
D) Revolução Peruana.
E) Revolução Mexicana.
2 – (adaptada) O Exército Zapatista de Libertação Nacional, como o nome indica, inspira-se na luta
comandada por Emiliano Zapata, no sul do México, durante a Revolução Mexicana de 1910. Nesse
sentido, o movimento tem como principal reivindicação:
3 – (ENEM - adaptada) Ao longo do século XX, diversos movimentos sociais eclodiram na América
Latina. Dentre eles, destacamos a Revolução Mexicana, iniciada em 1910, que se caracterizou, em suas
origens, como um movimento:
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O texto refere-se a:
A) Revolução Sandinista.
B) Revolução Cubana.
C) Revolução Mexicana.
D) Guerra do Chaco.
E) Guerra do Pacífico.
6 – (UNESP, 2017 - adaptada) A Nação terá em qualquer tempo o direito de impor à propriedade
privada as modalidades ditadas pelo interesse público […]. Com esse objetivo serão determinadas as
medidas necessárias ao fracionamento dos latifúndios […]. Os povoados, vilarejos e comunidades que
careçam de terras e águas ou não as tenham em quantidades suficientes para as necessidades de sua
população terão direito a elas, tomando-as das propriedades vizinhas, porém respeitando, sempre, a
pequena propriedade.
(Artigo 27 da Constituição mexicana de 1917. Apud Héctor H. Bruit. Revoluções na América Latina, 1988).
184
A REVOLUÇÃO RUSSA – 1917
Leia o texto abaixo e em seguida responda o que se pede nas atividades propostas.
Revolução Russa
No século XIX, a Rússia juntamente com a Inglaterra, França, Alemanha e a Áustria, era uma das
maiores potências europeias. Porém, enquanto os outros países cresciam, faziam reformas e se
industrializavam, a Rússia não se modernizava.
A Rússia era considerada um país atrasado em relação aos demais. Sua economia baseava-se na
agricultura. Os servos trabalhavam, mas os senhores feudais não tinham o menor interesse de
modernizar as plantações.
O país era governado pelo Czar (Imperador), que tinha poder absoluto, ou seja, todos estavam
submetidos a ele, inclusive a Igreja Católica Ortodoxa.
Entre os anos de 1854 e 1856, a Rússia entrou em guerra com a Inglaterra, França e Turquia (Guerra
da Criméia), mas foi derrotada justamente por causa do atraso em que se encontrava o país.
Então, o czar Alexandre II tomou algumas providências:
- Aboliu a servidão, vendeu terras aos camponeses e mandou ocupar novas áreas agrícolas.
Tudo isso trouxe benefícios para o país que cresceu e se tornou exportador de grãos, além de ter
favorecido o aumento da população. Esse aumento trouxe algumas consequências graves, como por
exemplo, a dificuldade de se encontrar emprego e a baixa produtividade agrícola gerando fome e
revolta.
A saída encontrada pelo governo foi estimular um programa de industrialização. O programa permitiu
que muitos estrangeiros fossem para a Rússia e várias fábricas foram implantadas entre os anos de
1880/1900 e com isso a Rússia apresentou as maiores taxas de crescimento industrial.
Enquanto o país se modernizava o absolutismo continuava intacto e isso causava descontentamento
entre a população que se unia cada vez mais.
Em 1904 a Rússia se envolveu em uma guerra contra o Japão. Este conflito desorganizou a economia
piorando a situação dos operários e camponeses. A humilhação da derrota acirrou os ânimos contra o
czar. No ano seguinte, os habitantes saíram em uma passeata a fim de entregar um abaixo-assinado
ao Imperador pedindo melhoras nas condições de vida e a instalação de um parlamento. O czar
respondeu com um massacre promovido por suas tropas, aumentando ainda mais a revolta do povo.
Apesar de tudo, ele fez algumas concessões e dentre elas estava a instalação do parlamento
(Duma).
Entre os anos de 1907 e 1914, a Rússia voltou a ter uma aparente tranquilidade, pois houve uma alta
no crescimento industrial e os camponeses ganharam terras.
Grande parte da oposição era socialista e se baseava nas ideias de Karl Marx. Eles acreditavam que
todos os problemas do país só acabariam se o capitalismo fosse abolido e o comunismo fosse
implantado.
Os comunistas se dividiam em dois grupos: Bolcheviques e Mencheviques.
- Bolcheviques: queriam derrubar o czarismo pela força e eram liderados por Lênin.
- Mencheviques: propunham a implantação do socialismo através de reformas moderadas.
185
Com o advento da Primeira Grande Guerra (1914) o povo russo se sentiu na obrigação de lutar,
porém o combate trouxe algumas consequências como: desorganização da economia; fome, pobreza
e racionamento; saques, passeatas e protestos contra o czar e enfim, a renúncia do czar em 1917
diante da pressão popular.
A deposição do Imperador não trouxe tranquilidade aos russos, pelo contrário, o conflito passou a se
dar entre os elementos da oposição.
Com a derrubada do czar, o governo provisório (cujos membros se identificavam com os interesses
da burguesia russa) assumiu o poder. Esse governo adotou algumas medidas, como: anistia para
presos políticos; liberdade de imprensa e a redução da jornada de trabalho para 8h.
Estas medidas agradaram à burguesia, mas os camponeses (queriam terras) e operários (queriam
melhores salários) não gostaram.
Os bolcheviques, aos poucos, se tornaram os porta-vozes de todas essas reivindicações.
Os sovietes eram organizações políticas que nasceram no seio das camadas populares e
representavam os interesses dos trabalhadores. Assim, havia os sovietes de operários, de
camponeses e de soldados. Expressavam uma forma de poder popular em oposição ao governo
provisório e se tornaram decisivos nos rumos políticos do país.
Alguns grupos viam nos bolcheviques a solução pra diversos problemas.
Lênin apoiado pelos sovietes e por uma milícia popular conquista a capital obrigando o governo
provisório a renunciar e assumindo o governo em 1917. Eles acreditavam que só o comunismo
poderia trazer felicidade para os russos. No poder, eles tentaram realizar e criar uma sociedade onde
todos fossem iguais e livres.
Para realizar esse sonho, foram tomadas várias medidas:
- As terras da Igreja, nobreza e burguesia foram desapropriadas e distribuídas aos camponeses;
- Quase tudo se tornou propriedade do estado (fábricas, lojas, diversões, bancos, entre outros).
A ideia dessas medidas era criar igualdade entre os homens, pois, segundo o Marxismo, sem
propriedade não haveria exploradores e explorados.
Várias foram as dificuldades que surgiram durante o governo e o novo regime se tornava mais
autoritário, distanciando cada vez mais o sonho de criar uma sociedade onde todos fossem livres e
iguais.
Em 1921, foi permitido ao povo a abertura de pequenos negócios, pois a sociedade precisava ser
estimulada. Os camponeses voltaram a produzir para vender no mercado e as grandes empresas
estatais passaram a considerar as necessidades de consumo do povo.
Esta série de medidas ficou conhecida como Nova Política Econômica (NEP) e teve resultados
satisfatórios no campo econômico, porém no campo social não foi tão bom assim.
No campo, surgiram camponeses ricos que pagavam um salário para outros camponeses. Para os
comunistas essa atitude representava a volta da exploração capitalista.
Nas cidades, os grandes empresários lucravam com essa nova economia e isso fortaleceu o
aumento das desigualdades sociais.
Em termos políticos o poder ficou nas mãos do Partido Comunista. Outros partidos (inclusive os
demais partidos comunistas) e os sindicatos foram proibidos de funcionar.
Após a morte de Lênin, Trotsky (chefe do exército) e Stálin foram os dois líderes que disputaram o
186
poder. Stálin saiu vencedor.
Decidido a industrializar o país, ele só podia contar com dinheiro que vinha da agricultura, já que não
podia fazer empréstimos internacionais por causa da pobreza em que o país se encontrava.
Para aumentar a produtividade, foram criadas as fazendas coletivas e muitos camponeses foram
obrigados a entregar o gado e as terras ao estado para trabalharem (contra a vontade) nestas
fazendas.
Nas fábricas, os operários foram proibidos, sob ameaça de morte, de fazer greve ou mudar de
emprego. Apesar disso, as metas de Stálin foram alcançadas e a União Soviética passou por um
processo de modernização e industrialização. Porém, o totalitarismo implantado por Stálin na URSS
mantinha um rígido controle sobre a imprensa e a cultura em geral.
Texto adaptado: Gomes. 2023. Info Escola. Disponível em: https://www.infoescola.com/historia/revolucao-russa/.
Caro estudante!
Sabemos que a Revolução Russa de 1917 foi um acontecimento muito importante na história mundial,
pois pela primeira vez, as ideias socialistas chegaram ao poder num país. Abaixo segue as atividades
que te ajudarão a consolidar e aprofundar o conteúdo de forma prática e prazerosa.
Ressalto que sempre que necessário volte ao texto acima e pesquise também na internet e nos
materiais didáticos disponíveis. Qualquer dúvida recorra também ao seu professor(a) para te auxiliá-lo
nas suas dúvidas.
2 − (F. M. Santa Casa/SP - adaptada) A revolução de fevereiro de 1917, na Rússia, pode ser
caracterizada como:
A) uma luta encabeçada por Lenin para estabelecer um estado soviético.
B) um movimento de caráter burguês com o objetivo de depor o czar Nicolau II.
C) um conflito de inspiração rural a fim de apoiar os mujiques.
D) uma reação da Igreja Ortodoxa contra a prepotência de Rasputin.
E) um esforço de intelectuais, comprometidos com as ideias anarquistas de Bakunin.
3 − (UFMG - adaptada) Com relação ao processo revolucionário russo que culminou com a tomada do
poder pelos bolcheviques em 1917, pode-se afirmar que:
187
4 − Relacione a ascensão dos bolcheviques ao poder com a Primeira Guerra Mundial.
5 − (UEFS - adaptada) Uma política foi sendo aos poucos colocada em prática, desde 1919, pelos países
vencedores na Primeira Guerra Mundial: não intervir, porém conter o bolchevismo. Formar uma
“barragem contínua”, apoiando-se no exército polonês e no exército romeno. Era o primeiro esboço do
mais tarde chamado “cordão sanitário”.
(Jean-Jacques Becker. O Tratado de Versalhes, 2011. Adaptado).
6 − (UESPI - adaptada) A Primeira Guerra Mundial e a Revolução Bolchevique de 1917 são parte do
mesmo contexto de conflagração militar e política. Portanto, é correto afirmar que:
A) O comunismo germânico acabou por se disseminar pela Rússia invadida, triunfando depois
como movimento revolucionário local.
B) O desfecho da revolução guarda estreita relação com o desenrolar da guerra, notadamente os
fracassos militares do exército do czar, que permitiu a morte de milhões de russos.
C) A revolução de outubro de 1917 foi induzida de fora para dentro da Rússia, sendo apoiada
sobretudo por generais cansados da guerra estrangeira contra a Alemanha.
D) A Proclamação da República de Weimar, nas fronteiras russas, desperta o sentimento
republicano, e também socialista, no povo russo, que proclamou a república soviética.
E) O czar da Rússia aliou-se aos inimigos externos da Tríplice Aliança, e, internamente, entregou
“todo o poder aos sovietes”.
7 − (UNISA/SP - adaptada)
A) às medidas adotadas pelo partido bolchevique após a tomada do poder na Rússia em 1917.
B) às propostas do presidente Roosevelt para combater a Grande Depressão causada pela crise
de 1929.
C) aos decretos nazistas de expropriação dos bens da população judaico-alemã no final da
década de 1930.
D) à Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão elaborada durante a Revolução Francesa
de 1789.
E) às Reformas de Base propostas pelo presidente João Goulart em seu comício realizado em
março de 1964.
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8 − (FMJ/SP - adaptada) A Revolução Russa de outubro/novembro de 1917 implantou no país um
regime socialista baseado nas ideias marxistas de Estado proletário. No entanto, além da classe
operária, outro grupo social participou ativamente da luta pela queda do governo czarista. Foi
9 − Por que podemos dizer que essa Revolução Russa mudou a história do Ocidente?
189
A CRISE DE 1929 E A ASCENSÃO DOS REGIMES TOTALITÁRIOS
Caro estudante, seja bem-vindo à segunda parte dos nossos estudos de História do 1º bimestre de
2024!
Dando sequência ao que vimos anteriormente, vamos estudar os desdobramentos, ou seja, fatos que
aconteceram no mundo e que afetaram de alguma forma a política, a economia, a cultura e a questão
social no Brasil da Primeira República.
É importante ressaltar que os conteúdos e atividades postadas neste caderno, podem ser
complementadas por seu professor (a) e por você, através de pesquisas e estudos, sempre que surgir
alguma dúvida ou dificuldade.
Bons estudos!
Segue abaixo textos que deverão ser lidos e interpretados para depois fazer as atividades propostas.
● O American Way of Life surgiu no período entre guerras (1918-1939), com base no vertiginoso
aumento da produção industrial estadunidense, no grande sentimento de euforia pelo término da
Primeira Guerra mundial (1914-1918) e na promoção do incentivo ao consumismo no país.
● Com base nas ideias de trabalho, liberdade, consumo, privacidade e nas promessas de progresso
e felicidade, o modelo estabeleceu os valores e ideais do cidadão norte-americano, tentando
homogeneizar a população e criando um sentimento de pertencimento.
● É importante lembrar que a população afro-americana não usufruiu do American Way of Life, na
medida em que ainda lutava pelos direitos civis.
● Apesar do estilo de vida ter surgido no período entre guerras, ele foi retomado durante a Guerra
Fria e amplamente divulgado pelo rádio, TV e cinema, a fim de exportar o ideal capitalista,
fazendo dos EUA uma vitrine de sucesso.
● Teve forte influência no Brasil durante o governo populista de Getúlio Vargas, que estabeleceu
acordos comerciais para a importação de produtos estadunidenses, entre eles, eletrodomésticos e
carros.
● O cenário de industrialização e a ampliação do acesso aos meios de comunicação, tais como TV,
rádio e cinema, possibilitaram a difusão do American Way of Life para o mundo.
Texto adaptado: Cardoso, 2023. Mundo Educação. Disponível em:https://mundoeducacao.uol.com.br/historia-
america/american-way-of-life.htm.
190
Crise de 1929
191
lucros cresceram desproporcionalmente, e os prósperos obtiveram uma fatia maior do bolo nacional.
Mas como a demanda da massa não podia acompanhar a produtividade em rápido crescimento do
sistema industrial nos grandes dias de Henry Ford, o resultado foi superprodução e especulação.
Isso, por sua vez, provocou o colapso.
A questão salarial que foi mencionada no trecho acima é muito importante para entendermos uma
das facetas da crise: a superprodução. Na década de 1920, a indústria dos Estados Unidos expandiu-
se e a produtividade do trabalhador aumentou. Esse aumento na produção, no entanto, não foi
acompanhado de aumentos salariais, pois os salários permaneceram estagnados. Assim, o mercado
não teve condições de absorver a quantidade de mercadorias que eram produzidas (nem o mercado
americano nem outros países conseguiam absorver essas mercadorias). Isso abalou a esperança de
rápida prosperidade de muitos que tinham ações de empresas americanas.
Milhares de pessoas resolveram vender as suas ações no dia 24 de outubro de 1929, no que ficou
conhecido como Quinta-feira Negra. Nesse dia, mais de 12 milhões de ações foram colocadas à
venda, o que deixou o mercado em pânico. Essa situação se estendeu por dias e na segunda, dia 28,
mais 33 milhões de ações foram colocadas à venda. Imediatamente o valor das ações despencou, e
bilhões de dólares desapareceram. A economia americana quebrou.
192
O que foi o New Deal
▪ Após longos períodos de prosperidade, a economia norte-americana foi impactada pela quebra da
Bolsa de Valores de Nova Iorque, em 1929. A crise faliu empresas e desempregou milhões de
pessoas, causando vários problemas sociais. Os republicanos perderam as eleições presidenciais de
1932, e o democrata Franklin Delano Roosevelt foi eleito para a Casa Branca, propondo um
programa econômico que recuperaria as finanças dos Estados Unidos e retomaria o seu pleno
desenvolvimento.
▪ O New Deal, como foi intitulado o programa do governo Roosevelt, aplicou as ideias econômicas de
John Keynes de maior intervenção estatal na economia. Até 1929, o liberalismo econômico fez com
que os órgãos governamentais não fiscalizassem as transações econômicas e as movimentações
financeiras feitas pela Bolsa de Valores de Nova Iorque, a principal do mundo capitalista.
▪ A proposta de Roosevelt para recuperar a economia norte-americana era: aumentar a presença do
Estado na economia ao fiscalizar as movimentações financeiras, controlar a produção para que as
mercadorias estocadas pudessem ser comercializadas, e executar obras públicas para acelerar a
criação de empregos.
▪ A quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque, em 1929, afundou a economia norte-americana em
uma grave crise, gerando desemprego e pobreza. Outros países também foram afetados pela
quebra da bolsa, e suas economias também colapsaram. Enquanto o mundo capitalista estava em
crise, a União Soviética não sentiu diretamente os efeitos e pôde se posicionar como uma
alternativa ao modelo econômico predominante no Ocidente.
Texto adaptado: Higa, 2023. Mundo Educação. Disponível em:https://mundoeducacao.uol.com.br/historia-america/new-
deal.htm.
193
regime eram brutalmente ameaçados e perseguidos por meio de violencia, prisão, tortura e até a
morte.
Além dessas características, o governo fascista visava a expansão de seu poder por meio de conflitos
internacionais. Entre seus objetivos estavam conquistar novos territórios, ampliar sua força e investir
em força bélica, armas e equipamentos de guerra.
O que é nazismo?
Regime nazista surgiu na Alemanha com a ascensão de Adolf Hitler e o Partido Nacional Socialista dos
Trabalhadores Alemães ao poder, de 1933 a 1945. Sua corrente de pensamento baseava-se no
totalitarismo e antissemitismo, o que daria início a Segunda Guerra Mundial e geraria o maior
extermínio étnico da história, o Holocausto.
Diferente do fascismo, as principais raízes do nazismo era sua corrente de pensamento que
acreditava no racismo científico: crença que defendia a existência de raças de seres humanos
superiores a outras, levando em consideração fatores étnicos, raciais e socioculturais.
Durante o regime nazista, Hitler e seus seguidores pregavam que a “raça ariana” e alemã, era
superior as outras, e portanto, todas as outras nações deveriam se curvar. Crendo nisso, o regime
alemão procurava se expandir por outros territórios da Europa e combater o que eles acreditavam ser
o seu maior inimigo: os judeus.
Mesmo com o termo “Socialista” utilizado no nome do partido nazista, o conceito empregado por
Hitler se diferenciava do de Karl Marx, que era judeu. O “socialismo” de Hitler tratava-se da
exaltação do nacionalismo e do Estado alemão.
A luta de classes defendida pelo socialismo de Marx, era uma corrente de pensamento contrária ao
que os nazistas acreditavam. Os nazistas defendiam força e controle do Estado, acima de tudo e
todos, mas ainda assim defendendo unidades privadas.
Fonte: Fundação 1º de Maio, 9 nov. 2022. Disponível em:https://www.fundacao1demaio.org.br/diferencas-entre-fascismo-
e-nazismo/.
Caro estudante, leia e analise os textos abaixo. Se tiver alguma dúvida peça ajuda ao seu (a)
professor(a).
Nessa época, o Brasil tinha o café como principal e maior produto de agroexportação. Os
Estados Unidos da América era o maior comprador do nosso grão. Com a Grande Depressão, os EUA e
diversos importadores diminuíram o consumo do café brasileiro – o que diminuiu drasticamente o
preço do produto. Então, o governo brasileiro optou por fazer a compra e queima dos
excedentes das colheitas, com isso, o estoque era diminuído e o grão valorizado.
Internacionalmente, os países que estavam atrelados ao sistema de crédito norte-americano também
foram atingidos e sofreram uma grande recessão. No caso do Brasil, a redução da exportação de café
foi um dos principais efeitos, a qual resultou na limitação da entrada de dividendos e reduziu a
capacidade de importações do país.
Os cafeicultores tiveram prejuízos gigantescos. No auge dessa crise, o país enfrentou transformações
políticas profundas com o acontecimento da Revolução de 1930. O novo governo teve Getúlio Vargas
como presidente provisório.
194
Para superar esse cenário negativo, o governo brasileiro, com Getúlio Vargas na presidência (1930-
1945) – além de realizar a famosa compra e queima do café excedente para ajudar os produtores,
adotou medidas protecionistas com o intuito de incentivar a indústria nacional e alinhar a produção
agrária a esses interesses.
Além da compra e queima de café, Vargas criou em 1931 o Conselho Nacional do Café (CNC) para
proteger o principal produto do país.
Assim, foi necessário diversificar a indústria nacional para abastecer o mercado interno, causando
assim uma inflexão no modelo importador até então vigente para uma nova matriz nacional de
produção e consumo, além de aumentar a entrada de capital nas indústrias do país. Tais ações
fizeram a indústria brasileira crescer 11,2% entre 1933-1939 dissipando, assim, os efeitos da crise no
país.
A Crise de 1929 atingiu em cheio a economia do Brasil, muito dependente das exportações de um
único produto, o café. Mas, mais do que gerar dificuldades econômicas, o crash que completa 80
anos em 2009 provocou uma mudança no foco de poder no país, acabando com um pacto político
interno que já durava mais de trinta anos.
Entre os anos de 1894 e 1930, o presidente da República foi eleito pelos paulistas barões do café
num mandato, e no outro pelos pecuaristas mineiros. Era a chamada política do café com leite,
viabilizada pela hegemonia da oligarquia cafeeira paulista na época e que garantiu a formação de
uma economia agrícola praticamente monoexportadora no país.
Em 1929, a quebra nos mercados acionários do mundo provocou uma forte queda nos preços
internacionais das commodities. "O Brasil era fortemente dependente das exportações de café, e
tinha uma enorme dívida externa, que precisava ser financiada com essas vendas", afirma o professor
de História Econômica da FEA-USP, Renato Colistete.
Além da queda nos preços, a crise provocou uma diminuição na renda e no consumo no mundo todo,
prejudicando ainda mais as vendas de café. As exportações do produto, que chegaram a US$ 445
milhões em 1929, caíram para US$ 180 milhões em 1930. A cotação da saca no mercado
internacional, caiu quase 90% em um ano.
Fogueira
Na tentativa de conter a queda, o governo federal comprou grande parte dos estoques dos
produtores, e queimou 80 milhões de sacas do produto. "A ideia era queimar para diminuir a oferta e
aumentar o preço internacional, porque o Brasil era o maior país exportador", segundo Marcos
Fernandes, coordenador do Centro de Estudos dos Processos de Decisão da FGV-SP.
"A crise arruinou a oligarquia cafeeira, que já sofria pressões e contestações dos diferentes grupos
urbanos e das oligarquias dissidentes de outros Estados, que almejavam o controle político do Brasil",
195
explica Wagner Pinheiro Pereira, doutor em História pela USP e autor do livro "24 de Outubro de
1929: A Quebra da Bolsa de Nova York e a Grande Depressão".
Poder
O que aconteceu, então, foi que o foco do poder no país foi deslocado para o gaúcho Getúlio Vargas,
que se tornou presidente da República após a Revolução de 1930. "Do ponto de vista político, a crise
foi importante porque desviou o foco do poder para Getúlio Vargas e para um projeto de
industrialização", diz Fernandes.
O novo presidente, porém, sabia que, mesmo com o fim da oligarquia paulista, o café não podia ser
deixado de lado. Assumiu, então, uma nova política de defesa da cafeicultura, na tentativa de
equilibrar os preços e evitar a superprodução.
"Não podemos esquecer que Getúlio era o pai dos pobres e a mãe dos ricos", diz Fernandes. "Ele
tratou de não romper tão radicalmente com a oligarquia agrícola, e o café continuou sendo
importante no Brasil. Isso começa a mudar mesmo a partir de Juscelino Kubitschek e, principalmente,
a partir do Golpe de 1964."
A Grande Depressão, porém, dificultou os esforços do governo para ajudar o café e "somente no final
da década de 1930 o café começou a recuperar os bons preços nos mercados internacionais",
segundo Pereira.
Texto. Disponível em: Fonte: Vallone, 24 out. 2009. Folha de São Paulo. Disponível em:
https://m.folha.uol.com.br/mercado/2009/10/642391-crise-de-1929-atingiu-economia-e-mudou-a-ordem-politica-no-
brasil.shtml?loggedpaywall#_
Para finalizar e aprofundar ainda mais o tema estudado, elabore um texto sobre a crise de 1929,
abordando os antecedentes, causas e consequências. Para melhor embasamento na escrita do texto,
consulte o Mapa Mental da Crise de 1929, que se encontra-se disponível em:
https://ensinarhistoria.com.br/a-crise-de-1929-mapa-mental/. Blog: Ensinar História - Joelza Ester
Domingues.
196
Fonte: (Domingues, 2015)
ATIVIDADES
1 – (Estratégia Vestibulares-modificada) "A crise atingiu o mundo inteiro. O operário metalúrgico de
Pittsburgo, o plantador de café brasileiro, o artesão de Paris e o banqueiro de Londres, todos foram
atingidos". (Paul Raynaud - LA FRANCE A SAUVÉ L'EUROPE, T. I. Flamarion).
O autor se refere à crise mundial de 1929, iniciada nos Estados Unidos, da qual resultou:
197
2 − (UFRGS) No período chamado de Entre-Guerras, um acontecimento norte-americano alcançou
repercussão mundial. Trata-se da Quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque, em outubro de 1929.
Foram causas dessa Crise econômica a (o):
A) intervenção do Estado na economia, contrariando o ideal do liberalismo, profundamente
arraigado na cultura norte-americana.
B) retomada da produção europeia, o aumento do preço do petróleo no mercado internacional e
a redução do consumo interno.
C) explosão do consumo, o aumento das taxas de juros e uma sequência de nacionalizações de
empresas estrangeiras.
D) aumento das exportações e dos preços dos produtos, sem que houvesse um aumento de
produção de matérias-primas.
E) superprodução agrícola e industrial, a diminuição nos níveis de exportação e a queda nos
preços no mercado interno.
4 − (UFPE) Após a Primeira Guerra Mundial, a febre de negócios baseada na especulação provocou a
Crise de 1929. Identifique, nas alternativas a seguir, os principais fatos que a produziram.
A) Aparecimento de ideologias como o fascismo e o nazismo.
B) Superprodução de mercadorias e saturação dos mercados consumidores.
C) Retraimento do crédito e proibição das exportações.
D) Equilíbrio entre a agricultura e o comércio.
E) Má colheita e demanda ilimitada da indústria.
5 − (Enem–2009) A depressão econômica gerada pela Crise de 1929 teve no presidente americano
Franklin Delano Roosevelt (1933-1945) um dos seus vencedores. New Deal foi o nome dado à série de
projetos federais implantados nos Estados Unidos para recuperar o país, a partir da intensificação da
prática da intervenção e do planejamento estatal da economia. Juntamente com outros programas de
ajuda social, o New Deal ajudou a minimizar os efeitos da depressão a partir de 1933. Esses projetos
federais geraram milhões de empregos para os necessitados, embora parte da força de trabalho norte-
americana continuasse desempregada em 1940. A entrada do país na Segunda Guerra Mundial, no
entanto, provocou a queda das taxas de desemprego e fez crescer radicalmente a produção industrial.
No final da Guerra, o desemprego tinha sido drasticamente reduzido.
EDSFORD, R. Americas’s response to the Great Depression. Blackwell Publishers, 2000 (Adaptação).
198
A partir do texto, conclui-se que:
A) o desenvolvimento da indústria bélica incentivou o intervencionismo de Roosevelt e gerou
uma corrida armamentista.
B) a Crise de 1929 foi solucionada por Roosevelt, que criou medidas econômicas para diminuir a
produção e o consumo.
C) os programas de ajuda social implantados na administração de Roosevelt foram ineficazes no
combate à crise econômica.
D) o fundamento da política de recuperação do país foi a ingerência do Estado, em ampla escala,
na economia.
E) a intervenção de Roosevelt coincidiu com o início da Segunda Guerra Mundial e foi bem-
sucedida, apoiando-se em suas necessidades.
6 − (Nova Iorque, 29 (UP) A Bolsa de Títulos abriu com uma baixa de proporções sem precedentes.
Porém, logo a seguir, manifestaram-se os efeitos do mais poderoso apoio bancário que jamais fora
prestado ao mercado. As cotações estabilizaram-se e chegou-se mesmo a verificarem-se algumas altas.
Mais de 3.250.000 ações foram vendidas nas primeiras horas de funcionamento do mercado. A firma
corretora John J. Bell, não conseguindo enfrentar os compromissos assumidos, suspendeu as suas
transações. É esta a primeira falência (…)
Folha da Manhã, 30 outubro, 1929.
Sobre a crise citada no texto, é correto afirmar que:
A) nasceu do violento intervencionismo estatal, característico das economias capitalistas após a
Primeira Guerra Mundial.
B) foi precipitada pela inadimplência dos países emergentes, produtores de matérias-primas.
C) foi reflexo da expansão do movimento socialista no mundo todo, ameaçando a economia
capitalista.
D) refletiu a destruição material e de capitais provocada pela Segunda Guerra Mundial.
E) surgiu da violenta especulação da Bolsa de Valores, em decorrência da expansão econômica
norte-americana após a Primeira Guerra Mundial.
Na verdade, mesmo os orgulhosos EUA, longe de serem um porto seguro das convulsões de continentes
menos afortunados, se tornaram o epicentro deste que foi o maior terremoto global medido na escala
Richter dos historiadores econômicos (…). Em suma: entre as guerras, a economia mundial capitalista
pareceu desmoronar. Ninguém sabia exatamente como se poderia recuperá-la.
HOBSBAWN, Eric. A era dos extremos. São Paulo, Companhia das Letras, 2000, p. 91.
A) Uma das principais alterações na ordem capitalista, após 1930, foi o aumento da intervenção
do Estado na economia.
B) Enquanto a crise da economia capitalista acentuava-se no entre-guerras, fortaleciam-se os
regimes democráticos.
C) A Europa, principal credor dos Estados Unidos nos entreguerras, não foi afetada pela crise de
1929.
D) Após a crise de 1929, fortaleceu-se o liberalismo econômico.
E) Atingindo fundamentalmente o sistema bancário, a crise de 1929 não alcançou a produção
industrial, estimulada pelo crescimento do consumo.
199
8 − (Ensinar História-adaptada) A riqueza de uns e a pobreza de outros:
Observe as duas imagens do Natal de 1928, nos Estados Unidos e responda o que se pede:
Caricatura norte-americana de 1928, que ironiza a sociedade de consumo e o desemprego nos Estados Unidos.
fonte: https://ensinarhistoria.com.br/a-crise-de-1929-mapa-mental/ - Blog: Ensinar História - Joelza Ester
Domingues.
11 − Explique por que em regimes como o nazista utilizava-se a propaganda como meio de
comunicação.
12 − Marque a alternativa que traz uma ação do governo brasileiro em resposta à Crise de 1929:
200
REFERÊNCIAS
1916, MULHERES TRABALHAM EM FÁBRICA DE MUNIÇÃO EM LONDRES. Disponível
em:<https://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2015/05/08/guerra-destruiu-figura-do-
homem-heroi-e-consagrou-mulher-no-trabalho.htm>. acesso em 24 out. de 2023.
A REVOLUÇÃO MEXICANA DE 1910. Disponível em:https://mundoeducacao.uol.com.br/historia-
america/revolucao-mexicana-1910.htm. acesso em 24 out. de 2023.
A REVOLUÇÃO RUSSA.(adaptado) adaptado: disponível em: <.
https://www.infoescola.com/historia/revolucao-russa/>. Acesso em 20 out.2024.
AS PRÓXIMAS ELEIÇÕES – “De Cabresto”. Disponível emhttps://ensinarhistoria.com.br/eleicoes-na-
primeira-republica-um-outro-olhar-sobre-o-voto-de-cabresto/. Acesso em 23 out. 2023.
ATIVIDADES ADAPTADAS. Disponível em:<https://exercicios.brasilescola.uol.com.br/exercicios-historia-
da-america/exercicios-sobre-exercito-zapatista-libertacao-nacional.htm>. acesso em 25 out. de 2023.
ATIVIDADES ADAPTADAS. Disponível em:https://descomplica.com.br/blog/exercicio-resolvido-america-
latina-revolucao-mexicana/>. Acesso em 25 out. de 2023.
ATIVIDADES ADAPTADAS. Disponível em:https://www.todamateria.com.br/questoes-sobre-revolucao-
russa/. Acesso em 26 out. 2026.
BRASIL. Ministério da Educação. Sistema de Avaliação da Educação Básica - documentos de
referência: versão 1.0. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira; Diretoria
de Avaliação da Educação Básica, Brasília, 2018. Disponível em:
https://download.inep.gov.br/educacao_basica/saeb/2018/documentos/saeb_documentos_de_referencia
_versao_1.0.pdf. Acesso em: 05 fev. 2023.
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https://download.inep.gov.br/educacao_basica/saeb/2018/documentos/saeb_documentos_de_referencia
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CARICATURA NORTE-AMERICANA DE 1928, QUE IRONIZA A SOCIEDADE DE CONSUMO E O
DESEMPREGO NOS ESTADOS UNIDOS. Disponível em:https://ensinarhistoria.com.br/a-crise-de-1929-
mapa-mental/. Acesso em 08 nov. de 2023. - Blog: Ensinar História - Joelza Ester Domingues.
COTRIM, Gilberto. História e Consciência do Brasil. Editora Saraiva. SP,1999.
EXERCÍCIO (adapatado). Disponível em:https://www.todamateria.com.br/exercicios-guerra-de-canudos/.
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EXERCÍCIO-Disponível em https://exercicios.brasilescola.uol.com.br/exercicios-historia/exercicios-sobre-
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FAUSTO, Boris. História do Brasil. Edusp. SP, 2004.
MAGNOLI, Demétrio (Org.) História das Guerras. Editora Contexto. São Paulo. 2006.
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MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Plano de Curso: ensino médio. Escola de Formação
e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2022. Disponível em:
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QUIS: REVOLUÇÃO RUSSA: Disponível em:<https://pt.quizur.com/trivia/voce-sabe-tudo-sobre-a-
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SCHWARCZ, Lilia M. e STARLING, Heloísa M. Brasil: Uma biografia. Companhia das Letras. SP, 2015.
TESTE QUIZ: Disponível em:https://ensinarhistoria.com.br/teste-quiz-republica-velha/. ACESSO EM 23
OUT. DE 2023. - Blog: Ensinar História - Joelza Ester Domingues.
TEXTO: Disponível em:https://www.todamateria.com.br/questoes-sobre-primeira-guerra-mundial/.
Acesso em 25 out. de 2023.
202
CAFÉ FILOSÓFICO: SABOREANDO A COMIDA ENQUANTO CULTURA
Saudações estudante!
Nas atividades abaixo você irá explorar algumas questões éticas e estéticas relacionadas ao âmbito da
alimentação. Para tanto, você será conduzido por reflexões e problematizações importantes acerca da
comida enquanto elemento distintivo da cultura humana - ponderações estas que irão contribuir com o
desenvolvimento de habilidades fundamentais para a sua formação crítica. De um modo geral, comer é
uma atividade vital que nos iguala às muitas espécies de animais que conhecemos. No entanto, o modo
como selecionamos, preparamos e consumimos os alimentos denota a singularidade do ser humano em
comparação com os outros seres sencientes que também necessitam se alimentar para permanecerem
vivos. No transcorrer do tempo e do espaço, seja a nível regional ou global, a comida definiu identidades
e evidenciou distintas culturas - além de promover trocas riquíssimas de afetos, sabores e desgostos
entre os mais diversos povos. Enfim, em meio a todas essas questões, somos aquilo que comemos - tal
como dizia o filósofo Ludwig Feuerbach? E mais: ressoando o pensamento do filósofo Nietzsche,
podemos dizer que conhecemos os efeitos morais dos alimentos? Existiria uma filosofia da alimentação?
Espero que você encontre respostas saborosas sobre o assunto ao trilhar essa jornada formativa…
Coragem e bon appétit!
ATIVIDADES
1 – Leia o texto abaixo:
Em todas as sociedades, o modo de comer é regrado por convicções análogas àquelas que dão
sentido e estabilidade às linguagens verbais. Esse conjunto de convenções, que chamamos de
“gramática“, configura o sistema alimentar não como uma simples soma de produtos e comidas,
reunidos de modo mais ou menos casual, mas como uma ESTRUTURA na qual cada elemento define o
seu significado.
O LÉXICO sobre o qual essa linguagem se fundamenta evidentemente consiste no repertório dos
produtos disponíveis, plantas e animais, tipos de morfema (as unidades significativas de base) sobre
os quais se construirão as palavras e todo o dicionário. Portanto, é um léxico que se define, segundo o
caso, em relação à situação ambiental, econômica, social, cultural, uma vez que um produto pode ser
assegurado pelos recursos do território, mas também pelas relações comerciais; pode ser acessível
para alguns, inacessível a outros (de acordo com as possibilidades de uso do espaço, nas economias
de subsistência; as disponibilidades de mercado e o nível dos preços, nas economias monetárias);
pode ser aceito ou rejeitado de acordo com os gostos (coletivos ou individuais) ou com as opções
culturais (penso na rejeição da carne por parte dos vegetarianos, ou na exclusão de certas comidas ou
bebidas em determinadas tradições religiosas). (...)
203
A MORFOLOGIA se refere aos modos como os produtos são elaborados e adaptados às várias
exigências de consumo, por meio das práticas de cozinha: gestos e procedimentos concretos (os
modos de cozimento e de preparação) transformaram as unidades de base em palavras, ou seja, em
pratos ou comidas, de uso diverso e de função distinta. Por exemplo, com os cereais se podem fazer
papas, pão, massa, tortas, fogaças: os ingredientes de base são os mesmos, diferente é o resultado
gastronômico, determinado por uma qualidade diferente do trabalho realizado sobre eles. (...)
A SINTAXE é a estrutura da frase, que dá sentido ao léxico e às suas variantes morfológicas. No nosso
caso, é a refeição, que ordena os pratos de acordo com critérios de sequência, de associação, de
relação recíproca. Como na frase verbal, um ou mais protagonistas estão no centro da ação: o prato
de carne e/ou de cereais, determinado diversamente de acordo com as culturas e as classes sociais,
além da disponibilidade. (...)
Em razão dos sujeitos principais, se definem, na estrutura sintática da refeição, os “complementos“
que eventualmente precedem, acompanham, seguem: antepastos, INTERMEZZI, acompanhamentos,
“dessert“ (como estamos habituados a chamá-los hoje). Aos molhos se poderia atribuir um papel
análogo àquele dos morfemas gramaticais, provados de significado autônomo, mas essenciais (como
as conjunções e as preposições) para determinar a natureza e a qualidade dos protagonistas. Os
condimentos fazem parte mais da função de adjetivo da gramática, ou da função adverbial. Sua
escolha pode estar de fato ligada a razões tanto econômicas (a disponibilidade de recursos) quanto
rituais (na Europa cristã, o calendário litúrgico com suas obrigações “de magro“ e “de gordo“), que
conferem aos pratos uma colocação espaço-temporal típica dos advérbios. (...)
Enfim, a comida adquire plena capacidade expressiva graças À RETÓRICA, que é o complemento
necessário de toda linguagem, Retórica é adaptar o discurso ao argumento, aos efeitos que se deseja
suscitar. Se o discurso é a comida, a retórica é o modo como ela é preparada, servida, consumida.
(...)
Diversas formas de retóricas, tomadas como exemplo pela sociedade de nosso tempo, são aquelas
que qualificam a rapidez (quase sempre apenas imaginária) da “refeição de trabalho“, contrapondo-a
à maior duração da refeição noturna em família ou com os amigos. (MONTANARI, p. 165-170).
A partir do exame do trecho acima elabore um texto dissertativo explorando a seguinte questão: como a
sociedade do desempenho e a nossa relação precária com o tempo definem o “léxico”, a “morfologia”, a
“sintaxe” e - principalmente - a “retórica” da comida que ingerimos hoje em dia? Apresente em seu texto
alguns exemplos de como isso se manifesta em sua rotina escolar.
Durante muito tempo médicos, viajantes, filósofos e polígrafos dissertaram sobre os méritos da bebida
[café]: a sensualidade seria estimulada ou apagada? O apetite seria aumentado ou cortado? A
existência seria prolongada ou encurtada? O organismo seria consumido ou fortificado? Seria ela boa
ou ruim? As conclusões, claro, foram diversas e contraditórias. Porém todos pareciam concordar
quanto às qualidades reconhecidas: o café aplaca a tristeza e, isto explicando aquilo, seca as lágrimas.
[...] Hypnos [sono] é a imagem do óbito e da inevitável submissão à ordem do corpo, às necessidades
da biologia e da fisiologia. Porque são prolegômenos à imortalidade e à eternidade, os excitantes que
contrariam tal ordem são bebidas metafísicas. Elas marcam o triunfo da cultura sobre a natureza, da
farmacopéia voluntarista sobre os acasos do destino. (ONFRAY, p. 115; 117)
Após analisar o trecho acima, responda: por que, segundo o filósofo Michel Onfray, o café é um triunfo
da cultura sobre a natureza? A sua resposta evidencia algo positivo ou negativo? Por quê?
204
3 – Leia o texto abaixo:
A gastronomia é um dos principais vínculos da sociedade; é ela que amplia gradualmente aquele espírito
de convivência que reúne a cada dia as diversas condições, funde-as num único todo, anima a
conversação e suaviza os ângulos da desigualdade convencional. Também é ela que motiva os esforços
que todo anfitrião deve fazer para acolher bem seus convidados, assim como o reconhecimento destes,
quando percebem que são bem tratados (SAVARIN, p. 138)
À luz das reflexões de Byung-Chul Han, redija um breve texto apontando como é possível estabelecer
uma “política da inatividade” na rotina das nossas escolas - uma rotina ainda hoje severamente marcada
pelos valores da sociedade disciplinar, da sociedade de controle e da sociedade do desempenho. Como
uma “política da inatividade” pode melhorar o clima escolar? E como a prática do café filosófico pode
contribuir com essa transformação?
Em todo caso, quer se faça da dietética uma arte primitiva ou se veja nela uma derivação ulterior, é
claro que aí a própria "dieta", o regime, é uma categoria fundamental através da qual pode-se pensar
a conduta humana; ela caracteriza a maneira pela qual se conduz a própria existência, e permite fixar
um conjunto de regras para a conduta: um modo de problematização do comportamento que se faz
em função de uma natureza que é preciso preservar e à qual convém conformar-se. O regime é toda
uma arte de viver. [...] O regime não tem que fixar quantidades e nem determinar ritmos: ele deve
negociar, em relações em que só se pode definir os caracteres globais, modificações qualitativas e os
reajustamentos que se tornam necessários. (FOUCAULT, p. 91-92; 104).
De acordo com o texto do filósofo Michel Foucault, a forma como nos alimentamos deve se configurar
enquanto uma ética de resistência diante da sociedade disciplinar. Você concorda com essa afirmação?
Justifique a sua resposta.
205
6 – Leia o texto abaixo:
Lembremos a figura de Sócrates. Dizem que era um homem feio, mas que, quando falava, exercia
estranho fascínio. Procurado pelos jovens, passava horas discutindo na praça pública. Interpelava os
transeuntes, dizendo-se ignorante, e fazia perguntas aos que julgavam entender determinado
assunto: "O que é a coragem e a covardia?", "O que é a beleza?", "O que é a justiça?", "O que é a
virtude?". Desse modo, Sócrates não fazia preleções, mas dialogava. Ao final, o interlocutor concluía
não haver saída senão reconhecer a própria ignorância. A discussão tomava então outro rumo, na
tentativa de explicitar melhor o conceito. Vejamos então esses dois momentos, que Sócrates
denominou ironia e maiêutica.
No sentido comum, usamos a ironia para dizer algo e expressar exatamente o contrário. Por
exemplo: afirmamos que alguma coisa é bonita, mas na verdade insinuamos que é muito feia.
Diferentemente, para Sócrates, a ironia consiste em perguntar, simulando não saber. Desse modo, o
interlocutor expõe sua opinião, à qual Sócrates contrapõe argumentos que o fazem perceber a ilusão
do conhecimento.
A maiêutica centra-se na investigação dos conceitos. Para tanto, Sócrates faz novas perguntas para
que seu interlocutor possa refletir. Portanto não ensina, mas o interlocutor descobre o que já sabia.
Sócrates dizia que, enquanto sua mãe fazia parto de corpos, ele ajudava a trazer à luz ideias.
O interessante nesse método é que nem sempre as discussões levam de fato a uma conclusão
efetiva, mas ainda assim trazem o benefício de cada um abandonar a sua doxa, termo grego que
designa a opinião, um conhecimento impreciso e sem fundamento. A partir daí, é possível abandonar
o que se sabia sem crítica e atingir o conhecimento verdadeiro. (ARANHA & MARTINS, p. 21).
206
7 – Analise a imagem abaixo:
Não ver o mal. Não escutar o mal. Não falar o mal (Dana Ellyn)
207
REFERÊNCIAS
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: Introdução à Filosofia.
São Paulo: Moderna, 2016.
ARIOCH, David. D. Ellyn: “Por que amamos alguns animais e comemos outros?”. Vegazeta, São Paulo,
10 maio 2018. Disponível em: https://vegazeta.com.br/dana-ellyn-por-que-amamos-alguns-animais/.
Acesso em: 20 nov. 2023.
FOUCAULT, Michel. História da sexualidade 2: o uso dos prazeres. Tradução de Maria Thereza da
Costa Albuquerque. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1984.
MONTANARI, Massimo. Comida como cultura. Tradução de Letícia Martins de Andrade. São Paulo:
Editora Senac São Paulo, 2013.
ONFRAY, Michel. A razão gulosa: filosofia do gosto. Tradução de Ana Maria Scherer. Rio de Janeiro:
Rocco, 1999.
SAVARIN, Brillat-. A fisiologia do gosto. Tradução de Paulo Neves. São Paulo: Companhia das Letras,
2017.
208
A RELAÇÃO ENTRE ACESSO À EDUCAÇÃO E MUNDO DO TRABALHO: DESAFIOS E
PERSPECTIVAS
Bem-vindos a uma jornada de reflexão e descobertas, onde mergulharemos nas intrincadas conexões
entre educação, trabalho e a complexa teia social que nos cerca. Preparem-se para explorar não apenas
conceitos teóricos, mas para desbravar as aplicações práticas dessas ideias no nosso cotidiano,
reconhecendo o papel fundamental de cada um na construção de uma sociedade mais justa e
equitativa.
Despertando a curiosidade:
Imaginem a educação como uma chave que abre portas para o futuro. Não vamos apenas entender a
importância do acesso à educação, mas vamos desvendar como essa chave se conecta diretamente ao
mundo do trabalho e, consequentemente, à construção da sociedade em que vivemos. Queremos ir
além das teorias, queremos explorar o que isso significa para cada um de nós, para nossos sonhos e
para a construção do nosso próprio destino.
Do conceito à realidade:
Vamos começar conectando pontos, associando teorias à vida real. Ao explorar como o acesso à
educação influencia diretamente o nosso caminho no mercado de trabalho, vamos descobrir como as
escolhas que fazemos impactam não apenas nossa trajetória individual, mas também contribuem para a
formação da sociedade em que vivemos. A teoria ganhará vida à medida que entendermos como as
mudanças nas relações de trabalho no século XXI nos afetam diretamente.
O sentido pessoal:
Ao explorar os movimentos sociais contemporâneos, como o feminista, os de igualdade racial, entre
outros, queremos que vocês percebam que a equidade não é apenas uma palavra grande, mas algo que
se traduz em ações concretas. Ao final desta jornada, queremos que cada um de vocês se comprometa
não apenas com ideias, mas com ações pessoais que contribuam para a promoção da equidade no seu
entorno.
Desafios e compromissos:
No último momento, vamos desafiar vocês a analisarem casos reais, a entenderem os obstáculos
enfrentados por diferentes grupos na busca pelo trabalho digno. Mais do que isso, queremos que
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expressem compromissos pessoais, ações práticas que possam realizar no dia a dia para contribuir
efetivamente com a construção de uma sociedade mais justa.
Preparem-se para uma aula que vai além dos livros e slides, uma aula que vai inspirar vocês a serem
agentes de mudança. Juntos, vamos construir pontes para a equidade, transformando teorias em ações,
e cada um de vocês é parte fundamental dessa jornada. Vamos começar?
ATIVIDADES
Sejam Influencers da Mudança!
Estamos lançando um convite especial a cada um de vocês para se tornarem verdadeiros influencers da
mudança, produtores de conteúdo que inspiram, informam e transformam.
Através das redes sociais, podemos construir um espaço para discussões significativas sobre igualdade
de acesso ao trabalho, educação e sociedade.
▪ Impacto Positivo: Suas palavras têm poder! Ao compartilhar informações relevantes, você
influencia positivamente a perspectiva das pessoas ao seu redor.
▪ Conscientização em Escala: As redes sociais têm um alcance global. Ao se tornar um
influencer, você pode alcançar pessoas de diferentes lugares, inspirando reflexões e ações em
larga escala.
▪ Construção de Comunidade: Crie uma comunidade online que compartilhe valores similares.
Juntos, podemos fortalecer a mensagem de equidade e promover um espaço inclusivo para
discussões.
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ATIVIDADE: Produção de conteúdo digital
2 – Debate Online: participe de debates virtuais em fóruns ou redes sociais sobre temas relacionados à
igualdade de acesso ao trabalho. Compartilhe suas opiniões, argumente com base nas teorias discutidas
em sala de aula e interaja com diferentes perspectivas.
4 – Entrevista Virtual com Ativistas: organize uma entrevista virtual com representantes de movimentos
sociais. Elabore perguntas e participe ativamente da conversa, explorando as interseções entre
identidades coletivas, movimentos sociais e direitos humanos.
Juntos, podemos construir uma comunidade online comprometida com a mudança. Seja um
influencer da mudança, usando suas plataformas para construir um mundo mais justo e igualitário!
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IDENTIDADE DE GÊNERO E DIVERSIDADE: DESCONSTRUINDO ESTEREÓTIPOS E
RECONHECENDO A AUTONOMIA INDIVIDUAL
Sejam bem-vindos a uma jornada de aprendizado que promete desvendar os intrincados caminhos das
identidades humanas, um tema relevante e pulsante em nossa sociedade. Hoje, mergulharemos nas
complexidades de "Identidade de Gênero e Diversidade", explorando conceitos que vão além das
palavras para alcançar o cerne de quem somos.
Imagine entender o mundo através de um novo par de lentes, onde conceitos como sexo, gênero e
sexualidade revelam-se não apenas como termos, mas como peças fundamentais na construção da
nossa própria narrativa. Estamos prestes a explorar como esses elementos moldam não apenas nossa
visão de mundo, mas também nossas experiências individuais.
O que faz essa aula especialmente emocionante é a ponte entre a teoria e a vida real. Ao desvendar os
conceitos, estaremos abrindo portas para compreender como instituições, como escola, família e mídia,
moldam nossas percepções. Vamos mergulhar em casos históricos e contemporâneos que mostram
transformações reais nas categorias sociais, tornando tangível o impacto dessas mudanças na nossa
sociedade.
A magia deste conhecimento é que ele não permanece confinado aos limites da sala de aula. Você
descobrirá como as escolhas individuais em relação a gênero e sexualidade têm um impacto palpável em
sua própria vida e na comunidade ao seu redor. Não se trata apenas de teorias abstratas; é sobre
entender como você, como indivíduo, contribui para a tapeçaria diversificada da sociedade.
Ao explorar a autonomia e liberdade na construção de identidades, essa aula lança luz sobre a beleza
das escolhas individuais. Convidamos você a uma roda de conversa, um espaço onde suas ideias,
dúvidas e experiências são valorizadas. Aqui, celebramos a diversidade, incentivando o respeito mútuo e
a compreensão.
À medida que você se aventura nesta jornada, convido-o a refletir sobre como as categorias sociais
moldam suas próprias escolhas e identidade. Como você percebe o mundo ao seu redor? Como suas
experiências pessoais influenciam suas visões? A resposta a essas perguntas está na essência do
aprendizado que buscamos.
Este não é apenas um exercício acadêmico; é uma exploração profunda de quem somos, como
sociedade e como indivíduos únicos. Que esta aula desperte em você não apenas o desejo de
compreender, mas também o poder de questionar, respeitar e celebrar a diversidade que nos torna
únicos.
Prepare-se para uma jornada enriquecedora. A sala de aula é um espaço para descobertas, e sua voz é
essencial nesse diálogo em constante desenvolvimento.
ATIVIDADES
1. Explorando Conceitos:
▪ Atividade: Pesquise e defina os termos "sexo", "gênero" e "sexualidade" de acordo com
diferentes fontes. Compare as definições e destaque as nuances que cada fonte apresenta. Como
esses conceitos são abordados de forma semelhante ou diferente em diversas perspectivas?
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2. Simulação de Papéis:
▪ Atividade: Imagine que você está descrevendo sua vida a alguém de uma cultura completamente
diferente. Como você explicaria suas escolhas em relação ao gênero, sexualidade e outras
categorias sociais? Como essas escolhas são influenciadas pelas instituições ao seu redor?
3. Análise de Casos:
▪ Atividade: Pesquise um caso histórico ou contemporâneo que envolva transformações em
categorias sociais. Analise como essas mudanças impactaram a sociedade em diferentes
aspectos, como direitos civis, representação na mídia, etc. Qual é o papel das
interseccionalidades nesse contexto?
5. Diversidade de Escolhas:
▪ Atividade: Entreviste alguém de uma geração diferente sobre suas escolhas em relação a gênero
e sexualidade. Compare as perspectivas e destaque as semelhanças e diferenças. Como as
mudanças ao longo do tempo influenciam as visões individuais?
7. Carta à Sociedade:
▪ Atividade: Escreva uma carta à sociedade expressando sua visão sobre a importância de
respeitar e valorizar a diversidade de escolhas e identidades. Destaque exemplos práticos de
como a aceitação das diferenças pode fortalecer a sociedade.
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REFERÊNCIAS
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https://www.politize.com.br/agricultura-familiar/. Acesso em: 10 Nov. 2023.
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Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=8vpcabxKGt0. Acesso em: 25 ago. 2011.
BODART, Cristiano. O que é trabalho de campo? Café com Sociologia, 2019. Disponível em:
https://cafecomsociologia.com/o-que-e-trabalho-de-campo/. Acesso em: 10 Nov. 2023.
BOULOS, Jr Alfredo; SILVA, Edilson Adão Cândido da; JÚNIOR, Laercio Furquim. Multiversos: Ciências
humanas, ética, cultura e direitos. Ensino Médio. 1ª Edição. São Paulo, 2020.
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FAVELA. Brasil de Fato, 2019. 1 fotografia. Disponível em:
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MAPA mental: como trabalhar com essa técnica em sala de aula? [S. l.: s. n.], 2020. 1 vídeo (2:53 min).
Publicado pelo canal Inova Educação. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=TRqrnMqd7rA.
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Médio. Escola de Formação e Desenvolvimento ProfisQsional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.],
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MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Plano de Curso: ensino médio. Escola de
Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.], 2022. Disponível em:
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