04/08/23, 16:00 Problemática Ambiental

Contextualização da extração irracional

dos recursos naturais
Vimos anteriormente como o crescimento da população e da economia, se
não forem pensados e planejados, causam diversos problemas. Há muito tempo, o
homem retira partes da natureza para a sua sobrevivência e para a manutenção
de seus processos produtivos. Com o advento da Revolução Industrial, o ser
humano passou a retirar do meio muito mais do que seu poder de reconstituição.

Chamamos de recurso natural tudo que for obtido do ambiente para suprir
as necessidades e desejos dos seres humanos. Portanto, são inúmeros os
recursos, como os alimentos (plantas comestíveis, grãos, flores ornamentais); a
água (liquido fundamental para nossa sobrevivência); o ar que respiramos; o solo
fértil; o petróleo; o ferro; a madeira e muito mais. Quais outros recursos lhe vieram
à cabeça? Eles fazem parte do nosso cotidiano e estamos cercados de recursos
naturais manufaturados.

Vejamos mais alguns exemplos focados na transformação do recurso natural

em produtos e sua classificação:

Recursos hídricos: Águas superficiais e águas subterrâneas.

Recursos minerais: Areia, argila, cascalho e saibro, entre outros. Existem também
bens que se encontram em jazidas, como: ferro, ouro, níquel, prata, bauxita etc.,
que são importantes matérias-primas. Há uma grande preocupação em evitar que
a extração de minérios cause prejuízos ao meio ambiente. Devido a isso, a
extração só pode ser realizada com autorização. O Brasil é rico em recursos
minerais. Aliás, vale a pena realizar uma pesquisa para saber onde estão nossas
minas de exploração!

Recursos fósseis: Provêm de animais ou plantas que existiram em épocas

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passadas. A fossilização de um organismo é um evento raro na natureza.

Ambientes com pouco oxigênio e muita sedimentação (como pântanos ou fundo
do mar) facilitam as chances de fossilização. Petróleo, carvão mineral, gás natural
e xisto são recursos fósseis.

Ao analisar os recursos disponíveis, você deve ter percebido que alguns

estão disponíveis para todos e são ilimitados, como o ar. Outros têm alto valor
comercial, são limitados a determinados locais e suas fontes naturais cessam um
dia. Dessa forma, os recursos recebem a classificação abaixo:

Recurso renovável: É aquele que não se esgota e que pode ser reciclado ou
reproduzido em um ritmo constante. Esse tipo de recurso fica disponível
novamente devido aos ciclos naturais. Temos como exemplos o ar e os ventos, a
luz do Sol e a água. A flora e a fauna também são renováveis porque, em
condições favoráveis, podem reproduzir-se e voltar a ficar disponíveis.

Recursos não renováveis: São aqueles recursos finitos, que não se renovam
continuamente na natureza. Quando consumidos, esses recursos não podem ser
repostos em um curto espaço de tempo. Como exemplos desses recursos há os
combustíveis fósseis, os metais e o gás natural.

Podemos supor, pela quantidade de recursos naturais que a natureza nos

dá, que geramos muito impactos ao meio. Para controlar as áreas preservadas e
as que precisam de proteção, o Brasil possui uma das legislações ambientais mais
completas do mundo. A Lei Federal n.º 4.771, de 15 de setembro de 1965 instituiu
o Código Florestal. É importante que você o conheça. Pesquise na internet
“Código Florestal Brasileiro” para visualizá-lo. Você poderá encontrar também
notícias e artigos que o resumem bem como reportagens e artigos que tratam dos
temas polêmicos dessa legislação. Ficou curioso? Realize a pesquisa e boa
leitura!

Vejamos alguns conceitos e regras importantes que o Código Florestal nos

diz sobre preservação dos recursos naturais:

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Área de preservação permanente (APP): Área protegida, coberta ou não por

vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a
paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de
fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas;

Reserva legal: É a porcentagem de cada propriedade que deve ser preservada. O

código estabelece os seguintes valores: 80% em áreas da Amazônia Legal; 35%
no que se refere ao cerrado; 20% em campos gerais e 20% em outros biomas.

O Brasil abriga a maior biodiversidade do planeta e concentra mais de 20%

do total de espécies da Terra. Muitas das espécies brasileiras são endêmicas
como o abacaxi, o amendoim, a castanha-do-pará, a mandioca, o caju e a
carnaúba. Apesar de toda a biodiversidade local, a maior parte das atividades
econômicas está em espécies exóticas: cana-de-açúcar, café, arroz, soja,
eucalipto, bovinos e carpas. As espécies nativas são preteridas pela demanda do
mercado mundial, fato que prejudica a conservação dos serres vivos endêmicos e
aumenta o risco de extinção.

A extinção de espécies é um fenômeno natural quando algumas espécies

dão lugar a outras, mas a taxa de extinção atual é 200 vezes mais alta do que a
natural. Isso ocorre devido à interferência do ser humano nos ambientes naturais:
destruição de habitats para o estabelecimento de cidades, lavouras, pastagens,
extração de madeira, poluição e a introdução de espécies invasoras/exóticas (que
proliferam sem ter inimigos naturais e competem com as espécies nativas). A lista
de espécies ameaçadas da flora e fauna brasileira está disponível na página do
Ministério do Meio Ambiente.

Atualmente, as principais causas de extinção são a degradação e a

fragmentação de ambientes naturais, resultado da abertura de grandes áreas para
implantação de pastagens ou agricultura convencional, extrativismo desordenado,
expansão urbana, ampliação da malha viária, poluição, incêndios florestais,
formação de lagos para hidrelétricas e mineração de superfície. Esses fatores

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reduzem o total de habitats disponíveis às espécies e aumentam o grau de

isolamento entre suas populações, diminuindo o fluxo gênico entre elas, o que
pode acarretar perdas de variabilidade genética e, eventualmente, a extinção de
espécies.

As florestas, bem como as pastagens naturais, também oferecem serviços

indiretos e não comerciais que têm um valor econômico ao sustentarem diversas
atividades econômicas. Entre esses serviços estaria a regulação da
disponibilidade e da qualidade das águas, a estabilidade climática, a redução da
concentração de poluentes atmosféricos e a própria preservação do solo. O valor
existencial das florestas e das pastagens naturais, às vezes denominado valor
ecológico, pode ser de igual importância quando se considera a preservação de
espécies não humanas.

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Energias renováveis e suas transformações

ambientais
Você já sabe que a extração dos recursos para as necessidades humanas
gera fortes impactos ambientais. O setor de energia, essencial para o
desenvolvimento econômico, utiliza tanto recursos renováveis como os não
renováveis. Nenhuma energia é totalmente limpa. Vamos conhecer melhor as
fontes e os tipos de energia?

A construção de usinas hidrelétricas (fonte: água) geralmente exige a

formação de grandes reservatórios de água. Normalmente, é preciso inundar uma
vasta área. Isso provoca profundas alterações no ecossistema e pode ocasionar o
deslocamento de populações ribeirinhas. A decomposição da vegetação submersa
dá origem a gases como o metano, o gás carbônico e o óxido nitroso.

No Brasil, as hidrelétricas respondem por cerca de 90% da produção de

energia elétrica. Essa é uma vantagem, já que se trata de uma fonte renovável, ao
contrário dos combustíveis derivados do petróleo, carvão ou minerais radioativos
que, além de poluidores, são finitos. Certamente, você ouviu falar da Usina de
Belo Monte e pode saber um pouco mais pesquisando na internet sobre essa
imensa hidrelétrica.

Já as termelétricas (do carvão mineral) emitem o dióxido de enxofre e de

nitrogênio, que são tóxicos, além de gerarem material particulado por meio de
emissões atmosféricas.

Até mesmo a energia eólica (do vento) e a solar (luz do sol) implicam
degradações ambientais. A primeira pode ocasionar poluição visual e sonora, e a
segunda exige a exploração de minério para a fabricação da célula fotovoltaica e o
uso de baterias. Portanto, a economia de energia, independentemente de sua
fonte, sempre trará benefícios para o homem e o meio ambiente.

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Outra fonte é o gás natural presente nos depósitos subterrâneos profundos.

É composto basicamente de metano (CH4), sendo uma mistura de
hidrocarbonetos leves. Quando queimado em motores de veículos, o gás natural
tem como produto final de sua queima a água e o gás carbônico. O petróleo está
na gasolina, no óleo diesel, no querosene, nos lubrificantes e em diversos outros
produtos de grande uso da sociedade. A queima desse combustível tem sido
associada à chuva ácida, à emissão de particulados e à poluição atmosférica.

Os biocombustíveis têm ganhado investimento como alternativa ao preço alto

e finitude do petróleo. São materiais obtidos pela fermentação e decomposição
anaeróbia de vários tipos de biomassa, como cana-de-açúcar e até o lixo
orgânico. A emissão de gases estufa não é nula, pois, durante a colheita, o
processo produtivo e o transporte, são utilizados equipamentos e veículos que
liberam gás carbônico na atmosfera. Os principais biocombustíveis são o etanol
(álcool) e o biodiesel, mas também é possível produzir biogás (por meio da
biomassa), entre outros.

A geração de energia elétrica pelo uso das ondas do mar também tem se
destacado como alternativa às desvantagens das demais fontes. Não é
considerada uma fonte de grande impacto, exceto na construção, mas exige mar
com profundidade e, dessa forma, seu uso depende do relevo. Ainda temos as
usinas nucleares (do urânio). Apresentam grande capacidade de geração de
energia quando comparada aos combustíveis fósseis, no entanto, geram resíduo
radioativo e necessitam de grande segurança para evitar acidentes que podem
liberar radiação.
Foto original por Hernán Piñera ( https://www.flickr.com/photos/hernanpc/6822472939)

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