Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
PROPÓSITO
Conhecer os aspectos relativos ao meio ambiente e à sua legislação é importante para que os
planejamentos e as práticas do profissional sejam compatíveis com uma atitude de
responsabilidade ambiental.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
MÓDULO 2
MÓDULO 3
MÓDULO 1
Meio ambiente é um termo bastante familiar para você, correto? Afinal, constantemente são
divulgadas nos veículos de comunicação notícias sobre preservação do meio ambiente para
gerações futuras, poluição dos ambientes urbanos, poluição nos mares e desastres ambientais,
como o caso de Brumadinho e o desmatamento da Amazônia. Mas, afinal, o que significa meio
ambiente?
Foto: Shutterstock.com
Imagem: Meio ambiente
Entre as diversas formas de conceituar meio ambiente (ou ambiente), podemos conceituá-lo
como:
CONJUNTO DE CONDIÇÕES, LEIS, INFLUÊNCIA E
INTERAÇÕES DE ORDEM FÍSICA, QUÍMICA,
BIOLÓGICA, SOCIAL, CULTURAL E URBANÍSTICA,
QUE PERMITE, ABRIGA E REGE A VIDA EM TODAS AS
SUAS FORMAS.
Também destacamos a Lei nº 6.938 de 1981 (Política Nacional do Meio Ambiente – PNMA),
segundo a qual meio ambiente é o
Os problemas causados pela intervenção humana na natureza fazem com que a preservação
do meio ambiente seja tema obrigatório. Meio ambiente não é apenas o espaço onde habitam
os seres vivos, mas também sua própria condição para a existência de vida no planeta Terra,
que é um ecossistema singular do Universo, sendo o único, até onde se sabe, a abrigar vida
em abundância.
ECOSSISTEMAS SÃO TODAS AS RELAÇÕES OBSERVADAS
PELOS ORGANISMOS – E ENTRE ELES – QUE VIVEM EM
DETERMINADO LOCAL E INTERAGEM COM SEU MEIO
AMBIENTE.
De acordo com pesquisadores e cientistas, o ecossistema tem dois componentes básicos:
Foto: Shutterstock.com
BIÓTICOS
Foto: Shutterstock.com
ABIÓTICOS
A alteração de um único fator pode causar modificações em todo o sistema, levando à perda
do equilíbrio existente.
Imagem: Shutterstock.com
Imagem: Ecossistema aquático
RECURSOS NATURAIS
Recursos naturais é tudo aquilo que existe na natureza. Entende-se natureza como aquilo que
é inato ao espaço terrestre e universal. Está relacionada com o conjunto dos seres vivos e os
fenômenos de ocorrência natural, ou seja, sem a intervenção do homem ou de elementos
artificiais. Assim, a natureza existe mesmo sem a interferência do ser humano.
Brito (2006, p. 72) define recursos naturais como “elementos de que o homem se vale para
satisfazer suas necessidades''. Podemos, portanto, concluir que os recursos naturais
disponíveis podem ser utilizados pelas diferentes espécies de organismos vivos.
Imagem: Shutterstock.com
A ÁGUA
Imagem: Shutterstock.com
O AR
Imagem: Shutterstock.com
O SOLO
Imagem: Shutterstock.com
AS PLANTAS
Imagem: Shutterstock.com
OS ANIMAIS
Imagem: Shutterstock.com
OS MINERAIS
Se esses elementos forem extraídos de maneira excessiva, será provocado um saldo ecológico
negativo, levando em conta a capacidade de regeneração através dos ciclos, afetando as
condições de sobrevivência da humanidade e de manutenção da vida no planeta.
Foto: Shutterstock.com
BIOLÓGICOS
Foto: Shutterstock.com
HÍDRICOS
Foto: Shutterstock.com
MINERAIS
Minérios, rochas, areia, argila e carvão.
Foto: Shutterstock.com
ENERGÉTICOS
Os recursos naturais também podem ser classificados quanto à sua capacidade de renovação
em dois tipos: recursos renováveis e não renováveis.
Os recursos renováveis são aqueles inesgotáveis (como a luz solar e os ventos), ou ainda,
aqueles que possuem capacidade de renovação em virtude dos ciclos naturais (ciclos
biogeoquímicos), podendo ser recriados ou substituídos pela natureza.
EXEMPLO
Um exemplo de recurso renovável é a água, que, ao longo de seu ciclo hidrológico, retorna à
natureza.
Imagem: Shutterstock.com
Imagem: Ciclo da água
Já os recursos não renováveis são aqueles que, uma vez utilizados, não podem ser
substituídos. Esses recursos, após o uso, não podem ser reciclados e existem em uma
quantidade limitada no meio ambiente.
EXEMPLO
Como exemplo de recurso não renovável pode-se destacar o petróleo no ciclo do carbono.
Imagem: Shutterstock.com
Imagem: Ciclo do carbono
Veja a seguir alguns dos impactos antrópicos sobre a natureza e o meio ambiente atuais.
Foto: Shutterstock.com
Foto: Shutterstock.com
A degradação e o esgotamento dos solos em virtude das técnicas de produção por práticas
agropecuárias.
Foto: Shutterstock.com
Foto: Shutterstock.com
Foto: Shutterstock.com
Foto: Shutterstock.com
Em 1972, a Organização das Nações Unidas (ONU) realizou a Conferência das Nações
Unidas, conhecida como Conferência de Estocolmo. Esse foi o primeiro grande evento
organizado que visou alertar sobre os impactos decorrentes da ação humana no meio
ambiente. Foi um grande marco ambiental. Pela primeira vez, os representantes de governos
se uniram para discutir a necessidade de medidas efetivas no sentido de organizar as relações
entre o homem e o meio ambiente.
COMISSÃO BRUNDTLAND
Em 1983, foi estabelecida a Comissão Brundtland. O Secretário-Geral da ONU convidou a
médica Gro Harlem Brundtland, mestre em saúde pública e ex-primeira-ministra da Noruega,
para estabelecer e presidir a Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente. Essa comissão
disponibilizaria um relatório sobre o meio ambiente e a problemática global para o ano 2000 e
anos posteriores, incluindo estratégias propostas para o desenvolvimento sustentável.
CÚPULA DA TERRA
Em 1992, no Rio de Janeiro foi realizada a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio
Ambiente e Desenvolvimento, também conhecida como Cúpula da Terra. O evento contou com
participação de 172 países e teve como eixo de discussão o meio ambiente e o
desenvolvimento sustentável. Do referido evento, resultou a elaboração de diversos
documentos e acordos como:
Declaração do Rio Sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento: documento que conta com
27 princípios e visa buscar ações para o desenvolvimento sustentável.
PROTOCOLO DE KYOTO
Em 1997, foi assinado o Protocolo de Kyoto, no Japão, que entrou em vigor em 2005. Entre as
metas, o protocolo estabelecia a redução de 5,2%, em relação a 1990, na emissão de
poluentes, principalmente por parte dos países industrializados, no período compreendido entre
2008 e 2012.
RIO+10
Em 2002, realizou-se a Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável ou Rio+10, em
Johanesburgo, África do Sul. O objetivo foi avaliar os avanços ocorridos desde a Rio 92. Como
pontos importantes, destacam-se:
(ii) o fortalecimento das leis destinadas à proteção do meio ambiente na maioria dos países.
Abaixo vamos detalhar um evento recente conhecido como Agenda 2030 para o
desenvolvimento sustentável cujos objetivos devem ser alcançados até o ano de 2030.
Em 2015, os 193 Estados-membros das Nações Unidas concordaram com um plano de ação
para erradicar a pobreza, proteger o planeta e garantir que as pessoas alcancem a paz e a
prosperidade. O plano ficou conhecido como Agenda 2030 para o Desenvolvimento
Sustentável, a qual contém o conjunto de 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)
– 16 temáticos e 1 sobre meios de implementação -, bem como 169 metas, que contemplam de
forma integrada as três dimensões do desenvolvimento sustentável do Relatório Brundtland.
Os ODS são:
Imagem: Shutterstock.com
1. ERRADICAÇÃO DA POBREZA
Imagem: Shutterstock.com
2. FOME ZERO E AGRICULTURA SUSTENTÁVEL
Imagem: Shutterstock.com
3. SAÚDE E BEM-ESTAR
“Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades”.
Imagem: Shutterstock.com
4. EDUCAÇÃO DE QUALIDADE
Imagem: Shutterstock.com
5. IGUALDADE DE GÊNERO
Imagem: Shutterstock.com
6. ÁGUA POTÁVEL E SANEAMENTO
Imagem: Shutterstock.com
“Assegurar o acesso confiável, sustentável, moderno e a preço acessível à energia para todos”.
Imagem: Shutterstock.com
Imagem: Shutterstock.com
Imagem: Shutterstock.com
Imagem: Shutterstock.com
11. CIDADES E COMUNIDADES SUSTENTÁVEIS
Imagem: Shutterstock.com
Imagem: Shutterstock.com
Imagem: Shutterstock.com
14. VIDA NA ÁGUA
“Conservar e promover o uso sustentável dos oceanos, dos mares e dos recursos marinhos
para o desenvolvimento sustentável”.
Imagem: Shutterstock.com
“Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma
sustentável as florestas, combater a desertificação, deter e reverter a degradação da terra e
deter a perda”.
Imagem: Shutterstock.com
Imagem: Shutterstock.com
Nas últimas décadas, o desenvolvimento sustentável (DS) está sendo bastante discutido em
todos os países. Os desafios são universais. Nenhum indivíduo, nenhuma organização e
nenhum país é capaz de atingir os ODS agindo isoladamente. Por isso, são necessários
colaboração e investimento de governos, cidadãos e organizações para seguirmos o que
determina a Constituição Federativa de 1988 no artigo 225: “Todos têm direito ao meio
ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia
qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e
preservá-lo para as presentes e futuras gerações”.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. OBSERVE AS AFIRMATIVAS A SEGUIR.
A) I, II e III.
C) I, III e IV.
D) II, III e V.
E) I, III e V.
PORQUE
GABARITO
III. O recurso natural é tudo aquilo que existe na natureza e que, de alguma maneira, está
disponível e pode ser utilizado pelas diferentes espécies de organismos vivos.
IV. Os recursos naturais podem ser classificados como biológicos, hídricos, minerais e
energéticos.
As afirmações I, III e IV estão corretas porque existem várias definições para o meio ambiente,
e uma delas é dada pela Resolução nº 306 do Conama. Um grande problema ambiental que
ultrapassa fronteiras consiste no uso inadequado dos recursos naturais, isto é, os materiais
biológicos, hídricos, minerais e energéticos que se encontram disponíveis nesse ambiente, de
forma natural, para uso dos organismos vivos. O consumo sustentável deve levar em conta os
ciclos de renovação dos recursos naturais renováveis e considerar que os não renováveis são
finitos. A assertiva II está errada porque os problemas ambientais ultrapassam as fronteiras. A
assertiva V está incorreta, pois recursos não renováveis não possuem capacidade de
renovação em virtude dos ciclos naturais.
PORQUE
A agenda 2030 da ONU é um plano de ação para as pessoas, o planeta e a prosperidade que
busca fortalecer a paz universal. O plano indica 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável,
os ODS, e 169 metas que dizem respeito ao desenvolvimento capaz de suprir as necessidades
da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender às necessidades das futuras
gerações. O desenvolvimento sustentável somente existe quando são cumpridos os requisitos
ambientais para a continuidade, ao longo do tempo, dos padrões de produção e do consumo
desejados.
MÓDULO 2
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
Mesmo com todos os eventos em relação à proteção ambiental, ainda se fez necessário utilizar
mecanismos, às vezes, coercitivos, na tentativa de harmonizar a relação do homem com o
meio ambiente. O primeiro grande marco legal aconteceu em de agosto de 1981, quando foi
promulgada a Lei nº 6.938, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA).
Por meio dessa lei, foi criado o Sistema Nacional de Meio Ambiente (Sisnama), integrado por
um órgão colegiado: o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). Além disso, foi
reconhecida nessa lei a legitimidade do Ministério Público da União para propor ações de
responsabilidade civil e criminal por danos causados ao meio ambiente.
RESUMINDO
O Sisnama é constituído por órgãos e entidades da União, dos estados, do Distrito Federal,
dos municípios e pelas Fundações instituídas pelo Poder Público. Conforme o art. 6º da PNMA
(BRASIL, 1981), é estruturado da seguinte maneira:
ÓRGÃO SUPERIOR
ÓRGÃO CENTRAL
ÓRGÃOS EXECUTORES
ÓRGÃOS SECCIONAIS
ÓRGÃOS LOCAIS
Os órgãos ou entidades municipais, responsáveis pelo controle e fiscalização dessas
atividades, nas suas respectivas jurisdições.
1989
A Lei nº 7.735 de fevereiro de 1989 criou Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis (IBAMA). Essa instituição, por meio de políticas públicas ambientais, tem
como missão proteger o meio ambiente e assegurar a sustentabilidade dos recursos naturais,
promovendo, assim, o desenvolvimento socioeconômico sustentável. Nesse mesmo ano, criou-
se o programa Nossa Natureza e, no ano seguinte, o Fundo Nacional do Meio Ambiente.
1993
1996
Em 1996, foram criados o Projeto de Conservação e Utilização da Diversidade Biológica
Brasileira (Probio) e o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio).
Nos anos que se sucederam, diversos regulamentos, leis, normas e medidas provisórias
vieram normatizar as ações ambientais no país, tais como: Lei nº 9.433/97 – Lei dos Recursos
Hídricos; Lei nº 9.605/88 – Lei dos Crimes Ambientais; Lei nº 9.795/97 – Lei de Educação
Ambiental.
Em agosto de 2010, foi sancionada a Política Nacional dos Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305),
por meio da qual foram reunidos princípios, objetivos, instrumentos e diretrizes para a gestão
dos resíduos sólidos.
SAIBA MAIS
Essa lei marcou uma nova etapa no sentido da proteção ambiental, pois tem como principal
objetivo o incentivo à reciclagem do lixo e o correto manejo de produtos usados e com alto grau
de contaminação.
Através desta política, foram criados o Sistema Nacional de Informação sobre a Gestão dos
Resíduos Sólidos (Sinir) e o Sistema Nacional de Informações em Saneamento Básico (Sinisa),
além do cadastro nacional de operadores de resíduos perigosos. Outro ponto importante
abordado nessa lei é a Logística Reversa, que consiste em ações, procedimentos e meios
relacionados com a coleta e restituição dos resíduos sólidos aos setores empresariais para
reaproveitamento em seu ciclo ou novos ciclos de produção, ou ainda outras destinações
ambientalmente adequadas.
Em 2012, com a Lei nº 12.651, foi criado o Código Florestal Brasileiro, revogando o de 1965.
Foi definido que a proteção do meio ambiente natural é obrigação do proprietário, mediante a
manutenção de espaços protegidos de propriedade privada, divididos em Área de Preservação
Permanente (APP) e Reserva Legal (RL).
Foto: rafapress/Shutterstock.com
É uma região protegida, coberta ou não por vegetação nativa. Essa área possui as seguintes
funções ambientais: preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a
biodiversidade; facilitar o fluxo gênico de fauna e flora; proteger o solo; assegurar o bem-estar
das populações humanas.
Foto: Shutterstock.com
É uma área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, delimitada nos termos do
art. 12. Sua função é assegurar o uso econômico de modo sustentável dos recursos naturais
do imóvel rural, auxiliar a conservação e a reabilitação dos processos ecológicos e promover a
conservação da biodiversidade, bem como o abrigar e proteger a fauna silvestre e a flora
nativa.
A PNMA estabelece diretrizes e instrumentos que orientam as empresas nas melhores práticas
para o gerenciamento de atividades que, de algum modo, interfiram no meio ambiente,
atendidos os seguintes princípios.
PRINCÍPIOS DA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO
AMBIENTE
A Lei Federal nº 6.938 foi determinante na história da legislação ambiental brasileira. Por meio
de seus instrumentos apresentados a seguir, foi possível criar mecanismos de defesa e
proteção ao meio ambiente. Sendo assim, de acordo com o artigo 2º da PNMA (BRASIL,
1981), são estabelecidos os princípios:
Ainda com base na PNMA (BRASIL, 1981), são estabelecidos conceitos importantes para
aplicação da lei e de seus instrumentos. Assim, de acordo com o art. 3º, entende-se por:
MEIO AMBIENTE
Foto: Shutterstock.com
Foto: Shutterstock.com
POLUIÇÃO
Foto: Shutterstock.com
POLUIDOR
Foto: Shutterstock.com
A pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta ou indiretamente,
por atividade causadora de degradação ambiental.
RECURSOS AMBIENTAIS
Foto: Shutterstock.com
A PNMA tem como finalidade efetivar o direito de todos a um meio ambiente ecologicamente
equilibrado, conforme previsto na Constituição Federativa Brasileira. Também promove o
desenvolvimento socioeconômico com a utilização racional dos recursos ambientais.
Concluímos, assim, que a PNMA (BRASIL, 1981), possui um objetivo geral, citado no art. 2º da
Lei nº 6.938, os objetivos específicos, que estão no art. 4º da lei, o qual visará:
À preservação e restauração dos recursos ambientais com vistas à sua utilização racional e
disponibilidade permanente, concorrendo para a manutenção do equilíbrio ecológico propício à
vida.
Em seu art. 9º, a nº Lei 6.938 estabelece os mecanismos que serão utilizados pela
Administração pública para que o objetivo de manter a qualidade ambiental seja alcançado.
Importante destacar que esses instrumentos foram estabelecidos por meio de Resoluções do
Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), também criadas pela lei. Assim, pode-se
destacar alguns dos instrumentos de preservação apresentados na Política Nacional do Meio
Ambiente como:
PADRÕES AMBIENTAIS
A lei determina que sejam definidos os padrões ambientais, e que se estabeleçam limites
relativos ao uso e manejo de recursos. Esses padrões são ditados pelo Conama. Por exemplo,
a Resolução nº 490 estabelece exigências para o controle de emissões de gases poluentes e
de ruídos para veículos automotores pesados, já a Resolução nº 491 dispõe sobre padrões de
qualidade do ar.
ZONEAMENTO AMBIENTAL
Princípio que visa à organização territorial, ao planejamento eficiente do uso do solo e à efetiva
gestão ambiental. Esse zoneamento pode ser federal, estadual e municipal. O zoneamento
também é previsto na Lei nº 10.257/01 (Estatuto das Cidades) e na Constituição Federal.
LICENCIAMENTO AMBIENTAL
A empresa deve buscar o licenciamento ambiental. O licenciamento é um procedimento
administrativo no qual compete ao Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama) a licença e
localização, instalação, ampliação e a operação de atividades utilizadoras de recursos
ambientais. A Resolução Conama nº 237 de 1997 apresenta uma relação de atividades ou
empreendimento sujeitos ao licenciamento ambiental.
AUDITORIA AMBIENTAL
Determina os critérios de como o processo de verificação nas organizações ocorrerá e se a lei
é cumprida. O objetivo da auditoria ambiental é verificar se a conduta ambiental atende a um
conjunto de critérios específicos.
Vale a pena ressaltar que as leis apresentadas são apenas parte do Direito Ambiental do país,
que ainda possui inúmeras outras matérias, como decretos, resoluções e atos normativos.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
GABARITO
II. A Política Nacional do Meio Ambiente foi estabelecida pela Lei nº 6.938 de 1981,
baseada na Conferência de Estocolmo em 1972.
MÓDULO 3
CONCEITOS DE RESPONSABILIDADE
AMBIENTAL
Imagem: Shutterstock.com
Imagem: Responsabilidade ambiental.
Durante um longo tempo, no Brasil e em outros países, a utilização desenfreada dos recursos
naturais era vista como indicativo de progresso. Essa percepção foi mantida até que os
problemas referentes à degradação e poluição ambiental apresentassem efeitos diretos sobre
o meio ambiente e a sustentabilidade do planeta. A partir de então, a responsabilidade das
pessoas física e jurídica vem ganhando espaço e fazendo parte do cenário mundial.
RESPONSABILIDADE AMBIENTAL
Responsabilidade ambiental é um conjunto de atitudes, individuais ou empresariais, voltadas
para o desenvolvimento sustentável do planeta. Atualmente, a avaliação do desenvolvimento
econômico de um país, que leva em conta o seu impacto sobre o meio ambiente e a
sociedade, é algo que tem sido discutido praticamente no mundo inteiro. O conceito de
responsabilidade socioambiental se tornou o paradigma quase universal para a avaliação dos
efeitos ambientais, provocados pela constante busca do crescimento econômico.
SAIBA MAIS
A Política Nacional de Meio Ambiente (Lei nº 6.938), publicada em 1981, introduziu no sistema
jurídico brasileiro a noção de responsabilidade objetiva. Em seu artigo 14, parágrafo 1º, a lei
determina que o poluidor seja obrigado a indenizar ou reparar os danos causados ao meio
ambiente ou a terceiros, “independentemente da existência de culpa”.
Reparação in natura
Reparação pecuniária
RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA
Em termos gerais, a responsabilidade administrativa é resultante da infringência de norma da
Administração Pública estabelecida em lei, regulamentos ou até mesmo por força contratual,
impondo um ônus ao contratado para com qualquer órgão público. Portanto, é importante a
verificação de legislação específica nas diferentes esferas de poder, no país.
O art. 14 da Lei nº 6.938 de 1981 estabelece as sanções cabíveis àqueles que não cumpram
as medidas necessárias à preservação ou correção dos inconvenientes e danos causados pela
degradação da qualidade ambiental, sem prejuízo das penalidades fixadas em leis federais,
estaduais ou municipais. As sanções podem ser multa, perda ou restrição de incentivos fiscais,
perda ou suspensão de participação em linhas de financiamento em estabelecimentos oficiais
de crédito ou suspensão de sua atividade.
RESPONSABILIDADE PENAL
A responsabilidade penal surge com a ocorrência de uma conduta omissiva ou comissiva que,
ao violar uma norma de direito penal, pratica crime ou contravenção penal. Mas é bom ter
atenção porque os crimes contra o meio ambiente só existem na forma definida pela Lei nº
9.605 (Lei de Crimes Ambientais), publicada em 1998. Esse elemento normativo unificou várias
infrações ambientais que estavam dispersas em diversas leis e dispôs sobre as sanções
penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente.
SAIBA MAIS
Desse modo, apenas vão para a prisão as pessoas físicas que são realmente culpadas pelo
crime ambiental.
RESPONSABILIDADE SOCIAL
O cenário atual, em constantes mudanças nas questões ambientais, impõe às organizações o
compromisso social em relação à produtividade e à sustentabilidade do planeta e dos
negócios. Assim, a responsabilidade social chega às empresas e vem ganhando relevância
junto à discussão sobre desenvolvimento sustentável.
Por responsabilidade social, entende-se as obrigações empresariais perante a sociedade,
podendo ser discriminada em quatro categorias: responsabilidades econômicas,
responsabilidade legal, responsabilidades éticas e responsabilidades discricionárias,
comumente conhecidas como responsabilidades filantrópicas.
Podemos explicar cada item da pirâmide abaixo, segundo Carroll (1979 apud LOURENÇO;
SHRODER, 2003) como:
RESPONSABILIDADE ECONÔMICA
A base da pirâmide é a responsabilidade econômica. Nessa base, deve ser considerado o fato
de que o lucro é a principal razão da existência da empresa, onde sua capacidade produtiva
em produtos e/ou serviços está em concordância com a demanda. Assim, a empresa é uma
unidade econômica e deve produzir bens e serviços que a sociedade deseja consumir e vendê-
los como lucro.
RESPONSABILIDADE LEGAL
É simplesmente o arcabouço legal. Resume-se em obedecer às leis e está relacionada à
concordância da sociedade com o papel produtivo assumido pelas empresas, comprometendo-
se a satisfazer as demandas legítimas da sociedade.
RESPONSABILIDADES ÉTICAS
Por responsabilidades éticas, entende-se fazer o que é certo. Corresponde às atitudes corretas
por parte das empresas. A sociedade espera tais atitudes embora não estejam inclusas no
arcabouço legal.
RESPONSABILIDADE DISCRICIONÁRIA
Na quarta dimensão e no topo da pirâmide, encontra-se a responsabilidade discricionária, que
preconiza a filantrópica e inclui o arbítrio individual. Representa o desejo comum de que as
empresas estejam ativamente envolvidas na plena melhoria do ambiente social em que se
encontram. Sua essência está no comprometimento com o bem-estar social por meio da
filantropia e do envolvimento em projetos voluntários.
Cabe ressaltar que a responsabilidade social é diferente de filantropia. Segundo Neto e Froes
(2001, p. 26), ações filantrópicas
Desse modo, a RS, atualmente conhecida como Responsabilidade Social Empresarial (SER) e
relacionada com o conceito da sustentabilidade, visa ao gerenciamento através da relação
ética e transparente da organização com toda a comunidade com as quais se relaciona.
RESUMINDO
Pode-se dizer que as categorias da RSE – econômica, legal, ética e discricionária – norteiam a
maneira de administrar as questões ou os problemas sociais relacionados à empresa-
sociedade. Uma dessas questões refere-se ao meio ambiente.
Essa área de interesse tem como objetivo principal mitigar os impactos causados pelas
atividades empresariais.
VOCÊ SABIA
A NBR 16001 foi a primeira regulamentação voltada para a responsabilidade social emitida por
um organismo de normalização, fazendo do Brasil um país pioneiro em tratar do assunto.
SAIBA MAIS
Essas três dimensões são conhecidas como tripé da sustentabilidade ou Triple Bottom Line (3
Ps - People, Profit, Planet).
Sustentabilidade
Responsabilidade social
STAKEHOLDERS
Imagem: Shutterstock.com
Imagem: Tripé da sustentabilidade
Mas atenção, o atendimento aos requisitos da norma não significa que a organização é
socialmente responsável, e sim que possui um sistema da gestão da responsabilidade social.
SAIBA MAIS
Esse sistema de gestão permite que a organização implemente políticas e objetivos que
contemplem a legislação, os compromissos éticos, a preocupação com a promoção da
cidadania e do desenvolvimento sustentável e a transparência das suas atividades.
Em novembro de 2010, em Genebra, na Suíça, foi publicada a Norma Internacional ISO 26000
que também trata da responsabilidade social, em caráter internacional e mais amplo. No Brasil,
a versão em português da norma, a ABNT NBR ISO 26000, foi lançada em evento na
Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), em São Paulo. Enquanto a NBR
16000 trata de um sistema de gestão, a ISO 26000 estabelece diretrizes educacionais, de uso
voluntário e sendo orientada para o alcance de resultados.
ATENÇÃO
Essa norma não visa nem é apropriada a fins de certificação.
Nesse momento, você pode estar se perguntando: Mas como ter responsabilidade ambiental
na prática?
Foto: Shutterstock.com
Foto: Shutterstock.com
Foto: Shutterstock.com
Buscar consumir produtos com certificação ambiental e de empresas que respeitem o meio
ambiente em seus processos produtivos.
Foto: Shutterstock.com
Usar transporte individual (carros e motos) só quando necessário, dando prioridade para o
transporte coletivo ou bicicleta.
Imagem: Shutterstock.com
Foto: Shutterstock.com
Foto: Shutterstock.com
Foto: Shutterstock.com
Imagem: Shutterstock.com
Foto: Shutterstock.com
Foto: Shutterstock.com
Dar prioridade ao uso de sistemas de transporte não poluentes ou com baixo índice de
poluição, como transporte ferroviário e marítimo.
Foto: Shutterstock.com
Foto: Shutterstock.com
Dar preferência para a compra de matéria-prima de empresas que também sigam os princípios
da responsabilidade ambiental.
Foto: Shutterstock.com
Dar preferência, sempre que possível, ao uso de fontes de energia limpas e renováveis no
processo produtivo.
Foto: Shutterstock.com
Nunca adotar ações que possam provocar danos ao meio ambiente, como, por exemplo,
poluição de rios e desmatamento.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
PORQUE
A) I, somente.
B) II, somente.
C) III, somente.
D) I e III.
E) II e III.
GABARITO
PORQUE
II. O Código Civil Brasileiro impõe àquele que, por ação ou omissão, lesar direito de
outrem, reparar o dano.
Todos os responsáveis, direta ou indiretamente, pelo dano ambiental poderão ser convocados
a prestar esclarecimentos para a justiça brasileira ou para órgãos responsáveis. Mesmo sem o
cometimento de ato ilícito, é cabível a reparação por dano ambiental, não se admitindo
excludentes de responsabilidade. Assim, a responsabilidade civil impõe a obrigação de o
sujeito reparar o dano que causou a outrem.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Aprendemos neste estudo a respeito do meio ambiente, da legislação ambiental, da Política
Nacional do Meio Ambiente e da responsabilidade ambiental. Com base nesse aprendizado,
concluímos que as questões ambientais se tornam mais relevantes a cada dia e que a
responsabilidade ambiental deve ser um compromisso.
Essa mudança deve acontecer nas políticas das corporações e na cultura das empresas,
pensando sempre na preservação do meio ambiente e no planeta que será deixado para as
gerações futuras. Esse é um compromisso individual.
É preciso que haja uma mudança de postura dos gestores organizacionais e na forma que
esses executam as tarefas diárias, mas é preciso também que haja mudança nos hábitos e nas
atitudes de cada indivíduo, para que se possa garantir a continuidade da vida em abundância
no planeta.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
ASHLEY, P. A. Ética e Responsabilidade Social nos Negócios. São Paulo: Saraiva, 2002.
BRAGA, B. et al. Introdução à engenharia ambiental. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice
Hall, 2005.
BRASIL. Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio
Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras
providências. Brasília: Diário Oficial da União, 1981.
EXPLORE+
Ao longo deste estudo, vimos a importância da preservação dos recursos naturais. Para além
da temática, sugerimos que você pesquise na internet:
O site do IBAMA.
As Leis Ambientais, que podem ser encontradas no Portal da legislação.
No site do Ministério do Meio Ambiente, siga o seguinte caminho: no menu, clique na aba
“Centrais de conteúdo” e, em seguida, opte por “Legislação”. Você será redirecionado
para o Painel de legislação, onde encontrará leis e demais atos normativos do ministério.
CONTEUDISTA
Rosangela Amado