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UNIVERSIDADE PÚNGUÈ

Faculdade de Geociências e Ambiente

DISCIPLINA DE GESTÃO AMBIENTAL_2024

AULA 3

Tema: Recursos Naturais e sua Utilização

 Conceitos e Classificação;
 Importância dos RN;
 Alguns Recursos minerais e
seus respectivos usos.

Conceito e classificação de recursos naturais

O termo surgiu pela primeira vez na década 1970, por E.F. Schumacher, no seu livro intitulado Small is Beautiful.

Recurso, numa perspectiva geral, refere-se a elementos de que o homem se vale para satisfazer suas
necessidades nos diferentes contextos, sendo que recursos naturais, constituem elementos de origem
natural, isto é, que se originam sem qualquer intervenção humana mas que o homem usa nas suas
actividades socioculturais ou socioeconómicas. Portanto, Recursos naturais compreendem-se como tudo
que existe de origem natural e ostentando certo valor para satisfação das necessidades de ordem
fisiológicas, socioeconómicas e culturais dos seres humanos, numa perspectiva de desenvolvimento da
civilização, sobrevivência e conforto da sociedade em geral (BRITO, 2006).

Ainda em prol da noção de recursos naturais podem-se distinguir recursos naturais próprios de um
estado, os compartilháveis entre estados e os que são património comum da humanidade.

A diferença entre recursos naturais compartilhados e recursos do património comum internacionais está
baseada no número de estados que compartilham o recurso, pois os recursos como património comum
pertencem a comunidade internacional e não podem ser individualizados para os Estados, já os recursos
compartilháveis estão pela jurisdição de dois ou mais estados que os compartilham de forma exclusiva
(BRITO, 2006).

Classificação dos recursos naturais e algumas aplicações

Os Recursos Naturais podem ser classificados de acordo a velocidade ou tempo que levam para a
renovação ou de acordo a sua natureza.

Quanto a velocidade ou tempo da sua renovação, os recursos naturais subdividem-se em renováveis


(não se esgotam com maior facilidade devido a sua rápida capacidade de renovação e de manutenção
após seu uso sem ultrapassar a capacidade de carga, pois, a velocidade e a forma como são utilizados pelo
homem são determinantes para a sua manutenção na natureza, como são os casos de recursos hídricos
e biológicos) e não renováveis (esgotam-se a uma velocidade superior à sua renovação e não se renovam
à escala da vida duma geração humana, ou seja, aqueles que não se renovam em um espaço de tempo
que garanta o suprimento das necessidades do ser humano como são os casos de carvão mineral, petróleo
e gás natural) (DULLEY, 2004; BRITO, 2006).

Fig.1- Classificação dos recursos naturais a velocidade ou tempo de renovação

Fonte: adaptado pelo autor com base DULLEY, 2004; BRITO, 2006.

Constituem exemplos de recursos renováveis, a luz solar (energia solar), que é calor emitido pelo Sol, uma
fonte de energia capaz de gerar energia eléctrica através da captação da luz solar realizada por meio de
tecnologias, como os painéis fotovoltaicos, aquecedores solares e usinas heliotérmicas; o vento que é
capaz de gerar energia eólica através da sua força, por meio de aerogeradores; a água que é o recurso
natural essencial à existência humana tanto para consumo como para diversas actividades socioculturais
e económicas; os vegetais que são a fonte alimentos bem como matéria- prima para o ramo da produção industrial;
os animais que servem como alimento directo para o homem ou como matéria-prima para indústrias têxteis, entre
outros, etc.

É importante frisar que apesar dos recursos renováveis terem a capacidade de se restabelecerem naturalmente na
natureza, eles não são ilimitados e cada tipo de recurso tem um determinado tempo para se regenerar. Portanto, é
necessário respeitar o tempo de renovação de cada tipo de recurso renovável, de modo que estes continuem
disponíveis para satisfazer as necessidades do homem. De forma contrária, os recursos naturais renováveis poderão
chegar a ficar indisponíveis e se esgotarem para as futuras gerações.

Do ponto de vista ecológico, alguns recursos renováveis se originam e se renovam independentemente da forma
como são consumidos, como é o caso da luz do sol que independentemente de como é utilizada pelo consumidor,
está sempre disponível (pois advém de fonte externa). Um segundo tipo de recurso renovável é aquele gerado
dentro do sistema ecológico (de uma fonte interna), onde os consumidores afectam directamente a abundância
destes recursos.

Na perspectiva de recursos naturais não renováveis, podemos citar como exemplos, os minérios que são elementos
encontrados na natureza constituídos de minerais, como óxidos e silicatos, e muitos possuem valor económico,
como o ferro, prata, ouro; petróleo que é tido com uma das fontes de energia mais importantes do mundo,
originada a partir da decomposição de matéria orgânica e que para além de ser utilizado como fonte de energia,
também serve também como matéria-prima para a fabricação de plásticos, borrachas, solventes etc. e o carvão
mineral que é bastante utilizado como fonte de energia.

Por outro lado, os recursos naturais quanto a sua natureza podem ser classificados em: minerais (metálicos e não
metálicos), biológicos (animais e vegetais), hídricos (quantidade de água superficial e subterrânea disponível para
o homem) e energéticos (que envolvem qualquer fonte energética: combustíveis fosseis, energia nuclear e energias
alternativas) (DULLEY, 2004; BRITO, 2006).

Os recursos biológicos constituem os recursos vegetais (madeira, plantas medicinais, etc.) e animais existentes no
globo terrestre. São considerados recursos renováveis na natureza, sendo utilizados na alimentação, vestuário,
medicina, construção, dentre outros. Os animais e os vegetais são considerados recursos naturais, visto que nós,
seres humanos, nos apropriamos deles para suprir nossas necessidades. Diversas espécies de animais que
compõem a fauna estão presentes não só na nossa alimentação diária, mas também servindo como meio de
locomoção e no fornecimento de matéria-prima para diversas indústrias, como as têxteis. O sector agro-pecuário
é actualmente um dos mais representativos do mundo em diversas regiões.
O mesmo acontece com os vegetais. Diversas espécies são utilizadas não só para a alimentação, como também para
fornecer matéria-prima para indústrias de transformação, têxtil e indústrias farmacêuticas que desenvolvem
medicamentos por meio das substâncias fornecidas pelo vegetal. A madeira, por exemplo, é bastante utilizada
construção civil e na indústria imobiliária; as fibras são utilizadas como matéria-prima para o artesanato; os óleos
essenciais para a fabricação de produtos de beleza, entre outras utilidades.

Os recursos hídricos são provenientes da água superficial (rios lagos e oceanos) e subterrânea do planeta são
utilizados sobretudo na alimentação humana para além de servir de matéria-prima em muitos processos de
produção industrial.

Os recursos energéticos distinguem-se por fornecer energia, por exemplo, os e energia nuclear e os combustíveis
fósseis como o carvão, o petróleo e o gás natural, utilizados na produção de materiais, construção, transporte,
eletricidade, dentre outros. Esse tipo de recurso natural pode ser renovável (energia solar, eólica, hidroeléctrica,
geotérmica, biomassa, etc.) ou não renovável (energia nuclear e combustíveis fósseis).

Os recursos minerais são de ordem geológica, composto pelos minerais (ouro, grafite, diamante, ferro, cobre,
manganês, níquel, titânio, etc.) e as rochas (areia, argila, calcário, mármore, etc.), sendo muito utilizados para
adornos, construções, etc.

Fig.1- Classificação dos recursos naturais quanto à sua natureza

Fonte: Adaptado pelo autor com base DULLEY, 2004; BRITO, 2006
Elaborado por:

Prof. Doutor Gabriel Mandoine

06/03/2024

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