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MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE NA CONSTRUÇÃO

1. INTRODUÇÃO

1.1 Sensibilização ambiental


Pensar no meio ambiente é pensar na própria condição de existência de vida no planeta, pois meio
ambiente é tudo que nos cerca e que nos possibilita desenvolver.
A construção desse desenvolvimento parte do princípio de que necessitamos de recursos naturais,
renováveis e não-renováveis, para se atender e melhorar a qualidade de nossas vidas.
Desde que passamos a utilizar os recursos naturais para atendermos nossas necessidades, o que já
acontece há milhões de anos, a natureza vem sofrendo suas consequências. No princípio dessa utilização, a
produção era artesanal (feita à mão), portanto, lenta, assim dava tempo do meio ambiente, do qual foi
extraído o recurso, se recompor. Lembre-se, também, de que no início dos tempos, nós, seres humanos, não
passávamos de poucos grupos com pequena capacidade de interferência no meio ambiente. Por exemplo,
nos agrupávamos em Clãs, primeira forma de organização da sociedade.
O progresso das civilizações tem se baseado nos meios extraídos da natureza para atender uma escala
de necessidades cada vez mais crescente. Entre esses meios, as fontes de energias passaram a ser
determinantes na conquista desse desenvolvimento e, consequentemente, em sua manutenção.

1.1.1 Crescimento Econômico


Aumento da capacidade produtiva da economia e, portanto, da produção de bens e serviços de
determinado país ou área econômica. É definido basicamente pelo índice de crescimento anual do Produto
Nacional Bruto (PNB) per capita (SANDRONI, 2001).

1.1.2 Desenvolvimento Econômico


Aumento do PNB per capita acompanhado pela melhoria do padrão de vida da população e por
alterações fundamentais na estrutura de sua economia (SANDRONI, 2001).
1.1.3 Progresso
Processo de mudança que seria impulsionado pelo desenvolvimento tecnológico e conduziria, entre
outros aspectos, ao crescimento da riqueza socialmente produzida e a sua distribuição mais equitativa entre
os indivíduos (SANDRONI, 2001).

2. CRISE AMBIENTAL E A EVOLUÇÃO DA TOMADA DE CONSCIÊNCIA

A crise ambiental global tem despertado gradativamente as recentes gerações em direção a valores
ecológicos. A percepção do homem em relação à natureza e aos problemas ambientais sofreu grandes
transformações ao longo do século XX. Conforme Dias (2008), na segunda metade do século XX, com a
intensificação do crescimento econômico mundial, os problemas ambientais se agravaram e começaram a
aparecer com maior visibilidade para amplos setores da população, particularmente dos países
desenvolvidos, os primeiros a serem afetados pelos impactos provocados pela Revolução Industrial.
Com a Revolução Industrial, as primeiras fábricas utilizavam a força das águas para gerar energia e
produzir mercadorias. Com a introdução do carvão como matriz energética, libera-se as unidades de
produção (fábricas) para se instalarem onde o “capitalista empreendedor” deseja e onde for mais lucrativo,
dessa forma as fábricas não estavam mais sujeitas às condições naturais para sua instalação, tais como a

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existência de quedas d’água, mas sim onde as condições necessárias à produção pudessem ser encontradas a
baixo custo, o que possibilitou o crescimento dos centros urbanos.

3. CONCEITO DE MATRIZ ENERGÉTICA


Também conhecida como padrão energético, diz respeito à utilização em larga escala de um recurso
como fonte de energia que propicia a geração de bens e serviços. Historicamente, o ser humano tem feito
uso, por exemplo, do carvão, durante o período da Revolução Industrial e depois, na nossa era, do petróleo.
A mudança na fonte de energia da queda d’água para o carvão provocou a destruição de muitas
florestas, principalmente na Inglaterra, berço da Revolução Industrial. A partir dessa revolução, a produção
deixa de ser artesanal e passa a ser manufatureira, isto é, sai simplesmente a mão-de-obra e entra o emprego
das máquinas, o que acelera a produção e, consequentemente, a utilização dos recursos passa a ser cada vez
maior. A criação de máquinas de fiar (tecidos) e posteriormente o uso da máquina a vapor revolucionaram o
processo de produção (RIZZO ; PIRES, 2005).
Rizzo e Pires (2005) afirmam que o aparecimento do motor a vapor possibilitou o desenvolvimento
tecnológico no processo produtivo, pois não mais dependia da roda d’água. O trabalho especializado,
iniciado pela produção manufatureira, foi intensificado pela introdução de máquinas-ferramentas e como a
nova fonte energética exige equipamentos mais resistentes, a indústria siderúrgica se desenvolveu
rapidamente, e simultaneamente, a indústria metal-mecânica também.
Perceba que, desde a Revolução Industrial até o século XXI, o processo de produção de mercadorias
é determinado pela evolução tecnológica decorrente de cada estágio energético adotado e que termina, por
um período de tempo, tornando-se hegemônico. Foi assim com o carvão e ainda é assim com o petróleo.
Observe que na Revolução Industrial (meados do século XVIII) é que vão surgir o que hoje se
conhece como problemas ambientais. Para você ter uma ideia, no pós-revolução industrial, o número de
substâncias sintetizadas e tóxicas lançadas no meio ambiente passa hoje de 10 milhões e o que mais
impressiona é que esse número não para de crescer em função do nosso próprio desenvolvimento
(BARBIERI, 2004).

Associado à Revolução Industrial, podemos destacar como problemas ambientais:

 Crescimento desordenado das cidades o processo de industrialização atraiu grande parte


da população rural para os centros urbanos, os quais passaram a se desenvolver em torno
das fábricas. Como consequência, gerou-se uma densidade populacional nas cidades que,
associada ao crescimento vegetativo da população, aumentou a demanda por alimentos;
 Inchaço urbano fez com que a população pobre construísse suas casas em áreas de risco,
como em morros (favelas), margens de rios (palafitas) ou assoreando os rios;
 Poluição do ar, em função das chaminés das fábricas, das águas e do solo pela ausência de
tratamento dos resíduos químicos utilizados na produção etc;
 Crescente acúmulo de lixo doméstico e industrial e sua incorreta disposição final;
 Desmatamento e desertificação. O primeiro em função da necessidade de matérias-primas
para a produção em larga escala; o segundo, pela necessidade de se gerar alimentos, tanto
para atender a uma crescente população como a uma política econômica centrada num
modelo exportador de produtos agrícolas: o uso de agrotóxicos e de técnicas de cultivo
agressivas ao solo provocou erosão e evoluiu para perda total da fertilidade da terra;
 Surgimento do buraco na camada de ozônio –, a qual protege a Terra da radiação
ultravioleta do sol;
 Desperdício da água, o que tem gerando um processo de escassez.
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4. RECURSOS NATURAIS

Os recursos naturais são os elementos retirados da natureza para suprir as necessidades dos seres
vivos. Esses elementos são úteis no dia a dia, fornecem alimento, energia e garantem o desenvolvimento da
sociedade e das diversas atividades exercidas pelo homem em seu cotidiano. Esses recursos não estão
distribuídos de forma homogênea no planeta, portanto, há lugares com maior ou menor disponibilidade de
determinado elemento. Assim, determinadas áreas podem apresentar insuficiência de recursos naturais para
suprir as necessidades da população, gerando conflitos entre os indivíduos, como é o caso do petróleo.
Os recursos naturais são também fundamentais para o desenvolvimento econômico, visto que muitos
apresentam viabilidade econômica. Contudo, nem todos esses elementos podem ser utilizados na forma que
são retirados da natureza, precisando, portanto, passar por um processo de transformação e beneficiamento
para que seja utilizado.

4.1 Tipos de recursos naturais


Os recursos naturais podem ser classificados de duas formas:
a) Os recursos naturais renováveis:
São aqueles que se renovam na natureza, existindo em abundância. Normalmente, esses recursos não
se esgotam com facilidade devido ao tempo de renovação e sua facilidade de renovação. Contudo, a
velocidade e a forma como são utilizados pelo homem são determinantes para a sua manutenção na
natureza.
São exemplos de recursos renováveis:
 Luz solar (energia solar
 Água
 Vegetais
 Animais
 Madeira

b) Os recursos naturais não renováveis:


São aqueles que não se renovam em um espaço de tempo que garanta o suprimento das necessidades
do ser humano, sendo, portanto, uma regeneração lenta. Sendo assim, a utilização desses pode levar ao seu
esgotamento, deixando então de existir. Uma das atuais preocupações da humanidade é garantir a
manutenção desses recursos, visto que muitos têm sido utilizados de forma irracional. Quase 90% da energia
utilizada no mundo é proveniente de fontes não renováveis de energia.

 Minérios
 Petróleo
 Carvão mineral

5. CONCEITOS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL


Entendem-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade
constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação

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do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade.
(Política Nacional de Ed. Ambiental, Lei 9795/1999 Art. 1º).
“A Educação Ambiental é uma dimensão da educação, é atividade intencional da prática social, que
deve imprimir ao desenvolvimento individual um caráter social em sua relação com a natureza e com os
outros seres humanos, visando potencializar essa atividade humana com a finalidade de torná-la plena de
prática social e de ética ambiental.” (Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental, Art. 2°).
“A educação ambiental é um processo de reconhecimento de valores e clarificações de conceitos,
objetivando o desenvolvimento das habilidades e modificando as atitudes em relação ao meio, para entender
e apreciar as inter-relações entre os seres humanos, suas culturas e seus meios biofísicos. A educação
ambiental também está relacionada com a prática das tomadas de decisões e a ética que conduzem para a
melhora da qualidade de vida”. (Conferência Intergovernamental de Tbilisi (1977).

5.1 Objetivos da Educação Ambiental


A educação ambiental objetiva a compreensão dos conceitos relacionados com o meio ambiente,
sustentabilidade, preservação e conservação.
“Acredito que a EA seja um processo por meio do qual as pessoas apreendam como funciona o
ambiente, como dependemos dele, como o afetamos e como promovemos a sua sustentabilidade.” (DIAS,
2004).
Desenvolver CONHECIMENTO, COMPREENSÃO, HABILIDADES, MOTIVAÇÃO para adquirir
VALORES, MENTALIDADES, ATITUDES para lidar com QUESTÕES/PROBLEMAS AMBIENTAIS e
encontrar SOLUÇÕES SUSTENTÁVEIS (DIAS, 2004).

5.1.1 Demanda da Educação Ambiental: Formal e Informal

a) Educação Formal: Envolve estudantes em geral, desde a educação infantil até a


fundamental, média e universitária, além de professores e demais profissionais (Técnico em
Meio Ambiente) envolvidos em cursos de treinamento em Educação Ambiental.

b) Educação Informal: Envolve todos os segmentos da população, como por exemplo: grupos
de mulheres, de jovens, trabalhadores, políticos, empresários, associações de moradores,
profissionais liberais, dentre outros.

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