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Estudos Ambientais II

Conceito de Recursos Naturais

O conceito de recursos naturais é central para entender a interação entre o ser humano e
o meio ambiente. Autores destacados fornecem definições fundamentais desse conceito
e suas implicações para a sociedade e o desenvolvimento sustentável.

Segundo Turner (2016), os recursos naturais são elementos ou materiais presentes na


natureza que são úteis para as atividades humanas. Esses recursos podem ser
renováveis, como água, solo e energia solar, ou não renováveis, como minerais e
combustíveis fósseis. A disponibilidade e qualidade desses recursos são determinantes
para a prosperidade econômica e bem-estar social de uma sociedade. enquato que para
Moran (2004), recursos naturais referem-se a todos os componentes do ambiente físico
que podem ser utilizados para satisfazer as necessidades humanas. Esses recursos
incluem elementos como água, solo, minerais, vegetação, fauna e ar.

Classificação de Recursos Naturais

A classificação dos recursos naturais é uma questão complexa que considera sua
origem, forma de exploração e sustentabilidade. Diversos autores propõem sistemas de
classificação para melhor compreender a variedade e importância desses recursos.

De acordo com Moran (2003), os recursos naturais podem ser classificados de várias
maneiras, com base em critérios como sua origem geológica (minerais, petróleo), ciclo
de vida (renováveis, não renováveis), função econômica (energéticos, minerais
industriais) e ecossistêmica (florestas, rios).

Os recursos naturais são componentes, materiais ou não da paisagem geográfica, mas


que ainda não tenham sofrido importantes pelo trabalho humano e cuja própria génese é
independente do homem, mas aos quais lhes foram atribuídos, historicamente, valores
económicos, sociais e culturais.

Outra abordagem é a classificação de recursos naturais proposta por Krutilla e Fisher


(1975), que os divide em quatro categorias principais: recursos de estoque (como
minerais), fluxo (como água), condição (como solo) e paisagem (como beleza natural).
Autores como Tietenberg e Lewis (2014) propõem uma classificação dos recursos
naturais com base em sua renovabilidade e exaustibilidade. Segundo essa classificação,
os recursos naturais podem ser divididos em três categorias principais:

Recursos Renováveis: São aqueles que podem ser regenerados naturalmente em um


curto período de tempo, como a luz solar, o ar, a água doce, os solos e os recursos
vegetais. Esses recursos são considerados sustentáveis quando sua taxa de utilização não
excede sua taxa de regeneração.

Recursos Não Renováveis: Refere-se a recursos que têm um suprimento limitado na


Terra e não podem ser facilmente substituídos em uma escala de tempo humana.
Exemplos incluem minerais metálicos (como ouro, prata e cobre), combustíveis fósseis
(como petróleo, gás natural e carvão) e minerais não metálicos (como areia, cascalho e
fosfato).

Recursos Inesgotáveis: Estes são recursos que, embora possam ser utilizados pelo ser
humano, são considerados praticamente ilimitados em relação à capacidade de consumo
humano. Exemplos incluem a energia solar, a energia eólica e as ondas do mar.

O conceito e classificação de recursos naturais são fundamentais para a gestão


ambiental e desenvolvimento sustentável. Através das obras de autores como Turner,
Moran, Krutilla e Fisher, podemos entender a diversidade e importância desses recursos
e como sua utilização responsável é essencial para garantir a qualidade de vida das
gerações presentes e futuras.

Referências:

Moran, E. F. (2003). Human adaptability: An introduction to ecological anthropology.


Routledge.

Krutilla, J. V., & Fisher, A. C. (1975). The economics of natural environments: Studies
in the valuation of commodity and amenity resources. Resources for the Future.

Turner, W. R. (2016). Introduction to environmental science. Routledge.

Tietenberg, T., & Lewis, L. (2014). Environmental and natural resource economics.
Routledge.
Conceito de Desenvolvimento Sustentável:

O desenvolvimento sustentável é um conceito que busca conciliar o progresso


econômico, social e ambiental, garantindo que as necessidades das gerações presentes
sejam atendidas sem comprometer a capacidade das gerações futuras de atenderem às
suas próprias necessidades. Em outras palavras, visa a integração entre crescimento
econômico, justiça social e preservação ambiental.

De acordo Canepa, Carla (2007), O desenvolvimento sustentável refere-se a um modelo


de desenvolvimento económico, social e político que está em harmonia com o meio
ambiente. Esse conceito busca equilibrar as necessidades da geração actual com a
preservação dos recursos naturais para as gerações futuras.

Os princípios básicos do desenvolvimento sustentável são:

 Ambiental: Considera a preservação e uso racional dos recursos naturais.


 Económico: Busca o progresso socioeconómico.
 Social: Visa à igualdade e ao bem-estar da sociedade.

Em 2015, as Nações Unidas propuseram a Agenda 2030, um plano de acções com 17


objectivos a serem cumpridos pelos países-membros até o ano de 2030. Esses objectivos
incluem a erradicação da pobreza, igualdade social, acesso ao saneamento, educação de
qualidade e proteção dos ecossistemas terrestres e marinhos. O alcance desse modelo de
desenvolvimento depende de esforços colectivos da sociedade civil, empresas e Estados
nacionais.

Em resumo, o desenvolvimento sustentável é essencial para garantir um futuro


equilibrado, onde as necessidades humanas são atendidas sem prejudicar o meio
ambiente e as gerações futuras.

Identificação e Caracterização das Dimensões do Desenvolvimento Sustentável:

Dimensão Ambiental: Refere-se à conservação dos recursos naturais, proteção da


biodiversidade, mitigação da poluição e promoção de práticas sustentáveis de uso da
terra, água e energia. Envolve a adoção de tecnologias limpas, gestão eficiente de
resíduos e medidas de adaptação e mitigação às mudanças climáticas.
Dimensão Econômica: Diz respeito à promoção do crescimento econômico de forma
equitativa e inclusiva, garantindo a distribuição justa dos benefícios e o acesso aos
recursos para todos os membros da sociedade. Isso inclui o estímulo à inovação
tecnológica, o fomento ao empreendedorismo sustentável, o fortalecimento do comércio
justo e a criação de empregos verdes.

Dimensão Social: Envolve a promoção da igualdade de oportunidades, o respeito aos


direitos humanos, a inclusão social e a melhoria da qualidade de vida para todos. Isso
inclui o acesso à educação de qualidade, serviços de saúde adequados, moradia digna,
segurança alimentar, água potável e saneamento básico para todas as pessoas,
independentemente de sua condição socioeconômica.

Dimensão Cultural: Refere-se ao respeito e valorização das diferentes culturas e


tradições, bem como ao fortalecimento da identidade cultural das comunidades. Isso
envolve a promoção do diálogo intercultural, a preservação do patrimônio cultural e a
participação ativa das comunidades na tomada de decisões que afetam seu
desenvolvimento.

Referências bibliográficas

Sachs, I. (2004). Desenvolvimento sustentável: Desafio do século XXI. Garamond.

Barbieri, J. C. (2007). Desenvolvimento e Meio Ambiente: Conceitos, Estratégias e


Políticas. Editora da Universidade de São Paulo.

Leal Filho, W. (Ed.). (2019). Encyclopedia of Sustainability in Higher Education.


Springer.
Metodologia de Identificação e Avaliação dos Impactos Ambientais

A metodologia de identificação e avaliação dos impactos ambientais é crucial para


entender e mitigar os efeitos adversos das atividades humanas sobre o meio ambiente.
Diversos autores contribuíram para o desenvolvimento de abordagens e técnicas para
realizar essa análise de forma sistemática e abrangente.

A "metodologia de identificação e avaliação dos impactos ambientais" se refere a um


conjunto de procedimentos e técnicas utilizadas para entender como as atividades
humanas afetam o meio ambiente. Essa metodologia envolve a análise detalhada dos
possíveis impactos de um projeto, atividade ou política ambiental sobre os recursos
naturais, ecossistemas, comunidades humanas e outros aspectos do ambiente.

De acordo Assinado Wathern Peter (1990:7), a metodologia de identificação e avaliação


dos impactos ambientais é fundamental para entender como atividades humanas afetam
o meio ambiente. Ela geralmente envolve várias etapas:

Identificação dos Impactos Ambientais

Segundo Canter (1996), a identificação dos impactos ambientais envolve a análise


detalhada de todas as etapas de um projeto ou atividade, desde a sua concepção até a sua
implementação e operação. Isso inclui a identificação de todas as interações potenciais
entre o projeto e o ambiente circundante, considerando fatores como mudanças no uso
do solo, emissões atmosféricas, descargas de efluentes, geração de resíduos, impactos
sobre a biodiversidade e alterações nos recursos hídricos.

Por exemplo, ao planejar a construção de uma usina hidrelétrica, é necessário considerar


os efeitos potenciais sobre o ecossistema aquático local, incluindo mudanças no fluxo
do rio, impactos na fauna aquática e alterações nos habitats ribeirinhos.

Avaliação dos Impactos Ambientais


Para avaliar os impactos ambientais identificados, são utilizadas diversas técnicas e
ferramentas. Uma abordagem comum é a Matriz de Leopold, desenvolvida por Leopold
et al. (1971), que organiza e avalia os impactos ambientais de um projeto com base em
critérios como magnitude, duração, extensão geográfica, reversibilidade, probabilidade
de ocorrência e importância.

Por exemplo, ao avaliar os impactos de uma nova rodovia, a Matriz de Leopold pode ser
usada para determinar a extensão dos impactos na vegetação nativa, na fauna local e na
qualidade do ar.

Outra abordagem amplamente utilizada é a Avaliação de Impacto Ambiental (AIA), que


envolve a avaliação sistemática dos impactos ambientais de um projeto antes de sua
implementação. Autores como Glasson et al. (2012) fornecem diretrizes e metodologias
detalhadas para conduzir uma AIA eficaz, incluindo a identificação de alternativas, a
previsão dos impactos ambientais, a avaliação dos impactos significativos e o
desenvolvimento de medidas de mitigação.

. Por exemplo, ao planejar a construção de uma nova fábrica, uma AIA pode ser
conduzida para avaliar os potenciais impactos na qualidade do ar, na qualidade da água,
no solo e no ruído ambiental. Com base nessa avaliação, medidas de mitigação podem
ser desenvolvidas para minimizar os impactos negativos e promover o desenvolvimento
sustentável.

Referências:

Canter, L. W. (1996). Environmental impact assessment (2nd ed.). McGraw-Hill.

Glasson, J., Therivel, R., & Chadwick, A. (2012). Introduction to environmental impact
assessment (4th ed.). Routledge.

Leopold, L. B., Clarke, F. E., & Hanshaw, B. B. (1971). A procedure for evaluating
environmental impact. Geological Survey Circular, 645.

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