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Conceitos e definições relacionados a estudos de impactos ambientais

A Avaliação de Impactos Ambientais é operacionalizada por meio dos Estudos de


Impactos Ambientais (EIA). O papel do EIA é qualificar e quantificar antecipadamente
os impactos ambientais, como suporte ao planejamento de atividades que impactem o
ambiente.
Esse trabalho é de importância crucial no país, devido à relevância dos recursos naturais
no contexto de um mundo globalizado, em função da expressiva escalada das atividades
econômicas e de ocupação dos espaços, e, finalmente, à inserção das questões
ambientais tanto nas preocupações nacionais quanto na perspectiva internacional.
Ao participar como peça integrante desse sistema, você estará contribuindo positiva ou
negativamente neste processo. E então? O que vai ser? Estará firme nos conceitos ou vai
navegar em águas turvas?
Objetivos

Ao final desta unidade, você deverá ser capaz de:


 Definir ambiente, cultura e patrimônio cultural.
 Diferenciar poluição, degradação ambiental e impacto ambiental.
 Relacionar avaliação de impactos ambientais a processos de recuperação ambiental.
Conteúdo Programático

Esta unidade está dividida em:


 Aula 1 - Ambiente, cultura e patrimônio cultural
 Aula 2 - Poluição, degradação ambiental e impacto ambiental
 Aula 3 - Processos ambientais, avaliação de impactos ambientais e recuperação ambiental
Rota de Aprendizagem

A Rota de Aprendizagem apresenta as ações que devem ser realizadas nesta unidade.
Utilize a Rota de Aprendizagem para planejar e gerir, com eficiência, as suas ações e o
seu tempo de estudo. Isso facilitará a construção do seu conhecimento e aumentará a
possibilidade de que você tenha um bom desempenho nas avaliações. Clique aqui para
acessar a Rota de Aprendizagem.

Pois é, o gestor ambiental não é o profissional escalado para dizer “não” ao


desenvolvimento. Estamos em campo para dizer como fazer, para evitar situações como
a representada acima. Será que que os pássaros têm razão?
Aula 1
Ambiente, cultura e patrimônio cultural

Você certamente já notou que palavras como “meio ambiente”, “poluição”, “impacto” e
“avaliação”, fazem parte do nosso dia a dia. No entanto, não é possível afirmar que
todos conhecem seus significados. Na prática do gestor ambiental, o mesmo se aplica.
É necessário entender que esses termos podem abranger muitos significados e que se faz
necessário estabelecer quais bases terminológicas empregar em trabalhos relacionados
aos Estudos de Impactos Ambientais. O entendimento dessa base conceitual é essencial
para estabelecer com maior clareza a aplicação e definição dos objetos de estudo.
Como visto na unidade anterior, é possível perceber que há um “entendimento global”
acerca da degradação ambiental no mundo. Essta visão histórica está carregada de
entendimentos a respeito do “impacto ambiental” e da “poluição”, a ponto de fazer parte
da linguagem popular. O termo “poluição” deixou de ser um jargão quase exclusivo do
meio acadêmico e passou a figurar na imprensa, ganhando mundo.
Com o crescimento da mentalidade ambiental no mundo e a complexidade das
“situações-problema” que o meio ambiente vem assumindo (acidentes severos,
desastres, degradação etc.), foram sendo incorporadas medidas para limitar e controlar a
emissão e a presença de diversas substâncias nocivas, chamadas “poluentes”,
consolidando a ideia de “impacto ambiental”.

O conceito de “ambiente”, no campo da gestão ambiental, é muito amplo, podendo


incluir tanto a natureza como a sociedade. Com isso, existem abordagens que o
interpretam sob diferentes perspectivas, reduzindo ou ampliando sua abrangência de
acordo com interesses dos envolvidos.
Os estudos de impacto ambiental não se limitam ao meio físico e ecológico dos
projetos, mas incluem também suas consequências nos planos econômico, social e
cultural. As definições legais muitas vezes se mostram incompletas ou insuficientes para
abranger a complexidade do termo. Na legislação brasileira, meio ambiente é definido
como o “conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e
biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas. ” (Lei Federal n°
6.938, de 31 de agosto de 1981, art. 3o, I).

O conceito de ambiente não só permite diferentes interpretações, como muitas vezes


reflete um dado contexto histórico. O meio ambiente é o meio de onde a sociedade
extrai os recursos essenciais à sobrevivência (concepção da natureza como fornecedora
de bens), embora, acima disso, ambiente seja meio de vida, relacionado às funções
ecológicas essenciais à continuidade da vida.
Contudo, a sobre-exploração dos recursos naturais tem levado a uma série de processos
de degradação ambiental, afetando a capacidade da natureza de prover os serviços e
funções essenciais à vida. É preciso ter em mente que os recursos naturais tratam não
somente da capacidade da natureza de fornecer recursos físicos, mas também de prover
serviços e desempenhar funções de suporte a todas as formas de vida do planeta.
É evidente que há uma abordagem voltada ao meio ambiente como simples fornecedor
de recursos, e há o extremo oposto, como meio de vida. Então esse conceito pode então
ser definido por meio de três diferentes concepções: uma objetiva, uma subjetiva e uma
centrada na tecnologia.
Na forma objetiva, ambiente é a ideia de natureza que vai do pontual ao global, do
organismo à biosfera, incluindo as relações entre eles. Na concepção subjetiva,
ambiente é “um sistema de relações entre o homem e o meio, entre os indivíduos e a
fauna, a flora, a água, o ar, etc.” (Theys, 1993, p.22, citado em Sanchez, 2006). Nessa
forma de pensar, as relações entre os sujeitos e as regras de apropriação do ambiente
fazem dele um campo de conflitos.
O modelo centrado na tecnologia (foco no homem) traz uma visão fragmentada em que
onde “cada indivíduo, grupo social e sociedade seleciona os elementos do meio e os
tipos de relações que lhe importam” (Theys, 1993, p.22, citado em Sanchez, 2006).
Nesta abordagem, o ambiente não é uma totalidade altamente dependente, do ponto de
vista do sistema de valores, crenças e percepção de cada grupo.
É possível perceber que o conceito de ambiente abrange uma ampla gama de visões e
contribuições das diversas disciplinas para o campo do planejamento e da gestão
ambiental.
Sabe-se que as repercussões de um projeto (intervenções humanas no ambiente) podem
ter uma série de consequências ecológicas, embora as atividades humanas tenham efeito
também sobre as pessoas no âmbito econômico, social e cultural.
Veja alguns exemplos: a implantação de um dado empreendimento que torna
necessária a remoção de pessoas ou comunidades, ou a ruptura de determinados modos
de vida ou a perda de um bem de uso comum, levando ao empobrecimento cultural.
Por vezes a substituição de modos tradicionais de vida por padrões “mais modernos” e
“confortáveis” levam a uma alteração profunda dos modos de vida das populações.
Quando falamos em “cultura”, temos que levar em conta um conjunto subjetivo e vasto
de significados.

O que é “cultura” para você?


De certa forma, tudo o que o ser humano faz é cultura. O conceito de cultura abrange a
“herança de valores e objetos compartilhada por um grupo humano relativamente
coeso”, “um conjunto de regras, conhecimentos, saberes, valores, mitos, que permite e
assegura a alta complexidade do indivíduo e da sociedade humana e que, não sendo
inato, precisa ser transmitido e ensinado a cada indivíduo em seu período de
aprendizagem para poder se autoperpetuar.” (SÁNCHEZ, 2006).
Cabe ressaltar que o patrimônio genético representado pela biodiversidade também é
considerado patrimônio cultural, além de natural, pois supõe conhecimento (científico
ou tradicional) que permita seu aproveitamento.
Com base no que foi visto até aqui, em que estágio você acha que está
em relação ao entendimento do significado dessas terminologias?

Patrimônio cultural
A Constituição Federal Brasileira, em seu artigo 216, define patrimônio cultural brasileiro
como os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto,
portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores
da sociedade brasileira, nos quais se incluem: I - as formas de expressão; II - os modos de
criar, fazer e viver; III - as criações científicas, artísticas e tecnológicas; IV - as obras, os
objetos, os documentos, as edificações e demais espaços destinados às manifestações
artístico-culturais; V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico,
artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico.
Para aprofundar seu conhecimento sobre dos conceitos de ambiente, cultura e
patrimônio cultural, estude, agora, no livro: SÁNCHEZ, L. E. Avaliação de impacto
ambiental: conceitos e métodos, o capítulo 1 - Conceitos e definições (p.18-23).
Atividade
Uma consulta à legislação ambiental de diferentes países mostra similaridades na maneira
de determinar seu campo de aplicação. No Chile, meio ambiente é o sistema global
constituído por elementos naturais e artificiais de natureza física, química ou biológica,
socioculturais e suas interações, em permanente modificação pela ação humana ou natural e
que rege e condiciona a existência e desenvolvimento da vida em suas múltiplas
manifestações. No Brasil, é o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem
física, química e biológica que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas. O que
podemos observar de comum nestas duas definições?

1. a A ideia que o meio ambiente pode ser descrito como uma coleção de objetos naturais em diferentes
escalas.
2. b As condições físicas, químicas e biológicas permitem, abrigam e regem a vida em todas as suas
formas.
3. c Não há absolutamente nenhuma semelhança entre as definições brasileira e a chilena de meio
ambiente.
4. d Que o meio ambiente está pautado apenas em interações de ordem biológica e social, não sendo
levado em conta os aspectos físicos.
5. e Elas estão definidas de modo a dar condições de serem legalmente rebatidas e questionadas desde
que haja necessidade do setor privado.

Alternativa correta: letra (b).


Basicamente se referem ao mesmo tema. Meio ambiente é o meio de onde
a sociedade extrai os recursos essenciais à sobrevivência e os recursos
requeridos pelo processo de desenvolvimento socioeconômico. Por outro
lado, é também o meio de vida, de cuja integridade física, química e
biológica depende a manutenção das funções ecológicas essenciais à vida.
Aula 2Poluição, degradação ambiental e impacto ambiental

No mundo todo, a crescente incorporação dos temas ambientais ao debate público veio
da repercussão de problemas, então denominados “ambientais”, que foram assimilados à
noção de poluição. A grande repercussão da Conferência das Nações Unidas sobre o
Ambiente Humano, em Estocolmo (1972), foi responsável pelo amadurecimento da
mentalidade de que “o preço da poluição” é danoso para os seres vivos.
Formou-se o senso comum de que as atividades humanas são as causas da poluição e
que, cujos governos deveriam controlar as fontes. Iniciou-se a formulação de leis de
controle de poluição, a criação de entidades governamentais encarregadas da vigilância
ambiental e a fiscalização das atividades poluentes em todo o mundo. No Brasil, os
estados do Rio de Janeiro (em 1975), e São Paulo (em 1976), estabeleceram leis
próprias de controle de poluição.
O que você entende por “poluição”?
Conceitualmente, poluição foi definida nos instrumentos de lei como “qualquer
alteração das propriedades físicas, químicas ou biológicas do meio ambiente, causada
por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas” (CUNHA
& GUERRA, 2002).
Como efeitos diretos ou indiretos sobre o homem, foram elencados aqueles que “sejam
nocivos ou ofensivos à saúde, à segurança e ao bem-estar das populações; que
inviabilizem os usos do meio ambiente; levem danos à fauna, à flora, ao equilíbrio
ecológico e às propriedades; e aqueles que não estejam em harmonia com os arredores
naturais.” (Dec. Lei Estadual do Rio de Janeiro nº 134/75, art. 1º)
A associação entre poluição e emissões (presença de matéria ou energia), dá à poluição
grandezas físicas ou parâmetros (químicos ou físico-químicos) que podem ser medidos.
Para tais parâmetros se estabelecem-se valores de referência, que são entendidos como
padrões ambientais. Uma vez que a poluição pôode ser medida, foram formulados
mecanismos de controle que delegam direitos e responsabilidades do poluidor e dos
agentes de controle.
Poluição e degradação ambiental são a mesma coisa?
Poluição e degradação ambiental não são sinônimos. Acontece que nem sempre
processos de degradação ambiental estão associados à emissão de poluentes.
No caso do aterro de um manguezal ou da destruição de restingas, por exemplo, não há
emissão de poluentes.
Nesse contexto, inúmeras atividades humanas que causam perturbações ambientais
assumiram a dimensão de impacto ambiental. Tal percepção representa uma evolução
na leitura das políticas ambientais.
Degradação ambiental é um termo quase sempre ligado a uma “mudança artificial ou
perturbação de causa humana”, resultado de uma interferência (redução/simplificação)
nas condições naturais ou no estado de um ambiente. O homem é o sujeito causador dos
processos de degradação ambiental, uma vez que “os processos naturais não degradam
ambientes, apenas causam mudanças.” (Johnson et al.,1997, p. 583, citado em
SANCHEZ, 2006)

A degradação está associada à perda de qualidade. A degradação ambiental representa


perda ou deterioração da qualidade ambiental. A Lei da Política Nacional do Meio
Ambiente define degradação ambiental como “alteração adversa das características do
meio ambiente” (art. 3o, inciso II).
A qualidade ambiental é um conceito difícil de definir. Pode ser entendida como
“condição de um ambiente relativo aos requisitos de uma ou mais espécies e/ou de
qualquer necessidade ou objetivo humano”. Inerentemente, cabe ressaltar que “a
qualidade ambiental deve ser descrita com a ajuda de indicadores e da percepção pelos
diferentes atores sociais.(Johnson et al.,1997, p. 583, citado em SANCHEZ, 2006.)
Assim como o patrimônio natural, o cultural também pode ser degradado,
descaracterizado e até destruído. Este entendimento amplia a visão de que a degradação
pode ser percebida em diferentes graus. Usualmente, esses termos descritivos são
utilizados para caracterizar impactos ambientais.
Dependendo do nível de degradação atuante sobre o ambiente, às vezes este consegue se
recuperar espontaneamente. Entretanto, esse tipo de recuperação pode ser impossível ou
se dar em prazo muito longo. Essa capacidade do sistema natural de se recuperar de uma
perturbação é chamada resiliência, termo que faz analogia aos conceitos de resistência e
elasticidade da física.
Como exemplo de resiliência, podemos citar a vegetação do Cerrado, que, após ser
atingida pelo fogo e aparecer aquela paisagem desoladora, negra, de praticamente “tudo
queimado”, em pouco tempo o ambiente se regenera, rebrotando verde e maravilhoso,
como se nada tivesse acontecido.
Veja a imagem ao lado. Onde o fogo passou, praticamente nada restou. No fundo, onde
o fogo não passou, o cerrado está intacto. Resiliência significa que, em pouco tempo, a
parte queimada voltará a se recuperar e ficar verde como a parte não queimada.

O termo impacto ambiental tem sido amplamente divulgado e está relacionado a


“qualquer alteração no meio ambiente em um ou mais de seus componentes, provocada
por uma ação humana” (Moreira, 1992, p.113, citado em SANCHEZ, 2006), e à
“mudança em um parâmetro ambiental que resulta de uma dada atividade, comparada
com a situação que ocorreria se essa atividade não tivesse sido iniciada. (Westman,
1985, p.7, citado em SANCHEZ, 2006.)
Esse impacto ambiental também visa a abarcar “qualquer alteração das propriedades
físicas, químicas ou biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de
matéria ou energia resultante das atividades humanas, que direta ou indiretamente
afetem: a saúde, a segurança e o bem-estar da população; as atividades sociais e
econômicas; as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; a qualidade dos
recursos ambientais. (Resolução CONANA 001/86, art. 1º.)
Note que há semelhanças (bagagem) herdadas do conceito de poluição nesse postulado.
Contudo, é preciso ter em mente que há possibilidade de ocorrerem impactos ambientais
positivos. Um exemplo é a “criação de empregos”. Trata-se de um impacto social e
econômico, mas há também impactos positivos sobre componentes físicos e bióticos do
meio. Se impacto ambiental é uma alteração do meio ambiente provocada pela ação
humana, então é claro que tal alteração pode ser benéfica ou adversa (SÁNCHEZ,
2006).
O impacto ambiental pode ser causado por uma ação humana que implique três fatores:
supressão, inserção e sobrecarga.
Supressão refere-se à retirada de certos componentes do ambiente (retirada da
vegetação, destruição de hábitats e componentes físicos da paisagem, bem como de
elementos significativos). A inserção de certos elementos no ambiente se refere à
introdução de espécies exóticas ou de componentes construídos (barragens, rodovias,
edifícios, áreas urbanizadas). Já a sobrecarga está relacionada à introdução de fatores
de estresse além da capacidade de suporte do meio, gerando desequilíbrio (poluentes,
redução do hábitat ou da disponibilidade de recursos para uma dada espécie, ou
aumento da demanda por bens e serviços públicos).
Está correto dizer que uma rodovia que corta uma floresta é um
impacto ambiental?
É necessário ter em mente que há uma diferença entre a noção de impacto ambiental e a
noção de ação ou atividade humana, não se confundindo uma com a outra. Impacto
ambiental é o resultado de uma ação humana, que é a sua causa. Por exemplo, uma
estrada não “é” um impacto ambiental; uma estrada “causa” impactos ambientais.
Atividade
A exploração de silvinita, uma pedra vermelha de onde se extrai potássio, ainda não está
acontecendo na Amazônia, mas a fase de prospecção já começou, com a retirada de
vegetação de algumas áreas para fazer furos no solo para verificação da pureza e do
potencial. Provavelmente, a partir de 2018 a exploração terá início. Hoje, nos países onde
há produção em escala industrial, é gerado grande volume de resíduos na forma de água
muito salgada, que é despejada no mar. No nosso caso, esta água salgada seria despejada no
Rio Amazonas, gerando impacto ambiental.
Analise as afirmativas abaixo:
I. Dependendo do tipo de jazida e do investimento, é possível fazer a coleta mecânica – onde
não é necessário colocar água quente na perfuração, gerando assim a salmoura, deixando as
pedras vermelhas de potássio livres do sal.
II. Em toda situação de retirada do minério de interesse comercial há resíduos, sejam estéreis ou
rejeitos. O estéril é o material que tem de se retirar antes de alcançar a camada. O rejeito é
quando é retirado o minério que interessa, separa-se do outro, muitas vezes com
reaproveitamento. Tanto o estéril quanto o rejeito podem ser aproveitadas economicamente.
III. O cloreto de sódio, ou sal de cozinha, como rejeito ou estéril, pode ser vendido, mas, para isso,
o impacto deverá ser maior.
Para diminuir ao máximo os impactos ambientais, que afirmativas expressam as ações
que poderiam ser adotadas?

1. a Somente afirmativa I.
2. b Somente afirmativa II.
3. c Somente afirmativa III.
4. d Somente afirmativas I e II.
5. e Afirmativas I, II e III.

Alternativa correta: letra (a).


No caso do Rio Amazonas, o impacto seria grande ao se derramar sal na água
doce. A silvinita é formada de potássio e cloreto de sódio, o sal de cozinha. Há
formas de se reduzir o impacto ambiental quando iniciar a produção, por
exemplo, fazendo um investimento inicial maior, com a coleta mecânica, onde
não é necessário colocar água quente na perfuração, o que não gera salmoura
para deixar as pedras vermelhas de potássio livres do sal, evitando assim muitos
impactos ambientais. As afirmativas II e III estão incorretas, porque a questão
solicita alternativas que diminuam os impactos ambientais, o que não é o caso
dessas duas.
Aula 3Processos ambientais, avaliação de impactos ambientais e recuperação
ambiental
O ambiente é dinâmico, e nele se processam intrincadas relações entre os fatores
bióticos e abióticos. Portanto, faz-se necessário entender como as atividades humanas
afetam o meio ambiente. Uma série de processos pode ser induzida ou deflagrada pela
ação do homem, da mesma forma que vários processos podem ser retardados pela ação
humana.
Contudo, há processos naturais que podem ser alterados de forma complexa. Somam-se
a isso transformações em processos sociais, como, por exemplo, a atração de pessoas
em busca de oportunidades de trabalho (fluxo migratório) em um grande projeto.
A Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) passou a fazer parte da literatura ambiental a
partir da legislação pioneira da Lei de Política Nacional do Meio Ambiente dos Estados
Unidos, de 1970, que criou esse instrumento (CUNHA & GUERRA, 2002). A partir
dela instituíram-se bases de legislações similares em todo o globo.
Atualmente, estudos de impacto ambiental se fazem necessários em muitos países para a
aprovação de novos projetos que possam causar impactos ambientais significativos.
A atividade de AIA visa a identificar, prever, interpretar e comunicar informações sobre
as consequências de uma determinada ação sobre a saúde e o bem-estar humanos,
levando em conta os possíveis efeitos de projetos de desenvolvimento sobre a qualidade
ambiental. É ainda valioso instrumento para desenvolvimento de projetos mais
sustentáveis (melhor planejados) e ambientalmente menos agressivos.
A avaliação de impacto ambiental pode assumir inúmeras interpretações atreladas à
perspectiva, ao ponto de vista e ao propósito de avaliar impactos. A avaliação de
impacto consiste no processo de identificação das consequências futuras de uma ação
presente ou proposta. Esse instrumento visa a antever as possíveis consequências de
uma decisão.
Como exemplo, veja uma descrição do processo de AIA da usina de Belo Monte,
contida da tese de doutorado de Ivan Dutra Faria, disponível na internet.
Fazem parte da rotina de avaliação de impacto ambiental o caráter prévio e o vínculo
com o processo decisório (com necessidade de envolvimento público). Entende-se por
caráter prévio e preventivo a avaliação de impactos de ações ou eventos passados, como
a análise histórica de acidentes envolvendo a liberação de alguma substância química. O
foco passa a ser a preocupação com os danos causados (impactos negativos).
O caráter preventivo envolvido em tais avaliações trata de tentar mensurar o dano
ambiental, no sentido de calcular economicamente as perdas. Faz parte da natureza da
AIA o caráter prospectivo, antecipatório, prévio e preventivo.
A avaliação do dano ambiental preocupa-se com o passado e o presente, e sua tônica é
semelhante à atividade de AIA. Na avaliação do dano ambiental, busca-se comparar a
situação atual do ambiente àquela que se supõe ter existido em algum momento do
passado (comparação entre o passado e o presente).
Na avaliação de impacto ambiental, procede-se a uma descrição da situação atual do
ambiente para fazer uma projeção de sua situação futura com e sem o projeto em
análise. Essa parte denomina-se diagnóstico ambiental, no qual se busca descrever as
condições ambientais existentes em determinada área no momento presente.

O processo de recuperação ambiental consiste na reparação de uma dada área afetada


pela ação humana, que pode ser recuperada mediante ações voltadas para essa
finalidade. A recuperação de ambientes ou ecossistemas degradados é um processo que
envolve medidas de melhora do meio físico, como, por exemplo, a condição do solo, a
fim de que possa ser restabelecida a vegetação e a qualidade ambiental.
Como exemplo, pesquise o caso da recuperação ambiental efetuada na cidade de
Cubatão-SP. Digite no Google: “Recuperação Ambiental de Cubatão”.
A partir de uma condição inicial, uma dada área passa a sofrer um agravo, passando a
requerer uma intervenção planejada chamada de “recuperação de áreas degradadas”. A
recuperação ambiental remete ao retorno do ambiente degradado às condições de
restabelecimento das funções ecológicas e econômicas. Nesse contexto, há casos em
que é possível recompor as condições existentes antes da degradação por meio da
“restauração ambiental”.
Um exemplo de restauração ambiental é o caso do manguezal do Dormitório das
Garças, em Cabo Frio-RJ. Trata-se de um grande exemplo. Pesquise esse caso na
internet.
Essas ações de recuperação ambiental visam a habilitar a área para um novo uso, uma
vez que, do contrário, a área seria dada por abandonada. Muitas vezes a reabilitação é
estipulada pelo órgão regulamentador como parte integrante da atividade.
Nos casos em que a área degradada é considerada contaminada, faz-se necessária a
adoção de um tipo particular de recuperação: a “remediação”. Essa técnica se
caracteriza pela aplicação de procedimentos técnicos visando à remoção ou à contenção
dos contaminantes presentes, de modo a assegurar uma utilização para a área, com
limites aceitáveis de riscos aos bens a proteger.

Como exemplo, podemos citar o caso da “Cidade dos Meninos”, um bairro do


município de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro. Pesquise esse caso na internet e
observe como a remediação pode ser um processo complexo e caro.
Em boa parte dos casos, as áreas são levadas à exaustão (degradadas). O grau de
perturbação e o grau de resiliência do ambiente afetado (o quanto o mesmo consegue
suportar) irão incidir diretamente na possibilidade de ocorrência de um processo de
regeneração espontâneo. O mesmo se pode dizer dos investimentos (esforços) que serão
necessários dispensar na área degradada a fim de que se recupere.
Vídeo da Unidade
Para saber mais a respeito do relacionamento existente entre avaliação de impactos
ambientais e processos de recuperação ambiental, assista, agora, ao vídeo da unidade.
Se preferir, faça o download do áudio (mp3 compactado) deste vídeo clicando aqui.
Atividade
No exitoso processo de recuperação ambiental do manguezal do Dormitório das Garças,
situado no município de Cabo Frio, RJ, realizado entre os anos de 2005 a 2011, foram
plantadas mais de 65.000 mudas de mangue e toda dinâmica do ambiente de manguezal foi
restaurada. O que deve preceder um processo de recuperação ambiental?
Digite a sua resposta no espaço abaixo e, quando terminar, clique em Conferir.

Expectativa de resposta:

Para saber o que recuperar e como, é indispensável um profundo processo de avaliação dos impactos
ambientais. Identificar todos os impactos ambientais sofridos pelo ambiente para, só então, iniciar o
processo de recuperação ambiental, que sempre é complexo, custoso e demanda muita determinação por
parte da equipe envolvida.
Resumo da Unidade

Como vimos, os termos “meio ambiente”, “poluição”, “impacto” e “avaliação”, entre


outros, são amplamente difundidos. Contudo, é necessário entender a base conceitual
para o exercício dos Estudos de Impactos Ambientais. O crescimento da mentalidade
ambiental no mundo levou à incorporação de medidas para limitar e controlar a emissão
e a presença de substâncias nocivas, os “poluentes”, consolidando a ideia de “impacto
ambiental”. Esses estudos não se limitam ao meio físico e ecológico dos projetos, mas
abrangem também suas consequências nos planos econômico, social e cultural
humanos. O conceito de ambiente é amplo, variando de simples fornecedor de recursos
ao extremo oposto, como meio de vida. É sabido que as repercussões de um projeto
(intervenções humanas no ambiente) têm consequências ecológicas. A degradação
ambiental está associada à perda de qualidade. De forma análoga, o patrimônio cultural
também pode ser degradado, descaracterizado e até destruído. O impacto ambiental
pode ser causado por uma ação humana que implique supressão, inserção e sobrecarga.
Impacto ambiental é o resultado de uma ação humana, que é a sua causa. O ambiente é
dinâmico, e nele se processam intrincadas relações entre os fatores bióticos e abióticos.
A atividade de AIA visa a identificar, prever, interpretar e comunicar informações sobre
as consequências de uma determinada ação sobre a saúde e o bem-estar humanos,
levando em conta os possíveis efeitos de projetos de desenvolvimento sobre a qualidade
ambiental.
Atividades
Além do estudo dos roteiros, do livro da disciplina, das leituras complementares e dos
vídeos das unidades, você deverá realizar as atividades pontuadas que se encontram no
menu lateral do ambiente virtual de aprendizagem. Acompanhe os prazos de envio das
avaliações no documento “Calendário e Critérios de Avaliação”, na introdução da
disciplina.
Lembre-se: procure o professor-tutor no fórum "Fale com o tutor".

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