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Descrição
Propósito
O conhecimento das principais concepções acerca da educação ambiental e o histórico referente às suas
disposições legais no Brasil é primordial para a compreensão dos efeitos das ações humanas no ambiente
e para o estabelecimento de ações nas práticas socioeducativas.
Objetivos
Módulo 1
A educação ambiental
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Módulo 2
A cidadania ambiental
Reconhecer os principais pontos sobre a cidadania ambiental.
Introdução
Desde a origem da civilização, há necessidade e dependência do ser humano em relação ao
ambiente. Assim, ao longo do desenvolvimento da humanidade, foram necessários o entendimento e
a capacidade de desenvolver e utilizar instrumentos para modificá-lo.
Por conta disso, são desenvolvidas práticas de educação ambiental para permitir a formação de
cidadãos conscientes e responsáveis pela conservação e preservação do meio e de todos os
recursos naturais, pela sua própria sobrevivência e a das gerações futuras. Dessa forma, ao exercer a
cidadania ambiental, os indivíduos possibilitam o equilíbrio ambiental, o que gera bons frutos em
diversas áreas, como a social, a econômica e a ecológica.
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1 - A educação ambiental
Ao final deste módulo, você será capaz de descrever os principais
conceitos e contextos acerca da educação ambiental.
Quando observamos o cenário atual do nosso meio ambiente e de nossas relações com ele, conseguimos
perceber que algo está desbalanceado, não?! Uma vez que essas relações socioambientais não estão em
equilíbrio, com o aumento assustador dos desmatamentos, da erosão e da poluição, graves consequências
podem vir a ocorrer para a humanidade e todos os seres vivos.
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Os desastres naturais têm se tornado frequentes devido às mudanças climáticas provocadas pelas ações do homem contra o meio
ambiente.
Neste módulo, conheceremos um pouco mais sobre os principais conceitos trabalhados na educação
ambiental e sobre o histórico legal dessa abordagem no Brasil e no mundo. Veremos também como esse
tema é trabalhado no âmbito do Ministério da Educação, por meio da Base Nacional Comum Curricular
(BNCC), dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) e das Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs).
Vamos lá?!
Costumamos ouvir essas duas palavras em diversos meios de comunicação e escolas, mas o que seria
educação ambiental ao certo?
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Percebe-se que esse tema compreende conceitos de cunho social e biológico. O principal conceito é a
educação, que se baseia na ideia de que os seres humanos apresentam um potencial que deve ser
desenvolvido no decorrer da vida. Assim, o educador seria o responsável por criar condições para que esse
desenvolvimento ocorra, estimulando as pessoas a crescerem. Esse conceito, então, é especificado na
segunda palavra que o acompanha: ambiental.
Conforme Sánchez (2015, p.18), ambiente pode ser um conceito amplo, pois inclui a natureza e a sociedade;
multifacetado, pois existem diferentes formas de compreendê-lo; e maleável, já que pode ser reduzido ou
ampliado de acordo com quem fala sobre ele. Segundo a Lei nº 6.938 de 1981, o meio ambiente é o
conjunto de condições, leis, influências e interações (de ordem física, química e biológica) que permite,
abriga e rege a vida em todas as suas formas.
Dessa maneira, podemos também conceituar a educação ambiental como um ramo da educação cujo
objetivo não é apenas um modelo de transmissão de conhecimento, mas sim um modelo de vida. Seu
objetivo é promover a transformação de comportamentos e valores e a busca por uma visão acerca da
necessidade e dependência dos recursos naturais, ligada diretamente à garantia de futuro para a
humanidade.
Além disso, a educação ambiental estimula a troca a partir e com os diferentes sujeitos sociais em
interlocução, a fim de construir soluções para questões ambientais e diminuir o distanciamento do diálogo
entre peritos e leigos ou, por exemplo, entre os educadores e agentes ambientais e as crianças e jovens em
formação.
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Com isso, habilidades poderão ser desenvolvidas e atitudes modificadas mediante essa abordagem que
surgiu do interesse da humanidade pela importância do meio ambiente.
Nesse contexto, existem diversas áreas e conceitos biológicos que são discutidos no âmbito da sociedade.
Um exemplo é o conceito de ecossistema.
Equilíbrio dinâmico
Condição de relativa estabilidade para o funcionamento adequado de um organismo ou até mesmo de um
ecossistema.
Ao alterarmos os fatores que mantêm esse equilíbrio dinâmico no ecossistema por meio da diminuição da
biodiversidade (ou diversidade de espécies), da maior entrada de nutrientes em dado local (poluição) ou do
aumento na quantidade de uma única espécie em um local (criação de animais e monocultura, por
exemplo), consequências graves para a nossa sobrevivência podem surgir.
Assim fica fácil entender a necessidade da proteção, preservação e conservação dos recursos naturais da
biosfera, não?!
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Pessoas adeptas à corrente protecionista centralizam sua atenção nos problemas de proteção e
defesa da vida animal e da vida selvagem. Assim, por meio de ações diretas de campanhas,
associações e mediações políticas, os protecionistas defendem espécies de animais e vegetais mais
afetadas pelo comportamento e hábitos de vida dos humanos, os quais são tidos como cruéis,
atrasados e selvagens.
Um exemplar de uma determinada espécie da fauna ou flora torna-se o foco de ações políticas e
educativas nesse tipo de corrente, em que um público definido de pessoas que têm envolvimento
direto com a espécie é sensibilizado pela legislação ou pelos valores intrínsecos do ser vivo. Dessa
forma, espera-se que esse público mude o seu comportamento e queira aderir à causa apresentada
pelos protecionistas.
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recursos naturais e de proteção da vida selvagem, buscando salvar o ambiente pela sua beleza e
valor ecológico.
Dessa forma, os preservacionistas utilizam conceitos da biologia como conteúdo para informar,
criando uma política de regulação de uso e de manutenção dos espaços naturais para preservação.
Apesar de seus ideais, essa corrente é criticada por não abordar junto com a problemática ambiental
as questões sociais, como os conflitos e os direitos de territorialidade das populações.
Já a corrente pragmática tem como centro da educação ambiental o aspecto utilitarista e racional da
administração e exploração dos recursos naturais. Bem diferente, não é mesmo? Nessa vertente, os
adeptos buscam pela redução de resíduos, pela eficiência na exploração e consumo desses recursos
e pela produção máxima de forma sustentável. Esses fatores foram referências básicas para instituir
o que chamamos atualmente de política do desenvolvimento sustentável, focando nas
consequências da degradação ambiental.
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O que difere a corrente pragmática da proposta preservacionista é que ela amplia as ações políticas,
foca em minimizar o uso excessivo dos recursos naturais e incentiva a mudança de hábitos
relacionados a consumo, desperdícios e mau comportamento. Aqui, o foco das ações educativas é o
comportamento individualizado, com propostas de conscientização e mudanças de atitudes
indesejadas.
Além dessas três propostas de educação ambiental de que falamos, existe uma quarta, chamada educação
ambiental crítica. Como as demais correntes, essa foi criada a partir do desejo de transformação frente a
uma crise socioambiental. No entanto, ela propõe atividades educativas individuais e coletivas de forma
transversal e construtivista.
Nessa perspectiva, os indivíduos são capazes de desenvolver o seu senso crítico, ao se reconhecer como
parte do ambiente em que vivem e sugerir soluções para os problemas ambientais que encontram. Assim, a
educação ambiental crítica tem como objetivo estimular a consciência de que o ser humano é parte do
ambiente, superando a perspectiva antropocêntrica.
Por fim, devemos sempre levar em consideração que qualquer análise histórica sobre educação deve tomar
como referência os diferentes grupos sociais que estabelecem maneiras diversas de educar e entender a
natureza. Dessa forma, não há uma verdade universal ou estratégia educacional universalmente válida,
fazendo com que a realização de atividades socioambientais deva levar em conta a população em questão.
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Os primeiros registros
Durante os séculos XVIII e XIX, acadêmicos como Jean-Jacques Rousseau e Louis Agassiz já destacavam
a importância do estudo do meio ambiente. Naquela época, diversas concepções desenvolvidas por eles
foram utilizadas como base para os primórdios de programas educacionais acerca do meio ambiente.
Jean-Jacques Rousseau
Louis Agassiz
No Brasil, a Lei nº 1, de 1 de outubro de 1828, já tratava de questões ambientais como o dever de zelar por
poços, fontes, aquedutos, dentre outros por parte da polícia. Abordava também outras construções de uso e
benefício comum da população, como o plantio de árvores (BRANCO; ROYER; BRANCO, 2018, p. 190).
No início do século XX foi escrito o primeiro Manual para Estudos da Natureza (Handbook of Nature Study),
desenvolvido pela norte americana Anna Botsford Comstock, em 1911. Nesse livro, a autora usava questões
acerca do meio ambiente para ensinar valores culturais.
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Anos depois, o mundo atravessava o período da chamada Grande Depressão — ou Crise de 1929 —,
enfrentando o colapso da superprodução, do capitalismo e do liberalismo econômico.
A década de 1960
Essa década trouxe diversos movimentos relacionados à proteção do meio ambiente. No ano de 1962, o
livro Primavera Silenciosa foi publicado pela autora Rachel Carson. A autora buscava alertar acerca dos
efeitos danosos de inúmeras ações humanas sobre o ambiente, como o uso indiscriminado de pesticidas,
por exemplo.
Cinco anos depois, em 3 de janeiro de 1967, foi publicada no Brasil a Lei nº 5.197, que dispõe sobre a
proteção à fauna. O primeiro artigo dessa lei determina que:
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(BRASIL, 1967)
A década de 1970
Já no início da década de 1970 foi desenvolvido o Manifesto para Sobrevivência, em que grupos observaram
que um aumento indefinido de demanda não pode ser sustentado por recursos finitos.
Além desse manifesto, em 1972 foi desenvolvido, pelo Conselho para Educação Ambiental e pelo Clube de
Roma e o relatório chamado Os Limites do Crescimento.
Esse relatório tinha como objetivo estudar e propor ações para se obter um equilíbrio global, tendo em vista
determinadas prioridades sociais e o futuro desenvolvimento da humanidade tais como energia, poluição,
saneamento, saúde, ambiente, tecnologia e crescimento populacional.
Ainda em 1972 foi também realizada a Conferência sobre o Desenvolvimento e Meio Ambiente Humano,
pela Organização das Nações Unidas (ONU) em Estocolmo. A Declaração de Estocolmo indicava que, tanto
para as gerações presentes quanto para as futuras, um ambiente sadio e não degradado seria reconhecido
como direito fundamental à vida. Além disso, essa conferência ficou marcada por outras diversas medidas
importantes para intervenção nas questões ambientais, como a formulação do Princípio 19.
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Em conjunto com essas medidas e declarações, a ONU criou um organismo denominado United Nations
Environment Programme (UNEP) ou, em português, Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente
(PNUMA), sediado em Nairóbi, que auxilia na coordenação de ações internacionais.
Em 1975, ocorreu o Encontro Internacional em Educação Ambiental, realizado pela Organização das Nações
Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). Nesse evento, foi criado o Programa Internacional
de Educação Ambiental — PIEA. Também foi elaborada o que ficou conhecida como Carta de Belgrado, que
estabelece conceitos, metas e princípios da educação ambiental.
Essa carta define como objetivo da educação ambiental a formação de uma população consciente e
preocupada com o ambiente e com os seus problemas, que detenha os conhecimentos, as competências,
as motivações e o sentido de compromisso que lhe permitam trabalhar de forma individual e coletiva na
resolução das dificuldades atuais e impedir que elas se apresentem de novo.
Em 1977, a cidade de Tbilisi, Geórgia (ex-União Soviética), sediou a Conferência Intergovernamental sobre
Educação Ambiental, realizada pela UNESCO. Nela, definiram-se os objetivos e as características da
educação ambiental, assim como estratégias e princípios pertinentes no plano nacional e internacional.
Já no final dessa década, em 1979, aconteceu o Seminário de Educação Ambiental para a América Latina,
realizado por UNESCO e PNUMA, na Costa Rica.
Como você acompanhou até aqui, muitas medidas foram propostas e inúmeras conferências internacionais
foram realizadas. Um indicativo do crescimento do alerta acerca das questões ambientais.
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Mas e no Brasil?
O Brasil não ficou de fora, e também se desenvolveu durante a década de 1970 nas questões relacionadas
ao ambiente. A Universidade Federal do Rio Grande do Sul criou o primeiro curso de pós-graduação em
Ecologia do país, estimulando grupos científicos a progredir nas problemáticas ambientais dentro do país.
Após esse feito, também foram criados, em 1976, outros cursos de pós-graduação em Ecologia nas
Universidades do Amazonas, Brasília, Campinas, São Carlos e o Instituto Nacional de Pesquisas Aéreas
(INPA), em São José dos Campos. Além disso, em 1973 foi criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente
(SEMA).
A década de 1980
A década de 1980 foi marcada por avanços em políticas públicas no Brasil. Em 1981, estabeleceu-se a
Política Nacional de Meio Ambiente (PNMA) no país por meio da Lei nº 6.938/81. A PNMA dispõe sobre a
necessidade da inclusão da educação ambiental em todos os níveis de ensino, capacitando a população a
atuar na conservação e preservação do meio ambiente. Além dessa, também nasceu o SISNAMA (Sistema
Nacional do Meio Ambiente), com a promulgação da Lei nº 6.938/81. Esse foi um verdadeiro marco na
história da proteção ambiental brasileira, pois articulou a proteção do meio ambiente sob a ideia de um
único sistema nacional.
Em 1985, o Ministério da Educação (MEC) publicou o parecer 819, reforçando a necessidade da inclusão de
conteúdos ecológicos ao longo do processo de formação do ensino de 1º e 2º graus, que hoje conhecemos
como ensinos fundamental e médio.
Já em 1988, o Capítulo VI da Constituição da República Federativa do Brasil foi dedicado ao meio ambiente
e, no artigo 225, Inciso VI, determina ao Poder Público promover a educação ambiental em todos os níveis
de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente.
Além dos avanços na política brasileira, diversos acontecimentos nocivos ao meio ambiente e à saúde
humana aconteceram durante essa década ao redor do mundo.
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Em dezembro de 1984, cerca de 2 mil pessoas morreram envenenadas na Índia, devido a um vazamento de
gás da empresa Union Carbide.
Em abril de 1986, aconteceu o famoso acidente envolvendo o reator nuclear na cidade de Chernobyl, na
Ucrânia. As consequências desse fatídico acidente ainda podem ser vistas atualmente em um ambiente que
segue bastante inóspito.
Um ano depois, em 1987, outro grande acidente radioativo ocorreu com a abertura da cápsula de Césio 137,
em Goiânia, no Brasil, por causa do descarte indevido desse tipo de material.
Cidade de Pripyat, abandonada após o desastre de Chernobyl e que ainda apresenta sinais de contaminação pela radiação.
Na década de 1980, também aconteceram eventos internacionais visando à discussão de estratégias para a
educação ambiental. Em 1987, ocorreu o Congresso Internacional sobre Educação e Formação Relativas ao
Meio Ambiente, na cidade de Moscou, Rússia, promovido pela UNESCO.
Em 1989, foi realizada a 3ª Conferência Internacional sobre Educação Ambiental para as Escolas de Ensino
Médio, com o tema Tecnologia e Meio Ambiente, na cidade de Illinois, Estados Unidos da América. Além
dessa última conferência, ocorreu o preparatório do evento Rio-92 mediante a declaração de Haia, em que
foi apontada a importância da cooperação internacional nas questões ambientais.
A década de 1990
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Diferentemente das demais décadas, a década de 1990 é conhecida por várias conferências internacionais
que focam diretamente a educação ambiental e os planos de ação.
Por sinal, o ano de 1990 foi declarado pela ONU como o Ano Internacional do Meio Ambiente. Além disso,
foi publicada a Declaração Mundial sobre Educação para Todos, em que pode ser encontrada a Satisfação
das Necessidades Básicas de Aprendizagem, aprovada na Conferência Mundial sobre Educação para Todos,
realizada em Jomtien, na Tailândia.
No Brasil, em 1991, foi criada uma Comissão Interministerial para as questões ambientais e que teve como
premissa considerar a educação ambiental como um dos instrumentos da política ambiental brasileira.
Já em 1992, foi realizada a primeira Conferência da ONU sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, chamada
de Rio-92. Nela, foi desenvolvida a Agenda 21, que continha um plano de ação de orientação para
transformação da sociedade, e a Carta da Terra, uma declaração que apresenta princípios que buscam
promover a paz, a justiça e a sustentabilidade na sociedade.
Além disso, também foi elaborado pela sociedade civil planetária no fórum global um tratado de educação
ambiental para sociedades sustentáveis com responsabilidade global. Nesse documento estão os
princípios fundamentais da educação para sociedades sustentáveis, destacando a necessidade de
formação de pensamento crítico, coletivo e solidário, de interdisciplinaridade, multiplicidade e diversidade.
Saiba mais
Em 1997, uma nova conferência internacional sobre o meio ambiente e a sociedade aconteceu na cidade de
Thessaloniki, na Grécia, para avaliação dos resultados dos protocolos gerados na Rio-92. Dessa forma, foi
constatado que o desenvolvimento da educação ambiental foi insuficiente nesse período de cinco anos.
Também no ano de 1997 iniciou-se a discussão acerca do Protocolo de Kyoto, que propunha um calendário
com metas de redução de emissão de gases do efeito estufa que os países-membros teriam a obrigação de
cumprir.
Logo do CONAMA.
Já na política ambiental brasileira, outro passo importante foi a criação, em 1993, de duas instâncias do
poder executivo destinadas a tratar da educação ambiental: a Coordenação-Geral de Educação Ambiental
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do MEC e a Divisão Ambiental do IBAMA (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis).
Já em 1994, foi criado o Programa Nacional de Educação Ambiental (PRONEA). Além disso, foi criada, em
1995, a Câmara Técnica Temporária de Educação Ambiental, no Conselho Nacional de Meio Ambiente –
CONAMA, determinante para o fortalecimento da educação ambiental.
Ao final da década de 1990, foi promulgada a Lei nº 9.605, de 13 de fevereiro de 1998, conhecida como Lei
de Crimes Ambientais. Ela dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e
atividades lesivas ao meio ambiente.
Em 27 de abril de 1999, nasceu a Lei nº 9.795, que instituiu a Política Nacional de Educação Ambiental
(PNEA). Nela é afirmado que todos têm direito à educação ambiental, considerada como componente
essencial e permanente da educação nacional, que deve ser exercida de forma articulada em todos os
níveis e modalidades de ensino, sendo ela de responsabilidade do SISNAMA, do sistema educacional, dos
meios de comunicação, do Poder Público e da sociedade em geral. Juntamente à criação dessa Lei, surgiu a
Portaria nº 1648/99 pelo MEC para criar um grupo de trabalho com representantes de todas as suas
secretarias, no qual se discutiu a regulamentação dessa política.
Que tal conhecer melhor o PNEA? Vamos começar pelos seus princípios básicos:
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(BRASIL, 1999)
(BRASIL, 1999)
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Os anos 2000
A partir da primeira década dos anos 2000, o mundo teve uma atenção maior voltada para a educação
ambiental e para problemas socioambientais, uma vez que as consequências dessas complicações são
cada vez mais eminentes. Em 2002, a ONU realizou a Conferência das Nações Unidas sobre Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável, em Joanesburgo, na África do Sul. Conhecida como Rio+10, o encontro teve
como objetivo rever as metas propostas pela Agenda 21 e implementar o que já estava em andamento.
Nos anos de 2004 e 2005, começou a vigorar o Protocolo de Kyoto. Esse acordo determinava que, no
período entre 2008 e 2012, pelo menos 5,2% da emissão dos gases do efeito estufa deveria ser reduzida, em
relação aos níveis de 1990.
No ano de 2012, foi realizada, no Rio de Janeiro, a conferência conhecida como Rio+20, justamente por
marcar os vinte anos da Rio-92. Esta conferência teve por objetivo garantir e renovar o compromisso entre
os políticos para o desenvolvimento sustentável.
Infelizmente, mesmo depois dos últimos eventos realizados com esse propósito, ainda é possível observar o
aumento dos problemas ambientais e socioambientais.
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Ainda segundo a lei, a abordagem ambiental formal é aquela desenvolvida no âmbito dos currículos das
instituições de ensino públicas e privadas, englobando educação básica (educação infantil, ensino
fundamental e ensino médio), educação superior, educação especial, educação profissional e educação de
jovens e adultos.
A PNEA também requer que a educação ambiental seja desenvolvida como uma prática educativa integrada,
contínua e permanente em todos os níveis e modalidades do ensino formal. Dessa forma, ela não deve ser
implantada como disciplina específica no currículo de ensino, mas apenas facultada nos cursos de pós-
graduação e extensão nas áreas voltadas ao aspecto metodológico da educação ambiental, quando se fizer
necessário. Em cursos de formação e especialização técnico-profissional, em todos os níveis, deve ser
incorporado conteúdo que trate da ética ambiental das atividades profissionais a serem desenvolvidas.
Além dos alunos, a temática ambiental também deve constar nos currículos de formação de professores
em todos os níveis e em todas as disciplinas. Nesse caso, os professores devem receber formação
complementar em suas áreas de atuação, com o propósito de atender adequadamente ao cumprimento dos
princípios e objetivos da PNEA.
De acordo com essa lei, há premissas também para desenvolver a educação ambiental não formal — que é
elaborada como atividades de extensão e divulgação científica. A educação ambiental não formal
compreende as ações e práticas educativas voltadas à sensibilização da coletividade sobre as questões
ambientais e à sua organização e participação na defesa da qualidade do meio ambiente.
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VII - o ecoturismo.
(BRASIL, 1999)
De acordo com as informações que estudamos, podemos observar que a educação ambiental é
indispensável para formar o cidadão crítico e consciente de seus direitos e deveres no meio em que está
inserido. Sendo assim, aprimora-se a cidadania do indivíduo para a preservação e manutenção da vida, para
a participação efetiva em tomadas de decisões coletivas e para a responsabilização pela qualidade de vida
e sobrevivência. Tal consciência ambiental e senso crítico — que capacitam o indivíduo para compreender
diferenças sociais, políticas, financeiras e de recursos — podem ser conquistadas por meio da educação.
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PCNs são parâmetros determinados pelo Governo Federal para nortear os educadores e normatizar
fatores fundamentais inerentes a cada disciplina. Com relação à educação ambiental, os conceitos e
objetivos são trabalhados em três volumes: Ciências Naturais, Meio Ambiente e Temas
Transversais. Apesar de divididos, os três volumes afirmam a necessidade do desenvolvimento
desse tema de forma transversal, por todo o currículo de educação básica.
O caderno Ciências Naturais é um dos volumes que mais destaca a educação ambiental,
enfatizando a grande responsabilidade dessa disciplina para dialogar sobre o caráter de preservação
e utilização consciente da natureza sob a concepção do desenvolvimento sustentável. Embora o
tema se encontre fortemente presente nesse volume, o papel dos PCNs para mudar e viabilizar a
educação ambiental como explicitada na lei ainda é questionado.
Já o volume Meio Ambiente apresenta maior enfoque nos elementos físicos e biológicos, assim
como nos modos de interação do homem e da natureza pela arte, tecnologia e ciência. Nele são
exibidos os modelos de desenvolvimento econômico e social na sociedade atual, auxiliando na
construção de uma consciência global em relação às problemáticas ambientais e conferindo
significado ao que aprendem sobre educação ambiental.
Em Temas Transversais são apresentados pontos que buscam debater questões presentes em
vários aspectos da vida cotidiana e o fato de a questão ambiental não ser atribuída a um
componente curricular. Sendo assim, faz-se necessária uma abordagem que integre conhecimentos
históricos, científicos, sociais, demográficos, econômicos, entre outros, dada a complexidade do
tema.
As DCNs são outro conjunto de normas obrigatórias que norteiam o planejamento curricular de
instituições de ensino públicas ou privadas. Tais documentos ratificam o objetivo da educação
ambiental em contexto nacional, amparada pela Constituição Federal e pela PNEA, e que abrange o
desenvolvimento de uma compreensão integrada do meio ambiente, suas relações ecológicas, o
incentivo à participação individual e coletiva de forma permanente e o exercício da cidadania por
meio da defesa da qualidade ambiental.
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Na primeira versão, publicada no ano de 2015, o documento não apresenta o termo “educação
ambiental”, restringindo-se a destacar que discussões sobre meio ambiente, cidadania e direitos
humanos deviam ser reconhecidas como forma de debate interdisciplinar, ou seja, como tema
transversal. Já no ano seguinte, a segunda versão da BNCC abarcou a concepção da educação
ambiental como uma educação escolar constituindo uma atividade intencional da prática social que
ensina ao indivíduo o caráter da sua relação com a natureza e com outros seres humanos.
video_library
Desequilíbrios ecológicos e problemáticas
ambientais antrópicas
Neste vídeo, o professor fala sobre as consequências ambientais de atividades antrópicas, tais como a
industrialização (poluição), o agronegócio (desmatamento), a caça e o tráfico de animais silvestres
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(extinção), entre outros, e sobre os impactos gerados pelo conjunto dessas ações, como as mudanças
climáticas.
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Essa corrente tem como centro da educação ambiental o aspecto utilitarista e racional
C
da administração e exploração dos recursos naturais.
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Questão 2
Segundo a Lei nº 9.795/99, a educação ambiental é um componente da educação nacional que deve
estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em
caráter formal e não formal. Quanto ao âmbito de aplicação da educação ambiental na educação não
formal, assinale a alternativa correta:
A educação ambiental deve estar abarcada nos modelos de educação básica, superior,
B
especial, profissional e de jovens e adultos.
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Segundo a Lei Federal nº 9.795 art. 13, as atividades de ecoturismo são entendidas como a aplicação
da educação ambiental no âmbito não formal. Segundo a Lei federal nº 9.795 art. 9 e art. 10, no âmbito
formal, a educação ambiental deve estar presente nos currículos de instituições de ensino públicas e
privadas, abarcada nos modelos de educação básica, superior, especial, profissional e de jovens e
adultos. Dentro da educação superior, é facultada a inclusão da educação ambiental como disciplina
individualizada. Além disso, a educação ambiental deve estar presente não só no currículo dos alunos,
mas também no dos novos ou já atuantes professores desses modelos de educação formal.
2 - A cidadania ambiental
Ao final deste módulo, você será capaz de reconhecer os principais pontos
sobre a cidadania ambiental.
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No Brasil, diferentes leis foram criadas em diferentes áreas de importância ambiental e social, para garantir
os direitos e deveres dos cidadãos e, consequentemente, uma sociedade sustentável. Pronto para saber
mais sobre o assunto?
O que é cidadania?
Sendo assim, além do direito a um meio ambiente preservado, nós temos o dever de preservar o espaço,
não poluindo ou exaurindo seus recursos. Essa consciência pode ser desenvolvida por meio da educação
ou formação cidadã, a partir da qual se entende que o modelo antropocêntrico tem levado ao esgotamento
de diversos recursos naturais e espécies viventes e que, sendo assim, é preciso alterar valores éticos, para a
manutenção da vida humana.
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A conscientização ambiental, mediante a formação cidadã, torna o indivíduo capaz de gerenciar e aprimorar
as relações entre sociedade e meio ambiente de forma eficiente e sustentável, assim como evitar a
ocorrência de problemáticas ambientais e tentar consertar ou fazer a manutenção dos problemas já
instaurados.
O indivíduo passa a reconhecer o seu papel perante a sociedade e o meio ambiente — ou seja, todo espaço
em que vive e do qual depende.
Não podemos falar de cidadania ambiental sem entender o termo desenvolvimento sustentável. Esse tipo
de desenvolvimento trata da manutenção e melhoria da qualidade de vida, respeitando os limites de
capacidade de sobrevivência ecossistêmica do ambiente em que vivemos.
A percepção que temos atualmente do termo “sustentabilidade” é fruto de reflexões que começaram na
década de 1960 e se consolidaram na década de 1980, com o relatório desenvolvido pela Comissão Mundial
sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento das Nações Unidas. De acordo com esse relatório,
desenvolvimento sustentável é aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a
possibilidade de as gerações futuras atenderem às suas próprias necessidades.
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Estudos com dados básicos que permitem a criação de normas técnicas, como aquelas
instituídas por órgãos regulatórios (certificadores, credenciadores e habilitadores, como
ABNT, INMETRO e ANVISA, respectivamente).
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Diagnóstico ambiental por meio da avaliação dos gastos energéticos, da geração de resíduos
(como esgoto, lixo e gases) e do entendimento de processos administrativos e operacionais
mais adequados.
Pl d ã dit i fi
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Planos de ação, como auditorias para fiscalização e adequação de locais (indústrias etc.) a
normas técnicas ou outros regulamentos e procedimentos; e desenvolvimento da capacidade
de retroalimentação (diminuição de gastos e resíduos).
São diversas áreas, não é mesmo?! A contribuição da educação ambiental brasileira para a construção da
cidadania ambiental é pautada nos seguintes pilares: sensibilização, capacitação e gerenciamento.
Portanto, as leis federais, como a de nº 9.433 de 1997 (Política Nacional de Recursos Hídricos), nº 9.795 de
1999 (Política Nacional de Educação Ambiental), nº 9.985 de 2000 (Política Nacional de Conservação da
Natureza), e nº 10.257 de 2001 (Política Nacional Urbana, o Estatuto da Cidade), determinam a participação
cidadã no planejamento e gerenciamento da água, da conservação da natureza e do desenvolvimento das
cidades.
Além do mecanismo legal, a educação ambiental é trabalhada também pelo Ministério do Meio Ambiente
(MMA), por meio de planos governamentais como Educa+, Floresta+, Parque+, Cidades+Verdes, Agenda
Ambiental na Administração Pública (A3P), Arpa, PAN-Brasil, PNF, Salas Verdes, Circuito Tela Verde, entre
muitos outros. Esses são diversos projetos voltados para a preservação e recuperação do meio ambiente
(atmosfera, florestas, corpos hídricos, fauna e flora).
Você sabia que existem punições legais para quem infringe leis ambientais?
O cidadão ou instituição que transgride o cuidado ambiental pode e deve ser punido na esfera civil,
administrativa e criminal, sendo então cobrado pela reparação do dano causado e, acima de tudo,
conscientizado ou reconscientizado acerca de sua cidadania ambiental. No entanto, você sabe o que são
infrações ambientais? São todas ações ou atividades que infrinjam a harmonia ambiental, ou seja, que
afetem o meio ambiente de forma negativa e até mesmo danosa. Algumas dessas infrações são legais, isto
é, são previstas em lei, como queimadas, destruição de nascentes, cortes indiscriminados de árvores, prisão
de animais silvestres, entre outras. Tais ações têm como consequências sanções, como advertências,
multas e apreensões, e podem até levar à prisão e à prestação de serviços.
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Gestão ambiental
A gestão ambiental é a área em que a administração política realiza atividades socioeconômicas visando à
utilização prática e plena dos recursos naturais no âmbito da sustentabilidade.
No entanto, nem tudo são flores quando tratamos de assuntos complexos que envolvem meio ambiente e
grupos sociais.
Os recursos ambientais são motivos de lutas sociais entre os interesses públicos e privados, especialmente
quando há investidas de grupos privados sobre o patrimônio público, que afetam o acesso e a
disponibilidade do recurso para outros grupos sociais. Assim, essas lutas podem obter caráter de
publicidade e luta pela cidadania, uma vez que os grupos sociais prejudicados reivindicam o caráter público
do meio ambiente e seu uso comum.
Nesse contexto, a gestão ambiental pode ter uma participação fundamental para revelar conflitos, prevenir,
monitorar e garantir os direitos às indenizações dos grupos que sofrem impactos socioambientais e
tecnológicos, instituindo políticas que respeitem os direitos de cidadania.
Questões sociais que afetam as populações mais pobres devem ser consideradas para uma boa gestão ambiental.
Outro importante fator a ser considerado para as ações da gestão ambiental é a situação de riscos que
certos grupos sociais enfrentam em seu espaço, causados por múltiplos agentes motores, como
fenômenos meteorológicos, geofísicos, bioquímicos, tecnológicos, sociopolíticos e culturais. Esses agentes
afetam principalmente grupos mais pobres devido à precariedade de sua situação de vida.
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Para alcançar esse estágio na sociedade moderna, impactos antrópicos foram causados na natureza,
devido a esse novo ambiente construído, modificando processos naturais de equilíbrio, barreiras naturais e
serviços ambientais. Os riscos que grupos humanos causam no meio ambiente podem não ser passageiros
e afetar a biodiversidade a longo prazo e de forma permanente. Atividades como a utilização de agrotóxicos,
o descarte indevido de medicamentos e de resíduos industriais, o desmatamento, a construção de
hidrelétricas, termelétricas e polos petroquímicos, a mineração, os garimpos etc. causam danos muitas
vezes irreversíveis à natureza.
Um dos principais impactos que o ser humano pode causar no planeta é a poluição nos diferentes
ambientes, como atmosfera, oceano e solo. A poluição pode ser caracterizada por mudanças físicas,
químicas ou físico-químicas da composição natural de um ambiente. Tal influência causa mudanças a curto
e longo prazo em níveis globais, como alterações na temperatura média global, na disponibilidade hídrica,
na produtividade agrícola, entre outras. Vamos conhecer um pouco mais sobre cada tipo de poluição e as
suas consequências.
Poluição atmosférica
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A poluição atmosférica é definida pela contaminação do ar por gases, líquidos e partículas sólidas em
suspensão, material biológico e energia. Sua origem pode ser natural ou antropogênica:
A poluição atmosférica pode ter consequências danosas para o meio ambiente e para a saúde dos
humanos. Por estar presente em grandes quantidades na atmosfera, os compostos químicos podem afetar
patrimônios culturais por meio da corrosão gradativa devido à ocorrência de chuvas ácidas.
Outra consequência marcante é o aumento do efeito estufa — ou aquecimento global — em que moléculas
dispersas na atmosfera em grande quantidade retêm o calor proveniente das radiações solares,
ocasionando o aumento de temperatura global. Com relação à saúde humana, os poluentes podem causar
irritação nos olhos e na garganta, dores de cabeça, vertigens e perturbações sensoriais, principalmente em
grandes metrópoles.
Poluição hídrica
Outra poluição que afeta a biodiversidade e a qualidade de vida dos seres humanos é a poluição oceânica e
fluvial, ou seja, a poluição hídrica. Ela é resultado das alterações de qualidade e das propriedades da água,
tornando-a imprópria para consumo, assim como da presença de materiais estranhos que acabam sendo
prejudiciais aos organismos vivos que ali habitam. As atividades humanas agrícola, doméstica e industrial
são as principais responsáveis pela poluição de corpos hídricos; e o plástico é um dos principais materiais
contaminantes, especialmente nos oceanos.
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Quantas vezes já vimos notícias em meios de comunicação reportando vazamentos de petróleo no mar e
desastres ecológicos decorrentes deles? Quantas campanhas são criadas por causa da morte de diversos
organismos marinhos? Quantos rios têm sido condenados por causa do despejo de efluentes de toda
natureza de atividade humana?
Não podemos esquecer como nossas ações diárias podem impactar esse cenário atual. Atividades
domésticas podem produzir resíduos tão perigosos quanto grandes empresas pela maior proporção de
utilização, como o uso de detergentes que acabam despejados em corpos hídricos pelo esgoto.
O despejo de grande quantidade de matéria orgânica e lixo sólido em lixões a céu aberto e o lançamento de
esgoto doméstico não tratado podem contaminar os diversos ambientes aquáticos. A presença dessa alta
quantidade de matéria orgânica pode promover a ocorrência de floração de micro-organismos na água,
causando redução da oxigenação e, consequentemente, a morte de peixes – processo de eutrofização.
Alguns desses micro-organismos também podem liberar toxinas que afetam a saúde humana e a dos
animais.
A presença de esgoto nas águas também pode ocasionar doenças como infecções gastrointestinais,
disenteria, leptospirose, cólera e hepatite caso a água contaminada seja ingerida. A falta de saneamento
básico é um dos principais fatores responsáveis pela poluição de corpos hídricos.
Não podemos falar sobre água sem falar sobre um grande problema ambiental que o mundo enfrenta nas
últimas décadas: o desperdício. A Terra é constituída majoritariamente por água, que cobre cerca de dois
terços da superfície do planeta. Apesar disso, apenas 3% estão disponíveis para consumo. Cabe ressaltar
que alternativas para tornar a grande quantidade de água presente nos oceanos própria para consumo são
analisadas atualmente, como é o caso dos processos de dessalinização. Devido à sua importância para a
humanidade, a ONU criou, em 1992, o Dia Mundial da Água, comemorado no dia 22 de março em todos os
países do mundo.
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Poluição do solo
Poluição do solo é qualquer mudança em suas características causada pelo contato com produtos
químicos, resíduos sólidos ou líquidos. O contato do solo com esses agentes leva à sua deterioração e à
morte de diversos organismos (fungos, bactérias, protozoários e vermes decompositores), além de poder
gerar riscos para a saúde humana.
Por estar constantemente exposto, o solo é a camada mais afetada por agentes poluidores, como resíduos
(detergentes, tinta, gasolina, fluidos hidráulicos, hidrocarbonetos, chumbo etc.), fertilizantes químicos,
pesticidas e herbicidas.
Os nossos detritos, quando descartados de forma errada, são uma das principais causas de poluição do solo.
Além disso, devido à produção exacerbada de lixo nos centros urbanos, os detritos que produzimos no dia a
dia são a principal fonte de poluição dos solos. Esses detritos são, muitas vezes, depositados em áreas
ilegais e contaminam o solo com metais pesados e produtos químicos de alto risco. As consequências
desse tipo de poluição incluem: perda da fauna, empobrecimento ou esterilização do solo para plantação,
contaminação da água e problemas para a saúde humana, como hipersensibilidade alérgica, infecundidade,
disfunção hepática e câncer.
Poluição térmica
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Caracterizada pelo calor em excesso, a poluição térmica ocorre pela modificação de temperatura do ar e da
água devido às atividades de usinas hidrelétricas, termelétricas e nucleares. Apesar de ter diversas
influências na saúde do meio ambiente e do ser humano, essa poluição é a menos conhecida.
Exemplo
Podemos citar as águas aquecidas que são despejadas pelas indústrias em corpos hídricos, causando a
mortandade de diversas espécies, como animais e vegetais intolerantes à mudança brusca de temperatura,
e o desequilíbrio no ecossistema. Apesar de a produção de energia ser a principal responsável pela poluição
térmica, o desmatamento também pode causar o aumento de temperatura em cursos de água.
Outro fator importante que é causador da poluição térmica é a urbanização acelerada, que impede o
escoamento natural da água pelo solo, devido à sua pavimentação. Essa água, ao entrar em contato com o
asfalto, realiza troca de calor, permanece aquecida e retorna aos corpos hídricos.
Poluição radioativa
Apesar de sua utilização ser extremamente vantajosa quanto à produção de energia, ao desenvolvimento de
tratamento de doenças e à eliminação de patógenos como insetos e bactérias, os elementos radioativos
são a matéria que produz a poluição mais perigosa para o planeta: a poluição radioativa ou nuclear. Ela é
causada por materiais radioativos — naturais ou não — que apresentam elementos químicos com átomos
com núcleos instáveis. A poluição radioativa é produzida por usinas nucleares, nos descartes da fabricação
de bombas nucleares de urânio ou em acidentes nucleares que levam à liberação de elementos tóxicos
como estrôncio, iodo, césio, cobalto e plutônio.
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Com relação aos seres humanos, os efeitos da exposição aos elementos radioativos podem ser graves,
como desenvolvimento de deficiências, mutações genéticas, câncer e diversas outras patologias. Além
disso, a poluição radioativa pode contaminar a fauna e a flora do planeta, resultando em um desequilíbrio
terrestre. Apesar do conhecimento acerca da radioatividade, dos elementos químicos, do manuseio e do
cuidado, ainda não existem técnicas para “limpar” o local que recebe os resíduos.
Poluição luminosa
Você já imaginou as consequências que o excesso de luz artificial pode trazer para nós e para o ambiente?
A poluição luminosa é um problema bastante comum na atualidade, principalmente em grandes metrópoles,
devido à maior densidade de iluminação pública, anúncios, outdoors e placas luminosas. Podemos afirmar
que, com a descoberta da eletricidade, começamos a utilizar a luz artificial em diversas situações,
principalmente durante a noite, e a aumentar a nossa qualidade de vida e segurança.
No entanto, à medida que populações humanas cresceram e passaram a depender desse advento, impactos
maiores foram vistos no meio ambiente.
Há estudos científicos que demonstraram mudança de comportamentos que não são saudáveis ou
mortalidade em animais de hábitos de vida noturnos, devido à exposição intensa à luz artificial.
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A poluição luminosa pode afetar hábitos alimentares, reprodutivos e ciclos migratórios de diversas
espécies. Já em relação aos seres humanos, quem nunca ficou até tarde lendo um livro ou mexendo no
celular? Esse é um indicativo do quanto o excesso de luz pode alterar o nosso ciclo biológico, modificando
período de sono, qualidade de visibilidade, produção de hormônio, batimentos cardíacos e humor.
Poluição sonora
Quem gosta de fazer uma festa com seus amigos e colocar música nas alturas? Essa é uma situação
comum no cotidiano em que podemos perceber o quanto a poluição sonora é corriqueira em nossas vidas.
Ela é caracterizada pelo excesso de ruídos (ou altos níveis de decibéis) provocado por um barulho constante
que perturba o silêncio ambiental.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o nível de barulho admitido em grandes centros urbanos é
de até 50 decibéis. No entanto, o que verificamos atualmente em áreas urbanizadas são barulhos que
chegam a 100 decibéis, devido a transportes urbanos, buzinas, sirenes, construções, máquinas, casas de
show, aparelhos de som, entre outros. Dessa forma, segundo a OMS, esse tipo de poluição é o segundo que
mais afeta o ambiente, atrás apenas da poluição atmosférica.
Todo esse excesso de barulho pode causar problemas fisiológicos temporários ou até mesmo
permanentes. Em locais com ruídos altos, nós, humanos, podemos desenvolver dor de cabeça, insônia,
agitação, dificuldade de concentração e de relaxamento, mau humor, stress e angústia, além de problemas
auditivos. Há estudos que comprovam perda de hábitat e prejuízos nos regimes alimentares e reprodutivos
de espécies afetadas pela poluição sonora, como cetáceos, morcegos e corujas.
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Além disso, a extração de madeira para uso comercial, a criação de hidrelétricas, a mineração e a expansão
das cidades também causam o desmatamento, prejudicando o ecossistema por meio de erosões,
processos de desertificação, alterações no regime de chuvas e redução da biodiversidade.
Assim como o desmatamento, as queimadas antropogênicas são utilizadas para limpar uma região e
facilitar a colheita de certas espécies vegetais. No entanto, os malefícios causados por essa atividade
incluem: empobrecimento de solos férteis, riscos de erosão e poluição atmosférica.
Saiba mais
Quando comparado com milhares de anos atrás, o planeta perdeu cerca de 9% de sua cobertura florestal e
7,3 milhões de hectares devido à derrubada de árvores ou queimadas.
A questão da superpopulação
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Vários dos problemas que discutimos neste módulo têm como cerne as grandes populações humanas — ou
superpopulação. Estima-se que a população continue a crescer cada vez mais em todo o mundo. Você
sabia que em apenas 100 anos a população mundial cresceu em cerca de 5,9 bilhões de pessoas?
Atualmente, há 7,5 bilhões de pessoas no planeta e estudos indicam que a população aumentará para 10
bilhões até 2050.
Boa parte das consequências nós já observamos, como a crise hídrica em certas regiões do mundo. Outro
resultado da superpopulação é a extinção de espécies da fauna e da flora, seja para obtenção de carne,
marfim e produtos medicinais ou pela perda e destruição de seu hábitat.
Saiba mais
No Brasil, a Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) é um documento
que contém espécies ameaçadas e que pode nos dar um indicativo da perda de biodiversidade que
enfrentamos no último século.
Cabe ressaltar aqui que a vida selvagem também pode fornecer produtos e exercer serviços ecossistêmicos
importantes para a sobrevivência humana, como as abelhas, que são responsáveis pelo processo de
polinização.
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Meio ambiente e sustentabilidade: consumo
e produção conscientes
Neste vídeo, o professor apresenta alguns exemplos de soluções para as problemáticas ambientais, com
enfoque na aplicação da sustentabilidade em atividades individuais e coletivas no dia a dia.
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A Administração pública
B Cidadão – indivíduo
C Instituição de ensino
D Sindicatos profissionais
E Associações locais
O indivíduo, como cidadão, tem o dever de evitar o conformismo. Os interlocutores da sociedade e dos
cidadãos, assim como o Estado, por meio da administração pública no âmbito municipal, estadual e
federal, devem garantir pressupostos indispensáveis para o exercício da cidadania ambientalmente
consciente.
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Questão 2
A gestão ambiental permite que os recursos naturais sejam utilizados de forma sustentável pela
sociedade. Porém, há diversas lutas sociais pela reivindicação do meio ambiente como um bem
público. Os grupos sociais mais afetados pela falta de acesso ao meio ambiente, assim como por
fatores sociopolíticos, econômicos e culturais, entre outros, são:
A Instituições privadas.
E Agências e associações.
As instituições privadas, controladas pelos grupos mais ricos, têm pouco interesse em investir no
patrimônio público, especialmente se isso não traz lucro ou outro tipo de retorno vantajoso. Os grupos
de indivíduos mais pobres são sempre prejudicados com falta de acesso ao meio ambiente e a outros
recursos indispensáveis a uma vida digna. Agências e associações são interlocutores dos cidadãos, do
Estado e de instituições privadas para manutenção e garantia da prática de cidadania ambiental. O
Estado, por meio da administração pública, deve garantir o direito de acesso ao meio ambiente à toda a
sociedade, assim como garantir a sua utilização de maneira sustentável.
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Considerações finais
Durante nossos estudos pudemos ver o histórico da educação ambiental no Brasil e no mundo, tanto no
âmbito legislativo quanto nos acontecimentos que motivaram as concepções acerca da educação e
cidadania ambiental creditadas até hoje. Além disso, diversos conceitos e aspectos sobre essas temáticas
foram discutidos no contexto socioambiental.
Apesar do extenso conhecimento teórico em torno das questões ambientais e das excessivas discussões já
realizadas, pode-se dizer que pouco foi seguido e alcançado frente às premissas essenciais para a
manutenção do meio ambiente e melhoria da vida. Isso pode ser um indicativo de que as práticas
educacionais — formais ou não — utilizadas para a formação de cidadãos ambientalmente conscientes não
se mostraram completamente eficazes. São necessárias mudanças conceituais e atitudinais reais nas
práticas de educação ambiental, frente às problemáticas ambientais que se agravam a cada dia.
Concluímos, então, que o caminho educacional é o mais assertivo para se alcançar os objetivos sociais,
legais e ambientais. Porém, é necessário refletir sobre os métodos de ensino utilizados e sobre os meios de
formação e transmissão dos conhecimentos em educação ambiental para os indivíduos.
headset
Podcast
Antes de finalizarmos, o professor fala sobre o histórico das políticas ambientais no Brasil e seus principais
aspectos.
Referências
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02374/index.html# 47/49
08/03/2023, 17:52 DCNs para educação ambiental
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BRASIL. Casa Civil. Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999. Dispõe sobre a educação ambiental, institui a
Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências. Consultado na internet em: 9 nov. 2021.
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SÁNCHEZ, L. E. Avaliação de impacto ambiental: conceitos e métodos. São Paulo: Oficina de Textos, 2013.
VANZELLA, J. M.; PENNA, M. C. Educação como caminho e condição para a ampliação do conceito de
cidadania e desenvolvimento da democracia ambiental. Revista Jurídica Cesumar – Mestrado, v. 21, n. 1, p.
191-210, 2021.
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08/03/2023, 17:52 DCNs para educação ambiental
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ambiental: análise de blogs de educação ambiental para educadores.
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