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Sumário

1.0 APRESENTAÇÃO DO COMITÊ ........................................................................ 2

2.0 APRESENTAÇÃO DO TEMA................................................................................ 5

2.1 A relação histórica ente Rússia e Ucrânia ......................................................... 5

2.1 Independência da Ucrânia e conflitos dos a Rússia .......................................... 9

3.0 POSICIONAMENTO DOS PRINCIPAIS ATORES .............................................. 10

3.1 Bloco aliado à Ucrânia. .................................................................................... 10

3.2 Bloco aliado à Rússia ...................................................................................... 11

3.3 Delegações “neutras”/não declaradas ............................................................. 11

4.0 PRINCIPAIS QUESTÕES ................................................................................... 12

5.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E MATERIAL BÁSICO DE PESQUISA ...... 13

6.0 TABELA DE REPRESENTAÇÕES ..................................................................... 14


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1.0 APRESENTAÇÃO DO COMITÊ

Estabelecida em 1945 através do Capitulo IV da Carta das Nações Unidas, a


Assembleia Geral da ONU (AGNU) reúne-se em sessões ordinárias de setembro a
dezembro de cada ano e, posteriormente, conforme necessidades especiais, uma
Assembleia extraordinária pode ser convocada. A AGNU é o principal órgão de
formulação de políticas da Organização. Abrangendo todos os Estados Membros,
fornece um fórum único para discussão multilateral de todo o espectro de questões
internacionais abrangidas pela Carta das Nações Unidas, onde cada um dos 193
Estados Membros das Nações Unidas têm representação igualitária, com direito a
um voto cada. Vale destacar ainda que as resoluções votadas e aprovadas na
Assembleia funcionam como recomendações e não são obrigatórias.

Figura 1 - Assembleia Geral da ONU.

Fonte: <https://www.poder360.com.br/europa-em-guerra/assembleia-geral-condena-russia-por-crise-humanitaria-na-ucrania/>.
Acesso em 30 de mar. 2022.

A AGNU toma decisões importantes para a ONU que incluem (UN, 2022):
 nomear o Secretário-Geral por recomendação do Conselho de
Segurança;
 eleger os membros não permanentes do Conselho de Segurança;
 aprovar o orçamento da ONU e as contribuições dos Estados-
Membros;
 discutir questões ligadas a conflitos militares – com exceção
daqueles na pauta do Conselho de Segurança;
 discutir assuntos ligados ao desenvolvimento sustentável, meio
ambiente e direitos humanos.
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O Conselho de Segurança (CSNU) foi estabelecido pela Carta das Nações Unidas
em 1945 e tem como responsabilidade primária, segundo a Carta da ONU, a
manutenção da paz e da segurança internacionais, e pode se reunir a qualquer
momento em que a seus objetivos forem ameaçados.

Em suas reuniões, o CSNU conclama as partes em uma controvérsia a resolvê-la


por meios pacíficos e recomenda métodos de ajuste ou termos de solução. Em
alguns casos, o Conselho de Segurança pode recorrer à imposição de sanções ou
mesmo autorizar o uso da força para manter ou restaurar a paz e a segurança
internacionais. Ao contrário dos demais órgãos da ONU, que fazem recomendações,
o Conselho de Segurança tem o poder de tomar decisões que os Estados membros
são, em princípio, obrigados a implementar (UN, 2022).

Uma outra particularidade desse organismo deliberativo é seu número de membros,


15 ao todo, sendo 5 membros permanentes, enquanto os outros 10 são eleitos
dentro da AGNU e possuem mandato de 2 anos. Os membros permanentes do
CSNU contam ainda com ferramenta “extra” durante as reuniões: o ‘veto’, que lhes
permite evitar a adoção de qualquer projeto pela Resolução do Conselho,
independentemente do apoio internacional e número de votos a favor do projeto.

Figura 2 – Conselho de Segurança da ONU.

Fonte: <https://oglobo.globo.com/mundo/brasil-volta-ao-conselho-de-seguranca-da-onu-apos-10-anos-25338530>. Acesso em:


28 de mar. 2022.
Atualmente o CSNU conta com a seguinte formatação (UN, 2022):
 Membros Permanentes:
o China;
o Estados Unidos;
o França;
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o Reino Unido;
o Rússia.

 Membros Eleitos:
o Albânia (2023)
o Brasil (2023)
o Gabão (2023)
o Gana (2023)
o Índia (2022)
o Irlanda (2022)
o Quênia (2022)
o México (2022)
o Noruega (2022)
o Emirados Árabes Unidos (2023)

Na redação da Carta da ONU, os redatores previam que os cinco membros


permanentes do CSNU, com poder de veto, aceitariam seu privilégio, tendo
consciência de sua obrigação substancial com a manutenção da paz e da segurança
internacionais. Porém, na pratica, ao longo da história, os países do P5 (grupo dos
membros permanentes) vetaram várias propostas do CSNU que iam contra seus
próprios interesses. Situações assim eram muito comuns durante a Guerra Fria,
quando Estados Unidos e União Soviética usavam de modo indiscriminado o poder
de ‘veto’.

Nesses momentos, o Conselho de Segurança pode convocar uma reunião


extraordinária da Assembleia Geral, com intuito de expandir o debate e criar
soluções e propostas para a problemática posta. Inicialmente, o presente tema
deveria ser discutido e solucionado na CSNU, o órgão da ONU mais capacitado para
esse tipo de situação, devido, principalmente, ao seu caráter mandatório já citado
anteriormente. Porém, como já era esperado, a Rússia usou poder de ‘veto’,
impedindo as ações do Conselho de Segurança e forçando a convocação de uma
reunião extraordinária da Assembleia Geral das Nações Unidas.

Esse processo já se repetiu até que chegamos a 3ª AGNU com o tema centrado na
Guerra na Ucrânia, simulada no dia 28 de abril de 2022. O comitê contará com um
total de 30 delegações escolhidas conforme seu peso na discussão específica que
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interessa ao AGNU. A simulação será em língua portuguesa e a moderação é


tradicional. Ademais, no comitê, todos os Estados terão o mesmo peso nas
votações, cada um com o poder de um voto.

2.0 APRESENTAÇÃO DO TEMA

Na madrugada do dia 24 de fevereiro de 2022, a Rússia iniciou sua operação militar


no território ucraniano, bombardeando diferentes pontos da Ucrânia, e não somente
a região de Donbass como muitos esperavam. O conflito escalou rapidamente e
ganhou proporções maiores do que as previstas incialmente, aumentando a cada dia
o número de vítimas diretas e indiretas envolvidas no conflito, o número de
refugiados ucranianos para países do leste europeu como Polônia, Romênia e
Bulgária, a cotação do petróleo no mercado internacional, e claro, diminuindo a
sensação de segurança no mundo.

O atual cenário na Ucrânia remonta a um contexto histórico da Guerra Fria. A


Ucrânia fez parte da URSS e é uma área de influência da Rússia, além de grande
aliado histórico. A região é vista pelo governo de Moscou como uma área
estrategicamente fundamental (pelos gasodutos que abastecem a Europa com gás
natural russo, pela grande produção de grãos, passagem para o mar Negro e
proximidade com o leste europeu).

Assim, desde o fim da Guerra Fria, pelo menos, o mundo não vive um momento de
incerteza tão grande (BBC, 2022). Quais serão os próximos capítulos dessa
história? Teremos um conflito de ordem continental ou global? O que as
Organizações Internacionais e Estados podem fazer para mitigar os prejuízos
sociais e econômicos causados pela Guerra na Ucrânia?

2.1 A relação histórica ente Rússia e Ucrânia

Para entender melhor as razões, motivações e o atual cenário entre Ucrânia e


Rússia, é necessário olhar brevemente para o passado e avaliar os principais
acontecimentos que envolveram os dois países, desde o contexto da formação da
União das Repúblicas Socialistas Soviéticas e Guerra Fria até o dia 24 de fevereiro
de 2022. Vários pontos serão analisados nessa questão do conflito histórico entre as
duas nações como, por exemplo, as disputas étnicas e os vários acordos firmados
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entre as partes ao longo da história – para demonstrar o longo e processual conflito


que se instalou na região desde o dia 24 de fevereiro de 2022.

A questão identitária constitui uma peça chave no mosaico histórico de uma nação –
comunidade unida por uma determinada designação, símbolos, origem geográfica e
étnico-social, memória histórica e por um conjunto de valores espirituais, culturais e
políticos. É a identidade – consciencialização e sentimento de pertença a uma
comunidade nacional, que leva as pessoas a aderirem às revoluções e aos conflitos
e, ao mesmo tempo, constrói-se através e durante esses processos turbulentos.
Logo, o entendimento do processo de construção identitária é imprescindível para a
compreensão do conflito Ucrânia-Rússia. A identidade permite definir as partes do
combate – “nós” e “eles” – e constitui uma justificativa para a mobilização social,
posicionamentos e, em última instância, conflitos armados. Além disso, o conflito
armado deve afetar o desenvolvimento da ideia nacional dos povos, seu sentimento
de pertencimento, nacionalismo, autoidentificação como grupo cultural coeso,
principalmente através da análise de discursos, leis, criação de novas instituições e
aparecimento de novas dinâmicas sociais (Olena, 2018).

O conceito da identidade é usado diariamente para referir a personalidade individual,


o estilo de vida, a situação e estatuto social, a política, a burocracia e a cidadania. A
identidade é uma construção histórica, negociada e mutável: nunca é unilateral. É,
portanto, um processo inerentemente prático, com consequências no mundo social,
e não um dado adquirido. Assim, a construção da identidade é um processo social
que deve ser analisado de acordo com o contexto local e global, olhando para o
conjunto de fatores, histórias, cultura e complexas interações sociais que estes
contextos englobam, pois é nesta dinâmica que é construída a trajetória da
identidade e que nascem as principais bases que a sustentam (Jenkins, 2000).
Assim, conclui-se que os contextos que antecedem ao atual cenário influenciaram a
construção identitária ucraniana e russa e que a “nova” identidade ucraniana
construída a partir das últimas décadas, ainda antes da anexação da Criméia, pode
aumentar a rivalidade entre os grupos e contribuir para a perpetuação do atual
conflito.

As nações ucraniana e russa têm muitas características semelhantes - a língua, a


religião ortodoxa, o passado histórico comum, entre outras. Contudo, estas
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semelhanças que podiam/deveriam construir importantes conexões e cooperação


entre os dois países, cada vez mais ressurgem no debate como causas de conflito
(Olena, 2018). As disputas começam com os próprios mitos nacionais com base no
legado do Principado de Kyiv, avançando para o império Russo e a política de
russificação dos povos na região.

Através da proibição de comunicar na língua materna os povos


dominados perdem as suas especificidades culturais e passam a
identificar-se cada vez mais com o centro dominador. Foi o que
sucedeu com a língua ucraniana durante séculos de práticas
legislativas e atos governamentais. As autoridades dos sucessivos
invasores (e.g. Império Russo e União Soviética) entendiam que a
proibição da língua levaria ao seu nivelamento, substituição por outra
e, por fim, resultaria no desaparecimento da nação ou a perda das
suas características originais através da assimilação. (A relação
identidade-conflito: o caso ucraniano – Olena Pozhoga, 2015: 35).

EXTENSÃO DO IMPÉRIO RUSSO

Crédito: <https://oglobo.globo.com/mundo/entenda-em-tres-mapas-por-que-posicao-da-ucrania-estrategica-25371331>. Acesso


em: 01 de abr. 2022.

Sob domínio do Império Russo uma série de tratados e leis foram introduzidos para
acabar, ou ao menos prejudicar, a identidade ucraniana, em especial sua língua.
Podemos citar como exemplo:

 Tratado de 1654, em Pereiaslav – perseguição à literatura ucraniana;


 Em 1693 a adoção de uma lei que proibiu a importação de livros em edições
ucranianas para Moscou e censurava atividades dos escritores ucranianos;
 Em 1709, o decreto sobre a censura obrigatória de todos os livros ucranianos,
proibindo a impressão de livros em língua ucraniana;
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 Em 1784, proíbe-se o ensino em ucraniano na principal instituição de ensino


de Kyev e o russo passa a ser a língua ensinada em todos os colégios e
escolas do império. Ainda nesse ano, a censura passou a controlar todas as
esferas de produção cultural (imprensa, teatros e literatura);
 Em 1863, a “Circular Valuev”, proíbe-se impressão de manuais, material
didático e publicações científicas em língua ucraniana. Na Circular constatava
que “a língua ucraniana nunca existiu e não poderá existir”;
 Em 1872, o decreto de “Emskyi”, assinado por Alexandre II, que proíbe a
importação de livros em ucraniano para o território do Império, e a realização
de peças de teatro e clubes de leitura em ucraniano.

Nota-se, portanto, que ao longo de séculos, houve um grande esforço por parte do
Império Russo em fragilizar a identidade ucraniana e que, após a formação da
URSS, não obstante o lema da “amizade e fraternidade dos povos da URSS”, as
autoridades continuaram a política imperial de assimilação e russificação, que ficou
conhecida como linguicídio.

Qualquer oposição ao governo ou tentativa de resistência – política ou


cultural – era resolvida pelo aparelho de estado com deslocações forçadas
para Sibéria, coletivização de bens e genocídios. Ainda que a Constituição
soviética de 1922 reconhecesse a soberania ucraniana, o país foi totalmente
controlado e subjugado pelo aparelho central. É neste período que a nação
ucraniana vive os períodos mais negros da sua história. Entre 1929-1931
ocorre a coletivização 37 dos camponeses que levou à morte e pobreza
extrema de milhares de ucranianos. Neste mesmo período é extinta a Igreja
Ortodoxa autónoma ucraniana. Entre 1932 e 1934 o povo ucraniano, que vive
no território conhecido como “grande celeiro da união”, é vítima de genocídio
e fome massiva. Entre 1936 e 1938 vive-se o tempo de “Grande Terror” que
levou a extermínio e tortura de milhões de pessoas ucranianas e culminou na
Segunda Guerra Mundial. (A relação identidade-conflito: o caso ucraniano –
Olena Pozhoga, 2015: 36).

Todos esses episódios citados, desde Império Russo até o regime soviético, foram
fundamentais para a formação da identidade ucraniana, bem como para suas
relações com a Rússia, que culmina nas atuais tensões entre os dois países.
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2.1 Independência da Ucrânia e conflitos dos a Rússia

Após a Revolução Russa de 1917 o território que hoje compreende a Ucrânia


passou a integrar a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS),
respondendo ao comando do Partido Comunista Central. Apesar da estrutura
organizacional implicar que cada país integrante da URSS tinha um governo local e
relativa autonomia, a realidade implicava no controle de Moscou sobre todo o
território soviético, fazendo a manutenção da dominação russa sobre o território
ucraniano. Em 1991, com a dissolução da URSS, a Ucrânia se tornou um país
independente, o que deu início ao processo de formação de uma nova identidade
nacional ucraniana, que buscava unir elementos do passado e do presente para a
formação da ideia de uma nação.

Contudo, o fim da URSS e da organização bipolar da ordem mundial não


significaram o cessar de tensões entre os EUA e a Rússia, ambos com propósitos
imperialistas no leste europeu. Assim, em 1994 houve o primeiro movimento de
aproximação da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) em direção à
Ucrânia, que resultou em um acordo entre Reino Unido, EUA e Rússia, que previa a
extinção do arsenal nuclear ucraniano em troca da proteção à soberania do país.
Embora esse acordo tenha vigorado, a influência de Moscou na política ucraniana
não chegou ao fim, sendo responsável pela manutenção de poder por parte de
grupos pró-Rússia no comando de Kiev. Tal fato desencadeou uma série de
protestos entre os anos de 2003 e 2004, que ficaram conhecidos como Revolução
Laranja.

A reação russa aos protestos ucranianos ocorreu por meio do intenso apoio a
grupos separatistas de diversas regiões, e tinha por objetivo desestabilizar a unidade
nacional ucraniana, fragilizando as estruturas de Estado desse país. Contudo, a
resposta da Ucrânia foi a aproximação com o bloco econômico da União Europeia
(UE) e da intensificação dos diálogos com a OTAM a partir de 2008. No ano de
2013, entretanto, o governo pró-Rússia que ocupava o poder, sem maiores
explicações ou justificativas, encerrou as negociações com a UE, dando fim à
possibilidade de o país integrar o bloco econômico europeu. Essa medida fez com
que milhares de manifestantes ocupassem a praça Maidan, e essas manifestações
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foram duramente reprimidas pelo Estado ucraniano, o que levou a violentos conflitos
e a queda do governo pró-Rússia.

Em março de 2014 o governo russo, em reação ao aumento dos movimentos pró


Europa e ocidente, adota uma postura mais rígida, que se materializou com a
invasão e anexação do território da Criméia, antigo território de disputa entre os dois
países, e que ocupa uma posição estratégica para a economia da Rússia. As tropas
russas avançaram por outras regiões da parte oriental da Ucrânia, ocupando as
cidades de Donetsk e Lugansk. Os conflitos violentos e as baixas na região só foram
possíveis graças ao acordo de Minsk II, no ano de 2015. Desde então, instalou-se
na região um clima fraco de estabilidade, mas que sempre contou com a
possibilidade de novas ações de Rússia contra a Ucrânia em caso de aproximação
com o Ocidente e enfraquecimento da influencia de Moscou na região.

A aparente estabilidade chegou ao fim em fevereiro de 2022, quando a Rússia


invadiu oficialmente o território ucraniano. A invasão foi motivada pelos avanços do
Estado ucraniano desde o ano de 2019 em direção à integração com a UE e a
OTAN, o que ameaçava a influência da Rússia sobre a Ucrânia. O conflito se arrasta
até o dia que esse comitê simula (28 de abril de 2022), sem muitos avanços nas
negociações e com alto número de baixas humanas.

3.0 POSICIONAMENTO DOS PRINCIPAIS ATORES

Ainda que todas as delegações do comitê sejam relevantes para as discussões, dá-
se destaque ao posicionamento desses blocos nesta seção em função da
experiência ou contribuição direta desses atores nas discussões a serem feitas por
esse comitê. A construção de soluções para as problemáticas levantadas pelo
comitê devem levar em consideração essas experiências e os conhecimentos dos
demais Estados presentes na reunião.

3.1 Bloco aliado à Ucrânia.

Esse grupo é liderado pelos Estados Unidos e outros importantes países ocidentais
que compõem também o G-7 e a OTAN, como: França, Alemanha, Reino Unido,
Canadá e Japão. Essas delegações repreendem as ações russas na Ucrânia,
incentivando as sanções econômicas e outras represálias. Alguns desses países
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chegam a enviar recursos, armamentos e outros recursos necessários no front de


guerra. Outra importante característica dos países que se enquadram nesse grupo é
o antagonismo histórico com a Rússia e o fato de se declararem países de regimes
democráticos.

Essas delegações pretendem, através da ONU, conseguir ampliar cada vez mais os
boicotes e sanções à Rússia, dificultando suas operações no território ucraniano,
porém sem se comprometer e se envolver diretamente com a Guerra. Vale lembrar
que uma vitória rápida e indolor a favor de Moscou poderia significar o crescimento
de uma nova esfera de poder na Europa e Ásia.

3.2 Bloco aliado à Rússia

Neste grupo se encaixam aquelas delegações que têm fortes laços econômicos e
diplomáticos com o governo russo, podendo até mesmo serem dependentes desses
laços. O apoio da Rússia pode ser direcionado as atuais lideranças políticas desses
países, suporte militar, econômico e até diplomático a esses Estados. Se encaixam
nesse grupo os países que já votaram a favor da Rússia nas reuniões anteriores,
como por exemplo: Belarus, Coréia do Norte, Eritréia e Síria.

Os atores desse grupo se preocupam com a dependência direta ou indireta que


possuem em relação a Moscou e tentaram contrapor os argumentos dos países
ocidentais, justificando a operação militar russa e a apoiando durante as propostas
de resolução, tentando manter assim a boa relação com a Rússia.

3.3 Delegações “neutras”/não declaradas

Além dos países citados anteriormente, existem ainda outras nações que não
apoiam a guerra, porém possuem importantes acordos comerciais, alianças
militares, políticas ou econômicas com a Rússia, gerando assim alguma
dependência em relação ao governo de Moscou. Esse grupo normalmente opta por
votar a favor da Ucrânia, ou até mesmo a abstenção, porém sempre ponderam
algumas situações a favor da Rússia – normalmente ligadas as pesadas sanções
econômicas aplicadas à Rússia.
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Nesse grupo cada país possui uma relação específica com a Rússia, o que justifica
a alocação da delegação nessa situação. Dentre os países que fazem parte desse
grupo, podemos incluir: Hungria, Brasil, China, Armênia e Venezuela.

4.0 PRINCIPAIS QUESTÕES

 Mesmo passados quase 80 anos após a 2ª Guerra Mundial, é legitimo os


países membros permanentes permanecerem com o poder de veto no
Conselho de Segurança?
 Seria legítimo que países com poder de veto dentro do Conselho de
Segurança se beneficiem desse poder para impedir resoluções que estejam
em desacordo com o que apenas sua delegação não concorda?
 Qual o limite das sanções econômicas? É justo a população russa sofrer as
consequências economias das sanções aplicadas pela comunidade
internacional?
 Quais objetivos da Rússia no território ucraniano?
 Como acabar com o conflito? As exigências elencadas pela Rússia para
aceitar um cessar-fogo são justificáveis?
 Quais medidas devem ser adotadas para a pronta recuperação econômica e
social da Ucrânia no possível pós-guerra?
 Como os países vizinhos podem contribuir e lidar com a crise de refugiados
gerados pela Guerra.
 Quais as consequências e soluções para o movimento de fuga de cérebros
da Ucrânia para outros países europeus?
 Como atuar na prevenção de novos conflitos futuros na região, ou mesmo
dentro de outras áreas de influência da Rússia?
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5.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E MATERIAL BÁSICO DE PESQUISA

BBC, Rússia invade Ucrânia, 2022 <https://www.bbc.com/portuguese/internacional-


60503097>

UN, General Assembly, 2022 <https://www.un.org/en/ga/>

UN, Main Bodies, 2022 <https://www.un.org/en/about-us/main-bodies>

UN, Security Council, 2022 <https://www.un.org/securitycouncil/content/current-


members>

https://news.un.org/pt/story/2022/02/1780522 - Conselho de Segurança faz reunião


de emergência para evitar “conflito real” na Ucrânia (22/02).

https://news.un.org/pt/story/2022/02/1780702 - Assembleia Geral debate situação na


Ucrânia (23/02).

https://news.un.org/pt/story/2022/02/1781072 - Ucrânia: Conselho de Segurança


reúne-se na tarde de domingo para votação (27/02).

https://news.un.org/pt/story/2022/02/1781082 - Conselho de Segurança aprova


reunião emergencial na Assembleia Geral sobre a Ucrânia (27/02).

https://news.un.org/pt/story/2022/02/1781152 - Assembleia Geral da ONU realiza


sessão especial de emergência sobre Ucrânia (28/02).

https://g1.globo.com/mundo/noticia/2022/03/02/assembleia-geral-da-onu-aprova-
resolucao-contra-invasao-da-russia-pela-ucrania.ghtml - Assembleia Geral aprova
resolução contra a invasão russa. (02/03).

https://news.un.org/pt/story/2022/03/1781482 - Assembleia Geral repudia ofensiva


militar da Rússia à Ucrânia (02/03).

https://g1.globo.com/mundo/noticia/2022/03/02/na-assembleia-geral-da-onu-russia-
e-ucrania-apresentam-narrativas-opostas-sobre-a-guerra.ghtml - Assembleia da
ONU apresenta diferentes narrativas em relação à Guerra. (02/03).
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https://news.un.org/pt/story/2022/03/1783272 - Ucrânia: acesso para ajuda


humanitária deve ser prioridade com aumento dos ataques (17/03).

https://news.un.org/pt/story/2022/03/1783372 - Alegações de atividades biológicas


na Ucrânia marcam debate no Conselho de Segurança (18/03).

https://news.un.org/pt/story/2022/03/1783882 - Conselho de Segurança rejeita


resolução proposta pela Rússia sobre situação humanitária na Ucrânia (24/03).

https://news.un.org/pt/story/2022/03/1783962 - Assembleia Geral adota resolução


sobre situação humanitária na Ucrânia (24/03).

https://brasil.un.org/pt-br/175892-ucrania-assembleia-geral-da-onu-aprova-
resolucao-exigindo-acesso-humanitario - AGNU aprova resolução exigindo acesso
humanitário. (24/03).

https://www.poder360.com.br/europa-em-guerra/assembleia-geral-condena-russia-
por-crise-humanitaria-na-ucrania - Assembleia Geral condena Rússia por crise
humanitária na Ucrânia. (24/03).

6.0 TABELA DE REPRESENTAÇÕES

AGNU 2022

Canadá Membro Oficial

Comunidade da Austrália Membro Oficial

Estado da Eritréia Membro Oficial

Estado de Israel Membro Oficial

Estados Unidos da América Membro Oficial

Estados Unidos Mexicanos Membro Oficial

Federação Russa Membro Oficial

Japão Membro Oficial


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Organização do Tratado de Segurança Coletiva Membro Observador


(OTSC)

Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAM) Membro Observador

Reino da Arábia Saudita Membro Oficial

Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte Membro Oficial

República Árabe da Síria Membro Oficial

República Árabe do Egito Membro Oficial

República Bolivariana da Venezuela Membro Oficial

República da África do Sul Membro Oficial

República Estônia Membro Oficial

República Geórgia Membro Oficial

República da Hungria Membro Oficial

República da Polônia Membro Oficial

República de Belarus Membro Oficial

Reino do Iraque Membro Oficial

República Federal da Alemanha Membro Oficial

República Federal da Nigéria Membro Oficial

República Federativa do Brasil Membro Oficial

República Francesa Membro Oficial

República Islâmica do Afeganistão Membro Oficial

República Popular da China Membro Oficial


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República Popular Democrática da Coreia Membro Oficial

Ucrânia Membro Oficial

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