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Salê Onu

Guia de Estudos

CSNU
INVASÃO DA CHINA À
TAIWAN
(2024)
SUMÁRIO

1. APRESENTAÇÃO DA MESA DIRETORA....................................................... 2


2. INTRODUÇÃO ................................................................................................. 3
3. APRESENTAÇÃO DO ÓRGÃO SIMULADO .................................................. 4
4. APRESENTAÇÃO DO TEMA .......................................................................... 6
5. DELEGAÇÕES PARTICIPANTES .................................................................. 21

1. APRESENTAÇÃO DA MESA DIRETORA

1
Eu me chamo Vitória Fernanda Gonçalves dos Santos, tenho 17 anos e estou
atuando como mesa neste comitê. É a minha primeira experiência como diretora
e trabalhando na organização de um comitê, porém sempre nutri interessante
pelas simulações geopolíticas do IFES. Atualmente, sou aluna do Instituto
Federal do Espírito Santo, cursando o segundo ano do ensino médio integrado
ao curso técnico em Biotecnologia no campus Vila Velha.

Meu primeiro contato ativo com simulações geopolíticas ocorreu no início de


2022, quando começaram os preparativos para a IX SIGI, onde participei da pré-
SIGI no campus Vila Velha. Desde então, despertei um grande interesse por
esse tipo de atividade, e participei oficialmente da SIGI representando o Comitê
Imprensa, o que marcou um momento significativo em minha jornada de
experiências com simulações geopolíticas.

Desejo que aproveitem ao máximo essa experiência e que tenham um incrível


debate. Sejam todos muito bem-vindos e boa sorte!

2. INTRODUÇÃO

2
O objetivo do Guia de Estudos é apresentar as principais relações, fatos e
problemáticas referentes a este comitê. A partir deste documento, a equipe do
comitê CSNU 2023 pretende informar tudo aquilo que é estritamente necessário
dentro da discussão, propondo não só questionamentos, como também a
contextualização do assunto dentro de sua característica complexidade.

O caráter das informações presentes no guia não tem a intenção de exibir


qualquer posicionamento ou partidarismo diante da questão tratada, que em
muito é caracterizada justamente por seus atritos ideológicos. Partindo desse
pressuposto, é importante entender a necessidade de filtrar tudo aquilo que será
absorvido durante o estudo preparatório para as simulações, lembrando que
toda fonte carrega consigo um viés, seja ele intencional ou não, favorável ou não
a um dos lados.

Ao longo deste documento será apresentado os principais aspectos do conflito


China e Tawian, relatando questões históricas, proposições atuais e o objetivo
do órgão simulado em questão. Lembrando que, embora o Guia tenha objetivo
já citado desta contextualização, é importante também a pesquisa por outros
meios, encorajada pela Mesa Diretora.

Todas as informações presentes no guia tiveram o cuidado de serem


devidamente analisadas, permanecendo aquilo que de fato é essencial para a
realização de tal comitê. Também cabe ressaltar, que grande parte do estudo
aqui apresentado, foi fruto de pesquisas dos aluno(a)s que cursam o itinerátio
formativo de Geopolítca, sobre orientação do professor Peterson Grassi e
supervisão da professora Caroline Frassi.

Contudo, na presença de qualquer dúvida, todo e qualquer diretor referente ao


CSNU 2023– A invasão da China à Tawian - pode ser contactado para que
dúvidas sejam sanadas. No mais, desejamos um ótimo período de estudos
acerca do tema!

3. APRESENTAÇÃO DO ÓRGÃO SIMULADO


3
O Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU), é um dos principais
órgãos da ONU. Criado em 1945, após a Segunda Guerra Mundial, tem suas
funções e atribuições descritas no capítulo V da chamada Carta das Nações
Unidas, onde ficou estabelecido os seis principais órgãos da Organização
(ONU), que incluem a Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU),
responsável por fazer a deliberação principal; o Conselho de Segurança (CSNU),
com o objetivo de garantir a paz e a segurança mundiais; o Conselho Econômico
e Social (ECOSOC), em auxílio da cooperação socioeconômica internacional; o
Conselho de Direitos Humanos (CDH), para a fiscalização e proteção de direitos
humanos; o Secretariado, para fornecimento de informações; e o Tribunal
Internacional de Justiça, órgão principal de justiça.

As responsabilidades primordiais do CSNU, descritas na Carta das Nações


Unidas são a manutenção da paz e segurança entre os países, o
desenvolvimento de relações amistosas entre as nações, a cooperação na
resolução de problemas, a promoção do respeito aos direitos humanos e a
harmonia entre as nações.

Enquanto a maioria dos órgãos das Nações Unidas possuem caráter


recomendatório, a grande característica do Conselho de Segurança é ser
mandatório; de acordo com o Art. 25 da Carta das Nações Unidas, todos os
membros das Nações Unidas concordam em aceitar as decisões do órgão,
obrigados a implementar suas resoluções.

A recomendação inicial do Conselho de Segurança é que todas as partes


envolvidas no conflito cheguem a um acordo por meios pacíficos, podendo
estabelecer os princípios para acordos de paz, enviar missões de paz e realizar
investigações e nomear enviados especiais.

Caso a disputa leve a hostilidades, o Conselho deve ter como objetivo trazê-las
ao fim o mais rápido possível. Para esse caso, o conselho pode aplicar diretivas
de cessar-fogo para que seja evitado o aumento do conflito e enviar forças de
paz para ajudar a reduzir as tensões. Também podendo aplicar medidas de
execução, como sanções e restrições econômicas e financeiras, embargos de
armas, proibição de viagens, rompimento de relações diplomáticas, bloqueio ou
ação militar coletiva.

4
Tendo sede em Nova York (EUA) desde seu nascimento, em 1946, o Conselho
de Segurança é constituído por quinze membros no total, sendo cinco estados-
membros permanentes e dez rotativos. Os membros permanentes se tratam das
potências vencedoras da Segunda Guerra Mundial, que mantêm as maiores
forças militares do planeta, sendo eles; República da China, Estados Unidos da
América, França, Reino Unido da Grã Bretanha e Irlanda do Norte e Federação
Russa – ocupando o lugar e a função diplomática anteriormente representada
pela União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.

Os membros rotativos são eleitos pela Assembleia Geral por maioria qualificada,
mas, para isso, devem obedecer a dois critérios: (i) devem contribuir de alguma
forma para a paz e a segurança internacional, (ii) deverá assegurar uma
representação geográfica equitativa. 1⁄2 dos membros rotativos possuem
mandato de dois anos e a outra metade com apenas um ano. Atualmente, além
do Brasil, os países eleitos para o biênio de 2022 e 2023 foram Albânia, Gabão,
Gana e Emirados Árabes Unidos. Eles se juntam a Índia, Irlanda, Quênia, México
e Noruega como integrantes rotativos do Conselho.

Para a aprovação de qualquer decisão dentro do Conselho de Segurança, é


necessário que nove dos quinze estados-membros assinalem afirmativamente,
onde, desses nove, cinco devem ser permanentes.

Existem dois tipos de votação do Conselho de Segurança, sendo as questões


substanciais e as procedimentais. As questões procedimentais versam sobre o
funcionamento do Conselho, como a realização das reuniões, como os membros
podem ser representados dentro do órgão, sobre o regimento interno e a decisão
do Presidente, e sobre a participação de não membros em reuniões do
Conselho. Nessas em que se envolve o procedimento de votação, as decisões
são tomadas pelo voto afirmativo de membros, sem que se exija o consenso dos
membros permanentes.

Aquilo que diz respeito às questões substanciais são tomadas pelo voto
afirmativo de nove membros, sendo obrigatória a participação dos membros
permanentes nesta. Portanto, é estritamente necessário o consenso entre os
membros permanentes, já que há a regra de “unanimidade das grandes

5
potências”, também chamada de “veto”, onde apenas os membros permanentes
detêm este poder.

4. APRESENTAÇÃO DO TEMA

No início do século XX, a China já não mais conseguia se mostrar alheia às


transformações e mudanças ocorridas com a introdução dos interesses
capitalistas em seus territórios. Dessa forma, um expressivo movimento de
modernização política da China começou a ganhar força entre representantes
políticos anti-imperiais e jovens estudantes chineses.

Em novembro de 1911, um grupo de militares da cidade de Wuchang, capital da


província de Hubei, iniciou um conflito contra a dinastia Qing. Conseguindo o
apoio político de outras províncias, o movimento nacionalista eclodiu diversas
revoltas ao longo do país. Já em novembro daquele ano, quinze das vinte e
quatro províncias da China declararam independência do Império Qing1.

A milenar China Imperial acabou em fins de 1911, e no primeiro dia de janeiro


de 1912 foi proclamada a República da China, encerrando 2 mil anos de história
imperial. Não durou muito para que a jovem e fragmentada república
mergulhasse na guerra civil, que opôs os nacionalistas do partido Kuomintang
(KMT) e os comunistas liderados por Mao Tsé-Tung.
A partir desse contexto, a república da China enfrentou uma guerra civil, dividida
em dois grupos: o Exército Vermelho, que desejava a reconfiguração do sistema
político e econômico do país, com a instauração de um regime socialista, e um
grupo composto pelo governo e seus aliados, os nacionalistas, que se opunham
a uma transformação dessa natureza.

O conflito cessou por conta da invasão japonesa ao país durante a Segunda


Guerra, uma vez que o Japão estava passando por um bom desenvolvimento
econômico, levando-o à ambição por novas terras para a exploração econômica.
Assim, a China, enfraquecida, transformou-se no alvo do Japão.

A invasão japonesa da China em 7 de julho de 1937 deu origem à Segunda


Guerra Sino-Japonesa, que durou até 9 de setembro de 1945, quando o Japão

1
Disponível em: <https://brasilescola.uol.com.br/china/revolucao-republicana-1911.htm> Acesso
em:27/08/2023.

6
se rendeu às forças Aliadas da Segunda Guerra Mundial. O conflito que deu
início à guerra é chamado de Incidente da Ponte Marco Polo e ocorreu entre
tropas dos dois países nos arredores de Beijing (Pequim) 2.

Conflitos entre China e Japão remetem ao final do século XIX, quando ocorreu
a Primeira Guerra Sino-Japonesa, que terminou com a ocupação japonesa da
ilha de Taiwan, em 1895, eliminando totalmente a influência da China neste
território. Tal fato explica parte da temática discutida neste comitê.

Os lados comunistas e nacionalistas chegaram a unir forças contra os japoneses,


durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), mas, com a retirada dos invasores
em 1945, as divergências entre ambos se impuseram e a guerra entre eles recomeçou.

Como Taiwan era a primeira colônia ultramarina do Japão, as intenções


japonesas eram de transformar a ilha em uma verdadeira "colônia
modelo".3 Como resultado, um grande esforço foi feito para melhorar a
economia, a indústria, as obras públicas da ilha e para alterar sua cultura em
grande parte pelas necessidades da máquina de guerra para agressão militar
japonesa na Ásia-Pacífico até a rendição do Japão. No entanto, o domínio
japonês de Taiwan também teve consequências negativas, como a repressão
militar a qualquer tentativa de resistência, a ação afirmativa em relação ao
nativos do Japão e o aumento da prostituição feminina.

Em 1945, após a derrota do Império do Japão na Segunda Guerra Mundial,


Taiwan foi colocado sob o controle da República da China, com assinatura
da Ata de Rendição, acordo que formalizou a rendição do Japão.

O fim da Segunda Guerra e a expulsão das forças japonesas do território chinês


abriram um novo período de disputa de poder entre nacionalistas e socialistas.
O líder dos nacionalistas, Chiang Kai-chek, não resistiu ao avanço dos
guerrilheiros camponeses comandados pelo líder comunista Mao Tsé-tung. Em
1º de outubro de 1949, Mao proclamou a República Popular da China e
reorganizou o país nos moldes comunistas. Chiang Kai-chek refugiou-se na Ilha

2
https://www.infoescola.com/historia-da-asia/invasao-japonesa-da-china/
3
Miller, Lyman, Shao (29 de junho de 2002). «"The Out-of-Tune 'Flowers on the Rainy Nights': Some Observational Aspects of
Taiwan at Wartime"». Minutes from the Conference on Wartime China: Regional Regimes and Conditions, 1937-1945.
Cambridge, MA, USA: Harvard University

7
de Taiwan (Formosa) e fundou a República da China. Ainda hoje, Taiwan se
autointitula a “verdadeira China”, com sua própria Constituição e líderes
democraticamente eleitos, enquanto a China vê a ilha como uma Província
separatista que um dia voltará a estar sob o controle de Pequim.

ANEXO 1

Fonte: https://www.bbc.com/portuguese/internacional-62394547

4.1 PRIMEIRA GUERRA SINO-JAPONESA

A primeira guerra sino-japonesa ocorreu no ano de 1894 até 1895 e foi um


conflito entre o Japão e a China, que tinha como fundamentos o controle sob
a Coreia, que possuía grandes reservas minerais de carvão e ferro.

O Japão passou a se tornar propriamente uma potência econômica e militar


com tendências imperialistas no advento da Era Meiji, no ano de 1867, que
teve início com o imperador Mutsuhito, pondo um fim à Era Edu, que perdurou
no Japão por cerca de duzentos anos e caracterizou-se por construir uma
sociedade agrária, feudal e baseada em clãs políticos.

8
Com Mutsuhito, as bases feudais japonesas foram gradualmente sendo
demolidas. O Japão conseguiu modernizar-se e inserir-se no capitalismo
internacional, sobretudo por meio da compra de tecnologia ocidental:
maquinário industrial e armas. Além disso, ocorreram reformas políticas,
agrárias e urbanas no território japonês, que tornaram a economia do país
mais dinâmica do que na época feudal. Essa prosperidade vinda com a Era
Meiji gerou a necessidade de expansão do Japão no continente asiático.
Todavia, o interesse maior dos japoneses estava na península coreana. O
problema é que a Coreia estava a bastante tempo subordinada à China.

A China possuía relações tradicionais com a Coreia, que a servia na condição


de Estado vassalo. Por ser considerada uma região estratégica, sobretudo
no que diz respeito à recepção e ao escoamento de produtos comerciais e
matérias-primas. Entretanto, a China ficou gradualmente enfraquecida na
segunda metade do século XIX e, ao contrário dos japoneses, os chineses
não se modernizaram. Essa situação de vulnerabilidade chinesa foi a
oportunidade que o Império Japonês encontrou para colocar a Coreia em sua
zona de influência.

O estopim para o conflito ocorreu no dia 28 de março de 1894 com o


assassinato de um revolucionário coreano aliado do Japão, chamado Kim
Ok-Kyun. Kyun foi morto em Xangai por agentes de Yuan Shikai, um dos
principais generais que serviam à dinastia Qing, chinesa. Após ter sido morto,
o corpo de Kyun ainda foi enviado de volta para a Coréia, onde foi
esquartejado e exibido em praça pública.

O Japão encarou o fato como uma afronta direta. O conflito estourou quando
a China enviou 2.800 soldados sob a liderança de Shikai para a Península
Coreana.

4.2 A REVOLUÇÃO COMUNISTA NA CHINA

“Revolução chinesa” ou “Revolução comunista” é o nome dado a reforma feita


no país asiático, que mudaria a história da nação. No ano de 1949, o partido
comunista de Mao Tsé-tung teria tomado o poder da China e instaurado o
comunismo na mesma. O país passou por imensas mudanças, durante esse

9
período, os comunistas ampliaram as mudanças revolucionárias, em
consequência de tais ações milhões de chineses tiveram acesso à terra e fez
com que os nacionalistas fossem afastados das grandes metrópoles. Como
resultado, isso levou ao isolamento dos nacionalistas nas grandes cidades
chinesas feitas pelo seu líder com base nas teorias marxistas. O objetivo do líder
chinês era industrializar o país e transformar a tradicional economia agrária. Para
isso, criou grupos de trabalho e fazendas coletivas, proibindo a agricultura
particular e a propriedade privada.

Após a morte de Mao, o país ganhou um novo líder, Deng Xiaoping, que se
tornou um dos revolucionários conhecidos por estipular o que ficou conhecido
como “reforma e abertura”. Após assumir a liderança do Partido, em 1978, Deng
defendeu uma política que tinha como objetivo modernizar o país. O plano de
modernização se baseava, principalmente, na atração de investimentos
estrangeiros. No âmbito da política externa, a China buscava equilibrar-se entre
as duas superpotências da época, Estados Unidos e União Soviética, sem se
alinhar a qualquer uma delas. O que prevalecia era o esforço concentrado na
defesa do interesse nacional identificado com o crescimento econômico.

Certamente, é possível notar um conflito interno na China devido a uma história


de divergências entre os líderes do país. A primeira tomada de poder pelos
comunistas resultou em políticas sociais baseadas no pensamento marxista,
mas com a presença de outros chefes e reformas o poderio econômico se voltou
para o capitalismo, que persiste até hoje na nação.

4.3 ATUAL SITUAÇÃO DA CHINA

A partir da década de 1970, a China iniciou a execução de um amplo conjunto


de reformas econômicas que lhe permitiu sair da posição de país
subdesenvolvido para chegar ao status de potência global. Ao longo deste
período, a transição executada pela China teve como principal característica a
autonomia e soberania do Estado nacional para a condução daquelas reformas.
As condições políticas e econômicas, tanto internas como externas, tiveram
papel decisivo no modo de condução das reformas. No entanto, nenhum destes

10
fatores se sobrepôs aos interesses nacionais. A modernização econômica e a
manutenção do regime político centralizado no Partido Comunista da China
(PCC) permaneceram como objetivos centrais da estratégia reformista – que foi
sendo rearticulada e/ou repensada a partir das mudanças conjunturais e
estruturais da economia e política nacional e internacional. E são estes objetivos
que ainda servem de parâmetro para as principais ações do PCC nos dias
atuais.4

O último quartel do século XX presenciou o fim do conflito global mais importante


desde o final da Segunda Grande Guerra: a Guerra Fria. O desfecho deste
episódio, em favor do bloco capitalista liderado pelos Estados Unidos, colocou
em xeque a continuidade do bloco socialista, tendo a China como uma clara
exceção deste processo.

Nos anos 1980, as mudanças econômicas impulsionadas e controladas pelo


Partido Comunista Chinês (PCC) auxiliaram a ascensão da China no âmbito
internacional. Estas mudanças não foram marcadas por uma simples abertura
de mercado, como sugeriu parte da literatura sobre o tema, mas sim por um
conjunto de reformas que alterou a forma de atuação do Estado nacional.
Obviamente houve uma permissão para atuação de agentes privados e/ou
estrangeiros. Todavia, as grandes diretrizes destas reformas tiveram como pano
de fundo o redirecionamento do papel estatal. Do ponto de vista político, o
governo chinês não executou um processo de abertura e manteve o regime
controlado pelo PCC. Estes dois aspectos foram pilares considerados
fundamentais pelo governo a fim de, simultaneamente, evitar o surgimento de
grandes conflitos e manter a coesão social. Esse conjunto de transformações da
China não respondeu apenas à formação de uma coalizão de forças internas,
mas também teve grande influência do novo cenário geopolítico e geoeconômico
formado desde o final dos anos 1970. A reafirmação da hegemonia norte-
americana, o acirramento da concorrência entre as principais nações
capitalistas, a dissolução da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas

4
https://repositorio.ipea.gov.br/bitstream/11058/6288/1/RTM_v4_n3_Economia.pdf

11
(URSS), os conflitos no Leste Europeu e na Ásia foram alguns dos eventos que,
de certo modo, deram novos contornos às reformas chinesas.

Tais reformas, abriram o mercado chinês e sua indústria foi incentivada à


competitividade. Atualmente, a China possui a segunda maior economia do
mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, e tem alcançado cada vez mais altos
índices de desenvolvimento, mantendo relações comerciais com diversos
países, em várias regiões. O país participa da Organização Mundial do Comércio
desde 2001 e é, atualmente, um dos melhores países para investidores
estrangeiros.

O Produto Interno Bruto (PIB) do país ultrapassa US$ 12 trilhões, e a renda per
capita chega a 5.185 dólares, configurando, então, a nação em maior expansão
econômica. O país também se encontra no topo do ranking de líderes mundiais
em nível tecnológico, investindo muito em pesquisa e desenvolvimento. De
acordo com dados do Observatório de Complexidade Econômica, a China
exportou, no ano de 2019, aproximadamente US$ 2,41 trilhões e importou, no
mesmo ano, cerca de US$ 1,4 trilhões, gerando uma balança comercial positiva 5.

O governo chinês é representado pela República Comunista, tendo como partido


governante o Partido Comunista Chinês. Esse partido está à frente do país
desde 1949, sendo nele o único partido, o que configura um
sistema unipartidário, que, legalmente, não permite a existência de outros
partidos.

Anteriormente o sistema político na China era baseado em dinastias, como a


dinastia Qing, que governou o país ao longo de 268 anos, sendo a última dinastia
imperial. Com a queda dessa, fundou-se, em 1911, a República da China, tendo
como primeiro presidente Sun Yat-sen.

Em 1949, o Partido Comunista, por meio de Mao Tsé-Tung, estabeleceu a


República Popular da China após o término da Guerra Civil

5
https://brasilescola.uol.com.br/geografia/china-1.htm

12
Chinesa. Atualmente o presidente da República Popular da China é Xi Jinping,
que assumiu o cargo em 2013.

4.4 ATUAL SITUAÇÃO DE TAIWAN

Fontes históricas apontam que a ilha ficou sob controle total chinês pela primeira
vez no século 17, quando a dinastia Qing passou a administrá-la. Em 1895, eles
entregaram a ilha ao Japão depois de perder a primeira guerra sino-japonesa.

A China tomou a ilha novamente em 1945, depois que o Japão perdeu a


Segunda Guerra Mundial.

Mas uma guerra civil eclodiu na China continental entre as forças do governo
nacionalista lideradas por Chiang Kai-shek e o Partido Comunista de Mao Tse-
tung.

Os comunistas venceram em 1949 e assumiram o controle em Pequim.

Chiang Kai-shek e o que restou do partido nacionalista — conhecido como


Kuomintang — fugiram para Taiwan, onde governaram pelas próximas décadas.

A China cita essa parte da história para dizer que Taiwan é na sua origem uma
Província chinesa. Mas os taiwaneses citam a mesma história para argumentar
que nunca fizeram parte do Estado chinês moderno, que foi formado após a
revolução em 1911 — ou da República Popular da China que foi estabelecida
sob Mao em 1949.

O Kuomintang tem sido um dos partidos políticos mais proeminentes de Taiwan


desde então — governando a ilha por uma parte significativa de sua história.

Atualmente, apenas 13 países (além do Vaticano) reconhecem Taiwan como um


país soberano.

A China exerce uma pressão diplomática considerável sobre outros países para
que não reconheçam Taiwan ou façam qualquer coisa que implique
reconhecimento.

13
O ministro da Defesa de Taiwan disse que as relações com a China estão na
sua pior fase em 40 anos.

4.4.1 Em caso de invasão, Taiwan conseguiria se defender?

A China poderia tentar fazer a "reunificação" por meios não militares, como o
fortalecimento dos laços econômicos.Em caso de confronto militar, as Forças
Armadas da China superariam em muito às de Taiwan.

A China gasta mais do que qualquer outro país em defesa, tirando os EUA. O
país conta com uma enorme variedade de capacidades, desde poder naval até
tecnologia de mísseis, aeronaves e ataques cibernéticos.6

6
https://www.bbc.com/portuguese/internacional-62394547

14
Em um conflito aberto, alguns especialistas ocidentais preveem que Taiwan
poderia, na melhor das hipóteses, tentar retardar um ataque chinês, impedir um
desembarque em terra por forças anfíbias chinesas e realizar ataques de
guerrilha enquanto espera por ajuda externa.
Essa ajuda pode vir dos EUA, que vendem armas para Taiwan.
A política de "ambiguidade estratégica" de Washington tem como objetivo não
esclarecer sobre se ou como defenderiam Taiwan no caso de um ataque.
Diplomaticamente, os EUA aderem à política de "Uma Só China", que
reconhece apenas um governo chinês — em Pequim — e possuem laços
formais com a China, e não com Taiwan.
Mas em maio, o presidente dos EUA, Joe Biden, pareceu endurecer a posição
de Washington. Questionado se os EUA defenderiam Taiwan militarmente,
Biden respondeu que sim.
A Casa Branca insiste que Washington não mudou sua posição.

4.3.1 A economia de Taiwan


Grande parte dos equipamentos eletrônicos do dia a dia do mundo — de
telefones a laptops, relógios e consoles de jogos — usa chips de computador
fabricados em Taiwan.
Uma única empresa de Taiwan — a Taiwan Semiconductor Manufacturing
Company ou TSMC — domina mais da metade do mercado mundial.

15
A TSMC é a chamada "fundição" — uma empresa que fabrica chips
projetados por outros clientes, até mesmo militares. É uma indústria que
valia quase US$ 100 bilhões em 2021.

5.1 INTERESSE DA CHINA EM RELAÇÃO Á TAIWAN

Por razões ideológicas e práticas. A China sentiu-se humilhada quando


perdeu Taiwan para o Japão em 1895, chamando esse período de "o século da
humilhação” . Podemos perceber um elemento claro de nacionalismo. A RPC

16
(República Popular da China) quer provar para Taiwan que o seu governo é a
melhor opção para o povo chinês, mas Taiwan continua servindo como uma
opção atípica/alternativa, deixando os que controlam a RPC nervosos. Portanto,
Taiwan é geograficamente importante para o governo chinês, pois é a maior ilha
perto da China e é a entrada para a RPC ter acesso ao oceano pacifico. O porto
profundo no leste de Taiwan também permite que o governo chinês estabeleça
uma base de submarinos e quebre a cadeia de ilhas dos EUA.

Além das questões ideológicas, quando falamos de tecnologia, Taiwan é um país


extremamente avançado, o país possui o maior número de ações de tecnologia
listadas em suas Bolsas de Valores. Seus produtos de alta tecnologia
representam mais de dois terços das exportações taiwanesas, entre
eletroeletrônicos, equipamentos mecânicos, produtos ópticos e médicos e
também em componentes em fibra de carbono para bicicletas. Taiwan conseguiu
obter uma balança comercial largamente positiva, com exportações totais de
mercadorias em US $347 bilhões e importações de US $287 bilhões. Suas
reservas internacionais são as maiores do mundo, com mais de meio trilhão de
dólares. E está se tornando a vanguarda em setores fundamentais para o futuro
do mundo, como biomedicina, internet das coisas, energia verde e economia
circular. Além da força econômica, Taiwan está estrategicamente posicionado
na Ásia. Segundo dados do Australian Strategic Policy Institute, no estreito de
Taiwan transita cerca de um terço do transporte marítimo global e um quarto de
todo o comércio mundial em volume. É por isso que China e EUA têm um
interesse vital em manter essa área marítima transitável.

5.2 – CHINA E ESTADOS UNIDOS

Estados Unidos e China estão em uma disputa por influência mundial que não
se limita ao comércio e abrange áreas como política, economia e defesa. Neste
contexto, a tecnologia e as redes sociais se tornaram ferramentas que ganham
cada vez mais importância na rivalidade geopolítica dos países.

17
Desde Donald Trump a Joe Biden, os presidentes norte-americanos têm
colocado restrições a grandes empresas de tecnologia chinesas. Em 6 de janeiro
de 2021, o ex-presidente republicano chegou a proibir transações com 8
aplicativos da China nos EUA. Um ano antes, Trump atacou publicamente o
TikTok e ameaçou banir o aplicativo do país. A política norte-americana de
disputa tecnológica contra os chineses não mudou com Biden. O atual presidente
do país assinou, em 3 de junho de 2021, uma ordem executiva proibindo os
norte-americanos de investirem em 59 empresas da China.

Os EUA se preocupam com a expansão da China, porque a nação


asiática cresceu economicamente e tornou-se capaz de disputar a hegemonia
no sistema internacional com o país norte-americano.

Tudo indica que o conflito no processo de instalação do 5G foi o episódio


que deixou claro que os EUA e a China usam a tecnologia como uma ferramenta
de disputa. Além disso, a maior parte dos chips usados no mundo atualmente é
fabricada em Taiwan, formando o que o presidente da ilha chama de "escudo de
silício" - em outras palavras, uma proteção contra a China, que reivindica seu
território. Outro fator, é que sua dependência de Taiwan e de outros países
asiáticos para o abastecimento vêm incomodando os Estados Unidos.

5.3 PLANEJAMENTO DA INVASÃO

A aproximação cada vez mais acirrada da China e da Rússia, em aspectos


bélicos e políticos, é evidente. Junto a isso, notícias de que tropas chinesas
estariam rondando o território taiwanês e tramando uma possível invasão
surgem no cenário mundial, gerando certo desespero e preocupação
internacional, em especial, por parte dos Estados Unidos. A apreensão se deve
ao cenário econômico-produtivo na indústria de microchips: Taiwan ocupa o
posto de principal produtor, seguido pelos EUA e, finalmente, em terceiro lugar,
está a China. Os norte-americanos têm investido pesado nessa tecnologia,
visando tomar a primeira posição no ranking de produção e comercialização. É
por esse motivo que temem o ataque chinês a Taiwan, já que este pode resultar
na adesão consolidada do território à China, haja vista que o exército taiwanês

18
não possui recursos suficientes para combater os chineses, que agora contam
com o apoio militar russo.

Essa adesão representa uma ameaça econômica aos EUA, já que, em um


cenário em que Taiwan torna-se parte do território chinês, a China passaria a
controlar também sua economia - mais especificamente, a indústria de
microchips. Com isso, os chineses seriam reconhecidos como a principal
potência produtora dessa tecnologia. Para os Estados Unidos, tal conjuntura
representa a perda de seu atual monopólio geopolítico - a indústria de microchips
é a de maior relevância atualmente, logo, a China estaria em destaque,
estabelecendo cada vez mais relações econômicas e, consequentemente,
políticas.

Diante desse contexto, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ciente dos
testes militares próximos ao território taiwanês, decide estabelecer tropas e
bases operacionais em Taiwan para proteção e prevenção, alegando que a
independência da ilha não deveria ser ameaçada. Essa ação provoca um intenso
descontentamento do governo chinês, que já havia declarado previamente, em
2022, que qualquer envolvimento político mais ostensivo na questão de Taiwan
não teria um bom fim. É exatamente nesse momento que a invasão do território
da até então considerada província rebelde torna-se iminente.

O ataque chinês acontece, majoritariamente, por meios aéreos, no entanto, parte


das tropas chegam a Taiwan em navios. Instalam-se na região de Hsinchu, onde
se localiza a Taiwan Semiconductor Manufacturing Company (TSMC) - a maior
fabricante de semicondutores do mundo -, e de Taichung, cidade que abriga a
Usina Termelétrica Taichung. Claramente, os posicionamentos são estratégicos
e visam controlar os territórios de produção de energia e de microchips, abalando
e enfraquecendo, de certa forma, o funcionamento da província. Em
contrapartida, a defesa norte-americana difunde bases militares ao longo do
ilhéu, dando um foco maior para as áreas litorâneas - especialmente Hsinchu e
Taichung -, ao mesmo passo que trabalham a proteção aérea.

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DELEGAÇÕES PARTICIPANTES

Estados membros do Conselho de Segurança em 2023 e convidados:

Participante(s) da Europa Ucrânia, Reino Unido, França, Albânia,


Áustria, Suíça, Itália e Alemanha

Participante(s) da América Brasil, Estados Unidos, Chile e Equador

Participante(s) da Ásia China, Taiwan, Coreia do Sul, Coreia do


Norte Japão, Rússia, Índia, Paquistão,
Emirados Árabes, Vietnã e Singapura.

Participante(s) da África África do Sul, Moçambique e Gana.

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Organizações internacionais União Europeia, Vigilantes dos Direitos
Humanos e Comitê Internacional de Resgate

Bons estudos!

Equipe Organizadora – SALÊ ONU 2023.

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