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GLOBALIZAÇÃO:

CONCEITOS, EFEITOS E
IMPLICAÇÕES SOCIAIS,
ECONÔMICAS, POLÍTICAS E
CULTURAIS - PARTE II
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DESDOBRAMENTOS SOCIAIS DA GLOBALIZAÇÃO NA ECONOMIA


MUNDIAL
Ao averiguar o processo de estruturação do mundo globalizado, nota-se muitas alterações
no quadro político, uma vez que, essa sociedade vive em meio ao processo de integração política,
econômica, social e cultural.
A política internacional tem como objetivo acontecimentos e processos políticos que ocorrem
além das fronteiras dos Estados Nacionais. Como na política interna, a política internacional tratará
de temas como segurança, economia, saúde, relações diplomáticas, dentre outros.
Vale ressaltar, que quando pensamos nas referências de política mundial, sempre nos depara-
mos com estudos sobre a geopolítica. Deste modo, ela pode ser definida como o conjunto de ações
e práticas realizadas no âmbito do poder, geralmente envolvendo os Estados Nacionais no sentido
de promover o gerenciamento e o controle de seus territórios.
Contudo, podemos perceber que essas relações muitas vezes vão além da própria noção de
Estado, como a constituição de organizações regionais e mecanismos internacionais, a exemplo da
ONU (Organização das Nações Unidas) e da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte),
que constituem territórios supranacionais.

A ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS E OS ÓRGÃOS SUPRANACIONAIS


A Organização das Nações Unidas (ONU) é uma organização internacional criada no pós-guerra
e que tem como principal objetivo garantir a paz no mundo. Com sede em Nova Iorque, atualmente,
a ONU conta com 193 Estados membros.
» Estruturação da ONU
Ao término da Segunda Guerra Mundial a Europa estava destruída e mais de 45 milhões dos
seus habitantes havia morrido em decorrência do conflito. Os custos materiais e humanos da haviam
se revelado altíssimos e evidenciavam a necessidade de se criar mecanismos para impedir que um
conflito de tamanha proporção voltasse a ocorrer.
Pensando nisso, em uma reunião realizada em São Francisco, nos Estados Unidos, em 24 de
outubro de 1945, 51 Estados assinaram a carta de fundação da Organização das Nações Unidas,
que teria como objetivo garantir a paz e intermediar os conflitos entre países. A ONU substituiu a
Liga das Nações, fundada no pós-Primeira Guerra.
Apesar de seu principal objetivo ser manter a paz, a ONU também passou a apoiar e desen-
volver uma ampla agenda, que contempla a promoção dos direitos humanos e do desenvolvimento
social e econômico, a proteção do meio ambiente e a promoção de ajuda humanitária em casos de
desastres ambientais e conflitos armados.
Sendo assim, a ONU é organizada de acordo com a seguinte estrutura:
ͫ Assembleia Geral: órgão deliberativo que tem como funções principais tratar questões
que atinjam diretamente a paz ao redor do mundo;
ͫ Conselho de Segurança: único órgão da ONU cujas decisões são compulsórias para outros
países. Seu principal objetivo é manter a paz, analisar e discutir problemas que ameacem
a segurança ao redor do mundo e procurar soluções para conflitos;
ͫ Apesar da ONU ser composta por 193 Estados membros, apenas cinco países possuem
assento permanente no conselho, são eles: Estados Unidos, Rússia, Reino Unido, França

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e China. Além de comporem o conselho permanente, esses países possuem direito a


veto a questões de segurança;
ͫ Além dos países com assento permanente, a assembleia geral indica dez membros para
comporem os assentos rotativos por um período de dois anos;
ͫ Conselho Econômico e Social (ECOSOC): atua na coordenação dos trabalhos voltados ao
desenvolvimento econômico e social das nações;
ͫ Conselho de Tutela: Seu objetivo era ajudar os territórios sob tutela da ONU a se organiza-
rem como Estados independentes. Sua extinção se deu em 1994, três anos após Palau,
o último território sob tutela da ONU, tornar-se soberano;
ͫ Corte Internacional de Justiça: também chamado de Tribunal de Haia, trata-se do órgão
jurídico da ONU. A corte internacional tem o poder de decisão sobre litígios internacionais,
inclusive aqueles que envolvam Estados não membros; e
ͫ Secretariado: atua na assessoria dos órgãos da ONU.
Portanto, nesse sentido, a ONU possui uma série de subdivisões para conseguir possibilitar
esses objetivos, tais como:
ͫ OMC (Organização Mundial de Comércio);
ͫ FAO (Organizações das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação;
ͫ UNESCO (Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura);
ͫ ACNUR (Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados;
ͫ Organização Mundial de Saúde (OMS);
ͫ Organização Internacional do Trabalho (OIT);
ͫ UNU (Universidade das Nações Unidas);
ͫ ACNUDH (Alto comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos); e
ͫ Fundo Monetário Internacional (FMI).
Atenção!
No entanto, há intensas críticas à atuação da ONU, que seria considerada limitada por não conseguir representar
efetivamente todos os países e grupos étnicos do mundo.

ALTERAÇÕES NA ORDEM DO PODER INTERNACIONAL


Vale ressaltar, uma outra mudança acarretada pela emergência da Nova Ordem Mundial foi a
necessidade da reclassificação da hierarquia entre os Estados nacionais. Antigamente, costumava-se
classificar os países em 1º mundo (países capitalistas desenvolvidos), 2º mundo (países socialistas
desenvolvidos) e 3º mundo (países subdesenvolvidos e emergentes). Com o fim do segundo mundo,
uma nova divisão foi elaborada.
Sendo assim, a partir de então, divide-se o mundo em países do Norte (desenvolvidos) e países
do Sul (subdesenvolvidos), estabelecendo uma linha imaginária que não obedece inteiramente à
divisão norte-sul cartográfica, conforme podemos observar na figura abaixo.
Entretanto, a divisão entre norte e sul não corresponde à divisão estabelecida usualmente
pela Linha do Equador, uma vez que os critérios utilizados para essa divisão são econômicos, e não

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cartográficos. Percebe-se que alguns países do hemisfério norte (como os Estados do Oriente Médio,
a Índia, o México e a China) encontram-se nos países do Sul, enquanto os países do hemisfério sul
(como Austrália e Nova Zelândia), por se tratarem de economias mais desenvolvidas, encontram-se
nos países do Norte.
Portanto, podemos visualizar as áreas de influência política dos principais atores econômicos
mundiais. Vale lembrar, porém, que a área de influência dos EUA pode se estender para além da
divisão estabelecida, uma vez que sua política externa, muitas vezes, atua nas mais diversas áreas
do mundo, com destaque para algumas regiões do Oriente Médio.

INFLAÇÃO A 78% E JUROS A 75%: A CRISE ECONÔMICA NA


ARGENTINA
O Instituto Nacional de Estadística y Censos (Indec), divulgou a inflação de agosto de 2022,
com uma alta de nada invejáveis 78,5% em 12 meses. Deste modo, o país enfrenta a terceira maior
inflação mundial entre os países relevantes, atrás apenas da Turquia e da Venezuela.
Sendo assim, para combater a alta galopante de preços, que mina os salários e as poupanças
dos argentinos, o Banco Central Argentino (BCRA), elevou os juros para 75% ao ano. Essa elevação
vem gerando uma grande instabilidade no país. Contudo, engana-se quem pensa que esse é o
único problema do país vizinho, assim, observe o esquema abaixo para entender a crise argentina
contemporânea.

Ao analisar esse cenário, nota-se que o presidente Alberto Fernández, no poder desde dezem-
bro de 2019, deu posse em julho de 2022, ao terceiro ministro da Economia desde o início de seu
mandato. Sendo assim, fica evidente que o plano econômico se encontra com grandes dificuldades.
Vale mencionar que, uma inflação em 100%, já é uma tragédia em si, e gera outras, porque o
cidadão passa a ganhar menos e gastar mais, tendo uma queda considerável no poder de compra
e na qualidade de vida.
Atenção!
A Argentina caminha para um empobrecimento violento da sociedade, com uma situação muito crítica.

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IMPRESSÃO DE DINHEIRO
Vale ressaltar que, o governo argentino gasta muito mais do que arrecada. O déficit fiscal, de
acordo com dados do Instituto Nacional de Estadística y Censos de Argentina (INDEC), cresceu 691%
em junho quando comparado com o mesmo período de 2021. Assim, a crise cambial, que fez o peso
perder metade do seu valor em comparação com o dólar em 2018, resultou em endividamento,
sendo uma herança da gestão Macri.
Desta forma, quando um governo precisa de dinheiro, ele utiliza títulos públicos para arrecadar
capital. Na Argentina isso não funciona mais. O país não tem credibilidade com os investidores e,
sem acesso a crédito, Fernández precisou imprimir dinheiro para financiar os programas sociais
durante a pandemia.
A partir dessa perspectiva, a intenção dos auxílios é até boa, mas toda vez que você inunda
a economia com dinheiro que não tem de onde sair (como através de impostos, por exemplo), há
apenas mais moeda em circulação.
Por fim, isso faz com que as pessoas corram para comprar, provocando escassez. Quando o
produto chegar novamente nas prateleiras, o preço vai subir de novo e, com isso, a inflação sobe
Observação:
A partir do momento em que as pessoas não têm mais acesso à compra, já que a inflação a restringe, a popula-
ção precisa de mais benefícios. E aí tudo começa de novo.

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