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O papel das organizações internacionais

(Página 78 a 98)
Qual a importância das organizações internacionais?
Muitas das organizações internacionais que conhecemos foram criadas após o término da Segunda
Guerra Mundial, devido, por um lado, à premência de reconstrução dos países no pós-guerra, e, por
outro, à necessidade de se tomarem medidas e adotarem ações concertadas no sentido de
promover a responsabilidade comum, por forma a salvaguardar a segurança mundial coletiva.
Assim, estas surgiram enquanto instrumento de cooperação e ajuda internacional, de modo a
permitir a aproximação e a interajuda entre os povos em vários domínios de ação e de intervenção

A designação de organizações internacionais abarca dois tipos de organizações:


. as organizações formais;
. as organizações informais.

As organizações internacionais formais...


As organizações formais são organizações imprescindíveis para o funcionamento do sistema mundial
e das relações entre os vários Esta- dos e atuam em áreas tão diversas como a manutenção da paz, a
cooperação económica, a regulação mundial do comércio, entre outras.

As organizações internacionais formais distinguem-se por:


. apresentarem uma estrutura internacional permanente;
. serem normalmente, compostas por Estados-membros;
. possuírem documentos normativos que as regulam.

A Organização das Nações Unidas


A Organização das Nações Unidas (ONU) é uma organização internacional, de carácter universal,
fundada em 1945, no pós-Segunda Guerra Mundial. Foi criada com o objetivo principal de manter a
paz e a segurança internacionais.
Conta, atualmente, com 193 países-membros.

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A missão e o trabalho das Nações Unidas são guiados pelos objetivos e princípios contidos na sua
carta fundadora - a Carta das Nações Unidas.

Excerto da Carta das Nações Unidas


1. Manter a paz e a segurança internacionais;
2. Desenvolver relações amigáveis entre as nações baseadas no respeito do princípio da igualdade
de direitos e da autodeterminação dos povos, e tomar outras medidas apropriadas ao
fortalecimento da paz universal;
3. Realizar a cooperação internacional, resolvendo os problemas internacionais de carácter
económico, social, cultural ou humanitário, promovendo e estimulando o respeito pelos direitos do
Homem e pelas liberdades fundamentais para todos, sem distinção de raça, sexo, língua ou religião;
4. Ser um centro destinado a harmonizar a ação das nações para a consecução desses objetivos
comuns.

A ONU é constituída por um conjunto de órgãos, que apresentam diferentes funções.

ONU: principais órgãos e funções


Assembleia Geral: Principal órgão deliberativo. Tem como objetivo definir as políticas da
Organização.
Conselho de Segurança: Principal órgão responsável pela manutenção da paz e segurança
internacionais.
Conselho Económica e Social: É o mecanismo central de atividades do sistema das Nações Unidas e
das suas agências especializadas nas áreas económica, social e ambiental, supervisionando os órgãos
subsidiários e especialistas.
Secretariado: O secretário-geral é o principal funcionário administrativo da Organização, sendo
nomeado pela Assembleia Geral, por recomendação do Conselho de Segurança, por um período
renovável de cinco anos.
Tribunal Internacional de Justiça: Principal órgão judicial. Tem a sua sede em Haia, nos Países Baixos.
Conselho de Tutela: Suspendeu as suas operações a 1 de novembro de 1994.

O principal órgão do dispositivo constitucional da ONU é o Conselho de Segurança. Destina-se a


assegurar às grandes potências um direito de controlo sobre a evolução da organização, bem como a
sua preponderância no âmbito da paz e da segurança internacionais.
Cada um dos seus países-membros tem um voto e os cinco membros permanentes (China, Estados
Unidos da América, Reino Unido, França e Rússia) têm direito de veto.

Através de um conjunto de agências especializadas, fundos e programas, a ONU tem também como
objetivo promover a cooperação económica, financeira, social, humanitária e cultural com os países
em desenvolvimento
Nesse sentido, presta ajuda em várias áreas e assenta em três vetores:
Ajuda financeira: Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Mundial (BM);
Ajuda alimentar: Prestada, por exemplo, através da Organização das Nações Unidas para a
Alimentação e a Agricultura (FAO) e do Programa Alimentar Mundial (PAM);
Ajuda técnica: Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e Organização Mundial
do Comércio (OMC).

Ajuda financeira
A estabilidade económica e financeira foi, ainda no decorrer da Segunda Guerra Mundial,
reconhecida como um pilar que asseguraria a segurança Internacional, evitando conflitos e tensões
entre as nações. Nesse sentido, em julho de 1944, teve lugar, nos EUA, a Conferência de Bretton
Woods. O objetivo dos 44 governos representados era o de criar um Sistema Monetário
Internacional, que visava a cooperação económica internacional através das instituições monetárias,
facilitar a expansão do comércio internacional, implementar a estabilidade dos câmbios e contribuir
para a instituição multilateral de pagamentos. Assim, foi formalizada a criação de duas instituições
internacionais: o Fundo Monetário Internacional, fundado em 1945, e o Banco Mundial, fundado em
1944.

Nas últimas décadas, o FMI e o Banco Mundial têm assumido uma forte e importante intervenção
financeira em vários países, sendo reconhecida a sua contribuição para a concretização de medidas
que se traduziram numa melhoria nas dimensões económica e social.
Não obstante, algumas críticas sugerem que estes organismos norteiam as suas ações tendo por
base os interesses políticos e estratégicos das grandes potências em detrimento dos países em
desenvolvimento aos quais fornecem ajuda financeira, traduzindo-se em:
. apoios financeiros concedidos a alguns regimes ditatoriais;
. desrespeito pelos direitos humanos;
. pouca transparência nos empréstimos fornecidos a alguns países;
. implementação de medidas severas de contenção dos gastos públicos, não considerando tais
gastos como investimentos;
. ação limitada dos países em desenvolvimento na forma e nos moldes em que os empréstimos são
concedidos, em virtude da sua reduzida capacidade económica e política na esfera internacional.

Ajuda alimentar
Ao nível da alimentação e da produção agrícola, a ONU, através de um conjunto de agências
especializadas e programas, entre os quais se destacam a Organização das Nações Unidas para a
Alimentação e a Agricultura (FAO) e o Programa Alimentar Mundial (PAM), tem prestado assistência
a milhões de pessoas em todo o mundo e atuado no sentido de assegurar a segurança alimentar e
atingir o ODS 2 (Erradicar a fome).

Ajuda técnica
No que respeita à ajuda técnica, o papel da ONU manifesta-se através de vários organismos, que
atuam em áreas como a ajuda ao desenvolvimento e a regulação do comércio internacional.
Em 1995, foi criada a Organização Mundial do Comércio (OMC), com uma nova abrangência e
distinta do seu antecessor, o Acordo Geral de Tarifas e Comércio (GATT). A criação da OMC teve
como objetivo regular o comércio global através de acordos estabelecidos entre os Estados-
membros, tendo em vista a promoção da liberalização do comércio e o aprofundamento e
ampliação do sistema comercial multilateral.
Na atualidade, a OMC é composta por 164 países-membros.

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Apesar de a OMC ter um importante papel como reguladora e impulsionadora do comércio mundial,
tem vindo a ser alvo de algumas críticas, entre as quais:
. a prática de medidas protecionistas que beneficiam os países/blocos mais desenvolvidos, como os
Estados Unidos da América e a União Europeia;
. a perda de homogeneidade devido ao elevado número de países que integram a organização, com
diferentes níveis de desenvolvimento e diferentes perfis de interesses;

. o número cada vez menor de membros para decidir litígios de comércio internacional, que resulta
do facto de os EUA boicotarem a nomeação de novos membros à medida que os mandatos dos
atuais terminam;
. o facto de muitas das decisões tomadas assumirem um carácter político;
. o recurso a formas de dumping.

As organizações internacionais regionais


São consideradas organizações regionais as organizações constituídas por países de uma
determinada região e que partilham interesses e objetivos de ordem económica, política, militar,
entre outros.
A partir da Segunda Guerra Mundial, e com maior prevalência na década de 1970, os acordos
comerciais entre países da mesma região começaram a ser mais significativos. O surgimento de
blocos económicos regionais, como visto anteriormente, visa, entre outros aspetos:
. promover o crescimento e o desenvolvimento económicos;
. harmonizar políticas comerciais, aduaneiras, entre outras;
. promover o livre comércio e a livre circulação de pessoas, bens e serviços dentro da região;
. desenvolver valores políticos, sistemas e instituições comuns.

Paralelamente, existem também organizações regionais de carácter militar, cujo principal objetivo é
a promoção da paz e da segurança mundiais, de que são exemplo a Organização do Tratado
Atlântico Norte (OTAN/NATO), a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) e a
União Africana (UA).

A Organização do Tratado Atlântico Norte (NATO)


A NATO foi criada em 1949 e é uma organização militar de defesa, concebida como uma Aliança
entre Estados livres que se associam para preservar a sua segurança através de garantias mútuas de
legítima defesa coletiva.
Os objetivos da NATO estão expressos no preâmbulo e no artigo 2.º do Tratado e traduzem-se,
fundamentalmente:

. na preservação da paz e da segurança, impedindo ou repelindo qualquer agressão;


. na promoção da estabilidade e do bem-estar na área do Atlântico Norte;
. na salvaguarda da liberdade e dos valores culturais da civilização ocidental;
. na implementação de relações internacionais pacíficas e amigáveis;
. na eliminação de quaisquer antagonismos de política económica externa e no incremento da
cooperação económica entre os membros da Aliança Atlântica.

A NATO e, atualmente, constituída por 31 países-membros.

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Desde a sua fundação até à atualidade, a NATO tem enfrentado um conjunto de desafios, tais como:
. a unidade política tem vindo a ser posta em causa devido a divergências entre os aliados,
diminuindo a sua coesão interna;
. a recessão económica europeia e norte-americana têm conduzido a uma redução dos orçamentos
de defesa;
. a invasão da Ucrânia por parte da Rússia, em fevereiro de 2022, tem constituído uma ameaça à
segurança europeia;
. as implicações securitárias da ascensão da China como principal potência asiática têm-se traduzido,
no entender dos EUA, numa ameaça à sua preponderância internacional.

Em resposta, a NATO tem vindo a assumir algumas medidas que visam a sua reafirmação e a
garantia de uma maior credibilidade, entre as quais se destacam:
. a atuação das suas forças militares fora das suas fronteiras geográficas;
. a disponibilização, no início da pandemia da Covid-19, da sua capacidade de transporte aéreo para
o fornecimento de equipamento médico a países aliados europeus;
. a abertura à entrada de novos países-membros.

A Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE)


Trata-se da maior organização de segurança regional do mundo. Os seus objetivos passam pela
promoção da democracia, dos direitos humanos e da liberdade de imprensa na Europa.
A OSCE teve origem na Conferência sobre a Segurança e Cooperação na Europa, realizada
Helsínquia, em 1975, e é, atualmente, constituída por 57 países-membros.

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Todos os Estados participantes têm um estatuto idêntico e as decisões são tomadas por consenso.
Este define-se como a ausência de qualquer objeção, expressa por um Estado participante, na
adoção de uma decisão. Não obstante, as decisões da OSCE não são unicamente vinculativas.

A União Africana (UA)


A União Africana (UA) foi formalmente instituída em julho de 2001, e é constituída por 55 Estados-
membros, embora alguns países tenham sido suspensos entre 2020 e 2022.
Tem como principais objetivos prevenir conflitos na região, promover o desenvolvimento do
continente, e acelerar o processo de integração dos países africanos.

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As organizações internacionais informais...


As Organizações Não Governamentais (ONG) têm uma importância crescente na sociedade.
As ONG são organizações sem fins lucrativos, autónomas e independentes dos Estados e dos
poderes político-partidários. Possuem uma forte componente de voluntariado e, por serem
organizações da sociedade civil, são o reflexo da pluralidade nas sociedades, professando diferentes
opções políticas, sociais, éticas e religiosas.

As ONG podem agrupar-se em diferentes categorias:


Humanitária - Ex.: Cruz Vermelha Internacional e Médicos Sem Fronteiras
Social - Ex.: Centrais Sindicais Internacionais
Desportiva - Ex: Comité Olímpico internacional e Federação Internacional das Associações de Futebol
Política - Ex.: Internacional Socialista
Ambiental - Ex.: Greenpeace

... as Organizações Não Governamentais de Desenvolvimento (ONGD)


A ação das ONGD (Organizações Não Governamentais de Desenvolvimento) desenvolve-se em três
grandes esferas de atuação.
Áreas de atuação das ONGD: Cooperação para o desenvolvimento; Ajuda humanitária e de
emergência e Educação para o desenvolvimento.
Os recursos financeiros das ONGD provêm de participações privadas (donativos, campanhas de
recolha de fundos) e públicas (donativos dos Estados ou de organizações internacionais).

São exemplos de ONGD internacionais:


Médicos Sem Fronteiras (MSF) Internacional: providência ajuda de emergência para as pessoas
afetadas por conflitos armados, epidemias e por catástrofes naturais ou provocadas pelo ser
humano.
Oxfam: tem como objetivo ajudar a criar soluções duradouras para a injustiça da pobreza,
combatendo as desigualdades e atuando em situações de crise.
Comité Internacional da Cruz Vermelha (COCV): procura fornecer assistência humanitária às pessoas
afetadas por conflitos e pela violência armada.

Save the Children: visa promover os direitos das crianças e melhorar as suas condições de vida,
através de uma melhor educação, de melhores cuidados de saúde e através do fornecimento de
ajuda de emergência em caso de catástrofes naturais, guerras e outros conflitos.

A atuação das ONGD tem subjacente um conjunto diversificado de objetivos, dos quais se destacam:
. Contribuir para o desenvolvimento sustentado e responsável dos países do Sul, através de projetos
integrados de cooperação, que podem ir de pequenas realizações (construção de escolas, de postos
médicos, etc.) a outras de maior envergadura (como a definição de programas nacionais de
educação para a saúde).
. Promover a cooperação entre as sociedades civis de vários países.
. Agir junto das governas e dos decisores políticos das instâncias internacionais para que se alterem
as políticas nocivas ao desenvolvimento dos povos.

... as Organizações Não Governamentais de Ambiente (ONGA)


A Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Eco-92), também
conhecida como Cimeira da Terra, foi um catalisador para a formação de novas ONG no plano do
ambiente e para o desenvolvimento de um regime de governança ambiental global.
As conferências internacionais que lhe sucederam serviram como focos de debate e meios para
coordenar a política ambiental entre organizações intergovernamentais, governos, ONG e outros
atores.
As Organizações Não Governamentais de Ambiente (ONGA) são atores fundamentais no regime de
governança ambiental global, estabelecendo a ligação entre o local e o global e o domínio biofísico e
o domínio político.
Desempenham, ainda, um papel crucial tendo em conta as pesquisas que efetuam, a estruturação
de respostas políticas aos problemas ambientais e a promoção do diálogo independente com a
sociedade civil, consciencializando os consumidores e ajudando as pessoas a viverem estilos de vida
mais sustentáveis.
Constituem exemplos de ONGA internacionais:
World Wild Fund (WWF): tem como objetivo ajudar as comunidades locais a conservar os recursos
naturais de que dependem, promover a sustentabilidade e proteger e recuperar espécies e habitats.
Greenpeace: procura defender a natureza, ao investigar e denunciar ameaças ambientais, promover
soluções ambientalmente responsáveis e proteger os direitos e o bem-estar de todas as pessoas.
Friends of the Earth Friends of the Earth: visa garantir coletivamente a justiça ambiental e social, a
dignidade humana e o respeito dos direitos humanos e dos povos, de modo a assegurar sociedades
sustentáveis.
Whale and Dolphin Conservation (WDC): procura acabar com cativeiro de espécies de baleias e
golfinhos, terminar com a caça comercial de baleias, criar condições para a proteção dos mares e
prevenir a morte de baleias e golfinhos devido a acidentes com equipamentos de pesca.

A (re)emergência de conflitos regionais


(Páginas 100 a 124)
Quais os fatores potenciadores de tensões e conflitos?
Desde sempre, o ser humano usou os conflitos como forma de subjugar outras culturas, conquistar
novos territórios, sobreviver ou afirmar a sua autodeterminação.
Geograficamente, assistimos a vários tipos de conflitos locais, regionais, nacionais e internacionais,
mas a origem e as características dos mesmos têm vindo a alterar-se.
Em 2022, cerca de vinte e oito países registaram tensões e/ou violentos conflitos armados e mais de
dois mil milhões de pessoas viviam em áreas afetadas por algum tipo de conflito.
Tendo em conta características económicas e geopolíticas, os conflitos podem ter lugar no interior
dos próprios Estados ou ocorrer entre diferentes nações, em resultado de: instabilidade política;
guerras civis; movimentos nacionalistas; disputas por territórios geoestratégicos; deficiências nos
Estados de direito; corrupção a nível governamental; escassez de recursos naturais vitais, motivada
por exemplo, pelas alterações climáticas.

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O ataque ao Capitólio (EUA) e o triunfo dos talibãs no Afeganistão, em 2021, a atual guerra na
Ucrânia, a tensão entre a China e Taiwan, os conflitos armados que decorrem em várias regiões de
África e a emergência climática global, mostram que estamos a viver um período conturbado em que
as tensões e os conflitos se multiplicam, ameaçando a paz e a segurança mundiais.

Os nacionalismos...
O conceito de nacionalismo não apresenta uma definição consensual. Associamos o nacionalismo à
exaltação de valores nacionais, o que se pode apresentar como algo positivo, mas é muitas vezes,
também, um veículo para a tomada de atitudes xenófobas, manifestações de patriotismo
exacerbado e racismo, acabando, muitas vezes, por derivar em atos de extrema violência.
O nacionalismo apresenta um carácter multidimensional e expressa-se sob várias formas, entre as
quais:
. Nacionalismo de ideologia política (por exemplo, determinadas posições políticas de partidos de
extrema direita);
. Nacionalismo territorial (movimentos separatistas, por exemplo)
. Ultranacionalismo (resultando, muitas vezes, em radicalismos políticos e sociais)
Os séculos XIX e XX e as duas primeiras décadas do século XXI foram marcados pela afirmação das
nações e do nacionalismo, como se evidencia através:
. das guerras travadas contra os impérios coloniais no século XIX;
. da existência de duas guerras mundiais;
. do final da Guerra Fria e, posteriormente, da desagregação da ex-URSS, da ex-Jugoslávia e da
divisão da ex-Checoslováquia;
. dos genocídios no século XX;
. de diversos movimentos separatistas;
. dos conflitos e tensões da atualidade.

Atualmente, o nacionalismo continua a ser uma das maiores forças sociais e políticas. Minorias e
alguns grupos sociais acabam, muitas vezes, por integrar estes movimentos em muitos países.

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Alguns exemplos de nacionalismo territorial...


Movimento Separatista da Catalunha:
A Catalunha localiza-se no nordeste da Espanha e é uma região com uma cultura e uma língua
próprias, sendo uma das mais ricas do país. Embora a sua autonomia seja reconhecida pelo Estado
espanhol, o mesmo não lhe reconhece independência. O sentimento separatista aumentou durante
a crise económica internacional iniciada em 2008, que elevou o nível de desemprego na região e em
todo o país. Em 2017, foi realizado um referendo, em que votaram 2,26 milhões de pessoas, sendo
que 90,1% votou a favor do sim. O processo de independência foi interrompido no dia 27 de outubro
de 2017, quando o Governo central espanhol decidiu intervir na comunidade autónoma.

O nacionalismo curdo:
Os curdos são uma minoria étnica e habitam em territórios localizados em cinco países: Iraque, Irão,
Síria, Turquia e Arménia - formando uma área denominada por Curdistão.
Calcula-se que, no total, existam cerca de 35 milhões de curdos. Desde a reconstrução geopolítica do
Médio Oriente, os curdos nunca conseguiram um Estado próprio, vivendo de forma mais ou menos
integrada em vários países.
Os curdos do Norte do Iraque têm um parlamento próprio, gozam de autonomia legislativa em
diversas áreas e pretendem, há vários anos, a independência do resto do país. A 25 de setembro de
2017, foi realizado um referendo sobre a independência, tendo o sim vencido com 92,7% dos votos.
Apesar desse resultado, este nunca foi reconhecido, quer pelo Iraque, quer pela comunidade
internacional, e tal gerou o descontentamento nos territórios onde há uma forte presença curda,
tendo como consequência a aplicação de sanções por parte de vários países.
Outras formas de nacionalismo...
Outros tipos de nacionalismo, de cariz político e social, têm vindo a ganhar expressão nos últimos
anos.
Nos Estados Unidos da América e em muitos países europeus, as taxas de natalidade estão a
diminuir e os fluxos imigratórios a aumentar. Estas alterações demográficas traduzem-se numa
diminuição das maiorias brancas e no aumento de identidades nacionais cada vez mais multirraciais.
Em reação a estas tendências de longo prazo, os movimentos nacionalistas brancos, que prometem
voltar a tornar os seus países natais “grandiosos”, através do restabelecimento do seu lugar no
mundo, enquanto, simultaneamente, preservam a sua demografia maioritariamente branca,
tornaram-se mais populares.
Quer se esteja a falar do movimento de Donald Trump nos Estados Unidos da América, do
movimento de Geert Wilders nos Países Baixos, da Frente Nacional de Marine Le Pen em França, ou
Alternativa para a Alemanha de Frauke Perry, os apoiantes do nacionalismo étnico alcançaram uma
influência considerável nos últimos anos.

Um dos seus alvos principais tem sido a própria União Europeia, uma vez que a UE - com o seu
mandato globalista, os seus instrumentos de direitos humanos e a vontade de, em última análise,
aceitar como Estados-membros nações maioritariamente não brancas, como a Turquia - - está em
contradição com os interesses do nacionalismo em geral e do nacionalismo branco em particular.
O referendo do Brexit, em junho de 2016, no qual uma pequena maioria de eleitores do Reino Unido
votou no sentido de sair da União Europeia como reafirmação da identidade britânica tradicional, foi
profundamente afetado pelo medo da inclusão da Turquia e da imigração em grande escala de não
brancos. Wilders e Le Pen são igualmente hostis em relação à União Europeia e pretendem que os
seus respetivos países se retirem da mesma.

Os fundamentalismos...
O fundamentalismo é um fenómeno que ganhou expressão no decorrer do século XX, passando a
tornar-se num fenómeno global.
Existem diferentes tipos de fundamentalismo, que se observam e manifestam na esfera política,
cultural e religiosa, embora, para um grande número de pessoas, este se associe apenas, ainda que
erradamente, a uma forma radical do islão, em parte devido a uma série de ações e de atentados
levados a cabo um pouco por todo o mundo e reivindicados por grupos radicais islâmicos.

Os atentados do 11 de setembro de 2001, levados a cabo pela organização Al-Qaeda contra o


"coração" dos Estados Unidos da América, deram origem a mudanças geopolíticas, económicas,
culturais e sociais em todo o mundo e trouxeram a questão do fundamentalismo para a ordem do
dia. Acabaram, igualmente, por moldar grande parte dos conflitos que ocorreram nas décadas que
se seguiram, devido, quer à reação direta dos Estados Unidos da América aos ataques, quer aos
efeitos que essa retaliação acabou por gerar.

Ações militares como a guerra no Afeganistão e a invasão do Iraque, legitimadas pelos Estados
Unidos da América, como uma forma de defesa e de luta do Ocidente contra o fundamentalismo
islâmico, extremaram a ação de grupos como a Al-Qaeda e levaram ao surgimento de outros, como,
por exemplo, o Estado Islâmico (El), que, sob a égide da jihad, perpetraram e justificaram atos de
violência um pouco por todo o mundo.

Algumas expressões de fundamentalismo na atualidade...


Atualmente, o continente africano é palco de atuação para vários grupos fundamentalistas.
. Na Nigéria, a atuação do grupo terrorista Boko Haram - organização fortemente militarizada com o
objetivo de erradicar a ocidentalização no país - provocou já mais de 20 mil mortos e quase 2
milhões de refugiados.
. Na República Democrática do Congo e em Moçambique, uma nova frente jihadista tem motivado
conflitos entre os Estados e os militantes islâmicos.
. A região do Sahel - faixa com 500 km a 700 km de largura que separa o deserto do Sara da África
subsariana, onde diferentes grupos étnicos coabitam, tem também sido palco de constantes
ameaças terroristas, ataques dirigidos a etnias e extrema violência. O conflito é impulsionado,
principalmente, por uma insurgência jihadista centrada no Burkina Faso, no Mali, e no Níger, que são
os países mais afetados pela crise.

Como visto anteriormente, o nacionalismo e o fundamentalismo conduzem, muitas vezes, a atos


terroristas, levados a cabo por organizações/grupos ou de forma individual.
Embora não haja uma definição objetiva para terrorismo, há um consenso quanto ao facto de ser um
ato planeado, calculado, sistemático e um meio de combate político disseminado por todo o mundo.
Em 2021, o número de mortes cuja causa se deveu a atos terroristas diminuiu 1,2% face a 2020. As
principais causas que justificam essa redução são a menor intensidade do conflito vivido no Médio
Oriente e o declínio do Estado Islâmico no Iraque e na Síria.
Apesar disso, globalmente, o número de ataques terroristas no mundo aumentou, registando-se um
total de 5226 ocorrências em 2021. Estas tiveram lugar, maioritariamente, em países localizados nos
continentes africano e asiático, que experienciam, atualmente, uma grande instabilidade política e
social.
Na Europa, os ataques terroristas ocorridos nos últimos anos foram levados a cabo por terroristas
que nasceram ou residiam de forma permanente na União Europeia, prevalecendo causas
associadas a grupos etno-nacionalistas e separatistas, anarquistas e de inspiração jihadista/religiosa.

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Por vezes, estes ataques são também perpetrados pelos chamados "lobos solitários", que, não tendo
ligações diretas a grupos terroristas, se identificam com os seus ideais e a sua mensagem.
Atualmente, a massificação da utilização da internet deu origem ao surgimento do ciberespaço, um
novo espaço virtual de interação económica, social e cultural.
A utilização do ciberespaço como palco e veículo para ações terroristas têm vindo a assumir um
papel crescente nas sociedades ocidentais, fazendo com que Estados, organizações e empresas se
vejam obrigados a rever as suas estratégias de segurança e de defesa.
O acesso aos recursos naturais...
O contínuo crescimento demográfico e a emergência climática global têm conduzido a um aumento
mundial da procura de recursos naturais vitais, sejam eles a água, a terra arável, as fontes de
energia, entre outros (quadro).

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Nos últimos 60 anos, segundo a ONU, pelo menos 40% de todos os conflitos internos tiveram uma
relação direta ou indireta com a exploração de recursos naturais. Mesmo quando estes não são uma
causa objetiva para a existência de um conflito, são, muitas vezes, um fator que contribui de forma
decisiva para desencadear o mesmo.
A competição por recursos naturais escassos, designadamente a água e os recursos energéticos, tem
um elevado potencial desestabilizador, podendo levar a situações de violência e conflito armado.

O acesso à água

O crescimento populacional e o desenvolvimento económico estão a impulsionar o aumento do


consumo de água em todo o mundo. A par disso, as alterações climáticas afetam a disponibilidade
hídrica em algumas regiões do globo, originando situações de stresse hídrico.

A escassez de água afeta cerca de 40% da população mundial e, segundo as previsões da ONU e do
Banco Mundial, a seca poderá obrigar até 700 milhões de pessoas a migrar até 2030.
Em 2020, ocorreram, em todo o mundo, cerca de 200 conflitos provocados pela disputa pela água.
Estes conflitos podem ser locais ou transfronteiriços e apresentam várias causas, que muitas vezes
se relacionam entre si, como a seca, a elevada densidade populacional, a corrupção, a disputa por
territórios, a produção agrícola, entre outros.
Em 2021, um conflito pela disputa de recursos hídricos entre o Tajiquistão e o Quirguistão, provocou
cerca de 41 mortos e mais de 200 feridos. No lémen, a redução e a má gestão dos recursos
disponíveis, a corrupção, o nepotismo e o difícil e desigual acesso a este recurso vital,
principalmente por parte dos mais desfavorecidos, contribuiu para o agudizar dos conflitos sociais e
da grave crise política. No continente africano, a construção por parte da Etiópia da Barragem do
Renascimento, no rio Nilo, está a ser motivo de discórdia entre a Etiópia, o Sudão e o Egito.

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O acesso ao solo
A desertificação, a desflorestação e a salinização dos solos são alguns dos problemas que têm vindo
a causar impactes negativos na prática agrícola em muitas regiões do globo, principalmente na Ásia,
em África e na América do Sul, conduzindo à diminuição da disponibilidade de pastagens e de terras
aráveis.
Com o aumento da população mundial, a necessidade e a procura de alimentos têm vindo a
intensificar-se nas últimas décadas. Em muitos países, a escassez de alimentos é de tal forma grave
que acaba por dar origem a situações de fome, de instabilidade social e política e,
consequentemente, a conflitos e movimentos migratórios, como acontece, por exemplo, na região
do Darfur (Sudão) e na Somália, em que milhares de pessoas se deslocaram em direção aos países
vizinhos, Quénia e Etiópia.
Também as questões relacionadas com a posse e o uso da terra, opondo diferentes classes sociais,
são, muitas vezes, potenciais fatores de conflito, como o que acontece no Brasil.

O acesso à energia
Atualmente, os mercados de energia estão a viver um período de extraordinária turbulência.
Embora, na atualidade, a atenção se centre no petróleo e no gás natural, a verdade é que o mercado
do carvão também está a passar por mudanças significativas, com implicações importantes para os
países onde continua a ser uma das fontes de energia principais.
Os interesses económicos e políticos relacionados com a exploração, o aprovisionamento e a
comercialização de recursos energéticos continuam a gerar tensões no plano político, económico,
ambiental e social e a redefinir a agenda da política nacional e internacional em várias nas regiões do
mundo

... a dependência energética da União Europeia face à Rússia


A invasão da Ucrânia pela Rússia, a 24 de fevereiro de 2022, pôs em evidência, tal como abordado
anteriormente, a elevada dependência energética que a UE apresenta face aos combustíveis fósseis
importados a partir do território russo.

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A União Europeia condenou a agressão militar não provocada e injustificada, da Rússia contra a
Ucrânia, e em resposta aplicou uma série de sanções, entre as quais sanções económicas, que
abrangem os setores financeiro, da energia, dos transportes e da tecnologia.
Em retaliação às sanções ocidentais, a Rússia anunciou uma proibição iminente das exportações de
certos bens e matérias-primas.
Em consequência, os preços do gás natural europeu dispararam, já que muitos países temem que a
Rússia possa cortar totalmente o fornecimento de gás natural num futuro próximo, com efeitos
altamente nefastos, quer para os consumidores, quer para as empresas.
Perante este cenário, no início de março de 2022, tanto a Comissão Europeia, como a Agência
Internacional de Energia (AIE), apresentaram propostas no sentido de que a Europa possa reduzir a
sua dependência energética.

... a luta pelo carvão na República Democrática do Congo


Na República Democrática do Congo, o crescimento demográfico e a consequente pressão sobre os
recursos têm conduzido a uma dependência ilegal e insustentável do carvão.
Cerca de três milhões de pessoas dependem deste mineral como principal fonte de energia. A
elevada procura de carvão criou um mercado ilícito, mas lucrativo, para comerciantes, exército e
líderes rebeldes, fazendo com que centenas de árvores sejam diariamente abatidas. O comércio do
carvão, aliado à falta de qualquer tipo de política ambiental e de capacidade de fiscalização, é mais
um dos motivos que conduz à violência vivida neste país africano.

A localização geoestratégica
A localização geoestratégica de um Estado é, segundo alguns especialistas, condicionado por dois
fatores geográficos fundamentais:
. o seu espaço de domínio político (que engloba todos os recursos presentes no seu próprio
território);
. a sua posição geográfica relativa (que diz respeito ao seu território continental, mares, portos,
planícies, rotas comerciais – terrestres ou marítimas, polos de poder e Estados vizinhos).
A geoestratégia no século XXI caracteriza-se, tal como visto anteriormente, por uma crescente
competição pelo controlo e acesso facilitado a recursos naturais vitais e de posições geográficas
relativas que permitam a expansão ou a defesa do próprio território.

... a disputa pelo Mar da China Meridional


O Mar da China Meridional apresenta um importante interesse estratégico para a China e os demais
países daquela região, quer ao nível da obtenção de recursos, quer no contexto geopolítico euro-
asiático, Para além da riqueza em matérias-primas, recursos piscícolas e fontes energéticas,
apresenta uma importância estratégica vital no que ao comércio marítimo mundial diz respeito,
constituindo-se como uma das áreas de tráfego marítimo mais movimentadas do planeta e, assim,
uma rota marítima estratégica em termos de importância económica para os países da região.
A China disputa, com outros países, como o Brunei, Taiwan, a Malásia, as Filipinas e o Vietname, o
controlo do Mar da China Meridional. Nesse sentido, tem vindo a aprofundar o domínio da região
através da construção de ilhas artificiais e da intensificação de movimentações militares.

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... a disputa pela região de Caxemira


As tensões entre a Índia e o Paquistão, duas potências com capacidade nuclear, remontam ao fim do
domínio britânico sobre estes territórios, no final da década de 1940, e à subsequente formação de
dois Estados: a Índia e o Paquistão. Desde então, a relação entre os dois países foi pautada por
alguns conflitos, sendo que o grande foco de tensão continua a ser, atualmente, a disputa pela
região de Caxemira.
A principal razão para o conflito entre a Índia e o Paquistão sobre Caxemira deve-se, em grande
parte, às características que a região apresenta, ao nível da geografia e dos recursos naturais. O rio
Indo é crucial para a agricultura no Paquistão, e especialmente importante na região do vale do
baixo Indo, onde as chuvas escasseiam. Da mesma forma, a Índia depende do Indo para a irrigação,
exacerbando a disputa pelo território por parte de ambos os países.

... o conflito israelo-palestiniano


O início do conflito israelo-palestiano remonta à década de 1940 e arrasta-se até à atualidade. A
disputa por território e pelos recursos que nele se encontram, bem como as diferenças religiosas,
são algumas das principais razões que alimentam este conflito, embora não sejam as únicas.
No dia 29 de novembro de 1947, a ONU dividiu a Palestina do mandato britânico em dois Estados:
um judaico e um árabe.
A guerra de 1967 permitiu a Israel a anexação dos territórios palestinianos de Gaza e da Cisjordânia
e sírio dos Montes Gola, e consequentemente, a conquista de terrenos férteis, o acesso às mais
importantes fontes de água e o domínio estratégico sobre a região.
Desde então, a dimensão do Estado de Israel, proclamado em 1948, tem vindo a aumentar, à custa
da conquista de território à Palestina.

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Esta disputa traduziu-se, ao longo dos anos, em atos de terrorismo e conflitos armados entre os dois
estados, no aumento do número de deslocados e em violações recorrentes dos direitos humanos,
que fazem desta região uma das mais instáveis do mundo).

Qual o papel da cooperação internacional?


A história dos Estados-nação é, em grande parte, marcada pela existência de conflitos, intercalados
com períodos de cooperação, que, por vezes, ocorrem simultaneamente.
O fim da Guerra Fria e o atenuar das tensões entre os EUA e a ex-URSS contribuiu para o
ressurgimento das tensões internas e para o aumento da instabilidade e dos conflitos em diversas
partes do mundo.
A atual conjuntura internacional é pautada por pressões demográficas e ambientais, crises
económicas, escassez de recursos, propagação de doenças infeciosas, disputas territoriais, conflitos
armados e crescente vaga de refugiados.
De uma maneira geral, todas as nações defendem o multilateralismo, mostrando-se cooperantes e
promovendo formas de convivência pacífica. No entanto, continuam a ocorrer, por todo o mundo,
situações em que pretensões nacionais, de cariz político-ideológico, económico, cultural ou
histórico, e até mesmo de grupos ou de indivíduos em nome pessoal, desencadeiam mudanças
geradoras de conflitos.

A partir da década de 1990, a comunidade internacional tem procurado, com a instauração da


ordem mundial multipolar, responder de uma forma mais abrangente e multidimensional às
diferentes situações de crise e conflito.
Esta realidade tem tornado cada vez mais premente a necessidade de adoção de medidas levadas a
cabo por diferentes atores, como as organizações internacionais (Organização das Nações Unidas,
Organização Mundial do Comércio, Organização do Tratado do Atlântico Norte, entre outras),
Organizações Não Governamentais, Estados, empresas e sociedade civil, no sentido de reforçar a
cooperação internacional.

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Não obstante a adoção destas medidas, continuam a existir diversos obstáculos à cooperação
internacional para a resolução dos conflitos, como o número insuficiente de instituições
internacionais que estabeleçam o direito internacional, encorajem o desarmamento e aproximem
mais os Estados, e o elevado défice democrático em muitos países do mundo, que dificulta, também,
a cooperação entre os Estados nesta matéria.

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