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ORGANIZAÇÕES POLÍTICAS INTERNACIONAIS

ORGANIZAÇÕES NÃO GOVERNAMENTAIS – ONG

As ONG aparecem como uma federação de organizações nacionais congéneres, cada uma delas
dependente da jurisdição do Estado em que se constituiu.

Associações constituídas por sujeitos de direito interno para a realização de diversas finalidades.
São privadas e não tem fins lucrativos. Têm várias áreas nomeadamente, direitos humanos,
meio ambiente.

São financiadas normalmente por doações privadas, por fontes não governamentais. nem
sempre operam independentemente. dão resposta, normalmente, globalmente.

Exemplos: Cruz Vermelha, Amnistia internacional, Green Peace e Comité Olímpico Internacional.

Em 1950, o conselho económico social da ONU definiu – qualquer organização internacional que
não é criada por acordo intergovernamental. (não é criado por um ato jurídico internacional,
não está dependente da criação dos governos).

ORGANIZAÇÕES INTERGOVERNAMENTAIS – OI

Associações constituídas por sujeitos de direito internacional público – são criadas pelos
governos, com o objetivo de colaborar em questões de interesse comum – produção da paz,
assuntos de cooperação económica, desenvolvimento sustentável – conjuntam estas
organizações no sentido de cooperarem para aquilo que são áreas comuns e implementarem
políticas comuns. transferência do poder estatal para o poder supranacional.

Exemplo: NATO, ONU.

EMERGÊNCIA DAS OI

As primeiras organizações intergovernamentais surgiram na primeira metade do século XIX, com


as primeiras ideias de intercâmbio entre o fim da Primeira Guerra Mundial e o início da Segunda
Guerra Mundial (1939). No entanto, a maioria das organizações intergovernamentais que
conhecemos hoje foi estabelecida após o término da Segunda Guerra Mundial, em 1945, com o
objetivo principal de alcançar a paz.

As organizações internacionais desempenham um papel fundamental nas Relações


Internacionais, pois promovem a cooperação pacífica entre os Estados. Atualmente, os Estados
são cada vez mais interdependentes em todos os níveis, o que torna as relações internacionais
complexas. Além disso, os atores políticos, que não se limitam apenas aos Estados, também
desempenham um papel dinâmico no sistema internacional, pois suas capacidades podem
mudar e são indispensáveis.
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As organizações internacionais da Antiguidade, como as da Grécia Antiga e do Império Romano,


não têm relação direta com as organizações internacionais contemporâneas. A origem das
organizações intergovernamentais modernas remonta ao Congresso de Viena, que estabeleceu
o princípio de uniões regionais administrativas.

A emergência das organizações intergovernamentais foi uma resposta direta às atrocidades e


aos danos causados pela Primeira Guerra Mundial. A ideia era estabelecer estruturas e
mecanismos de cooperação internacional que promovessem a paz, a segurança, a resolução
pacífica de conflitos e a promoção de interesses comuns.

Após o fim da Primeira Guerra Mundial, o Tratado de Versalhes foi elaborado, o que resultou na
criação da Sociedade das Nações (SDN), cujo objetivo principal era promover a paz internacional.
Nesse período, surgiu a Organização Internacional do Trabalho, que tratava de questões
trabalhistas em âmbito internacional.

Com o início da Segunda Guerra Mundial, foi criada a Organização das Nações Unidas (ONU),
que abriga inúmeras organizações de natureza diversa e é frequentemente denominada de
"constelação onusiana". Alguns exemplos dessas organizações são a FAO, UNESCO, FMI, OMS,
OMI, OMM e OMCE, todas estabelecidas pela ONU para resolver questões de alcance mundial.
O UNICEF, embora não seja parte integrante da constelação onusiana, depende da organização
principal intergovernamental.

Existem algumas organizações que têm relações diretas com a constelação onusiana, mas não
são parte integrante dela.

CARACTERÍSTICAS DAS OI

I. COMPOSIÇÃO

1. É constituída normalmente por Estados Soberanos, mas podem também ser membros outros
sujeitos de DIP.

Exemplo: o Mónaco não é um Estado Soberano, mas pode ser e é membro de certas OI.

2. Uma OI pode ser membro de outras OI. a ONU é membro da UPU.

II. CARÁCTER PERMANENTE DA OI

Certas conferências internacionais muitas vezes não dispõem de uma sede fixa ou de serviços
de apoio permanentes.
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As OI tem sempre marcas de estabilidade: órgãos próprios, estrutura institucional +/- complexa,
uma sede permanente, normalmente localizada no território de um Estado, orçamento capaz
de fazer face aquilo que é a sua ação.

III. CRIAÇÃO DAS OI

São normalmente instituídas por um acordo internacional, mas não exige necessariamente a
conclusão formal de um tratado.

As OI podem ser instituídas por decisão de outra OI existente, se esta tiver habilitada para tal.

IV. ÓRGÃOS PRÓPRIOS

Individuais ou colegiais – conferidas as competências necessárias para prosseguir os objetivos


da organização internacional. Fazem normalmente parte representantes do governo dos
Estados membros e em estruturas mais complexas por exemplo órgãos intergovernamentais.

Estrutura institucional – difere de organização para organização.

CLASSIFICAÇÃO DAS OI

I. Em função do quadro territorial ou âmbito geográfico em que as organizações


desenvolvem a sua ação.

Podem ser universais ou regionais

§ As organizações universais são organizações cujos objetivos são globais. Tentam abarcar
todos os Estados (exemplos – ONU, agência internacional de energia atómica, FMI, BIRD,
AIEA, AID, CNUCED).
§ As organizações regionais são vocacionadas para associar os países de uma certa região.
pode ser um continente ou parte dele. (Exemplo – BENELUX, NATO, Liga Árabe,
Mercosul).

1. Têm um âmbito geográfico limitado – regra geral: países vizinhos, embora muitas vezes
encontremos organizações em que os Estados estejam separados geograficamente – NATO, UE.

2. Os Estados que as formam têm afinidades políticas, ideológicas, económicas, ou de outra


índole. exemplo – Liga Árabe, UE.

3. Declaram-se geralmente tributárias das finalidades da ONU. Na europa: UE, EFTA, BENELUX,
BERD. Na américa: NAFTA, MERCOSUL. Em áfrica: União Africana. Na ásia: ASEAN. Os dois: Liga
Árabe.

II. Classificação das OI em função do seu objeto


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1. OI de fins gerais

São aquelas que compõem naquilo que é o seu pacto constitutivo as relações pacificas entra os
seus membros e a resolução de conflitos internacionais ou fins específicos – finalidade – um
objetivo circunscrito algum ou alguns setores particulares da cooperação internacional.

Não é correto dizer q as organizações regionais não possam ter fins gerais, porque muitas delas
tem.

A constelação é a criação de organizações com fins específicos que vem de uma organização
universal.

2. OI de fins específicos

a) Caráter económico – ocupam-se de certos produtos ou só um. Exemplo: OPEO, CEEA.

b) Caráter financeiro – apoio financeiro aos Estados carenciados de ajuda. Exemplo: BIRD, BERD,
AID, FMI.

c) Caráter social – OIT, UNICEF.

d) Carácter humanitário – UNICEF, HCR.

e) Carácter cultural – UNESCO, OMPI

f) Intervenção no domínio dos transportes e comunicações – OACI, OMCI, UPU, UIT.

g) domínio da prevenção das doenças e da saúde em geral – OMS

h) Técnicas – ocupam-se de certos setores de atividade. acabamos por considerar como serviço
publico internacional. por exemplo: a UPPU – todos os correios fazem parte para facilitar. a UIT
para facilitar as chamadas.

i) Domínio da energia – AIEA, AEEA.

j) Caráter militar – UEO, NATO.

l) Carácter político – OEA, OUA.

m) Cooperação económica – OCDE, BENELUX, EFTA, NAFTA.

III. Função da sua estrutura jurídica


IV. Facilidade ou dificuldade de ingresso da organização

FALHA DA SDN

O mundo do pós-guerra não poderia deixar de ser radicalmente diferente do mundo de 1914.
Novos fatores determinavam as relações internacionais.
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Em primeiro lugar, a entrada dos Estados Unidos na cena internacional com um peso
determinante vem alterar o epicentro das relações internacionais, fim da Europa como centro

do mundo político internacional. Em segundo lugar, existe finalmente uma realização das ilusões
sobre as virtualidades do equilíbrio de poderes como meio de prevenis conflitos. Além disso, o
perigo da revolução soviética e a convicção de que a revolução social constituía uma ameaça
real.

Nesta altura, uma figura muito importante da política internacional faz-se ouvir pela primeira
vez. Efetivamente, somos prendados com a presença do presidente dos EUA Woodrow Wilson
e com as suas ideias sobre a paz que viria, quebrar com os princípios que tinham prevalecido até
ao momento nas relações entre os Estados europeus. Segundo a doutrina americana, o sistema
que até à data prevalecia deveria ser substituído por dois pilares essenciais: a autodeterminação
e a segurança coletiva, acrescentando ainda a necessidade de um mediador internacional que
seja capaz de analisar as situações que possam afetar a paz e resolvê-las através da cooperação
que ficaria conhecida como Sociedade das Nações. Esta proposta foi pela formalmente
apresentada pelo presidente americano ao Congresso a 8 de Janeiro de 1918, condensadas em
14 princípios – os catorze pontos de Wilson – que tinham como principal preocupação a
evacuação de territórios, a restauração de fronteiras, a declaração de independência de alguns
Estados e sobretudo, a liberdade de navegação e a abolição das alianças secretas entre Estados
substituindo essas por uma mega organização mundial, a primeira.

Nem todos os pontos foram implementados.

A Sociedade das Nações (SDN) foi criada em 10 de janeiro de 1919 como resultado do fim da
Primeira Guerra Mundial, com o objetivo claro de promover a cooperação internacional e a paz
mundial. Foi estabelecida dentro do Tratado de Versalhes, assinado em 28 de julho de 1919, que
encerrou as negociações do pós-guerra e foi celebrado pelas potências vencedoras, como
França, Reino Unido, Itália e Estados Unidos.

O Tratado de Versalhes impôs sanções à Alemanha, o que restringiu o seu poder militar e
político. No entanto, essa punição excessiva à Alemanha resultou em dois fatores significativos:
o surgimento da ideologia nazi, que levou à Segunda Guerra Mundial, e a exclusão da União
Soviética das negociações, o que ajudou o crescimento do comunismo.

Quando os Estados são excluídos das negociações diplomáticas, tendem a criar um movimento
nacionalista em oposição. A SDN procurava resolver esse problema por meio da negociação e
tinha como principal objetivo a manutenção da paz mundial, a promoção da cooperação
internacional, a proteção das minorias étnicas e a redução do armamento.
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No entanto, a SDN falhou vários aspetos.

1. Composta por um conjunto de 63 países, nem todos compartilhavam a mesma ideia de


respeitar e proteger os direitos humanos e a soberania de outros Estados. A adesão à SDN era
voluntária, e países importantes como Estados Unidos, França, Reino Unido, Itália e Japão não
fizeram parte dela.

2. Os Estados Unidos não ratificaram o Tratado de Versalhes, o que representou um golpe


significativo para a SDN. No entanto, os EUA desempenharam um papel importante durante a
Segunda Guerra Mundial, ajudando outros países. A Rússia também não fez parte da SDN devido
à Revolução Russa e à perceção de ser uma "ferramenta de domínio ocidental".

A Alemanha foi membro fundador da SDN, mas retirou-se da organização em 1933 em protesto.
O Japão entrou como membro fundador, mas também se retirou em 1933 após a condenação
internacional pela anexação da Manchúria. A China foi membro fundador, mas saiu em protesto
contra a concessão ao Japão.

3. A SDN não se estabeleceu como uma organização global, pois tinha apenas 63 países
membros. Além disso, não tinha representação adequada e a sua capacidade de prever futuras
guerras só faria sentido se tivesse mais Estados envolvidos. A Sociedade das Nações nunca
conseguiu criar, nos países signatários, uma noção fundamental de paz e segurança para evitar
a ocorrência de outros conflitos. As sanções impostas pela SDN eram principalmente de
natureza económica e não incluíam medidas militares.

Ficou marcada pela ausência dos Estados Unidos.

Apesar das limitações, a SDN conseguiu resolver vários conflitos, como o caso da Alemanha e
Polónia, questões na China, no Japão e a anexação da Áustria pela Alemanha em 1938.

ASCENSÃO DA ONU

O processo de criação das Nações Unidas foi um processo bastante maturado, desenvolveu-se
principalmente durante a Segunda Guerra Mundial. Foi influenciado por diversos autores e teve
como objetivo reorganizar o mundo e o sistema internacional antes mesmo do fim da guerra.

A reorganização do sistema internacional foi uma resposta às ideologias políticas dos países
vencedores do conflito. Isso resultou em várias negociações que se estenderam ao longo de
vários anos e envolveram líderes de diferentes nações.

Durante esse processo, foram discutidas e estabelecidas as bases para a criação de uma nova
organização internacional, que se viria a tornar as Nações Unidas. Essa organização tinha como
objetivo principal promover a paz, a cooperação internacional e a resolução pacífica de conflitos.
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4 FASES ANTECEDENTES À CRIAÇÃO DA ONU

1. Influência da 2GM naquilo que é o processo de criação da ONU.


§ A 2GM causou grandes perdas humanas e uma destruição pelo mundo inteiro e é
nesta altura no aproximar da 2GM que os diplomatas internacionais começam a
discutir formas de prevenir os futuros conflitos internacionais.
2. Conferência Dumbarton Oaks, em 1944.
§ Nesta conferência representantes dos EUA, RU, URSS e China reúnem-se para
discutir a criação de uma organização internacional com o intuito de manter a paz e
garantir a segurança internacional. Começam a surgir as primeiras propostas para
um novo organismo internacional. Surgem também as propostas de criação de um
conselho de segurança com autoridade para não só impor sanções como usar a força
militar se for necessário. Enquanto as 4 potências concordam em criar uma OI para
assegurar a paz e a segurança e não só, começam a perceber que algo falhou na
SDN.
3. Conferência de São Francisco, em 1945.
§ Reúnem-se os representantes de 50 países para aquilo que foi a conferência das
Nações Unidas sobre uma organização internacional. A conferência termina com o
projeto de criação da ONU que é assinada formalmente a 26 de junho de 1945. É
aqui que é estabelecido os objetivos da ONU – na carta da ONU, bem como a sua
estrutura e autoridade.
4. Adesão e o crescimento.
§ A ONU é oficialmente organizada em 24 de outubro de 1945, celebra-se esta data
porque é nesta data que as 5 maiores potências ratificam a carta da ONU, vitoriosas
da 2GM.
§ A organização está nesta quarta fase.

A carta das nações unidas acaba por ser a magna carta das organizações.

Esta carta é o documento fundador da organização e é por isso que é ainda hoje um dos tratados
mais importantes porque consegue uma quase total adesão dos Estados.

Tem 111 artigos dividida por 19 capítulos.

§ Artigo 1 estabelece aquilo que são os objetivos da ONU:

- Manter a paz e a segurança internacional. para tal ela deve tomar medidas para prevenir e
afastar ameaças à paz e reprimir os atos de agressão – deve fazê-lo através dos meios pacíficos
e em conformidade com os princípios da justiça e do direito internacional. noção de que a paz
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deve ser atingida de forma pacifica e não pela guerra. fórum de resolução do conflito entre
Estados.

- Defende que devem ser desenvolvidas relações de amizade entre as nações baseadas no
princípio de igualdade e do direito da autodeterminação dos povos tomando outras medidas
apropriadas ao fortalecimento à paz universal.

- Realizar a cooperação internacional, resolvendo os problemas internacionais de carácter


económico, social, cultural ou humanitário, promovendo e estimulando o respeito pelos direitos
do homem e pelas liberdades fundamentais para todos, sem distinção de raça, sexo, língua ou
religião.

- Ser um centro destinado a harmonizar a ação das nações para a consecução desses objetivos
comuns.

Estabelece também aquilo que são os princípios sob o qual a organização deve ser governada –
soberania dos Estados. respeito pelos direitos humanos, igualdade pelo direito entre as nações,
não intervenção nos assuntos internos dos Estados, resolução pacífica dos conflitos. Estabelece
também a proibição do uso da força.

A ONU é o maior palco da diplomacia mundial, a resolução dos conflitos é ali.

§ Artigo 7 – ficam estabelecidos como órgãos principais das Nações Unidas: uma
Assembleia Geral, um Conselho de Segurança, um Conselho Económico e Social, um
Conselho de Tutela, um Tribunal Internacional de Justiça e um Conselho de
Secretariado.

Poderão ser criados, de acordo com a presente carta, os órgãos subsidiários considerados
necessários.

ASSEMBLEIA GERAL

Desde a fundação que se assume como órgão de debate por excelência no seio da ONU – órgão
deliberativo. estão representados 193 estados-membros e é responsável por discutir as
questões internacionais e adotar resoluções não vinculativas.

É um verdadeiro fórum democrático onde se discutem os tópicos mais atuais das últimas
décadas.

Não existe nenhum órgão mais importante do que este. Cada estado-membro não pode ter mais
do que 5 representantes – todos em matéria de igualdade. cada Estado – um voto.
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Único órgão com competência genérica e representatividade global. Contudo, devido aquilo que
é a sua capacidade em atuar em várias áreas, a sua eficácia é menor.

Todos os estados-membros tem lugar na AG. Para um Estado ser membro tem de ter relações
pacificas, defensor da paz e tem de cumprir alguns procedimentos formais e orgânicos que
obrigam a aprovação do Conselho de Segurança e da AG.

Os membros permanentes do C. S podem vetar a entrada de novos Estados.

Na AG funciona o princípio da competência especial sobre a competência geral – isto quer dizer
que no caso de matérias de segurança e defesa, o conselho de segurança tem uma competência
especial que prevalece sobre a competência geral da AG. Da mesma forma que a lei especial
derrota a lei geral naquilo que é o direito interno dos Estados – aqui acontece a mesma coisa.
uma decisão do conselho de segurança prevalece sob a decisão da AG.

Conta com estados-não membros (observadores) – Palestina, Santa Sé.

Organizações e entidades que permanecem na ONU com o estatuto de observadores –


organizações regionais (União Africana, Cruz Vermelha ou a UE).

As decisões por parte da AG exigem 2/3 da maioria dos presentes e votantes (artigo 18 da carta
da ONU). Sendo desde logo vetada quaisquer medidas coercivas.

A sede é em NY.

CONSELHO DE SEGURANÇA

• Responsável por manter a paz e a segurança internacional.


• Só pode intervir em matérias relativas à segurança e à defesa, é uma competência
exclusiva. Não pode intervir noutras áreas nem pode entregar esta competência à
Assembleia Geral, pela natureza da sua competência. É exclusiva porque exige rapidez e
mobilização.
• Por este motivo é que o órgão é menor. Tem 15 membros, 5 permanentes (China, EUA,
FR, RU e Rússia), têm poder de veto sobre os outros 10 membros. Os 10 membros não
permanentes são eleitos para um mandato de 2 anos pela Assembleia Geral.
• A repartição equitativa geográfica tem de existir nos 10 membros não permanentes.
• Só os membros permanentes podem bloquear o processo do Conselho, não existe o poder
de veto por membros não permanentes.
• A estrutura tem levado a inúmeros debates de reformas, a maior parte das vezes incide
sobre este, de forma que se torne mais representativo e mais eficiente.
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o Os debates sobre reformas do Conselho de Segurança envolvem principalmente a


questão da representatividade. Muitos países argumentam que a atual
composição não reflete o equilíbrio de poder e influência global, especialmente
considerando o crescimento económico e político de países emergentes. Além
disso, algumas regiões, como a África, têm sido apontadas como sub-
representadas no Conselho.
o Propostas de reforma geralmente envolvem a ampliação do número de membros
permanentes e não permanentes, com foco em uma distribuição mais equitativa
entre diferentes regiões do mundo. Além disso, algumas propostas sugerem a
limitação ou a abolição do poder de veto dos membros permanentes, a fim de
evitar impasses e promover uma tomada de decisão mais eficiente.
o No entanto, apesar dos debates contínuos, alcançar um consenso sobre as
reformas tem sido um desafio. Os membros permanentes com poder de veto têm
interesses próprios a proteger e muitas vezes são relutantes em ceder poder. Além
disso, a adoção de uma reforma requer uma emenda à Carta da ONU, o que
implica a aprovação de dois terços dos membros da Assembleia Geral, incluindo
os votos favoráveis dos membros permanentes do Conselho de Segurança.
• Tem o poder de adotar medidas vinculativas e coercivas para restaurar a paz e a segurança
internacional, nomeadamente a imposição de sanções económicas e políticas contra os
Estados, tem o poder de proceder ao uso da força militar ou ainda, à autorização de ações
militares por parte de outros países ou organizações regionais.
• Funcionamento permanente, 24h, está sempre alguém presente. (Há sempre uma
delegação).

COMPETÊNCIAS DO CONSELHO DE SEGURANÇA

• Este é o órgão que tem maior competência e que tem as competências mais funcionais da
ONU.
• Pode mandar intervir militarmente, mas não é essa a posição que deve privilegiar – é o
último recurso.
o Artigo 7 – sanções políticas e económicas que podem resultar numa intervenção
militar. Isto só é funcional se tiver aliado a ele o efeito de eficácia e dissuasão – o
poder não tem interesse nenhum, os Estados devem ceder contingentes militares
à disposição da ONU, para que esta constitua um Conselho de Chefe de Estado
Maior constituído pelos 5 chefes militares dos membros permanentes, passamos
a ter uma capacidade de não só o Conselho de Segurança de ter o poder de decidir
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e demonstrar a eficácia com uma dissuasão, Chefe de Estado Maior. Serviria como
apoio ao Conselho de Segurança. A realidade é que este Conselho de Chefe de
Estado Maior nunca aconteceu porque existem diferenças nos membros
permanentes que não são possíveis de conciliar, então não se constituiu este
Conselho, mas está previsto na carta.
o Questões de veto – poder de veto – artigo 27 n. º2 e n.º 3 – seja qual for a matéria
ou a relevância da matéria a maioria atinge-se com 9 dos 15 votos, é uma maioria
qualificada. Depende muito das questões.
§ Questões processuais – maioria de 9 votos regra geral sem distinção
§ Questões politicamente relevantes, não processuais – delibera por
maioria de 9 votos em 15 sendo que nos 9 votos devem estar incluídos os
5 estados permanentes, se um dos 5 membros permanentes se abster não
é aprovada
o Costume/Prática juridicamente válida – a abstenção não implica o exercício do
direito de veto, entra em contradição com o anterior, é um costume juridicamente
válido que revoga o nº3 do artigo 27 da carta. Os votos de todos os membros têm
o mesmo valor quando falamos de questões processuais
o Duplo veto – na decisão da classificação de matérias sujeitas, processuais ou
politicamente relativas estão sujeitas a qualificação da natureza da questão. O
sistema de duplo veto acontece quando um membro permanente se opõe a uma
questão que seja meramente processual, 1 veto existe quando um conselho entra
a discutir essa questão opõe-se a que esta seja tomada ou qualquer outra
resolução. Sem duplo veto não existe veto – se não for aprovado duas vezes então
não tem veto.

FORMAS DE ATUAÇÃO DA ONU

• Ação militar do conselho de segurança


o Realizada ao abrigo do contingente da ONU, tropas que são disponibilizadas
pelos Estados à disposição da ONU, capacetes azuis.
§ Vantagem: ganha experiência e cai nas boas graças do conselho de
segurança, enorme interdisciplinidade e intercâmbio de informações
que os Estados adquirem.
• Atuação por mandato conferido por um Estado
o Atribuição da responsabilidade de responder a uma dada ação a um Estado,
atribuição de um mandato por exemplo à NATO.
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As atuações da carta não são muitas vezes adequadas àquilo que são os problemas atuais, então
a organização decidiu contornar o problema através de dois tipos de soluções.

• Solução unidos para a paz (1950), resolução 377. Foi aprovada por causa da Guerra da
Coreia, uma vez que a intervenção da ONU foi decidida com a URSS ausente, isto leva a
um problema grave que leva a guerra a ser travada, os EUA determinaram que
Assembleia tinha uma competência genérica, deve ser entendida como uma
competência sobre assuntos de segurança quando o Conselho de Segurança não for
capaz de chegara a uma decisão por veto dos membros permanentes, esta resolução
define que o assunto deve transitar para a Assembleia para decidir sobre o uso da força.
A assembleia geral não toma resoluções, em matérias reprovadas pelo conselho
permanente apenas emite recomendações.
• A carta não refere as forças de manutenção de paz que existem para diminuir os
estragos causados pela inoperacionalidade das Nações Unidas quanto às operações de
manutenção de paz. A carta menciona exclusivamente uma expressão, peace
enforcement, que significa a imposição da paz através do uso de força militar num
conflito e não refere aquilo que são as operações de peace keeping – a manutenção da
paz referente a atividades que tendem a criar condições que favoreçam a paz duradora.
No final dos anos 40 surge um novo conceito, pretende contribuir para o não
agravamento do conflito entre as partes. Levou a ONU a não saber responder às
questões e tiveram de atribuir o mandato a uma organização.
o O grande instrumento da ONU são as suas operações de peacekeeping e peace
enforcement.

CONSELHO ECONÓMICO E SOCIAL

• Tem como responsabilidade coordenar a política económica e social da ONU. Isto é,


promover o desenvolvimento económico e social sustentável.
• O conselho é composto por 54 membros eleitos pela Assembleia Geral, por um período
de 3 anos.
• Tem duas funções fundamentais:
o É o órgão principal na elaboração das estratégias para a promoção do
desenvolvimento económico e social, elaborando a legislação votada pela
Assembleia Geral (funciona como uma comissão de especialidade).
o Coordenação dos acordos com as instituições especializadas (funciona de
ligação entre a ONU e todas as instituições que tem acordos ou ligações com a
ONU a nível económico e 8social – O FMI, etc).
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• As decisões são tomadas por maioria. Todos tem o direito ao voto pelo que sendo eleitos
pela Assembleia Geral, sente-se bastante o peso do terceiro mundo, o que confere uma
certa relatividade à importação das recomendações.
• Tem um papel secundário para a ONU. O debate que é feito é muitas vezes mais
importante do que as resoluções que são tomadas.
• O conselho advém daquilo que é uma Escola Neo-Liberal, aponta para um princípio de
concertação social, aquilo que é importante é o debate das decisões e que as tomadas
sejam debatidas por todos. Não tem de existir um consenso, mas sim um debate.
• O presidente do Conselho é eleito com o mandato de 1 ano e é escolhido entre os
pequenos e médios Estados representados, no início de cada nova sessão.
• Há vários sinais de que percebemos que é um conselho de minorias. Há um espaço para
poder entrar países que tenham um pequeno apoio, o facto das votações serem só por
maioria simples e agora o facto de se poder admitir pequenos ou médios Estados são os
únicos que tem escolhe na votação do Presidente.
• Os mandatos são alocados de acordo com a rotação geográfica, assegurando desde logo
uma rotação igualitária entre os grupos regionais.
• 54 lugares – então temos 14 para a África, 11 Ásia, 6 para a Europa Oriental, 13 Europa
Ocidental, 10 América Latina e Caribe.
• Considerado órgão primário (observação do professor – órgão secundário).

CONSELHO DE TUTELA

• Foi criado para controlar o exercício da tutela sobre os territórios não autónomos e vem
na sequência da comissão de mandatos da SDN.
• A ideia era que este conselho administrasse os territórios que não estavam prontos para
se governarem sozinhos após a 2gm e foi-se tornando obsoleto à medida que esses
territórios alcançavam a independência.
• Em 1994 após a independência da Palau (último território sob tutela), o Conselho de
Tutela suspendeu a sua atividade encontrando-se por isso, inativo.
• Foram também alteradas as regras processuais que previa uma reunião anual
obrigatória passando agora a reunir-se quando necessário.
• Este órgão acabou por perder totalmente a sua expressão e prevê-se que numa próxima
emenda à carta que seja eliminado.
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CONSELHO SECRETARIADO

• É liderado pelo secretário-geral que é responsável, mas também pelo desenvolvimento


de políticas e programas.
• Forma o maior complexo administrativo existente em organizações internacionais.
• É composto pelo Secretário e por todos os funcionários e agentes da ONU pelo mundo
fora.
• Na carta da ONU o secretário geral é qualificado como o principal funcionário da
organização, contudo, é muito mais do que um mero funcionário administrativo. Tem
uma relevância política própria e encarga a representação da ONU perante o mundo.
• É também o principal e o mais ativo símbolo dos anseios da organização na percussão
de objetivos como a preservação da paz e na segurança internacional.
• O secretário geral tem um papel fundamental na política internacional. É ainda mais
verdade se a personalidade do cargo o ajudar a procurar algum protagonismo.
• É recomendado pelo conselho de segurança – a carta não fixa o número de mandatos,
mas o costume apontado pelo conselho de segurança tem fixado 5 anos renováveis. Os
vários titulares que tiveram lugar no cargo, nunca renovaram mais do que uma vez.
• Os funcionários e agentes que compõe o secretariado são nomeados diretamente pelo
secretário, de acordo com as regras definidas pela Assembleia.
• Os agentes podem ser agentes políticos, são convidados para o fazer durante alguns
anos.
• Todos os funcionários do Secretariado, incluindo o secretário geral, devem manter uma
atitude total e dependente em relação a todos os Estados membros, devendo atuar com
imparcialidade, independência, norteando as suas decisões e atitudes exclusivamente
na percussão dos fins da Organização. Nenhum funcionário deve colocar algum país
acima dos interesses da ONU (nem o seu próprio país). Deve olhar para as coisas
imparcialmente.

TRIBUNAL INTERNACIONAL DE JUSTIÇA – TRIBUNAL DE HAIA

• É o principal órgão judicial das nações unidas e é responsável por resolver disputas legais
entre Estados. Este órgão é sucessor histórico do tribunal permanente de justiça
internacional – sociedade das nações.
• Este órgão é composto por 15 juízes podendo ainda funcionar com mais um ou mais
juízes à doca.
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• Está exclusivamente aberto aos Estados-membros e todos eles são parte do estatuto
internacional de justiça, mas nem todos estão sujeitos à sua ação.
• Os EUA podem pertencer, mas não respeitam as suas decisões. O que os Estados Unidos
dizem é que criam a sua própria justiça.

Três cedências

o Apenas ficam sujeitos à sua jurisdição através da chamada cláusula compromissória


ipso facto (pelo deposito de um instrumento onde os estados-membros
reconhecem a sua competência).
o Os estados-membros reconhecem as matérias que querem ficar sujeitos a sua
jurisdição.
o O reconhecimento da sua competência não é definitivo – qualquer estado-membro
se pode desvincular, mas nunca o pode fazer durante um litígio ou julgamento em
curso.
• Estados que não aceitaram o tribunal – EUA, CHINA, YAMEN, IRAQUE, ISRAEL E LÍBIA.
• Os Estados não membros não podem acusar.
• O tribunal tem competência contenciosa. Traduz-se naquilo que é o proferimento de
acordos, julgamentos, mas também tem uma competência consultiva. Consiste na
emissão de pareceres não vinculativos, estes podem ser medidos não só pelos Estados,
mas como por todos os órgãos na ONU incluindo as agências especializadas.
• Problema da reforma: não obter o acordo de uma maioria sustentável da Assembleia,
isto leva a que mexer na Carta possa pôr em causa a Organização. Então mais vale ter
assim que é funcional, do que tentar aperfeiçoar e pôr em causa tudo o resto.

IMPORTÂNCIA DA ONU

A Organização das Nações Unidas (ONU) desempenha um papel crucial na conjuntura


internacional pois atua como um fórum global para a cooperação entre os países. A importância
da ONU é inquestionável, pois desempenha um papel central em diversas questões globais e
fornece um mecanismo vital para a cooperação multilateral.

Um dos aspetos mais importantes da ONU é o seu papel na promoção da paz e da segurança
internacional. Através do Conselho de Segurança, a ONU trabalha para resolver conflitos e
prevenir guerras. Por exemplo, durante a Guerra Fria, a ONU ajudou a amenizar as tensões entre
as superpotências e evitou um conflito direto entre os Estados Unidos e a União Soviética. Além
disso, a ONU tem sido fundamental na manutenção da paz em áreas de conflito, como no Haiti,
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Sudão do Sul e Timor-Leste, enviando missões de paz para estabilizar a situação e proteger os
civis.

Outro aspeto crucial da importância da ONU é o seu trabalho no âmbito dos direitos humanos.
Através de tratados e convenções internacionais, a ONU estabeleceu uma base legal para a
proteção dos direitos fundamentais. A Declaração Universal dos Direitos Humanos, adotada em
1948, é um exemplo notável dessa conquista.

Além disso, a ONU desempenha um papel essencial na promoção do desenvolvimento


sustentável e na luta contra as alterações climáticas. Através dos Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável (ODS), aprovados em 2015, a ONU estabeleceu uma agenda global para erradicar a
pobreza, proteger o meio ambiente e promover a igualdade até 2030. Os esforços da ONU no
combate às alterações climáticas são especialmente relevantes. O Acordo de Paris, negociado e
adotado pela ONU em 2015, é um marco internacional no combate às alterações climáticas.

A ONU realiza conferências anuais sobre o clima, nas quais os países se reúnem para discutir
ações e políticas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa.

A ONU NA NOVA ORDEM INTERNACIONAL

Com a queda do Muro de Berlim e o colapso da URSS, o mundo entrou numa nova era marcada
pela incerteza e imprevisibilidade. A impotência das instituições governamentais em países
como a Somália, o genocídio praticado no Ruanda, o golpe de Estado no Haiti e as guerras civis
que ocorreram na Bósnia, Guatemala, Angola, entre outros, testemunharam a sobreposição de
conflitos intranacionais em relação aos conflitos entre países do período anterior.

Face a esses novos desenvolvimentos, a ONU teve de adaptar as suas missões de manutenção
da paz a conflitos que surgiam dentro dos países, preocupando-se em consolidar a ordem
pública e restabelecer as condições socioeconómicas necessárias para o desenvolvimento
sustentável dessas nações.

No entanto, os princípios do direito internacional e a Carta das Nações Unidas limitavam a


margem de manobra da ONU em assuntos dos Estados-membros. O artigo 2.º, n.º 7 da Carta
impede a organização de se intrometer em problemas que sejam exclusivamente da soberania
estatal, exceto se autorizada pelo Conselho de Segurança e de acordo com o Capítulo VII da
Carta. Para contornar a ilegalidade desse tipo de operações, a ONU apoiou-se na Convenção
para a Prevenção e a Repressão do Crime de Genocídio, na Convenção de Genebra de 1949, no
Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional e na condenação do colonialismo e do
apartheid para legitimar o direito de interferir nos assuntos internos de Estados que pudessem
ameaçar a segurança e a paz internacionais.
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À medida que as exceções no uso da força se tornavam regra, o paradigma do direito


internacional começou gradualmente a ser alterado. Às cláusulas de legítima defesa e de
segurança coletiva que anteriormente regiam as intervenções da organização, foram
adicionadas outras em que, por um lado, o Estado não tinha capacidade para restaurar a ordem
e a segurança e, por outro lado, o próprio Estado era o agressor. Essas situações conferiam
legitimidade à ONU ou a uma coligação de países para intervir em favor das vítimas.

Numa primeira abordagem, em 1992, o Secretário-Geral Boutros Boutros-Ghali desenvolveu um


projeto intitulado "Uma Agenda para a Paz". Nesse documento, além de definir o conceito de
manutenção da paz, Ghali dividiu o processo em três abordagens diferentes: construção da paz,
diplomacia preventiva e criação da paz. Apesar de criticado por falta de aprofundamento, esse
documento marcaria o início das intervenções da ONU baseadas em motivos humanitários.

Mais tarde, devido ao aumento da demanda por capacetes azuis, muitas vezes em territórios
hostis e voláteis, tornou-se necessária uma avaliação detalhada da capacidade real das
operações de manutenção da paz da organização. Essas preocupações convergiram no Relatório
Brahimi. O documento apelava a uma reforma institucional, a um maior apoio financeiro e à
maior participação dos Estados-membros no financiamento das operações de paz. A
transformação mais significativa que ocorreu foi o conceito controverso da Responsabilidade de
Proteger (R2P), segundo o qual o Estado tem a obrigação primordial de proteger a sua população
de crimes de guerra, genocídios, limpeza étnica e crimes contra a humanidade. Caso não o faça,
é prerrogativa da comunidade internacional intervir em seu nome. No entanto, essa abordagem
foi e continua a ser alvo de muitas críticas, principalmente após a invasão do Iraque em 2003.

A implementação prática da R2P teve resultados diversos. Alguns casos foram bem-sucedidos,
enquanto outros enfrentaram desafios significativos devido à falta de recursos e à negligência
das causas fundamentais dos conflitos. Além disso, a sobreposição de interesses entre os
Estados-membros e o uso de veto no Conselho de Segurança têm prejudicado a eficácia das
ações da ONU. As missões de manutenção da paz devem ser vistas como uma ferramenta, e não
como uma estratégia completa. É necessário adotar uma abordagem multidisciplinar e
multissetorial da segurança, promovendo a prevenção e a reação eficaz para a paz e a segurança
internacionais.

NATO

A Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) foi instituída a 4 de abril de 1949, pelo
Tratado de Washington. Vem criar uma aliança política e militar foi criada com o objetivo de
garantir a segurança e a defesa dos seus membros.
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Inicialmente, a NATO refletia a doutrina de Monroe, que defendia uma política isolacionista dos
Estados Unidos. No entanto, essa postura mudou com o Plano Marshall, que consistiu em um
programa de ajuda económica para os países da Europa Ocidental com vista a possibilitar uma
rápida reconstrução após a Segunda Guerra Mundial. O principal objetivo do Plano Marshall era
fortalecer a economia desses países.

Uma das preocupações subjacentes à criação da NATO era evitar que a União Soviética
aumentasse sua esfera de influência e expandisse as fronteiras. Tentou-se evitar uma
proliferação das tropas soviéticas estacionadas em várias regiões. A NATO tornou-se numa
aliança de defesa coletiva, onde um ataque a qualquer membro seria considerado um ataque a
todos, o que servia como um elemento dissuasor para qualquer agressão por parte da União
Soviética.

A doutrina de Truman, que procurava conter a expansão do socialismo, dirigiu-se ao bloco de


países capitalistas antes da Segunda Guerra Mundial.

Em 1948, o senador Vanderberg conseguiu a aprovação no Senado dos Estados Unidos para
estabelecer alianças militares mesmo em tempos de paz. Ele defendia o compromisso dos EUA
em apoiar os países da Europa Ocidental. Essa resolução Vanderberg foi fundamental para
estabelecer a agenda de segurança e defesa dos Estados Unidos durante a Guerra Fria, e foi a
base para a criação da NATO.

A NATO não possui um inimigo explícito e não foi estabelecida especificamente contra a União
Soviética. É um tratado a favor da defesa dos interesses e património dos Estados membros.
Portugal está entre os 12 países fundadores da NATO, juntamente com Bélgica, Canadá,
Dinamarca, França, Holanda, Islândia, Itália, Luxemburgo, Noruega, Reino Unido e Estados
Unidos.

Atualmente, a NATO é composta por 31 aliados. O tratado é compatível com a Carta das Nações
Unidas e atua apenas em caso de hostilidades por parte de outro Estado. É um tratado de defesa,
não de ataque.

Cada país tem uma delegação permanente liderada por um embaixador que representa os seus
interesses. A NATO representa um sistema de defesa coletiva, respondendo a qualquer ataque
externo. Está empenhada em procurar soluções pacíficas, mas, caso os esforços diplomáticos
falhem, está preparada para utilizar o poder militar em operações de gestão de crises, combate
ao terrorismo, ciberdefesa e defesa antimíssil.
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ESTRUTURAS OPERACIONAIS DA NATO

POLÍTICOS

A NATO promove valores democráticos e promove entre os seus membros a consulta e a


cooperação em matérias relacionadas com a defesa e segurança com vista a resolver problemas,
desenvolver confiança e, a longo prazo, evitar conflitos.

o DELEGAÇÕES DA NATO – Cada país membro tem uma delegação permanente na sede
política da NATO em Bruxelas. Cada delegação é liderada por um "embaixador" que
representa o seu governo no processo de consulta e tomada de decisão da Aliança.
o GRUPO DE PLANEAMENTO NUCLEAR – tem a mesma autoridade que o Conselho do
Atlântico Norte relativamente a matérias de política nuclear.
o CONSELHO DO ATLÂNTICO NORTE (CAN) – é o principal organismo de decisão política
da NATO. Cada país membro tem um assento no CAN. Reúne-se, pelo menos, uma vez
por semana ou sempre que seja necessário, a diferentes níveis. É presidido pelo
Secretário-Geral, que ajuda os membros a chegarem a acordo sobre matérias
fundamentais.
o COMITÉS SUBORDINADOS – A NATO conta com uma rede de comités para lidar com
todas as matérias na sua agenda, desde questões políticas a questões mais técnicas.
Estes comités juntam regularmente representantes nacionais e especialistas de todos
os países membros da NATO.

Com os 31 membros começam a existir dificuldades para atingir um consenso.

MILITAR

A NATO está empenhada na resolução pacífica de litígios. Caso os esforços diplomáticos falhem,
a NATO conta com poder militar para realizar operações de gestão de crises. Estas são realizadas
no âmbito da cláusula de defesa coletiva do tratado de fundação da NATO - Artigo 5º do Tratado
de Washington ou no âmbito do mandato das Nações Unidas, individualmente ou em
cooperação com outros países e organizações internacionais.

Quando a implementação de decisões políticas tem implicações militares, os principais


intervenientes são:

o COMITÉ MILITAR – constituído pelos Chefes de Defesa dos países membros da


NATO; o Estado-Maior Internacional, o órgão executivo do Comité Militar; e a
estrutura de comando militar, constituída pelo Comando Aliado para as Operações
e pelo Comando Aliado da Transformação.
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AMBOS

o SECRETÁRIO-GERAL – O Secretário-Geral é o principal funcionário público


internacional da Aliança. Este é responsável por orientar o processo de consulta e
de tomada de decisões na Aliança e por garantir a implementação das decisões. O
Secretário-Geral é igualmente o principal porta-voz da NATO, e lidera o Secretariado
Internacional da Organização, que presta aconselhamento, orientação e apoio
administrativo às delegações nacionais na sede da NATO.

A NATO dispõe de poucas forças permanentes próprias. Quando o Conselho do Atlântico Norte
concorda em iniciar uma operação, os membros contribuem com forças militares a título
voluntário. Essas forças regressam aos respetivos países após a missão estar concluída.

CONCEITOS ESTRATÉGICOS DA NATO

É um documento fundamental da criação da origem da aliança do tratado Atlântico, apresenta


a estratégia para o futuro, de forma que esta esteja preparada para enfrentar desafios atuais, é
mais eficiente, flexível e adaptável.

Podemos olhar de uma forma mais simples, durante a Guerra Fria, a filosofia estratégica
baseava-se no equilíbrio de forças entre os EUA E URSS, mas também com uma lógica de
dissuasão que vinha com base no princípio de definir um grau de ameaça em caso de ataque e
que implicava como estratégia a dissuasão.

o 1º conceito estratégico aprovado a 6 de Janeiro de 1950.


§ Resposta maciça. Engloba os três primeiros conceitos estratégicos. Seja
qual for o ataque infringido a um ou a vários estados-membros, a NATO
responderá em massa envolvendo todas as forças – defende uma tese
baseada na desproporcionalidade, que funciona como um grau de
dissuasão absoluto – tese que funciona até 1957.
o 2º conceito estratégico aprovado a 3 de dezembro de 1952.
§ Marcado pela invasão à Coreia do Sul.
o 3º conceito estratégico aprovado a 9 de maio de 1957.
o 4º conceito estratégico aprovado 16 de janeiro de 1968.
§ Resposta flexível – a URSS adquire a capacidade de destruição em
massa intercontinental. A NATO responderá a um ataque em função
do seu grau e da intensidade desse mesmo ataque, isto implica uma
flexibilidade graduada, mas com capacidade para terminar o
ataque.
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França discorda – tenta no conceito militar que este conceito seja aprovado o que leva a que
esta abandone a estrutura militar da NATO. Para além disso queria desenvolver uma capacidade
nuclear própria, não sendo favorável esta flexibilidade da NATO.

• Desaparece o princípio da dissuasão absoluta e é substituído pela teoria de intimidação.


• Entra em vigor a política MAD – Mutual Assured Destruction – defende que o uso maciço
de armas nucleares por um dos lados iria efetivamente resultar na destruição de ambos
1+1=0. A doutrina MAD com a teoria da intimidação defende que o desenvolvimento de
armas cada vez mais poderosas é essencial para impedir que o inimigo use essas
mesmas armas
• Entramos no equilíbrio de Nash – sentido de que se cada estado procurar desenvolver
consegue anular o outro estado, chamado o momento da bipolaridade com a tensão
entre as duas grandes potências e que têm o seu pico em 1962 com a crise dos mísseis
de Cuba com a capacidade da URSS de atingir qualquer ponto da europa e que leva
desde logo a imposição aos estados unidos de um não ataque a cuba e aí os EUA tiveram
que retirar os misseis balísticos da Turquia e como equilíbrio a URSS tirou os mísseis que
tinha em Cuba.
o 5º conceito estratégico 1991.
§ Operações conjuntas – defende algumas alterações perante as
alterações do SI, defende uma dissuasão credível mantendo a
capacidade militar de dissuasão de diálogo com os estados e com as
organizações internacionais e por fim o desenvolvimento de
mecanismo de cooperação com todos os estados europeus
pertencentes ou não quer bilateral quer multilateral.
§ O Concelho de Cooperação do Atlântico Norte que vai sentar os
países estados-membros pertencentes à nato e os países do pacto
de Varsóvia – a aliança reorganiza as suas forças, o sistema
internacional tem novas ameaças e sofre uma enorme instabilidade
e obriga a uma restruturação regional, onde a NATO decide criar as
brigadas de intervenção rápida, são forças com a flexibilidade de
serem colocadas no teatro de operações.
§ São também criadas as missões ‘’out of area’’ que funcionam fora
do contexto geográfico definido pelo artigo 6 com um conjunto de
missões de cariz humanitário, manutenção de paz e prevenção de
conflitos, nestas operações tem de existir consenso por parte dos
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estados-membros, tem de estar em risco a estabilidade de qualquer


um dos estados-membros e por fim a aceitação de missões a nível
mundial precisa de um mandato da ONU para intervir. Assim a
NATO passa a ser um veículo militar da ONU.
§ Ainda é criada o programa parceria para a paz ‘’partnership for
peace’’– visa criar uma confiança entre a aliança atlântica e todos
os países da antiga URSS.
o 6º conceito estratégico 1999
§ Uma aliança para o séc. 21. Surge com o processo de transformação da
NATO e a necessidade de criar operações de resposta a crises. São um
sucedâneo das operações de crises que leva a que as missões out of area
fora do âmbito do artigo 5 possam exigir um empenho militar igual às
missões de defesa coletiva
§ Abandonamos a definição geográfica de Vancouver a Vladivostok e
passamos a ter missões out of area fora do âmbito do artigo 5 sem a
duplicação de meios e capacidades militares com a ONU, chamado conceito
de forças separáveis, mas não separadas que permite a utilização dos meios
e das capacidades da nato em reação a crises mundiais desde que tenham
o mandato da ONU.
o 7º conceito estratégico 2010.
§ Active engagement modern defense. Surge na cimeira de Lisboa. Defende
que a nato continuara a salvaguardar a segurança de todos os membros por
meios políticos e militares, considera como pilares estruturais funcionais da
NATO:
§ Defesa coletiva - com base no artigo 5 do Tratado de Washington
§ Gestão de crises - empregando não só as capacidades políticas como os
militares dos estados-membros e dos seus aliados e parceiros antes,
durante e depois dos conflitos, a nato passa a responder em todas as
vertentes.
§ Segurança cooperativa internacional – através da realização de
parcerias com países e organizações pelo controlo de armamentos a
não proliferação e o desarmamento e pela manutenção da política de
porta aberta a todos os países ou democracias europeias que cumpram
os critérios de adesão
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o 8º conceito estratégico, junho de 2022.


§ Num tempo crítico para a segurança a paz e a estabilidade internacional.
Aprovado na Cimeira de Madrid.
§ É marcado pela invasão da Rússia à Ucrânia e por isso é muito curto e
conciso, mas profundamente político e prospetivo. Assume como uma
vitória política e estratégica face à Rússia, parte do princípio de que a NATO
ia fazer uma proposta de adesão à suécia e Finlândia e não seria vetado pela
Turquia. A NATO reforça as suas capacidades:
§ O alargamento da aliança atlântica à Suécia e Finlândia aumentando a
fronteira com a Rússia e reforçando o peso da aliança no báltico e no
ártico.
§ Determinação da Rússia como a mais direta à segurança à paz
§ A china como desafio aos interesses, à segurança e aos valores da NATO
e como um competidor estratégico em grande parte pela sua postura
na guerra da Ucrânia, mas sobretudo em função do seu empenhamento
enquanto ator global.
§ Atenção da Nato ao flanco sul e uma visão 360 graus, o flanco sul ocupa
a área do medio oriente e ainda do Norte de africa até ao Sahara.
§ Caso das alterações climáticas enquanto risco e desafio do nosso tempo
multiplicador presente de crises e ameaças com consequências para a
segurança dos aliados.
§ Alterações militares, o deslocamento do centro de gravidade das forças
nato no sentido da Alemanha para a polonia e o investimento que será
feito nas capacidades e desenvolvimento tecnológico e a ameaça da
cyber segurança e o espaço .

O novo Conceito Estratégico mantém a definição das três missões principais da NATO aprovado
em 2010 – a defesa coletiva, a gestão de crises e a segurança cooperativa. A ‘’nova’’ ameaça
restaura o estatuto da defesa coletiva como a prioridade da NATO.

A Rússia, que tinha sido apresentada como um “verdadeiro parceiro estratégico” da aliança, no
seu último conceito estratégico, passa a ser reconhecida como “a ameaça mais significante e
clara à segurança da Europa’’.

Um ponto muito significativo desse novo conceito estratégico é a China. Foi mencionado uma
primeira referência aos "desafios sistémicos" feitos por este país. A lista dos desafios à
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segurança dos Estados, inclui a China como um dos “competidores estratégicos e adversários
potenciais” – põem em causa os valores da aliança ocidental que nós conhecemos.

NATO – ATUALMENTE

Com o fim da Guerra Fria e a consequente queda da União Soviética, as ameaças originais ao
continente europeu em termos de segurança contra as quais a NATO foi criada, ficaram
suspensas. A hegemonia dos Estados Unidos da América (EUA) assegurou desde então, a paz
sobre a região do Atlântico Norte e uma certa estabilidade a nível global.

A NATO passou a representar um elo significativo entre o continente norte-americano e a União


Europeia, representando ainda o principal, senão o único, instrumento de defesa da política
externa europeia.

A organização tornou-se um instrumento central das políticas externas dos Estados da região
em termos de segurança e combate à instabilidade regional do Médio Oriente, foi e é um grande
apoio nos conflitos israelo-árabe e israelo-palestiniano, bem como do terrorismo denunciado
com os ataques do 11 de Setembro.

As transformações da aliança resultaram do interesse geoestratégico dos Estados membros da


NATO em manter e renovar a Aliança Atlântica. Os Estados Unidos da América foram quem mais
se empenhou para a sobrevivência da NATO e desta forma conseguiram a redefinição do seu
Conceito Estratégico em 1991. Esta data torna-se a mais importante da transformação da
Aliança, visto que marca a passagem de uma aliança defensiva à criação de um sistema de
segurança coletiva ocidental.

De forma a assegurar a estabilidade e a paz no Sistema Internacional, a NATO revestiu as funções


de uma “Aliança Universal”.

A Aliança Atlântica depara-se, há poucos meses, com o regresso da guerra à Europa, com a
invasão russa a marcar a nova orientação estratégica da organização – conceito estratégico
2022.

A definição do novo conceito estratégico reflete a abordagem à ameaça russa, com vista ao
alargamento estratégico da Aliança – chamado de ‘’alargamento Putin’’, após os pedidos
formais de adesão à NATO de países que até então mantinham um estatuto de neutralidade,
como é o caso da Finlândia e da Suécia.

O alargamento da NATO é uma prova indiscutível do interesse, da confiança e da legitimidade


de que esta organização defensiva tem na conjuntura do Sistema Internacional.
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CONSELHO DA EUROPA | COUNCIL OF EUROPE

Foi fundado em 1949 com o objetivo de promover a cooperação e a integração europeia, mas
também a defesa dos direitos humanos e ainda a democracia e o Estado de Direito em toda a
Europa.

Surge na sequência daquilo que foram as atrocidades da segunda guerra e é nesse sentido que
há um desejo da europa em unir-se para compartilhar aquilo que era uma visão assente em
valores como os direitos humanos, a democracia, o Estado de direito, mas o princípio de uma
europa unida. Criaram um sistema único para a data.

Um dos principais impulsionadores da criação do Conselho da Europa foi Robert – defendia uma
organização semelhante à ONU que conseguisse promover a reconciliação entre todas as nações
europeias. garantir que todos os estados europeus conseguiriam ter um fórum onde se iria
promover direitos inovadores – direitos humanos e valores ocidentais como visão do futuro.

O tratado que criou o conselho é chamado ‘’Tratado de Londres’’ assinado a 5 de maio de 1949
pela Bélgica, Dinamarca, França, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Noruega, Países Baixos, Reino
Unido e Suécia. Posteriormente outros países foram aderindo.

É ratificado em agosto 1950.

Cria a estrutura do Conselho.

• Secretariado geral: Constituído pela Secretária-geral e Secretário-Geral adjunto.


• Comité dos Ministros: Órgão de decisão do Conselho e é composto por todos os
ministros dos Negócios Estrangeiros de cada Estado-membro. Reúnem-se regulamente.
• Assembleia Parlamentar: 306 parlamentares
• Congresso dos poderes locais e regionais: tem representação daquilo que são as
autoridades locais e regionais de todos os Estados membros da Europa. A ideia é
promover os ideais da democracia naquilo que é o poder local.
• Tribunal europeu dos Direitos do Homem.
o O conselho começou por ser responsável pela convecção dos direitos humanos
– foi logo responsável
o Havendo esta criação de uma convecção era necessário criar um órgão que
fosse necessário para ser responsável por essa convecção. Foi assim criado o
tribunal europeu dos direitos do homem.
o Um dos órgãos mais importantes é o Tribunal.
o Juízes, eleitos pela Assembleia.
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o Um Estado pode ser responsabilizado por agir noutro Estado. Igualmente, se


alguém de um Estado-membro for cúmplice de violação dos direitos, noutro
país.
• Comissário dos direitos do homem
• Conferência das Organizações não governamentais internacionais.

Os governos devem tomar medidas para que a convenção seja aplicada no país.

Artigos

9 – Liberdade de expressão

5 – Liberdade e segurança

É composto maioritariamente por Estados europeus, mas há Estados que são considerados
europeus pela sua história.

A Rússia aderiu em 1996 – manteve-se no Conselho até março de 2022 (foi expulsa). Violação
do artigo n.º 3

Importância do Conselho

• Proteção dos direitos humanos. é responsável pela redação da convenção europeia dos
direitos humanos, pelo tribunal europeu dos direitos humanos e nesse sentido é o
guardião europeu de proteção dos direitos humanos.
• Valores ocidentais e europeus – promoção da democracia e do Estado de Direito.
Garantia que se por estes Estados se comprometem a cumprir um Estado democrático
e não autocrático. Tem vários programas de assistência as instituições democráticas
também através do congresso dos poderes locais e regionais. Promoção do Estado de
direito e do sistema judicial
• Princípio da cooperação europeia – pretende desde logo que questões comuns sejam
debatidas entre ao países – o terrorismo, o trafico de seres humanos, a corrupção, o
racismo, as migrações
• Diálogo intercultural – é no conselho que os Estados devem criar um diálogo
intercultural – pelas diferenças culturais. A Europa não é um país, mas um continente
que tem várias culturas que se respeitam.
• Fortalecimento da identidade europeia – Fortalece a identidade europeia, promove
valores comuns.

Tem algumas dificuldades e desafios (desafios e problemas no seu desenvolvimento)


ORGANIZAÇÕES POLÍTICAS INTERNACIONAIS

• Inúmeras dificuldade financeiras – tem um orçamento limitado que depende das


contribuições financeiras dos Estados-membros. Contudo, alguns estados atrasam-se
no pagamento e isso limita o funcionamento da organização.
• Dificuldade em garantir o cumprimento das suas recomendações – O conselho emite
recomendações/decisões, mas alguns estados ignoram e outros demoram muito tempo
a implementá-las.
• Desafios na defesa dos direitos humanos – embora seja um dos objetivos principais do
conselho alguns estados-membros tem sido acusados de violação desses direitos, o que
afeta a credibilidade da organização. Isso levou a decisão de expulsar a Rússia. Não se
podia permitir a violação.
• Desafios na proteção da democracia – O conselho tem a responsabilidade de proteger
a democracia e o Estado de direito, mas alguns países tem graves problemas nestes
aspetos, nomeadamente inúmera falta de liberdade de imprensa, corrupção e falta de
transparência.
• Desafios na gestão de crises – O Conselho enfrenta dificuldades na gestão de crises
internacionais como por exemplo os conflitos armados ou as crises humanitárias e isto
deve-se ao facto de alguns estados-membros não estarem dispostos a colaborar nesta
matéria. Crise humanitária Itália – emigrantes do norte de áfrica.

DIFERENÇAS ENTRE O CONSELHO DA EUROPA, CONSELHO EUROPEU E CONSELHO DA UNIÃO


EUROPEIA

Conselho da Europa

O Conselho da Europa é uma organização internacional dedicada à defesa dos direitos humanos,
democracia e Estado de Direito na Europa. Foi fundado em 1949 e é composto por 46 Estados-
membros, incluindo países não pertencentes à União Europeia. O principal órgão do Conselho
da Europa é o Comité de Ministros, composto pelos ministros dos Negócios Estrangeiros de cada
Estado-membro ou pelos seus representantes. O Comité de Ministros é responsável pela
tomada de decisões políticas e pela supervisão da implementação das normas e convenções do
Conselho da Europa, incluindo a Convenção Europeia dos Direitos Humanos. O Conselho da
Europa tem sede em Estrasburgo, França.

Conselho Europeu

O Conselho Europeu é um órgão da União Europeia (UE) composta pelos chefes de Estado ou de
governo dos Estados-membros, bem como pelo Presidente da Comissão Europeia. O Conselho
Europeu define as prioridades e orientações políticas gerais da UE. É responsável por tomar
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decisões estratégicas e definir a direção política da União. O Conselho Europeu reúne-se


regularmente, pelo menos quatro vezes por ano, e é presidido por um Presidente eleito pelos
líderes dos Estados-membros por um mandato renovável de dois anos e meio. O local de reunião
do Conselho Europeu pode variar entre os Estados-membros.

Conselho da União Europeia

O Conselho da União Europeia, também conhecido como Conselho de Ministros, é outra


instituição da União Europeia. É composto pelos ministros dos governos dos Estados-membros,
responsáveis por áreas específicas de políticas (por exemplo, assuntos externos, agricultura,
justiça). O Conselho da União Europeia é responsável por adotar legislação da UE, coordenar
políticas e tomar decisões importantes em conjunto com o Parlamento Europeu. A presidência
do Conselho da União Europeia é rotativa e é exercida por cada Estado-membro por um período
de seis meses. As reuniões do Conselho da União Europeia ocorrem em Bruxelas, Bélgica.

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