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Funcionamento
1. Conceito de OI
Segundo uma noção adoptada com ligeiras diferenças por vários autores,
compreendendo os diversos elementos caracterizadores de uma OI, esta pode definir-se
como “uma associação voluntária de Estados, constituida por tratado internacional e
dotada de personalidade jurídica, bem como de órgãos próprios, permanentes e
independentes, habilitados a exprimir uma vontade juridicamente distinta da dos seus
membros, com vista à realização de objectivos comuns”.
1
Quanto ao regime jurídico aplicável: as OI regem-se pelas normas do
Direito Internacional (são sujeitos de Direito Internacional); as ONG
regem-se pelo Direito Interno do Estado em que se constituiram.
2
União Telegráfica Internacional (1865)1;
Secretariado Internacional dos Pesos e Medidas (1875);
União Postal Universal (1878)2;
União para a Protecção da Propriedade Industrial (1883);
União para a Protecção da Propriedade Literária e Artística (1886);
Sociedade das Nações (SDN) (1919);
Organização Internacional do Trabalho (OIT) (1919); etc.
As OI, nos seus mais variados campos de actuação, contribuem para a preservação
da paz e segurança internacionais, a promoção do desenvolvimento económico, social,
cultural, técnico e científico, a liberalização do comércio internacional, a integração
económica, o apoio financeiro às economias dos países, a protecção das pessoas
desfavorecidas ou em risco, assim como a criação, aplicação e controlo da observância do
Direito Internacional, dentre outros.
3. Características das OI
1
Foi transformada na União Internacional das Telecomunicações, em 1932.
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Anteriormente designada por União Geral dos Correios (1875).
3
Os Estados federados raramente são membros de OI, embora tenhamos exemplos da Ucrânia e da Bielo-
Rússia, que eram membros da ONU enquanto estados federados da ex-URSS.
A Santa Sé é igualmente membro de algumas OI como a UNESCO e a União Postal Universal.
3
razão pela qual alguns autores definem a OI como associação de sujeitos de Direito
Internacional.
Embora existam OI criadas por decisão de outra OI4, a verdade é que o tratado
continua a ser a fonte das OI, o instrumento por virtude do qual elas adquirem
personalidade jurídica internacional, constituindo-se como sujeitos de Direito
Internacional.
4
Exemplo: a Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (ONUDI), o Programa
das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), a Conferência das Nações Unidas para o Comércio e
Desenvolvimento (CNUCED) foram instituídas por resoluções da Assembleia Geral da ONU. Porém, em
bom rigor, alguns autores defendem que não se tratam de novas OI, mas de órgãos subsidiários.
5
Veja, por exemplo, o Acto Constitutivo da União Africana ou a Carta das Nações Unidas. Porém, a
Constituição da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e a Convenção
sobre a Organização da Aviação Civil Internacional (OACI) consagram expressamente que estas OI gozam
de personalidade jurídica.
4
Convém salientar que o reconhecimento da personalidade jurídica internacional
das OI como sujeitos de Direito Internacional só sucedeu com o Caso da Reparação dos
Prejuizos Sofridos ao Serviço das Nações Unidas, TIJ, 1949, o qual recomendamos a
leitura e estudo sobre a sua importância.
6
Um tratado bilateral entre a OI e o Estado acolhedor, considerando que as OI são sujeitos de Direito
Internacional sem base territorial.
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BIBLIOGRAFIA