● Comunidade/Sociedade Internacional
→ Complexa
→ Plural
→ Fragmentada
→ Policêntrica
→ Institucionalização débil mas progressiva.
● História do DI
1→ Formação do DI – da Vestefália (1648) a Viena (1815)
É uma fase de guerras constantes na Europa em que os equilíbrios espontâneos
criados por tratados eram frequentemente violados para a formação de novos tratados.
Trata-se de uma fase de formação que corresponde à criação da Europa como hoje a
conhecemos. Os Estados, como soberanos, eram iguais entre si.
2→ Consolidação do DI – de Viena (1815) a S. Francisco (1945)
Corresponde ao concerto europeu. Foi a primeira forma de institucionalização do
dto europeu, a qual pretendeu durar ao longo do tempo. Tratava-se de uma forma de
directório, ou seja, ainda reconhecendo a soberania dos Estados, o equilíbrio das
respectivas relações era decidido pelas grandes potências, ficando os Estados mais
pequenos num segundo plano. Tratava-se, pois, de uma institucionalização precária de
carácter político-diplomático cujo equilíbrio não resistiu aos novos elementos que
surgiram nas relações entre os Estados:
princípio das nacionalidades;
princípio da autodeterminação dos povos;
ideia da nação enquanto representação política dos povos;
consolidação de princípios como a soberania e independência dos Estados,
institucionalizando-se as suas relações.
Nos finais do século XIX surgem novos elementos que colocam em causa a
concepção do DI básico:
surgem as primeiras organizações internacionais (OI), de carácter técnico;
industrialização (o desenvolvimento da realidade económica e social obrigou
os Estados a aprofundar as suas relações internacionais);
o dto de fazer a guerra é discutido, acabando por ter preterido a favor dos
movimentos pacifistas nas Convenções de Gaia. É criado um Tribunal para se resolver
os conflitos e disputas através de um modo jurídico. Contudo, com a Grande Guerra
de1945, verifica-se um recuo destes avanços.
1928→ Pacto de Interdição da Guerra, o qual não teve efeitos práticos. A primeira
metade do século XX foi uma fase de espera.
3→ O DI contemporâneo – de S. Francisco (1945) a …
Assistimos à criação das Nações Unidas, o que de certo modo retoma a ideia da
sociedade nações e de um quadro de organização das relações internacionais. Apesar de
não ter conseguido evitar a proliferação dos conflitos a nível global, estes são
localizados.
Desde 1945 que o DI tem vindo a abranger uma comunidade internacional cada
vez mais ampla, sendo, portanto uma organização de carácter universal que não deve ser
confundido com o Dto Europeu.
A segurança e paz internacionais são uma competência do Conselho de
Segurança, havendo uma relação de subordinação que ignora o princípio da soberania.
O DI contemporâneo
● Os desafios presentes
→ a globalização económico-financeira;
→ as ameaças naturais;
→ os desafios humanos (pobreza, diálogo intercivilizacional, conflitos armados,
terrorismo, proliferação nuclear, etc).
Todas estas questões solicitam o DI – em busca duma governance global.
Noção de DI
● Critérios de definição
→ Sujeito;
→ Objecto;
→ Fontes Normativas.
Definição do DI:
Critério a partir dos sujeitos → conjunto das normas criadas que regulam a relação
internacional dos sujeitos. É a concepção clássica encontrada na jurisprudência do
Tribunal Permanente da Justiça Internacional. O elemento fundamental é a vontade dos
sujeitos, manifesta nas convenções celebradas pelo Estado e no costume internacional.
Teve dois momentos no seu itinerário: num primeiro momento definiu o DI
como o ramo jurídico que disciplinava apenas as relações jurídicas entre os Estados,
contudo, no segundo momento, o DI já foi definido como o sector jurídico regulador
dos sujeitos da sociedade internacional, não os identificando apenas com os Estados.
Embora seja uma definição compreensiva das diversas realidades subjectivas
presentes no DI, actualmente este critério encontra-se ultrapassado. Quais os sujeitos de
DI? Como são determinados? São aqueles que as normas de DI consagram como tal, ou
seja, define-se com aquilo que está a ser definido.
Critério a partir do objecto → conjunto de regras que incidem sobre matéria de
natureza internacional (RTIGO 7º/2 da Carta das Nações Unidas). É um critério que
separa as matérias internacionais e as matérias internas, justificando-se na natureza
trans-estadual do DI. Contudo, tem como desvantagens que o invalidam o facto de
haver matérias não internacionalizáveis e a dificuldade em determinar a separação do
domínio dos Estados e do internacional.
Critério das fontes normativas → é um critério formal. Normas e princípios que
surgem de fontes transnacionais de criação do Dto. De acordo com este critério, o
sentido principal do DI é funcional, atendendo mais ao modo de produção das suas
regras do que ao sujeitos das relações internacionais ou às matérias por aquelas
abrangidas.
Fausto Quadros define o DI com base neste critério: “conjunto de normas
jurídicas criadas pelos processos de produção jurídica próprios da Comunidade
Internacional e que transcendem o âmbito estadual.”
Todavia, reduz o DI a uma dimensão meramente formal, ignorando as
dimensões materiais e subjectivas. Tem igualmente a dificuldade de no DI não haverem
apenas fontes que lhe sejam privativas.
● Cooperação
(prossecução de interesses próprios de sentido unívoco)
● Reciprocidade
(prossecução de interesses próprios correlativos – relação sinalagmática)
Os Estados assumem relações com diferentes interesses mas ao mesmo
tempo convergentes (ex.: imunidade diplomática). Tem um carácter bilateral e
horizontal do ponto de vista jurídico/formal.
● Subordinação
Recentes e ainda a excepção. Têm um carácter vertical. Ex.: as
competências do Conselho de Segurança em matéria de manutenção da paz.
26/2/2008
O Fundamento do DI. Teses em presença.
● Teoria sociológica
Afirma a obrigatoriedade do DI pela sua radicação nas relações internacionais,
sendo a vivência internacional geradora da necessidade de leis e normas que conservem
a sua coexistência.
Não são bem aceites pelos juristas por retiraram autonomia ao Dto.
→ A sociabilidade internacional (Scette)
→ O institucionalismo (Santi Romano) ↔ o Dto em geral mais não seria do que a
afirmação de um desejo de ordenação em torno de instituições sociais.
A realidade social institucionalmente organizada e o Dto Internacional como o
dto das instituições internacionais. Crítica: decorreria uma falta de autonomia do Dto
em relação à situação social.
→ A irrelevância do fundamento do Dto Internacional (Ago)
Trata-se de uma preocupação jurídica irrelevante.
● Crítica
→ Artigo 38º do Estatuto do TIJ (os ‘princípios gerais de Direito reconhecidos
pelas nações civilizadas’)
→ Parecer TIJ, caso “Reparação dos prejuízos sofridos ao serviço das NU, 1949
(http://www.icj-cij.org/docket/files/4/1835.pdf), pp. 24-26
→ o ius cojens. Breve referência.
Reconhece-se que existem princípios jurídicos que se podem reconduzir a
determinados factos sociais e que não podem reconduzir-se à vontade unilateral comum
dos cidadãos.
Ius cogens→ conjunto de princípios que não se consideram vinculativos para
sujeitos de Dto Internacional e dos quais estes não se podem desvincular,
independentemente de terem participado ou não na sua formação. Qualquer tratado que
violar o “ius cogens” é nulo.
Problema: embora não seja tudo convencional, não é reconhecida a sua
existência devido à opinião generalizada de que haveria riscos em tal, como a
possibilidade de haver uma utilização unilateral do ius cogens que imponha uma
concepção de dto ao sujeito diferente da visão de Dto.
Principal crítica: determinados princípios têm esse vector jurídico superior.
Alguns autores entendem que são princípios do ius cogens os princípios relativos à
salvaguarda da dignidade da pessoa humana.
Outros princípios apontados como sendo do ius cogens:
proibição do genocídio;
proibição da escravatura (continua a existir em alguns lugares);
proibição da tortura;
● Teses jusnaturalistas
Fazem apoiar a obrigatoriedade do DI no respeito por valores ou princípios de
Dto Natural, sediado acima do poder dos Estados, aos quais estes devem obediência.
Sublinha dignidade da pessoa humana.
→ O jusnaturalismo teológico ontológico (Le Fur)
→ O jusnaturalismo axiológico (Verdross, Afonso Queiró, Silva Cunha,
Gonçalves Pereira)
§ o jusnaturalismo axiológico assente na dignidade humana (Bacelar Gouveia)
● Teorias contemporâneas
→ O neo-contratualismo liberal (Rawls e Dworkin)
→ Teses deliberativas e da ética comunicativa (Habermas e Alexy)
Classificação do Dto Internacional
Bibliografia:
• Jorge Miranda, Curso de Direito Internacional Público, 3ª ed., pp. 9-32 e 37-39
28/2/2008
(pratica)
4/3/2008
As Fontes de Direito internacional.
● Fontes primárias
→ Costume
→ Tratados
→ Actos unilaterais do Estado e OI
● Fontes secundárias
→ Jurisprudência (reguladora de normas e princípios mas não criadora)
→ Doutrina (caso ‘Plataforma continental’ 1969, RFA Din. e Hol., pp. 36-37)
→ Equidade
→ Princípios gerais do Dto
Costume
Não se considera que haja uma hierarquia, é tratado em primeiro lugar por ser a
fonte mais antiga do Dto Internacional.
Elemento material → corpus (prática constante e uniforme). Não há uma
orientação unívoca em termos temporais (cf. caso ‘plataforma continental’ 1969,RFA vs
Dinamarca e Holanda, pp. 41-43) O espaço exterior (instantaneidade do costume a
partir da Declaração da AG-NU em 1963)
Proposta: a prática deve ter ocorrido cada vez que os sujeitos tiveram
oportunidade de a manifestar e deve ter uma carácter uniforme (caso ‘Haia de la Torre’,
1950, p. 277 e ‘Pescarias’ 1951, UK vs Nor, ). Relevância da objecção (‘Haia de la
Torre’, p. 277-278, e ‘Pescarias’ 1951, pp. 138-139) nos costumes locais e tendencial
irrelevância nos comuns (caso ‘plataforma continental’, 1969, RFA vs Dinamarca e
Holanda, pp. 41-42)
Manifestações da prática: actos dos órgãos internos e externos dos sujeitos de
Dto Internacional.
Elemento psicológico animus → opinio iuris vel necessitatis (caso ‘plataforma
continental’ 1969 RFA vs Din e Hol, pp. 44-45).
▪ Carácter objectivo.
▪ O problema da objecção persistente (caso ‘pescarias’ Nor vs UK 1951 e ‘Haia
de la Torre’, cits. ); ‘Plataforma continental’ 1969, RFA vs Din e Hol)
▪ Presunção iuris tantum (caso ‘pescarias, Nor vs UK)?
● Classificação
→ Âmbito: comum (generalidade - prática de em conjunto diversificado e
representativo de sujeitos) e particular (regional – caso ‘Haia de la Torre’-, ou local -
caso ‘direito de passagem’, Pt vs Ind, 1960).
→ Sentido (a questão do costume contra tractum – art. 27º Carta NU).
Ou seja, o Costume pode ser regional, local ou de alcance geral (a objecção de um
ou dois sujeitos é tendencialmente relevante.
→ Para existir o costume necessita da conjugação de dois elementos: o elemento
material (corpus), que se traduz na existência de uma prática reiterada, e o elemento
psicológico (animus), que consiste na convicção de que aquela prática é para ser
cumprida.
→ Elementos que constituem o “corpus” do costume: actos dos órgãos internos
e externos dos sujeitos de Dto Internacional. Prática constante, uniforme.
→ Classificação do Costume:
Comum; geral; particular (regional ou local) → abrange um conjunto de
sujeitos internacionais);
contra tratum (contrário ao tratado);
contra legem;
infra legem (corresponde ao secundum legem. Complementa, precisa ou
desenvolve uma lei);
secundum legem
Tratados
● Definição
Art. 2º nº 1, al. a), CVDTE: “um acordo internacional concluído por escrito
entre Estados e regido pelo Direito Internacional, quer esteja consignado num
instrumento único, quer em dois ou mais instrumentos conexos, e qualquer que seja a
sua denominação particular”.
● Proposta
Acordo de vontades entre sujeitos de DI, agindo nessa qualidade, de que
resultam efeitos jurídico-internacionais.
→ Protesto
Corresponde à manifestação de uma discordância, factual ou jurídica,
quanto a um acontecimento ou situação.
→ Promessa (caso ‘testes nucleares’, cit.)
Expressa a vontade do autor do acto na concessão de uma vantagem que
passa a ser juridicamente protegida, independentemente da existência de qualquer
retribuição, apenas dependendo de si própria, numa visão estritamente unilateral.
→ Renúncia
Vontade de um sujeito internacional fazer extinguir um direito que
pertença à sua esfera jurídica.
→ Reconhecimento
Representa a aceitação por parte do respectivo autor quanto à qualidade
de certa entidade como sujeito de Dto Internacional.
→ Notificação
Consiste na comunicação aos respectivos destinatários de uma qualquer
situação ou acontecimento, ao qual se associam efeitos jurídico-internacionais, de cujo
conhecimento depende a produção de tais efeitos na esfera jurídica de um sujeito
internacional.
▪ Os feixes de AJI
→ AJI não autónomos (mas com efeitos jurídico-internacionais) – adesão,
denúncia, etc.
● Regime jurídico:
→ A ausência de requisitos formais, excepto a publicidade (caso ‘testes
nucleares);
→ Vinculativos;
→ Irrevogáveis.
● Os actos das OI
→ Actos de eficácia interna e externa;
Actos que apenas se destinam à organização e ao funcionamento dos respectivos
órgãos e actos que se projectam nas relações jurídicas com outras entidades.
→ Actos normativos e não normativos;
Actos que incorporam normas jurídicas e actos que contêm somente efeitos
individuais e concretos.
→ Actos preceptivos e programáticos (a problemática do soft law);
→ Actos exequíveis e não exequíveis.
Actos que se aplicam por si mesmos e actos que para se tornaram operativos
carecem de um outro acto que lhes confira executoriedade.
(Bacelar Gouveia)
→ Actos vinculativos e consultivos
Actos que produzem efeitos obrigatórios e actos que apenas contêm
recomendações ou pareceres.
11/3/2008
Os Princípios Gerais de Direito. O Ius Cojens. A equidade e a decisão ex aequo et bono.
◘ Todos estes princípios são comuns aos sujeitos de Dto Internacional, mas há
princípios que vinculam apenas alguns desses sujeitos? Nem todos acham que sim, mas
existem, como os princípios relativos ao Estado de Dto e os princípios democráticos.
Jurisprudência
Doutrina
Ius Cojens
Equidade
Hierarquia do DI
● Critérios:
→ Ético-valorativo (em especial o jus cojens)
Coloca em evidência normas de Dto Internacional que correspondem a uma
orientação valorativa, nomeadamente as que consagram dtos humanos. São
inderrogáveis? Ius cojens não, mas outros normas poderão sê-lo através de acordo entre
as partes.
→ Formal (103º CNU)
Qualquer acordo contrário à Carta das Nações Unidas (CNU) não pode
prevalecer sobre esta. Há quem defenda que o ius cojens o é, mas tal é duvidoso.
Convenção de Viena (art. 41º) ↔ condições para que seja possível celebrar um
segundo acordo entre as partes que prevalecerá.
→ Cronológico
A norma posterior derroga a anterior, com excepção no ius cojens.
→ Lógico (lex specialis…)
Lei especial derroga a lei geral.
25/03/2008
Dto dos Tratados. Convenção de Viena Sobre o Dto dos Tratados entre os Estados
(assinada em Viena a 23/05/1969)
● Fases:
1 – Negociação
2 – Adopção do texto
3 – A vinculação das partes
4 – A entrada em vigor
5 – O registo e a publicação
→ CVDT negociação (2º, nº 1, al. e)
● Negociação
→ Integra todos os actos destinados a aproximar as partes que têm interesse nem
futuro articulado de tratado a celebrar. Nem sempre termina com a passagem à fase
seguinte, podendo deixar de haver vontade, nalgumas ou mesmo todas as partes
envolvidas, para consolidar as negociações.
→ A negociação internacional deve ser distribuída por três momentos distintos:
▪ Pré-negociação – estabelecimento das disposições que guiarão o processo
negocial através da identificação das partes e das matérias;
▪ Negociação geral – calendarização das negociações e definição dos sub-temas
materiais;
▪ Negociação específica – fase da consulta directa, recíproca e pormenorizada
entre os negociadores, efectuando-se a discussão dos vários sub-temas de acordo com o
esquema definido na fase anterior.
→ Pode apenas ser levada a cabo por entidades habilitadas para o efeito, sendo
esta capacidade para a negociação internacional designada de “plenos poderes”, o que
significa a apresentação de uma carta-patente, na qual se indica a pessoa do
representante e os actos para que está autorizado. Trata-se de um documento escrito que
deve ser assinado pelas entidades internamente responsáveis pela manifestação da
vontade de o Estado internacionalmente se representar nessa fase.
◘ Os tratados multilaterais e a negociação em conferência internacional
→ Habilitação negocial – a carta de ‘plenos poderes’ (art. 2º, nº 1, al. c) CVDT)
– pode ser de duas categorias:
▪ Habilitação funcional (art. 7º, nº 2 CVDT)
Autoriza o estabelecimento da negociação por parte daqueles que exercem certos
cargos na estrutura de poder do sujeito interessado.
▪ Habilitação específica (art. 7º, nº 1 CVDT)
Decorre de o sujeito internacional conferir uma carta de plenos poderes a alguém
para, em seu nome, poder negociar a elaboração de um texto de tratado internacional.
◘ A falta de ‘plenos poderes’ e a respectiva sanação (ar. 8º CVDT).
● Adopção do texto
→ Põe termo às negociações
→ Aprovação do texto (todos os participantes ou 2/3 – art. 9º CDVT).
→ Pode, portanto, ser dividida em dois sub-momentos: a aprovação do texto,
acto que expressa o encerramento das negociações, e a autenticação do texto, acto que
lhe atribui um valor de veracidade e de definitividade.
→ Efeitos: aplicação imediata das disposições que regem a autenticação do
texto, a manifestação do consentimento à vinculação, a entrada em vigor, as reservas, o
depósito, bem como outras que se suscitam antes da entrada em vigor – art. 24º, nº 4.
→ Autenticação do texto, que se torna definitivo – art. 10º CVDT
→ Assinatura e assinatura diferida (nos tratados multilaterais abertos para os
Estados que não negociaram ou negociaram e não adoptaram o texto – ex. a CVDT –
81º) ↔ é definitiva.
→ Assinatura ad referendum (está sujeita a aceitação) ↔ provisória
→ Rubrica ↔ provisória, estando a eficácia que lhe é inerente sempre
dependente da confirmação posterior por parte do Estado em causa (o mesmo se passa
com a assinatura ad referendum)
→ Outro processo (al. a) do art. 10º)
→ Efeitos: direito do Estado contratante a vincular-se; obrigação de não privar o
tratado do seu objecto ou do seu fim (boa fé) – art. 18º.
◘ Partes do Tratado:
→ Preâmbulo (razão de ser do tratado, intenções dos Estados que o negociaram)
→ Corpo dispositivo (tem o articulado ou clausulado, conforme seja redigido
por artigos ou por cláusulas)
→ Parte complementar (Anexos, Declarações, etc.)
◘ A questão das línguas e reflexos interpretativos (art. 33º)
● Vinculação internacional
É nesta fase que o sujeito internacional exprime a sua vontade de ficar obrigado
pelas cláusulas que constam do respectivo articulado.
→ Modalidades (art. 11º):
▪ Assinatura – nos acordos em forma simplificada (art. 12º: pode ser a rubrica
nos termos do nº 2, al. a, ou a assinatura ad referendum após confirmação)
▪ Troca dos textos (‘cartas’) – art. 13º
▪ Ratificação (acto livre), praticada no âmbito da vinculação dos Estados pelos
respectivos Chefes de Estado, estando reservada aos tratados solenes.
▪ Aceitação ↔ paralelo da ratificação mas no âmbito das OI
▪ Aprovação – art. 14º ↔ paralelo da ratificação mas no âmbito das OI
▪ Adesão – art. 15º ↔ surge quando está em causa a adesão de um sujeito que
não adoptou o texto, não tendo participado nas negociações, nem tendo feito a
respectiva assinatura diferida.
▪ Outro
→ A problemática das ratificações imperfeitas – art. 46º.
→ A vinculação, em princípio, faz-se em relação a todo o Tratado.
▪ Excepções: art. 17º
▪ A formulação de reservas (arts. 19º a 23º)
→ O Depósito nos tratados multilaterais
▪ Funções do depositário: arts. 76 e 77º.
◘ Reservas
→ A questão da sua formulação em tratados bilaterais
→ Noção – art. 2º, nº 1, al. d). Distinção de outras figuras, nomeadamente as
Declarações
→ Admissibilidade de reservas - art. 19º
▪ Inadmissibilidade total (ex. ERTPI – art. 120º) ou parcial (ex. CNUDM – art.
309º) – art. 19º, al. a) e b)
▪ Incompatibilidade com o objecto e o fim do Tratado – art. 19º, al. c)
▪ Momento da formulação (arts. 19º e 23º, nº 2)
▪ Processo (art. 23º).
▪ Aceitação:
Reserva expressamente prevista: desnecessidade de aceitação (art. 20º, nº 1),
excepto previsão em contrário.
Necessidade de aceitação:
• Por todas as partes (art. 20º, nº 2 – nº restrito de Estados e
especial objecto e fim do Tratado…)
• Pelo órgão competente da OI instituída pelo Tratado (art. 20º, nº
3)
• Aceitação tácita (art. 20º, nº 5)
→ Efeitos:
▪ Relatividade – produz os efeitos previstos na reserva nas relações entre o
Estado que a formulou e as outras partes que a aceitaram, não modificando as relações
entre estas últimas (arts. 20º, nº 4 e 21º, nºs 1 e 2)
▪ No caso de objecção à reserva:
• se o Estado objector não se opõe à entrada em vigor do Tratado
entre si e o Estado que formulou a reserva, as disposições sobre
que incide a reserva não se aplicam entre esses Estados na
medida do que foi previsto pela reserva – art. 21º, nº 3;
• Se o Estado objector se opõe expressamente à entrada em vigor
do Tratado entre si e o Estado que formulou a reserva, o Tratado
não entra em vigor nas relações entre esses Estados - art. 20º, nº
4, al. b)
→ Revogação – art. 22º
→ Competência – dos órgãos internos competentes para a vinculação
internacional do Estado.
● Entrada em vigor
→ Caso nada seja determinado pela vontade dos Estados contratantes (prevista
no Tratado ou determinada de outro modo) – art. 24º, nº 1 – entra em vigor no momento
da última manifestação do consentimento a ficar vinculado entre os Estados contratantes
– 24º, nº 2 – ou na data e termos que ficaram combinados nas respectivas disposições
finais ou por qualquer outro forma considerados relevantes.
É frequente adoptar-se um sistema misto.
→ A vigência em relação a um Estado que se vincule após a entrada em vigor
do Tratado dá-se no momento da manifestação da sua vinculação (excepto se o Tratado
dispuser diversamente) – art. 24º, nº 3.
→ A ‘pré-vigência’ – art. 24º, nº 4 (já referida)
Certa normas têm de entrar logo em vigência, sob pena de o tratado não se poder
consumar nos termos estabelecidos. Trata-se de uma vigência que se considera de
natureza parcial e temporária.
→ Aplicação provisória – art. 25º
Surge antes da vinculação e pode ser determinada para a totalidade ou para
apenas uma parte do texto, indo necessariamente além do âmbito de aplicação da pré-
vigência.
● Registo e publicação
→ Visa dotar os tratados internacionais do atributo da publicidade internacional,
a qual se desdobra em dois actos:
▪ registo, o que implica que cada tratado, identificado nas suas características
fundamentais, seja assinalado num registo próprio;
▪ publicação, o que implica a publicitação do conteúdo do tratado nas
publicações oficiais da ONU, assim como a sua disponibilização on-line nos respectivos
sites.
→ Compete ao Secretariado da ONU (art. 102º CNU) – art. 80º CVDT.
→ Efeitos da ausência de registo: inoponibilidade perante os órgãos das NU –
art. 102, nº 2 CNU.
→ A problemática dos Tratados secretos…
Bibliografia:
• J. Miranda, ob. cit., pp. 67-81 e 82-83
1/4/2008
Interpretação, integração e aplicação dos Tratados. Requisitos de validade e regime
das invalidades. Suspensão, cessação da vigência dos Tratados e recesso.
Interpretação
§ a interpretação dos Tratados e os direitos humanos (cf. Ac. TIJ de 27/6/2001, RFA
vs USA, LaGrand; Ac. TIJ 31/3/2004, México vs USA)
Integração de lacunas
→ o princípio pacta sunt servanda – arts. 26º e 27º. O problema das ratificações
imperfeitas – art. 46º
◘ Aplicação temporal
– Aplicação provisória antes da vigência (art. 25º)
– Não retroactividade (art. 28º)
– Sucessão de tratados no tempo (arts. 30º, 41º e 60º)
Abrange simultaneamente três questões distintas:
→ início da vigência temporal, aquando do estudo do procedimento de feitura
dos tratados internacionais, ocorre depois do último sujeito que assinou o texto ao
mesmo manifestar a vontade de lhe ficar obrigado;
→ fim da vigência temporal, ocorre nos diversos momentos de caducidade,
revogação e desvalor jurídico;
→ sucessão de tratados internacionais, podendo diferenciar-se entre regime
formal, que remete para uma das regulações em causa, a antiga ou a nova, e regime
material, que elabora uma solução própria, com normas específicas.
Os tratados internacionais não são retroactivos, “as disposições de um tratado
não vinculam uma Parte no que se refere a um acto ou facto anterior ou a qualquer
situação que tenha deixado de existir à data da entrada em vigor do tratado
relativamente a essa Parte”. Trata-se de uma orientação geral que aceita
derrogações, podendo haver efeitos retroactivos se essa for a vontade das partes,
expressa ou tacitamente produzida.
◘ Aplicação territorial (art. 29º - regra supletiva)
Encontra-se estritamente associada aos sujeitos que à mesma se vinculam.
A orientação prevalecente é a que for determinada pelas disposições finais de
cada texto convencional, podendo aí estabelecer-se regras de delimitação a respeito
do espaço geográfico a que o mesmo se aplica, de que são exemplos a cláusula
colonial e a cláusula federal.
Na falta de tais disposições é de supor que os tratados internacionais se aplicam
à totalidade dos territórios dos sujeitos que aos mesmos se obrigam.
◘ Aplicação subjectiva (arts. 34º a 38º)
– Pr. da relatividade (arts. 34º)
– A criação de obrigações para 3ºs (art. 35º) ↔ revogação art.37º
– A previsão de direitos para 3ºs (art. 36º) ↔ revogação art.37º
Refere-se ao círculo de entidade jurídico-internacionais a quem os respectivos
efeitos são concernentes.
Aplicando-se o princípio da relatividade, os efeitos decorrentes do tratado
atingem quem nos mesmos autorizou, “Um tratado não cria obrigações nem direitos
para um terceiro Estado sem consentimento deste”. Caso isto aconteça, são duas as
respostas dadas pelo CVDTE aos Estados que se encontrem nestas circunstâncias:
→ se se tratar de direitos, estes integram a esfera jurídica dos Estados terceiros
se estes nada disserem, valendo o seu silêncio como consentimento e vigorando uma
presunção iuris tantum;
→ se se tratar de obrigações, estas só integram a esfera jurídica dos Estados
terceiros se nisso expressamente tiverem consentido, não havendo lugar a qualquer
presunção.
◘ O art. 38º
◘ A oponibilidade erga omnes, nomeadamente dos tratados que criam situações
objectivas (fixação de fronteiras, neutralização, etc.)
Revisão e modificação dos Tratados
● Regime imperativo
Suspensão da aplicação
Cessação da vigência
Denúncia e recesso
→ De acordo com as disposições do Tratado – arts. 54º, al. a), 57º, al. a) e 58º,
nº 1, al. a) e nº 2
→ No caso de denúncia ou recesso ao abrigo do art. 56º, nº 1, a intenção deve
ser comunicada com 12 meses de antecedência – art. 56º, nº 2
→ O processo segue um regime idêntico ao referido para as invalidades (arts.
65º a 68º)
Bibliografia:
• J. Miranda, ob cit., pp. 81-93
8/4/2008
Conceitos Fundamentais
Tratado (solene)
Aprovação: Competência da Assembleia da República (AR)
Vinculação: é a ratificação que manifesta a vontade do Estado Português se vincular aos
tratados solenes.
Fiscalização preventiva da constitucionalidade: confirmação – art. 279º, nº 4 CRP.
Admite-se que possa haver confirmação no caso de inconstitucionalidade.
Acordo
Aprovação: Competência da AR (quando as respectivas matérias se incluem na esfera
da sua reserva de competência legislativa ou quando, sendo o Governo o órgão a quem
compete, entenda que deva cometer AR) ou Governo
Vinculação: a vontade de vinculação do Estado Português é logo manifestada com a
aprovação, parlamentar ou governamental.
Fiscalização preventiva da constitucionalidade: não confirmação? Numa interpretação
de teor literal, não há confirmação.
Ambos:
• Inadmissibilidade de vinculação a acordos por troca de notas sem posterior
aprovação ou ratificação, uma vez que tal dispensaria a intervenção do Chefe de
Estado, arredando aquele órgão fundamental do nosso sistema político de uma
intervenção no respectivo procedimento – art. 8º, nº 2
• Reserva material de Tratado? a essencialidade – arts. 161º, al i), 197º, nº 1, al. c),
8º, nº 2 e outras considerações em relação a “opções políticas primárias” (Jorge
Miranda). Mesmo de matéria análoga a DL de desenvolvimento deve ser
submetida à aprovação da AR, seja por Tratado ou acordo. O 277º, nº 2 atenua
os efeitos perversos no plano internacional.
A maioria da doutrina portuguesa tem-se inclinado para a existência de uma reserva
material de tratado, a qual implica que, havendo contratação internacional sobre certas
matérias, não possa haver a manipulação da escolha do procedimento, a ser
necessariamente o tratado solene, entendimento que deve ser genericamente seguido.
Isso sucederia sempre que o Estado Português se preparasse para estabelecer
convenções internacionais em matéria constitucionalmente incluída no “tratado”,
procedimento que constituiria um conceito normativo e não fáctico: a AR seria
competente não por ser um tratado mas porque deve ser um tratado.
Os argumentos fundam-se na defesa da preeminência da função parlamentar em
detrimento da função governamental, com a estranheza que a manipulação do poder
governamental sobre as matérias mais relevantes da contratação internacional causaria.
Minoritariamente, a doutrina também defende a não existência da reserva material
do tratado, pois este não é uma imposição constitucional, é algo que fica definido nas
negociações internacionais prévias. Argumentos:
- O facto de a escolha ser feita em plano internacional, interessando a todos os
Estados e podendo limitar a liberdade de negociação do Estado Português;
- Se houvesse essa reserva material, o texto constitucional falaria de tratado nas
mais sensíveis matérias, quando na verdade podem até corresponder a meras
convenções;
- As matérias em relação às quais a AR tem o poder de aprovar os tratados também
estão acolhidas na competência que se lhe defere na aprovação dos acordos que lhe
possam materialmente corresponder, sendo essa competência definida primariamente
pelo âmbito material e não pelo tipo de procedimento.
- O Presidente da República (PR) dispõe exactamente do mesmo poder, não
havendo o perigo de se excluir a sua intervenção.
▪ Artigo 8º CRP
Bibliografia:
• J. Miranda, ob cit., pp.94-119 e 139-185
Os sujeitos de DI
● Classificações
→ De base territorial
(Estado, confederação, união real, beligerante)
→ De fins gerais
(Estados)
→ Permanentes
(Estado, Santa Sé, Cruz Vermelha, Ordem de Malta, indivíduo e OI)
→ De capacidade plena
(Estado soberano)
● Tipos principais
1. Estados e entidades afins
2. Instituições não estatais
3. OI
4. O indivíduo e outros entes particulares
§ 1. a Humanidade - art. 136º CDMUN – a ‘Área’ (fundos marinhos); art. 1º do
TEUEE; Preâmbulo Estatuto TPI
§ 2. a Comunidade internacional - 53º CVDT (ius cojens); art. 5º Est. TPI (mas refere os
‘crimes contra humanidade’); arts. 33º e 48º do Projecto de Artigos sobre
Responsabilidade do Estado por actos ilícitos
Seja como for, só os Estados ou OI podem exercer esses direitos.
§ 3. os povos (remissão)
● Entidades pró-estatais
- Beligerantes – reconhecimento constitutivo. Aplicação do DI da guerra; neutralidade
de terceiros que reconhecem; irresponsabilidade do Estado quando o governo reconhece
- Movimentos de libertação nacional – os povos como sujeitos de DI? O pr. da
autodeterminação (arts. 1º, 73º e 76º CNU; Res. 1514-XV, de 1960, e 2625- XXV, da
AG NU). Requisitos representação e ‘controlo político’ do povo. O direito de petição do
Protocolo Facultativo anexo ao PIDCP (art. 7º).
§ os insurrectos (não são sujeitos de DI, mas caso venham a constituir governo ou a
criar um novo Estado os seus actos constituem actos ‘estaduais’ para efeitos de
responsabilidade). O seu reconhecimento visa colocá-los sob a tutela do DI humanitário
- A Autoridade Palestiniana e os respectivos territórios – entidade pré-estatal?
A situação da Palestina oferece contornos internacionais, indefinidos mas
aproximando-se de uma região internacionalizada, não sendo ainda um Estado.
● Entidades infra-estatais
- Mandatos e territórios sob tutela (regime caducado)
- Colónias autónomas (Bermudas, Ilhas Caimão)
- Territórios infra-estatais com capacidade internacional
- histórico – algumas cidades, incluindo Macau sob administração portuguesa
- Hong Kong e Macau – regiões administrativas especiais do Estado chinês (por
ex. são membros da OMC e têm ius tractum)
- o caso do Kosovo, nos termos da Res. 1244 do CS NU, de 1999 (território
nacional de um Estado com administração internacional)
- o território de Timor-Leste entre 1999 e 2002 (administração pela UNTAET)
● Entidades supra-estatais
- As confederações (histórico; a única recente foi a Senegâmbia)
São associações de Estados que se fundam num tratado internacional, em cujos
termos são vertidas as atribuições que lhe são transmitidas e os órgãos que ficam
incumbidos da respectiva prossecução.
- A união real (histórico – Áustria-Hungria)
Mantêm a sua soberania interna, ainda que limitada. Fusão entre o poder
estadual superior com os poderes estaduais subjacentes.
As uniões reais são verdadeiros Estados compostos, criados a partir de um
tratado internacional que integram vários Estados e que, do mesmo passo, absorvem
numa lógica de fusão, alguns dos órgãos dos Estados simples participantes.
- As associações de Estados (Commonwealth, CEI, eventualmente CPLP) – não têm
personalidade jurídica internacional
As associações de Estados fundam-se em pactos constitutivos que reflectem
aspectos da estrutura estadual dos que dela passam a fazer parte. O seu carácter sui
generis pode resultar de diversos aspectos que se deve ponderar:
- o facto de ostentarem esse nome, embora a realidade seja diversa;
- o facto de as atribuições concedidas não serem suficientes para justificar a existência
formal autónoma da estrutura compósito em relação aos Estados que dela fazem parte;
- o facto de o substrato em causa não se revestir de um elemento territorial.
§ a UE (remissão para o estudo do DC)
Organizações internacionais
Associação de sujeitos de DI, constituída mediante tratado segundo o DI, permanente
(não necessariamente sem termo), com vista a prosseguir fins comuns dos seus
membros, previstos no Tratado, dotada de órgãos e de direito próprios. Não tem base
territorial.
§ personalidade jurídica autónoma e capacidade de gozo limitada pelo princípio da
especialidade. O reconhecimento (nas OI universais – declarativo – cf. Parecer TIJ
“Reparações dos Prejuízos”, de 1949; nas restantes a doutrina divide-se).
● Classificações de OI
- Fins – gerais ou especiais (políticos, económicos, militares, etc...)
- Estrutura – intergovernamentais e supranacionais
- Acesso – abertas ou restritas (critérios: geográfico, político, económico, etc…)
- Âmbito geográfico – universais ou para-universais e regionais
- Duração – sem termo e com termo
● O indivíduo.
- a titularidade de direitos com tutela internacional - direito de queixa (Protocolo
Facultativo ao PIDCP; Convenção Americana dos Direitos do Homem) e de acção
jurisdicional (TEDH). O problema, com excepção da CEDH, é o duvidoso efeito directo
(carácter self-executing) das disposições convencionais que consagram direitos
humanos. Em várias instituições internacionais consagra-se o direito de petição.
- a responsabilidade por crimes internacionais – dos Tribunais de Nuremberga e
Tóquio (não internacionais) ao TPI
§ 1. a personalidade internacional é sempre limitada, pois não é um sujeito
activo, criador de DI, mas apenas passivo (titular de direitos e obrigações de DI criado
por outros sujeitos). Não há lugar a reconhecimento.
§ 2. a cidadania da UE. Breve referência com remissão para o DC
● As sociedades transnacionais
- A progressiva internacionalização do regime jurídico das suas acções (a acção do
CIRDI e a arbitragem internacional na resolução de conflitos com os Estados)
- Em rigor, continuam a ser sujeitos de direito interno.
Tem uma finalidade lucrativa específica e assumida, fundando-se num substrato
patrimonial, internacionalmente defendendo os seus interesses e pontos de vista.
▪ Direitos não políticos (Carta dos Direitos e Deveres Económicos dos Estados)
- Soberania plena e permanente sobre os recursos
- Participar no comércio internacional
- Direito de associação económica
- Direito de beneficiar do aproveitamento dos fundos marinhos (CNUDM)
Bibliografia:
• J. Miranda, ob. cit., pp. 187-230 e 235-247
Sujeitos de DI
Vicissitudes do Estado
• Em relação a Tratados:
– que regulam situações objectivas territoriais (fronteiras, etc.) – pr. da
continuidade (art. 11º CVSET)
– Tratados que prevêem a sucessão – faculdade ou aceitação do Estado
sucessor (art. 10º CVSET)
§ Há disposições especiais para as várias formas de sucessão de Estados (arts. 28º, 29º,
30º, 31º).
Domínios internos
• Território – superfície terrestre lato sensu, mar territorial e espaço aéreo. Está
sob a soberania do Estado, isto é sob a exclusividade, plenitude e autonomia de
jurisdição do Estado sobre o território e as pessoas que nele se encontram.
Fronteira – limite exterior de um território. Delimitação – processo jurídico de
determinação dos limites do território. Demarcação - processo técnico de
concretização dos limites.
– Superfície terrestre lato sensu – solo, subsolo, águas interiores (rios,
lagos, baías, etc.) situadas aquém da linha de base do mar territorial.
Relevância internacional: tradicionalmente nenhuma (não há direito de
passagem inofensiva, com a excepção do art. 8º, nº 2 CDM); o problema
das baías históricas (art. 10º CDM)
– Mar territorial – extensão até 12 milhas marítimas a partir do ponto
mais baixo da baixa-mar. A soberania abrange o leito e o subsolo. Há
uma restrição à plena soberania do Estado: o direito de passagem
inofensiva (arts. 17º a 32º)
– Espaço aéreo – a coluna de ar situada sobre a superfície terrestre e o mar
territorial. O limite superior é o espaço extra-atmosférico, cujos critérios
não estão perfeitamente determinados. Embora haja uma soberania plena
– art. 1º CCACI (não há direito de passagem inofensiva idêntico ao do
mar territorial – o Estado pode impor a aterragem – art. 5º CCACI, etc.),
é um domínio exaustivamente regulado por convenções internacionais
em matéria de navegação (com diversos direitos: sobrevoo, escala
técnica, etc).
Domínios internacionais
• O espaço exterior – toda a realidade física que se encontra para além dos
espaços definidos. Aplica-se-lhe o regime do DI. Os prs. fundamentais são:
utilização pacífica, liberdade de utilização; salvaguarda dos interesses de toda a
humanidade.
• Alto mar – definido por exclusão de partes (art. 86º CDM). O pr. fundamental é
o da liberdade de utilização por todos os Estados, para os mais diversos fins
desde que pacíficos (arts. 87º e 88º CDM). § o direito de visita (art. 110º CDM)
e o direito de hot pursuit (art. 111º CDM). Há um dever de cooperação em
diversas matérias, nomeadamente para a conservação e gestão dos recursos
vivos.
• Área – espaço constituído pelo leito do mar e o seu subsolo além dos limites das
jurisdições estaduais. A área e os respectivos recursos são património comum da
humanidade (art. 13º CDM), tendo sido criada uma Autoridade (OI) que exerce
os respectivos direitos (art. 137º). A sua utilização, que só pode ser pacífica,
deve fazer-se tendo em consideração os interesses da humanidade em geral, em
especial dos Estados e povos menos desenvolvidos (arts. 140º e 141º)
ONU
• Órgãos (art. 7º): AG, CS, CES, TIJ e Secretário-Geral (o Conselho de Tutela já
caducou)
Quanto à estrutura governativa (descrita no Cap. III da CNU), os órgãos da ONu
podem distinguir-se entre órgãos principais, onde se incluem a Assembleia Geral, o
Conselho de Segurança, o Conselho Económico e Social, o Conselho de Tutela, o
Tribunal Internacional de Justiça e o Secretariado (art.7º da CNU), e órgãos
subsidiários, que não são directamente definidos e apenas implicam o exercício de uma
vontade subordinada àquilo que estiver na génese da respectiva criação. São órgãos
subsidiários a CDI, o Alto Comissário para os Refugiados e o Conselho de Direitos do
Homem, junto da Assembleia Geral.
– Assembleia Geral – universalidade – art. 9º, nº 1; igualdade – art. 18º, nº
1
• Atribuições:
– políticas genéricas – arts. 10º e 13º - em relação às quais
pode adoptar recomendações (art. 14º). Em matéria de
manutenção da paz e segurança internacionais a sua
competência (excepto relativa a princípios gerais – art.
11º, nº 1), é subsidiária (art. 11, nº 2), não podendo
mesmo fazer qualquer recomendação quando o CS esteja
a exercer em concreto as suas funções específicas na
matéria (art. 12º)
§ de acordo com a Resolução 377(V) ‘Unidos para a Paz’, de Nov. 1950, a
AG pode ultrapassar a limitação acima referida em caso de ameaça à paz,
violação da paz ou agressão e em que o CS se manifeste incapaz de agir,
devido ao voto negativo de um membro permanente (que pode ir nos dois
últimos casos à recomendação do uso da força)
– controlo político sobre os outros órgãos – art. 15º
– competências específicas – orçamental (art. 17º); eleição
dos membros não permanentes do CS (art. 23º, nº 1);
admissão, suspensão e exclusão de membros (arts. 4º, 5º e
6º); eleição dos membros do CES (art. 61º); aprovação
dos acordos do CES com organizações especializadas (art.
63º); pedir pareceres e autorizar o seu pedido por outros
órgãos (art. 96º); definir o regime dos funcionários (art.
101º, nº 1); aprovar emendas à Carta (art. 108º); eleger em
conjunto com o CS os juízes do TIJ (art. 4º ETIJ)
§ tem desempenhado um importante papel na promoção da codificação do
DI
• Deliberação (se não for pedido o voto registado, só é indicado o
número global dos sentidos de votação)
– Questões importantes (2/3 dos presente e votantes) – art.
18º, nº 2 (inclui um elenco não exaustivo de ‘questões
importantes’)
– Outras questões (maioria dos presentes e votantes); aqui
se inclui a decisão de submeter outras questões a uma
maioria de 2/3 (o que sucedeu em relação à orientação
sobre a reforma do CS – Res. 53/30). Representa uma
minoria das resoluções.
§ há alguns anos que se desenvolve um esforço especial para alcançar
decisões por consenso, sendo a maioria das resoluções adoptadas sem
votação
– AG – reuniões:
• Em plenário ou em comissão
• Em sessões anuais regulares (Setembro a Dezembro) ou especiais
(art. 20º), incluindo de emergência (a pedido do SG, de 7 do CS
ou maioria da AG)
• Órgãos subsidiários (há vários comités, comissões e grupos de
trabalho).
– Conselho de Segurança
• Atribuição principal – manutenção da paz e segurança
internacionais que age em nome dos EM (art. 24º, nº 1), incluindo
envolvendo Estados não membros (arts. 31º, 32º, 33º, nº 2
– Competências:
» Estabelecimento de planos de regulamentação de
armamentos (art. 26º)
» Intervenção, convidando as partes num conflito
que possa vir a constituir uma ameaça à paz e à
segurança internacionais, a resolvê-lo através dos
meios do 33º
» Investigação sobre qualquer situação que possa
constituir uma ameaça à paz e segurança
internacionais (art. 34º)
» Formular recomendações sobre procedimentos ou
métodos de solução, por sua iniciativa (art. 36º),
por iniciativa de qualquer membro das NU (art.
35º), ou após submissão das partes (arts. 37º e
38º), a qual é obrigatória na impossibilidade de
resolução pelos meios do 33º.
» Determinar a existência de qualquer ameaça à paz,
violação da paz ou acto de agressão e formular
recomendações a esse respeito (art. 39º). Pode
ainda convidar as partes a aceitar medidas
provisórias (art. 40º)
» Aplicar sanções não militares (art. 41º)
» Adoptar acções militares (art. 42º)
• Outras Atribuições – eleger, em conjunto com a AG os juízes
do TIJ (art. 4º ETIJ); recomendar a admissão de novos membros,
a suspensão (e levantá-la) e expulsão de membros (arts. 4º e 5º);
recomendar à AG o Secretário-Geral a eleger (art. 97º)
§ 1. As decisões do CS que não sejam recomendações ou ‘convites’ são obrigatórias
para os EM (art. 25º)
§ 2. A execução das decisões do CS em matéria de manutenção da paz e segurança
internacionais cabe a todos ou a alguns membros, de acordo com a deliberação do CS
(art. 48º, nº 1) e será cumprida directamente por estes ou por organismos de que sejam
membros – ex. EU, CE (art. 48º, nº 2). Para levar a cabo medidas de natureza militar, os
EM têm obrigação de lhe prestar assistência e disponibilizar meios (arts. 43º e 45º), o
que poderá passar pela celebração de acordos (art. 43º, nº 3)
• Membros – 15 EM, entre os quais 5 permanentes expressamente
indicados (art. 23º, nº 1); os 10 restantes são eleitos pela AG para
um mandato de 2 anos (art. 23º, nºs 1 e 2)
• Deliberações:
– Cada membro tem um voto (art. 27º, nº 1)
– As ‘questões processuais’ são decididas por uma maioria
de 9 votos favoráveis (art. 27º, nº 2)
– As ‘questões não processuais’ entre os 9 votos têm de se
incluir os votos favoráveis dos membros permanentes
(direito de veto); a parte num conflito deve abster-se – art.
27º, nº 3 (um costume contra tractum consagrou a
orientação de que uma abstenção de um membro
permanente não impede a deliberação)
§ o duplo veto – a determinação do carácter processual ou não processual de uma
questão considera-se uma questão não processual, pelo que fica sujeita ao veto dos
membros permanentes
• Funcionamento:
– Permanente (art. 28º, nº 1)
– Órgãos subsidiários - art. 29º (tem diversos comités)
– TIJ
• Funcionamento – em plenário ou em câmara (excepcional) - arts.
25º e 26º ETIJ
• Os acórdãos em litígios são obrigatórios para as partes,
definitivos e inapeláveis (art. 94º, nº 1 CNU e 59º e 60º ETIJ),
podendo o CS ser chamado a intervir em caso de incumprimento
(art. 94º, nº 2 CNU)
• Composição do TIJ – 15 juízes eleitos, para um mandato de 9
anos, pelo CS e AG (arts. 3º e 4º ETIJ) a partir de uma lista
elaborada pelo SG (art. 7º ETIJ). § o juiz ad hoc (art. 31º, nº 2 e 3
ETIJ)
A garantia do DI
A responsabilidade internacional por actos ilícitos
• Consequências da ilicitude
– A invalidade do acto jurídico internacional viciado – v.g.- CVDT (parte
V); e/ou
– A responsabilidade do sujeito (Estado, OI, outros. § em especial a
responsabilidade penal e civil dos indivíduos – ERTPI e Convenção
contra a tortura…)
– Efectivação da responsabilidade:
§ 1. sujeitos lesados – pode ser um Estado (art. 42º), vários Estados (art. 46º) e/ou a
comunidade internacional (art. 48)
• Estado lesado – aquele em relação ao qual a obrigação era
devida, individual ou em conjunto com outros Estados, ou, no
caso de uma obrigação devida à comunidade internacional, a
respectiva obrigação o afecta especialmente ou altera o carácter
da obrigação geral (art. 42º)
• Pluralidade de lesados – art. 46º
• Invocação da responsabilidade por Estados não lesados – art. 48º
(obrigação devida a um grupo de Estados ou à comunidade
internacional – nº 1). Pode solicitar a cessação da conduta
violadora, o cumprimento da reparação aos lesados. Pode ainda
adoptar as medidas ‘legais’ admitidas no 54º.
§ 2. Pluralidade de infractores – art. 47º. Responsabilidade individual de cada Estado
pelo acto. Não há ‘litisconsórcio’ necessário (cf. Ac TIJ, Nauru vs Austrália, ‘Certain
Phosphate lands’), mas a responsabilidade pode ser solidária (nº 2)
§ 3. o pedido de responsabilização tem de ser intencional e específico (não basta um
Protesto). Exige-se uma notificação do Estado (art. 43º, nº 1), apresentando uma
reclamação, referindo a situação que entende ser violadora do DI e requerendo medidas
que lhe ponham termo e reparem os danos . Pode indicar as medidas e a forma de
reparação que entende adequadas (nº 2). Não tem de assumir nenhuma forma especial.
§ 4. Podem existir procedimentos especiais a respeitar – art. 44º. Em especial a
necessidade de exaustão dos recursos internos (v.g. art. 295º CDM).
§ 5. Renúncia à reparação – art. 45º (expressa ou tácita)
§ 6. Meios de resolução do conflito (remissão)
• é imperativa a resolução pacífica – art. 2º, nºs 3 e 4 CNU. O art. 38º prevê a
intervenção do CS a pedido das partes.
2 – Meios jurisdicionais:
• Os tribunais internacionais – o TIJ (remissão) e o TIDM – art.
287º e Anexo VI da CDM (em ambos a jurisdição sobre os
Estados é facultativa)
• Arbitragem – estabelecida ex ante por acordo, especial
(compromisso arbitral) ou geral (convenção geral de arbitragem),
ou prevista num tratado (cláusula arbitral); estabelecida ex post
por acordo especial. Pode decidir de acordo com o direito ou ex
eaquo et bono. A decisão é obrigatória.
§ 1. Quando o conflito possa vir a constituir uma ameaça à paz e à segurança
internacionais as NU podem intervir (a AG – 11º, nºs 2 e 3; o CS – 33º, nº 2, 34º, 35º,
36º).
A sua intervenção é subsidiária – art. 52º, nºs 1, 2 e 3.
Caso as partes não cheguem a uma solução do conflito pelos meios indicados,
devem submetê-lo ao CS (art. 37º, nº 1), que pode formular recomendações (arts. 37º, nº
2)
§ 2. O CS determinará se um conflito constitui uma ameaça à paz, uma violação da paz
ou um acto de agressão, situação em que pode adoptar: recomendações (art. 39º),
medidas provisórias (art. 40º), medidas coercivas (não militares – art. 41º) e militares
(42º) – remissão.
Bacelar Gouveia:
A ideia de ilicitude internacional
A solução dos conflitos internacionais pode percorrer dois caminhos: uma via
pacífica sem recurso à coerção e uma via bélica, através do recurso à força.
Quanto à via pacífica, a modalidade com maior relevância é a da solução política
dos conflitos internacionais, onde se pressupõe a adopção de esquemas que passam
apenas pelos respectivos sujeitos, sem que se imponha recorrer a estruturas do tipo
jurisdicional. É para esta via que se posiciona a CNU (art.33º/1).
São conhecidos os seguintes mecanismos:
- a negociação;
- os bons ofícios;
- a mediação;
- o inquérito; e
- a conciliação.
A negociação é o esquema mais simples e directo, partindo do pressuposto de
que a resolução do litígio deve aconselhar o entabular de conversações entre as partes
desavindas para se chegar a um entendimento que pode assumir a modalidade de um
sistema de consultas, podendo dela recorrer três resultados: a transacção, a aquiescência
e a desistência
Os bons ofícios integram a intervenção de uma entidade exterior às partes em
conflito que assume o papel relevante de as aproximar e colocar em discussão, ainda
que não participando directamente nesta, não lhe competindo sequer sugerir solução
para o conflito. O entendimento directo das partes na contenda é, portanto, igualmente
essencial.
Também na mediação encontramos a intervenção de uma entidade externa ao
conflito, mas agora com um papel activo, propondo soluções no sentido de virem a ser
aceites pelas partes, intervindo, assim, no procedimento negocial, embora deva contar
com a anuência das partes em dissídio.
O inquérito caracteriza-se pela convicção de que a discórdia entre sujeitos
internacionais assenta muita vezes no desconhecimento dos factos praticados, pelo que
se impõe a respectiva averiguação por parte de alguém que lhes é exterior, formando-se
uma comissão de inquérito.
A conciliação consiste da formação de uma comissão, em número ímpar e
composta por elementos indicados pelas partes em causa e por partes neutras, que possa
analisar a natureza e os pormenores do conflito, incumbindo-lhe propor uma solução,
apresentando-se como um esquema mais formal e complexo relativamente à ideia de
mediação.
Bibliografia:
• Jorge Miranda, ob. cit., pp. 261-265 e 327-333
§ Breve referência histórica – o ius belli, o ius ad bellum (a questão da ‘guerra justa’) e
o ius in bello
• A interdição do uso da força - art. 2º, nº 3 e 4 CNU, 52º CVDT e Res. AG nº
2625(XXV), de 1970.
• A utilização lícita da força:
1. Decretada pelo CS para a manutenção da paz e segurança internacionais
(remissão) – o sistema de segurança colectiva internacional
2. A legítima defesa do art. 51º CNU
3. A resposta a uma ‘agressão’ (Res. AG 3314 (XXIX), de 1974
4. O estado de necessidade ou perigo extremo (referidos)
5. Acções contra antigos inimigos – arts. 53º, nº 1 e 107º (caducados)
6. A autodeterminação dos povos?
7. A assistência humanitária?
§ além, de não exaustivo, não fornece uma definição que seja simultaneamente
objectiva e abrangente.
O ‘Draft Code of Offenses against the Peace and Security of Mankind’, adoptado
pela CDI em 1954, ia mais além e considerava um delito contra a paz e a segurança da
humanidade formas de ‘agressão indirecta’ que vão para além de g) e que foram
recuperadas recentemente:
“the undertaking or encouragement by the authorities of a State of activities calculated
to foment civil strife in another state, or the toleration of a State of organizaed activities
calculated to foment civil strife in another State;
the undertaking or encouragement by the authorities of a State of terrorist
activities in another State, or the toleration by the authorities of a State of
organized activivities calculated to carry out terrorist acts in another state;
acts by the authorities of a State in vilolation of its obligations designed to ensure
international peace and security by means of restrictions or limitations of armaments, or
on military training, or on fortifications, or of other restrictions of the same character;
the annexation by the authorities of a State of territory belonging to another State, by
means of acts contrary to international law;
the intervention by the authorities of a State in the internal affairs of another State, by
means of coercive measures of an economic or political character in order to force its
will and thereby obtain advantages of any kind”.
• As operações de paz não são um exclusivo do CS, podendo ter lugar num quadro
regional, misto (v.g. missão no Darfur) ou num outro quadro de cooperação
internacional, normalmente com autorização do CS - cap. VIII (o que se vai
passar no Kosovo, com a passagem da UNMIK para uma missão sob a EU).
Bacelar Gouveia:
A condenação internacional da guerra
A evolução ético-doutrinal clássica
A proscrição normativo-internacional
As operações de paz
Bibliografia:
• Jorge Miranda, ob. cit., pp. 265-281