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Constituição Portuguesa
Convenção de Viena de 1969 sobre o direito dos tratados
Origem do direito internacional
Relações entre os povos na antiguidade
● O direito internacional recua a passados muito recuados, antigamente as nações eram
reguladas por normas de cortesia
● A civilização romana determina que as relações jurídicas passam a ser reguladas por
normas jurídicas, a chamada evolução “ius gentium” significa direito das gentes, vigorou
até ao séc. XII
● O direito romano era necessário distinguir “ius civile” significa o direito da cidade, ou seja,
o direito dos cidadãos enquanto o “ius gentium”, era aplicado às relações entre os
estrangeiros e os romanos, um direito universal e aceite, destinado a satisfazer as
necessidades comuns. “praetor peregrinus” fazia o direito à medida que os problemas
surgiam e criava as regras
● O direito da união europeia é um direito criado de forma pretoriana, ou seja, conforme os
problemas vão surgindo as regras
● A escola clássica espanhola de direito internacional
● Opiano defende que as matérias pelas quais deve recair o ius gentium deve ser a paz e a
guerra, fala da guerra justa e injusta
● Grócio foi um jurista e foi graças a ele que o tratado de Tordesilhas deixou de existir,
defende que a liberdade de navegação do mar é um valor universal, escreve sobre a paz e a
guerra sob a influência de Platão, Aristóteles, cícero e são tomás de Aquino
o Vitória sec. 15, 16 e 17
▪ Com esta escola clássica o direito surge como a ordem jurídica da
comunidade internacional porque regula os povos que a constituem, na
ótica de vitória são válidas porque a sua existência é extraída da própria
comunidade internacional
▪ A vontade do estado não pode prevalecer ao direito internacional pois este
deriva da comunidade inteira
o Francisco Suarez – pai e fundador dos direitos humanos, grande jurista, pensador de
novos assuntos fora da época
▪ O ius gentium no direito romano era um direito interno, mas com Suarez
deve ser feita uma distinção e abranger 2 categorias
● Direito intragentes
o Direito de cada cidade, cada cidade ou reino observa dentro
de si próprio, o velho ius civile, aplicado às pessoas de cada
cidade
● Direito intergentes
o Direito que todas as nações devem observar entre si, direito
que vincula o direito entre estados nas relações entre si
corresponde ao direito moderno internacional público, Caso
LOTUS
o Domingo soto
o Para estes o direito das gentes assenta numa base objetiva, numa comunidade
internacional que ultrapassa os limites
o O direito internacional clássico mantém-se assim até ao fim da 1GM
o O direito internacional moderno surge com outros objetivos
Fragmentarismo
● A regulamentação do DIP não abrange todas as matérias que realmente são tratadas no
âmbito internacional.
● Apesar de ter como inconvenientes a existência de lacunas, bem como a separação entre a
esfera de atuação internacional e de atuação interna, o fragmentarismo é necessário dada
a dispersão e heterogeneidade das matérias que o DIP é chamado a regular. Há dois tipos
fragmentarismo:
o fragmentarismo horizontal: caracteriza-se pela falta de regulação de alguns assuntos
conexos com outros que já foram regulamentados, o que resulta num sistema
disperso e intermitente.
o Fragmentarismo vertical: pauta-se pelo carácter/orientação geral que o DIP atribui
às suas normas, deixando a aplicação/efetivação destas ao Direito Interno.
direito internacional
● Surge no séc. XII com jeremy benter com a expressão international law, implicava relações
entre nações
● Conjunto de normas jurídicas criadas pelos processos de produção jurídica própria da
comunidade internacional que transcende estadualmente
● Doutrina
o Critério dos sujeitos ou dos destinatários da norma
▪ Domina até aos anos 30 do séc. 20, o DI é o conjunto das normas jurídicas
que regulam as relações entre os Estados soberanos, contudo esta definição
revelou-se insuficiente, pois não regula apenas entre os Estados soberanos,
mas também sobre as organizações internacionais
o Critério do objeto da norma
▪ Tem em conta a matéria regulada pelo DI, as questões internas são
controladas pelo direito interno, à lei do estado e ao DI cabe o conjunto das
normas jurídicas que regulam as matérias internacionais por natureza
▪ O critério material era interessante, mas sem conseguir explicar as matérias
do mesmo, sem muita aceitação dando lugar ao critério da forma de
introdução da norma
o Forma de produção da norma
▪ Uma é interna ou internacional conforme a produção de uma respetiva
norma
● Interna – desenvolvimento interno
● Internacional – processo de produção jurídica próprio do direito
internacional
Comunidade internacional
● Noção de correspondência à existência de relações intersubjetivas que transcendem o
âmbito dos estados, porque se estabelecem entre os próprios estados, podem também
estabelecer entre os estados e indivíduos, esta ideia de comunidade tem haver com a
sociologia
● Comunidade – os membros estão unidos apesar de tudo o que os separa, conceito natural
como os vizinhos
● Sociedade – apela a algo que se constrói, mas é um conceito artificial, os membros estão
separados apesar do esforço que fazem para se unir
● Os autores com shemartsen, dizem que a comunidade internacional é onde existem fatores
comuns e convergentes entre os estados, mas os fatores de desagregação são mais fortes,
sendo antes uma sociedade e não uma comunidade. Uma concessão societária com base
no direito internacional clássico da comunidade internacional, apela a uma ordem jurídica
de mera coordenação de soberanias
● Após a 2gm e com o processo de construção da UE, vamos assistir à criação de três
comunidades, une pela primeira vez um conjunto enorme de países que na maioria do
tempo esteve em guerra
o Comunidade europeia do carvão e do aço
o Comunidade económica europeia
o Comunidade europeia de energia atómica
● O poder das comunidades é superior ao dos Estados no sentido em que é um poder
integrado, isto é, o poder que emana nestas entidades aplica-se na ordem jurídica interna
dos estados-membros
● Características do poder das comunidades europeias
o As pessoas são destinatárias das normas do direito
o O primado do direito comunitário, prevalecem sobre o direito interno, vital para a
progressão do direito europeu
o Acesso direto dos indivíduos aos tribunais comunitários
Direito comparado
● Método de estudo que visa confrontar normas jurídicas sobre o mesmo assunto de
diversos estados
Política internacional
● Conjunto de regras que servem para exercer melhor o poder, para conduzir o poder da
melhor forma
Pirâmide de normas
● tem vários escalões no topo - norma fundamental (Guunderro) - norma suprema - verdade
indemonstrável
● Pacta Sunt Servanda - os acordos devem ser cumpridos
● Consuetuda est - não responde à pergunta - a norma fundamental, pq é que é obrigatória?
no fundo a norma fundamental é uma ficção - apresentaram-se outras teses isto é uma
construção lógica "ubi docietas ibi,jus "
Norma jurídica
● não tem como fundamento uma norma no topo, mas sim a simples convivência de pessoas
que assim criam normas- Ubi Societus (bi, lus-onde há convivência, há Direito. Uma crítica
apontada a esta tese é que não explicam se são verdadeiras normas jurídicas.
Valores suprapositivos:
● Princípio Pacta. Sunt Servanda (compromissos livremente assumidos têm de ser cumpridos)
● Obrigação de reparar todo o prejuízo causado - responsabilidade internacional.
● Respeito pela autoridade - nenhuma sociedade subsiste sem respeito. valores - coloca o
problema do DI não no Ontológico, mas no Axiológico - descobre-o através da participação
da consciência moral nos valores - regra ética como valor absoluto e evidente da justiça.
Artigo 38 do ETIJ - fonte do direito internacional 1945
Teses Dualistas
● teses que se baseiam em vários argumentos, o di e interno são diferentes quanto às fontes,
para um é vontade de vários estados e no outro só de um estado, o sujeito são os estados e
o outro são as pessoas
● Uma norma interna tem valor, a internacional é feita através da transformação porque para
estes, voluntaristas, é necessário que os órgão s internos de um estado transformem
recebam e adaptem quilo que era uma norma internacional passa a ser interna, faz-se uma
lei e a lei tem um conteúdo, passa a valer na ordem como uma ordem interna, isto é um
sistema muito criticável porque efetivamente a norma internacional deixa de valer como
internacional, mas vale porque foi convertida numa norma interna como acontece no
sistema britânico. Isto tem algumas vantagens quando abordam uma questão
internacional, em termos jurídicos sabem que têm um sistema de transformação, não ser
apenas os órgãos a tratar do assunto externo
As teses monistas
● Com primado do direito internacional a norma de direito internacional só vale o que os
Estados queiram que valha, a que vinga em todo o mundo, tese monista comprimado do
direito internacional preponderância, o legislador não pode emitir leis contrárias ao direito
internacional, pode ser radical ou moderado
● Radical- kelsen – a norma interna que seja contrária à norma internacional, a interna é
nula, conduz uma última análise ao federalismo, cada vez tem menos importância porque
as decisões práticas vão-se impor na realidade em abas as teses convertem-se numa
“coisa” só respeitar o direito internacional
o O estado tem o direito de conformar a sua ordem interna às suas internacionais,
primeiro tem de alterar as suas leis
o Como é que cumpre? O estado tem inteira liberdade técnica para cumprir
o Se o estado não cumprir? Responsabilidade internacional
Reservas
● tratada nos art 19 e seguintes na CV
● declaração feita por um estado no momento da sua vinculação a uma convenção
internacional, onde este demonstra a sua vontade de se eximir de certas obrigações
resultantes do tratado, ou de definir o entendimento que tem acerca de algumas
obrigações resultantes do tratado
● normalmente os estados que votam contra querem no entanto ter a possibilidade de ficar
obrigados no tratado e então resolve ratificar o direito do tratado mas formulando a
reservas
○ são ou não admissíveis reservas aos tratados? art 19 a 23 CV. distingue 3 categorias
de tratados
■ Tratados celebrados entre um número restrito de Estados
● aplica-se o nº 2 do art 20, é essencial que a reserva seja aceite por
todas as fontes
● a reserva não pode ser proibida pelo tratado
● é necessário que o tratado autorize a reserva
■ tratados celebrados entre um grande número de estados
● admite-se a reserva se elas forem compatíveis com os fins do tratado
○ quem aprecia a compatibilidade é feita pelas partes do
tratado, os outros que aceitaram fazer parte do tratado. art
20 nº5
○ se não for formulada uma objeção à reserva no prazo de 12
meses à data em que foram notificados então considera-se
que os estados aceitaram a reserva. o tratado é modificado
pela reserva. aceitação tácita
○ Se um estado não aceitar é necessário que a objeção seja
acompanhada da manifestação da intenção dos estados em
não ficarem vinculados à reserva art 20 alínea B Nº4.
possibilidade de objeção à reserva
■ tratados que instituem organizações internacionais
● art 20 nº3, quando um tratado for um ato constitutivo de uma
organização internacional, uma reserva exige a aceitação de um
órgão competente dessa mesma organização, não quer dizer que na
prática os tratados prevejam reservas como acontece na Carta das
Nações unidas
O artigo 33, é sobre a interpretação de tratados autenticados em duas ou mais línguas. Quando
um tratado for autenticado em duas ou mais línguas, como acontece com a Carta das Nações
Unidas, o seu texto faz fé em cada uma dessas línguas, salvo se as partes acordam que em caso de
divergência prevalecerá um determinado texto.
Reconhecimento de Estado
● Nos termos que correm já não é aquele ato individual que todos os Estados proclamam que
reconhecem o Estado.
● Para que exista o Estado basta que se verifique os três elementos constitutivos do Estado.
○ Território
○ Povo
○ Poder político
● Não é preciso haver reconhecimento.
● Gerou-se a Doutrina Stimson 1932 - Não devem ser reconhecidos os Estados todas as
situações provenientes do recurso ilícito da força. Precursora da proibição geral do uso da
força nas RI para aquisição de territórios e direitos. Artigo 2.º da Carta das Nações Unidas -
Princípio de ius cogens.
● O reconhecimento de um Estado pode ser recusado. Espanha recusa-se a reconhecer a
Catalunha.
● O reconhecimento não implica relações diplomáticas nem está sujeito a nenhuma forma.
○ Reconhecimento pode ser expresso ou implícito
● Atualmente traduz-se numa fórmula de admissão de um Estado na ONU
Reconhecimento do Governo
● É um órgão.
● Ato qual o Estado afirma que é uma unidade política que tomou poder num outro Estado,
fora das formas constitucionais ou nesse outro Estado a função do governo foi posto em
causa por um grupo político rival.
● Governos mudam, Estados não.
○ Revolução 25 de Abril - os órgãos foram dissolvidos e uma autoridade militar
apoderou-se do poder - Conselho da Revolução. Forma inconstitucional.
● O reconhecimento do Governo (através de uma revolução, pois se for eleito é diferente) é
para efeitos internacionais. O nosso não foi bem aceite.
○ A Doutrina de Efetividade - assenta a sua ideia num Governo deve ser reconhecido
desde que exerça autoridade nesse território em condições de cumprir os deveres
internacionais do Estado.
○ A Doutrina da Legitimidade (1815 com a Santa Aliança) é mais antiga e foi se
democratizando. Exige que o Governo que chegue ao poder ilegitimamente
obtenha legitimação à posteriori (através de um referendo). Colocava em causa a
não-ingerência nos assuntos internos de outro Estado. ART 19 CV (se estiver a
ocorrer um tratado e um estado decidir não reconhecer um estado, pode ser uma
reserva se isto estiver previsto no tratado se não, não pode ser uma reserva)
aula 20-04
● Alguns levantam problemas, porque já não são sujeitos como os estados, porque ficamos
nos sujeitos dos estados e das posses marítimas na última aula. São estados não soberanos,
saber se os estados não soberanos são ou não sujeitos de direito internacional, estudar os
estados com uma classificação clássica do direito internacional:
○ Os estados semi soberanos como os estados de vassalo, estado protegido, o estado
membro de uma confederação, o estado membro de uma federação, o estado
exíguo e o estado neutralizado.
■ Estado vassalo
● Típico do sistema feudal, é o caso do Egipto na segunda metade do
séc. XIX. – Está ligado ao suserano por um vínculo feudal, havendo
alguns poderes da competência internacional que dependem da
autorização do suserano, como o Ius BELIUM. O estado de vassalo dá
contributo ao estado suserano – Andorra não é um estado de
vassalo, já houve uma época em que não tinha poder político
próprio, estava subordinada a um bispo
■ O estado protegido
● Portugal foi um estado sujeito a protetorado internacional, esteve
sujeito a um regime de resistência financeira, precisou de assistência
financeira, o protetorado internacional – é uma relação jurídica
estabelecida por tratado entre 2 estados em que o estado protetor
se compromete a proteger o outro, contra agressões externas.
Normalmente o protetor dirige a política internacional do estado
protegido e alguns aspetos da sua política interna. Um dos
protetorados mais conhecidos é o protetorado francês de Marrocos e
da Tunísia (casos históricos, fórmulas do tempo colonial). A situação
de Cadima, Cadima está sujeita a protetorado internacional de
Portugal, tratado de Simulambuco a 1 de fevereiro de 1885, a certa
altura entendeu-se que este tratado ainda estava em vigor. Um
protetorado a nível internacional distingue-se do quase
protetorado, que foi aplicado nos casos dos estados unidos em
relação a cuba, ao panamá e a república dominicana.
■ Um estado membro de uma confederação
● Também é um estado semi soberano, chamado confederado, não
tem personalidade internacional, não tem capacidade sobre as
matérias delegadas aos órgãos da confederação
■ Um estado federado:
● Aquele que faz parte de uma federação, a república confederativa do
brasil é constituída por estados federados. Os USA são constituídos
por estados federados, a república federal da Alemanha, etc. não
têm normalmente personalidade jurídica internacional, exceto se os
respectivos direitos constitucionais assim pedirem. Isto é, as
constituições americanas, por exemplo, não preveem, não permitem
o exercício de poderes internacionais dos estados federados.
Contudo, há um exemplo que é dado nos manuais, o caso da
constituição da união soviética, que previa que aos estados
federados podia conceder-lhes um extrato , justamente à Ucrânia e á
Bielorrússia.
○ O estado exíguo
■ É também semi soberano, é uma comunidade política que tem uma
diminuta extensão territorial, tem escassa população e, portanto, não está
em condições de exercer a soberania plenamente, nomeadamente o ius
bellum. Mónaco, Liechtenstein e San Marino. A principal restrição à sua
soberania tem a ver com o estado limítrofe, exerce a sua soberania em
relação ao estado de exíguo,(ex. suíça – Liechtenstein) limita-se a intervir
sempre que é necessário, dentro do caso do ius bellum e do ius legationis.
○ Estado neutralizado
■ comporta a proibição de participar em qualquer conflito armado. Não é
confundível com um estado simplesmente neutral, que é o que toma uma
decisão política de se abster de participar num conflito (Portugal na II
guerra). Também não se deve confundir estado neutral e neutralizado com a
neutralização do território, pode haver partes do território de um estado
que estão neutralizadas, que é proibido estabelecer pazes em instalações
militares. Ex. suíça desde 1815. Estes estados não têm ius bellum.
● Associações de estados
○ Resulta do direito constitucional, pode ou extinguir a personalidade internacional
do estado ou evitar a sua capacidade jurídica internacional, enquanto que a
associação de estados resulta do direito constitucional a organização internacional
resulta do direito internacional.
○ União real:
■ associação de estados. A diferença entre união real e confederações é que a
união real é uma associação de estados em que os membros conservam a
sua autonomia institucional, continuam a ser estados diferentes, mas
perdem a personalidade jurídica internacional em favor da união. Portanto,
mantém a personalidade constitucional, perdem a personalidade
internacional em favor da união real. A união real tem alguns pontos comuns
aos dois estados, nomeadamente, o chefe de estado e serviços comuns,
quer de relações internacionais como de defesa nacional. Ex. império
austro-húngaro. Não se deve confundir união real com união pessoal, não
tem nada a ver com associação de estados, os estados não se unem,
permanecem diferentes, mas o chefe de estado é o mesmo por razões de
sucessão. Ex PT e Espanha entre 1580 e 1640.
○ Organização internacional
■ Resulta do direito internacional. Se um estado for membro de uma O.I, a sua
personalidade jurídica não afeta a sua capacidade jurídica internacional.
○ Confederação de estados
■ É também uma associação de estados, mas é formada por tratados, criando
órgãos comuns, como a defesa nacional e as relações externas. Tem
personalidade internacional. Medida do pacto confederação, vai terminar as
limitações que cada estado confederado sofre. Enquanto um estado federal
é um estado, o brasil é um estado, na europa não temos muitos estados
federais, normalmente são territórios muito extensos. Confederações,
tivemos nos estados unidos a confederação americana, etc.
○ sujeitos sem base territorial
■ Consiste numa associação voluntária de sujeitos de direito internacional,
instituída por tratado ou por ato não convencional, que visa a prossecução
de objetivos comuns, mediante uma estrutura institucional própria e
regulada por normas jus-internacionais.
○ Sujeitos de fins espirituais
■ A santa se, sujeita ao direito internacional, foi reconhecida como sujeito por
um tratado entre Itália e a santa Sé, mas na verdade a santa Sé sempre teve
o Ius Legacíones. Tem soberania sobre o território da cidade do vaticano.
“não há uma nacionalidade vaticana”. Não tem Ius Bellum, mas tem Ius
pactum, que exerce através dos tratados. Tem Ius Legationis. Não intervêm
nos assuntos temporais. A soberana ordem de Malta é outro sujeito
internacional, é uma ordem do tempo dos cruzados, com 2000 anos, os
cruzados iam a Jerusalém, para tentar libertar Jerusalém dos índios, esta
ordem vem da chamada ordem de S. João de Jerusalém, exercida por
prerrogativas de doutrina palestina em Chipre, foi expulsa por Napoleão e
atualmente a sua sede é em Roma, dentro da Santa Sé.
26/04
organizações internacionais
aula 8-05
● criada em 1945
● tratado instituidor, carta das nações unidas, documento muito relevante
● A ONU tem um antecessor, a SDN foi instituída depois da 1GM, a primeira organização de
carácter universal criada no séc 20, depois fracassou perante a escalada dos totalitarismos,
segue-se a crise de Wall Street, a guerra civil espanhola etc. extingue-se em 1946
● fatos políticos
○ em 1941, o presidente dos EUA e o primeiro ministro do reino unido
encontraram-se num navio de guerra no oceano atlântico e assinaram a carta do
atlântico, é um doc político importante
○ em 1942 no decurso da guerra, no dia 1 de janeiro os estados em luta contra as
potências do eixo fazem uma declaração das nações unidas que contempla uma
promessa de que levarão a luta até ao final contra as potências do eixo
○ conferência de ialta, os representantes da URSS, EUA e UK consagram formas de
votação que estão na base da futura carta das nações unidas, juntamente com a
conferência de bretton oaks começam a elaborar o projeto da futura carta
● carta das nações unidas assinada em são francisco a 26 de junho de 1945 e entra em vigor
para os membros originários a 24 de outubro de 1945, portugal foi admitido a 14 de
dezembro de 1955
● alterações adotadas:
○ 1963
■ Assembleia Geral aprovou as emendas aos Artº. 23, 27 e 61 da Carta, as
quais entraram em vigor a 31 de agosto de 1965
○ 1965
■ A emenda ao Artº. 109, aprovada pela Assembleia Geral a 20 de dezembro
de 1965, entrou em vigor a 12 de junho de 1968
○ 1971
■ Uma posterior emenda ao Artº. 61 foi aprovada pela Assembleia Geral a 20
de dezembro de 1971 e entrou em vigor a 24 de setembro de 1973
● estamos perante um tratado internacional
● porque foi instituída?
○ encontramos no preâmbulo
○ primeiro a guerra
○ segundo os direitos fundamentais, dignidade da pessoa humana, direitos
fundamentais e igualdade de direitos, nações grandes e pequenas
○ manutenção da justiça e do respeito das obrigações de grandes tratados e de outras
fontes do direito internacional, promover melhores condições de vida etc.
● art 1 - temos os objetivos que seguem para prosseguir os objetivos, servem para prosseguir
determinados fins da organização
○ os fins constam no art 1
■ paz e segurança internacionais
■ desenvolvimento das relações cordiais e amistosas entre os Estados,
referência ao princípio da igualdade e da autodeterminação dos povos
■ realizar a cooperação internacional em várias áreas
■ ser um fórum internacional
■ se a ONU se se dedicar a outras matérias está a violar o princípio da
especialidade, mas com objetivos tão vagos podemos dizer que se trata de
uma organização de fins gerais
● art 2 - princípios, ou seja, a organização baseia-se em princípios gerais positivos e negativos
○ princípios gerais positivos
■ princípio da igualdade soberana n1
■ princípio da boa fé n2
■ princípio da solução pacífica de conflitos n3
■ renúncia ao uso da força n4
■ respeito pela integridade territorial e independência política entre os
estados n5
● rússia viola na ucrânia
■ princípio da manutenção da paz e da segurança internacionais
● significa que tem que haver meios para a organização poder atuar
■ estes princípios são gerais de direito plasmados na carta mas além destes
existem outros positivos com o da universalidade, tentam abranger a
totalidade do globo, ou seja mesmo os que não são membros art 2 n6
○ princípios gerais negativos ou limitadores
■ princípio do domínio reservado dos estados
● princípio geral de direito internacional comum que aplica a proibição
da intervenção da ONU nos negócios internos dos estados, art 2 n7,
tem levantado muita polémica e é muito controverso porque
pergunta-se o que é a intervenção. critérios:
○ critério jurídico
■ não pertence à jurisdição interna uma questão que
um estado tenha revelado através de um tratado
internacional, se fizeram um tratado sobre esse
assunto já não é um assunto interno
○ critério político
■ mais abrangente, questões que em princípio são
apenas de relevância interna mas podem-se tornar de
relevância internacional quando a sua existência afeta
as relações internacionais, mais concretamente a paz
e segurança internacionais como a matéria das
questões climáticas
● direito de ingerência humanitária
○ Será que as organizações humanitárias têm o direito de
auxiliar, quem tem o direito de o receber? Se um estado tiver
uma catástrofe pede ajuda internacional, como acontece com
os fogos por exemplo. se as organizações podem prestar
auxílio ou o dever?
■ corredores humanitário - direito de passagem
inofensiva, os que vão auxiliar podem passar, estes só
podem prestar auxilio médico e alimentar, tem que
ser imparcial nos conflitos
● princípio da legítima defesa
○ conta no art 51 na carta, permanentemente invocado, nada
prejudica o direito da legítima defesa. invocado pela ucrânia
para ripostar
○ é um direito transitório só existe até que o conselho de seg
tome as medidas necessárias, não toma por causa do veto da
rússia e da china se não seria utilizado o art 53
○ tem que existir um ataque armado
○ o estado atacado tem que comunicar imediatamente as
medidas adotadas. se isto não acontecer passamos a ter um
excesso de legítima defesa, tem que obedecer ao princípio da
proporcionalidade, se existe legítima defesa preventiva ou
preemptiva
○ pactos de defesa coletiva - pacto do atlântico tratado de
washington 1949 que deu origem à formação do tratado do
atlântico norte conhecida por NATO e o pacto de varsóvia
porque a URSS em 11949 veio dizer que a NATO era ilegal e
que não podia ser um acordo regional elaborado ao abrigo do
art 53
Membros ONU
Funções da ONU
● OCDE
○ organização internacional regional que começou por ser uma organização a nível
europeu chamada OCE
○ criada para gerir a ajuda do plano Marshall, a 5 de junho de 1947
○ é criada a 16 de abril de 1948 e geriu o auxílio do plano Marshall
○ os países membros representam 80% do comércio mundial
○ portugal é um membro originário e esta organização tem sede em paris
○ estrutura
■ conselho
● representado por um representante de cada estado membro
● delibera por unanimidade
● possibilidade de abstenção e não se aplica ao mesmo quando algo é
aprovado
■ comité executivo
● NATO
○ tratado do atlântico norte assinado a 4 de abril de 1949
○ 12 estados fundadores, entre eles portugal
○ pacto de washington é um acordo de assistência mútua em caso de agressão
○ órgão
■ conselho do atlântico norte
● Conselho da europa
○ uma das mais importantes da europa
○ engloba os direitos humanos
○ rússia expulsa do conselho da europa
○ portugal não podia aderir porque se encontrava numa ditadura
○ caráter político, está na base da criação do tribunal europeu dos direitos humanos
conflitos internacionais
● antes de ser proibido o uso da força nas relações internacionais nos termos do art 2 da
carta
● ius belli
○ Consiste na capacidade de usar a força como instrumento de relacionamento entre
sujeitos internacionais,
○ estando hoje bastante reduzido face às restrições impostas pela Carta das Nações
Unidas.
○ Mas estas categorias estão já ultrapassadas: a maior parte da Doutrina, tende a
aceitar que podem existir outras formas de relacionamento internacional (ex.
participação em Instituições internacionais - Cruz Vermelha) / Madeira no Comité
das Regiões Autónomas, é um sujeito de direito internacional?).
● atualmente não se fala do direito da guerra
● causas
○ territoriais
○ ideológicas
○ estratégicas
○ políticas
● também podem existir conflitos entre estados e sujeitos internacionais, como israel e
autoridade palestiniana
● podem desenrolar-se no interior de um estado ou sobre a administração de um estado
○ guerras civis
○ guerras de secessão - guerra de separação, catalunha quer se separar da espanha
○ guerras coloniais
■ podem degenerar a conflitos internacionais, estendem-se a outros países,
outros estados e organizações interferem nessas guerras
○ por isso aplicam-se institutos
■ reconhecimento beligerantes
■ movimentos de libertação
■ figura como a proteção planetária
● conflito entre indivíduo e um estado pode dirigir-se contra uma
instituição internacional
● a assembleia geral e o CS reconhecem situações de conflitos nos termos dos art 34 e 35 e o
tribunal internacional de justiça fala de conflitos entre estados art 36 nº1 do estatuto
● conflitos
○ jurídicos
■ discute-se a interpretação e validade do direito internacional e a sua
aplicação
○ políticos
■ se estão em causa interesses políticos é um conflito político
● momentos dos conflitos
○ momento inicial
■ ainda não existe conflito e tenta-se chegar a uma solução
■ capítulo sexto da carta
○ momento em que o conflito já é armado ou está na iminência de se tornar armado
■ capítulo sétimo da carta
● conflitos internacionais são sempre ou quase sempre bilaterais, mas também podem ser
entre blocos de estados
● como o direito internacional responde aos conflitos soluções:
○ meios relacionais de solução, meios institucionais, meios políticos e meios jurídicos
■ negociação
● conversação entre estados, tentam entrar em entendimento
normalmente através de canais diplomáticos
■ inquérito
● inquire sobre factos que deram origem ao conflito
■ bons ofícios
● terceiro estado que tenta aproximar os estados em conflito
levando-os a negociar
■ grupo de contacto
● tenta-se obter info junto das partes para saber se existem condições
para negociar
■ mediação
● terceiro estado entra nas negociações e propõem uma solução
■ arbitragem
● forma-se um tribunal AD HOC, criação de um tribunal onde não
estão presentes juízes de nenhuma das parte mas com membros
escolhidos pelas partes procurando a equidade
■ conciliação
● comissão independente que examina e propõem uma solução
■ via judicial
● tribunal permanente e tenta-se resolver o problema, tribunal
internacional de justiça art 92 da carta e art 36 do estatuto
■ recurso a organizações regionais
■ ou qualquer outro meio pacifico à escolha