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DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

Constituição Portuguesa
Convenção de Viena de 1969 sobre o direito dos tratados
Origem do direito internacional
Relações entre os povos na antiguidade
● O direito internacional recua a passados muito recuados, antigamente as nações eram
reguladas por normas de cortesia
● A civilização romana determina que as relações jurídicas passam a ser reguladas por
normas jurídicas, a chamada evolução “ius gentium” significa direito das gentes, vigorou
até ao séc. XII
● O direito romano era necessário distinguir “ius civile” significa o direito da cidade, ou seja,
o direito dos cidadãos enquanto o “ius gentium”, era aplicado às relações entre os
estrangeiros e os romanos, um direito universal e aceite, destinado a satisfazer as
necessidades comuns. “praetor peregrinus” fazia o direito à medida que os problemas
surgiam e criava as regras
● O direito da união europeia é um direito criado de forma pretoriana, ou seja, conforme os
problemas vão surgindo as regras
● A escola clássica espanhola de direito internacional
● Opiano defende que as matérias pelas quais deve recair o ius gentium deve ser a paz e a
guerra, fala da guerra justa e injusta
● Grócio foi um jurista e foi graças a ele que o tratado de Tordesilhas deixou de existir,
defende que a liberdade de navegação do mar é um valor universal, escreve sobre a paz e a
guerra sob a influência de Platão, Aristóteles, cícero e são tomás de Aquino
o Vitória sec. 15, 16 e 17
▪ Com esta escola clássica o direito surge como a ordem jurídica da
comunidade internacional porque regula os povos que a constituem, na
ótica de vitória são válidas porque a sua existência é extraída da própria
comunidade internacional
▪ A vontade do estado não pode prevalecer ao direito internacional pois este
deriva da comunidade inteira
o Francisco Suarez – pai e fundador dos direitos humanos, grande jurista, pensador de
novos assuntos fora da época
▪ O ius gentium no direito romano era um direito interno, mas com Suarez
deve ser feita uma distinção e abranger 2 categorias
● Direito intragentes
o Direito de cada cidade, cada cidade ou reino observa dentro
de si próprio, o velho ius civile, aplicado às pessoas de cada
cidade
● Direito intergentes
o Direito que todas as nações devem observar entre si, direito
que vincula o direito entre estados nas relações entre si
corresponde ao direito moderno internacional público, Caso
LOTUS
o Domingo soto
o Para estes o direito das gentes assenta numa base objetiva, numa comunidade
internacional que ultrapassa os limites
o O direito internacional clássico mantém-se assim até ao fim da 1GM
o O direito internacional moderno surge com outros objetivos

Fragmentarismo
● A regulamentação do DIP não abrange todas as matérias que realmente são tratadas no
âmbito internacional.
● Apesar de ter como inconvenientes a existência de lacunas, bem como a separação entre a
esfera de atuação internacional e de atuação interna, o fragmentarismo é necessário dada
a dispersão e heterogeneidade das matérias que o DIP é chamado a regular. Há dois tipos
fragmentarismo:
o fragmentarismo horizontal: caracteriza-se pela falta de regulação de alguns assuntos
conexos com outros que já foram regulamentados, o que resulta num sistema
disperso e intermitente.
o Fragmentarismo vertical: pauta-se pelo carácter/orientação geral que o DIP atribui
às suas normas, deixando a aplicação/efetivação destas ao Direito Interno.

direito internacional
● Surge no séc. XII com jeremy benter com a expressão international law, implicava relações
entre nações
● Conjunto de normas jurídicas criadas pelos processos de produção jurídica própria da
comunidade internacional que transcende estadualmente
● Doutrina
o Critério dos sujeitos ou dos destinatários da norma
▪ Domina até aos anos 30 do séc. 20, o DI é o conjunto das normas jurídicas
que regulam as relações entre os Estados soberanos, contudo esta definição
revelou-se insuficiente, pois não regula apenas entre os Estados soberanos,
mas também sobre as organizações internacionais
o Critério do objeto da norma
▪ Tem em conta a matéria regulada pelo DI, as questões internas são
controladas pelo direito interno, à lei do estado e ao DI cabe o conjunto das
normas jurídicas que regulam as matérias internacionais por natureza
▪ O critério material era interessante, mas sem conseguir explicar as matérias
do mesmo, sem muita aceitação dando lugar ao critério da forma de
introdução da norma
o Forma de produção da norma
▪ Uma é interna ou internacional conforme a produção de uma respetiva
norma
● Interna – desenvolvimento interno
● Internacional – processo de produção jurídica próprio do direito
internacional

Comunidade internacional
● Noção de correspondência à existência de relações intersubjetivas que transcendem o
âmbito dos estados, porque se estabelecem entre os próprios estados, podem também
estabelecer entre os estados e indivíduos, esta ideia de comunidade tem haver com a
sociologia
● Comunidade – os membros estão unidos apesar de tudo o que os separa, conceito natural
como os vizinhos
● Sociedade – apela a algo que se constrói, mas é um conceito artificial, os membros estão
separados apesar do esforço que fazem para se unir
● Os autores com shemartsen, dizem que a comunidade internacional é onde existem fatores
comuns e convergentes entre os estados, mas os fatores de desagregação são mais fortes,
sendo antes uma sociedade e não uma comunidade. Uma concessão societária com base
no direito internacional clássico da comunidade internacional, apela a uma ordem jurídica
de mera coordenação de soberanias
● Após a 2gm e com o processo de construção da UE, vamos assistir à criação de três
comunidades, une pela primeira vez um conjunto enorme de países que na maioria do
tempo esteve em guerra
o Comunidade europeia do carvão e do aço
o Comunidade económica europeia
o Comunidade europeia de energia atómica
● O poder das comunidades é superior ao dos Estados no sentido em que é um poder
integrado, isto é, o poder que emana nestas entidades aplica-se na ordem jurídica interna
dos estados-membros
● Características do poder das comunidades europeias
o As pessoas são destinatárias das normas do direito
o O primado do direito comunitário, prevalecem sobre o direito interno, vital para a
progressão do direito europeu
o Acesso direto dos indivíduos aos tribunais comunitários

Relações jurídicas que se estabelecem no seio da comunidade internacional


● Relações de coordenação ou de cooperação – são relações horizontais, Portugal colabora
com Espanha, cooperam para resolver problemas comuns, não restringem soberania
● Relações de subordinação – relações típicas do espaço comunitário, as comunidades
europeias, podem existir relações verticais, existe um poder superior, chamado de poder
comunitário que é superior ao dos estados-membros
● Relações de reciprocidade respondem ao tipo mais antigo de relações, tem haver com
tratados bilaterais, relações de reciprocidade implica bilateralidade, exemplos tratados de
dupla nacionalidade, tratados de extradição

Direito internacional moderno


● Ius cogens, têm uma qualidade aditiva são imperativas, se não forem observadas acarretam
sanções como anualidade de tratados caso esta seja violada

Direito comparado
● Método de estudo que visa confrontar normas jurídicas sobre o mesmo assunto de
diversos estados

Política internacional
● Conjunto de regras que servem para exercer melhor o poder, para conduzir o poder da
melhor forma

Caracter jurídico do direito internacional


● As normas de DI não têm as características técnicas necessárias para serem qualificadas de
nomas jurídicas, “na comunidade internacional não há legislador, juiz ou polícia”
● Contra argumentaram com uma soberania una divisível, não aceita restrições à sua
soberania

Fundamento do direito internacional


doutrinas voluntaristas
● É a vontade dos Estados que anima obrigatoriedade das normas de DIP, o sistema jurídico
internacional é o reflexo da manifestação da vontade dos Estados que consentiram no
estabelecimento de relações e de vinculações
● Junkin -filosofia soviética - até à perestroika, muito criticadas - se os Estados podem chegar
a um acordo também o podem desfazer
o Teoria do Direito Estadual Externo
▪ Assume que o DIP não existe como tal, sendo o "direito internacional"
apenas uma projeção do Direito Interno do Estado, podendo este vincular-se
e desvincular-se livremente, não aceitando qualquer situação de
heterolimitação normativa.
o Teoria da autolimitação do Estado
▪ Os Estados consentem em autolimitar-se, celebrando Tratados. Tudo radica
na vontade do Estado, não sendo este obrigado a reconhecer uma vontade
externa que lhe seja imposta. Esta teoria, todavia, nunca poderia ser aceite,
uma vez que permite a desvinculação unilateral dos Tratados, o que
comporta uma violação do princípio fundamental pacta sunt servanda
o Teoria da vontade comum ou coletiva
▪ A vinculação internacional dos Estados resulta da afirmação de uma vontade
conjunta, de um acordo comum de todos estes de prosseguir interesses
comuns. Estas teorias caíram em desuso porque se baseiam apenas na
vontade dos Estados, ignorando as outras fontes de DIP, como os costumes,
e porque existem outros sujeitos no plano internacional que não são Estados
(como as organizações internacionais).

Doutrinas não voluntaristas


● O Direito Internacional não radica na vontade dos Estados, apesar de estes serem
importantes para a produção de normas internacionais. Estas teorias advogam que não é
por o DIP ser querido que é obrigatório (ao contrário do defendido pelas teorias
voluntaristas)
● Positivismo Normativista
o visa superar o voluntarismo - no quadro que chamamos o positivismo jurídico -
escola de pensamento do direito que defende que só existe o direito que tem
normas escritas que são conhecidas e positivas. isto foi desenvolvido por duas
escolas de direito - de Viena - jurista Hans Kelsen - defendeu que a NATO não podia
constituir-se porque Portugal era membro fundador da NATO e não da ONU -
italia-Anziletti – Perassi
● teoria sociológica e institucionalista
o O DIP radica nas relações internacionais e a convivência internacional carece de
regulação, de forma a evitar a anarquia no plano internacional. Assim, o DIP é
necessário, para que este objetivo seja cumprido.
● Teoria jusnaturalista
o Grotius defendia um misto entre voluntarismo e jus naturalismo- Jus Naturalismo
Racionalista Jus Naturalismo - Norma ou ordem normativa é uma ordem normativa
jurídica surrapositiva Duas escolas-Escola Jus Naturalista Católica e Jus Naturalista
dos Valores católica - Aristóteles e São Tomás de Aquino. Direito Natural é a base do
DI. Direito Natural vai se basear no Direito Ontológico.
o A obrigatoriedade do DIP assenta no respeito em valores ou princípios de Direito
Natural que são superiores aos Estados, devendo-lhes esta obediência. O Direito
Natural é vinculativo na medida em que os Estados se devem apresentar conforme
aos seus valores. Como tal, há normas de DIP que fazem parte do Ius Cogens
(direito imperativo).

Pirâmide de normas
● tem vários escalões no topo - norma fundamental (Guunderro) - norma suprema - verdade
indemonstrável
● Pacta Sunt Servanda - os acordos devem ser cumpridos
● Consuetuda est - não responde à pergunta - a norma fundamental, pq é que é obrigatória?
no fundo a norma fundamental é uma ficção - apresentaram-se outras teses isto é uma
construção lógica "ubi docietas ibi,jus "

Norma jurídica
● não tem como fundamento uma norma no topo, mas sim a simples convivência de pessoas
que assim criam normas- Ubi Societus (bi, lus-onde há convivência, há Direito. Uma crítica
apontada a esta tese é que não explicam se são verdadeiras normas jurídicas.

Valores suprapositivos:
● Princípio Pacta. Sunt Servanda (compromissos livremente assumidos têm de ser cumpridos)
● Obrigação de reparar todo o prejuízo causado - responsabilidade internacional.
● Respeito pela autoridade - nenhuma sociedade subsiste sem respeito. valores - coloca o
problema do DI não no Ontológico, mas no Axiológico - descobre-o através da participação
da consciência moral nos valores - regra ética como valor absoluto e evidente da justiça.
Artigo 38 do ETIJ - fonte do direito internacional 1945

Teses Dualistas
● teses que se baseiam em vários argumentos, o di e interno são diferentes quanto às fontes,
para um é vontade de vários estados e no outro só de um estado, o sujeito são os estados e
o outro são as pessoas
● Uma norma interna tem valor, a internacional é feita através da transformação porque para
estes, voluntaristas, é necessário que os órgão s internos de um estado transformem
recebam e adaptem quilo que era uma norma internacional passa a ser interna, faz-se uma
lei e a lei tem um conteúdo, passa a valer na ordem como uma ordem interna, isto é um
sistema muito criticável porque efetivamente a norma internacional deixa de valer como
internacional, mas vale porque foi convertida numa norma interna como acontece no
sistema britânico. Isto tem algumas vantagens quando abordam uma questão
internacional, em termos jurídicos sabem que têm um sistema de transformação, não ser
apenas os órgãos a tratar do assunto externo

As teses monistas
● Com primado do direito internacional a norma de direito internacional só vale o que os
Estados queiram que valha, a que vinga em todo o mundo, tese monista comprimado do
direito internacional preponderância, o legislador não pode emitir leis contrárias ao direito
internacional, pode ser radical ou moderado
● Radical- kelsen – a norma interna que seja contrária à norma internacional, a interna é
nula, conduz uma última análise ao federalismo, cada vez tem menos importância porque
as decisões práticas vão-se impor na realidade em abas as teses convertem-se numa
“coisa” só respeitar o direito internacional
o O estado tem o direito de conformar a sua ordem interna às suas internacionais,
primeiro tem de alterar as suas leis
o Como é que cumpre? O estado tem inteira liberdade técnica para cumprir
o Se o estado não cumprir? Responsabilidade internacional

Invalidade, não tem valor, sanção para um vício da norma

Fontes do direito internacional


● Estatuto do tribunal internacional de justiça, artigo 92 da carta das nações unidas que
funciona de acordo com o estatuto anexo, onde utilizamos o artigo 38 para estudar as
fontes de direito, art 38 é uma norma
● Fontes formais
o São processos de produção jurídica através dos quais surgem as normas de direito
internacional, onde estão exemplificadas no art 38 D
● Fontes materiais
o Razões pelas quais surge a norma
● São várias as fontes de DIP, pelo que não há uma Constituição Internacional que as defina.
Para definir quais são as fontes de Dip, a doutrina recorre ao artigo 38º do estatuto do
Tribunal Internacional de Justiça, onde se estabelece o que são fontes de direito
internacional:
o Costume internacional – como prova de uma prática geral aceite como o Direito,
que tem sido realçado pela jurisprudência, é a fonte mais utilizada pela comunidade
internacional até a Segunda Guerra Mundial, é resultado de prova de prática geral
entre estados que passa a ser aceita como direito. O costume serve como norma
jurídica para determinar algumas situações, mas atualmente está sendo de certo
modo abandonado em detrimento dos tratados internacionais.
o O Caso da Nicarágua contra os EUA, de 27 de Junho de 1986 – é um parecer sobre
as atividades militares e para militares na Nicarágua, e contra a Nicarágua.
Verificamos que, por exemplo, neste caso, o Tribunal aplica o costume.
▪ Fonte de direito formal, constituída por 2 elementos:
● 1 elemento material – o uso – é a prática reiterada de que os sujeitos
de Direito internacional adotam relativamente a determinada
matéria. O uso deve ser geral e constante
● 2 elemento psicológico – a convicção da obrigatoriedade do uso –
opinio iuris, também chamado de opinio iuris necessitares, este
elemento não é o uso, eu posso todos os dias fazer uma prática
determinada, mas isso não constitui o costume. Só constitui o
costume a partir do momento em que aqueles que o praticam têm a
convicção de que ele é obrigatório. Os sujeitos do direito
internacional adotam esta prática e estão convencidos de que se não
a seguirem pode daí advir alguma desvantagem, alguma sanção. É
um fenómeno sociológico lento e progressivo
o O tratado
▪ É uma fonte de Direito Internacional cuja utilização hoje é muito maior do
que nos primórdios da respetiva utilização, isto é, se olharmos para o
historial estatístico vimos que entre 1500 a.C. e 1860, portanto num período
que abarca mais de 500 mil anos, foram celebrados em todo o mundo cerca
de 1.000 tratados de paz. De 1945, por exemplo, até 1992, foram celebrados
cerca de 50 mil. O tratado tem assumido uma grande importância ao longo
do tempo, destacando-se, naturalmente, como uma forma primordial de
trabalhar no Direito Internacional Contemporâneo.
▪ Importa olhar para o Artigo 102, número 1, da Carta das Nações Unidas e
para o Artigo 3, alínea a), do Estatuto do Tribunal Internacional de Justiça.
Para estudarmos o Direito Comum, ou seja, o Direito Geral, aquilo que todos
estudam para saber o que são tratados, isto é, como é que vamos estudar as
normas internacionais que regulam aquilo que se chama o Treating Making
Power, isto é, o processo de conclusão de tratados internacionais. Hoje as
normas de Direito Comum sobre o Direito dos Tratados já não são normas
apenas consuetudinárias, são normas consuetudinárias, mas que em boa
medida foram integradas, codificadas, numa Convenção, a Convenção de
Viena sobre o Direito dos Tratados.
▪ A Convenção de Viena sobre os Direitos dos Tratados é uma Convenção que
foi assinada em Viena de Áustria, em 23 de Maio de 1969, e entrou em vigor
em 27 de Janeiro de 1980. É uma Convenção com alguns anos de assinatura,
mas não necessariamente de vigência. Há muitos Estados que não
ratificaram esta Convenção, como o Brasil, por exemplo, que só ratificou esta
convenção recentemente.
▪ O Artigo 2 da Convenção de Viena define o tratado. Mas, não quer dizer,
que não haja tratados concluídos entre Estados e Organizações
Internacionais, existem outra Convenção sobre Direito dos Tratados entre
Estados e Organizações Internacionais. O Artigo 2, número 1, alínea a),
define o que é um tratado.
● O que é um tratado?
o Doutrinariamente, um tratado internacional, é um acordo de
vontades (1), por isso cá está as doutrinas voluntaristas, em
forma escrita (2), entre sujeitos de Direito Internacional (3) de
que resulta a produção de efeitos jurídicos (4)
o (1) isto quer dizer que este ato tem a natureza de ato
voluntário, isto é, se é um ato voluntário aplica-se a este ato
as regras gerais sobre a vontade no negócio jurídico, se a
vontade é consciente, é livre, etc. Vamos observar que a
vontade do penitenciário pode estar viciada, ou porque lhe
apresentam uma arma de inisocinas automato, ou outras
formas de tornar o ato não livre.
o (2) Isto quer dizer que estão excluídos os acordos verbais,
contudo, o Artigo 3, da Convenção de Viena, é uma exceção e
é preciso ter cuidado. Por outro lado, é evidente que se a
Convenção de Viena, bem como a Carta das Nações Unidas
obrigam ao registo dos tratados, isso quer dizer que não pode
ser registado um acordo que não esteja traduzido em forma
escrita, e, por isso, também não é possível verificar se aquilo
que as Constituições Internas obrigam para a ratificação do
acordo foram ou não cumpridas, se o acordo não estiver
reduzido a escrito.
o (3) Isto significa que só se aplica aos Estados soberanos, o
Estado federado, como existem em todas as repúblicas ou
monarquias federais, está excluído. Também estão excluídos
os acordos que os Estados façam quando eles atuam como
Estados, mas não estão munidos do ius imperiu, isto é, o
Estado português pode celebrar um acordo com o Estado
francês, pelo qual o Estado português compra um imóvel em
Paris, para aí instalar a sua embaixada, está a fazer um
contrato de compra e venda, aí os Estados não estão a
celebrar um tratado internacional. Este tipo de acordos não
está abrangido pelo Direito Internacional.
o (4) Isto significa que todos os acordos de cavalheiros,
chamados de gentlemen agreements, todos as declarações
de caráter político, que têm efeitos puramente políticos, não
são tratados internacionais. Como exemplo temos contratos
celebrados entre chefes de Estado, sobretudo durante a
Segunda Guerra Mundial. Estes acordos não têm efeitos
jurídicos, portanto essa relação política pode ser muito
importante, mas não é um tratado internacional, não tem
efeitos jurídicos, tem efeitos jurídicos quando se produzem
efeitos jurídicos na ordem dos Estados, como é o caso do
Acordo de Paris
● Classificação de tratados
o Classificação que olha ao critério das estipulações
▪ Tratados lei - são aqueles que criam regras de Direito
conforme a vontade das partes. Temos na Convenção
de Viena um verdadeiro tratado lei, chegou-se à
estipulação de regras gerais aplicáveis
▪ Tratados-contratos - criam estipulações recíprocas
entre as partes, isto é, são tratados que têm um pouco
a ver com prestações e contraprestações, portanto
com estipulações recíprocas entre os Estados que
entram nesse contrato. Esta classificação hoje já tem
menos utilidade, porque ela foi evoluindo no sentido
da criação de uma nova figura, que é a figura do
tratado multilateral geral.
o Classificação quanto ao número de partes do tratado
▪ Tratados bilaterais - podem abranger vários Estados
de cada um dos lados das partes, isto é, os tratados
bilaterais podem agrupar de um lado vários Estados e
de outro lado outros Estados. Por exemplo, os
tratados de paz celebrado entre os vencedores e os
vencidos, os tratados que puseram término celebrado
entre os vencedores e os vencidos, os tratados que
puseram término à Segunda Guerra Mundial
▪ Tratados multilaterais - quando tem muitas partes
envolvidas chama-se tratado coletivo. Este tratado
pode atender a chamada universalidade, isto é, o
tratado pode abranger quase todos os Estados no
mundo, falamos então em tratado multilateral geral,
ou tratado normativo, isto é, um tratado que pretende
estender toda uma doutrina legislativa a toda a
Comunidade Internacional. Como exemplo, temos o
tratado sobre o Direito das Crianças
o Classificação que distingue entre os tratados gerais e os
tratados restritos
▪ Tratados gerais - são tratados correspondentes aquilo
que se chama o Direito Convencional Geral. Como
exemplo temos o Pacto Internacional dos Direitos Civis
e Políticos, é um tratado geral, porque estabelece uma
normatização geral.
▪ Tratados restritos - são os tratados correspondentes
ao Direito Convencional Particular ou Restrito, isto é,
por exemplo, o Direito Europeu. A Convenção
Europeia dos Direitos do Homem, é um tratado
internacional, mas só se aplica aos Estados que a
ratificaram e que são basicamente Estados europeus.
Já o tratado interamericano dos direitos humanos
também é restrito, porque aplica-se no campo
continental americano, portanto tem uma jurisdição
regional, portanto restrita.
o Classificação que distingue entre tratados solenes e acordos
em forma simplificada
▪ Tratados solenes - os chamados "treaties", são
celebrados de acordo com uma forma tradicional e
que carece de ratificação, isto é, precisam de serem
ratificados. Portanto, se estamos perante um tratado
que exige ratificação estamos perante um tratado
solene.
▪ Acordos em forma simplificada – os executive
agreement, foi uma prática desenvolvida pela
administração americana por ser muito difícil de
acordo com a constituição americana retificar tratados
solenes, exige 2/3 do senado o que é quase
impossível, então desenvolveram os executive
agreements e assim não vão ao senado
O processo de conclusão de tratados internacionais, chamado de treating making power
● isto é, quem como é que se celebra tratados internacionais. É a Convenção de Viena que
regula a celebração de tratados internacionais. Contudo, temos de advertir que no estudo
deste processo a maioria das normas que regula do processo consta do Direito
Internacional, mas pode suceder que também haja que aplicar normas de Direito
Constitucional por exigência do sistema de receção ao do Direito Internacional na ordem
interna. Se o próprio Direito Constitucional determinar que a intervenção dos órgãos
internos no processo internacional implica a aceitação do Direito Internacional, então
temos de analisar as normas constitucionais.
● obedece a 3 fases
o fase da negociação
▪ fase em que o tratado é concebido, vai ser redigido, adotado. Tem de
culminar com a adoção do texto do tratado, a negociação pode ser feita de
muitas maneiras.
▪ Também a Convenção de Viena prevê a chamada figura da gestão de
negócios, muitas vezes uma pessoa tem de praticar um ato jurídico porque a
outra pessoa não tem possibilidade de o fazer
▪ A negociação pode-se efetuar por via diplomática ou por conferência
internacional ou diplomática (conferências no sentido jurídico, reunião de
plenipotenciários, um plenipotenciário é uma pessoa que está munida de
plenos poderes), os agentes estão munidos de poderes especiais, por
conferência diplomática
▪ A conferência diplomática significa uma reunião de plenipotenciários, que
para o efeito da elaboração dos tratados, reúnem-se para a elaboração de
um tratado. A negociação serve para elaborar o tratado, conceber o tratado
e finalmente para redigir o tratado, fazer a redação do tratado, uma vez que
a fase da negociação não termina sem o texto do tratado estar finalizado.
Portanto, a intenção nesta fase é conseguir o acordo dos plenipotenciários
de modo que se possa atingir uma conclusão acordada sobre o texto do
tratado.
▪ Depois do acordo, aplica-se o nº2 do artigo 9 do tratado, das duas uma ou
estamos perante um número restrito de Estados, onde se aplica o nº1 do
artigo 9 (efetua-se com o consentimento de todos os Estados) ou se estamos
numa conferência internacional a adoção pode ser por votação e o texto é
aprovado com uma maioria de 2/3 dos Estados presentes e votantes a
menos que estes decidam aplicar uma regra diferente
▪ O tratado pode ser redigido em várias línguas, as várias versões constituem
uma versão autêntica do tratado, até ao séc. 18 a língua mais utilizada era o
latim, séc. 19 francês e séc. 20 inglês
▪ Uma vez fixado o texto este não pode ser alterado,
o fase da assinatura
▪ assinatura do tratado solene, não ainda vinculativa do estado ao tratado.
Tem os seguintes efeitos jurídicos:
● quando o plenipotenciário assina esta dado o acordo formal do texto
ao tratado
● a partir da assinatura o estado representado pelo plenipotenciário
tem o direito de ratificar
● os estados devem abster-se de praticar atos que privem o tratado do
seu objeto ou do seu fim, ou seja, o estado tem de agir de boa-fé art.
18 da convenção de Viena
● a assinatura autêntica o texto que fica definitivamente fixado, art
10º, a partir do momento que ele é assinado não pode ser alterado
● a assinatura marca a data e o local da celebração do tratado, ou seja,
quando se assina o tratado o local onde é assinado
o fase da ratificação
▪ A ratificação é que implica a vinculação do Estado, porque pode fazer prazos
para a ratificação, mas os Estados não ratificam todos no mesmo dia. Só é
exigida normalmente nos tratados solenes, contudo não é o Direito
Internacional que distingue o que é que é tratado solene do que não é
solene, para o Direito Internacional Público normalmente os tratados estão
sujeitos a ratificação.
▪ A ratificação é um ato jurídico individual e solene, através do qual o órgão
competente do Estado afirma a vontade do Estado de se vincular ao tratado,
cujo texto foi por ele assinado previamente. É um ato que significa e traduz a
vinculação do Estado ao tratado e assinou
▪ Assinaturas definitivas ficam para mais tarde, mas também podem existir
assinaturas sobre reserva de aceitação
▪ Normalmente a ratificação é incorporada no tratado, se for um tratado
bilateral procede-se à troca de instrumentos de ratificação
▪ Irregularidades na ratificação de um tratado
● Ratificação imperfeita - Se um estado não respeita os seus requisitos
internos, entende-se que o tratado foi ratificado imperfeitamente,
com violação das regras internas de um estado. Salvo uma situação
flagrante, que os outros Estados pudessem compreender, pode um
tratado entrar um vigor, apesar da ratificação ser imperfeita, isto é,
houve certamente irregularidades, o Direito Internacional não se
comove é com irregularidades menores, só́ se comove com
irregularidades flagrantes – Artigo 46, número 2. O Direito
Consuetudinário Internacional dizia aquilo que ficou estabelecido no
Artigo 7, que é aquilo que se chama o ius representacione
omnimode. O Direito Consuetudinário diz que os Chefes de Estado,
os Chefes de Governo e os Ministros dos Negócios Estrangeiros têm
plenos poderes, e são considerados representantes do seu Estado só
pelo facto de terem esta qualidade
▪ Acordos de forma simplificada
● Tornava-se difícil que os tratados internacionais conseguissem obter
as aprovações e as ratificações internas, acabavam-se tratados por
não terem a ratificação necessária, foram surgindo para fazer
acordos mais simplificados nos quais não carecem de ratificação,
conhecidos como executive agreements, acordos celebrados pelos
governos, entraram na prática dos governos e acabaram por ter uma
grande utilização
● Não é por causa da matéria, é mais por causa do próprio acordo. O
próprio acordo estipula se está sujeita a ratificar ou não
Tratados multilaterais e as suas particularidades
● Aspetos dos tratados multilaterais que devem ser tidos em consideração
o Elaboração do tratado
▪ Normalmente os tratados multilaterais são elaborados em conferência
internacional (art9 nº2 CV). Um tratado multilateral normalmente é feito no
âmbito de uma Organização Internacional, ou no âmbito de uma
Conferência Internacional. Se for feito no âmbito de uma Organização
Internacional, normalmente são os órgãos das Organizações Internacionais
que aprovam o tratado antes de ele ser colocado aos Estados para
ratificação. Por exemplo, todos os tratados da União Europeia são objeto de
aprovação pelos órgãos da União Europeia, antes de serem colocados à
ratificação dos Estados que fazem parte da União Europeia.
▪ Também são adotados nos tempos mais clássicos em Conferência
Internacional. A Conferência Internacional abrange uma multiplicidade de
Estados, de plenipotenciários, será difícil de chegar a um acordo unanime.
Por isso, a regra, embora seja a do acordo unanime é impossível, havendo
120 ou 150 Estados participantes, que haja um acordo sobre o texto do
tratado, e por isso de acordo com o Artigo 9, o tratado pode ser adotado por
dois terços dos plenipotenciários, isto é, por uma votação maioritária. Nos
tratados que são adotados desta maneira, normalmente não há assinatura,
há adoção do texto – Artigo 9. Ao contrário de um acordo bilateral, que é
feito entre dois Estados, que normalmente basta os plenipotenciários
assinam para o tratado ser adotado, no caso do tratado multilateral, ele é
elaborado, é adotado e só depois é que há a fase da assinatura. A
participação dos Estado é feita através da assinatura, que para alguns Estado
basta a assinatura do representante do Estado a vincular o Estado, ou a
ratificação. Normalmente, em Portugal é a ratificação, mas o tratado pode
ficar aberto, em termos geográficos, políticos ou económicos dependendo
do tipo de tratado
● Tratados abertos – encontramos na carta das nações unidas art.4º
● Tratados semi abertos – por exemplo só podem entrar os estados
que têm armas nucleares
o Como é feita a participação de um estado num acordo multilateral
▪ Podem participar através da assinatura diferida, significa ou o estado
participou na negociação sem assinar ou então participou, mas assina
quando o tratado fica aberto à assinatura de estados que não participaram
na assinatura inicial ou que não participaram na negociação e depois à
ratificação
▪ Através da adesão
● Situação em que o estado que não participou na negociação do
tratado, mas quer dar o consentimento definitivo ao texto, a
vinculação ao tratado está prevista no art 11 a 15 da convenção de
Viena.
● A adesão só existe nos tratados multilaterais
● Nos tratados multilaterais os instrumentos de ratificação e de adesão
não são trocados, mas são depositados. Nos bilaterais são trocados,
Portugal faz um tratado com Espanha, envia um instrumento de
ratificação português e a Espanha envia o instrumento de ratificação
espanhol, há uma troca de instrumentos e ficou terminado o
processo de conclusão do tratado. Quanto aos tratados multilaterais
já não há essa formalidade, há sim o depósito. O depósito é a figura
que o Direito Internacional prevê para que as partes num tratado
escolham uma entidade como depositária, como fiel depositária. O
depositário é uma entidade escolhida pelas partes, por exemplo, na
Carta das Nações Unidas foi escolhido o governo dos EUA como fiel
depositário da Carta, mas normalmente, nas Organizações
Internacionais e nos tratados multilaterais é escolhido o Secretário
Geral das Nações Unidas como depositário dos tratados.
● A aceitação é uma forma de participação que o direito constitucional
de qualquer estado considere válido
● Muitas vezes têm problemas específicos
o Adesão
▪ A adesão é uma forma vulgar que se aplica ao caso em que o Estado não
participou na negociação, mas pode vir, posteriormente, em qualquer
momento, fazer uma declaração unilateral de vinculação a esse tratado pela
qual o Estado declara que se quer juntar, quer manifestar uma vontade de
ficar veiculado ao tratado. Normalmente é um ato internacional sujeita às
regras do direito internacional interno que ocorre depois, enquanto a
ratificação é um ato que ocorre de imediato:
▪ Sujeita a 2 condições
● O tratado não pode ser fechado - Normalmente, são tratados
fechados aqueles que são sobre questões altamente políticas, ou
aqueles que são aqueles que são tratados bilaterais. Portanto, a
primeira condição é que o tratado seja aberto, e se o tratado for
aberto, qualquer Estado pode aderir a ele, ou semiaberto, então
quer dizer que há restrições para determinados Estados para que
adiram a esse tratado, então, um tratado semiaberto é uma categoria
que envolve a possibilidade de adesão sujeita a determinadas
caraterísticas para a participação de determinados Estados.
● Depende da vontade das partes do tratado - Ou seja, depende da
manifestação das partes originárias do tratado, aquelas que estão lá.
E depois daquelas que aderiram até à data, depende da vontade dos
Estados originários e dos subsequentes que aderiram, vontade essa
que tem de ser expressa nos termos previstos do próprio tratado. Por
exemplo, a adesão à União Europeia depende da ratificação de todos
os Estados da União Europeia, portanto, um novo Estado que queira
aderir terá de aguardar pela ratificação dos restantes 28
Estados-membros.
▪ Termos de adesão
● Declaração unilateral, formal, onde um estado aceita vincular-se a
um tratado posteriormente a uma respectiva negociação e acima de
tudo ratificação, algumas vezes os tratados exigem que para a sua
adesão seja elaborado um tratado (tratado de adesão)
o Reservas
▪ Os Estados muitas vezes olham para o tratado com reserva, isto é, eles não
são contra o objeto do tratado, não são contra os fins do tratado, mas
existem normas que lhes suscitam dificuldades, por exemplo, nos tratados
dos Direitos das Mulheres, de 1979 (multilateral geral), relativamente ao
qual o número de reservas é enorme.
▪ Uma reserva é uma declaração feita por um Estado no momento em que se
vincula a uma convenção, da sua vontade, ou seja, uma convenção feita por
um Estado, no momento em que se vincula ao tratado, pela qual o Estado
manifesta a sua vontade em se eximir ao cumprimento de determinadas
obrigações resultantes do tratado, ou ainda pela qual o Estado manifesta o
seu entendimento, a sua interpretação acerca de uma norma do tratado. A
reserva definida no art 2 nº1 alínea d da convenção de Viena

aula dia 20/03

Reservas
● tratada nos art 19 e seguintes na CV
● declaração feita por um estado no momento da sua vinculação a uma convenção
internacional, onde este demonstra a sua vontade de se eximir de certas obrigações
resultantes do tratado, ou de definir o entendimento que tem acerca de algumas
obrigações resultantes do tratado
● normalmente os estados que votam contra querem no entanto ter a possibilidade de ficar
obrigados no tratado e então resolve ratificar o direito do tratado mas formulando a
reservas
○ são ou não admissíveis reservas aos tratados? art 19 a 23 CV. distingue 3 categorias
de tratados
■ Tratados celebrados entre um número restrito de Estados
● aplica-se o nº 2 do art 20, é essencial que a reserva seja aceite por
todas as fontes
● a reserva não pode ser proibida pelo tratado
● é necessário que o tratado autorize a reserva
■ tratados celebrados entre um grande número de estados
● admite-se a reserva se elas forem compatíveis com os fins do tratado
○ quem aprecia a compatibilidade é feita pelas partes do
tratado, os outros que aceitaram fazer parte do tratado. art
20 nº5
○ se não for formulada uma objeção à reserva no prazo de 12
meses à data em que foram notificados então considera-se
que os estados aceitaram a reserva. o tratado é modificado
pela reserva. aceitação tácita
○ Se um estado não aceitar é necessário que a objeção seja
acompanhada da manifestação da intenção dos estados em
não ficarem vinculados à reserva art 20 alínea B Nº4.
possibilidade de objeção à reserva
■ tratados que instituem organizações internacionais
● art 20 nº3, quando um tratado for um ato constitutivo de uma
organização internacional, uma reserva exige a aceitação de um
órgão competente dessa mesma organização, não quer dizer que na
prática os tratados prevejam reservas como acontece na Carta das
Nações unidas

distinção entre reserva e declarações interpretativas


● declarações dos estados que se limitam a esclarecer o alcance ou interpretação a dar a
algumas disposições do tratado mas sem intenção de excluir do tratado, é apenas uma
interpretação do tratado

publicação e registo dos tratados


● art 102 da carta das nações unidas, estabelece que todos os membros da ONU têm o dever
de registar os tratados e os acordos internacionais que venham a concluir. no nº2 do art
102 engloba todos os estados e estabelece um ÔNUS se não for feito um registo do tratado
nos termos previstos, o estado que não registou o tratado não o pode utilizar
● os tratados nos termos do art 80 da convenção de viena são publicados no treaties series

interpretação dos tratados


● determinar a norma que está contida no tratado
● a interpretação no direito internacional levanta problemas porque este é menos elaborado
do que o direito interno
● quando se olha para um tratado deve-se tentar averiguar a vontade real das partes
contratantes
● a principal regra é a regra da boa fé, nos termos do artigo 31 e seguinte da CV, os tratados
são negócios de boa fé e devem ser interpretados de forma a excluir a fraude. neste
princípio extraem-se 4 regras de interpretação
○ regra do efeito útil - o tratado não pode ser privado de efeitos práticos tem que ter
um efeito útil
○ a interpretação não pode ser conduzido ao absurdo - não se pode chegar a uma
conclusão sem sentido
○ a regra dos efeitos implícitos dos tratados - as partes quiseram não apenas o que
elas expressamente estipularam mas também o que for indispensável para a
realização da estipulação. Ao interpretar expressamente há a possibilidade de se
interpretar implicitamente, isto quer dizer que as partes contratantes não quiseram
apenas aquilo que expressamente determinam, mas também aquilo que elas
objetivavam, elas queriam alcançar um determinado resultado e, por isso, é possível
ao intérprete fazer uma interpretação de encontrar-meios, que não estando lá
expressos estão implícitos para efeitos da estipulação (aquilo que se contém na
norma).
○ interpretação teleológica - os tratados devem ser interpretados de acordo com os
fins que procedem teleos
● métodos de interpretação
○ elemento literal - é ler a norma e tentar encontrar significado usual das palavras,
significado usual das palavras
○ elemento sistemático - Tem a ver com o contexto em que se insere a norma
interpretada. Dá contexto à localização da norma
○ elemento teleológico - serve também para interpretar o tratado, é olhar para a
norma tendo em consideração o objeto do tratado e os fins visados pelo tratado.
○ elemento histórico - tem a ver com enquadramento histórico, trabalhos
preparatórios tudo o que esteve em discussão até chegar ao texto final
○ prática atualista - esta é a interpretação que tem em conta qual a prática dos
Estados relativamente àquela norma, qual a prática dos órgãos das organizações
internacionais relativamente àquela norma e quais as mudanças de condições
sociais que aquela norma foi sofrendo desde que entrou em vigor. Temos, portanto,
todo um contexto de atualização, isto é, de social, de prática, que foi sendo tida
desde que a norma entrou em vigor – artigo 31, número 3, alíneas a e b, da
Convenção de Viena.

O artigo 33, é sobre a interpretação de tratados autenticados em duas ou mais línguas. Quando
um tratado for autenticado em duas ou mais línguas, como acontece com a Carta das Nações
Unidas, o seu texto faz fé em cada uma dessas línguas, salvo se as partes acordam que em caso de
divergência prevalecerá um determinado texto.

Efeitos nos tratados


● problema de aplicação do direito internacional na ordem interna, olhando para o art 29 da
CV, se portugal celebrar um tratado este aplica-se a todo o território a menos que o tratado
diga algo em contrário, isto ficou conhecido como a cláusula colonial
● O problema é que um tratado celebrado entre dois estados ou mais produz efeitos em
relação a terceiros, art 34, um tratado não cria direitos nem obrigações para um terceiro
estado sem o seu consentimento. Res inter alios acta – esta regra significa que estamos
perante um princípio geral que é o princípio pacta tertiis nec nocent nec prosunt. O
princípio geral é de que o tratado não produz efeitos a um terceiro Estado. Mas existem
exceções:
○ se o estado consentir art 34, não resulta do tratado mas de um acordo colateral
entre as partes do tratado
○ exceção estabelecida para as obrigações art 35, tem que existir consentimento
escrito
○ exceção estabelecida para os direitos art 36 se as partes entenderem e se o terceiro
estado o consentir, um consentimento presumido
● O artigo 38, da CV, diz que uma norma enunciada num tratado não se pode tornar
vinculativa para um terceiro Estado e pode ser como norma consuetudinária de direito
internacional, isto é, estas disposições cedem perante normas consuetudinárias de direito
internacional, ou seja, o artigo 38o é importante porque pode ser citado como o artigo que
indica que o costume prevalece sobre normas de tratados. Uma coisa é o efeito
obrigacional do tratado para com terceiros, portanto, cria ou não cria obrigações para
terceiros, outra é a oponibilidade herga hommenes, isto significa que o tratado é oponível a
todos. Se o tratado apenas obriga as partes que o celebraram então diz-se que o tratado
produz efeitos inter partes. Os tratados entre Portugal e Espanha de estabelecimento de
fronteiras terrestres, marítimas e aéreas, em Portugal e Espanha é um exemplo. Um tratado
de retificação de fronteiras é válido herga hommenes, isto é, ninguém pode por em causa,
e apesar de ser um tratado bilateral celebrado entre dois Estados vale também para todos
os restantes Estados.

Cessação de vigência dos tratados


● Os tratados podem cessar a sua vigência (artigos 54, e seguintes, da CV) por acordo das
partes, por vontade unilateral e por circunstâncias exteriores à vontade das partes, por
vontade unilateral e por circunstâncias exteriores à vontade das partes.
○ por acordo - acordo de partes
■ O artigo 54, alínea b, da CV, determina que se todas as partes tiverem de
acordo o tratado termina, chama-se abrogação, isto significa que as partes
do tratado celebram um novo tratado que põe termo ao primeiro. Portanto,
se vamos celebrar um novo tratado que está em contradição com o
primeiro, e que se pretende fazer cessar o primeiro, quer dizer que todas as
partes estiverem de acordo com o segundo. Esta abrogação pode ser tácita,
portanto, não é dito expressamente que se quer revogar o tratado anterior,
e o novo tratado então regula o primeiro. Por isso, diz se que há uma
abrogação do primeiro tratado, e diz se também que o primeiro tratado
cessa por novacio. Também pode cessar de acordo com termo final, termo
final é a extinção do tratado quando o tratado é concluído por tempo fixo,
ou condição resolutiva, se o tratado termina quando se verificar uma
determinada condição. Se o tratado for um tratado contrato a execução da
obrigação determina a extinção do tratado
○ por vontade unilateral
■ sempre que uma das partes pretende desvincular-se chamamos de
denúncia, corresponde à extinção do tratado por intervenção posterior e
individual da vontade do Estado que declara não querer continuar vinculado
ao tratado, chama-se denúncia
■ A denúncia só é lícita se estiver prevista no próprio tratado e normalmente
quando está prevista esse tratado submete a denúncia a um pré aviso, isto é,
quem quer sair do tratado tem que comunicar com antecedência que
pretende deixar de ficar vinculado ao tratado, por isso a denúncia está
prevista no artigo 56, da CV. Normalmente há um prazo de pré-aviso, e o
prazo de pré-aviso está fixado na Convenção de Viena.
■ se a denúncia não estiver prevista, a denúncia não opera a cessação da
vigência do tratado e acaba por ser um ato ilícito. Se for um ato ilícito, os
sujeitos de direito ficam sujeitos a responsabilidade internacional
■ O artigo 56, prevê a denúncia de forma bastante flexível, nomeadamente
prevê que o prazo de pré-aviso é de 12 meses, e, normalmente, diz-se em
cede de teoria geral que há tratados que não são suscetíveis de denúncia.
Por exemplo, a Carta das Nações Unidas
■ A denúncia pode não acarretar a extinção de um tratado, se se tratar de um
tratado multilateral, isto é, assinado por um vasto número de Estados, e um
tratado normativo, o facto de uma ou outra parte se retirar do tratado tal
não significa que o tratado se extinga.
■ O tratado só deixa de vigorar para a parte denunciante, e esta cessação de
vigência para a parte denunciante toma o nome no direito internacional de
recesso. Portanto, o recesso é a denúncia num tratado multilateral, isto é, o
tratado não se extingue, mas deixa de operar os seus efeitos para a parte
denunciante.
■ O artigo 60o, da CVDT, admite, em circunstâncias muito limitadas, a
possibilidade da exceção, isto é, a cláusula de não adimplemento, ou seja, se
uma parte invocar que outra parte viola o tratado poderá ela própria não
cumprir o tratado. É a exceção de incumprimento, isto é, não se cumpre
porque se excepciona o incumprimento da outra parte. Contudo, é preciso
ter em atenção que esta excepção de incumprimento não é assim admitida
em termos tão vastos, porque prevê exceções.
○ por circunstâncias exteriores à vontade das partes
■ o tratado pode caducar, várias causas:
● desaparecimento ou alteração territorial de um dos estados
contratantes, a menos que haja o fenómeno de sucessão. O que é
mais comum é que o Estado desapareça, como é o caso da União
Soviética. É evidente que a União Soviética desapareceu, mas outros
Estados vão suceder na posição do Estado predecessor, isto é, o
Estado pode desaparecer, mas vai verificar-se uma situação jurídica
de sucessão, portanto, só há caducidade se não houver sucessão.
● Impossibilidade superveniente de cumprimento de um tratado –
prevista no artigo 61. O tratado caduca se houver impossibilidade
superveniente do seu cumprimento, ou seja, uma parte pode invocar
a impossibilidade de cumprir um tratado como motivo para o fazer
cessar, etc., se essa impossibilidade resultar do desaparecimento ou
destruição definitiva de um objeto indispensável ao cumprimento do
tratado. Se o Estado der origem por culpa sua, má fé, ao
incumprimento do tratado, o que diz o número 2, do artigo 61, é que
o Estado não pode invocar essa impossibilidade de cumprimento
como forma para fazer cessar o tratado, e se o fizer está a atuar
ilicitamente
● A guerra - a guerra é considerada por alguns autores como sendo
uma causa de caducidade dos tratados entre as partes beligerantes,
e depois alguns autores defendem que acabada a guerra os tratados
renasceriam. Contudo, a maioria das doutrinas hoje defendem que a
guerra é um facto, mas é um facto fora dos quadros do direito
internacional, e, por isso, não pode provocar efeitos jurídicos lícitos,
como seria a caducidade dos tratados. A Convenção de Viena não diz
nada relativamente a esta fonte, só fala da ruptura das relações
diplomáticas no artigo 63 e 73. É normal que um Estado antes de
declarar guerra ao outro já tenha rompido as relações diplomáticas,
e, portanto, efetivamente depois entramos numa zona que pode não
estar dentro do quadro do direito internacional, a menos que se trate
de uma guerra preventiva ou de uma guerra que hoje seja admitida à
luz do direito internacional, e aí aplica-se o artigo 63. Mesmo que os
Estados rompam relações diplomáticas, os tratados continuam a
produzir efeitos, exceto se a existência de relações diplomáticas foi
indispensável à aplicação do tratado.
● O desuso - um tratado pode entrar em desuso e se assim suceder ele
caduca
● Pode ainda haver cessação da vigência não em relação a todo o
tratado, mas em relação a parte do tratado, portanto, isto aplica-se à
cessação da vigência por circunstâncias exteriores à vontade das
partes, isto é, pode suceder que não seja todo o tratado que esteja
em discussão, mas apenas uma parte. O artigo 44, da CV, este artigo
permite a redução do tratado, isto é, a divisibilidade das disposições
do tratado. A figura da redução é uma figura geralmente admitida
em direito de acordo com o brocardo latino utile per inutile non
vitiatur, isto é, o inútil não põem em causa o que é útil, ou seja, se
houver ainda uma parte útil pode aproveitar-se.
● A cláusula rebus sic stantibus
○ Esta é uma forma de cessão de vigência dos tratados que é tratada à parte.
○ Esta é a cláusula que vai ser traduzida por alteração fundamental das circunstâncias.
É distinta da impossibilidade superveniente do tratado, que é uma situação muito
próxima desta, mas que é diferente. E o problema do direito é o distingue-o, isto é,
muitas vezes há situações parecidas umas com as outras, mas são diferentes.
○ A cláusula rebus sic stantibus ou impossibilidade de cumprir o tratado por se ter
verificado alteração fundamental das circunstâncias, significa que o tratado pode
também caducar em função da verificação desta cláusula, mas esta matéria está
prevista no artigo 62, da CV. Este artigo tenta fazer um equilibro entre as vantagens
e os riscos de não cumprir os tratados, isto é, vantagens no sentido de os sacrifícios
não serem demasiado grandes e injustos para as partes, e os riscos, porque de facto
na vida as circunstâncias mudam e muitas vezes mudam muito intensamente e
dificilmente, e o direito não pode ficar afastado da previsão da possibilidade desta
alteração das circunstâncias.
○ Esta cláusula só pode ser invocada para pôr fim a um tratado bilateral, para
denunciar um tratado multilateral ou apenas para a entidade interessada suspender
a vigência do tratado – artigo 62, número 2 e 3. Essa invocação só pode ser feita em
dois casos, primeiro se respeitar a um facto ou uma situação que era a base de
contratação das partes ou se a alteração implicar a alteração radical das obrigações
das partes.
○ Há uma exceção, que são os tratados de delimitação de fronteiras. A estes tratados
nunca se aplica esta cláusula. E também se excetuam todas as alterações de
circunstâncias a que as partes deram aso, se as partes deram aso então também
não pode invocar alteração de circunstâncias. A parte interessada por perder o
direito de invocar a cláusula rebus sic stantibus se expressa ou tacitamente
aceitaram a alteração fundamental de circunstâncias que resolvem agora alegar –
artigo 45. A alínea b deste artigo 4o é a cláusula de Estoppel. a não ser na
delimitação de fronteiras que não pode ser invocado
○ No artigo 62 a 67 está prevista um procedimento para invocar a cessação da
vigência do tratado e este procedimento é um procedimento que permite a
fiscalização pelas outras partes no tratado dos motivos alegados pela parte que se
pretende fazer valer da cláusula rebus sic stantibus.

Modificações dos tratados


● podem ser modificados por acordo explícito, art 39 através da revisão dos tratados
● Nos termos do art 40, pode haver revisão de tratados multilaterais, mas se os estados que
já são parte e que não quiserem modificá-lo não ficam vinculados às modificações. O
artigo 41 diz que é preciso um acordo de modificação e que aqueles que não concordarem
não estão obrigados a ficar vinculados. O artigo 41, prevê a possibilidade do próprio
tratado não autorizar a sua modificação. Por outro lado, naturalmente que se um tratado
tem que poder ser modificado se não for proibida a modificação, mas essa modificação não
pode pôr em causa os fins e o objeto do tratado. É preciso que o acordo modificativo não
ofenda direitos dos tratados.

Invalidade e validade dos tratados


● regras:
○ inválidos se violar o direito, art 42 nº1 a validade só pode ser contestada nos termos
da presente convenção
○ decorre do art 43 as partes têm obrigação de cumprir mesmo que o tratado seja
nulo, tenha deixado de vigorar ou tenha sido denunciado
○ se o tratado for nulo todo ele é nulo nº2 do art 44
○ quem aceitou o tratado apesar de saber as causas que motivaram a nulidade do
tratado, quem aceitou a validade do tratado não pode invocar a nulidade do
tratado, cláusula de Estoppel
● é invalido se:
○ pode existir violação das regras internas de competência art 46, ratificações
imperfeitas,
○ violação de vícios que afetam a vontade, vícios de consentimentos, art 48 , um erro
pode dar origem a uma nulidade de contrato
○ dolo art 49 se um estado induzido a cumprir um tratado de forma fraudulenta por
outro estado
○ art 50 corrupção do representante do estado,
○ art 51 o representante tem a sua vontade viciada e corrompida por outro estado
○ art 52 coação exercida sobre um estado pela ameaça ou emprego da força
○ desconformidade material, art 53 e 64 violação do jus cogens
○ as consequências da invalidade contam no art 69 e seguintes

A figura dos princípios gerais do direito


● Os princípios gerais de direito constituem fonte autónoma do direito internacional, porque,
desde logo, o artigo 38, do ETIJ, refere que o tribunal, cuja função é decidir e conformidade
com o direito internacional as controvérsias que lhe forem submetidas, aplicará “os
princípios gerais de direito reconhecidos pelas nações civilizadas” (alínea c)
● Esta expressão de princípios gerais de direito reconhecidos pelas nações civilizadas é
conhecida por muitos autores, porque, de facto ela hoje estaria fora de data, portanto, não
seria aplicável aos tempos modernos, porque não se fala hoje em nações, fala-se em
Estados, também não se fala em nações civilizadas e não civilizadas, hoje as distinções em
direito internacional repercutem-se na área económica (Estados em desenvolvimento e
Estados desenvolvidos), na área social e em muitas outras áreas. Contudo, não importa
tanto a terminologia, importa sim perceber o que são os princípios gerais de direito, que
hoje o TIJ ou outros tribunais, ou em qualquer parte do mundo, se aplicam como princípios
gerais de direito

Quais são os princípios gerais do direito?


● três teses
○ princípios gerais de direito são princípios de direito natural, estes são todos os
princípios de direito natural, isto é, que derivam da natureza dos homens. Esta tese
dos princípios de direito natural acabou por não ter seguimento, porque
efetivamente, embora a doutrina fosse importante, para explicar qual é o
fundamento dos princípios, não nos era explícita no sentido de saber quais são os
princípios gerais de direito natural.
○ Uma segunda tese, foi seguida pela doutrina soviética, e que entendia que os
princípios de gerais de direito eram os princípios gerais de direito internacional
comuns a Estados socialistas e a Estados não socialistas. Esta tese foi defendida
durante toda a guerra fria e foi incluída no tratado de Panchsheel, este tratado de
1954 incluiu estes princípios gerais de direito nesta versão da doutrina soviética.
Este tratado abrange também a Índia e a China. Os princípios gerais de direito
defendidos por esta orientação eram o princípio do respeito pela integridade
territorial e pela soberania dos Estados, princípio da não agressão, princípio da não
ingerência nos assuntos internos, princípio da igualdade de tratamento entre os
Estados e o princípio da coexistência pacífica.
○ Há outra tese que entende que os princípios gerais de direito são os princípios
comuns aos grandes sistemas de direito contemporâneos. Existem vários sistemas
jurídicos na era moderna, e, portanto, os princípios gerais serão aqueles que são
comuns a todos os sistemas, a saber: o sistema romano-germânico, o sistema do
Common Law, o sistema socialista, o sistema de raiz religiosa, e, por isso, esta tese
foi acolhida pelo Tribunal Internacional de Justiça, no caso do Sudoeste Africano
contra a Namíbia em 1966.

Existem 2 categorias de princípios gerais de direito como fontes do direito internacional


● os princípios gerais de direito são os de direito internacional e estes são os princípios
comuns aos direitos internos, como é o princípio da boa fé, o princípio pacta sunt
servanda, o princípio da proporcionalidade, o princípio da cláusula rebus sic stantibus, o
princípio da segurança jurídica, o princípio do efeito útil, o princípio do não locupletamento
à custa alheia, etc.
● princípios próprios de direito internacional, estes são estão plasmados no artigo 7, da CRP,
número 1, são mais concretamente, o chamado princípio da não ingerência nos assuntos
internos dos outros Estados, o princípio da não ingerência, o princípio da não agressão, o
princípio do não reconhecimento da aquisição de territórios ou de direitos territoriais
mediante o recurso à força, princípio da proibição do genocídio, etc.

Atos jurídicos unilaterais


● atos que constituem fontes autónomas do direito, produzem efeitos jurídicos
independentemente de outros, são atos unilaterais onde um Estado com natureza
normativa, como é o caso da denúncia, da reserva, da ratificação e de tantos outros. Só que
estes são atos não autónomos, isto é, quando um Estado adere a um tratado não é um ato
jurídico autónomo, porque a fonte de direito internacional não é a adesão, mas é o tratado
ao qual o Estado adere
● existem 5 categorias de atos jurídicos unilaterais
○ protesto - ato jurídico pelo qual um Estado manifesta a sua posição de que não
concorda que uma determinada posição não é conforme ao direito internacional,
pode se opor ao costume
○ notificação - ato pelo qual o Estado leva ao conhecimento de outro Estado
determinado facto, cuja existência decorrem várias consequências jurídicas
○ promessa - compromisso que um estado assume de adotar uma determinada
posição futuramente
○ renúncia - ato jurídico unilateral irrevogável, que extingue um direito do seu autor
art 5 CRP
○ reconhecimento - ato pelo qual um Estado considera que uma determinada
situação é conforme o direito, é o oposto ao protesto, importante para que um
estado possa ser aceite na comunidade internacional

Artigo 38 do Estatuto Internacional de Justiça


● Neste artigo, no fundo, reside uma referência às Fontes de Direito Internacional.
● N.º 2 - Equidade - São decididas de acordo com a Equidade (não é a mesma coisa que
igualdade). Utiliza esta expressão para referir o facto de haver fontes imediatas do direito -
costume, o tratado, atos jurídicos unilaterais, doutrina, jurisprudência. Não significa que o
Tribunal não possa decidir, mas tem de tomar uma decisão que seja justa. Aplica ao caso
que está a resolver um sentimento ideal de justiça - justiça corretiva. Se as fontes de direito
conduzem a uma decisão injusta, o tribunal pode corrigir o excesso do Direito e decidir
justamente. A equidade serve para atenuar a aplicação do direito
○ Equidade para afastar o direito - a decisão será contra a própria lei.
● Na aplicação do direito acontece que uma fonte pode contrariar a outra. Exemplo: uma
norma de costume que aponta neste sentido, e sobre o mesmo assunto há uma norma de
um tratado que aponta noutro sentido - chama-se conflito de normas. Existe sempre que
há normas diferentes de fontes diferentes dizendo coisas diferentes sobre o mesmo
assunto. No direito temos de fornecer soluções. Utilizamos aquilo que chamamos de
hierarquia das fontes.
● Conflito de normas - Expõe que tal assunto é resolvido pela situação A e o costume diz que
é B. O juiz não pode aplicar nenhum dos dois. Normalmente usa-se o princípio da
hierarquia.
Hierarquia das fontes
● As fontes de direito (Artigo n.º 38). Não diz que uma prevalece sobre a outra - não tem
hierarquia, mas há quem considere que há normas de DIP que por serem de direito
cogente (direito internacional imperativo) estão no topo da hierarquia. Todas as outras tem
de estar em conformidade com ela.
○ Obrigatório vs. imperativas - Dizer que há no direito internacional normas
imperativas significa que na comunidade internacional existem valores
fundamentais que são transformados em regras jurídicas que correspondem à
ordem pública da comunidade internacional. A sanção para a contrariedade disto
implica a invalidade do tratado.
■ Norma imperativa - Artigo 53.º da Convenção de Viena. Norma aceite e
reconhecida pela comunidade internacional.
■ O direito cogente (hoje) consta dos seguintes artigos: Artigo n.º 53, Artigo
64.º, Artigo 71.º da Convenção de Viena.
● Há autores que entendem que há direito cogente apenas a nível
universal.
● E outros que defendem que pode haver a nível regional - os Direitos
Humanos que estão incluídos na Convenção Europeia de Direitos
Humanos constituem o ius cogens regional - só se aplica aos Estados
que aceitam a Convenção.
○ O ius cogens geral ou universal abrange o costume
internacional geral ou comum: princípio da coexistência
pacífica, princípio da liberdade dos mares, princípio da
autodeterminação dos povos, proibição da escravatura,
proibição do genocidio, proibição da discriminação racial. No
fundo é a qualificação dos crimes internacionais e de todo o
direito internacional humanitário - de carácter imperativo.
■ O direito internacional de convenções internacionais
mas que pertence ao direito internacional geral:
princípios constitucionais que constam da carta da
ONU, princípio da solução pacífica dos conflitos, da
condenação da agressão - normas de direito
imperativo.
■ Há quem entenda também que faz parte do chamado
direito internacional de fonte unilateral sobre os
direitos humanos.
● Se um tratado viola uma norma de ius cogens ele é nulo. A hierarquia não está
determinada no Estatuto Tribunal Internacional Justiça podemos dizer que as fontes mais
importantes são o costume e o tratado - estão no mesmo nível hierárquico.
○ Contudo, a força do costume é superior à do tratado. Nem sempre o tratado pode
revogar o costume.
● Artigo 13 da Carta da ONU, alínea a - estabelece a necessidade da codificação do direito
internacional. Isto é no fundo tentar ver quais são as normas e organizá-las num corpo
sistemático.
Sujeitos de Direito Internacional
● É sujeito do DI todo aquele que é susceptível de ser titular de direitos ou suporte de
obrigações resultantes direta e imediatamente de normas do Direito Internacional.
○ A personalidade jurídica internacional não se confunde com a capacidade jurídica
internacional, pois a última é a efetiva atribuição de direitos e obrigações a um
determinado sujeito de direito internacional. Assim, enquanto que a personalidade
é a possibilidade de ser titular, a capacidade é aquilo que é atribuído a um sujeito
de direito internacional.
○ Existem sujeitos de direito internacional com capacidade jurídica plena, em que os
direitos e obrigações correspondem à personalidade, e existem sujeitos de direito
internacional com capacidade jurídica limitada, que só possuem alguns direitos e
algumas obrigações. Somente os Estados possuem capacidade jurídica plena.
● É o direito internacional que determina quem é um sujeito de direito internacional,
quando este surge e quando este extingue-se.
● A personalidade jurídica internacional surge por reconhecimento e por atos especiais.
● A personalidade jurídica internacional pode ou não coincidir com a personalidade jurídica
de direito interno. Por exemplo: um Estado pode ter plena capacidade jurídica
internacional e ter limitada capacidade jurídica interna.

Classificação dos Sujeitos

● Sujeitos com capacidade jurídica plena


○ Estados Soberanos que têm capacidade jurídica plena
● Sujeitos com capacidade jurídica limitada
○ Outros todos.
■ Com base territorial - beligerantes, Estados Semi-Soberanos, Associações de
Estados
■ Sem base territorial - Entidades com interesses espirituais: Santa Sé, Ordem
de Malta | Interesses políticos: Movimentos nacionais entre os governos no
exílio.
■ Os indivíduos
■ Organizações Internacionais
● Um sujeito de DI é determinado pelo reconhecimento - ato jurídico unilateral no qual um
sujeito de DI constata a existência de uma determinada situação que é susceptível de
produzir efeitos jurídicos e considerada conforme o DI.

Natureza do reconhecimento em termos jurídicos

○ Natureza constitutiva - sempre que é o próprio ato que cria o sujeito.


○ Natureza declarativa - reconhecimento de um Estado - porque um Estado não deixa
de existir porque não foi reconhecido. Tem natureza declarativa quando se trata
apenas de verificar que um dado Estado entende que outro Estado é sujeito de DI.
Porém, não é através deste reconhecimento que o Estado passa a ser sujeito do DI.

Reconhecimento de Estado

● Nos termos que correm já não é aquele ato individual que todos os Estados proclamam que
reconhecem o Estado.
● Para que exista o Estado basta que se verifique os três elementos constitutivos do Estado.
○ Território
○ Povo
○ Poder político
● Não é preciso haver reconhecimento.
● Gerou-se a Doutrina Stimson 1932 - Não devem ser reconhecidos os Estados todas as
situações provenientes do recurso ilícito da força. Precursora da proibição geral do uso da
força nas RI para aquisição de territórios e direitos. Artigo 2.º da Carta das Nações Unidas -
Princípio de ius cogens.
● O reconhecimento de um Estado pode ser recusado. Espanha recusa-se a reconhecer a
Catalunha.
● O reconhecimento não implica relações diplomáticas nem está sujeito a nenhuma forma.
○ Reconhecimento pode ser expresso ou implícito
● Atualmente traduz-se numa fórmula de admissão de um Estado na ONU

Reconhecimento do Governo

● É um órgão.
● Ato qual o Estado afirma que é uma unidade política que tomou poder num outro Estado,
fora das formas constitucionais ou nesse outro Estado a função do governo foi posto em
causa por um grupo político rival.
● Governos mudam, Estados não.
○ Revolução 25 de Abril - os órgãos foram dissolvidos e uma autoridade militar
apoderou-se do poder - Conselho da Revolução. Forma inconstitucional.
● O reconhecimento do Governo (através de uma revolução, pois se for eleito é diferente) é
para efeitos internacionais. O nosso não foi bem aceite.
○ A Doutrina de Efetividade - assenta a sua ideia num Governo deve ser reconhecido
desde que exerça autoridade nesse território em condições de cumprir os deveres
internacionais do Estado.
○ A Doutrina da Legitimidade (1815 com a Santa Aliança) é mais antiga e foi se
democratizando. Exige que o Governo que chegue ao poder ilegitimamente
obtenha legitimação à posteriori (através de um referendo). Colocava em causa a
não-ingerência nos assuntos internos de outro Estado. ART 19 CV (se estiver a
ocorrer um tratado e um estado decidir não reconhecer um estado, pode ser uma
reserva se isto estiver previsto no tratado se não, não pode ser uma reserva)

aula 20-04

Continuação sobre Sujeitos de direito internacional

● Alguns levantam problemas, porque já não são sujeitos como os estados, porque ficamos
nos sujeitos dos estados e das posses marítimas na última aula. São estados não soberanos,
saber se os estados não soberanos são ou não sujeitos de direito internacional, estudar os
estados com uma classificação clássica do direito internacional:
○ Os estados semi soberanos como os estados de vassalo, estado protegido, o estado
membro de uma confederação, o estado membro de uma federação, o estado
exíguo e o estado neutralizado.
■ Estado vassalo
● Típico do sistema feudal, é o caso do Egipto na segunda metade do
séc. XIX. – Está ligado ao suserano por um vínculo feudal, havendo
alguns poderes da competência internacional que dependem da
autorização do suserano, como o Ius BELIUM. O estado de vassalo dá
contributo ao estado suserano – Andorra não é um estado de
vassalo, já houve uma época em que não tinha poder político
próprio, estava subordinada a um bispo
■ O estado protegido
● Portugal foi um estado sujeito a protetorado internacional, esteve
sujeito a um regime de resistência financeira, precisou de assistência
financeira, o protetorado internacional – é uma relação jurídica
estabelecida por tratado entre 2 estados em que o estado protetor
se compromete a proteger o outro, contra agressões externas.
Normalmente o protetor dirige a política internacional do estado
protegido e alguns aspetos da sua política interna. Um dos
protetorados mais conhecidos é o protetorado francês de Marrocos e
da Tunísia (casos históricos, fórmulas do tempo colonial). A situação
de Cadima, Cadima está sujeita a protetorado internacional de
Portugal, tratado de Simulambuco a 1 de fevereiro de 1885, a certa
altura entendeu-se que este tratado ainda estava em vigor. Um
protetorado a nível internacional distingue-se do quase
protetorado, que foi aplicado nos casos dos estados unidos em
relação a cuba, ao panamá e a república dominicana.
■ Um estado membro de uma confederação
● Também é um estado semi soberano, chamado confederado, não
tem personalidade internacional, não tem capacidade sobre as
matérias delegadas aos órgãos da confederação
■ Um estado federado:
● Aquele que faz parte de uma federação, a república confederativa do
brasil é constituída por estados federados. Os USA são constituídos
por estados federados, a república federal da Alemanha, etc. não
têm normalmente personalidade jurídica internacional, exceto se os
respectivos direitos constitucionais assim pedirem. Isto é, as
constituições americanas, por exemplo, não preveem, não permitem
o exercício de poderes internacionais dos estados federados.
Contudo, há um exemplo que é dado nos manuais, o caso da
constituição da união soviética, que previa que aos estados
federados podia conceder-lhes um extrato , justamente à Ucrânia e á
Bielorrússia.
○ O estado exíguo
■ É também semi soberano, é uma comunidade política que tem uma
diminuta extensão territorial, tem escassa população e, portanto, não está
em condições de exercer a soberania plenamente, nomeadamente o ius
bellum. Mónaco, Liechtenstein e San Marino. A principal restrição à sua
soberania tem a ver com o estado limítrofe, exerce a sua soberania em
relação ao estado de exíguo,(ex. suíça – Liechtenstein) limita-se a intervir
sempre que é necessário, dentro do caso do ius bellum e do ius legationis.
○ Estado neutralizado
■ comporta a proibição de participar em qualquer conflito armado. Não é
confundível com um estado simplesmente neutral, que é o que toma uma
decisão política de se abster de participar num conflito (Portugal na II
guerra). Também não se deve confundir estado neutral e neutralizado com a
neutralização do território, pode haver partes do território de um estado
que estão neutralizadas, que é proibido estabelecer pazes em instalações
militares. Ex. suíça desde 1815. Estes estados não têm ius bellum.
● Associações de estados
○ Resulta do direito constitucional, pode ou extinguir a personalidade internacional
do estado ou evitar a sua capacidade jurídica internacional, enquanto que a
associação de estados resulta do direito constitucional a organização internacional
resulta do direito internacional.
○ União real:
■ associação de estados. A diferença entre união real e confederações é que a
união real é uma associação de estados em que os membros conservam a
sua autonomia institucional, continuam a ser estados diferentes, mas
perdem a personalidade jurídica internacional em favor da união. Portanto,
mantém a personalidade constitucional, perdem a personalidade
internacional em favor da união real. A união real tem alguns pontos comuns
aos dois estados, nomeadamente, o chefe de estado e serviços comuns,
quer de relações internacionais como de defesa nacional. Ex. império
austro-húngaro. Não se deve confundir união real com união pessoal, não
tem nada a ver com associação de estados, os estados não se unem,
permanecem diferentes, mas o chefe de estado é o mesmo por razões de
sucessão. Ex PT e Espanha entre 1580 e 1640.
○ Organização internacional
■ Resulta do direito internacional. Se um estado for membro de uma O.I, a sua
personalidade jurídica não afeta a sua capacidade jurídica internacional.
○ Confederação de estados
■ É também uma associação de estados, mas é formada por tratados, criando
órgãos comuns, como a defesa nacional e as relações externas. Tem
personalidade internacional. Medida do pacto confederação, vai terminar as
limitações que cada estado confederado sofre. Enquanto um estado federal
é um estado, o brasil é um estado, na europa não temos muitos estados
federais, normalmente são territórios muito extensos. Confederações,
tivemos nos estados unidos a confederação americana, etc.
○ sujeitos sem base territorial
■ Consiste numa associação voluntária de sujeitos de direito internacional,
instituída por tratado ou por ato não convencional, que visa a prossecução
de objetivos comuns, mediante uma estrutura institucional própria e
regulada por normas jus-internacionais.
○ Sujeitos de fins espirituais
■ A santa se, sujeita ao direito internacional, foi reconhecida como sujeito por
um tratado entre Itália e a santa Sé, mas na verdade a santa Sé sempre teve
o Ius Legacíones. Tem soberania sobre o território da cidade do vaticano.
“não há uma nacionalidade vaticana”. Não tem Ius Bellum, mas tem Ius
pactum, que exerce através dos tratados. Tem Ius Legationis. Não intervêm
nos assuntos temporais. A soberana ordem de Malta é outro sujeito
internacional, é uma ordem do tempo dos cruzados, com 2000 anos, os
cruzados iam a Jerusalém, para tentar libertar Jerusalém dos índios, esta
ordem vem da chamada ordem de S. João de Jerusalém, exercida por
prerrogativas de doutrina palestina em Chipre, foi expulsa por Napoleão e
atualmente a sua sede é em Roma, dentro da Santa Sé.

O indivíduo é ou não um sujeito internacional?

● Há uma grande discussão filosófica sobre a natureza do direito internacional.


Supostamente do Direito internacional dirige-se aos estados e não aos indivíduos, às
normas de direito internacional, por natureza, não tem aptidão para produzir efeitos
jurídicos na esfera jurídica dos indivíduos, isto é, elas dirigem-se aos estados e depois os
estados é que aplicarão as normas internacionais e produzir efeitos na esfera jurídica dos
indivíduos, ou seja, no fundo, o indivíduo é um destinatário indireto das normas
internacionais (perspetiva clássica). Contudo, o direito internacional evoluiu muito, em
algumas matérias e áreas o indivíduo passou a ser sujeito de direito internacional. Para que
o indivíduo se torne sujeito de direito internacional, temos de ir ver a norma e ver se da
norma internacional ocorrem direitos ou obrigações para o indivíduo, mesmo que o
indivíduo tenha depois o direito de ir a tribunal internacional reclamar. Ou seja, o indivíduo
pode ser objeto de proteção pelo seu estado se está em outro estado, se o indivíduo tiver
problemas pode dirigir-se ao seu estado, através do mecanismo de proteção diplomática,
mas isso é um mecanismo previsto por cada estado para defesa dos direitos e interesses
dos seus nacionais no estrangeiro, não tem a ver com o facto do indivíduo ser sujeito do
direito internacional.

26/04

organizações internacionais

● Existem mais organizações internacionais do que estados


● Pelo menos 300 ou mais organizações
● O que é uma organização internacional à luz do direito internacional?
○ É uma associação de estados instituída por um tratado que prossegue objetivos
comuns aos estados membros e que possui órgãos próprios para a satisfação de
funções específicas da organização
○ Elementos definitórios
■ Associação de estados - é permanente permite distinguir organização
internacional de conferência internacional,
■ A O.I tem uma sede física, é independente e autónoma dos Estados, existe
para além dos mesmos
■ A O.I exprime uma vontade própria, é juridicamente imputável à organização
e não aos estados membros
■ A O.I. transcende os estados não é um super estado
● Quem pode ser membro de uma organização internacional?
○ normalmente os estados são os membros mas existem O.I. que têm como membros
outras organizações como a OMC tem como membro a união europeia, porque esta
tem competência exclusiva na área da política comercial
● evolução histórica
○ estado é um conceito relativamente recente
○ as O.I. surgiram no séc 19, fases:
■ de 1815 até à primeira guerra mundial - surgem as comissões fluviais
internacionais e pelas uniões administrativas internacionais, aparece uma
O.I. impotente, diferenciam-se das antigas conferências internacionais. a
primeira foi a comissão internacional do rio reno. dá-se um grande
progresso científico e tecnológico a todos os níveis, e constituem-se uniões
administrativas internacionais encarregadas de gerir e a conseguir a
cooperação dos estados em determinados domínios específicos técnicos
■ fim da 1gm ao fim da 2gm 1918 a 1945, é um período muito rico em ideias,
primeira organização de carácter universal, a sociedade das nações, formada
para tentar construir um sistema de defesa da paz e da segurança
internacionais, na assinatura do tratado de versalhes surge a OIT em 1918,
criada para melhorar condições laborais dos trabalhadores, também com o
tratado de versalhes é instituído o tribunal internacional e tem como função
resolver ou julgar conflitos entre os estados.
■ termina a segunda guerra e dá-se uma nova fase entre 1945 a 1991, até ao
fim da guerra fria, é o período das organizações internacionais desaparece a
SND e surge a ONU criada na conferência de são francisco a 1945
■ depois da guerra fria, surge o movimento de humanização, existem mais
atenção dada aos direitos humanos e surgem novas organizações, novos
tribunais internacionais, criados cerca de 30 novos tribunais, entre eles o
tribunal penal internacional
● classificações de organizações internacionais
○ quanto ao objeto
■ O objeto são os fins prosseguidos pela O.I.
● organizações internacionais com finalidades gerais
○ procedem finalidades muito genéricas e amplas,
normalmente são organizações de caráter
predominantemente político como a ONU, a OEA, UA
● organizações internacionais com finalidades especiais
○ Visam objetivos determinados:
● organizações de cooperação política
○ visam cooperação política como o conselho da europa
● organizações de cooperação económica
● objetivos económicos e financeiros, no ramo
comercial e dedicam-se a obter um maior
desenvolvimento económico, OCDE, EFTA, FMI,
BIRD…
● organizações de cooperação militar
○ visam objetivos de defesa contra organismos externos como a
OTAN
● organizações de cooperação social e humanitária
○ proteção do indivíduo e de grupos sociais para obter o bem
estar físico e social, FAO, OMS, OIT
● organizações com finalidades estruturais
○ função intervir no domínio cultural de investigação científica
e assistência técnica, UNESCO

aula 8-05

Organização das Nações Unidas

● criada em 1945
● tratado instituidor, carta das nações unidas, documento muito relevante
● A ONU tem um antecessor, a SDN foi instituída depois da 1GM, a primeira organização de
carácter universal criada no séc 20, depois fracassou perante a escalada dos totalitarismos,
segue-se a crise de Wall Street, a guerra civil espanhola etc. extingue-se em 1946
● fatos políticos
○ em 1941, o presidente dos EUA e o primeiro ministro do reino unido
encontraram-se num navio de guerra no oceano atlântico e assinaram a carta do
atlântico, é um doc político importante
○ em 1942 no decurso da guerra, no dia 1 de janeiro os estados em luta contra as
potências do eixo fazem uma declaração das nações unidas que contempla uma
promessa de que levarão a luta até ao final contra as potências do eixo
○ conferência de ialta, os representantes da URSS, EUA e UK consagram formas de
votação que estão na base da futura carta das nações unidas, juntamente com a
conferência de bretton oaks começam a elaborar o projeto da futura carta
● carta das nações unidas assinada em são francisco a 26 de junho de 1945 e entra em vigor
para os membros originários a 24 de outubro de 1945, portugal foi admitido a 14 de
dezembro de 1955
● alterações adotadas:
○ 1963
■ Assembleia Geral aprovou as emendas aos Artº. 23, 27 e 61 da Carta, as
quais entraram em vigor a 31 de agosto de 1965
○ 1965
■ A emenda ao Artº. 109, aprovada pela Assembleia Geral a 20 de dezembro
de 1965, entrou em vigor a 12 de junho de 1968
○ 1971
■ Uma posterior emenda ao Artº. 61 foi aprovada pela Assembleia Geral a 20
de dezembro de 1971 e entrou em vigor a 24 de setembro de 1973
● estamos perante um tratado internacional
● porque foi instituída?
○ encontramos no preâmbulo
○ primeiro a guerra
○ segundo os direitos fundamentais, dignidade da pessoa humana, direitos
fundamentais e igualdade de direitos, nações grandes e pequenas
○ manutenção da justiça e do respeito das obrigações de grandes tratados e de outras
fontes do direito internacional, promover melhores condições de vida etc.
● art 1 - temos os objetivos que seguem para prosseguir os objetivos, servem para prosseguir
determinados fins da organização
○ os fins constam no art 1
■ paz e segurança internacionais
■ desenvolvimento das relações cordiais e amistosas entre os Estados,
referência ao princípio da igualdade e da autodeterminação dos povos
■ realizar a cooperação internacional em várias áreas
■ ser um fórum internacional
■ se a ONU se se dedicar a outras matérias está a violar o princípio da
especialidade, mas com objetivos tão vagos podemos dizer que se trata de
uma organização de fins gerais
● art 2 - princípios, ou seja, a organização baseia-se em princípios gerais positivos e negativos
○ princípios gerais positivos
■ princípio da igualdade soberana n1
■ princípio da boa fé n2
■ princípio da solução pacífica de conflitos n3
■ renúncia ao uso da força n4
■ respeito pela integridade territorial e independência política entre os
estados n5
● rússia viola na ucrânia
■ princípio da manutenção da paz e da segurança internacionais
● significa que tem que haver meios para a organização poder atuar
■ estes princípios são gerais de direito plasmados na carta mas além destes
existem outros positivos com o da universalidade, tentam abranger a
totalidade do globo, ou seja mesmo os que não são membros art 2 n6
○ princípios gerais negativos ou limitadores
■ princípio do domínio reservado dos estados
● princípio geral de direito internacional comum que aplica a proibição
da intervenção da ONU nos negócios internos dos estados, art 2 n7,
tem levantado muita polémica e é muito controverso porque
pergunta-se o que é a intervenção. critérios:
○ critério jurídico
■ não pertence à jurisdição interna uma questão que
um estado tenha revelado através de um tratado
internacional, se fizeram um tratado sobre esse
assunto já não é um assunto interno
○ critério político
■ mais abrangente, questões que em princípio são
apenas de relevância interna mas podem-se tornar de
relevância internacional quando a sua existência afeta
as relações internacionais, mais concretamente a paz
e segurança internacionais como a matéria das
questões climáticas
● direito de ingerência humanitária
○ Será que as organizações humanitárias têm o direito de
auxiliar, quem tem o direito de o receber? Se um estado tiver
uma catástrofe pede ajuda internacional, como acontece com
os fogos por exemplo. se as organizações podem prestar
auxílio ou o dever?
■ corredores humanitário - direito de passagem
inofensiva, os que vão auxiliar podem passar, estes só
podem prestar auxilio médico e alimentar, tem que
ser imparcial nos conflitos
● princípio da legítima defesa
○ conta no art 51 na carta, permanentemente invocado, nada
prejudica o direito da legítima defesa. invocado pela ucrânia
para ripostar
○ é um direito transitório só existe até que o conselho de seg
tome as medidas necessárias, não toma por causa do veto da
rússia e da china se não seria utilizado o art 53
○ tem que existir um ataque armado
○ o estado atacado tem que comunicar imediatamente as
medidas adotadas. se isto não acontecer passamos a ter um
excesso de legítima defesa, tem que obedecer ao princípio da
proporcionalidade, se existe legítima defesa preventiva ou
preemptiva
○ pactos de defesa coletiva - pacto do atlântico tratado de
washington 1949 que deu origem à formação do tratado do
atlântico norte conhecida por NATO e o pacto de varsóvia
porque a URSS em 11949 veio dizer que a NATO era ilegal e
que não podia ser um acordo regional elaborado ao abrigo do
art 53

Membros ONU

● art 3 a 6, nas nações unidas todos os membros são estados soberanos


○ fazem uma distinção entre os membros originários, desde 1945 são 51 os membros
originários da ONU, todos os seguintes membros que aderiram tiveram que ser
admitidos, efetuada nos termos do art 4, prevê que a carta está aberta a todos os
estados, que sejam amantes da paz e que aceitem as obrigações da carta
● admissão dos membros
○ processa-se através de uma deliberação da assembleia geral, art 4 n2, mediante a
recomendação do conselho de segurança
● diferença entre membros originários e membros admitidos
○ não tem distinção entre os dois
● a admissão na ONU é equivalente a um reconhecimento de um estado
● 193 estados membros
● nunca existiu uma expulsão
● não está previsto saída voluntária ou recesso
● existe o estatuto de observador como a palestina e a santa sé
● art 7
○ indicam-se os órgãos das nações unidas
■ assembleia geral
● nos termos do art 9 é composta por todos os membros, funciona em
plenário e em comissões, delibera nos termos do art 18 n1 isto é
cada estado membro tem um voto e as decisões são normalmente
adotadas por maioria simples dos membros presentes, as decisões
da assembleia sobre questões importante e outras são tomadas por
maioria dos membros presentes e votantes art 18 nº3, o art 18 nº2
refere às decisões sobre questões importantes, são tomadas por
maioria de ⅔ dos membros presentes e votantes.
● a assembleia geral pode atribuir o nível de importância a outra
questão que não esteja na lista do art 18 nº2 conselho de segurança,
para isso precisa de maioria simples
● art 10, a assembleia geral tem uma competência genérica, a
competência da assembleia geral cede perante o conselho de
segurança, a assembleia não pode adotar uma recomendação sobre
um assunto que esteja a ser debatido pelo conselho de segurança, no
art 12 nº1 permite que a assembleia faça uma recomendação se o
conselho de segurança o solicite
● As decisões da assembleia geral da ONU não são obrigatórias, são
recomendações desprovidas de carácter vinculativo, os estados
membros não devem ser obrigados a acatar as recomendações.
● art 11 entende que se a assembleia geral sente que uma situação
carece do CS deve submeter a questão ao mesmo
● vida interna da ONU
○ a assembleia geral tem uma competência específica: em
materna de vida interna da organização a assembleia geral
pode adotar decisões com força obrigatória como acontece
no art 15
● art 17 aprova orçamentos da organização as despesas da organização
são realizadas por quotas que os membros têm que pagar e são
fixadas pela assembleia geral
● com a guerra fria, surge em 1950 uma resolução, resolução união
para a paz que permite que a assembleia geral se pronuncie em
situações de ameaça e ruptura da paz bem como qualquer ato de
agressão
■ conselho de segurança
● composição
○ composto por 15 membros, art 23
■ china, frança, reino unido, Rússia e estados unidos são
membros permanentes, porque foram estes que
ganharam a 2ª guerra mundial
■ os outros 10 membros não permanentes, são eleitos
pela assembleia geral tendo em vista a contribuição
dos membros da ONU para a contenção da paz e da
segurança internacionais e de acordo com uma
distribuição geográfica equitativa ao abrigo do art 23
■ não permanentes eleitos por um período de 2 anos e
cada um tem um representante
● deliberação
○ art 27, cada membro tem um voto, ou seja total de 15 votos,
a carta distingue entre questões processuais e questões não
processuais
■ questões processuais
● art 27 nº2, o conselho de segurança em
decisões processuais terá que aprovar com um
voto afirmativo de 9 membros dos 15
■ questões não processuais
● as decisões devem ser adotadas por voto
favorável de 9 membros e deve incluir
obrigatoriamente os votos de todos os 5
membros permanentes
○ se não se sabe se é procedimental ou não procedimental
entende-se que se deve discutir e decidir como e o assunto
fosse não procedimentar, sem duplo veto não existe veto,
contudo ao longo do tempo a prática veio permitir que
sempre que um membro permanente não queira votar a
favor nem contra pode se abster ou não comparecer e tem
sido aceite como um costume contra legium porque a carta
diz que têm que votar
● competência
○ de acordo com o art 24 e seguintes tem o dever de praticar a
manutenção da paz e segurança internacionais, se não estiver
a exercer pode recomendar aos estados em litígio para a
resolução pacífica dos conflitos e em casos de ameaça,
ruptura da paz ou agressão pode formular recomendações ou
tomar decisões que envolvam as forças armadas
○ art 25, os membros concordam aceitar e aplicar as decisões
do conselho de segurança
■ conselho de tutela
● previsto no art 86
● já não tem funções atualmente porque já não existem territórios sob
tutela
■ conselho económico e social
● previsto nos art 61 e seguintes, constituído por 54 membros eleitos
pela assembleia geral por 3 anos
● competência
○ centra-se nos planos económicos, sociais, culturais,
educacionais e em matérias de direitos humanos e pode
sobre estes assuntos dirigir recomendações à assembleia
geral, estados membros e às agências especializadas
○ art 64 pode preparar projetos de convenções internacionais e
conferências internacionais
■ tribunal internacional de justiça
● constituição
○ 15 juízes
○ tribunal pode ser formado por juízes designados pelas partes
quando o tribunal inclua juízes da respectiva nacionalidade
das partes no processo, art 31 do estatuto
○ está aberto aos estados membros e não membros art 93 da
carta, todos os membros da ONU são membros
● competência
○ o tribunal tem uma competência contenciosa nos termos do
art 36 nº1 é facultativa a menos que seja tornada obrigatória
e é restrita aos estados e tem uma competência jurisdicional
de resolução de conflitos através de processos próprios e tem
uma competência consultiva de acordo com o art 96 que
significa que o tribunal pode dar parecer a pedido de outros
órgãos da ONU e de organizações especializadas de acordo
com o art 37, de acordo com o art 34, só os estados podem
ser colocados em causa perante o tribunal
■ secretariado
● composição
○ secretário geral - eleito pela assembleia geral sob
recomendação do CS, art 97
■ condições de eleição não previstas na carta
■ mandato não previsto na carta mas é de 5 anos
renováveis
○ pessoal exigido pela organização - art 97 - nomeados pelo
secretário geral art 101 nº3
■ de acordo com o art 100 nº2 os funcionários são
independentes dos estados membros
● competência
○ consta nos artigos 99 e 100 da carta

Funções da ONU

● manutenção da paz e segurança internacionais


○ vias para a alcançar - carta prevê o desarmamento no art 26 e 47 nº1
■ resolução pacífica de conflitos
● prevista no art 33
■ sanções contra agressão
● art 40 medidas provisórias
■ sanções não militares, diplomáticas e económicas
● art 41
■ sanções militares
● art 42 e 43
■ operações manutenção da paz
● cooperação económica e social internacional
○ art 55, feita também através de organizações especializadas art 63 nº1
○ o conselho económico art 57, prevê que as várias organizações especializadas
criadas por acordos intergovernamentais e com amplas responsabilidades
internacionais definidas nos seus estatutos nos campos econômicos, cultural, social,
internacional serão vinculadas à ONU de acordo com o art 63
■ agências especializadas
● FMI
● BIRD
● UNESCO
● OMS
● FAO
● etc.
● proteção dos direitos do homem
○ proteção dos direitos humanos
○ declaração universal de direitos humanos de 1948, declaração política
○ pactos internacionais de direitos civis e políticos e pactos internacionais de direitos
económicos, sociais e culturais
● descolonização
○ direito à libertação dos povos, sempre tratada e levada à cabo na sua plenitude

Organizações regionais de que portugal faz parte

● OCDE
○ organização internacional regional que começou por ser uma organização a nível
europeu chamada OCE
○ criada para gerir a ajuda do plano Marshall, a 5 de junho de 1947
○ é criada a 16 de abril de 1948 e geriu o auxílio do plano Marshall
○ os países membros representam 80% do comércio mundial
○ portugal é um membro originário e esta organização tem sede em paris
○ estrutura
■ conselho
● representado por um representante de cada estado membro
● delibera por unanimidade
● possibilidade de abstenção e não se aplica ao mesmo quando algo é
aprovado
■ comité executivo
● NATO
○ tratado do atlântico norte assinado a 4 de abril de 1949
○ 12 estados fundadores, entre eles portugal
○ pacto de washington é um acordo de assistência mútua em caso de agressão
○ órgão
■ conselho do atlântico norte
● Conselho da europa
○ uma das mais importantes da europa
○ engloba os direitos humanos
○ rússia expulsa do conselho da europa
○ portugal não podia aderir porque se encontrava numa ditadura
○ caráter político, está na base da criação do tribunal europeu dos direitos humanos

conflitos internacionais

● antes de ser proibido o uso da força nas relações internacionais nos termos do art 2 da
carta
● ius belli
○ Consiste na capacidade de usar a força como instrumento de relacionamento entre
sujeitos internacionais,
○ estando hoje bastante reduzido face às restrições impostas pela Carta das Nações
Unidas.
○ Mas estas categorias estão já ultrapassadas: a maior parte da Doutrina, tende a
aceitar que podem existir outras formas de relacionamento internacional (ex.
participação em Instituições internacionais - Cruz Vermelha) / Madeira no Comité
das Regiões Autónomas, é um sujeito de direito internacional?).
● atualmente não se fala do direito da guerra
● causas
○ territoriais
○ ideológicas
○ estratégicas
○ políticas
● também podem existir conflitos entre estados e sujeitos internacionais, como israel e
autoridade palestiniana
● podem desenrolar-se no interior de um estado ou sobre a administração de um estado
○ guerras civis
○ guerras de secessão - guerra de separação, catalunha quer se separar da espanha
○ guerras coloniais
■ podem degenerar a conflitos internacionais, estendem-se a outros países,
outros estados e organizações interferem nessas guerras
○ por isso aplicam-se institutos
■ reconhecimento beligerantes
■ movimentos de libertação
■ figura como a proteção planetária
● conflito entre indivíduo e um estado pode dirigir-se contra uma
instituição internacional
● a assembleia geral e o CS reconhecem situações de conflitos nos termos dos art 34 e 35 e o
tribunal internacional de justiça fala de conflitos entre estados art 36 nº1 do estatuto
● conflitos
○ jurídicos
■ discute-se a interpretação e validade do direito internacional e a sua
aplicação
○ políticos
■ se estão em causa interesses políticos é um conflito político
● momentos dos conflitos
○ momento inicial
■ ainda não existe conflito e tenta-se chegar a uma solução
■ capítulo sexto da carta
○ momento em que o conflito já é armado ou está na iminência de se tornar armado
■ capítulo sétimo da carta
● conflitos internacionais são sempre ou quase sempre bilaterais, mas também podem ser
entre blocos de estados
● como o direito internacional responde aos conflitos soluções:
○ meios relacionais de solução, meios institucionais, meios políticos e meios jurídicos
■ negociação
● conversação entre estados, tentam entrar em entendimento
normalmente através de canais diplomáticos
■ inquérito
● inquire sobre factos que deram origem ao conflito
■ bons ofícios
● terceiro estado que tenta aproximar os estados em conflito
levando-os a negociar
■ grupo de contacto
● tenta-se obter info junto das partes para saber se existem condições
para negociar
■ mediação
● terceiro estado entra nas negociações e propõem uma solução
■ arbitragem
● forma-se um tribunal AD HOC, criação de um tribunal onde não
estão presentes juízes de nenhuma das parte mas com membros
escolhidos pelas partes procurando a equidade
■ conciliação
● comissão independente que examina e propõem uma solução
■ via judicial
● tribunal permanente e tenta-se resolver o problema, tribunal
internacional de justiça art 92 da carta e art 36 do estatuto
■ recurso a organizações regionais
■ ou qualquer outro meio pacifico à escolha

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