Você está na página 1de 16

Chamado ius gentium que significa o direito das gentes.

No direito Romano havia uma


distinção entre o ius civile (o direito que se aplicava aos cidadãos romanos que deu
origem à expressão direito civil) e o ius gentium. Assim o ius gentium era o direito que
se aplicava às relações entre os cidadãos romanos e os estrangeiros - Como Roma
tinha muitos estrangeiros e haviam problemas entre os cidadãos romanos e os
estrangeiros e como eram resolvidos? Através de normas que de ius gentium
O ius gentium foi se tornando assim um direito universal, um direito que possuía
aceitação generalizada e que se destinava a satisfazer as necessidades comuns de
todos os homens.
A doutrina atual refere que esta definição não é muito precisa porque enquanto gaio
define o ius gentium apelando à fonte, é ius gentium a norma que advém da razão
natural portanto a razão natural é a fonte desse direito, enquanto Ulpiano, define de
uma forma diferente e que vai ser utilizada no século 20, faz uma listagem sobre as
matérias que se enquadram no ius gentium e assim através de uma definição material
É com a Escola Clássica Espanhola com autores como Vitória, Francisco Suarez e
Domingo Souto nos séculos 15/16/17 que o direito internacional passa a ter uma base
objetiva - Só há direito quando houver uma comunidade internacional e nesta época
comunidade era defendida como ultrapassando os limites da res publica Cristiana.
Vitória modifica a definição de ius gentium do jurisconsulto Gaio e define que ius
gentium já não é as relações entre as humanas gentes, mas o conjunto de normas que
regulam as relações entre povos. Mas porque é que estas normas são validas na
opinião de Vitoria? São válidas porque elas assentam na própria existência da
comunidade internacional.
Vitória tenta resolver esta e deu uma forma perentória e diz que a vontade do estado
não pode prevalecer contra a autoridade do direito internacional porque as
autoridades do direito internacional preveem do universo inteiro e conclui-se que a
vontade de um não pode prevalecer a estipulação engendrada por todos.
Critério dos Sujeitos, é o conjunto das normas jurídicas que regulam as relações entre
os Estados Soberanos, mas com o surgimento de outros sujeitos de direito
internacional, como por exemplo as organizações internacionais, houve que adaptar a
definição a uma nova realidade e assim a nova definição fica 🡪 é o conjunto das
normas jurídicas que regulam as relações entre os sujeitos de direito internacional mas
esta definição foi muito criticada por várias razões como por exemplo, como é que
sabe quem é sujeito de direito internacional se ainda não sabemos o que é o direito
internacional outra razão , há relações entre sujeitos de direito internacional que são
de direito interno e não internacional
o Critério dos Objetos da Norma, o Direito Internacional é o conjunto das normas
jurídicas que são internacionais ou não de acordo o objeto, ou seja, o Direito
Internacional é o conjunto das normas jurídicas que regula as normas internacionais
por natureza.
As questões internas seriam reguladas pelo direito interno. O critério do Objeto da
Norma acaba por não ser tao relevante para definir o direito internacional
Critério da Fonte de Produção, o direito internacional é definido pelo processo de
criação jurídica própria da comunidade internacional, é uma definição adotada pela
classe doutrinaria chamada normativistas onde pontificam vários jurisconsultos jus-
internacionalista
Assim o direito Internacional é o conjunto de normas jurídicas criadas pelos processos
de produção jurídica próprios da comunidade internacional e que transcendem um
âmbito estadual
Esta definição é uma definição formal e leva-nos a discutir o que é a comunidade
internacional.
Na comunidade internacional existem várias categorias de relações jurídicas, existem 3
categorias:
1. Relações Jurídicas de Coordenação ou de Cooperação
Estas relações de coordenação e de cooperação são relações horizontais de
cooperação e essa cooperação sucede nos mais diversos domínios. Estas relações não
restinguem a soberania. Assim a soberania de cada Estado continua intacta nesse tipo
de relacionamento.
2. Relações Jurídicas de Subordinação
Nas relações de subordinação, as relações são de caracter vertical, ou seja, há um
poder superior, agrupador em relação aos quais os poderes estaduais se subordinam.
Estas relações são típicas dos espaços de integração como exemplo temos a União
Europeia que é a Organização Internacional mais avançada do Mundo quer em termos
comparativos atuais quer em termos históricos, nenhuma chegou tão longe num
quadro entre Estados Soberanos, a partir do século 18
3. Relações Jurídicas de Reciprocidade
As relações de Reciprocidade são as relações do tipo mais antigo que existe e
constituem aquilo que nos contratos bilaterais ou nos contratos sinalagmáticos – há
uma situação de reciprocidade - que consiste no seguinte, se um Estado adota uma
determinada conduta, o outro Estado adota outra conduta similar que o outro Estado
previamente adotou.
Os Estados são as pessoas jurídicas internacionais por excelência. Ao contrário de
outros
sujeitos de direito internacional, cuja personalidade é criada e cuja capacidade é
delimitada
por tratado e muito raramente pelo costume internacional, “os Estados são sujeitos
mediatos
ou primários da ordem jurídica internacional”.
O Costume é uma prática reiterada e constante com convicção de obrigatoriedade. É
uma concepção Voluntarista, reduzindo toda a regra consuetudinária aos Costumes
particulares, fundamenta a obrigatoriedade do Direito Internacional do acordo
interestadual, que, quanto ao Costume, revestiria a forma de um Tacitum Pactum.
A doutrina do Tacitum Pactum, destrói completamente o fundamento do Costume
Internacional e diverge em pleno do seu entendimento clássico.
Os Estados são as pessoas jurídicas internacionais por excelência. Ao contrário de
outros sujeitos de Direito Internacional, cuja a personalidade é criada e cuja
capacidade é delimitada por Tratado e muito raramente pelo Costume
Internacional, “os Estados são sujeitos imediatos ou primários da ordem jurídica
internacional”. O Estado é hoje a forma política essencial por meio da qual toda a
colectividade tem acesso à vida internacional.
O elemento objectivo, que consiste na recepção geral, constante e uniforme da
mesma atitude.
O elemento subjectivo ou psicológico, por seu turno, consiste na convicção de que, se
adopta aquela atitude
O“IusCogens”
Não podemos de forma alguma, negar a preponderância que assumiu o Direito
convencional como Fonte de Direito Internacional. É impensável pôr lado a lado a mole
das normas que diariamente surgem de fonte convencional e de fonte Costumeira.
Aliás, é importante verificar que os Tratados Multilaterais vão desempenhando uma
certa função de Direito Consuetudinário, ao mesmo tempo que a necessidade de
rapidez de formação e regulação dos vínculos internacionais faz
surgir “modelos” menos solenes e menos formais, como são os acordos em forma
simplificada.
As normas consuetudinárias, integradas em Convenções Internacionais, conservam a
sua natureza de Direito Costumeiro.
O Direito Internacional consuetudinário tem ainda um relevo importantíssimo na
formação de normas de Ius Cogens, ou seja, das normas de direito imperativo que
regulam as relações entre os sujeitos da nossa disciplina. O art. 53º da Convenção de
Viena define a norma de Ius Cogens.
Os princípios e normas de direito constitucional internacional são:
a) o costume internacional de âmbito geral. B) os princípios gerais de direito; c) os
princípios
gerais de direito internacional; d) os tratados internacionais universais ou para
universais
aceites pela comunidade internacional como direito internacional. A carta das nações
unidas, a
declaração dos direitos humanos. Artigo 16.º Âmbito e sentido dos direitos
fundamentais 1. Os
direitos fundamentais consagrados na Constituição não excluem quaisquer outras
constantes
das leis e das regras aplicáveis de direito internacional. 2. Os preceitos constitucionais
e legais
relativos aos direitos fundamentais devem ser interpretados e integrados de harmonia
com a
Declaração Universal dos Direitos do Homem
Correntes voluntaristas
Correntes voluntaristas existem doutrinas que baseiam o Direito Internacional na
vontade de um só Estado – Doutrina do Direito Estadual Externo; Doutrina da Auto
Limitação do Estado e por fim a Doutrina da Vontade Comum ou Coletiva dos Estados.
Há correntes voluntaristas que consideram que o estado só pode ser vinculado pelo
direito internacional que o próprio quer. Que ele próprio entende que o deve vincular.
Para esses que entendem que o estado só se vincula quando o próprio estado quer
significa para esses autores o estado encarna o poder absoluto. Assentando-se na
soberania absoluta. Teoria do direito estadual externo: foi defendida por autores como
Egal, e os autores da chamada escola de Bona. Defenderam que o estado é que projeta
no exterior a sua vontade. O direito internacional representa a vontade de um só
estado e esse direito internacional é a representação externa do direito interno do
estado. O direito de ordem externa é o que vale no direito externo. Esse direito
externo só valo no direito interno, se o direito interno o receber.
Direito estadual externo: é uma tese que conduz a negação do direito internacional.
Porque se o estado quer um direito internacional e só aquele quer, isso significa que
ele pode a qualquer momento se desvincular. E esse ele pode fazer isso, isso significa
que o direito internacional existe ou não existe consoante o estado quer ou não quer.
Teoria da autolimitação do estado (autor Jellinek): é o estado que fixa as limitações ao
seu próprio poder absoluto. O estado autolimita quer perante aos seus cidadãos, quer
perante os outros estados com que estabelece relações. O estado só se submete a sua
própria vontade.
Teoria do consentimento das nações: defende que o direito internacional repousa na
vontade de vários estados, a vontade comum de vários estados. Triepel diz o seguinte:
em direito há dois grandes modos de estabelecer relações. O contrato e o acordo
coletivo. O contrato é um acordo de vontades. É um acordo de vontades em que as
várias partes têm interesses divergentes. As doutrinas baseadas na vontade dos
estados tiveram as seguintes críticas: a) se os estados chegam a um acordo então os
estados também podem desligar-se do acordo. É um direito efémero. Isto é pouco
para poder sustentar a obrigatoriedade do direito internacional; b) se é a
obrigatoriedade da norma para os voluntaristas deriva de um concurso de vontades,
para eles a norma obriga porque se baseia em vontades comuns, então quando as
vontades se retiram desse acordo a norma desapareceria.
É evidente que estas doutrinas são doutrinas que mereceram fortes críticas:
Primeira Critica: Desde logo uma primeira critica baseada na ideia de que se os Estados
chegam a acordo e é na base desse acordo que o Direito Internacional obriga então
também pode acontecer que os Estados podem deixar de estar de acordo e assim o
Direito Internacional deixa de obrigar e o Direito não pode estar depende do que uns
querem e outros não querem
Segunda Critica: Se os Estados chegam a acordo e depois alguns Estados que retiram o
seu acordo à aquela norma, o que acontece é que mesmo que os Estados retirem
aquela norma não desaparece, o que significa que entre o acordo e a produção da
norma passou a haver uma autonomia da própria norma.
Um acordo de vontades só por si não cria direitos e não gere efeitos de direito,
a vontade pode criar a norma, mas os efeitos jurídicos derivam da norma e não
derivam do acordo de vontades que deu origem à norma.
Terceira Crítica: Estas doutrinas voluntaristas mesmo aceitadas como validas, elas só se
aplicariam ao Direito de Fonte Convencional, isto é ao Direito Internacional que resulta
de tratados e acordos e existem Direito Internacional que não resulta de acordos mas
sim do costume.
Por isso podemos dizer que as teses voluntaristas conduzem à negação do direito
internacional porque essas teses não aceitam limitações ao poder/ soberania do
Estado, isto é, não aceitam heterolimitações.
Estes fundamentos anteriores para além de serem desatualizados, não são explicativos
e é necessário outro tipo de doutrinas para a fundamentação da obrigatoriedade do
Direito Internacional.
Falamos assim das doutrinas anti voluntaristas – às ideias que foram defendidas para
superar o Voluntarismo.
A superação do Voluntarismo ainda é feito no quadro do chamado Positivismo
Jurídico, o Positivismo Jurídico é uma escola de filosofia do Direito, uma corrente de
pensamento desenvolvida pela escola de Viena de Direito Público por Hans Kelson e
também a escola italiana de Direito Internacional ensinada por Anzilotti, ficou
conhecida esta escola como a Escola do Positivismo Critico ou Normativismo.
Hans Kelson defendia um Positivismo lógico anti voluntarista e ele afirmava que uma
norma Jurídica é obrigatória porque é conforme com uma norma jurídica superior e
essa norma jurídica superior regula as suas condições de produção.
a) Teses normativistas -> de Kelsen e da sua escola, as quais reconduzem o sistema de
Direito Internacional não à vontade, mas a uma norma – a uma norma fundamental
pressuposta, seja a pacta sunt servanda, seja a consuetudo est servanda; b) Teses
solidaristas -> de Duguit, Scelle, Politis, surgidas sob influência do positivismo
sociológico e que fundamentam o Direito Internacional na solidariedade entre os
indivíduos, sendo, portanto, fatores sociológicos que explicam as normas jurídicas; c)
Teses institucionalistas -> de Santi Romano e da sua escola, que consideram o Direito
Internacional o ordenamento da comunidade internacional, tomada esta como uma
instituição a se; d) Teses jusnaturalistas -> de, entre tantos, Le Fur, Brierly, Verdross,
Miaja de la Muela e, em Portugal, Afonso Queiró, Silva Cunha, André Gonçalves Pereira
e outros, para os quais o Direito Internacional assenta em valores suprapositivos, em
critérios éticos de obrigatoriedade, em princípios jurídicos transcendentes.
Quais são os princípios suprapositivos em que se fundamenta o Direito Internacional ?
× Princípio Pacta Sunt Servanda – Os princípios livremente assumidos celebrados
em conformidade com a moral têm de ser cumpridos.
× Princípio da Reparação do Prejuízo Injustamente Causado – Há a obrigação dos
Estados de reparar os prejuízos causados.
× Princípio do Respeito pela Autoridade – Nenhuma sociedade subsiste sem
autoridade.
A Escola dos Jus Naturalismo dos Valores coloca o problema do Direito Natural no
plano axiológico, os valores vão sendo descobertos através de uma progressiva
consciência moral.

Fala-se de Monismo quando se admite que o Direito constitui uma unidade e a assim a
ordem internacional e a ordem interna são manifestações diferentes de uma unidade
e a validade da norma interna e internacional resulta da mesma fonte.
O Monismo divide-se consoante prevaleça o direito interno ou prevaleça o direito
internacional. Se prevalecer o Direito Interno falamos de Monismo com primado do
Direito Interno e se prevalecer o Direito Internacional falamos de Monismo com
primado do Direito Internacional (tese mais generalizada).
Os Anti Voluntaristas são normalmente Monistas com o primado do Direito
Internacional.
Fala-se de Dualismo quando as duas ordens são separadas e necessitam de regras que
regulem as suas relações.
Os Voluntaristas são normalmente Dualistas pois assentam que o Direito tem
fundamento na vontade de vários Estados.
O monismo com primado de Direito interno acaba por reverter numa forma de
negação do Direito Internacional, por se aproximar muito da orientação doutrinal que
vê o Direito Internacional como uma espécie de Direito estatal externo. Reconhece-se
a existência de um só universo jurídico, mas quem comanda esse universo jurídico é o
Direito interno e, em último termo, a vontade dos Estados. O monismo com primado
de Direito Internacional reitera, com não menor nitidez, a necessária integração das
normas jurídico-internacionais e das normas jurídico-estatais num todo mais amplo. A
unidade não pode, porém, resultar senão do próprio Direito Internacional ou da
projeção dos seus princípios sobre o Direito interno. E, assim, as normas de Direito
Internacional prevalecem sobre as de Direito interno, conquanto o 8 modo como essa
prevalência seja encarada, no plano das consequências práticas, varie bastante.
No geral, a norma internacional prevalece e as razões técnicas são as seguintes:
1. O Estado tem o dever de conformar a sua ordem interna às suas obrigações
internacionais
2. O Estado decide como cumpre o dever
3. Se o Estado não cumprir o seu dever de conformar a ordem jurídica com as
normas internacionais então a sanção é a obrigação para os tribunais de aplicar
a norma internacional sendo que não têm competência para invalidar a norma
interna nem têm a competência para a tornar ineficaz.
Depois de se perceber que a norma internacional prevalece, é necessário saber como é
que os Estados utilizam para aplicar o Direito Internacional na sua ordem interna.
Podemos falar em sistemas de vigência de Direito Internacional nas ordens jurídicas
internas
1. Sistema da Transformação – Consiste na recusa da vigência do Direito
Internacional na ordem interna e por isso paque o conteúdo de uma norma
internacional vigore na ordem interna, reproduzem o conteúdo da norma
internacional numa fonte interna e por reproduzirem uma norma internacional
numa fonte interna essa norma de direito internacional vai se aplicar como
norma de direito interno
2. Sistema da Clausula Geral de Receção Automática Plena – Todo o direito
internacional vigora plenamente na ordem interna, mas são direitos distintos.
Este é o sistema mais generalizado.

Fontes de direito internacional público: as fontes formais são o costume; as


convenções
internacionais; os princípios gerais de direito; a doutrina; a jurisprudência; a equidade
de
forma de resolução de litígios; os atos jurídicos unilaterais (estaduais ou decisões de
organizações internacionais). A fonte material é o ius cogens. O direito de reclamação
depende
do estatuto jurídico da entidade para qual se reclama.
Princípios próprios do direito internacional, sendo também fontes de direito
internacional
 Princípio da não ingerência
 Princípio da não agressão
 Princípio do não reconhecimento da aquisição de território ou direitos mediante o
recurso à força
 Princípio da autodeterminação dos povos
 Princípio da proibição do genocídio
Artigo 38º do ETIJ

Relevância do Direito Internacional na ordem interna portuguesa


Definido, como uma cláusula de recepção plena, o art. 8º/2 CRP, atribui relevância na
ordem interna portuguesa, após a sua publicação oficial e enquanto vincularem
internacionalmente o Estado português, às normas constantes de Convenções
Internacionais regularmente ratificadas ou aprovadas. Ao mesmo tempo, e sobretudo,
noutros preceitos fazem-se não poucos e não pouco importantes apelos a normas de
Direito Internacional: artigos 4º; 7º n os 1, 6 e 7; 16º n os 1 e 2; 29º nº2; 33º nos 3, 4 e
5; 102º; 273º nº2 e 275º nº5. No que tange ao Direito Internacional comum,
corroboram ou apoiam a tese da receção automática: 1º a letra do artigo 8º nº1; 2º a
referência a princípios de Direito Internacional nos artigos 7º nº1; 16 nº2 e 29º nº2.
Problema complementar consiste em averiguar se deve reconhecer-se a eficácia
interna de todo e qualquer costume internacional ou se, apenas, daqueles em cuja
formação Portugal tenha intervindo ou a que tenha dado aceitação tácita.
Congruentemente com uma fundamentação não voluntarista do Direito Internacional,
é de preferir o alcance mais consentâneo com a universalidade do Direito
Internacional.
Ainda a respeito do artigo 8º nº2, observe-se que: - A alusão do artigo 8º nº2, a
convenções “regularmente ratificadas ou aprovadas” tem de ser conjugada com o
artigo 277 nº2; - No preceito abrangem-se os acordos sob a forma de troca de notas,
porque, como se disse na altura própria, entre nós estão sujeitos a aprovação; - A
expressão “enquanto vincularem internacionalmente o Estado português” significa
que a vigência na ordem interna depende da vigência na ordem internacional (as
normas internacionais só vigoram no nosso ordenamento depois de começarem a
vigorar no ordenamento internacional e cessam de aqui vigorar ou sofrem
modificações na medida em que tal aconteça a nível internacional); - Em
contrapartida, a eventual não-vigência de qualquer tratado na ordem interna por
preterição dos requisitos constitucionais não impede a vinculação a esse tratado na
ordem internacional.
Quanto às normas emanadas dos órgãos competentes de organizações internacionais
de que Portugal seja parte e que vigoram diretamente na ordem interna, por tal se
encontrar estabelecido nos respetivos tratados constitutivos, nenhuma dúvida se
suscita sobre a natureza do fenómeno com receção automática no seu grau máximo.
Pensado em 1982 na perspetiva da integração de Portugal nas Comunidades Europeias
e da consequente receção do Direito Comunitário.
As rectificações, só ultimamente começaram a ser publicadas em Diário da República,
sob a forma de avisos, não se compreendendo que não seja publicado sob a mesma
forma o momento de entrada em vigor da Convenção na ordem internacional, quando
é certo que, a Convenção só revela na ordem interna portuguesa após o decurso do
período da vacatio legis, o qual deve ser contado, não a partir da data de publicação
do instrumento de aprovação, mas sim a partir do momento da entrada em vigor da
Convenção no espaço internacional.

Tratados
Por tratado ou convenção internacional entende-se um acordo de vontades entre
sujeitos de Direito Internacional constitutivo de direitos e deveres ou de outros efeitos
nas relações entre eles; ou, de outra perspetiva, um acordo de vontades, regido pelo
Direito Internacional, entre sujeitos de Direito Internacional; ou ainda, um acordo de
vontades entre sujeitos de Direito Internacional, agindo enquanto tais, de que derivam
efeitos jurídico-internacionais ou jurídico-internacionalmente relevantes. O conceito
envolve: - Um acordo de vontades; - A necessidade de as partes serem todas sujeitos
de Direito Internacional e de agirem nessa qualidade; - A regulamentação pelo Direito
Internacional; - A produção de efeitos com relevância nas relações internacionais –
sejam estritos efeitos nessas relações, sejam efeitos nas ordens internas das partes.
Os tratados podem ser classificados segundo cinco grandes critérios: da matéria ou do
objeto, das partes, da forma, da eficácia e da duração. 13 A primeira grande
contraposição – em razão da matéria – feita é entre tratados-leis e tratados-contratos.
Outro critério de classificação tem a ver com o número de partes dos tratados e, por
essa via, com a sua estrutura interna. Há tratados bilaterais, ou só com duas partes,
em que se entremostra a reciprocidade dos interesses; e tratados multilaterais, ou
com uma pluralidade de partes em que avultam interesses comuns. E estes ainda
podem ser restritivos ou gerais. Nos tratados multilaterais gerais há uma tendencial
coincidência com a totalidade dos Estados com acesso à comunidade internacional –
porque são tratados entre Estados, embora às vezes abertos a outros sujeitos – e é
neles que se manifesta mais o caráter normativo.
Também quanto às partes distinguem-se tratados abertos e tratados fechados. Os
primeiros admitem, mas não os segundos, a assinatura, a ratificação ou a adesão de
sujeitos que não participaram no momento inicial de celebração ou de entrada em
vigor.
A contraposição entre tratados solenes e tratados não solenes prende-se com um
critério formal. As convenções solenes distinguem-se das convenções simplificadas
pela exigência, apenas nas convenções solenes, do ato de ratificação. E, dentro das
convenções simplificadas, pode ainda distinguir-se entre acordos em forma
simplificada e acordos em forma ultrassimplificada. Estes últimos caracterizam-se por a
vinculação ocorrer não aquando da ratificação ou da aprovação, mas aquando da
assinatura ou de ato equivalente; e assim neles dispensam-se quer a ratificação (como
acontece nos acordos em forma simplificada), quer a própria aprovação. A Convenção
de Viena deixa ao critério dos Estados a (artigos 2º nº1 alínea b) e 13º e ss), seja, desde
logo, quando fiquem convencionados a forma e o respetivo efeito (artigos 12º nº1
alíneas a) e b); 13º e 14º alíneas a) e b)), seja, independentemente disso, quando os
Estados se declarem vinculados pela assinatura ou assinem sob reserva de ratificação
(artigo 14º alíneas c) e d)).
O processo e as formas de vinculação
Mas no Direito Internacional contemporâneo a tripartição é diferente: 1ª) a
negociação (com a assinatura); 2ª) a aprovação; 3ª) a ratificação.
A negociação de qualquer tratado cabe, quanto a cada Estado, às pessoas investidas de
plenos poderes (plenipotenciários) como seus representantes; e esses plenos poderes
são os apropriados para o efeito; mas a representação do Estado pode resultar da
prática dos Estados interessados ou de outras circunstâncias (artigo 7º nº1 da
Convenção de Viena). Em virtude das suas funções, e sem terem de apresentar
instrumentos de plenos poderes, são considerados representantes de cada Estado o
seu Chefe de Estado ou equivalente, o Chefe do Governo e o Ministro dos Negócios
Estrangeiros; o chefe de missão diplomática, para a adoção do texto de um tratado
entre o Estado acreditante e o Estado acreditado; e o representante acreditado do
Estado numa conferência internacional ou junto de uma organização internacional ou
de um dos seus órgãos, para a adoção do texto de um tratado celebrado nessa
conferência ou por essa organização ou esse órgão (artigo 7º nº2).
A adoção do texto do tratado efetua-se através do consentimento de todos os Estados
que participam na sua elaboração (artigo 9º nº1). Realizando-se uma conferência
internacional com esta finalidade – o que sucede nos tratados multilaterais – efetua-se
pela maioria de dois terços dos Estados presentes e votantes, a não ser que os Estados
decidam, pela mesma maioria, aplicar regra diversa (artigo 9º nº2).
A aprovação e ratificação 15 Tirando os tratados sob forma ultrassimplificada, todos os
tratados requerem aprovação pelo órgão interno competente. Pelo contrário, nem
todos requerem ratificação. Não existe hoje nenhuma regra de Direito das Gentes a
impô-la quanto a certos tratados ou sequer a estipular ou a presumir a sua
necessidade em caso de falta de disposição expressa. Quando prevista, a ratificação
nunca é um ato obrigatório para quem tenha de a emitir. É sempre um ato livre.
Por reserva entende-se uma declaração unilateral, seja qual for o seu conteúdo ou a
sua designação, feita por um Estado quando assina, ratifica, aceita ou aprova um
tratado ou a ele adere, pela qual visa excluir ou modificar o efeito jurídico de certas
disposições do tratado na sua aplicação a este Estado (artigo 2º nº1 d) CVDT). 16 Da
figura distinguem-se: - As ratificações do texto; - As meras declarações interpretativas,
as quais não atingem os efeitos jurídicos das disposições convencionais; - As
disposições transitórias e as cláusulas de exclusão relativas a certos ou certos Estados,
umas e outras aceites por todas as partes e inseridas no próprio tratado; - As
declarações anexas a um tratado de mero alcance político; - As modificações ou
emendas que, supervenientemente, o tratado venha a sofrer.
A violação de regras constitucionais sobre conclusão dos tratados: O artigo 46º da
Convenção de Viena contemplou o problema – o chamado problema das ratificações
imperfeitas – estabelecendo uma solução intermédia ou equilibrada nestes termos.
Como se verifica, são dois os requisitos de invocabilidade (e, eventualmente, de não-
vinculação do Estado): 1º) que se tenha infringido uma regra interna de importância
fundamental – o que aponta para um regra de caráter constitucional, embora a
importância das regras tenha de ser medida no contexto de cada sistema político; 2º)
que a violação seja manifesta. Subjacentes às regras estão o princípio da boa-fé e as
exigências de segurança jurídica. Todavia, as fórmulas adotadas abrangem conceitos
indeterminados, cuja interpretação pode revelar-se difícil em muitos casos.
O depósito dos tratados Nos tratados multilaterais existe o instituto do depósito,
também previsto na Convenção de Viena (artigos 76º e 77º). O depositário pode ser
um ou podem ser vários dos Estados que participaram na negociação, uma
organização internacional (artigo 76º nº1); a sua função tem caráter internacional; e
ele está sujeito a um dever de imparcialidade (artigo 76º nº2). Está aqui outro modo
de racionalização e institucionalização das relações convencionais.
Entre as funções do depositário (artigo 77º) contam-se: - Assegurar a guarda do texto
original do tratado; - Estabelecer cópias autenticadas do tratado ou cópias noutras
línguas; 18 - Receber todas as assinaturas do tratado e receber e guardar todos os
instrumentos e notificações relativos ao tratado; - Informar as partes e os Estados com
capacidade para se tornarem partes acerca de todos os atos, comunicações e
notificações relativos ao tratado; - Informar os Estados com capacidade para serem
partes no tratado da data na qual foi recebido ou depositado o número de assinaturas
ou de instrumentos de ratificação, de adesão, de aceitação ou de aprovação
necessários para a entrada em vigor do tratado; - Promover o registo do tratado.
A negociação e a assinatura
Na Constituição atual, elas competem-se ao Governo (artigo 197 alínea b) CRP). Na
Constituição de 1976 perfila-se com nitidez a atribuição ao Governo dos poderes de
negociação internacional do Estado: a clara autonomização deste órgão, em face do
Presidente da República, em correspondência com o sistema de governo
semipresidencial adotado.
Se o Presidente da República não ajusta, direta ou indiretamente, nenhuma
convenção internacional e se, em geral, a condução da política externa cabe ao
Governo (artigo 182º CRP), isso não dispensa a concertação entre os dois órgãos, não
só por imperativo de interdependência de órgãos de soberania (artigo 111º nº1) mas
também por tal ser o pressuposto de atos na área das relações internacionais, que
esses, sim, implicam a intervenção presidencial (artigo 135º).
A aprovação
O regime atual de aprovação, por força dos artigos 161º alínea i); e 197º nº1 alínea c),
apresenta-se assim: a) Aprovação dos tratados – só pela Assembleia da República; b)
Aprovação dos acordos em forma simplificada sobre matérias de competência
reservada à Assembleia da República – também só pela Assembleia; c) Aprovação dos
restantes acordos em forma simplificada – pelo Governo, mas podendo este submeter
qualquer desses acordos a aprovação parlamentar.
A ratificação dos tratados
Ao Presidente da República compete ratificar os tratados depois de devidamente
aprovados (artigo 135º alínea b) CRP). Compete-lhe também o ato homólogo da
ratificação relativo à aceitação superveniente de um tratado solene aberto – a adesão.
O regime é basicamente idêntico. A ratificação consiste na declaração solene de
vinculação do Estado. Pondo fim ao processo de conclusão do tratado, ela não
interfere no seu conteúdo: o Presidente da República não pode formular reservas. A
ratificação é entidade como ato livre.
A publicação
Todas as convenções internacionais regularmente ratificadas ou aprovadas, para
vigorarem na ordem interna, têm de ser publicadas (artigo 8º nº2 CRP) no jornal
oficial, o Diário da República (artigo 119º nº1 alínea b) 1ª parte). Mas a publicação
situa-se já para além do procedimento de conclusão das convenções; e, se é condição
necessária, não é condição suficiente para a vigência na ordem interna. Os tratados e
acordos só vigoram na ordem interna desde que vigorem na ordem internacional
(artigo 8º nº2 CRP).
Tratados ou convenções perante o Direito português
A relevância constitucional da distinção entre tratados e acordos é a seguinte:
a) A vinculação do Estado dá-se com a ratificação nos tratados e com a aprovação nos
acordos (artigo 8º nº2); 19 b) Os tratados são todos sujeitos a aprovação do
Parlamento (artigo 161º alínea i) 1ª parte); os acordos tanto podem ser aprovados pela
Assembleia da República como, salvo os que versem sobre matérias reservadas à
Assembleia da República, pelo Governo [artigos 161º alínea i) e 197º nº1 alínea c)]; c)
Só questões objeto de tratado, não de acordo, podem ser submetidas a referendo
(artigo 115º nº3); d)
O Presidente da República intervém nos tratados através da ratificação (artigo 135º
alínea b)) e nos acordos através da assinatura dos decretos ou das resoluções de
aprovação (artigo 134º alínea b)); e) Há fiscalização preventiva da constitucionalidade
de uns e outros, embora com efeitos diversos: em caso de pronúncia pela
inconstitucionalidade pelo Tribunal Constitucional, ainda poderá vir a verificar-se
ratificação do tratado, se – à semelhança do que sucede com qualquer decreto para
ser promulgado como lei, mas não como decreto-lei – a Assembleia da República o
aprovar por maioria de dois terços dos Deputados presentes, desde que superior à
maioria absoluta dos Deputados em efetividade de funções (artigos 279º nº4); porém,
o Presidente da República não poderá assinar o decreto ou a resolução de aprovação
de acordo objeto de tal pronúncia (artigos 279º n os 1 e 2) e, portanto, Portugal não
poderá tornar-se nele parte.
O objeto da interpretação de um tratado (o quê que se visa ao interpretar um
tratado) visa-se apurar a vontade real das partes contratantes do tratado. A principal
regra de
interpretação é a regra da boa-fé. Bona fide. Porque se os tratados não forem
interpretados de
boa-fé a interpretação conduz a soluções fraudulentas.
Interpretação atualista: interpretação que tem em consideração a prática dos estados
e dos
órgãos internacionais naquela matéria e também a mudança das condições sociais
desde que
o tratado foi assinado. Artigo 31º, 32º e 33º da Convenção de Viena.
Interpretação extensiva (interpretação generosa da norma mais aberta) e
interpretação
restritiva (é uma circunscrição da estipulação normativa a condição nela contemplada).
Considera-se em DIP que as normas não comportam a interpretação extensiva por se
considerar que as interpretações extensivas das normas dos tratados que elas
traduzem
limitação da sua soberania dos estados.
Efeitos dos tratados
Artigo 28º, 29º e 30º da Convenção de Viena, levantam algumas situações que tem de
se
referir. O artigo 29º estabelece a cláusula colonial: quer dizer que o tratado se aplica a
totalidade do território dos estados partes. O tratado não produz efeitos contra
terceiros, erga
omnes. Há exceção: 1) artigo 34º da Convenção de Viena, se houver consentimento do
estado
pode criar efeitos para o terceiro estado; 2) artigo 35º, se as partes no tratado
entenderem
criar obrigação por meio dessa disposição e o terceiro estado aceitar expressamente
essa
obrigação; 3) artigo 36º, faz nascer um direito se as partes nesse tratado entenderem
conferir
esse direito. O consentimento para as obrigações é real e para os direitos é presumido.
Pode
acontecer que a produção de feitos para um terceiro estado resulte de um próprio
tratado.
Pode-se fazer num tratado um outro tratado. Tratados entre estados prevê o acordo
colateral
para a produção de efeitos para terceiros estados é no acordo colateral.
Cessação
O quadro essencial das causas e das formas de cessação de vigência dos tratados é o
seguinte: a) Cessação por vontade das partes: - Abrogação (artigo 54º alínea b) da
Convenção da Viena); - Celebração de tratado ulterior sobre a mesma matéria (artigo
59º); b) Cessação por caducidade: - Decurso do prazo de vigência do tratado (termo
final); - Execução do próprio tratado; - Alteração fundamental de circunstâncias ou
cláusula rebus sic stantibus (artigo 62º); c) Impossibilidade superveniente de execução
(artigo 61º). A estas causas acrescem, quando estejam em causa, tratados bilaterais: -
Denúncia (artigo 56º); - Inexecução do tratado por uma das partes. A denúncia tem de
estar prevista no próprio tratado. Se não estiver, só será lícita quando se tiver
estabelecido terem as partes admitido a sua possibilidade ou o direito de denunciar
puder ser deduzido da natureza do tratado (artigo 56º nº1 CVDT). A intenção de
proceder à denúncia deve ser notificada com doze meses de antecedência (artigo 56º
nº2).
Cria-se um segundo tratado que renova o primeiro tratado chama-se de aberrogação,
o segundo tratado substitui o primeiro. A aberrogação pode ser tácita, o novo tratado
regula a mesma matéria do que o primeiro tratado.
Cessação da vigência dos tratados por vontade não das partes, mas por circunstâncias
exteriores a vontade das partes. Quando o tratado cessa por razões exteriores da
vontade das
partes falamos em caducidade, o tratado caduca. Causas da caducidade: a)
desaparecimento
ou alteração do território de um dos estados contratantes; b) a impossibilidade
superveniente
do cumprimento do tratado, artigo 61º da Convenção.

Validade e invalidade dos tratados


A principal linha de força do atual Direito dos Tratados, no domínio da validade e da
invalidade, é a salvaguarda, tanto quanto possível, da subsistência dos tratados.
Regras: a) A validade de um tratado ou do consentimento de um Estado a ficar
vinculado por um tratado só pode ser contestada por aplicação da Convenção de Viena
(artigo 42º nº1), ao passo que a extinção, a denúncia ou o recesso podem dar-se
também de harmonia com disposição do próprio tratado (artigo 42 nº2); b) A nulidade
de um tratado, contanto que decorra da aplicação da Convenção da disposição de um
tratado, não afeta o dever o Estado de cumprir todas as obrigações constantes do
tratado às quais está adstrito em virtude do Direito Internacional independentemente
do tratado (artigo 43º); c) Em princípio, uma causa de nulidade de um tratado semente
pode ser invocada em relação ao conjunto do tratado (artigo 42º nº2); d) Um Estado
não pode alegar uma causa de nulidade de um tratado quando, depois de haver
tomado conhecimento dos factos, esse Estado tiver aceitado expressamente
considerar que o tratado era válido ou quando, em razão do seu comportamento,
dever considerar-se como tendo aceitado a validade do tratado (artigo 45º). A
Convenção de Viena não prevê senão o erro de facto, não o erro de direito; e apenas
confere relevância ao erro essencial (artigo 48º). A par do erro, pode invocar-se o dolo
(artigo 49º), a corrupção do representante do Estado (artigo 50º) e a coação exercida
sobre o Estado pela ameaça ou pelo emprego da força (artigo 52º); não a coação sobre
o representante do Estado (artigo 51º).
Sistema português relativo aos tratados
Órgão que ratifica os tratados: o presidente da república artigo 120º da CRP, artigo
135º,
alínea b). Os tratados são sujeitos a publicação artigo 140º, nº1, alínea b), referenda
ministerial. Publicação artigo 119º, nº1, alínea b). Forma dos tratados, normalmente os
102
tratados são ratificados por decreto presidencial ratificação, artigo 119º, nº1, alínea d).
São
aprovados pela assembleia sob a forma de resolução, artigo 161º, alínea i). Os que não
vão à
assembleia vão ao governo, são aprovados por decreto, artigo 197º, nº1, alínea c).
Estudar os
artigos 160º, e 161º, da CRP. O presidente da república pode ou ratificar ou recusar a
ratificação ou pedir a fiscalização preventiva da constitucionalidade dos tratados,
artigo 278º,
nº1 e artigo 134º, alínea g). O tribunal constitucional pode pronunciar-se sobre a
constitucionalidade do tratado, artigo 279º, nº4. O presidente apenas assina, não
ratifica,
artigo 134º, alínea b) e artigo 197º, nº2.
A ratificação não tem efeitos retroativos. Artigo 24º da convenção de Viena. Um
tratado entra
em vigor nos termos e na data nele previstos ou acordados pelos Estados que tenham
participado na negociação.
Ratificações imperfeitas: pode acontecer que um estado quando está a negociar um
tratado
não respeite os requisitos formais do seu direito interno. Pode não ter cumprido as
exigências
do direito constitucional. O plenipotenciário podia não ter poderes. O ministro podia
não ser
mais o ministro dos negócios estrangeiros. Em que medida essas irregularidades
internas
formais afetam a validade do tratado, na vinculação da ordem interna do Estado?
Como se
resolve este problema? Artigo 46º da Convenção de Viena. Se houver afetação do
consentimento do estado em estar vinculado a um tratado por força do seu direito
interno
essa afetação só vale para o direito internacional se dizer respeito a uma norma de
importância fundamental do seu direito interno e se ter sido manifestado com
violação. Artigo
nº2 do mesmo artigo. Artigo 277º, nº2 da CRP.
Em princípio a própria convenção que está a ser celebrada é refere no seu texto se
está sujeita
ou não a ratificação. Se o direito internacional nada disser recorre-se ao direito
constitucional.
Artigo 8º, nº2; artigo 161, alínea i); artigo 197º, nº1, alíneas b) e c) e nº2; artigo 200º,
nº1,
alínea b); artigo 227º, nº1, alínea t); artigo 273º, nº2; artigo 277º, nº2; artigo 278º,
nº1; artigo
279º, nº1 e 4º. Dos artigos 8º, nº2 200, nº1, alínea d), resulta que é o governo que
aprova o
acordo internacional e portanto não é necessariamente com a assinatura do
Presidente da
República que o governo se vincula ao acordo, contudo artigo nº12, nº1, alínea c) da
Convenção de Viena sobre os Tratados. Artigo 134, alínea b) CRP e artigo nº 197, nº2.
Artigo
161º.

O Conselho de Segurança zela para a manutenção da paz e da segurança


internacionais.
O Conselho de Segurança é composto por 15 membros, 5 membros permanentes que
são os 5 países aliados que venceram a 2ª Guerra Mundial e estão presentes no artigo
23º Nº1 da CNU, mas no artigo 23 os nomes dos países ainda são os nomes que eles
tinham em 1945, mas hoje já não têm o mesmo nome ou houve sucessão dos Estados
“Art.º. 23

Você também pode gostar