Você está na página 1de 6

1) Quem foi Hugo Grotius, qual foi a sua atuação na Paz de Westfália e como essas

ações contribuíram para o desenvolvimento do direito internacional? Foi um holandês


que deu ao direito das gentes como ciência despertando o interesse dos principais
círculos cultos europeus com suas obras Mare Liberium (parte da De Jure, Praedar)
publicado em Leyde em 1609 e De Jure Belle acc Pacia, inspirado na querra dos trinta
anos publicado em 1625, sua contribuição foi de tamanha importância que o tornou
mundialmente conhecido como pai do Direito internacional e do Direito natural

2) Explique as principais diferenças entre o entendimento clássico e moderno de direito


internacional público, explicando também a mudança quanto ao seu objeto. No direito
clássico o direito internacional era considerado Direito das Gentes que foi empregado
constantemente ao lado do direito natural para designar um direito comum a todos os
homens de soberania ema força capaz de agregar seres em um dado território. Atores:
Estados e Organizações Internacionais. Matéria a regular: Relações interinstitucionais,
envolvendo Estados e organizações internacionais. À medida, porém, que o direito das
gentes passava, no decurso do tempo, a ser entendido como atinente às relações entre
homens agrupados em sociedades políticas distintas, e em que essas mesmas sociedades
passavam a demandar um direito próprio que as regesse, cuidou-se de encontrar
designação específica a respeito. Foi assim que Francisco de Vitória se referia no final
do século XVII, a um inter gentes, designação que não prosperou. Somente depois de
Vattel que o termo direito das gentes foi adequadamente substituído por direito
internacional que vem a ser o conjunto das princípios e regras jurídicas que regem a
atuação e a conduta da comunidade internacional. Atores: Estados; Organizações
internacionais; Indivíduo; Empresas, especialmente as transnacionais e aquelas com
negócios internacionais; Organizações não governamentais. Matéria a regular: Relações
entre Estados e organizações internacionais Cooperação internacional; Relações entre
qualquer ator internacional envolvendo temas de interesse global.

3)Quais são as características da sociedade internacional?

A Sociedade Internacional possui a característica Universal porque todos os entes do


mundo estão abrangidos por ela; Heterogeneidade – diferença entre os Estados (social,
econômica, cultural) é porque todos os entes que tem certas condições (soberania,
interesse negocial), podem a ela pertencer sem a necessidade de aprovação prévia dos
demais. Universalidade - abrange o mundo inteiro. Caráter interestatal (contestado por
parte da doutrina) – relação Estado x Estado Descentralização: não possui organização
institucional superior aos Estados, Coordenação Caráter paritário: igualdade jurídica
entre seus membros Desigualdade de fato.
4) Explique a diferença entre as teorias monista e dualista e quais são as
subclassificações de ambas (radical, moderado, internacionalista e nacionalista).
A corrente que defende a primazia do direito interno, parte do pressuposto de que o
direito internacional está alicerçado na vontade soberana dos Estados, sendo o direito
internacional nada mais que uma consequência do direito interno.
A corrente que defende a primazia ao direito internacional, sustenta que as normas
internas devem se ajustar ao ordenamento jurídico internacional. O direito interno
deriva do direito internacional, que representa uma ordem jurídica superior, ou seja, o
ato internacional sempre prevalecerá sobre uma disposição normativa interna que o
contradiz.
5) Qual a diferença entre fontes formais e materiais do direito internacional
público? fontes formais Formas de expressão dos valores, Fundamentos das normas, de
cunho filosófico, sociológico, político etc. fontes materiais Formas de expressão dos
valores resguardos pelo Direito, são elementos ou motivos que levam ao aparecimento
das normas jurídicas. Processos de elaboração das normas. O entendimento de que não
há hierarquia de fontes é majoritário na doutrina.

6) Considerando as fontes formais do DIP, quais são as fontes estatutárias do DIP?


(Enumere-as). O Estatuto da Corte elenca como fontes do Direito Internacional os
tratados, o costume, os princípios gerais do Direito, a jurisprudência e a doutrina. Por
meio da expressão ex aequo et bono, o Estatuto da CIJ refere-se também à equidade como
meio que pode determinar juridicamente a solução de conflitos envolvendo a
interpretação e a aplicação do Direito Internacional

7) Quanto à hierarquia de fontes e de normas, responda: Há hierarquia de fontes? Há


hierarquia de normas? Se sim, qual seria a norma de maior hierarquia? Dê exemplo. O
entendimento de que não há hierarquia de fontes é majoritário na doutrina. não existe
hierarquia entre as fontes, um tratado tem o mesmo valor que um costume por exemplo;
não existe uma lista expressa e fechada de tais normas, trata-se de uma construção
doutrinária e jurisprudencial. Ex: a proibição da escravidão e da tortura. Art.53 –
Convenção de Viena É nulo todo o tratado que, no momento da sua conclusão, seja
incompatível com uma norma imperativa de direito internacional geral. Para os efeitos da
presente Convenção, uma norma imperativa de direito internacional geral é uma norma
aceite e reconhecida pela comunidade internacional dos Estados no seu todo como norma
cuja derrogação não é permitida e que só pode ser modificada por uma nova norma de
direito internacional geral com a mesma natureza.
8) O que significa tratado nos termos da Convenção de Viena de 1969? Esse conceito
exclui algum sujeito passível de criá-lo? Se sim, qual? 1. Para os fins da presente
Convenção: a)“tratado” significa um acordo internacional concluído por escrito entre
Estados e regido pelo Direito Internacional, quer conste de um instrumento único, quer de
dois ou mais instrumentos conexos, qualquer que seja sua denominação específica;

9) É possível invocar o direito interno como justificativa de descumprimento de tratado?


Há exceção? Se sim, qual? Um Estado não pode invocar o fato de que seu consentimento
em obrigar-se por um tratado foi expresso em violação de uma disposição de seu direito
interno sobre competência para concluir tratados, a não ser que essa violação fosse
manifesta e dissesse respeito a uma norma de seu direito interno de importância
fundamental. (art. 46.1)

10) Qual o fundamento de validade do tratado? O fundamento de validade dos tratados


está no princípio do “pacta sunt servanda”, segundo o qual o comprometimento livre
assumido pelas partes deve ser cumprido de boa fé. Portanto, o Estado não está obrigado
a ratificar determinado tratado, mas se o fizer terá que cumprir. As cláusulas do contrato
vinculam a aplicação do mesmo e se neste estiver previsto que o Estado não pode
apresentar reserva, será o suficiente para que o Estado não o faça.

11) Explique quais são os dois elementos essenciais para a criação do costume
internacional. Em regra, o processo de consolidação de uma prática costumeira antecede à
opinio juris. Por outro lado, a mera reiteração de atos configura apenas uso, visto que o
elemento subjetivo é também necessário para dar forma ao costume. A generalização não
se confunde com a unanimidade. O costume não precisa ser objeto da aceitação unânime
de um grupo de Estados, bastando que, no espaço em que a regra é entendida como
costumeira, um grupo amplo e representativo reconheça sua obrigatoriedade.
ATENÇÃO: recordamos também que a generalização não significa que o costume deva
ser global ou universal, podendo se tratar de um costume regional ou empregado apenas
nas relações bilaterais

12) O que significa consuetudinização instantânea no direito internacional? Dê um


exemplo. é a prática generalizada, reiterada, uniforme e constante de um ato na esfera das
relações internacionais ou no âmbito interno, com reflexos externos. É a inverterata
consuetudo, que constitui o conteúdo da norma costumeira. O segundo elemento é a
convicção de que essa prática é juridicamente obrigatória (opinio juris ou opinio juris sive
necesitatis)

13) Quais são as fontes auxiliares do DIP? são os princípios gerais do Direito
Internacional, os atos unilaterais dos Estados, as decisões das organizações
internacionais, o soft law, analogia e o jus cogen (Ex:Declaração Universal dos Direitos
Humanos da ONU de 1948)

14) Explique três atos unilaterais dos Estados e dê um exemplo de cada. Os atos
expressos aperfeiçoam-se por meio de declaração que adote a forma escrita ou a oral.
Protesto: manifestação expressa de discordância quanto a uma determinada situação,
destinada ao transgressor de norma internacional e voltada a evitar que a conduta objeto
do protesto se transforme em norma.
Notificação: ato pelo qual um Estado leva oficialmente ao conhecimento de outro ente
estatal fato ou situação que pode produzir efeitos jurídicos, dando-lhe “a necessária
certeza da informação”. É entendido como “ato condição”, ao qual a validade de ações
posteriores está vinculada. Exemplos são as notificações de estado de guerra; Renúncia: é
a desistência de um direito, que é extinto. A bem da segurança jurídica e da estabilidade
das relações internacionais, a renúncia deve ser sempre expressa, nunca tácita ou
presumida a partir do mero não exercício de um direito;
Denúncia: ato pelo qual o Estado se desvincula de um tratado;
ATENÇÃO: não confundir a denúncia com a renúncia. A primeira refere-se ao
desligamento de um tratado. A segunda, à desistência de um direito. Visa a resguardar os
direitos do Estado em face de pretensões de outro Estado. Exemplo: protestos por ocasião
de golpes de Estado, que violam normas internacionais que determinam o respeito à
democracia; os tácitos configuram-se quando os Estados implicitamente aceitam
determinada situação, normalmente pelo silêncio ou pela prática de ações compatíveis
com seu objeto.
5) Cite e explique quais são os elementos que compõem o conceito de Estado. População:
Do ponto de vista do DIP, o elemento população inclui somente os indivíduos ligados
pelo vinculo da nacionalidade e não pela presença física no território do Estado.
População juridicamente refere-se a jurisdição pessoal do Estado exerce pelo vínculo da
nacionalidade. População: Do ponto de vista do DIP, o elemento população inclui
somente os indivíduos ligados pelo vínculo da nacionalidade e não pela presença física no
território do Estado. No conceito de população juridicamente falando estamos nos
referindo a jurisdição pessoal que o Estado exerce pelo vínculo da nacionalidade.
Território: A determinação do território estabelece os limites do exercício da jurisdição
geral e exclusiva do Estado, porém, não sendo esta absoluta, pois existem pessoas e bens
que são “imunes”, além do que outros Estados podem exercer jurisdição dentro do
território de um terceiro, se este terceiro consentir com tal exercício. Este é o caso das
embaixadas e consulados.

16) Quais são as formas de aquisição de nacionalidade originária e secundária conforme a


Constituição Federal de 1988? Aquisição originária da nacionalidade: os natos. De forma
mais ou menos uniforme, identificam-se dois critérios como os mais comuns entre os
Estados para determinarem a aquisição originária da nacionalidade: o ius sanguinis (pela
filiação, pelo sangue) e o ius soli (pelo território). a nacionalidade secundária ou
adquirida é típica dos brasileiros naturalizados, que a adquirem por vontade própria, após
o nascimento. Para que ela seja concedida, é necessária a observância de determinadas
condições, tais como exercício de profissão ou posse de bens suficientes à manutenção
própria e da família, ser registrado como permanente no Brasil, ler e escrever a língua
portuguesa, dentre outras.

17) Com fundamento na Constituição Federal de 1988, quais são os cargos privativos de
brasileiros natos? III - de Presidente do Senado Federal; IV - de Ministro do Supremo
Tribunal Federal; V - da carreira diplomática; VI - de oficial das Forças Armadas.
18) Quais as hipóteses de perda de nacionalidade com fundamento na CF/88? O brasileiro
naturalizado perderá a nacionalidade se vier a lesar o interesse nacional e tiver o ato da
naturalização cancelado por meio de sentença judicial. Já o brasileiro nato poderá perdê-
la caso adquira outra nacionalidade voluntariamente, em determinadas circunstancias
especiais.
A perda da nacionalidade e as possibilidades de dupla nacionalidade deve ser analisadas
em conjunto, visto que a dupla nacionalidade é mencionada como uma exceção das
hipóteses de perda de nacionalidade. Hipóteses: Cancelamento de Naturalização por
Sentença Judicial; Perda da Nacionalidade por Aquisição de Outra; Dupla Nacionalidade.
Em caso de perda da nacionalidade brasileira, o interessado poderá readquiri-la se estiver
domiciliado no Brasil. Para tanto, é necessário que esteja em situação regular no país, não
sendo necessário o visto permanente para postular a reaquisição da nacionalidade.
19) Com fundamento na lei de imigração, explique os conceitos de: migrante, imigrante,
emigrante, residente fronteiriço e apátrida.
II – Imigrante – pessoa nacional de outro país ou apátrida que trabalhe ou resida e se
estabeleça temporária ou definitivamente na República Federativa do Brasil;
III – emigrante – brasileiro que se estabeleça temporária ou definitivamente no exterior;
IV – Residente fronteiriço – pessoa nacional de país limítrofe ou apátrida que conserve a
sua residência habitual em Município fronteiriço de país vizinho;
V – Visitante - pessoa nacional de outro país ou apátrida que venha à República
Federativa do Brasil para estadas de curta duração, sem pretensão de se estabelecer. VI –
Apátrida - pessoa que não seja considerada como nacional por nenhum Estado.
20) Quais são as diferenças entre visto de visita e temporário? O visto de visita poderá ser
concedido ao visitante que venha ao Brasil para estada de curta duração, sem intenção de
estabelecer residência, nos seguintes casos: I – turismo; II – negócios; III – trânsito; IV –
atividades artísticas ou desportivas; e V– outras hipóteses definidas em regulamento.
O visto temporário se diferencia do visto de visita pela intenção do imigrante de
estabelecer residência por tempo determinado. Conforme o art. 14 da Lei n.13.445/2017:
Art. 14. O visto temporário poderá ser concedido ao imigrante que venha ao Brasil com o
intuito de estabelecer residência por tempo determinado e que se enquadre em pelo menos
uma das seguintes hipóteses:

21) Se o indivíduo estiver cumprindo pena no Brasil com sentença transitada em julgado,
ele poderá pedir autorização de residência? Se sim, sob quais hipóteses? existe vedação a
concessão de autorização de residência a pessoa condenada criminalmente no Brasil ou
no exterior por sentença transitada em julgado. Se o indivíduo estiver cumprindo pena no
Brasil com sentença transitada em julgado só poderá solicitar autorização de residência
se: a conduta caracteriza infração de menor potencial ofensivo; a pessoa esteja solicitando
autorização de residência para tratamento de saúde, acolhida humanitária ou reunião
familiar. a pessoa esteja solicitando autorização de residência por ser beneficiária de
tratado em matéria de residência e livre circulação.
22) Quais os crimes que impedem o requerente de asilo político de ter essa condição
reconhecida? Asilo Político não é admitido para quem tenha praticado crimes do Estatuto
de Roma. crimes de guerra; crime contra a humanidade; genocídio; crime de agressão.
23) Com fundamento no Artigo 1º da Convenção de Caracas sobre Asilo Diplomático de
1954, onde o asilo poderá ser outorgado? Art. 1º O asilo outorgado em legações, navios de
guerra e acampamentos ou aeronaves militares, a pessoas perseguidas por motivos ou
delitos políticos, será respeitado pelo Estado territorial, de acordo com as disposições
desta Convenção. Com base no art. 1º da Convenção de Caracas sobre Asilo Diplomático
de 1954, Consulados NÃO podem conceder asilo!

24) Com base na Lei n. 9.474, de 22 de julho de 1997, que criou o Comitê Nacional para
os Refugiados – CONARE, quem será considerado refugiado? rt. 1º Será reconhecido
como refugiado todo indivíduo que:

I - Devido a fundados temores de perseguição por motivos de raça, religião,


nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas encontre-se fora de seu país de
nacionalidade e não possa ou não queira acolher-se à proteção de tal país;

II - Não tendo nacionalidade e estando fora do país onde antes teve sua residência
habitual, não possa ou não queira regressar a ele, em função das circunstâncias descritas
no inciso anterior;

III - devido a grave e generalizada violação de direitos humanos, é obrigado a deixar seu
país de nacionalidade para buscar refúgio em outro país.
25) Não serão considerados como refugiados aqueles que praticaram quais crimes?
No Brasil, a matéria é regulada pela Lei n. 9.474, de 22 de julho de 1997, que criou o
Comitê Nacional para os Refugiados – CONARE NÃO serão considerados como
refugiados aqueles que praticaram crimes contra a paz; crimes hediondos; crimes contra a
humanidade; tráfico internacional de entorpecentes e crimes comuns, fora do país que o
acolhe, antes de serem aceitos como refugiados.

Você também pode gostar