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RESUMO
O presente trabalho tem como escopo a discussão da ressocialização do preso no Brasil visando
demostrar a realidade do sistema prisional brasileiro, Abordando a superlotação dos presídios, a falta
de saúde, de higiene e segurança, fatores que dificultam ou impossibilitam a ressocialização do
apenado. Ressalta-se também o retorno do apenado a sociedade bem como o preconceito vivido por
ele e a dificuldade em ingressar novamente no mercado de trabalho e na vida em sociedade.
Pretende-se também mostrar as leis criadas com intuito de ressocializar o detento e as dificuldades
em aplicá-las.
ABSTRACT
The present work has as its scope the discussion of the resocialization of the prisoner in Brazil, aiming
to demonstrate the reality of the Brazilian prison system, approaching the overcrowding of prisons, the
lack of health, hygiene and safety as factors that makes it difficult or impossible to resocialize the
convict. It's also noteworthy the return of the convicted to society as well as the prejudice experienced
by them and the difficulty in re-entering the job market and life in society. It is also intended to show
the created laws in order to resocialize the detainee and the difficulties in applying them.
1. Bacharel em Serviço Social pela Universidade Anhanguera; Possui Licenciatura plena em língua
portuguesa e literatura brasileira pela Universidade Federal do Ceará; Pós-graduado em Psicoterapia
em intervenção em crise em prevenção do suicídio pela Faculdade Serra Geral; Trabalha no sistema
prisional do Ceará, há 34 anos como policial penal.
1. INTRODUÇÃO
Violência em si, significa cometer danos a uma pessoa pelo uso da força
(matar, ferir, prender, roubar, humilhar, explorar trabalho alheio etc.). Além disso, a
desconsideração pelo outro e a transgressão de uma norma social também
caracterizam violência.
Um assunto intimamente relacionado à sociedade brasileira e muitas vezes
esquecido por nossa sociedade é o sistema prisional brasileiro. O Brasil tem a
terceira maior população carcerária do mundo, perdendo apenas para Estados
Unidos e China. Além da falta de condições de habilidades nos presídios, os
mesmos apresentam um alto índice de vacância.
A taxa de encarceramento no Brasil tem aumentado rapidamente e tornou o
sistema prisional mais instável. Na primeira parte desta monografia, foi discutida a
evolução das penas desde os tempos antigos até hoje, e comecei a falar sobre as
funções da pena.
Posteriormente, descreveremos os problemas enfrentados pelo sistema e
pelos status quo dos presos. Estes presos têm sido tratados de forma desumana e
degradante, chocando a sociedade com crimes mais violentos e cruéis, e reforçando
essa situação, positivamente vem relacionada a ressocialização e redução do crime.
Partindo desse princípio, o trabalho de conclusão de curso traz informações
contrarias a violência e acredita no lado social na humanização do ser. Errar é um
defeito humano que muitas vezes parece não ter mais perdão. Trata-se de uma
pesquisa bibliográfica, uma vez que a natureza das fontes investigadas serão os
livros, revistas, sites eletrônicos e artigos.
O tema em si é extremamente relevante, pois, com o fortalecimento das
organizações criminosas em todo pais, com consequente aumento da violência,
necessitamos encontrar de forma urgente, dentro do sistema prisional brasileiro,
partindo dessa nossa análise, os seus problemas estruturais, suas falhas, mas
também, seus investimentos e acertos na busca de novas formas de tornar o
sistema prisional mais seguro, mais eficiente em suas politicas de ressocialização.
2. CONCEITO E FUNÇÃO DE PENA
Entende-se por pena, segundo a Constituição Federal em seu art. 5º, XLVI,
um rol de penas a serem impostos aqueles que cometem infrações penais:
privação de liberdade ou restrição de liberdade, perda de bens, multa,
prestação social alternativa e suspensão ou interdição de direitos.
Considerando que esse rol é exemplificativo, ao legislador cabe cominar as
penas que considerar mais convenientes, devendo somente se ater as
vedações constantes do art. 5º, XLVII: pena de morte (salvo em caso de
guerra declarada), de caráter perpetuo, de trabalhos forçados, de banimento e
cruéis.
Não tem como reconhecer uma data de inicio exata da pena na história
da humanidade, de certa forma é possível se constatar que ela surgiu com
intuito reparar a vingança.
Na era primitiva, o homem criava seu clã (família) e para protegê-lo,
criou o pacto de sangue, que era matar o membro do clã diverso do seu,
porque acreditava que pessoas que não faziam parte do seu clã lhes fariam
mal.
E dessa forma começaram a formar guerras sangrentas onde inocentes
e crianças eram sacrificadas.
A partir dessas guerras sangrentas que surgiu o código de Hamurabi
(1.770 a.C), mais conhecido como “Olho por olho, dente por dente”, esse é
considerado o primeiro código de leis com intuito de punir.
E a partir do Código de Hamurabi foi passado o direito de punir das
comunidades a um ente estatal, ao qual regulamentava a punição de uma
determinada sociedade.
Muitos anos se passaram e com a evolução dos tempos, hoje podemos
falar sobre pena de forma diferente e mais humana.
Durante a passagem de vários anos, surgiram teorias que buscam explicar ou
entender a verdadeira função da pena, comparando-a com os comportamentos
sociais de cada época e sua organização Estatal, e acima de tudo analisar o
condenado como sujeito passivo da atuação dela.
A princípio, a pena era vista com um meio de castigar ao condenado o mal
por ele causado, decorrente do ato ilícito causado por ele. Posteriormente, foi frisado
o caráter preventivo, e após isso surgiu as teorias mistas que buscavam a
conciliação das teorias absolutas e as relativas.
Por fim, podemos afirmar que pena é a forma imposta pelo Estado para que o
indivíduo seja penalizado pelo crime por ele cometido, seja essa penalização a
privação de liberdade ou a restrição de um bem jurídico. Com o intuito de prevenir
de outros crimes e ressocializar o indivíduo para a sociedade.
Para Capez (2012, p. 384):
Vale destacar que através da Lei 12.433/2011, foi alterado os artigos 126,127,
128 e 129 da LEP para dispor sobra a remissão também por estudo. Esta remissão
acontece de 1(um) dia de pena a cada 12 horas de comparecimento escolar.
Segundo Albergaria, a Lei de Execução Penal visa alcançar a reintegração do
apenado na sociedade:
Recomendação Nº 44 – CNJ
E aqui nos deparamos com mais uma barreira, pois aí passa a ter
conhecimento do mundo do crime e até se deslumbra com que momentaneamente
ele pode proporcionar, voltando a delinquir.
Vale ressaltar, que mesmo após o cumprimento da sua pena, e sem dever
mais nada, o indivíduo e visto com maus olhos pela sociedade, não tendo muitas
vezes uma oportunidade de recomeçar.
Destarte, de maneira indubitável que diante das condições de precariedade,
violência, superlotação, maus tratos e até a má recepção da sociedade em relação
ao ex-detento é quase impossível uma ressocialização.
4. O RETORNO À SOCIEDADE
A sociedade tem uma visão de que a prisão torna o indivíduo em uma pessoa
pior, não dando a ele a oportunidade de reintegrar à sociedade, olhando para ele
com preconceito, esquecendo de que todos nós estamos sujeitos a erros e que
todos merecem sim uma segunda chance.
Neste sentido leciona Greco (2011 p. 14):
5. O MERCADO DE TRABALHO
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal: parte geral. 14ª.ed. São Paulo: Saraiva,
2012.
MIRABETE, Júlio F. Execução penal: comentário a lei N. 7.210. 11 ed. São Paulo:
Atlas, 2006.