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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIHORIZONTES

DIREITO

PRIMEIRA AVALIAÇÃO INTERMEDIÁRIA

DISCIPLINA: Prática Simulada Penal (PSPEN)


PROFESSOR(A): Gabriela Dourado Nunes de Lima UNIDADE: CSA
TURMA (s): 9D1N VALOR: 12,0 pontos NOTA:

ALUNO(A):

ASSINATURA

LEIA COM ATENÇÃO AS INSTRUÇÕES ABAIXO


01 – A avaliação é INDIVIDUAL e COM CONSULTA.
02 – Leia com atenção os enunciados e propostas das questões.
03 – O entendimento das questões faz parte da resolução dos problemas.
04 – As questões abertas devem ser entregues com a memória de cálculo e/ou justificativa.

Aluno, não deixe para postar o arquivo com as respostas desta avaliação no prazo limite, na
última hora, para evitar congestionamento na plataforma Moodle. O professor não receberá a
avaliação por e-mail após a data e hora programadas e o aluno perderá a nota desta
avaliação.

QUESTÃO 01 “Leia com atenção o caso concreto a seguir:

No mês de fevereiro de 2020, MARIA DAS COUVES estava insatisfeita com o seu cargo de
assistente da secretaria do curso de Direito da FACULDADE FÁCIL. Enquanto caminhava pelo
bairro Barro Preto, cabisbaixa com sua insatisfação profissional, deparou-se com uma placa
“ADVOCACIA CÍVEL, TRABALHISTA E ETC.” Não pensou duas vezes e entrou na sala a
procura de assessoria sobre seus direitos trabalhistas. Após esta reunião, narrados os fatos,
ela contratou os advogados TÍCIO e MÉVIO para a defesa dos seus interesses na Justiça do
Trabalho.

No dia 28 de fevereiro de 2020, os advogados TÍCIO e MÉVIO, na qualidade de advogados de


MARIA DAS COUVES, distribuíram reclamatória trabalhista contra a FACULDADE FÁCIL,
visando a rescisão do contrato de Trabalho de OFENSORA, com os respectivos direitos.

Na Reclamatória Trabalhista, os advogados e sua cliente, por duas vezes, atribuíram a um


falecido Professor da Faculdade a prática do crime de assédio sexual, previsto no art. 216-A do
Código Penal:

“Ainda, a reclamante foi vítima de assédio sexual do professor da cadeira acadêmica de


Prática Penal.” (petição inicial – fl. 02)

“(...) nada fez com relação a sua reclamação de assédio sexual por parte do professor de
Prática Penal maculando sua imagem e honra perante seus colegas de trabalho (...)”
(petição inicial – fl. 04)
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Como se não bastassem essas imputações formuladas por escrito, a reclamante MARIA DAS
COUVES, durante audiência de instrução no Juízo Trabalhista, imputou novamente a prática
de crime ao professor de Prática Penal, identificado como ELVIS PRESLEY:

“(...) que em julho de 2019 participou da colação de grau das turmas da faculdade e por
tal motivo passou a ter um contato maior com o professor de prática penal de nome Elvis
Presley; que ele passou a fazer insistentes elogios à depoente e depois de algum tempo
a telefonar constantemente para seu ramal no horário de serviço com convites para
saírem e elogios, falando de sua beleza e seu interesse sexual pela depoente; (...) que
diante da situação levou a sua chefia imediata, Dr. Zé, (...) mas que o professor Elvis
Presley continuou importunando a depoente; que todos os gracejos foram feitos sempre
por telefone (...) que a situação tenha durado em torno de seis meses (...)” (termo de
interrogatório da reclamante MARIA DAS COUVES no Juízo Trabalhista)

Além de Professor de Prática Penal na FACULDADE FÁCIL, ELVIS PRESLEY era muitíssimo
conhecido, na Cidade de Belo Horizonte, como advogado criminalista. Foram mais de 30 anos
de serviços prestados à advocacia, OAB e Núcleo de Prática da Faculdade, em especial às
pessoas pobres que sempre o procuravam. ELVIS PRESLEY nunca cobrava das pessoas que
não podiam pagar.

Inclusive, diante de seu recente falecimento em dezembro de 2019, foi enviada nota à família
de ELVIS PRESLEY pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerai, que prestou suas condolências e
registrou os louváveis serviços prestados à advocacia mineira por mais de três décadas.

Ocorre que tais fatos chegaram ao conhecimento do irmão de , que não era casado e não teve
filhos. Seu irmão ROBERTO CARLOS ficou indignado porque os advogados e MARIA DAS
COUVES não se limitaram apenas a pedir a rescisão do Contrato de Trabalho e a reivindicar
as verbas trabalhistas, mas sim buscaram ferir a honra de seu irmão, o finado professor ELVIS
PRESLEY, imputando a ele, falsamente, fato definido como crime, denegrindo assim a sua
memória, o seu prestígio social e o seu bom nome.

ROBERTO CARLOS procura do seu escritório em busca de orientação jurídica para tomar as
providências cabíveis no caso. Com base somente nas informações de que dispõe e nas que
podem ser inferidas pelo caso concreto acima, o aluno deve redigir, em resposta aos
questionamentos de ROBERTO CARLOS, parecer respondendo às seguintes questões:

1. MARIA DA COUVES e os advogados TÍCIO e MÉVIO praticaram alguma infração


penal? Justifique, apontando em caso afirmativo, quais os dispositivos legais
configurados, inclusive quanto à dosimetria da pena;

Sim. Ambos praticaram o crime contra a honra, de calúnia. Crime previsto no art.
155, do Código Penal. Uma vez que o enunciado faz menção da instatisfação de
Maria da Couves com o seu trabalho, bem como a ação trabalhista proposta era
para promover sua recisão do contrato de trabalho da ofensora.

Mais Maria da Couves e seus advogados Tício e Mévio, cometeram tal crime contra
uma pessoa morta, e a calúnia fere a honra objetiva da vitíma, como prevê o Código
Penal. Logo, a calúnia é punivel com pena, sendo prisão até 6 meses a dois anos ou
com pena de multa.

Lembrando que se a ofensa for cometida em circunstâncias que facilitem a sua


divulgação ou através de meio de comunicação social, ou se a imputação for falsa e o
autor o soubesse, a pena será agravada.
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Como o crime imputado foi passivel de conhecimento facilitadora da divulgação, a


pena de Maria das Couves e sueus advogados, Tício e Mévio, aumentam em um
terço, nos moldes do art. 140, CP.

2. Em caso afirmativo, qual seria a medida a ser tomada por ROBERTOS CARLOS?
Justifique, apresentando os dispositivos de lei a serem aplicados, qual o órgão seria
competente para analisar o caso, qual o prazo a ser observado, os requisitos
necessários para a procuração, bem como o procedimento processual a ser adotado,
desde o início até a sentença final.

Roberto por meio de um advogado, poderia oferecer quixa-crime, que é uma ação
penal privada, nos termos do art. 100, §§2º e 4º, CP; art. 31, CPP.

Lembrando que o direito de punição será uma prerrogativa estatal, ou seja, o


ofendido, ELVIS PRESLEY, que no caso está morto, poderia por meio do seu
representante, advogado, oferecer tal, mais nos termos do art. 31, CPP. Roberto
Carlos, irmão do Elvis, poderá oferecer a queixa-crime.

Roberto pode ajuiza-la em até 6 meses, sendo o Juizado Especial Criminal o orgão
competente para analisar o caso.

Ressaltando que nela deverá constar o fato criminoso exposto, relatando todo o
ocorrido, qualificando o acusado ou prestando na queixa-crime pontos que ajudem
a identificar o mesmo, rol de testemunhas, caso for necessário, bem como classificar
o crime e a procuração deve conter poderes especiais para o advogado, onde deverá
conter nome do querelante e menção do fato criminoso.

Após a distribuição da queixa crime, uma audiência de conciliação é marcada, como


dispõe art. 520 do CPP, de forma específica, caso não haja conciliação nesta, o rito
sumárissimo será seguido de forma normal, onde a atuação do Ministério Público,
será meramente como um fiscal da lei.

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