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Livro Eletrônico

Aula 05

Discursivas p/ PC-CE (Delegado) - Com Correção (8 questões


discursivas corrigidas)
Carlos Roberto, Vinicius Silva

42173924869 - Sueli Daiane Lopes


Carlos Roberto, Vinicius Silva
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Sumário
1. Apresentação ................................................................................................................. 2
2. Questões Comentadas Direito Penal ........................................................................... 3
3. Questões Propostas Direito Penal ............................................................................ 13

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1. APRESENTAÇÃO

Olá Pessoal,

Nessa aula vamos resolver questões de Direito Penal, lembrando que vamos ter uma
aula exclusiva para as questões de legislação penal extravagante, ou seja, de forma
geral teremos mais de 10 questões, cerca de 20 exercícios todos comentados, que já
foram objeto de provas anteriores de concursos de Delegado de Polícia.

Durante a elaboração dessa aula, assim como em todas elas, consegui verificar que
sempre temos questões discursivas de Direito Penal em concursos de Delegado de
Polícia, juntamente com questões de Direito Processual Penal, Constitucional e
Administrativo, são as principais matérias que podem ser objetos de prova discursiva.

É uma matéria muito extensa e tivemos que verificar qual a tendência da banca no
sentido de trazer questões de diversos temas dentro da matéria como um todo.

Antecipo que o ideal é estudar todo o conteúdo com bastante profundidade, pois em
Direito Penal você será colocado diante de uma situação prática, que lhe exigirá
conhecimentos tanto da parte geral, quanto da parte especial do CP para responder.

Vamos então verificar os assuntos mais prováveis de prova.

• Teoria do crime
• Crimes contra a vida
• Crimes contra o patrimônio
• Crimes contra a liberdade sexual

Esses são os temas mais relevantes, sob o aspecto sempre de uma questão mais
contextualizada, com muitas situações práticas e diversas perguntas para cada
questão.

A presença de dissertações sobre determinado tema é bem rara, a maioria das questões
versa mesmo sobre uma situação do cotidiano da delegacia de polícia.

Recomendo o estudo aprofundado dos temas com os nossos cursos de Direito Penal do
Mestre Renan Araújo, pois são completos e abrangem de forma bem aprofundada os
temas acima.

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Depois dessa revisão teórica, vale a pena tentar fazer as questões sem verificar os
comentários que estão em seguida, para isso use o segundo bloco de questões, a partir
da pág. 13, para que apenas depois disso possa verificar as questões comentadas.

2. QUESTÕES COMENTADAS DIREITO PENAL

01. (Direito Penal – UESPI – PCPI – Delegado de Polícia 2009) MAURO MUNIZ,
durante uma comemoração de um jogo do Campeonato Brasileiro de Futebol, adicionou
uma substância entorpecente ao refrigerante do colega da Torcida Organizada
Palmeirense, JOSEFINO ALVES, causando-lhe embriaguez completa de natureza
fortuita. Em seguida, o conduziu ao recanto da Torcida Organizada Rival e emprestou-
lhe um revólver calibre 38, para que este matasse um torcedor rival, inimigo comum,
com quem havia empreendido acirrada discussão, tendo JOSEFINO ceifado a vida do
torcedor rival. Em relação ao caso proposto, tipifique a(s) conduta(s) de MAURO MUNIZ
e/ou de JOSEFINO ALVES. Esclarecendo, inclusive, quanto à ocorrência ou não de
concurso de agentes com caracterização dos participantes. Fundamente e justifique a
sua resposta com base no Ordenamento Jurídico Pátrio.

Resposta comentada:

No caso apresentado, temos uma típica situação de autoria mediata. É certo que várias
são as teorias doutrinárias que se preocupam em explicar qual seria o conceito de autor.
No entanto o ordenamento pátrio adota a chamada Teoria do Domínio do Fato.

A teoria acima, em poucas palavras atribui a autoria delitiva ao agente que possui o
domínio da ação que provoca o delito. Essa teoria acaba por resolver o problema da
autoria mediata, que ocorre quando o verdadeiro autor do delito, ou seja, não
necessariamente pratica as ações diretas capazes de provocar a ofensa ao bem jurídico
tutelado pelo Direito Penal.

Voltando ao caso prático apresentado, a embriaguez foi total e involuntária, de modo


que JOSEFINO ALVES foi usado como instrumento nas mãos de MAURO MUNIZ para o
cometimento do delito de homicídio qualificado, pelo motivo torpe.

MAURO MUNIZ deve ser punido a título de dolo pelo crime acima, enquanto que
JOSEFINO ALVES, por conta da ausência de culpabilidade, pela inimputabilidade
ocasionada por embriaguez completa por caso fortuito, não cometeu crime, de acordo
com a teoria tripartida de “Wezel”. Logo, ante a ausência de liame subjetivo entre os
personagens envolvidos, não merece prosperar a tese de concurso de agentes.

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02. (Direito Penal – NCE – PCDF – Delegado de Polícia - 2007) Após namorar
Beltrana por mais de um ano, Fulano tomou conhecimento de que ela estava grávida e
sugeriu que praticasse um aborto para que a gravidez não fosse descoberta por seus
pais (de Fulano), eis que havia certa implicância pelo fato de que, embora ele já tivesse
completado 19 anos e ela contasse apenas 13 anos de idade, era considerada uma
jovem muito namoradeira, pois se relacionara com vários parceiros no mesmo período.
Acertado o aborto, dirigiram-se ao consultório de um médico, que, ciente de todas as
circunstâncias, dispôs se a realizar a manobra. Entretanto, ao aplicar a anestesia,
Beltrana reagiu ao medicamento, sofrendo parada cardíaca e entrando em estado de
coma. A gestação prosseguiu até o nascimento do bebê, tendo Beltrana falecido poucos
dias após. Analise penalmente, de forma fundamentada, a conduta de Fulano.

Resposta comentada:

Inicialmente, cumpre ressaltar que a modificação legislativa do código penal em 2009


trouxe a figura do estupro de vulnerável, sem a necessidade de violência ou grave
ameaça, bastando que o agente tenha conjunção carnal ou qualquer outro ato libidinoso
com menor de quatorze anos, pois em relação a esta a sua vulnerabilidade é absoluta,
independentemente de seu discernimento ou experiência sexual.

Podemos visualizar também uma segunda conduta, o que ocasionará o concurso


material de crimes no caso concreto apresentado.

Como Fulano convenceu uma menor de quatorze anos a consentir que se praticasse
aborto nela, temos o caso de ausência absoluta de consciência para consentir no aborto
por parte de Beltrana.

Assim, diante da conduta acima descrita, Fulano será punido por provocar aborto sem
o consentimento da gestante, na sua modalidade tentada, pois no caso em questão,
estaríamos diante de uma tentativa de aborto, uma vez que este se consuma somente
com a morte do produto da concepção, cuja pena será especialmente agravada em
decorrência da morte da gestante.

Embora não tenha praticado os atos diretamente provocadores do aborto, Fulano


induziu Beltrana naquele suposto consentimento. Fulano tinha total domínio das ações
de Beltrana, uma vez que essa era menor de quatorze anos (Teoria do Domínio do
Fato).

O crime, porém, terá sua pena aumentada, na verdade duplicada, pelo fato da morte
da gestante ter ocorrido em decorrência das manobras abortivas praticadas em
decorrência do induzimento provocado por fulano.

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03. (Direito Penal – UESPI – PCPI – Delegado de Polícia 2009) LUÍS LACERDA,
policial civil, durante uma discussão por motivo fútil com um colega de trabalho, num
tom enfático, disse: “sem perdão, te cuida!”. Temendo por sua segurança pessoal, o
COLEGA DE LUÍS preparou-se, psicologicamente, para que pudesse defender-se de uma
possível agressão. No dia seguinte, LUÍS enumerou numa lista, todos os cuidados que
seu colega deveria ter com a saúde, desde uma alimentação regular e saudável à
prevenção contra o stress, problema demonstrado durante a discussão. Ao encontrar-
se com o colega, LUÍS esboçou reação para retirar do bolso da calça a lista mencionada,
a fim de aconselhá-lo a cuidar-se melhor, ocasião em que percebeu a intenção do colega
de alvejá-lo com um disparo de arma de fogo. Na iminência de sofrer uma agressão à
sua vida, LUÍS disparou um tiro de pistola calibre .40 contra seu colega, que teve morte
imediata. Estaria LUÍS, acobertado por causa de exclusão de ilicitude ou de
culpabilidade? Indique a consequência penal aplicável ao caso. Fundamente e justifique
a sua resposta com base no Ordenamento Jurídico Pátrio.

Resposta comentada:

Luís Lacerda alvejou seu colega de trabalho em uma situação de legítima defesa,
prevista no art. 25, do Código Penal – CP, pois para repelir agressão injusta usou
moderadamente dos meios necessários. Explico.

O colega de Luís colocou-se em uma situação de erro plenamente justificável, ou seja,


a situação que ele vislumbrou existir era uma situação que, se real fosse, justificaria a
sua ação e a colocaria como legítima defesa em face da suposta ação de Luís.

No entanto, o colega de Luís não tinha como, por meio de um esforço razoável, prever
que ele retiraria do seu bolso uma lista de recomendações, o que ele previu foi que ele
retiraria uma arma de fogo ou qualquer outro instrumento que pudesse ceifar a sua
vida. Assim, o colega de Luís agiu em legitima defesa putativa (art. 20, §1°, do CP).

O dispositivo legal acima prevê que é isento de pena o agente que está em meio a
situação prevista na lei. Assim, ele praticou fato típico, e ilícito, porém não culpável.

Assim, Luís Lacerda agiu em legítima defesa, pois a ação de seu colega era, em tese,
injusta, o que retira a ilicitude da conduta perpetrada pelo primeiro. Assim, Luís não
cometeu crime, pois, de acordo com o conceito analítico de crime, Luís não cometeu
fato ilícito, em virtude da presença de excludente de ilicitude.

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04. (Direito Penal – UESPI – PCPI – Delegado de Polícia 2009) JOSÉ ARMANDO
desferiu um disparo de arma de fogo contra PEDRO CASSIANO, com dolo de homicídio.
Em decorrência do disparo, a vítima, que foi atingida em região não vital, foi posta em
ambulância para ser levada ao Hospital de Urgências de Teresina. No trajeto em direção
ao Hospital, a ambulância sofreu acidente, capotando três vezes. Em decorrência do
acidente, a vítima teve a cabeça esmagada, vindo a falecer. Seu atestado de óbito
acusa como causa mortis traumatismo craniano. JOSÉ ARMANDO deve responder por
alguma conduta? Em caso positivo, qual? Fundamente e justifique a resposta com base
no ordenamento jurídico pátrio.

Resposta comentada:

No caso concreto acima exposto, podemos afirmar que o acidente causou a morte da
vítima, no entanto, trata-se de uma causa superveniente relativamente independente,
quebrando assim o nexo causal entre a conduta praticada por José Armando, com dolo
de homicídio, e o resultado morte.

O efeito desse rompimento do nexo de causalidade está prevista no §1º, do art.13, do


CP, que prevê que quando a causa superveniente, por si só, produzir o resultado; os
fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou.

Portanto, o autor do disparo responderá por crime de tentativa de homicídio, uma vez
que por sua conduta sozinha o resultado morte não se concretizou, incidindo sua
conduta no que está previsto no art. 121, do Código Penal, combinado com o art. 14,
inciso II, do mesmo diploma legal.

05. (Direito Penal – CEPERJ – PCRJ – Delegado de Polícia - 2009) Analise os


casos abaixo e responda:

Caso 1: A polícia militar tinha informações de que Lamesil fazia um movimento de


tráfico em uma localidade. Uma guarnição da PM o avisou em uma motocicleta e o
abordou. No momento em que um policial militar acabava de revistar Lamesil e com
ele encontrou uma pequena quantidade de maconha (um cigarro) alegadamente para
seu uso próprio, o telefone de Lamesil tocou e o policial militar, incontinentemente,
atendeu à chamada ouvindo: “Lamesil?”, quando então respondeu o policial: “pois não!”
e daí o interlocutor encomendou uma trouxinha de cocaína para ser entregue em local
determinado. A polícia militar se dirigiu ao local e encontrou Osvaldo, o usuário que
pretendia comprar a droga de Lamesil. Este foi denunciado por tráfico com base no
depoimento em sede policial de Osvaldo.

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Caso 2: O Juízo de Direito da 1ª. Vara Criminal do Rio de Janeiro decretou uma
interceptação telefônica com o fim de apurar crime de associação criminosa (art.288
do CP), corrupção passiva (art. 317 do CP) e corrupção ativa (art.333 do CP) por parte
de Mauro, Edivaldo, Zacarias e Salomão. Após 10 dias de escuta telefônica, lograram
descobrir a autoria de crime de advocacia administrativa por parte de Francisco, irmão
de Zacarias (art. 321 do CP). Com base nas degravações, Francisco foi denunciado por
advocacia administrativa.

Caso 3: O Ministério Público Estadual requereu mandado de busca e apreensão dirigido


a um conjunto residencial em uma comunidade, pretendendo revistar toda a quadra 01
da rua “F”, em razão de informações em um inquérito policial, de que no local existia
depósito de máquinas de caça níquel da quadrilha de Joãozinho do Pavão. O Juízo de
Direito, ao apreciar o pedido, indeferiu o requerimento genérico, autorizando tão
somente a busca domiciliar nos números 33 e 44 da rua “F” da referida comunidade,
com o fim de averiguar a existência do indigitado depósito de caça níquel e a existência
da quadrilha. Em cumprimento do mandado, não lograram encontrar nenhuma máquina
de caça níquel ou qualquer elemento que indicasse quadrilha com tal atividade. Não
obstante, durante a busca domiciliar na casa 44, onde mora Ricardo dos Santos
encontraram um revolver calibre 38, com numeração raspada e um documento de porte
de arma falso. Ricardo dos Santos foi denunciado por porte de arma e falsificação de
documento público (respectivamente art. 16, parágrafo único, inc. I, da Lei 10.826/03
e art. 297 do CP).

Considerando o sistema constitucional e legal sobre a admissibilidade de provas, os


casos apresentados terão a mesma solução? Fundamente.

Resposta Comentada:

No primeiro caso, Lamesil, não deveria ser denunciada pelo crime de trafico de drogas,
pois a prova utilizada como base para a denúncia chegou ao processo por meios ilícitos.
Ela deriva de um tipo de prova ilícita, na medida em que o policial se coloca no lugar
de Lamesil, passando-se por ele, temos uma verdadeira escuta telefônica não
autorizada, o que dá ensejo à oitiva policial de Osvaldo. Este depoimento é ilegal por
derivação, aplicando-se ao caso a teoria dos frutos da árvore envenenada.

No segundo caso, é perfeitamente possível que Francisco responda criminalmente pelo


delito de advocacia administrativa.

Trata-se da chamada "teoria da do encontro furtuito de provas", também chamado de


fenômeno da serindipidade. Basicamente significa mirar em algo e acertar em coisa
diversa. A descoberta de provas ao acaso tem sido valiosa para as autoridades policiais
desvendarem a ação criminosa. Um exemplo recente é a operação Lava Jato.

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É pacífico o entendimento de que, a prisão em flagrante em crimes permanentes,


poderá ocorrer a qualquer tempo. Muito embora o mandado judicial possuísse objeto
diverso do encontrado, nada justifica que a autoridade policial, podendo agir, diante de
um flagrante, permaneça inerte. No caso apresentado, perfeitamente se encaixa a
teoria do encontro furtuito de provas.

06. (Direito Penal – NUCEPE – PCPI – Delegado de Polícia 2014) ANFITRITE,


brasileira, maior, com 40 (quarenta) anos de idade, no dia 15 de maio de 2014, por
volta das 20h, em sua residência na localidade Pau D'Arco, município de Campo Largo
– PI, possivelmente sob efeito de substância entorpecente, agrediu fisicamente seu filho
HEFESTO, brasileiro, maior, com 20 (vinte) anos de A autora, utilizando uma faca de
cozinha, com lâmina medindo aproximadamente 15 (quinze) centímetros, decepou dois
dedos da mão direita da vítima que é destra. A agressão se deu após violenta discussão,
em razão do possível estado de entorpecimento da autora. Logo após o cometimento
do delito, a autora, voluntariamente, evadiu-se do local, estando em lugar incerto e
não sabido. Ao encerrar o inquérito policial, com o indiciamento da autora, o Delegado
de Polícia, ao final do relatório, representou ao Exmo. Sr. Juiz de Direito a concessão
de medida cautelar de natureza pessoal objetivando a proteção da vítima, bem como
representou pela decretação da prisão preventiva da autora. Não foi realizado exame
toxicológico na mesma, uma vez não ter sido ela, até então, encontrada. Considerando
o caso narrado, pergunta-se:

a) Qual(is) o(s) crime(s) que deverá(ão) embasar o indiciamento da autora?

Resposta comentada:

O crime cometido foi o de lesão corporal grave, pois a sua ação causou a perda de dois
dedos, da mão direita, que é essencial para as atividades da vítima, que é destra. A
tipificação encontra-se no Código Penal, no art. 129, §1°, III, do Código Penal – CP.

Cabe salientar ainda que a pena deverá ser aumentada em um terço, pelo fato de ter
cometido a agressão física em face de seu próprio filho, o que configura a hipótese
prevista no §10, do art. 129, do CP.

b) No caso em tela, a autora é pessoa imputável?

A imputabilidade da pessoa, aparentemente está presente, uma vez que a embriaguez


voluntária por substância de efeitos entorpecentes não exclui a imputabilidade penal do
embriagado que comete crime.

c) É possível a concessão de medida(s) cautelar(es) objetivando a proteção da vítima?


Em caso positivo, indique qual (is).

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Resposta comentada:
Sim, é possível a concessão da medida cautelar de proibição de manter contato com
determinada pessoa, quando as circunstâncias do fato mostrarem ser necessário. Veja
que é necessário manter a integridade física da vítima, e a proibição mencionada é
salutar para garantir a proteção dela.

d) No caso em tela, é cabível prisão preventiva? Todas as respostas deverão ser


objetivamente fundamentadas.

Resposta comentada:

Sim, é cabível a prisão preventiva, pois presentes os requisitos de cabimento e


cautelaridade, uma vez que o crime cometido possui pena privativa de liberdade
superior a quatro anos, bem como está presente o requisito cautelar de garantia da
aplicação da lei penal, pois a autora do delito encontra-se foragida, o que demonstra a
sua intenção de furtar-se ao cumprimento de eventual pena, bem assim estão
presentes a comprovação da materialidade e os indícios suficientes de autoria delitiva.

07. (Direito Penal – FUMARC – PCRJ – Delegado de Polícia - 2012) Kafka,


juntamente com sua esposa Frida, adentra no supermercado “O Baratão”, em “São
Gonçalo”, quando são reconhecidos pelo segurança da loja por terem, em outra ocasião,
mantido atitude suspeita, no interior desse estabelecimento. Desconfiado, informou,
via rádio, aos demais seguranças, que passaram, discretamente, a observar o casal
circulando pelo supermercado, até perceberem que Kafka pegou 1,8 Kg de carne de
acém e o colocou, sorrateiramente, na bolsa de sua esposa. Em seguida, dirigiram-se
para a saída do supermercado e, quando estavam já na calçada, em frente ao
estabelecimento, foram abordados pelos mesmos seguranças que lograram encontrar
na bolsa da mulher o sobredito produto, avaliado em R$ 13,90 (treze reais e noventa
centavos). Policiais militares, acionados, conduziram Kafka e Frida até a Delegacia de
Polícia. Você, como Delegado de Polícia, como procederia diante do quadro supracitado?
Resposta Comentada:
O delegado de polícia tem o poder-dever de fazer o primeiro juízo de tipicidade quando
se coloca diante da notícia crime, podendo, assim, deixar de lavrar o flagrante, bem
como de instaurar inquérito policial, desde que fundamentadamente.

O caso em tela retrata uma situação típica de aplicação do princípio da insignificância,


ou da criminalidade de bagatela, onde a conduta, apesar de possuir tipicidade formal,
adequando-se à situação prevista no crime de furto (art. 155, do CP), não possui
tipicidade material, pois pelo valor da coisa subtraída, não seria a conduta capaz de
gerar uma lesão ao bem jurídico tutelado pelo Direito Penal.

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O delegado ao se convencer da insignificância (da atipicidade material), deverá decidir


fundamentadamente sobre a não instauração do inquérito, o que, inclusive, desafiará
recurso ao Chefe de Polícia, na forma do art. 5º, p 2º, do CPP, assegurado, assim, o
sistema de controle administrativo que impedirá abusos, sem olvidar do controle
externo pelo MP.

Portanto, diante da situação e dos fundamentos expostos acima, deveria o delegado de


polícia não proceder à autuação em flagrante delito do casal, por atipicidade material
da conduta imputada a eles.

08. (Direito Penal – ACAFE – PCSC – Delegado de Polícia - 2014) Em meio a


investigações de homicídio ocorrido nas imediações do Mercado ABC, o Delegado de
Polícia, acompanhado por dois Agentes, observou pessoas em rápidas conversas com
José da Silva na frente de sua residência, local que denúncias apontavam como ponto
de tráfico de drogas, sob investigação a cargo de outra equipe. Ante a atitude suspeita
de José da Silva, foi realizada sua abordagem. Tentando a fuga, José da Silva adentrou
em sua casa, sendo imediatamente seguido pelos policiais. No banheiro da residência
buscou descartar, no vaso sanitário, todo o material que estava em seu bolso, no que
foi impedido pela pronta atuação policial, que retirou dez petecas de crack da água. Já
na cozinha da casa foram encontradas mais duas petecas de cocaína, além de petrechos
relativos à produção e comercialização de entorpecentes, dois notebooks e dois
aparelhos de telefone celular. Um dos notebooks apreendidos, o de número 123456,
encontrado oculto entre as roupas sujas que estavam numa caixa, debaixo do tanque,
fora furtado, naquele mesmo dia, da residência da vítima Maria de Souza, que apontara
seu sobrinho, João de Souza, usuário de drogas e que fora visto pelos policiais
conversando com José da Silva antes da abordagem, como autor do furto, conforme
consta do boletim de ocorrência e do termo de reconhecimento e entrega. Considerando
a situação apresentada e as disposições da Constituição Federal, do Código Penal e do
Código de Processo Penal, indique e justifique a tipificação penal da conduta de José da
Silva e esclareça, também de forma justificada, se agiu corretamente o Delegado e se
violou preceito constitucional.

Resposta comentada:

Inicialmente, cumpre ressaltar que o delegado não violou a Constituição ante a


excepcionalidade prevista no inciso XI do art. 5º, da Constituição Federal, ou seja,
tratava-se de uma situação de flagrante delito. Os crimes cometidos como crimes
permanentes que o são, encontram-se em situação de flagrância enquanto perdurar a
situação de permanência.

Considerando que o enunciado traz o termo petrechos, temos duas possibilidades para
a situação: a primeira seria José da Silva está incurso nos tipos penais previstos como
tráfico de entorpecentes, previsto no Artigo 33 e 34, autonomamente; a segunda seria
a absorção do crime do artigo 34 pelo previsto no artigo 33, da Lei 11.343/2006.

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José da Silva ainda incorreu no crime de receptação, na modalidade ocultar (art. 180,
do Código Penal – CP).

09. (Direito Penal – CESPE – PCBA – Delegado de Polícia - 2013) Antônio foi
condenado a cumprir pena em regime semiaberto e, após o trânsito em julgado da
sentença que determinou o imediato cumprimento da pena, foi encaminhado a uma
cadeia pública pelo delegado responsável, sob o argumento de que não havia vaga
disponível no estabelecimento apropriado ao cumprimento do regime semiaberto.
Interpelado pela defesa do condenado, o delegado informou que, assim que surgisse
uma vaga, Antônio seria imediatamente transferido da cadeia pública para o
estabelecimento apropriado. Em face dessa situação hipotética, esclareça, de forma
justificada, com base na legislação e na jurisprudência, se a conduta do delegado foi
adequada e se violou algum preceito constitucional. Aponte, ainda, o que deveria ter
sido feito quanto ao cumprimento da pena.

Resposta comentada:

No caso sob análise o delegado de polícia procedeu de forma inadequada, uma vez que
prevê o art. 5°, XLVIII, da Constituição Federal de 1988 - CF/88, que a pena será
cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade
e o sexo do apenado.

No caso em tela, houve violação à previsão constitucional, pois o regime de


cumprimento inicial da pena foi o semiaberto, de modo que a pena deve ser cumprida
em um estabelecimento como, por exemplo, a Colônia Agrícola, Industrial ou Similar.

A justificativa do delegado de que não há vagas no estabelecimento adequado não deve


prosperar, pois em casos dessa natureza, deveria ele informar ao juiz, que
transformaria o regime em aberto ou ainda em prisão domiciliar, não podendo o preso
permanecer na cadeia pública, que deve ser utilizada para presos provisórios e não
para cumprimento de pena.

10. (Direito Penal) Imagine que André combina com Edite, prostituta que trabalha
nas imediações do porto, programa sexual em troca do pagamento de R$ 100.
Terminado o programa, André diz que está sem dinheiro e que não irá pagá-la. Diante
disso, Edite, pessoa humilde e sem instrução formal, arrancou do pescoço do cliente
um cordão que ele usava como forma de cobrar pelo serviço prestado e que não foi
pago. Quando André vai para cima de Edite para tomar de volta a corrente, ela saca
uma navalha e o ameaça, fazendo com que ele desista de recuperar o objeto. Edite
foge, então, do local, mas em seguida é presa pela Polícia Militar. Responda: Edite
cometeu algum crime?

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Resposta comentada:

Conforme explica Nucci: "Na órbita do Direito Civil, a prostituição deve ser reconhecida
como um negócio como outro qualquer (...) O comércio sexual entre adultos envolve
agentes capazes.

Como já se deixou claro, reconhecida a atividade no rol das profissões do Ministério do


Trabalho, o objeto é perfeitamente lícito, pois é um contrato sexual, mediante
remuneração, entre agentes capazes. Seria o equivalente a um contrato de massagem,
mediante remuneração, embora sem sexo.

Não há forma prescrita em lei para tal negócio, que pode ser verbal (...) perfeitamente
viável que o trabalhador sexual, não tendo recebido pelos serviços sexuais combinados
com o cliente, possa se valer da Justiça para exigir o pagamento.

Ademais [e aqui a relevância da conclusão para o exame do caso concreto], evita-se o


exercício arbitrário das próprias razões (crime previsto no art. 345 do CP) e termina-se
com a sacralização da Justiça para apreciar somente casos que se considerem
moralmente aceitáveis." (NUCCI, Guilherme de Souza, op. cit., p. 190) " (NUCCI,
Guilherme de Souza. Prostituição, lenocínio e tráfico de pessoas. 2ª ed, Rio de Janeiro:
Forense, 2015, p. 190).

Ante o exposto, como a pretensão que foi cobrada pela ré "com suas próprias mãos"
poderia ter sido exigida mediante ação judicial e como o seu dolo não era o de roubar,
mas sim o de cobrar o cliente pelo serviço que ela prestou regularmente, tem-se que a
prostituta considerava estar exercendo pretensão legítima, de sorte que deverá
responder pelo crime do art. 345 do CP – exercício arbitrário das próprias razões (e
não por roubo).

Caso concreto: STJ. 6ª Turma. HC 211.888-TO, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado
em 17/5/2016 (Info 584).

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3. QUESTÕES PROPOSTAS DIREITO PENAL

01. (Direito Penal – UESPI – PCPI – Delegado de Polícia 2009) MAURO MUNIZ,
durante uma comemoração de um jogo do Campeonato Brasileiro de Futebol, adicionou
uma substância entorpecente ao refrigerante do colega da Torcida Organizada
Palmeirense, JOSEFINO ALVES, causando-lhe embriaguez completa de natureza
fortuita. Em seguida, o conduziu ao recanto da Torcida Organizada Rival e emprestou-
lhe um revólver calibre 38, para que este matasse um torcedor rival, inimigo comum,
com quem havia empreendido acirrada discussão, tendo JOSEFINO ceifado a vida do
torcedor rival. Em relação ao caso proposto, tipifique a(s) conduta(s) de MAURO MUNIZ
e/ou de JOSEFINO ALVES. Esclarecendo, inclusive, quanto à ocorrência ou não de
concurso de agentes com caracterização dos participantes. Fundamente e justifique a
sua resposta com base no Ordenamento Jurídico Pátrio.

02. (Direito Penal – NCE – PCDF – Delegado de Polícia - 2007) Após namorar
Beltrana por mais de um ano, Fulano tomou conhecimento de que ela estava grávida e
sugeriu que praticasse um aborto para que a gravidez não fosse descoberta por seus
pais (de Fulano), eis que havia certa implicância pelo fato de que, embora ele já tivesse
completado 19 anos e ela contasse apenas 13 anos de idade, era considerada uma
jovem muito namoradeira, pois se relacionara com vários parceiros no mesmo período.
Acertado o aborto, dirigiram-se ao consultório de um médico, que, ciente de todas as
circunstâncias, dispôs se a realizar a manobra. Entretanto, ao aplicar a anestesia,
Beltrana reagiu ao medicamento, sofrendo parada cardíaca e entrando em estado de
coma. A gestação prosseguiu até o nascimento do bebê, tendo Beltrana falecido poucos
dias após. Analise penalmente, de forma fundamentada, a conduta de Fulano.

03. (Direito Penal – UESPI – PCPI – Delegado de Polícia 2009) LUÍS LACERDA,
policial civil, durante uma discussão por motivo fútil com um colega de trabalho, num
tom enfático, disse: “sem perdão, te cuida!”. Temendo por sua segurança pessoal, o
COLEGA DE LUÍS preparou-se, psicologicamente, para que pudesse defender-se de uma
possível agressão. No dia seguinte, LUÍS enumerou numa lista, todos os cuidados que
seu colega deveria ter com a saúde, desde uma alimentação regular e saudável à
prevenção contra o stress, problema demonstrado durante a discussão. Ao encontrar-
se com o colega, LUÍS esboçou reação para retirar do bolso da calça a lista mencionada,
a fim de aconselhá-lo a cuidar-se melhor, ocasião em que percebeu a intenção do colega
de alvejá-lo com um disparo de arma de fogo. Na iminência de sofrer uma agressão à
sua vida, LUÍS disparou um tiro de pistola calibre .40 contra seu colega, que teve morte
imediata. Estaria LUÍS, acobertado por causa de exclusão de ilicitude ou de
culpabilidade? Indique a consequência penal aplicável ao caso. Fundamente e justifique
a sua resposta com base no Ordenamento Jurídico Pátrio.

04. (Direito Penal – UESPI – PCPI – Delegado de Polícia 2009) JOSÉ ARMANDO
desferiu um disparo de arma de fogo contra PEDRO CASSIANO, com dolo de homicídio.
Em decorrência do disparo, a vítima, que foi atingida em região não vital, foi posta em

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ambulância para ser levada ao Hospital de Urgências de Teresina. No trajeto em direção


ao Hospital, a ambulância sofreu acidente, capotando três vezes. Em decorrência do
acidente, a vítima teve a cabeça esmagada, vindo a falecer. Seu atestado de óbito
acusa como causa mortis traumatismo craniano. JOSÉ ARMANDO deve responder por
alguma conduta? Em caso positivo, qual? Fundamente e justifique a resposta com base
no ordenamento jurídico pátrio.

05. (Direito Penal – CEPERJ – PCRJ – Delegado de Polícia - 2009) Analise os


casos abaixo e responda:

Caso 1: A polícia militar tinha informações de que Lamesil fazia um movimento de


tráfico em uma localidade. Uma guarnição da PM o avisou em uma motocicleta e o
abordou. No momento em que um policial militar acabava de revistar Lamesil e com
ele encontrou uma pequena quantidade de maconha (um cigarro) alegadamente para
seu uso próprio, o telefone de Lamesil tocou e o policial militar, incontinentemente,
atendeu à chamada ouvindo: “Lamesil?”, quando então respondeu o policial: “pois não!”
e daí o interlocutor encomendou uma trouxinha de cocaína para ser entregue em local
determinado. A polícia militar se dirigiu ao local e encontrou Osvaldo, o usuário que
pretendia comprar a droga de Lamesil. Este foi denunciado por tráfico com base no
depoimento em sede policial de Osvaldo.

Caso 2: O Juízo de Direito da 1ª. Vara Criminal do Rio de Janeiro decretou uma
interceptação telefônica com o fim de apurar crime de associação criminosa (art.288
do CP), corrupção passiva (art. 317 do CP) e corrupção ativa (art.333 do CP) por parte
de Mauro, Edivaldo, Zacarias e Salomão. Após 10 dias de escuta telefônica, lograram
descobrir a autoria de crime de advocacia administrativa por parte de Francisco, irmão
de Zacarias (art. 321 do CP). Com base nas degravações, Francisco foi denunciado por
advocacia administrativa.

Caso 3: O Ministério Público Estadual requereu mandado de busca e apreensão dirigido


a um conjunto residencial em uma comunidade, pretendendo revistar toda a quadra 01
da rua “F”, em razão de informações em um inquérito policial, de que no local existia
depósito de máquinas de caça níquel da quadrilha de Joãozinho do Pavão. O Juízo de
Direito, ao apreciar o pedido, indeferiu o requerimento genérico, autorizando tão
somente a busca domiciliar nos números 33 e 44 da rua “F” da referida comunidade,
com o fim de averiguar a existência do indigitado depósito de caça níquel e a existência
da quadrilha. Em cumprimento do mandado, não lograram encontrar nenhuma máquina
de caça níquel ou qualquer elemento que indicasse quadrilha com tal atividade. Não
obstante, durante a busca domiciliar na casa 44, onde mora Ricardo dos Santos
encontraram um revolver calibre 38, com numeração raspada e um documento de porte
de arma falso. Ricardo dos Santos foi denunciado por porte de arma e falsificação de
documento público (respectivamente art. 16, parágrafo único, inc. I, da Lei 10.826/03
e art. 297 do CP).

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Considerando o sistema constitucional e legal sobre a admissibilidade de provas, os


casos apresentados terão a mesma solução? Fundamente.

06. (Direito Penal – NUCEPE – PCPI – Delegado de Polícia 2014) ANFITRITE,


brasileira, maior, com 40 (quarenta) anos de idade, no dia 15 de maio de 2014, por
volta das 20h, em sua residência na localidade Pau D'Arco, município de Campo Largo
– PI, possivelmente sob efeito de substância entorpecente, agrediu fisicamente seu filho
HEFESTO, brasileiro, maior, com 20 (vinte) anos de A autora, utilizando uma faca de
cozinha, com lâmina medindo aproximadamente 15 (quinze) centímetros, decepou dois
dedos da mão direita da vítima que é destra. A agressão se deu após violenta discussão,
em razão do possível estado de entorpecimento da autora. Logo após o cometimento
do delito, a autora, voluntariamente, evadiu-se do local, estando em lugar incerto e
não sabido. Ao encerrar o inquérito policial, com o indiciamento da autora, o Delegado
de Polícia, ao final do relatório, representou ao Exmo. Sr. Juiz de Direito a concessão
de medida cautelar de natureza pessoal objetivando a proteção da vítima, bem como
==10f2c5==

representou pela decretação da prisão preventiva da autora. Não foi realizado exame
toxicológico na mesma, uma vez não ter sido ela, até então, encontrada. Considerando
o caso narrado, pergunta-se:

a) Qual(is) o(s) crime(s) que deverá(ão) embasar o indiciamento da autora?

b) No caso em tela, a autora é pessoa imputável?

c) É possível a concessão de medida(s) cautelar(es) objetivando a proteção da vítima?


Em caso positivo, indique qual (is).

d) No caso em tela, é cabível prisão preventiva? Todas as respostas deverão ser


objetivamente fundamentadas.

07. (Direito Penal – FUMARC – PCRJ – Delegado de Polícia - 2012) Kafka,


juntamente com sua esposa Frida, adentra no supermercado “O Baratão”, em “São
Gonçalo”, quando são reconhecidos pelo segurança da loja por terem, em outra ocasião,
mantido atitude suspeita, no interior desse estabelecimento. Desconfiado, informou,
via rádio, aos demais seguranças, que passaram, discretamente, a observar o casal
circulando pelo supermercado, até perceberem que Kafka pegou 1,8 Kg de carne de
acém e o colocou, sorrateiramente, na bolsa de sua esposa. Em seguida, dirigiram-se
para a saída do supermercado e, quando estavam já na calçada, em frente ao
estabelecimento, foram abordados pelos mesmos seguranças que lograram encontrar
na bolsa da mulher o sobredito produto, avaliado em R$ 13,90 (treze reais e noventa
centavos). Policiais militares, acionados, conduziram Kafka e Frida até a Delegacia de
Polícia. Você, como Delegado de Polícia, como procederia diante do quadro supracitado?

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08. (Direito Penal – ACAFE – PCSC – Delegado de Polícia - 2014) Em meio a


investigações de homicídio ocorrido nas imediações do Mercado ABC, o Delegado de
Polícia, acompanhado por dois Agentes, observou pessoas em rápidas conversas com
José da Silva na frente de sua residência, local que denúncias apontavam como ponto
de tráfico de drogas, sob investigação a cargo de outra equipe. Ante a atitude suspeita
de José da Silva, foi realizada sua abordagem. Tentando a fuga, José da Silva adentrou
em sua casa, sendo imediatamente seguido pelos policiais. No banheiro da residência
buscou descartar, no vaso sanitário, todo o material que estava em seu bolso, no que
foi impedido pela pronta atuação policial, que retirou dez petecas de crack da água. Já
na cozinha da casa foram encontradas mais duas petecas de cocaína, além de petrechos
relativos à produção e comercialização de entorpecentes, dois notebooks e dois
aparelhos de telefone celular. Um dos notebooks apreendidos, o de número 123456,
encontrado oculto entre as roupas sujas que estavam numa caixa, debaixo do tanque,
fora furtado, naquele mesmo dia, da residência da vítima Maria de Souza, que apontara
seu sobrinho, João de Souza, usuário de drogas e que fora visto pelos policiais
conversando com José da Silva antes da abordagem, como autor do furto, conforme
consta do boletim de ocorrência e do termo de reconhecimento e entrega. Considerando
a situação apresentada e as disposições da Constituição Federal, do Código Penal e do
Código de Processo Penal, indique e justifique a tipificação penal da conduta de José da
Silva e esclareça, também de forma justificada, se agiu corretamente o Delegado e se
violou preceito constitucional.

09. (Direito Penal – CESPE – PCBA – Delegado de Polícia - 2013) Antônio foi
condenado a cumprir pena em regime semiaberto e, após o trânsito em julgado da
sentença que determinou o imediato cumprimento da pena, foi encaminhado a uma
cadeia pública pelo delegado responsável, sob o argumento de que não havia vaga
disponível no estabelecimento apropriado ao cumprimento do regime semiaberto.
Interpelado pela defesa do condenado, o delegado informou que, assim que surgisse
uma vaga, Antônio seria imediatamente transferido da cadeia pública para o
estabelecimento apropriado. Em face dessa situação hipotética, esclareça, de forma
justificada, com base na legislação e na jurisprudência, se a conduta do delegado foi
adequada e se violou algum preceito constitucional. Aponte, ainda, o que deveria ter
sido feito quanto ao cumprimento da pena.

10. (Direito Penal) Imagine que André combina com Edite, prostituta que trabalha
nas imediações do porto, programa sexual em troca do pagamento de R$ 100.
Terminado o programa, André diz que está sem dinheiro e que não irá pagá-la. Diante
disso, Edite, pessoa humilde e sem instrução formal, arrancou do pescoço do cliente
um cordão que ele usava como forma de cobrar pelo serviço prestado e que não foi
pago. Quando André vai para cima de Edite para tomar de volta a corrente, ela saca
uma navalha e o ameaça, fazendo com que ele desista de recuperar o objeto. Edite
foge, então, do local, mas em seguida é presa pela Polícia Militar. Responda: Edite
cometeu algum crime?

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