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DIREITO PENAL
CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Prezados, nossa missão aqui é estudar os pontos com maior incidência no
concurso de Delegado de Polícia e de forma estratégica. Para tanto,
selecionamos os crimes que realmente caem e trazemos os pontos e
discussões principais, sempre balizados na estatística de incidência em nossos
certames policiais.
INTRODUÇÃO:
A administração pública é representada pelo conjunto de funções realizadas
pelos órgãos da administração pública para atender aos anseios da
sociedade. Tutela-se a normalidade funcional dos órgãos da administração
pública, a fim garantir os princípios: probidade, moralidade, patrimônio da
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Obs1: Não existe crime funcional hediondo ou equiparado. Para muitos, esse
é um grande erro da Lei 8.072/90.
Obs2: Em regra, são crimes dolosos. Só há 1 crime funcional culposo, que é
o peculato culposo.
Obs3: A Lei reconhece crime funcional de menor potencial ofensivo,
aplicando-se a Lei 9.099/95 nesses casos. Esse seria um outro erro, pois o
legislador teria permitido lesões menores ao bem jurídico Administração
pública. Ex. Prevaricação.
Obs4: O STF admite princípio da insignificância nos crimes funcionais. O STJ
não. Cuidado! Isso vale para os crimes funcionais, pois nos crimes praticados
por particulares contra a Adm. Púb, o STJ e o STF admitem a insignificância.
Obs5: Os crimes funcionais estão sujeitos a extraterritorialidade
incondicionada da lei penal brasileira (art. 7º, I, “c”, do CP) (ainda que
praticados no estrangeiro).
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comunicação das circunstancias elementares (art. 30,CP) se o particular tinha
o conhecimento que estava praticando crime com um funcionário público
(liame subjetivo).
Para o Direito Penal, funcionário público é aquele que exerce cargo, emprego
ou função pública, ainda que transitoriamente ou sem remuneração,
adotando-se um conceito ampliativo de funcionário público. A propósito, os
agentes políticos também se submetem ao conceito de funcionário público.
(STF, HC 72465/SP) Em síntese, incluem-se no conceito de funcionários públicos
todas as modalidades de agentes públicos.
Não se pode confundir função pública com múnus público, isto é, os encargos
públicos atribuídos por lei a algumas pessoas, como tutores, curadores,
administrador judicial, testamenteiro, depositário judicial, defensor dativo e
inventariantes judiciais, pois a condição de funcionário público não abarca
quem detém múnus público. (STF, RHC 8856/RS) Estes, ao cometerem delitos,
respondem por crimes de particulares, sem qualquer qualidade de funcionário
público.
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➔ ATENÇÃO: Estagiário de autarquia, agentes honoríficos (mesários) e
advogado dativo remunerado pelo poder público também são
funcionários públicos para fins penais (STJ - HC 52989 e REsp
656.740/GO)
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IMPORTANTE: Nem todo ato ímprobo corresponde a um crime funcional (atos
de improbidade estão nos arts.: 9º, enriquecimento ilícito; 10, dano ao erário;
e 11, violação aos princípios da LIA). Todavia, todo crime funcional
corresponde a um ato de improbidade. Logo, sempre que ocorrer um crime
funcional, uma cópia dos autos deverá ser encaminhada à promotoria do
patrimônio público para verificação de improbidade administrativa.
Peculato Apropriação
Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem
móvel, publico ou particular, de que tem a posse em razão do cargo. Cumpre
destacar que o bem objeto do peculato pode ser público ou privado,
devendo estar em posse do funcionário público em razão de sua função. O
crime se consuma a partir da inversão do animus do agente ativo,
internamente. Destarte, no momento em que o funcionário exerce a posse
com “animus rem sibi habendi” restará configurado o crime.
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CUIDADO: A prestação de serviços não se submete ao conceito de bem
móvel e, como tal, não pode ser objeto material do crime de peculato. Nesse
sentido, não há crime quando há desvio de finalidade do serviço, mas sim
improbidade. Ex. utilização de mão de obra pública para interesse particular.
Se, entretanto, o beneficiário da ordem ao prestador de serviços públicos for
Prefeito, caracterizar-se-á crime de responsabilidade, previsto no art. 1,II do
Dec. Lei 201/1967.
Peculato Desvio
Desviá-los, em proveito próprio ou alheio (bens fungíveis). Trata-se de uma
modalidade de apropriação onde há o desvio de finalidade do bem público
em proveito próprio ou alheio.
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DIVERGÊNCIA QUANTO AO MOMENTO CONSUMATIVO DO PECULATO-
DESVIO:
PECULATO-DESVIO MATERIAL - momento consumativo será do exato instante
em que ocorrer prejuízo para a administração pública. Posição adota por
Rogério Greco e Cleber Masson, e pelo STJ.
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finalidade pública, configura, em regra, FATO ATÍPICO. Porém, se diante de
bem fungível, haverá o crime de peculato. Ex.: caixa da repartição pública que,
após se apropriar de determinada soma em dinheiro, cobre o desfalque com outras
quantias, provenientes da Administração Pública ou de particulares.
para subtrair bem público, responde por furto. A amizade com funcionário
público não caracteriza a prevalência da condição de funcionário público!
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2ª Corrente - “Crime de outrem” abrange qualquer delito que viola a Administração
Pública, direta ou indiretamente, como, por exemplo, um furto.
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induzido ou mantido a pessoa em erro, ou seja, quando atua ativamente para
o erro de outrem.
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ART. 313-B – MODIFICAÇÃO OU ALTERAÇÃO NÃO AUTORIZADA DE SISTEMA DE
INFORMAÇÕES
Modificar ou alterar, o funcionário, sistema de informações ou programa de
informática sem autorização ou solicitação da autoridade competente. Frise-
se que não é necessário que haja qualquer prejuízo à ADM., bastando que
seja realizada a alteração do sistema sem a devida anuência de quem
deverá concedê-la, por parte da Adm. Pública. Nesse crime altera-se o
sistema, já no crime previsto no art. 313-A alteram-se dados do sistema e não
o sistema em si. Ademais, quando diante de alteração de dados, o crime
exige que o agente ativo seja funcionário autorizado a manusear o sistema; já
quando diante de modificação do sistema, não se exige que o agente seja
funcionário autorizado.
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Ocorre quando há desvio da verba pública estabelecida em lei, mas que seja
em favor da administração pública. Nesse caso, existe uma dotação para a
saúde e o funcionário a aplica, por exemplo, para o lazer de uma certa
comunidade. Se o desvio for realizado em proveito próprio ou de outrem, que
não a administração pública, restará configurado o crime de peculato na
modalidade desvio.
Sujeito Passivo: O Rogério Sanches escreve "....o sujeito passivo será o Estado,
bem como, EVENTUALMENTE, o particular atingido pela conduta criminosa."
Codigo Penal para Concursos - 5a edição - Pág. 566. Nesse sentido, a CESPE
extrai que o sujeito passivo é comum. (CESPE - 2012 - TCE-ES - Auditor de Controle Externo - Direito)
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Competência: O emprego irregular de verbas públicas é, em regra, de
competência da justiça estadual, salvo quando afrontar interesses e bens da
União.
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Trata-se de uma espécie de extorsão praticada pelo funcionário público,
porém não há no tipo penal a exigência de violência ou grave ameaça. Na
realidade, existe uma coação implícita no atuar do funcionário público em
virtude de seu poder funcional. Caracteriza-se como um crime formal,
consumando-se no momento da exigência. CUIDADO: Aquele que paga
não comete crime, pois está sendo, em tese, coagido implicitamente. Na
concussão a ameaça é o exercício da função. O crime admite a tentativa,
desde que a conduta seja plurissubsistente.
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STF → O fato de o juiz aumentar a pena em razão de o réu ser policial não
caracteriza bis in idem. A condição de servidor público é elementar do tipo
de concussão. No entanto, o fato de o réu ser policial pode ser considerado
negativamente no juízo de culpabilidade. Outrossim, a alegação de lucro fácil
não é motivo idôneo a justificar maior reprovabilidade da conduta. (RHC 117488
AgR/RJ – 1/10/2013)
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solicita a vantagem, praticou corrupção passiva; (c) Se o médico simula ser
devida a vantagem, esse médico responderá por estelionato.
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onde o funcionário age ativamente a fim de induzir ou manter o administrado
em erro.
Essa é a única corrupção ativa que o núcleo “dar” não é punido. No, Código
Eleitoral, no Estatuto do Torcedor, na corrupção de testemunhas, a conduta
“dar” é crime.
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porque esse fato revela maior grau de reprovabilidade da conduta, a
justificar o reconhecimento da acentuada culpabilidade, dadas as
específicas atribuições do promotor de justiça, as quais são distintas e
incomuns se equiparadas aos demais servidores públicos “latu sensu”. STJ. 5ª
Turma. REsp 1.251.621-AM, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 16/10/2014 (Info 552).
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O art. 317, §1º, do CP só aumenta a pena na corrupção passiva própria, pois
só nela há violação de dever funcional. Na corrupção passiva imprópria, a
pessoa pratica um ato observando o seu dever funcional, porém
comercializando esse ato.
A corrupção passiva tem dois momentos: (1º) comércio do ato; (2º) execução
do ato. O comércio do ato consuma o crime e a execução do ato majora a
pena. Mas, Atenção! Quando a execução do ato comercializado constitui,
por si só, crime autônomo, não incide a majorante, evitando-se bis in idem.
Ex. Servidor solicita dinheiro para facilitar fuga de preso. Ele solicitou dinheiro e
nesse momento, o delito do art. 317, do CP já está consumado. Depois, o
servidor efetivamente facilita a fuga: nesse caso, não se aumenta a pena do
art. 317, do CP, pois facilitar fuga configura o art. 351, do CP. Então, o agente
responderá pelo art. 317, do CP c/c art. 351, do CP, na forma do art. 69, do
CP. E não haverá a majoração do art. 317, do CP, para se evitar o bis in idem.
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caso, mas sim mero pedido ou influência para a prática dos verbos núcleos
deste parágrafo. Este é o caso dos famigerados favores administrativos. Pune-
se o funcionário “quebra-galho”. Esse delito não se confunde com a
prevaricação, pois esta pune o ato do agente que objetiva a satisfazer
satisfação ou sentimento pessoal, mas sim a de outrem.
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(art. 1º, caput, da Lei nº 9.613/98). STF. 2ª Turma. Inq 3982/DF, Rel. Min. Edson
Fachin, julgado em 7/3/2017 (Info 856).
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interesse ou sentimento pessoal. O agente poderá praticar o ato em virtude
de qualquer sentimento, seja para prejudicar ou ajudar outrem, porém sem
que haja qualquer pedido, solicitação ou exigência, sob pena de caracterizar
outros crimes. IMPORTANTE: HC 85180-STF: Quando diante de prevaricação, a
denúncia deve indicar qual foi o sentimento do funcionário público que
motivou a prática do ato, sob pena de inépcia da petição.
ENTEDIMENTO JURISPRUDENCIAL:
1.Na hipótese de haver discricionariedade na conduta escolhida, não há se falar em
crime de prevaricação. Assim, um Delegado de Polícia de plantão que baixa portaria
para apurar fato delituoso ao invés de autuar em flagrante delito os suspeitos do
crime, realiza opção justificável, que se insere no âmbito de suas atribuições.
2.Um delegado de polícia, por desleixo e mera indolência, omitiu-se na apuração de
diversas ocorrências policiais sob sua responsabilidade, não cumprindo, pelos
mesmos motivos, o prazo de conclusão de vários procedimentos policiais em curso.
Nessa situação, a conduta do policial NÃO constitui crime de prevaricação. A
jurisprudência é tranquila no sentido de que a negligência, desídia, preguiça, exclui
o dolo, havendo somente improbidade administrativa.
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falta competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade
competente (2).
O autor do fato pede algum favor para seu colega do próprio órgão público
ou de outro. Usa o seu poder funcional junto a um órgão público, sempre em
favor de terceiros, nunca em proveito próprio. Por exemplo, adiantar o dossiê
de aposentadoria de sua tia, facilitar o recadastramento eleitoral para seu
primo, pede para outro policial aliviar no flagrante contra amigo seu... Nesse
caso, o funcionário público que pratica o ato indevido, cedendo a influência
de outrem e violando dever funcional, responde por corrupção passiva
privilegiada, desde que não haja envolvimento de PAGAMENTO.
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agente atua, por exemplo, através de escritório de outrem ou quando ele
atua como informante do advogado.
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de exercê-la). Não obstante o entendimento doutrinário, o STF e o STJ afastam
a revogação do art. 322.
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ART. 323 – ABANDONO DE FUNÇÃO
Abandonar cargo público, fora dos casos permitidos em lei. Trata-se de um
crime formal e de mão própria. Parte da doutrina o classifica com crime
omissivo próprio, porém outra parte da doutrina o classifica como comissivo.
O crime em questão visa garantir o principio da continuidade do serviço
público.
O particular que concorre com o servidor terá direito à defesa preliminar? Não,
pois essa prerrogativa é privativa do funcionário público, não se estendendo
ao particular, partícipe ou coautor. Perceba que, se o funcionário público
deixar essa condição no oferecimento da denúncia, perderá o direito à
defesa preliminar. Ademais, vale lembrar que, se diante de parlamentar, o
processo for suspenso pela respectiva Casa, essa suspensão não irá beneficiar
o particular, ocorrendo cisão do processo para julgamento.
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São efeitos secundários, específicos e extrapenais. Porém, importante
destacar que esses efeitos não são automáticos, devendo ser motivadamente
declarados na sentença. Consequentemente, o magistrado precisa proceder
à apreciação da natureza e da extensão do dano, bem como às condições
pessoais do réu, para aferir seu cabimento no caso concretoO efeito da
condenação, por sua vez, é permanente, já que o condenado, ainda que
seja posteriormente reabilitado, jamais poderá ocupar o cargo, função ou
mandato objeto da perda, salvo se o recuperar por investidura legítima.
Anote-se, porém, que a possibilidade de perda do cargo público não precisa
vir prevista na denúncia, posto que decorre de previsão legal expressa, como
efeito da condenação, nos termos do art. 92 do Código Penal.
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pública. (RESP 556814 STJ)
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ATENÇÃO: O mero ato de fingir ser funcionário público, intitulando-se como
tal, caracteriza contravenção penal, art. 45, LCP, se não houver especial fim
de agir. A partir do momento em que ele pratica algum ato de oficio, há a
caracterização do crime de usurpação de função pública. (art. 328). No
entanto, se ele pratica diversos atos de ofício usurpando a função, qual será
a consequência? Segundo STF, estamos diante de um crime de habitualidade
imprópria, ou seja, a multiplicidade da pratica de atos de que configurem o
crime de usurpação de função se afigura como um único crime.
de eventual prejuízo sofrido pela União, ele seria apenas reflexo, na medida
em que o prejuízo direto está nitidamente limitado à esfera individual da
vítima, uma vez que as condutas em análise não trazem prejuízo direto e
efetivo a bens, serviços ou interesses da União, de suas entidades
autárquicas ou empresas públicas (art. 109, IV, da CF). STJ. 3ª Seção. CC
141.593-RJ, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 26/8/2015
(Info 568).
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não será crime de resistência, pois essa pessoa simplesmente está tentando se
livrar da prisão, devendo existir um comportamento ativo no sentido de
ameaça ou violência. Também não será desobediência, pois a fuga à voz de
prisão não tipifica, pois é instinto de liberdade e não vontade de desobedecer
(TJSP, mv — RJTJSP71/317; TACrSP, RT555/374).
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ATENÇÃO: A resistência, diante de ato ilegal, não se configura como crime;
já quando diante de ato injusto e a pessoa resiste, poderemos enquadrar no
crime de resistência, pois a justiça do ato não deve ser aferida pelo agente.
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conduta pode ser tanto omissiva quanto comissiva. A ordem deve ter
chegado inequivocamente ao destinatário para fins de configuração do
delito. Esta deve ser transmitida para alguém que tenha a obrigação de
cumpri-la. Se o destinatário tem a possibilidade de não cumprir a ordem (Ex.
exame do bafômetro) não estaria caracterizada a ordem, visto que essa
ordem é uma obrigação. Ademais, não se configura o crime de
desobediência se o agente, apesar do dever de cumprir a ordem legal
emitida por funcionário público, não tiver possibilidade ou condições efetivas
de cumpri-la.
Ex.1: Juiz sendo insultado em um recurso, pelo advogado. É crime contra a honra,
pois o juiz toma conhecimento da ofensa lendo a petição.
Ex.2: Delegado Federal está fazendo um flagrante e, na sala do lado, ele escuta o
preso o ofendendo. Esse crime é de desacato, pois o delegado está na presença do
preso.
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Ex.3: Uma pessoa liga para o funcionário público e começa a insultá-lo pelo telefone.
Isso é crime contra a honra ou desacato? É crime contra a honra, pois a pessoa
ofendida não está no local. Segundo a jurisprudência, a ofensa por telefone é crime
contra a honra, e não desacato.
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ofendido, pois a lei tutela a dignidade da função pública, e não a honra de
quem a exerce. A publicidade da ofensa não é elementar do delito,
subsistindo o desacato mesmo na situação em que a conduta não seja
presenciada por outras pessoas, desde que presente o funcionário público. No
que tange à tentativa, a doutrina majoritária afirma ser incompatível com esse
delito, em razão do caráter unissubsistente do crime.
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Rica. A criminalização do desacato está na contramão do humanismo,
porque ressalta a preponderância do Estado - personificado em seus agentes
- sobre o indivíduo. A existência deste crime em nosso ordenamento jurídico é
anacrônica, pois traduz desigualdade entre funcionários e particulares, o que
é inaceitável no Estado Democrático de Direito preconizado pela CF/88 e
pela Convenção Americana de Direitos Humanos. STJ. 5ª Turma. REsp
1.640.084-SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 15/12/2016 (Info 596). No
entanto, entenda que o fato de o desacato não mais ser punido não significa
que o indivíduo que ofendeu a honra de um servidor público não possa ser
responsabilizado. A depender da situação concreta e das palavras proferidas
ou gestos praticados, o ofensor poderá responder por calúnia, difamação ou
injúria. Neste caso, contudo, a vítima será a pessoa física, ou seja, o próprio
servidor ofendido (e não mais o Estado).
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Caso de aumento: As penas aumentam-se de 1/3, se o agente alega ou
insinua que o dinheiro ou utilidade também se destina a qualquer das pessoas
referidas neste artigo.
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ATENÇÃO: Carcereiro não responde por crime de corrupção passiva, quando
se tratar de visita íntima pelos familiares, pois é um direito do reeducando
proporcionado pelo Estado, e não tem o carcereiro a atribuição de definir o
momento desta visita. Logo, também não responde por corrupção ativa os
familiares que venham a oferecer alguma quantia ao carcereiro – STF / HC
106300/MG.
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§ 1o Incorre na mesma pena quem:
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3. O prazo prescricional passa de 08 para 12 anos (art. 109, III do CP)
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CONTRABANDO:
No contrabando temos uma mercadoria que não pode entrar ou sair do
território brasileiro. (Cuidado com os tipos penais especiais do crime de
contrabando. Ex. drogas, armas de fogo, moeda falsa, crimes ambientais)
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O elemento subjetivo do delito em estudo é o dolo, que corresponde à
vontade livre e consciente de realizar as condutas descritas nas modalidades
supracitadas. Trata-se de delito forma, portanto não exige resultado
naturalístico.
DESCAMINHO:
A figura do descaminho consiste na introdução de mercadoria estrangeira no
território nacional, desacompanhada de documentação fiscal exigida” (STF:
HC 73.715/SP, rel. Min. Ilmar Galvão, 1ª Turma, j. 07.05.1996)
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independentemente de qualquer finalidade específica. Não se admite a
modalidade culposa.
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para iludir o pagamento do tributo devido – absorção (princípio da
consunção): “Responderá apenas pelo crime de descaminho, e não por
este em concurso com o de falsidade ideológica, o agente que, com o fim
exclusivo de iludir o pagamento de tributo devido pela entrada de
mercadoria no território nacional, alterar a verdade sobre o preço desta.
Isso porque, na situação em análise, a primeira conduta realizada pelo
agente, com adequação típica no art. 299 do CP, serve apenas como meio
para alcançar o fim pretendido, qual seja, a realização do fato previsto
como crime no art. 334 do CP. Trata-se, pois, de uma das hipóteses em que
se aplica o princípio da consunção, quando um crime é meio necessário ou
normal fase de preparação ou de execução de outro crime. Nesse
contexto, evidenciado o nexo entre as condutas e inexistindo dolo diverso
que enseje a punição do falso como crime autônomo, fica este absorvido
pelo descaminho” (STJ: RHC 31.321/PR, rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, 5ª
Turma.
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tutelado, no crime de contrabando, vai além do mero valor pecuniário do
imposto elidido, pois também visa à proteção do interesse estatal de impedir
a entrada e a comercialização de produtos proibidos em território nacional.
(HC 258624 / RR)
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a denunciação, acreditando ser o denunciado inocente, mas posteriormente
constata-se seu envolvimento com o ilícito penal, NÃO caracteriza
denunciação caluniosa. Obs: Atenção! Não é punível denunciação caluniosa
contra os mortos, mas somente a calúnia (art. 138, §2º, do CP).
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do arquivamento do IP (quando faz coisa julgada material) ou da decisão
definitiva que reconheça a inocência do acusado. (HC 82941/RJ) Vale
destacar que esta é uma medida de prudência estatuída pela jurisprudência,
visto que não exige qualquer determinação legal nesse sentido no
ordenamento jurídico pátrio.
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- É possível a extinção da punibilidade pela retratação do agente na
denunciação caluniosa? R: O legislador, ao contrário do que fez na calúnia,
não permite retratação extintiva da punibilidade na denunciação caluniosa,
podendo a retratação configurar, conforme o caso, atenuante de pena ou
arrependimento eficaz.
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da investigação não é motivo suficiente para desclassificar a conduta para o
crime do art. 340. STJ. 6ª Turma. REsp 1.482.925-MG, Rel. Min. Sebastião Reis,
julgado em 6/10/2016 (Info 592).
DIREITO PENAL |
Trata-se de um delito que afeta a formação da verdade real e, segundo a
doutrina, configura-se como crime de mão própria, somente sendo imputável
àqueles previstos no tipo, não admitindo coautoria, mas admite participação
do advogado, por exemplo que induz e aconselha seu cliente a mentir sobre
fato (doutrina majoritária). Já segundo o STJ e STF, o advogado que instrui a
testemunha a mentir atua como coautor do delito, sob a teoria do domínio
do fato. (STF RHC 81327 e HC 75037 e STJ REsp 402.783/SP)
Importante lembrar que o art. 159, §1º, do CPP diz que, na falta de perito
oficial, o exame será realizado por duas pessoas. A falsa perícia, apesar de
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delito mão própria, é um caso excepcional em que se admite coautoria,
quando a lei exige dois profissionais assinando o laudo.
Destaque-se que este crime não alcança o ofendido, visto que ele pode
mentir com relação a fatos e está resguardado pelo principio da não
produção de provas contra si mesmo.
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que ocorreu o ilícito. Obs: Em processos da competência do Júri, é possível a
retratação extintiva da punibilidade mesmo após a decisão de pronúncia, desde
que anterior à sentença de mérito.
DIREITO PENAL |
OBSERVAÇÃO: A prolação da sentença no processo em que ocorra
afirmação falsa NÃO é condição de procedibilidade da ação penal pelo
crime de falso testemunho. Prevalece o entendimento de que a ação penal
pelo crime de falso testemunho pode ser iniciada, mas não pode ser julgada
antes da sentença do outro processo em que ocorreu o falso, pois até tal
momento é cabível a retratação.
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calar a verdade em depoimento, perícia, cálculos, tradução ou
interpretação.
MUITA ATENÇÃO: Temos que ter cuidado para averiguar se estamos diante de
um perito funcionário público ou não. Se for funcionário público, estaremos
diante de corrupção ativa. Ademais, aquele que é subornado responde pelo
crime de falsa perícia ou testemunho com causa de aumento de pena em
virtude do suborno.
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Investigatório Criminal instaurado no âmbito do Ministério Público. Isso
porque o PIC serve para os mesmos fins e efeitos do inquérito policial. STJ. 6ª
Turma. HC 315.743-ES, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 6/8/2015 (Info 568).
Ex. Pessoa que empresta um dinheiro a outrem, esta pessoa não o devolve.
Por conseguinte, aquele que havia emprestado o valor, mediante violência
subtrai o valor daquele que se negou a devolver o empréstimo. Nesse caso,
há evidente exercício arbitrário das próprias razoes em concurso com o crime
DIREITO PENAL |
de lesão corporal, em razão da violência empregada.
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cliente pelo fato de ele não ter pago pelo serviço sexual combinado e
praticado consensualmente, pratica o crime de exercício arbitrário das
próprias razões (art. 354 do CP) e não roubo (art. 157 do CP). STJ. 6ª Turma. HC
211.888-TO, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 17/5/2016 (Info 584).
Porém, em prova discursiva ou oral, importante salientar que há quem
defenda que a dívida da prostituição seria ilícita e, como tal, estaríamos
diante do crime de roubo ou furto, a depender do modus operandi.
Diferença entre o art. 345 e o 346: Neste – art. 346 -, o agente ativo não possui
razão e age arbitrariamente a fim de fazer valer a sua vontade. Já no art. 345,
o agente ativo possui razão com relação ao seu pleito, no entanto, o exerce
de maneira proibida pela norma, caracterizando, assim, o exercício arbitrário
das próprias razões.
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IMPORTANTE: Cumpre destacar que se houver fraude processual no local ou
objeto em que houve acidente de transito e em arma de fogo estaremos
diante de tipificações previstas em lei especial e não no Código Penal.
DIREITO PENAL |
Trata-se de um crime que pressupõe crime anterior (parasitário), onde o
agente passivo subtrai-se à ação da autoridade pública auxiliado pelo
agente ativo do crime de favorecimento pessoal. Ex. Aquele que presta
abrigo à foragido da policia a fim de ocultá-lo.
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(Excludente de culpabilidade). Não se estende a tios e primos, somente até
colaterais de 2º grau. ATENÇÃO: NÃO HÁ ISENÇÃO DE PENA DIANTE DE
FAVORECIMENTO REAL!
Aquele que cede a sua propriedade para que criminosos guardem dinheiro
objeto de crime se furto qualificado deverá responder por favorecimento real,
visto que a conduta destina-se a tornar seguro o proveito do crime.
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tão somente em amizade ou qualquer outro sentimento que tenha para com o
criminoso. Já na receptação, aquele que sabe a origem ilícita do bem e auxilia o
criminoso o faz para proveito próprio ou de outrem que não tenha ligação direta com
o criminoso que praticou o crime anterior. Na receptação o agente receberá alguma
quantia ou depois venderá o bem a terceiro. Já no favorecimento o auxilio é
direcionado totalmente ao criminoso, onde aquele que auxilia não tem qualquer
benefício de ordem econômica pelo fato praticado. A diferença, em específico, está
no especial fim de agir.
DIREITO PENAL |
JECRIM JECRIM
A pena do favorecimento depende da pena cominada A pena do crime praticado pelo favorecedor não varia
ao crime cometido pelo favorecido: se a pena do conforme a pena do delito praticado.
favorecido for de reclusão, a pena do favorecedor é a
do art. 348 caput. Agora, se a pena do crime for de
detenção, a pena será a do § 1º do art. 348, CP.
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artigo ainda está em vigor, no entanto, a doutrina majoritária entende que tal
dispositivo está revogado.
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Trata-se de crime material, de atentado ou empreendimento, hipótese em
que a tentativa é punida da mesma forma que a consumação. A
consumação real do crime se configura com a efetiva evasão do criminoso.
Aplica-se a pena deste delito além da pena correspondente à violência.
DIREITO PENAL |
sua literalidade não exige. Trata-se de um crime permanente que se potrai
até a cessação da violência e de concurso necessário. Pune-se este crime em
concorrência com o da violência praticada pelo grupo.
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Incorre o advogado ou procurador judicial que defende na mesma causa,
simultânea ou sucessivamente, partes contrárias.
Sujeito ativo: Cuida-se de crime próprio ou especial, pois somente pode ser
praticado pelo advogado, seja ele público ou particular, constituído ou
dativo, e também pelo estagiário de advocacia, regularmente inscrito nos
quadros da OAB (crime próprio ou especial).
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ART. 359 – DESOBEDIÊNCIA A DECISÃO JUDICIAL SOBRE PERDA OU
SUSPENSÃO DE DIREITO
Exercer função, atividade, direito, autoridade ou múnus, de que foi suspenso
ou privado por decisão judicial. Trata-se de uma modalidade especial de
desobediência onde o agente fora suspenso de suas atividades públicas, mas
a ignora e continua a exercer.
Para o STF, essa determinação judicial deve possuir conteúdo penal. Pois, caso
contrário, seria uma burla a vedação de prisão civil. Ademais, se houver
sanção prevista para o descumprimento da decisão, o crime não incidirá ao
caso concreto, assim como ocorre no crime de desobidiência.
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reclama a afronta a decisão judicial, não se caracterizando quando o sujeito
exerce atividade de que está impedido por decisão administrativa. Nesse
caso, será imputado ao agente o delito definido no art. 205 deste Código
(exercício de atividade com infração de decisão administrativa).
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