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BIOÉTICA

Van Rensselaer Potter.

Conceito: “É o estudo sistemático das dimensões morais – incluindo visão moral, decisões,
condutas e políticas – das ciências da vida e atenção à saúde, utilizando uma variedade de
metodologias éticas em um cenário interdisciplinar.

A Ética é um conjunto de princípios morais que regem os


direitos e deveres de cada um de nós e que são estabelecidos e  A Bioética surgiu nos Estados Unidos na década de 70.
aceitos numa época por determinada comunidade humana. III. A palavra Ética vem do grego (Ethos) e significa
Um dos objetivos da ética é o estudo dos valores morais, caráter, costume, hábito ou modo se ser. 
buscando justificá-los.

Não maleficiência: "Evitar o mal". Dever de


Beneficiência: Relaciona-se ao dever de ajudar os abter de fazer qualquer mal para clientes, de não
outros, de fazer ou promover o bem a favor de seus causar danos ou colocá-los em risco. Se
interesses. Reconhece o valor moral do outro, compromete-se a avaliar e evitar danos
levando-se em conta que maximizando o bem do previsíveis. Evitar situações que signifiquem
outro, possivelmente pode-se reduzir o mal. Avaliar riscos e verificar se não está prejudicando o
os riscos e os beneficios potenciais (individuais e cliente. Se determinada técnica não oferece risco.
coletivos) e Buscar os máximo de benefícios,
reduzindo ao mínimo os danos e riscos.
Tom Beauchamp e James Childress, protagonistas do modelo
principialista, propõem quatro princípios bioéticos fundamentais:

Autonomia: "Liberdade de decisão" sobre a sua


vida. Capacidade de autodeterminação da pessoa, Justiça ou Equidade: Igualdade de tratamento e
o quanto ela pode gerenciar sua própria vontade, á justa distribuição de verbas do Estado para a
livre de influências. Liberdade de cada ser saúde. E Equidade é dar a cada pessoa o que lhe é
humano. A violação da autonomia só é aceitável devido, segundo as suas necessidades , pois pessoas
quando o bem público se sobrepõe o bem são diferentes.
individual.

Postura Paternalista do profissional: (em que ele se considera superior por deter um conhecimento técnico
especializado) desnivela as dignidades de profissional e de paciente, fazendo com que este último se sinta inferior,
excluindo-se das decisões sobre sua própria vida.

Distanásia = Morte difícil ou penosa, Eutanásia = Morte sem do. Pratica de abreviar a
prolongamento do processo da morte, sem vida, para evitar sofrimento do paciente. Proibida
qualidade de vida ou dignidade. no Brasil!

Ortotanásia = Paciente em estágio terminal, Aborto = Interrupção da gravidez até 20ª ou 22ª
morte sem dor, onde há dispensa de utilização de semana, ou quando o feto pese até 500g, ou mede
métodos desproporcionais de prolongamento de 16,5cm. Crime, exceto quando não há outro meio de
vida. salvar a gestante ou é resultado de estupro.
EFICÁCIA, EFICIÊNCIA E EFETIVIDADE

Eficácia = Custo. Produz o efeito desejado. Fazer corretamente; Utilizar


produtivamente os recursos; Custo x Benefício; Mínimos de perdas ou desperdícios.
Utilização dos recursos disponíveis da melhor maneira Eficiência possível, evitando
"desperdícios".

TIPOS BÁSICOS DE INDICADORES DE EFICÁCIA:


- Produtividade por tipo de procedimento (consultas, exames laboratoriais etc)
- Utilização da capacidade instalada (rede física)
– Utilização da capacidade operacional (recursos humanos)
- Distribuição dos gastos por tipo de atenção prestada (ambulatorial básica e especializada; hospitalar e urgência;
apoio diagnóstico e terapêutico etc)

Eficiência = Resultado. Fazer o que deve ser feito; Capacidade de atingir


objetivos; cumprimento de metas; realiza o que foi proposto. Ações desenvolvidas x
Alcance dos Resultados. Através das ações produzidas alcançar os melhores
resultados possíveis, principalmente em relação à cobertura (número de pessoas
atendidas) e à concentração (número de ações oferecidas a cada pessoa).

TIPOS BÁSICOS DE INDICADORES DE EFICIÊNCIA:


- Cobertura alcançada através das ações produzidas (consultas, vacinas, partos etc)
- Concentração de procedimentos oferecidos (p. ex. 03 consultas de prénatal por gestante)
- Resolubilidade da atenção (p. ex. a proporção de altas em relação às consultas realizadas)

Efetividade = Impacto. Fazer corretamente o que tem que ser feito; Transformar
a situação existente; Mudança e desenvolvimento; Relação entre a produção e
capacidade de produzir. Obter transformações concretas na situação de saúde,
Efetividade coerente com os objetivos propostos pela gestão.

TIPOS BÁSICOS DE INDICADORES DE EFETEVIDADE:


- Indicadores de mortalidade
- Indicadores de morbidade
- Indicadores demográficos
- Indicadores socioeconômicos
-Indicadores ambientais (saneamento)
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1998 – SEÇÃO II

Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e
econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e
igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.

Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos
da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou
através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado.

Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem
um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes:

I - DESCENTRALIZAÇÃO, com direção única


em cada esfera de governo;

II - ATENDIMENTO INTEGRAL, com prioridade


para as atividades preventivas, sem prejuízo
dos serviços assistenciais;

III - PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE

§ 1º. O sistema único de saúde será financiado, nos termos do art. 195, com recursos do orçamento da
seguridade social, da União (15%), dos Estados (12%), do Distrito Federal (15%) e dos Municípios (15%), além
de outras fontes

§ 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios aplicarão, anualmente, em ações e serviços


públicos de saúde recursos mínimos derivados da aplicação de percentuais calculados sobre.

I - no caso da União, na forma definida nos termos da lei complementar prevista no § 3º

II - no caso dos Estados e do Distrito Federal, o produto da arrecadação dos impostos a que se refere o art.
155 e dos recursos de que tratam os arts. 157 e 159, inciso I, alínea a, e inciso II, deduzidas as parcelas que
forem transferidas aos respectivos Municípios.

III - no caso dos Municípios e do Distrito Federal, o produto da arrecadação dos impostos a que se refere o art.
156 e dos recursos de que tratam os arts. 158 e 159, inciso I, alínea b e § 3º

§ 3º Lei complementar, que será reavaliada pelo menos a cada cinco anos,
Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa
privada.

As instituições privadas poderão participar de forma complementar do sistema único de saúde, segundo
diretrizes deste, mediante contrato de direito público ou convênio, tendo preferência as entidades filantrópicas
e as sem fins lucrativos.

§ 2º - É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou subvenções às instituições privadas com fins
lucrativos.

§ 3º - É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capitais estrangeiros na assistência à saúde


no País, salvo nos casos previstos em lei.

§ 4º - A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a remoção de órgãos, tecidos e
substâncias humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem como a coleta, processamento
e transfusão de sangue e seus derivados, sendo vedado todo tipo de comercialização.

Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos termos da lei:

I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde e participar da


produção de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos.

II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador;

III - ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde;

IV - participar da formulação da política e da execução das ações de saneamento básico;

V - incrementar em sua área de atuação o desenvolvimento científico e tecnológico;

VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor nutricional, bem como bebidas
e águas para consumo humano;

VII - participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de substâncias e


produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;

VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho.


CONTROLE SOCIAL

O controle social é um processo no qual a população participa, por meio de representantes, na


definição, execução e acompanhamento de políticas públicas, as políticas de governo. O controle
social pode ser entendido como a fiscalização direta da sociedade civil nos processos de gestão da
coisa pública, a apropriação pela sociedade organizada, dos meios e instrumentos de
planejamento, fiscalização e análise das ações e serviços de saúde. O Controle Social é uma diretriz
e princípio do SUS e sua regulamentação se dá através da Lei Orgânica da Saúde - 8.142/90.

LEI 8.142/90

Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde - SUS e sobre as
transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde e dá outras providências.

CONSELHOS DE SAÚDE CONFERÊNCIAS DE SAÚDE

Formular, fiscalizar e deliberar sobre as políticas de Avaliar a situação de saúde e propor as diretrizes
saúde. Elabora em conjunto com o Ministério da Saúde, a para a formulação da política de saúde nos níveis
Política Nacional de Educação Permanente para o correspondentes, convocada pelo Poder Executivo
Controle Social do SUS. Atua na formulação de ou, extraordinariamente, por este ou pelo Conselho
estratégias e no CONTROLE da execução da política de de Saúde. A Conferência de Saúde é um espaço de
saúde na instância correspondente, inclusive nos discussão das políticas de saúde em todas as esferas
aspectos econômicos e financeiros, cujas decisões serão de governo. Cada município deve realizar a
homologadas pelo chefe do poder legalmente constituído conferência de saúde, onde serão eleitos os
em cada esfera do governo. Os Conselhos de Saúde não representantes que para participar da conferência
são órgãos responsáveis pela gestão ou execução de estadual, onde serão eleitos os representantes que
serviços. participarão, da Conferência Nacional de Saúde.

Órgão colegiado composto por Representantes do governo e Prestadores de serviço (25%) ; Profissionais de saúde (25%);
e Usuários (50% - paritária)

Caráter Permanente e deliberativo, regime próprio aprovado De forma ordinária, A cada 4 anos, regime
pelo respectivo conselho. Para composição do Conselho de próprio aprovado pelo respectivo conselho.
Saúde, a cada eleição, recomenda-se a renovação de, no mínimo
30%, das entidades representativas do(s) segmento(s) de
usuários, trabalhadores e prestadores de serviço.

O Conselho Nacional de Secretários de Saúde - CONASS e o


Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde
CONASEMS terão representação (do governo) no Conselho
Nacional de Saúde
ECONOMIA DA SAÚDE

A Economia da Saúde integra as teorias econômicas, sociais, clínicas e epidemiológicas a fim de estudar os
mecanismos e fatores que determinam e condicionam a produção, a distribuição, o consumo e o financiamento dos
serviços de saúde, constituindo-se instrumento indispensável para a gestão em saúde e alocação de recursos pela
orientação que oferece à tomada de decisão em busca de alternativas mais eficientes e racionais.

Núcleos de Economia da Saúde (NES) constituem-se em pontos focais de disseminação das ações de Economia
da Saúde nos estados e em municípios de grande porte, com vistas a subsidiar os gestores locais no processo de
tomada de decisão pela aplicação do conhecimento e das ferramentas de Economia da Saúde. Os NES, ao se
constituírem em instâncias de referência em Economia da Saúde, serão fundamentais por permitirem que se
estabeleça a capilaridade necessária para a disseminação das ações e o apoio às instâncias de gestão do SUS
no âmbito da Economia da Saúde.

O SUS deve ser financiado e gerenciado pelas três esferas de governo: União, estados e municípios.

A implantação de núcleos de Economia da Saúde nas secretarias estaduais de saúde tem sido estimulada pelo
Ministério da Saúde desde 2004, utilizando-se, inicialmente, de recursos do Projeto de Economia da Saúde (PES):
reforçando sistemas de saúde para reduzir desigualdades, financiado pelo Acordo de Cooperação Técnica Brasil
(por meio do Ministério da Saúde e Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e Reino Unido (por meio do
Departament for International Development – DFID).

Os objetivos do PES eram:

Incrementar a utilização do instrumental de economia da Saúde na tomada de decisões de políticas de saúde.

Fortalecer tanto a oferta (inter-relação das instituições acadêmicas, Ministério da Saúde e secretarias de Estado de
Saúde) como a demanda (sensibilização de gestores do SUS e treinamento de técnicos e gerentes na utilização do
ferramental de Economia da Saúde, a fim de aumentar a efetividade, a eficiência e a equidade do sistema de saúde
brasileiro).

Reforçar a atuação dos governos federal, estadual e municipal no desenvolvimento do setor Saúde (capacitação
nacional em Economia da Saúde, em nível acadêmico e institucional, possibilitando análises setoriais baseadas em
evidências e respaldadas por informações econômicas confiáveis).

Identificamos cinco linhas principais de atuação dos NES:

I. Elaboração de estudos econômicos, especialmente com vistas a promover a avaliação de tecnologias;

II. Implementação do Programa Nacional de Gestão de Custos (PNGC);

III. Apoio ao estado e aos municípios na declaração de dados ao Sistema de Informações sobre Orçamentos
Públicos em Saúde (SIOPS);

IV. Apoio à alimentação do Banco de Preços em saúde pela secretaria de Saúde (BPS) e na utilização das
referências do Catálogo de Materiais (Catmat) para promover economicidade em compras de insumos e
equipamentos para a saúde;

V. Apoio às instâncias de gestão do SUS na elaboração e avaliação da execução dos orçamentos da Saúde.
O ciclo orçamentário tradicional pode ser definido como uma série de passos (ou processos) articulados entre
si, que se repetem em períodos prefixados, por meio dos quais orçamentos sucessivos são preparados, votados,
executados e avaliados e as contas aprovadas, em um processo de contínua realimentação. Compreende no
mínimo três anos, pois começa com a aprovação do Plano Plurianual (PPA) relativo a um período, que vai do
segundo ano do mandato em curso à aprovação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e da Lei Orçamentária
Anual (LOA) relativas aos três anos de mandato, e abrange a entrega do orçamento para vigorar no primeiro
ano do mandato subsequente.

Tem quatro fases: a) elaboração e apresentação; b) autorização legislativa; c) programação e execução; e d)


avaliação e controle.

Execução Orçamentária, que é a utilização dos créditos consignados no orçamento ou Lei Orçamentária Anual
(LOA).

Execução financeira é a utilização de recursos financeiros, visando atender a realização dos projetos e/ou
atividades atribuídas às unidades orçamentárias pelo orçamento.

Plano de Saúde é o instrumento básico que, em cada esfera de governo, norteia a definição da programação anual
das ações e dos serviços a serem prestados, assim como da gestão do SUS.

Relatório de Gestão, é o instrumento que apresenta os resultados alcançados e orienta eventuais


redirecionamentos que se fizerem necessários.

EM RELAÇÃO ÀS ATRIBUIÇÕES DOS NES:

– Elaborar e implantar normas e procedimentos para seu funcionamento, objetivando o planejamento e a


organização das ações e atividades.
– Promover a formação e a capacitação de pessoal.
– Identificar a demandas de pesquisas em Economia da Saúde; definir critérios de prioridades; apoiar o
processo de priorização; encaminhar e monitorar o desenvolvimento dos estudos.
– Elaborar informes técnico-econômicos para subsidiar a decisão de incorporação e utilização de
tecnologias em saúde, por meio de coleta, qualificação e síntese das evidências científicas disponíveis.
– Divulgar e disponibilizar os resultados das pesquisas e avaliações, acompanhando o impacto desses
estudos.
– Realizar estudos econômicos para subsidiar as decisões da Secretaria de Estado da Saúde. – Alimentar,
integrar e articular os sistemas de informação em Economia da Saúde.
– Utilizar os sistemas de informação gerenciados pelo DESID quais sejam Siops, BPS e Catmat para promover
a tomada de decisão com bases racionais.
– Utilizar os recursos de busca de evidência científica em Economia da Saúde disponibilizados pela
Biblioteca Virtual em Saúde Economia da Saúde Brasil (BVS Ecos).
– Promover a implantação de redes de cooperação entre serviço e academia de forma a potencializar a
aplicação do conhecimento e das ferramentas de Economia da Saúde
– Integrar ativamente a Rede de Economia da Saúde para a Gestão do SUS (Rede Ecos).
EDUCAÇÃO EM SAÚDE

O SUS apresenta como um de seus compromissos e desafios a necessidade permanente de fomento às Políticas
de Desenvolvimento para os trabalhadores que integram seu cenário, propondo para tal um processo
permanente de aprendizado pelo trabalho, projetando possibilidades de desconstrução/construção de novos
valores, ideais e lutas para produzir mudanças de práticas, de gestão e de participação social.

A prática educativa em saúde, além da formação permanente de profissionais para atuar nesse contexto, tem como
eixo principal a dimensão do desenvolvimento de capacidades individuais e coletivas visando à melhoria da
qualidade de vida e saúde da comunidade assistida pelos serviços, tomando por princípio norteador a Política
Nacional de Promoção da Saúde, conforme as diretrizes também estabelecidas pela carta de Otawa, reforçando que
a educação e a saúde são práticas sociais inseparáveis e interdependentes que sempre estiveram articuladas , sendo
consideradas elementos fundamentais no processo de trabalho dos profissionais da saúde.

Educação popular em saúde, que reconhece que


Educação permanente em saúde (EPS) pressupõe o os saberes são construídos diferentemente e, por
desenvolvimento de práticas educativas que foquem a meio da interação entre sujeitos, esses saberes se
resolução de problemas concretos, em um processo de tornam comuns ao serem compartilhados.
discussão em equipe, ou de autoavaliação, na
perspectiva de buscar alternativas de transformação
do processo de trabalho para o alcance de resultados
mais efetivos e eficazes. Como política norteadora dos
processos educativos contínuos nos diferentes arranjos Educação Continuada é um processo que inclui
assistenciais do SUS, com suas diversas denominações as experiências posteriores ao adestramento
(capacitações, treinamentos, cursos, atualizações, inicial, que ajudam o pessoal a aprender
aperfeiçoamento entre outros). Reflexão sobre a competências importantes para o seu trabalho.
realidade do serviço e das necessidades existentes, para Engloba as atividades de ensino após o curso
então formular estratégias que ajudem a solucionar de graduação com finalidades mais restritas de
estes problemas. Considerada como a educação no atualização, aquisição de novas informações,
trabalho, pelo trabalho e para o trabalho nos com atividades de duração definida e através
diferentes serviços cuja finalidade é melhorar a saúde de metodologias tradicionais.
da população.

Transformação da realidade a partir da modificação do comportamento via novos conhecimentos.

A Política Nacional de Educação Permanente em Saúde constitui-se, portanto, em uma ferramenta


importante para o trabalho da equipe multidisciplinar com projeções relevantes para a efetivação da
interdisciplinaridade, a partir de ações integralizadas e humanizadas, ampliando a liberdade dos trabalhadores
e criando espaços coletivos comprometidos com os interesses e as necessidades dos usuários.

Resultando em um cuidado em que todos se tornam sujeitos e protagonistas de um processo


horizontal, político, pedagógico e ético.
EPIDEMIOLOGIA

“Estudo da frequência, da distribuição e dos determinantes dos estados ou eventos relacionados à saúde em
específicas populações e a aplicação desses estudos no controle dos problemas de saúde. Analisando a distribuição
populacional e os fatores determinantes das enfermidades, danos à saúde e eventos associados à saúde coletiva,
propondo medidas específicas de prevenção, controle ou erradicação de doenças e fornecendo indicadores que
sirvam de suporte ao planejamento, administração e avaliação das ações de saúde"

A frequência inclui o número dos eventos A distribuição é o padrão de ocorrência dos eventos
relacionados com o processo saúde-doença e as relacionados ao processo saúde-doença, segundo
taxas ou riscos de doença na população, características: do tempo (tendência num período, variação
permitindo comparações válidas entre diferentes sazonal), do lugar (distribuição geográfica, distribuição
populações. urbano-rural) e da pessoa (sexo, idade, profissão, etnia)

Os indicadores de saúde são medidas-síntese que contêm informação relevante sobre determinados atributos e
dimensões do estado de saúde, bem como do desempenho do sistema de saúde. Se tornam construções estatísticas
que permitem:
 Avaliar o estado de saúde das populações;
 Propor ações destinadas a melhorá-la, mantê-la e/ou prevenir as doenças e suas complicações;
 Planejar, administrar e avaliar as ações de saúde;

O grau de excelência de um indicador deve ser definido por sua validade e confiabilidade. Em geral, a validade
de um indicador é determinada pelas características de sensibilidade; especificidade; mensurabilidade;
relevância e custo-efetividade. Se forem gerados de forma regular e manejados em um sistema dinâmico, os
indicadores de saúde constituem ferramenta fundamental para a gestão e avaliação da situação de saúde,
em todos os níveis. Além de prover matéria prima essencial para a análise de saúde, a disponibilidade de um
conjunto básico de indicadores tende a facilitar o monitoramento de objetivos e metas em saúde, estimular o
fortalecimento da capacidade analítica das equipes de saúde e promover o desenvolvimento de sistemas de
informação de saúde intercomunicados.

A OMS divide os indicadores em cinco grandes grupos:


 Indicadores de Política de Saúde;
 Indicadores Socioeconômicos;
 Indicadores de Provisão de Serviços de Saúde;
 Indicadores de Provisão/Cobertura de Serviços de Atenção Básica de Saúde;
 Indicadores Básicos de Saúde

Grupo de Indicadores RIPSA:


 Demográficos;
 Socioeconômicos;
 Mortalidade;
 Morbidade e Fatores de Risco;
 Recursos
 Cobertura.
MORBIDADE - É um conjunto de casos ou de agravos à saúde que acometem um grupo

A INCIDÊNCIA de uma doença, em um determinado local e período, é o número de casos novos da doença que
iniciaram no mesmo local e período. Traz a ideia de intensidade com que acontece uma doença numa população,
mede a frequência ou probabilidade de ocorrência de casos novos de doença na população. Alta incidência
significa alto risco coletivo de adoece.

A PREVALÊNCIA da doença: representa o número de casos presentes (novos + antigos) em uma determinada
comunidade num período de tempo especificado, Fica evidente que a prevalência, além dos casos novos que
acontecem (incidência), é afetada também pela duração da doença, a qual pode diferir entre comunidades,
devido a causas ligadas à qualidade da assistência à saúde, acesso aos serviços de saúde, condições nutricionais da
população, etc. Assim, quanto maior a duração média da doença, maior será a diferença entre a prevalência e a
incidência. A prevalência é ainda afetada por casos que imigram (entram) na comunidade e por casos que saem
(emigram), por curas e por óbitos.

LETALIDADE ou fatalidade ou ainda, taxa de letalidade relaciona o número de óbitos por determinada causa e o
número de pessoas que foram acometidas por tal doença. Esta relação nos dá ideia da gravidade do agravo, pois
indica o percentual de pessoas que morreram. A Letalidade representa o risco que as pessoas com a doença têm de
morrer por essa mesma doença.
MORTALIDADE

Coeficiente geral de mortalidade (CGM): representa o risco de óbito na comunidade. É expresso por uma razão, e
pode ser calculado, como todos os demais coeficientes, também através de regra de três simples.

Coeficiente de mortalidade infantil (CMI): é uma estimativa do risco que as crianças nascidas vivas têm de morrer
antes de completar um ano de idade. É considerado um indicador sensível das condições de vida e saúde de uma
comunidade.

Coeficiente de mortalidade neonatal (óbitos de 0 a 27 dias inclusive)

Neonatal precoce (0 a 6 dias inclusive) Neonatal tardia (7 a 27 dias)

Coeficiente de mortalidade pós-neonatal ou infantil tardia (óbitos de 28 dias a 364 dias inclusive)

Coeficiente de mortalidade perinatal: da 22ª semana de gestação até a primeira semana de vida da
criança.

Coeficiente de mortalidade materna: representa o risco de óbitos por causas ligadas à gestação, ao parto
ou ao puerpério, sendo um indicador da qualidade de assistência à gestação e ao parto numa comunidade

Os principais coeficientes que medem a natalidade (nascimentos) de uma população são o coeficiente de
natalidade e o de fecundidade. Enquanto o coeficiente de natalidade está relacionado com o tamanho da
população, o de fecundidade está relacionado com o número de mulheres em idade fértil.
Estudos Epidemiológicos

Epidemiologia descritiva

Constitui a primeira etapa da aplicação do método epidemiológico com o objetivo de compreender o


comportamento de um agravo à saúde numa população. Nessa fase é possível responder a questões: Quem?
Quando? Onde? (Pessoa, Tempo e Lugar)

Estudos ecológicos ou de Estudos seccionais ou de


Relatos de casos ou de série de
correlação: analisam dados corte transversal: a situação
casos: consistem em relatos
globais de populações inteiras, de um indivíduo em relação à
detalhados de um caso ou de
comparando a frequência de determinada exposição e
um grupo de casos elaborados
doença entre diferentes grupos efeito são medidos em um
por um ou mais investigadores,
populacionais durante o mesmo único ponto no tempo ou no
visam chamar a atenção de
período ou a mesma população decorrer de um curto
outros pesquisadores que
em diferentes momentos. São intervalo de tempo.
tenham efetuado observações
desenvolvidos com o objetivo de Permitem a obtenção de
semelhantes.
elaborar hipóteses. medidas de prevalência.

Epidemiologia analítica

Os estudos analíticos ou observacionais constituem alternativas do método epidemiológico para testar


hipóteses elaboradas geralmente durante estudos descritivos. Têm por objetivo verificar se o risco de
desenvolver um evento adverso à saúde é maior entre os expostos do que entre os não-expostos ao fator
supostamente associado ao desenvolvimento do agravo em estudo.

Estudos de coortes: analisam as associações Estudos tipo caso-controle, as exposições


de exposição e efeito por meio da passadas são comparadas entre pessoas
comparação da ocorrência de doenças entre atingidas e não atingidas pela doença objeto
expostos e não - expostos ao fator de risco. do estudo.

Epidemiologia experimental

A epidemiologia experimental abrange os chamados estudos de intervenção, que apresentam como


característica principal o fato de o pesquisador controlar as condições do experimento. O estudo de
intervenção é um estudo prospectivo que objetiva avaliar a eficácia de um instrumento de intervenção e, para
tanto, seleciona dois grupos: um deles é submetido à intervenção objeto do estudo e o outro, não; em
seguida, compara-se a ocorrência do evento de interesse nos dois grupos. Os grupos devem ser homogêneos
sob aspectos como sexo, idade, nível socioeconômico. Os participantes serem selecionados aleatoriamente.
Essa característica dos estudos de intervenção é mais importante quando estudamos efeitos de pequena e
média intensidade.
Transição demográfica: tem como objetivo explicar a evolução da população desde níveis altos de
mortalidade e fecundidade até outros cada vez mais baixos para estabelecer um parâmetro causal entre a
população e o desenvolvimento socioeconômico ao longo dos últimos cem anos, assumindo as
transformações econômicas e sociais do crescimento econômico capitalista baixo e a influência da
modernização industrial. No Brasil, a rápida transição demográfica apresenta impactos importantes na
saúde da população e traz, em decorrência do aumento das doenças crônicas, forte repercussão no
Sistema Único de Saúde (SUS).

Diretriz de número cinco no PNS – Garantia da atenção integral à saúde da pessoa idosa e dos
portadores de doenças crônicas, com estímulo ao envelhecimento ativo e fortalecimento das ações
de promoção e prevenção.

A transição epidemiológica refere-se às modificações, em longo prazo, dos padrões de


morbidade, invalidez e morte que caracterizam uma população específica e que, em geral,
ocorrem em conjunto com outras transformações demográficas, sociais e econômicas.  Processo
de mudança na incidência ou na prevalência de doenças, bem como nas principais causas de
morte, ao longo do tempo.

A transição nutricional conjunto de transformações que impactam na dieta e na saúde. Uma das
características marcantes desse processo é o antagonismo entre uma situação anterior de
desnutrição e a tendência atual à obesidade. Os dados epidemiológicos demonstram redução na
taxa de desnutridos, principalmente crianças, e aumento na prevalência de excesso de peso na
população brasileira. Observa-se o aumento no consumo de alimentos com baixa qualidade
nutricional e alto valor energético, além da redução nos índices de atividade física.

Organização Mundial de Saúde (OMS) a estabelecer limites e recomendações de consumo:


 A ingestão de carne vermelha deve ser menor que 10% do total de calorias ingeridas;
 O consumo de óleos e gorduras deve fornecer pelo menos 15% desse total mas não mais do
que 30%;
 O uso de sal deve ser menor do que 6 gramas por dia;
 A ingestão de açúcares refinados deve ser menor que 10% do total de calorias diárias;
 Recomenda-se o consumo de pelo menos cinco porções de frutas e verduras variados
diariamente;
 E, compondo no mínimo 50% do consumo calórico total, temos os carboidratos complexos
(alimentos integrais).

Transição Tecnológica é o processo de inovação e transformação tecnológica que busca


implementar um reordenamento na lógica dos processos assistenciais, modificando a
composição das modalidades tecnológicas neles presentes. Isso corresponde ao
aperfeiçoamento de técnicas que resultem na redução e no controle dos processos centrados no
trabalho médico e seus corolários (alta utilização dos serviços e incorporação de tecnologias sob
a forma de equipamentos)4,6-10; e, simultaneamente, a valorização de tecnologias imateriais
(relacionais ou "leves"), que se traduzem em práticas cuidadoras em tese centradas no usuário e
suas necessidades.
SISTEMA DE INFORMAÇÃO

Conjunto de componentes (estruturas administrativas, departamento de estatística de saúde, unidades de


informação em saúde) que atua, de forma integrada, com finalidade de produzir informação necessária e
oportuna para implementar processos de decisão na área.

DATASUS: compete a guarda, a preservação e o acesso seguros das bases de dados dos Sistema de Informação
em saúde (SIS), fontes para a elaboração de relatórios estatísticos que auxiliam a indicação do perfil de situação
de saúde de estados, de municípios e do país. O SIS do SUS agrega diversos tipos de bases de dados (sistemas e
subsistemas) com função e objetos de registro de diferentes naturezas.

SINAN (Sistema de Informação de Agravos de Notificação): Registra agravos e doenças notificáveis, é utilizado
para estudos de morbidade de agravos e doenças sob notificação.

SIM (Sistema de Informação sobre Mortalidade): Registra óbitos, é utilizado para perfis de mortalidade.

SIH – SUS (Sistema de Informações Hospitalares do SUS): Registra internações financiadas pelo SUS, é utilizado
para estudos de perfil de morbidade e mortalidade hospitalar no SUS.

SINASC (Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos): Registra nascidos vivos, é utilizado para estudos de perfil
das condições de nascimento.

SISAB (Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica): Registra ações e procedimentos da Atenção
Básica, é utilizado para monitoramento das condições de vida e saúde dos indivíduos e famílias cadastradas.

SI-PNI (Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações): Registra Ações assistenciais e


administrativas do Programa Nacional de Imunizações, é utilizado para Monitoramento da cobertura vacinal e
dos eventos adversos, controle de estoque e distribuição de insumos.

SISVAN (Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional): Registra ações previstas na Política Nacional de
Alimentação e Nutrição, é utilizado para monitoramento do perfil alimentar e da situação nutricional.

SISPRENATAL (Sistema de Acompanhamento da Gestante): Registra ações do Programa de pré-natal, é utilizado


para Monitoramento da atenção à gestante e à puérpera cadastrada no Programa de Humanização no Prénatal
e Nascimento (PHPN).

SIA-Apac (Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS e Autorização de Procedimentos Ambulatoriais de


Alta Complexidade/Custo): Registra Procedimentos de alta complexidade ou alto custo, é utilizado para
monitoramento do quantitativo de procedimentos de alto custo e complexidade.
SURTO - Aumento repentino do número de casos de uma doença em uma região específica. Para ser
considerado surto, o aumento de casos deve ser maior do que o esperado pelas autoridades.

EPIDEMIA - Quando um surto acontece em diversas regiões. Uma epidemia a nível municipal acontece quando
diversos bairros apresentam uma doença, a epidemia a nível estadual acontece quando diversas cidades têm
casos e a epidemia nacional acontece quando há casos em diversas regiões do país.

PANDEMIA - Em uma escala de gravidade, a pandemia é o pior dos cenários. Ela acontece quando uma
epidemia se espalha por diversas regiões do planeta. 

ENDEMIA - Não está relacionada a uma questão quantitativa. Uma doença é classificada como endêmica
(típica) de uma região quando acontece com muita frequência no local. As doenças endêmicas podem ser
sazonais. A febre amarela, por exemplo, é considerada uma doença endêmica da região Norte do Brasil.

VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA

SNVE (Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica) – Notificação de algumas


doenças transmissíveis.

Doença – Enfermidade ou estado clínico, independente de origem ou fonte, que represente ou possa
representar um dano significativo para os seres humanos.

Agravo – Qualquer dano à integridade física ou mental do indivíduo, provocado por circunstâncias
nocivas, tais como acidentes, intoxicações por substâncias químicas, abuso de drogas ou lesões
decorrentes de violências interpessoais, como agressões e maus tratos, e lesão autoprovocada.

Epizootia – Doença ou morte de animal ou de grupo de animais que possa apresentar riscos à saúde
pública.

Evento de saúde pública – Situação que pode constituir potencial ameaça à saúde pública, como a
ocorrência de surto ou epidemia, doença ou agravo de causa desconhecida, alteração no padrão
clínico-epidemiológico das doenças conhecidas, considerando o potencial de disseminação, a
magnitude, a gravidade, a severidade, a transcendência e a vulnerabilidade, bem como epizootias ou
agravos decorrentes de desastres ou acidentes.
Notificação Compulsória Imediata – Realizada em até 24 horas, a partir do conhecimento da ocorrência de
doença, agravo ou evento de saúde pública, pelo meio de comunicação mais rápido disponível.

 Botulismo; Carbúnculo ou Antraz; Cólera; Doença de Chagas Aguda e Crônica; Doença


conhecida sem circulação ou com circulação esporádica no território nacional que não
constam no Anexo I desta Portaria, como: Rocio, Mayaro, Oropouche, Saint Louis, Ilhéus,
Mormo, Encefalites Eqüinas do Leste, Oeste e Venezuelana, Chikungunya, Encefalite
Japonesa, entre outras; Febre Amarela; Febre do Nilo Ocidental; Hantavirose; Influenza
humana por novo subtipo; Peste; Poliomielite; Raiva Humana; Sarampo; Rubéola; Varíola;
Tularemia; Síndrome de Rubéola Congênita (SRC). Síndrome Respiratória Aguda Grave
associada ao Coronavírus (SARS-CoV); Dengue; Difteria; Doença Meningocócica; Doença
Transmitida por Alimentos (DTA) em embarcações ou aeronaves; Influenza Humana;
Meningites Virais; Leishmaniose visceral: 
 Outros eventos de potencial relevância em saúde pública, após a avaliação de risco de
acordo com o Anexo II do RSI 2005, destacando-se:
 Alteração no padrão epidemiológico de doença conhecida, independente de constar no
Anexo I desta Portaria;
 Doença de origem desconhecida;
 Exposição a contaminantes químicos;
 Exposição à água para consumo humano fora dos padrões preconizados pela SVS;
 Exposição ao ar contaminado, fora dos padrões preconizados pela Resolução do CONAMA;
 Acidentes envolvendo radiações ionizantes e não ionizantes por fontes não controladas, por
fontes utilizadas nas atividades industriais ou médicas e acidentes de transporte com
produtos radioativos da classe 7 da ONU.
 Desastres de origem natural ou antropogênica quando houver desalojados ou
desabrigados;
 Desastres de origem natural ou antropogênica quando houver comprometimento da
capacidade de funcionamento e infraestrutura das unidades de saúde locais em
conseqüência evento.

Notificação Compulsória Semanal – Realizada em até sete dias, a partir do conhecimento da ocorrência de
doença ou agravo.

Notificação Compulsória Negativa – Comunicação semanal, realizada por responsável pelo


estabelecimento de saúde à autoridade de saúde, informando que, na semana epidemiológica, não foi
identificada nenhuma doença, agravo ou evento de saúde pública.
FINANCIAMENTO DA SAÚDE

O Sistema Único de Saúde (SUS) é o único sistema público de cobertura universal e integral, financiado com tributos
gerais, de organização federativa e com mais de 100 milhões de beneficiários.

Vale lembrar que a oferta pública de bens e serviços de saúde antes da Constituição de 1988 tinha a
marca da segmentação e estratificação social, com categorias de trabalhadores contando com o seguro
previdenciário e a assistência médica.

A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos da
sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, a previdência, e à assistência social. Ela será
financiada por toda a sociedade de forma direta e indireta, nos termos da Lei, mediante recursos provenientes
dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios”. Cabe a seguridade social
assegurar o direito à saúde.

O SUS conta com múltiplas fontes de financiamento, com orçamentos da:

Seguridade Social (para saúde, previdência social e assistência social); (arrecadação de 30%)
União;(valor do ano anterior acrescido da variação do PIB)
Estados; (arrecadação de 12%)
Munícipios; ( arrecadação de 15%)
Distrito Federal; (arrecadação de 12%)
Além de outras fontes - (Serviços que possam ser prestados sem prejuízo da assistência à saúde; ajuda,
contribuições, doações e donativos; alienações patrimoniais e rendimentos de capital; taxas e multa da
vigilância sanitária, emolumentos e preços públicos arrecadados no âmbito do Sistema Único de Saúde SUS;
rendas eventuais, inclusive comerciais e industriais).

Art 33 – Lei 8080: Os recursos financeiros do Sistema Único de Saúde serão depositados em conta especial, Fundo
Nacional de Saúde para serem gastos em despesas em saúde, em cada esfera de sua atuação (FES (Fundo Estadual
em Saúde), FMS (Fundo Municipal em Saúde, FDS (Fundo Distrital em Saúde), e movimentados sob fiscalização dos
respectivos Conselhos de saúde).

O FNS (gestor financeiro dos recursos destinados ao SUS) recebe recursos da Seguridade Social, Recursos
próprios (impostos do governo federal), além de outras fontes.
O FMS recebe recursos próprios (impostos), do governo federal, do governo estadual, além de outras fontes.
O FES recebe recursos próprios (impostos), do governo federal, além de outras fontes.

Na esfera federal, os recursos financeiros originários do orçamento da Seguridade Social, de outros orçamentos da
União, além de outras fontes, serão administrados pelo Ministério da Saúde, através do Fundo Nacional de Saúde.
O MS acompanhará através de seu sistema de auditoria a conformidade à programação aprovada da aplicação
dos recursos repassados a Estados e Municípios. Se constatado Malversação, Desvio ou Não aplicação dos
recursos, o MS aplicará as medidas previstas em lei (8080, art. 33).
Segundo a Lei 8.142/90, Os recursos do Fundo Nacional de Saúde (FNS) serão alocados como:
I. Despesas de custeio e de capital do Ministério da Saúde, seus órgãos e entidades, da administração direta e
indireta;
II. Investimentos previstos em lei orçamentária, de iniciativa do Poder Legislativo e aprovados pelo Congresso
Nacional;
III. Investimentos previstos no Plano Quinquenal do Ministério da Saúde;
IV. Cobertura das ações e serviços de saúde a serem implementados pelos Municípios, Estados e Distrito Federal

Art. 4 da Lei 8.142 – Para receberem os recursos de que trata o art. 3º desta Lei, os Municípios, os Estados, e o
Distrito Federal, deverão contar com:
I. Fundo de Saúde;
II. Conselhos de Saúde, com composição paritária de acordo com o decreto nº 99.438 de 7 de agosto de 1990;
III. Plano de Saúde;
IV. Relatórios de gestão que permitam o controle de que trata o S 4º do art. 33 da Lei nº 8.080 de 19 de setembro de
1990;
V. contrapartida de recursos para a saúde no respectivo orçamento;
VI. Comissão de elaboração do Plano de Carreira, Cargos e Salários (PCCS) previsto o prazo de dois anos para sua
implantação.

Art. 35 da Lei 8.080 – Para o estabelecimento de valores a serem transferidos a Estados, Distrito Federal e
Municípios, será utilizada a combinação dos seguintes critérios, segundo análise técnica de programas e projetos:
I. Perfil demográfico da região;
II. Perfil epidemiológico da população a ser coberta;
III. Características quantitativas e qualitativas da rede de saúde na área;
IV. Desempenho técnico econômico e financeiro no período anterior;
V. Níveis de participação do setor saúde nos orçamentos estaduais e municipais;
VI. Previsão do plano quinquenal de investimentos da rede;
VII. Ressarcimento do atendimento a serviços prestados para outras esferas do governo.

O SUS NÃO É RESPONSÁVEL PELO SANEAMENTO BÁSICO, porém:

S 2º, Art. 32, da Lei 8.080 – As receitas geradas no âmbito do Sistema único de Saúde (SUS) serão creditadas
diretamente em contas especiais, movimentadas pela sua direção, na esfera de poder onde forem arrecadas.
S 3º - As AÇÕES DE SANEAMENTO que venham a ser executadas pelo SUS serão: Financiadas por recursos tarifários
específicos; Outros recursos da União, Estados, Distrito Federal, Municípios e em particular do Sistema Financeiro da
Habilitação (SFH).
Saneamento básico de domicílios ou de pequenas comunidades, desde que: seja provado pelo Conselho de Saúde do
ente de Federação financiador; Distritos sanitários especiais indígenas e o de comunidades remanescentes de
quilombo.
O financiamento da Atenção Básica deve ser tripartite e com detalhamento apresentado pelo Plano Municipal
de Saúde garantido nos instrumentos conforme especificado no Plano Nacional, Estadual e Municipal de gestão
do SUS. Os repasses dos recursos da Atenção Básica aos municípios são efetuados em conta aberta com o
objetivo de facilitar o acompanhamento por Conselhos de Saúde no âmbito dos municípios, dos estados e do
Distrito Federal.
O Programa Previne Brasil estabelece o novo modelo de financiamento de custeio da Atenção Primária à Saúde
no âmbito do Sistema Único de Saúde. O repasse de recursos do Bloco da Atenção Básica poderá ser suspenso
pelo MS aos municípios e ao Distrito Federal, se:
1. Não houver alimentação regular, por parte dos municípios e do Distrito Federal, dos bancos de dados
nacionais de informação.
2. Inconsistência no Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (SCNES) por duplicidade de
profissional.
3. Malversação ou desvio de finalidade na utilização dos recursos.

Piso Assistencial Básico (PAB) - consiste em um montante de recursos financeiros destinado ao custeio de
procedimentos e ações de assistência básica, de responsabilidade tipicamente municipal. Esse Piso é definido pela
multiplicação de um valor per capita nacional pela população de cada município (fornecida pelo IBGE), e transferido
regular e automaticamente ao fundo de saúde ou conta especial dos municípios e, transitoriamente, ao fundo
estadual, conforme condições estipuladas nesta NOB. A transferência total do PAB será suspensa no caso da não-
alimentação, pela SMS junto à SES, dos bancos de dados de interesse nacional, por mais de dois meses consecutivos.

Economia de escala, é o fundamento onde os custos médios de longo prazo diminuem, à medida que aumenta o
volume das atividades e os custos fixos se distribuem por um maior número dessas atividades, sendo o longo prazo, um
período de tempo suficiente para que todos os insumos sejam variáveis.

O governo criou a Contribuição Provisória sobre a Movimentação Financeira (CPMF) para injetar dinheiro no fundo da
saúde, mas retirou outros investimentos; ou seja, colocou com uma mão e retirou com a outra.

Pela Constituição brasileira, o orçamento público do município, do estado e da União é constituído a partir de três leis,
A elaboração das leis ABAIXO referidas envolve o Poder Executivo e o Poder Legislativo, são elas:

Plano Plurianual (PPA): estabelece o planejamento global da ação governamental. Define os objetivos e as metas da gestão
pública num período de quatro anos.

Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO): é uma lei anual e trata das normas que orientam a elaboração da lei orçamentária e
do próprio orçamento público.

Lei Orçamentária Anual (LOA): é a peça orçamentária propriamente dita. Define o orçamento do município, do estado ou
da União, abarcando os seus fundos, empresas públicas e demais órgãos instituídos e mantidos pelo poder público.
HUMANIZAÇÃO DA ATENÇÃO E DA GESTÃO NA SAÚDE

O HumanizaSUS, como também é conhecida a Política Nacional de Humanização, aposta na inclusão de trabalhadores,
usuários e gestores na produção e gestão do cuidado e dos processos de trabalho.

Humanizar se traduz, então, como inclusão das diferenças nos processos de gestão e de cuidado. Tais mudanças são
construídas não por uma pessoa ou grupo isolado, mas de forma coletiva e compartilhada. Incluir para estimular a
produção de novos modos de cuidar e novas formas de organizar o trabalho.

As rodas de conversa, o incentivo às redes e movimentos sociais e a gestão dos conflitos gerados pela inclusão das
diferenças são ferramentas experimentadas nos serviços de saúde a partir das orientações da PNH. Incluir os
trabalhadores na gestão é fundamental para que eles, no dia a dia, reinventem seus processos de trabalho e sejam
agentes ativos das mudanças no serviço de saúde. Incluir usuários e suas redes sociofamiliares nos processos de
cuidado é um poderoso recurso para a ampliação da corresponsabilização no cuidado de si.

PRINCÍPIOS

TRANSVERSALIDADE - é reconhecer que as diferentes especialidades e práticas de saúde podem conversar com a
experiência daquele que é assistido. Juntos, esses saberes podem produzir saúde de forma mais corresponsável.

INDISSOCIABILIDADE ENTRE ATENÇÃO E GESTÃO - trabalhadores e usuários devem buscar conhecer como
funciona a gestão dos serviços e da rede de saúde, assim como participar ativamente do processo de tomada de
decisão nas organizações de saúde e nas ações de saúde coletiva. O usuário e sua rede sociofamiliar devem também
se corresponsabilizar pelo cuidado de si nos tratamentos, assumindo posição protagonista com relação a sua saúde
e a daqueles que lhes são caros.

PROTAGONISMO , CORRESPONSABILIDADE E AUTONOMIA DOS SUJEITOS E COLETIVOS - Qualquer mudança na


gestão e atenção é mais concreta se construída com a ampliação da autonomia e vontade das pessoas envolvidas,
que compartilham responsabilidades. Os usuários não são só pacientes, os trabalhadores não só cumprem ordens:
as mudanças acontecem com o reconhecimento do papel de cada um.

DIRETRIZES

ACOLHIMENTO - reconhecer o que o outro traz como legítima e singular necessidade de saúde. Escuta qualificada.

GESTÃO PARTICIPATIVA E COGESTÃO - expressa tanto a inclusão de novos sujeitos nos processos de análise e
decisão quanto a ampliação das tarefas da gestão. A PNH destaca dois grupos de dispositivos de cogestão: aqueles
que dizem respeito à organização de um espaço coletivo de gestão, que permita o acordo entre necessidades e
interesses de usuários, trabalhadores e gestores; e aqueles que se referem aos mecanismos que garantem a
participação ativa de usuários e familiares no cotidiano das unidades de saúde. Colegiados gestores, mesas de
negociação, contratos internos de gestão, Câmara Técnica de Humanização (CTH), Grupo de Trabalho de
Humanização (GTH), Gerência de Porta Aberta, entre outros, são arranjos de trabalho que permitem a
experimentação da cogestão no cotidiano da saúde.
AMBIÊNCIA - Criar espaços saudáveis, acolhedores e confortáveis, que respeitem a privacidade, propiciem mudanças
no processo de trabalho e sejam lugares de encontro entre as pessoas.

CLÍNICA AMPLIADA E COMPARTILHADA - é uma ferramenta teórica e prática cuja finalidade é contribuir para uma
abordagem clínica do adoecimento e do sofrimento, que considere a singularidade do sujeito e a complexidade do
processo saúde/doença. Permite o enfrentamento da fragmentação do conhecimento e das ações de saúde e seus
respectivos danos e ineficácia.

VALORIZAÇÃO DO TRABALHADOR - É importante dar visibilidade à experiência dos trabalhadores e incluí-los na


tomada de decisão, apostando na sua capacidade de analisar, definir e qualificar os processos de trabalho.

DEFESA DO DIREITO DOS USUÁRIOS - Os usuários de saúde possuem direitos garantidos por lei e os serviços de
saúde devem incentivar o conhecimento desses direitos e assegurar que eles sejam cumpri- dos em todas as fases
do cuidado, desde a recepção até a alta.

A REDE HUMANIZASUS é um portal colaborativo para produção e difusão de informações em humanização da


saúde entre gestores e trabalhadores da saúde, pesquisadores, estudantes e profissionais de diferentes áreas.
Todos com um interesse comum: conhecer melhor, ampliar e colocar na roda de conversa virtual o tema da
humanização. A Rede HumanizaSUS abre espaço para o protagonismo de seus participantes possibilitando o
compartilhamento das vivências, desafios, atualidades e uma série de formas de conhecimento produzido em
humanização por meio de textos, vídeos e fotos que constroem a história da PNH.
LEGISLAÇÃO SUS: LEI 8.142 E 8.080 DE 1990

Princípios Doutrinários do SUS -

Universalidade: saúde para todos, direito de cidadania.


Integralidade: o ser humano deve ser visto sob uma ótica holística, como um todo
Equidade: é diminuir as desigualdades.

Princípios Organizativos do SUS -

Resolutividade: o serviço de saúde deve estar capacitado para enfrentar o problema e resolver até o nível de sua
complexidade.
Descentralização: redistribuição das responsabilidades ás ações de saúde entre os vários níveis do governo.
Regionalização e Hierarquização: níveis de atenção segundo cada necessidade (nível primário, secundário e terciário).
Controle Social: garantia constitucional de que a população através de suas entidades representativas, poderá participar
do processo de formulação das políticas de saúde e do controle de sua execução.
Complementariedade do setor privado: poderá haver a contratação de serviços privados, desde que esteestajam de
acordo com os princípios do SUS.

Lei Orgânica da Saúde 8.080/90

Dispõe sobre as condições para promoção, proteção, e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos
serviços correspondentes e dá outras providências.

As ações e os serviços de saúde executados pelo SUS, seja diretamente ou complementado pela iniciativa privada,
serão organizados de forma regionalizada e hierarquizada, em níveis de complexidade crescente, com direção
única em cada esfera de governo, sendo exercida pelos seguintes órgãos:

 União → Ministério da Saúde;


 Estados/DF →  Secretarias Estaduais de Saúde ou órgão equivalente;
 Municípios →  Secretarias Municipais de Saúde ou órgão equivalente;

Art 1º. Esta Lei regula, em todo o território nacional, as ações e serviços de saúde, executados, isolada ou
conjuntamente, em caráter permanente ou eventual, por pessoas naturais ou jurídicas de direito público ou
privado.

Art 2º. Saúde é direito fundamental do ser humano, e dever do estado, porém não exclui o dever das pessoas, da
família, das empresas e da sociedade.

Art 3º. Os níveis de saúde expressam a organização social e econômica do País, tendo saúde como determinantes e
condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a
renda, a educação, a atividade física, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais.
Art 4º. O conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por órgãos e Instituições públicas federais, estaduais, e
municipais, da ADMINISTRAÇÃO DIRETA e INDIRETA e das FUNDAÇÕES mantidas pelo Poder Público, constitui o SUS.

1. Estão incluídas no disposto neste artigo as instituições públicas federais, estaduais e municipais de controle de
qualidade, pesquisa e produção de insumos, medicamentos, inclusive de sangue e hemoderivados, e de
equipamentos para saúde.

2. A iniciativa privada poderá participar do SUS, em caráter complementar.

Art. 6º Estão incluídas ainda no campo de atuação do Sistema Único de Saúde (SUS):
I - a execução de ações:
a) de vigilância sanitária;
b) de vigilância epidemiológica;
c) de saúde do trabalhador; e
d) de assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica;

Art. 8º As ações e serviços de saúde, executados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), seja diretamente ou mediante
participação complementar da iniciativa privada, serão organizados de forma regionalizada e hierarquizada em
níveis de complexidade crescente.

Art. 9º A direção do Sistema Único de Saúde (SUS) é única, sendo exercida em cada esfera de governo pelos seguintes
órgãos:
I - no âmbito da União, pelo Ministério da Saúde;
II - no âmbito dos Estados e do Distrito Federal, pela respectiva Secretaria de Saúde ou órgão equivalente; e
III - no âmbito dos Municípios, pela respectiva Secretaria de Saúde ou órgão equivalente.

Art. 14. Deverão ser criadas Comissões Permanentes de integração entre os serviços de saúde e as instituições de
ensino profissional e superior. Cada uma dessas comissões terá por finalidade propor prioridades, métodos e
estratégias para a formação e educação continuada dos recursos humanos do Sistema Único de Saúde (SUS), na
esfera correspondente, assim como em relação à pesquisa e à cooperação técnica entre essas instituições.

As Comissões Intergestores Bipartite e Tripartite são reconhecidas como foros de negociação e pactuação entre
gestores, quanto aos aspectos operacionais do Sistema Único de Saúde (SUS), tem por objetivo:

I - decidir sobre os aspectos operacionais, financeiros e administrativos da gestão compartilhada do SUS, em


conformidade com a definição da política consubstanciada em planos de saúde, aprovados pelos conselhos de saúde; 
II - definir diretrizes, de âmbito nacional, regional e intermunicipal, a respeito da organização das redes de ações e
serviços de saúde, principalmente no tocante à sua governança institucional e à integração das ações e serviços dos
entes federados;  
III - fixar diretrizes sobre as regiões de saúde, distrito sanitário, integração de territórios, referência e
contrarreferência e demais aspectos vinculados à integração das ações e serviços de saúde entre os entes federados.

Art. 14-B.  O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais
de Saúde (Conasems) são reconhecidos como entidades representativas dos entes estaduais e municipais para tratar
de matérias referentes à saúde e declarados de utilidade pública e de relevante função social, na forma do
regulamento.
CAPÍTULO VII - DO SUBSISTEMA DE ACOMPANHAMENTO DURANTE O TRABALHO DE PARTO, PARTO E PÓS-PARTO
IMEDIATO

Art. 19-J. Os serviços de saúde do Sistema Único de Saúde - SUS, da rede própria ou conveniada, ficam obrigados a
permitir a presença, junto à parturiente, de 1 (um) acompanhante durante todo o período de trabalho de parto,
parto e pós-parto imediato.  
§ 1o O acompanhante de que trata o caput deste artigo será indicado pela parturiente.   
§ 2o As ações destinadas a viabilizar o pleno exercício dos direitos de que trata este artigo constarão do regulamento
da lei, a ser elaborado pelo órgão competente do Poder Executivo. 
§ 3o Ficam os hospitais de todo o País obrigados a manter, em local visível de suas dependências, aviso informando
sobre o direito estabelecido no caput deste artigo. 

Art. 26-A. A telessaúde abrange a prestação remota de serviços relacionados a todas as profissões da área da saúde
regulamentadas pelos órgãos competentes do Poder Executivo federal. Para fins desta Lei, considera-se telessaúde
a modalidade de prestação de serviços de saúde a distância, por meio da utilização das tecnologias da informação e
da comunicação, que envolve, entre outros, a transmissão segura de dados e informações de saúde, por meio de
textos, de sons, de imagens ou outras formas adequadas.

Lei Complementar da Saúde 8.142/90

Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) e sobre as transferências
intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde e dá outras providências.

Art. 1° O Sistema Único de Saúde (SUS), contará, em cada esfera de governo, sem prejuízo das funções do Poder
Legislativo, com as seguintes instâncias colegiadas:
I - a Conferência de Saúde; e II - o Conselho de Saúde.

 O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde
(Conasems) terão representação no Conselho Nacional de Saúde.

Art. 2° Os recursos do Fundo Nacional de Saúde (FNS) serão alocados como:


I - despesas de custeio e de capital do Ministério da Saúde, seus órgãos e entidades, da administração direta e
indireta;
II - investimentos previstos em lei orçamentária, de iniciativa do Poder Legislativo e aprovados pelo Congresso
Nacional;
III - investimentos previstos no Plano Qüinqüenal do Ministério da Saúde;
IV - cobertura das ações e serviços de saúde a serem implementados pelos Municípios, Estados e Distrito Federal.
LIDERANÇA NO TRABALHO

Liderança é a habilidade de motivar e influenciar os liderados para que contribuam da melhor forma com os
objetivos do grupo ou da organização. Ela é um dos processos que concretiza a administração de pessoal nas
organizações e se responsabilizava pela condução ou coordenação de grupos.

O líder consiste naquela pessoa que, por meio do diálogo, motiva as pessoas a trabalhar com entusiasmo na
busca dos objetivos determinados pela equipe, sendo que estes e o relacionamento interpessoal são
considerados e igualmente valorizados por meio do cuidado, que transcende o âmbito assistencial e alcança o
universo da liderança. O líder é aquele que exerce influência sobre pessoas.

Estilo de Liderança Autocrática/Autoritária – (ênfase em tarefas) Beneficia a centralização do poder,


estimulando um comportamento dependente e submisso dos membros do grupo de trabalho, com presença
de sentimentos de tensão e frustração. Por outro lado, as ações do grupo são claramente definidas,
previsíveis passando aos membros do grupo uma sensação de segurança. A produtividade costuma ser alta,
no entanto a criatividade, automotivação, e a autonomia sejam baixas.

Estilo de Liderança Democrática – (ênfase em tarefas e nas pessoas) retrata o trabalho em conjunto, onde
todos são informados, sobre os propósitos da organização e do processo que está sendo desenvolvido, bem
como qual seu papel dentro desse contexto. Os líderes democráticos trabalham com as pessoas não pelo
domínio, mas pela sugestão, persuasão e pelo ensino. Produção em menor escala, porém com melhor
qualidade. Liderança participativa.

Estilo de Liderança Laissez-faire/Liberal (ênfase nas pessoas) – caracteriza-se pela ênfase no grupo, ausência
de controle, oferece pouca ou nenhuma orientação, usa a comunicação de forma verticalizada entre os
membros e dispersa por todo o grupo a tomada de decisão. Neste modelo, o líder dá total liberdade para os
subordinados agirem da maneira que bem entenderem, atuando apenas como "staff", ou seja, fornecendo os
insumos e assessorando os subordinados nos casos de dúvidas.

Estilo de Liderança Situacional – é entendida como um processo dinâmico, alterável de uma ocasião para outra,
em decorrência de modificações na conduta do líder, dos liderados e na situação”.

A liderança visionária é um tipo de liderança recentemente identificado, e que é mais utilizado em empresas
que em uma perspectiva de lucros e melhorias de pessoas num futuro, próximo ou não.

A liderança gerencial lida com obtenção de resultados a curto ou imediato prazo, tendo de ser renovada e
restabelecida frequentemente, até porque os subordinados/equipe deste tipo de líder tem a presença da
liderança imposta pelo líder em atividades rotineiras, porém aleatoriamente, em curtos períodos

A liderança estratégica, lida com um líder característico que tem um alto poder de persuasão e de influenciar
outras pessoas, de forma positiva e voluntária, a fim de obter resultados a longo prazo, mas sempre evitando
alterações bruscas nos lucros ou na rotina de trabalho de uma organização.
A liderança transformacional é justamente focada para área da saúde. Tem como característica primordial a
motivação e a comunicação individual do subordinado, afim deste entender a sua importância e que enxergue o
líder como um ser de extrema confiança dentro do seu ambiente de trabalho.

A liderança transacional se utiliza da negociação, manipulação e promessa de recompensas para tentar induzir
as pessoas sob seu comando.

TIPOS DE PODER –

Poder Coercitivo - (É o poder baseado no temor e na coerção.)


• Poder de Recompensa - (É apoiado na esperança de alguma recompensa, incentivo, elogio ou
reconhecimento que o liderado pretende obter do líder.)
• Poder Legitimado - (Decorre do cargo ocupado pelo líder no grupo ou na hierarquia organizacional.)
• Poder de Competência - (Baseado na especialidade, nas aptidões ou no conhecimento técnico da pessoa.)
• Poder de Referência - (Baseado na atuação e no apelo. Conhecido popularmente como carisma.)

O coaching é um processo que favorece o autoconhecimento e o estabelecimento de metas por meio de uma
análise profunda do indivíduo, provocando a reflexão sobre perspectivas, mentalidades e crenças e
estimulando a capacidade de autoliderança.
MODELOS ASSISTENCIAIS EM SAÚDE: ORGANIZAÇÃO DA
ASSISTÊNCIA À SAÚDE

l
Modelos assistenciais é a forma como a assistência à saúde é organizada. 

Modelos Hegemônicos - Este modelo privilegia as demandas espontâneas da população com atendimento médico
unicamente. Tem como características principais: individualismo, saúde/doença da mercadoria, a história da prática
médica, medicalização dos problemas, privilégio da medicina curativa, estímulo ao consumismo médico.

Modelo Sanitarista - Essencialmente constituído de campanhas de saúde, programas especiais e vigilâncias. Tem


como principais exemplos de sua atividade: vacinação, controle de epidemias e erradicação de endemias. O modelo
sanitarista tem os seguintes aspectos: remete a ideia de campanha e programa, ilustra a saúde pública centrada no
biomédico, fortalece a influência americana, desenvolve programas especiais, incorpora ações de vigilância sanitária
e epidemiológica.

Modelo Médico Assistencial Privatista - Esse modelo é centrado também na demanda espontânea, porém
baseado em procedimentos e serviços especializados e na clínica. Ainda é o mais prestigiado na sociedade. O seu
perfil principal é demanda aberta. O objetivo é a doença ou o doente, seu agente é o médico, complementado pelos
paramédicos. Os meios de trabalho são as tecnologias médicas e as formas de organização são as redes de serviços,
com destaque para hospitais. Esteve presente na assistência filantrópica e na medicina liberal. Fortalecido por meio
do INAMPS, Instituto Nacional da Previdência Social.

Modelo de Atenção Gerenciada - O presente modelo está fundamentado a partir da análise de custo – benefício e
custo –, efetividade e na medicina baseada em evidências. Tem como principais áreas a epidemiologia clínica, a
informática e a bioestatística. Como principais aspectos temos a retomada do aspecto saúde/doença como
mercadoria, o biologismo e a subordinação do consumidor. O principal diferencial desse modelo é que há
uma racionalização de procedimentos e serviços especializados indo em direção oposta ao modelo médico
assistencial privatista.

Modelo de Campanhas Sanitárias e Programas Especiais - Consiste em uma combinação entre disciplinas


biológicas e epidemiológicas, resultando em uma atenção voltada para certas doenças e riscos e determinados
grupos populacionais. A administração é vertical, com coordenadores ou gerente nacional, estadual e municipal,
cujas decisões, normas e informações atravessam instituições, estabelecimentos e serviços de saúde de forma
individualizada. O modelo de campanhas sanitárias e programas especiais podem gerar alguns transtornos, por existir
um programa para cada doença, gerando dificuldade no controle de verbas, integração entre unidades de serviços
e gestão. Além do fato de que muitas das vezes, vários indivíduos possuem mais de um problema de saúde ao
mesmo tempo.

Proposta Alternativa - propostas como oferta organizada, distritalização, ações programáticas de saúde, vigilância
da Saúde, estratégia de saúde da família, acolhimento e linhas de cuidados, projetos assistenciais e equipes matriciais
e de referência. A maior parte dessas propostas é com o objetivo de atender às demandas da população e promover
a integralidade da atenção.
Oferta Organizada - compreende as necessidades epidemiologicamente identificadas e mantém relações
funcionais e programáticas com a demanda espontânea no interior da unidade de saúde. O local que se pautar pela
oferta organizada atenderá os indivíduos por consulta, pronto-atendimento, urgência/emergência. Também se
preocupará com o ambiente, com o controle de doenças e riscos e com o atendimento a demanda da comunidade.

Distritalização - Organização dos serviços a partir de uma rede estruturada, meios de comunicação e integração e
de um modelo de atenção de base epidemiológica. Se estrutura a partir de doze princípios: Impacto, Orientação por
problemas, Intersetorialidade, Planejamento e Programação local, Autoridade Sanitária e Local, Corresponsabilidade,
Hierarquização, Intercomplementaridade, Integralidade, Adscrição, Heterogeneidade, Realidade.

Ações Programáticas em Saúde - Foi construída a partir da redefinição de programas especiais de saúde,
recompondo as práticas de saúde no nível local, por meio do trabalho prático e ágil.

Vigilância em Saúde - visa: problemas de saúde, respostas sociais, correspondência entre níveis de determinação e
níveis de intervenção (controle de causas, de riscos e danos), práticas sanitárias (promoção, proteção e assistência).
Seus principais aspectos: intervenção sobre os problemas de saúde; mais atenção a problemas que requerem maior
acompanhamento; relação entre as ações promocionais, preventivas e curativas; atuação entre setores e ações sobre
território.

Estratégia de Saúde da Família - O PSF (Programa de Saúde da Família), a princípio como parte do modelo
Sanitarista de campanhas, foi modificado para um modelo assistencial. Foi criado como uma  estratégia para a
reorientação da atenção básica e permitindo inclusão entre as propostas alternativas.
MONITORAMENTO DE INDICADORES DE ESTRUTURA,
PROCESSO E RESULTADOS

O uso de indicadores em Saúde Pública tem como objetivo embasar a tomada de decisão em saúde, auxiliando em
processos como: avaliação, monitoramento, prestação de contas, mensuração de disparidades, gestão de sistemas e
melhoria da qualidade assistencial. Em 1966, Donabedian propôs a tríade clássica para avaliação da qualidade dos
serviços de saúde por meio das categorias “estrutura”, “processo” e “resultado”.

Rede Interagencial de Informações para a Saúde (RIPSA), contribui para o aperfeiçoamento da produção e uso de
informações para políticas de saúde, estruturadas em indicadores específicos, que se referem ao estado de saúde da
população e aos aspectos sociais, econômicos e organizacionais que influenciam e determinam a situação de saúde. Um
dos produtos da RIPSA é a publicação regular dos Indicadores e Dados Básicos (IDB).

O IDSUS é um conjunto de indicadores que buscam fazer uma aferição contextualizada do desempenho do SUS
quanto ao cumprimento dos seus princípios e diretrizes. O objetivo geral do IDSUS é avaliar o desempenho do SUS
quanto à: universalidade do acesso, integralidade, igualdade, resolubilidade, equidade da atenção, descentralização
com comando único por esfera de gestão, responsabilidade tripartite, regionalização e hierarquização da rede de
serviços de saúde. A composição do IDSUS conta com 24 indicadores distribuídos entre a atenção básica, ambulatorial
e hospitalar, urgência e emergência.
Os indicadores de gestão estratégica também estão presentes nos processos de avaliação do SUS. Entende-se por
O PNASS surge
avaliação com o objetivo
um processo de avaliar
de análise todosfoi
do que os realizado
estabelecimentos de atenção
(intervenção, ação, especializada em saúde, ambulatoriais
serviço, procedimento etc) ou do
eresultado
hospitalares,
obtido, comparando-se com um referencial considerado como um ideal a ser alcançado (parâmetro). Nada
contemplados com aporte financeiro proveniente de programas, políticas e incentivos do Ministério
Saúde. As seguintes
saúde pública, dimensões
a avaliação são avaliadas:
tem como estrutura,dar
principal propósito processo,
suporteresultado, produção
aos processos do cuidado,
decisórios gerenciamento
no âmbito do SUS. de
risco, satisfação dos usuários em relação ao atendimento recebido.

O PMAQ visa induzir a ampliação do acesso e a melhoria da qualidade da atenção básica, com garantia de um padrão
de qualidade comparável nacional, regional e localmente. Entre os objetivos do PMAQ estão: fornecer padrões de
boas práticas e organização das UBS que norteiem a melhoria da qualidade da Atenção Básica (AB), promover a
qualidade e inovação na gestão da AB, fortalecendo os processos de autoavaliação, monitoramento e avaliação, apoio
institucional e educação permanente nas três esferas de governo.
PACTO PELA SAÚDE

O Pacto pela Saúde, como já exposto, é composto por três COMPONENTES, sendo eles: Pacto em Defesa do SUS,
Pacto pela Vida e Pacto de Gestão. O Pacto pela Saúde ratifica a universalidade e a unicidade do sistema.  um
conjunto de reformas institucionais do SUS pactuado entre as três esferas de gestão (União, Estados e Municípios)
com o objetivo de promover inovações nos processos e instrumentos de gestão, visando alcançar maior eficiência e
qualidade das respostas do Sistema Único de Saúde.

– PACTO PELA VIDA: é o compromisso entre os gestores do SUS em torno de prioridades que apresentam impacto
sobre a situação de saúde da população brasileira. A definição de prioridades deve ser estabelecida por meio de
metas nacionais, estaduais, regionais ou municipais. Os estados/regiões/municípios devem pactuar as ações
necessárias para o alcance das metas e dos objetivos propostos.

PRIORIDADES PACTUADAS:
DIRETRIZES:
 Expressar os compromissos firmados entre os gestores, na defesa dos princípios do SUS,
estabelecida na Constituição Federal;
 Desenvolver e articular ações, no seu âmbito de competência e em conjunto com os demais
gestores, que visem qualificar e assegurar o SUS como política pública;
 Criar uma nova política da saúde, aproximando-a dos desafios atuais do SUS;
 Garantir o financiamento de acordo com as necessidades do Sistema;
 Desenvolver um novo conceito de cidadania, tendo a questão da saúde como um direito
adquirido por lei;
 Estabelecer um diálogo com a sociedade, além dos limites institucionais do SUS;
 Elaborar e publicar a Carta dos Direitos dos Usuários do SUS;
 Seguir a Regulamentação da EC nº 29 pelo Congresso Nacional, que define os percentuais
mínimos de aplicação em ações e serviços públicos de saúde;
 Aprovação do orçamento do SUS, composto pelas três esferas de gestão, explicitando o
compromisso de cada uma delas em ações e serviços de saúde de acordo com a Constituição
Federal.

PRINCÍPIOS:
1. Todo cidadão tem direito a ser atendido com ordem e organização;
2. Todo cidadão tem direito a ter um atendimento com qualidade;
3. Todo cidadão tem direito a um tratamento humanizado e sem nenhuma discriminação;
4. Todo cidadão deve ter respeitado os seus direitos de paciente;
5. Todo cidadão também tem deveres na hora de buscar atendimento de saúde;
6. Todo devem cumprir o que diz a Carta do Direitos dos Usuários da Saúde;

– PACTO DE GESTÃO: estabelece as responsabilidades claras de cada ente federativo, de forma a diminuir as


competências concorrentes e a tornar mais evidente o papel de cada um, contribuindo, assim, com o
fortalecimento da gestão compartilhada e solidária no SUS.
DESCENTRALIZAÇÃO - Cabe ao MS a formulação de políticas, participação no cofinanciamento, cooperação
técnica, avaliação, regulação, controle e fiscalização, além da mediação de conflitos; Descentralização dos
processos administrativos para as CIB; As CIB (Comissões Intergestores Bipartite) são instâncias de pactuação,
deliberação e definição a partir de diretrizes e normas pactuadas na CIT (Comissões Intergestores Tripartite); As
deliberações das CIB e CIT devem ser por consenso. A atuação das Comissões Intergestores Bipartite e Tripartite
terá por objetivo decidir sobre os aspectos operacionais, financeiros e administrativos da gestão compartilhada do
SUS.

REGIONALIZAÇÃO - Os principais instrumentos de planejamento da Regionalização: Plano Diretor de


Regionalização – PDR; Plano Diretor de Investimento – PDI; Programação Pactuada e Integrada da Atenção à
Saúde – PPI.
PLANEJAMENTO, GESTÃO E AVALIAÇÃO DE SERVIÇOS E
PROGRAMAS DE SAÚDE

O planejamento depende de um conjunto de informações adequadas que orientam as equipes quanto a


necessidade de saúde da população e à ordem de prioridade dessas necessidades. O planejamento e avaliação
são instrumentos de apoio à gestão, pela sua capacidade de melhorar a qualidade de tomada de decisão, e
consequentemente, a excelência do atendimento prestado. O planejamento no SUS é de responsabilidade
conjunta das três esferas da federação, sendo que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.

Os instrumentos de Planejamento tem por finalidade: apoiar o gestor na condução do SUS no âmbito de seu
território, de modo que alcance a efetividade esperada na melhoria dos níveis de saúde da população e no
aperfeiçoamento do Sistema; disponibilizar os meios para o aperfeiçoamento contínuo da gestão participativa e
das ações e serviços prestados; apoiar a participação e o controle social e; auxiliar o trabalho interno e externo, de
controle e auditoria. O Ministério da Saúde, o CONASS e o CONASEMS, em consonância com o Conselho
Nacional de Saúde, definem as diretrizes gerais de elaboração do planejamento para todas as esferas de gestão,
estabelecem as prioridades e os objetivos nacionais.

Dentre os instrumentos de Planejamento encontram-se o Plano Distrital de Saúde (PDS), a Programação Anual
de Saúde (PAS), o Relatório Detalhado Quadrimestral (RDQA) e o Relatório Anual de Gestão (RAG). Sendo estes
interligados, a fim de buscar construir no SUS uma forma de atuação sistêmica.

O PES (Planejamento Estratégico Situacional) utiliza as articulações entre o presente e o futuro e entre o
necessário e o possível. Planejar é um processo contínuo e, ainda que existam momentos distintos do
planejamento, não há separação rígida entre as etapas, que se interpenetram. PES se caracteriza por tentar
conciliar a ação sobre uma realidade complexa, com um olhar estratégico e situacional, considerando a visão de
múltiplos atores e a utilização de ferramentas operacionais para o enfrentamento de problemas. Para os
processos de planejamento estratégico institucional em Saúde, devem ser considerados como imprescindíveis
os seguintes momentos: explicativo, normativo, estratégico e tático-operacional. O Planejamento Estratégico
Situacional é um método que trabalha no processamento de problemas atuais, problemas potenciais (ameaças e
oportunidades) e macroproblemas. Considerando o triângulo de governo, a governabilidade refere-se ao quanto de
controle o ator tem sobre a situação que pretende governar. PE é uma concepção geral que implica em dar à
dimensão política o centro da elaboração de modelos. As relações entre atores políticos e instituições, tratadas
como arenas, são analisadas e as orientações e estratégias são definidas a partir de conjunturas e equilíbrios de
poder

A gestão é concebida como um processo, ao mesmo tempo, político, técnico, financeiro e administrativo,
envolvendo relações entre os setores público e privado, entre os níveis central, regional e local, e entre os
diferentes níveis de complexidade do sistema de saúde. A gestão de serviços de saúde tem como finalidade
otimizar o funcionamento das organizações de forma obter o máximo de eficiência, eficácia e efetividade;

A Política Nacional de Gestão Estratégica e Participativa no SUS tem como base a gestão participativa que pode
ser definida como estratégia transversal, presente nos processos cotidianos da gestão do SUS, que possibilita a
formulação e a deliberação pelo conjunto de atores no processo de controle social, requerendo a adoção de
A regulação da assistência, em como objetivo principal promover a equidade do acesso, garantindo a integralidade da
assistência e permitindo ajustar a oferta assistencial disponível às necessidades do cidadão, de forma ordenada,
oportuna e racional.

Métodos participativos de avaliação foram cada vez mais integrados à gestão dos programas e dos serviços de
saúde. A governança é a conjunção entre a capacidade técnica e a capacidade política dos gestores de tomar
decisões inteligentes e compartilhadas, gerando um ambiente permanente de aprendizagem coletiva. Entre os
gestores do SUS, o termo é utilizado no contexto de uma gestão compartilhada

A governança hierárquica (vertical ou de comando e controle) é mais característica dos órgãos de Administração
Direta, embora a Administração Indireta muitas vezes reproduza tal condição.

A governança de mercado (trocas ou contratos) é também facilmente identificada por meio da atuação das
clínicas e hospitais privados, profissionais de saúde e indústrias de medicamentos e equipamentos presentes em
diversas formas de mercado.

A governança consensual (diálogo, híbrido, horizontal, rede) representa uma ampla variedade de instituições
onde os acordos, contratos sujeitos a arbitragem de terceiros e os órgãos colegiados predominam.

As comissões intergestores são arenas de representação federativa, que têm poder de deliberação sobre as
regras referentes à divisão de responsabilidades, às relações entre gestores e aos critérios de transferência de
recursos e pactuação de metas e responsabilidades entre os três entes da Federação. Na dimensão federativa, a
governança entre esferas se dá por meio das comissões intergestores tripartite e bipartite. O funcionamento de
cada comissão se inicia nas câmaras técnicas, que são grupos de trabalho de técnicos da União, Estados e
Municípios, no caso da CIT; e Estados e Municípios, no caso da CIB. As câmaras técnicas se reúnem a partir de uma
necessidade de saúde para definir padrões de intervenção, programas, projetos ou estratégias de atuação, bem
como suas fontes de financiamento. A partir daí, a proposta em forma de programa ou portaria é enviada aos
conselhos diretores do CONASS, Conasems ou secretarias do Ministério para aprovação política.

PRINCÍPIOS DO PLANEJAMENTO DO SUS –

Princípio 1: o planejamento consiste em uma atividade obrigatória e contínua


Princípio 2: o planejamento no SUS deve ser integrado à Seguridade Social e ao planejamento
governamental geral
Princípio 3: o planejamento deve respeitar os resultados das pactuações entre os gestores nas
comissões intergestores regionais, bipartite e tripartite
Princípio 4: o planejamento deve estar articulado constantemente com o monitoramento, a
avaliação e a gestão do SUS
Princípio 5: o planejamento deve ser ascendente e integrado
Princípio 6: o planejamento deve contribuir para a transparência e a visibilidade da gestão da
saúde
Princípio 7: o planejamento deve partir das necessidades de saúde da população

O Relatório de Gestão (RG) é o instrumento que apresenta os resultados alcançados com a execução da PAS,
apurados com base no conjunto de diretrizes, objetivos e indicadores do Plano de Saúde, e orienta eventuais
redirecionamentos que se fizerem necessários ao Plano de Saúde e às Programações seguintes. Por essas
características, é o instrumento em que os gestores do SUS prestam contas das ações do Plano de Saúde
POLÍTICA NACIONAL DA ATENÇÃO BÁSICA
A Declaração de Alma-Ata em 1978 é o resultado da Conferência Internacional sobre Cuidados Primários de Saúde
que conclamou os países a implantarem a Atenção Primária, particularmente, os países em desenvolvimento (WHO,
1978). Um marco legal que estabeleceu a missão da Atenção Primária no Brasil foi a Política Nacional de Atenção
Básica (PNAB) de 2006, reformulada em 2011.

A Atenção Básica é o conjunto de ações de saúde individuais, familiares e coletivas que envolvem promoção,
prevenção, proteção, diagnóstico, tratamento, reabilitação, redução de danos, cuidados paliativos e vigilância em
saúde, desenvolvida por meio de práticas de cuidado integrado e gestão qualificada, realizada com equipe
multiprofissional e dirigida à população em território definido, sobre as quais as equipes assumem responsabilidade
sanitária.

O Ministério da Saúde Brasileiro aprova a PNAB com o objetivo de fortalecer a Atenção Primária à Saúde (APS),
entendida como porta de entrada ao Sistema Único de Saúde e coordenadora do cuidado nas Redes de Atenção.
Definiu ainda, uma reorientação no modelo de atenção, utilizando a Estratégia de Saúde da Família (ESF) como tática
prioritária de expansão, consolidação e qualificação da APS. A reformulação da PNAB em 2017, pela portaria 2423 de
21/09/2017, define as Redes de Atenção à Saúde (RAS) como estratégia para a organização do SUS e destaca a
Atenção Básica como porta de entrada preferencial ao sistema.

São princípios e diretrizes do SUS e da RAS:

1. Princípios: a universalidade, a equidade e a integralidade.


2. Diretrizes: regionalização e hierarquização, territorialização, população adscrita, cuidado centrado na pessoa,
resolutividade, longitudinalidade do cuidado, coordenação do cuidado, ordenação da rede e participação da
comunidade.

A UNIVERSALIDADE é definida como o acesso universal e contínuo aos serviços de saúde, é exercida na Atenção
Primária pelo acolhimento de todas as pessoas que procuram seus serviços, oferecendo fácil acesso e sem
diferenciações, assim como, busca responder as necessidades da população.

A EQUIDADE é definida como a oferta de cuidado, reconhecendo as diferenças nas condições de vida e saúde e de
acordo com as necessidades das pessoas, considerando que o direito à saúde passa pelas diferenciações sociais e
deve atender à diversidade”

A INTEGRALIDADE é alcançada quando as redes de atenção atendem às necessidades de saúde da população


adscrita, preservando sua autonomia. Na PNAB (BRASIL, 2017) a integralidade deve atender aos campos da
promoção, prevenção, tratamento, reabilitação, redução de danos e cuidados paliativos.

A REGIONALIZAÇÃO foi estabelecida por meio da organização do território em Regiões de Saúde, entendidas como
“espaços geográficos contínuos com municípios limítrofes, com identidades culturais, econômicas, sociais,
comunicação, transportes”

TERRITÓRIO, definido como “unidade geográfica única, de construção descentralizada do SUS na execução das ações
estratégicas destinadas à vigilância, promoção, prevenção, proteção e recuperação da saúde”.
CUIDADO CENTRADO NA PESSOA tem como pressuposto o compartilhamento de poder na relação médico-
paciente e apresenta quatro componentes:
 Explorar a saúde, a doença e a experiência da doença;
 Entender a pessoa como um todo;
 Elaborar um plano conjunto de manejo dos problemas;
 Intensificar a relação entre a pessoa e o médico.

RESOLUTIVIDADE, de acordo com a PNAB, é a clínica ampliada, proposta, que busca integrar os diferentes
saberes em uma abordagem transdisciplinar, cujos eixos são:
 Compreensão ampliada do processo saúde-doença, incluindo os determinantes sociais;
 Construção compartilhada dos diagnósticos e terapêuticas, por meio do projeto terapêutico singular, para
indivíduos ou coletivos, utilizando o apoio matricial e a rede de atenção;
 Ampliação do “objeto de trabalho”, evitando a fragmentação na abordagem de pessoas e coletivos;
 Transformação dos “meios” ou instrumentos de trabalho, por exercício da escuta e da empatia;
 Suporte para os profissionais de saúde, pois, problemas no processo de trabalho da equipe podem causar
adoecimento em seus membros.

Sobre a COORDENAÇÃO DO CUIDADO, a PNAB orienta que a Atenção Primária seja a articuladora das redes de
saúde e intersetoriais, públicas, comunitárias e sociais, determinando a centralidade do cuidado pela Atenção
Primária. ,Requer um fluxo de informações adequado entre o médico da Atenção Primária e os especialistas focais
nas RAS, utilizando atenção compartilhada, prontuários eletrônicos devidamente preenchidos e protocolos de
encaminhamentos

Estimular a PARTICIPAÇÃO DAS PESSOAS, a orientação comunitária das ações de saúde na Atenção Básica e a
competência cultural no cuidado, como forma de ampliar sua autonomia e capacidade na construção do cuidado à
sua saúde e das pessoas e coletividades do território. Considerando ainda o enfrentamento dos determinantes e
condicionantes de saúde, através de articulação e integração das ações intersetoriais na organização e orientação
dos serviços de saúde, a partir de lógicas mais centradas nas pessoas e no exercício do controle social.

Os agentes comunitários de saúde (ACS) e agentes de controle de endemias (ACE) contém uma atribuição comum que é
realizar visitas domiciliares com periodicidade estabelecida no planejamento da equipe e conforme as necessidades de
saúde da população, para o monitoramento da situação das famílias e indivíduos do território, com especial atenção às
pessoas com agravos e condições que necessitem de maior número de visitas domiciliares

Núcleos Ampliados de Saúde da Família e Atenção Básica (Nasf-AB),  possuem competências típicas e específicas para as
equipes:
 Realizar Educação Permanente das equipes que atuam diretamente na Atenção Básica.
 Participar do planejamento conjunto com as equipes que atuam diretamente na Atenção Básica;
 Realizar discussões de casos e interconsultas com a construção de projetos terapêuticos conjuntamente com
equipes que atuam diretamente na Atenção Básica;
 Realizar discussões sobre os processos de trabalho das equipes que atuam diretamente na Atenção Básica.

O Programa Saúde na Hora pode ter as Equipes de Saúde da Família, Equipes de Atenção Primária e Equipes de Saúde
Bucal cadastradas no Sistema do Cadastro Nacional de Estabelecimentos. Este programa possui o objetivo de:
A Equipe de Atenção Primária (eAP), segundo a Política Nacional de Atenção Básica, poderá ser de duas modalidades. Na
modalidade I: a carga horária mínima individual dos profissionais deverá ser de 20 horas semanais, com população
adscrita correspondente a 50% da população adscrita para uma equipe de Saúde da Família

Starfield define a APS como o primeiro nível de assistência dentro do sistema de saúde, caracterizando-se pela
longitudinalidade e integralidade nas ações, acrescida da coordenação da assistência, da atenção centrada na pessoa e na
família, da orientação comunitária das ações e da existência de recursos humanos com atitude cultural voltada para a APS.

A Carteira de Serviços da Atenção Primária à Saúde (CaSAPS) descreve, para a população, para os demais níveis do
sistema, para os gestores e para os profissionais que atuam na Atenção Primária em Saúde (APS), a lista de ações e
serviços clínicos e de vigilância em saúde ofertados no âmbito da APS brasileira. A Carteira de Serviços da Atenção
Primária à Saúde é um documento que visa nortear as ações de saúde na APS brasileira com forte reconhecimento da
clínica multiprofissional.
POLÍTICA NACIONAL DE PROMOÇÃO
Promover saúde é algo diferente de prevenir as doenças e de tratá-las. A promoção de saúde se compromete a
evidenciar os determinantes gerais, isto é, os socioambientais e econômicos, que atuam sobre as condições de vida
cotidianas e sendo direcionada ao coletivo e à defesa dos direitos sociais. Refere-se, portanto, a um processo de
estímulo ao compromisso político (dos gestores e sociedade civil) e de impulsão às mudanças sociais.

A promoção da saúde é um conjunto de estratégias e formas de produzir saúde, no âmbito individual e coletivo,
que se caracteriza pela articulação e cooperação intrassetorial e intersetorial e pela formação da Rede de Atenção
à Saúde, buscando se articular com as demais redes de proteção social, com ampla participação e amplo controle
social. Assim, reconhece as demais políticas e tecnologias existentes visando à equidade e à qualidade de vida, com
redução de vulnerabilidades e riscos à saúde decorrentes dos determinantes sociais, econômicos, políticos,
culturais e ambientais.

A adoção de um conceito ampliado de Saúde fez parte das reivindicações do movimento Sanitário que deram
origem às bases filosóficas que constituíram o SUS a partir de 1988.

Com a divulgação do relatório final da VIII Conferência Nacional de Saúde e a adoção das recomendações advindas
desta, ao publicar a Lei n. 8.080/1990, que regulamenta o SUS, foi estabelecido um novo conceito de saúde, que
contempla determinantes e condicionantes dentro de um processo saúde-doença, afastando a ideia anterior de
saúde vista somente como a ausência de doença. Conforme Brasil (2018), a saúde exige a participação ativa de
todos os sujeitos na análise e na formulação de ações que visem à sua promoção.

A PNPS é uma política transversal, e tem um caráter intersetorial, além de está sempre em contato com outros
setores, que nem sempre estão diretamente ligados à Saúde.Ela reitera a necessidade de articulação entre os
diversos setores para além da saúde.

São VALORES FUNDANTES no processo de efetivação da PNPS:

 Solidariedade;
 Felicidade;
 Ética;
 Respeito às diversidades;
 Humanização
 Corresponsabilidade;
 Justiça;
 Inclusão Social.

São PRINCÍPIOS da PNPS:

 Reconhece a subjetividade das pessoas e dos coletivos no processo de atenção e cuidado em defesa da
saúde e da vida;
 Considera a solidariedade, a felicidade, a ética, o respeito às diversidades, a humanização, a
corresponsabilidade, a justiça e a inclusão social como valores fundantes no processo de sua concretização;
 Adota como princípios a equidade, a participação social, a autonomia, o empoderamento, a
intersetorialidade, a intrassetorialidade, a sustentabilidade, a integralidade e a territorialidade.
POLÍTICAS PÚBLICAS EM SAÚDE E SUA EVOLUÇÃO HISTÓRICA
As políticas públicas de saúde no Brasil representam instrumentos legais responsáveis pela regulamentação dos
serviços de saúde. As políticas de saúde no Brasil podem ser divididas em seis momentos distintos, desde o
período colonial até a atualidade.

O período colonial foi marcado pela ocorrência de epidemias e a assistência à saúde era conduzida pelos poucos
médicos e cirurgiões que atuavam no país com sangrias e purgantes, além dos remédios recomendados por
curandeiros, negros e indígenas.

Em 1808, o Rio de Janeiro tornou-se sede provisória da coroa Portuguesa, transformando-se sede das ações
sanitárias; e em 1813 e 1815, no Rio de Janeiro e na Bahia, respectivamente, são inauguradas as primeiras
academias médico-cirúrgicas do País.

Em 1829, cria-se a Junta de Higiene Pública, mas ainda assim as medidas sanitárias envolviam ações frágeis e o
Brasil era considerado um dos países mais insalubres do mundo.

No período de 1890-1900, as epidemias assolam o país, médicos higienistas recebem incentivos e cargos para
reverter este quadro, entretanto mantém-se a política da desigualdade e uma situação caótica de saúde.

Na República Velha (1889-1930) a economia estava baseada na cafeicultura. Para conciliar o desenvolvimento
econômico houve uma melhora qualitativa das condições sanitárias dos portos, e a criação dos institutos com
fins de pesquisas que beneficiaram a população urbana.

Em 1904, ocorreu a Revolta da Vacina no Rio de Janeiro em função da obrigatoriedade da vacinação contra a
varíola, com conflitos populares. Diante dos desgastes ocasionados com a revolta, o governo revoga a
obrigatoriedade e propõem outras formas de relacionamento com a sociedade para estimular a adesão às
medidas de saúde pública. A situação laboral e as condições de vida insatisfatórias, com o predomínio das
doenças transmissíveis, fortificaram o surgimento de movimentos sociais urbanos, que propiciaram a criação da
Lei Eloi Chaves que institui as Caixas de Aposentadorias e Pensões – CAP que eram custeadas pelos funcionários,
empresa e usuários, e um novo regulamento para o Departamento Nacional de Saúde Pública.

De 1930 a 1945, institui-se o Estado Novo e Getúlio Vargas assume o poder, situação política marcada pela crise
do café no cenário mundial. Há uma centralização da assistência de algumas patologias específicas como:
tracoma, lepra, ancilostomose, sendo o perfil epidemiológico da época de doenças infecciosas e parasitárias. A
saúde pública brasileira se encontrava sob a responsabilidade do Ministério da Educação e Saúde e do Ministério
do Trabalhador quanto à saúde ocupacional, sendo que as decisões acerca das ações de saúde eram tomadas
exclusivamente por políticos e burocratas. Fruto da reivindicação dos trabalhadores ocorre à criação dos
Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAP) para aqueles com carteira assinada. Em 1941 a reforma sanitária
Barros Barreto reestruturou o Departamento Nacional de Saúde no Ministério da Educação e Saúde Pública da
Era Vargas.

O Ministério da Saúde (MS) é criado em 1953, mas, nessa época, a organização da assistência à saúde ainda era
permeada por forte clientelismo, troca de votos por prestação de serviços, sem uma reformulação eficiente da
organização do setor saúde. O setor privado da saúde cresce vertinosamente através de doações e empréstimos
a juros baixos pelo governo, com o intuito de reverter esses recursos no atendimento aos trabalhadores ligados
aos IAP.

Em 1963 a Universalização foi a temática da Terceira Conferência Nacional de Saúde (CNS), que tinha como
prerrogativas a concepção de um novo Sistema de Saúde que ofereceria acesso a todos com fortalecimento dos
Na Revolução de 1964 que impõem a ditadura militar sob o pretexto de combater o comunismo e a corrupção,
Há uma diminuição das verbas para a saúde pública com aumento do orçamento para os ministérios militares,
transporte, indústria e comércio. Aumenta a mortalidade infantil, a incidência de doenças infecciosas e a
concentração de renda.

O Instituto Nacional de Previdência Social é criado em 1966 com o objetivo de assistir a população em um
contexto individual, através do Decreto Lei nº 72, conhecido como INPS6. Neste período o governo procurava
legitimar suas ações ditatoriais trazendo a institucionalização de determinadas medidas sociais e políticas de
saúde, dentre elas agenciarem o acesso à saúde através do INPS para os previdenciários. Em contrapartida o
Ministério da Saúde responsabilizava-se pelas ações de caráter coletivo.

Em 1974 ocorre um surto de meningite que estimula a vacinação em massa da população até o ano de 1977 . As
políticas de saúde fornecem fortes incentivos ao setor privado e ocorre a unificação dos IAP

O Ministério da Previdência e Assistência Social é instituído em 1975, em função dos custos excessivos com o
setor privado, visando controlar e fiscalizar os serviços oferecidos e os repasses feitos pelo setor privado, haja
vista a ocorrência de fraudes e corrupção. Em uma tentativa de contornar a situação caótica do setor saúde
surgem algumas medidas paliativas, como a implantação do Plano de Pronta Ação (PPA) que desenvolvia o
atendimento a todo cidadão nos casos de urgência, e para melhor articular essas informações cria-se o Sistema
Nacional de Saúde.

Durante a VII CNS, por iniciativa do governo de Figueiredo, discutem-se as possibilidades de implantação de um
sistema de reorientação da atenção à saúde com enfoque na atenção básica, participação da comunidade,
regionalização e hierarquização, denominada Prev-Saúde, não sendo implantada novamente pelas pressões do
setor privado.

Após a redemocratização do país, na década de 1980, nasce o movimento denominado de Reforma Sanitária que
contribuiu decisivamente para a construção e efetivação legal do Sistema Único de Saúde (SUS).

Em 1988 entra em vigor a nova constituição, em 1989 ocorre à eleição para presidente e a democracia é
reinstaurada numa situação de grave crise econômica. O MS e o INPS não possuem verbas para propor
alternativas de mudança na situação de saúde da população. Entretanto os movimentos sociais que
reivindicavam mais saúde unem-se às universidades, instituições e profissionais de saúde que desde o período
militar estudavam e pesquisavam instrumentos para reorganizar a assistência. Assim, nasce o Movimento
Sanitarista/Reforma Sanitária com as propostas da Associação Brasileira de Pós-graduação em Saúde Coletiva
(ABRASCO) e do Centro Brasileiro de Estudos da Saúde (CEBES) objetivando lutar pelo direito universal e
equânime à saúde.

Na VIII Conferência Nacional de Saúde em 1986, foi discutida a saúde de forma ampliada tendo como propostas
centrais: conceito ampliado da saúde; reconhecimento da saúde como direito; criação do Sistema Único de
Saúde; participação popular; constituição e ampliação do orçamento da saúde. No intuito de efetivar essa
proposta as AIS’s são transformadas no Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde (SUDS) que representou
um modelo de transição para o Sistema Único de Saúde (SUS). Envolvendo desta forma convênios entre as três
esferas de governo, com repasses de recursos pela programação orçamentária integrada (POI), com a
descentralização de ações e a participação da comunidade. Assim a constituição de 1988 assegurou o direito à
saúde e instituiu o SUS. Seu impacto foi tão grande que ela ficou conhecida como Constituinte da Saúde.

No período de 1989 a 2002, denominado de pós-constituinte, foi possível iniciar a implantação do SUS e
aperfeiçoar os instrumentos legais de gestão do mesmo. Sendo aprovada a Lei 8080/90 que elencou as condições
PROCESSO DE TRABALHO EM SAÚDE
O processo de trabalho em saúde é a forma como os trabalhadores realizam a produção dos serviços. A
organização do processo de trabalho em saúde que busque “a ruptura com dinâmica médico centrada, do
modelo hegemônico de organização e forma de trabalho da equipe requer mudanças” nos microprocessos de
trabalho em saúde”

O trabalho em saúde é hoje, majoritariamente, um trabalho coletivo institucional que se desenvolve com
características do trabalho profissional e, também, da divisão parcelar ou pormenorizada do trabalho e da lógica
taylorista de organização e gestão do trabalho.

Segundo Pires 7 ( p. 85), o “trabalho em saúde é um trabalho essencial para a vida humana e é parte do setor de
serviços. É um trabalho na esfera da produção não material, que se completa no ato da sua realização. Não tem
como resultado um produto material, independente do processo de produção e comercializável no mercado. O
produto é indissociável do processo que o produz, é a própria realização da atividade.”

A enfermagem executa o seu trabalho aplicando características da divisão parcelar. Há fragmentação de tarefas
sob o controle gerencial dos profissionais de nível superior. “O trabalho é compartimentalizado, cada grupo
profissional se organiza e presta parte da assistência de saúde separado dos demais, muitas vezes duplicabdo
esforços e até tomando atitudes contraditórias. Os profissionais envolvidos dominam os conhecimentos para o
exercício das atividades específicas de sua qualificação profissional. Os demais profissionais executam atividades
delegadas mas mantêm certo espaço de decisão e domínio de conhecimentos, típico do trabalho profissional.”

Considerando de Offe sobre as alternativas de racionalização empreendidas quando algum serviço se torna
inviável economicamente, Pires aponta que, nos serviços de saúde, diversas saídas são possíveis como a:
Introdução de inovações tecnológico-organizacionais; a redução da força de trabalho; a redução da força de
trabalho qualificada; a redução de salários; a precarização das condições de trabalho; a externalização, o auto-
serviço, entre outras. No serviço público dá-se a interferência de um complexo de fatores macropolíticos na
escolha da estratégia de racionalização a ser empregada em cada momento histórico.

O modelo assistencial, vigente nos serviços de saúde, guia-se pela ótica hegemônica neoliberal e, na prática,
essa visão acaba definindo a missão dos serviços e as conformações tecnológicas, atendo a interesses poderosos
considerados legítimos.

O trabalho das equipes sofre influencia da linha taylorista, traduzida pela acumulação de normas administrativas
e padronizações técnicas, guiadas por crenças na possibilidade de controlar e regulamentar o conjunto total do
trabalho.

Segundo Marx (1994), no processo de trabalho, a atividade do homem opera uma transformação no objeto sobre
o qual atua por meio de instrumentos de trabalho para a produção de produtos, e essa transformação está
subordinada a um determinado fim. Portanto, os três elementos componentes do processo de trabalho são: a
atividade adequada a um fim, isto é, o próprio trabalho, o objeto de trabalho, ou seja, a matéria a que se aplica
o trabalho, e os instrumentos ou meios do trabalho. 

lisa, no ‘processo de trabalho em saúde’, a presença de instrumentos materiais e não-materiais. Os primeiros


são os equipamentos, material de consumo, medicamentos, instalações, outros. Os segundos são os saberes, que
PROGRAMAS DE SAÚDE
O PROGRAMA FARMÁCIA POPULAR DO BRASIL vem a ser uma iniciativa do Governo Federal que cumpre uma
das principais diretrizes da Política Nacional de Assistência Farmacêutica. Foi implantado por meio da Lei nº
10.858, de 13 de abril de 2004, que autoriza a Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) a disponibilizar medicamentos
mediante ressarcimento, e pelo Decreto nº 5.090, de 20 de maio de 2004, que regulamenta a Lei 10.858 e
institui o Programa Farmácia Popular do Brasil. As unidades próprias contam com um elenco de 112 itens, entre
medicamentos e o preservativo masculino, os quais são dispensados pelo seu valor de custo, representando uma
redução de até 90% do valor de mercado. Em 09 de março de 2006, por meio da Portaria nº 491, o Ministério da
Saúde expandiu o Programa Farmácia Popular do Brasil, aproveitando a rede instalada do comércio varejista
de produtos farmacêuticos, bem como a cadeia do medicamento. Esta expansão foi denominada “Aqui Tem
Farmácia Popular” e funciona mediante o credenciamento da rede privada de farmácias e drogarias comerciais,
com o intuito de levar o benefício da aquisição de medicamentos essenciais a baixo custo a mais lugares e mais
pessoas, aproveitando a dinâmica da cadeia farmacêutica (produção x distribuição x varejo), por meio da parceria
entre o Governo Federal e o setor privado varejista farmacêutico. O Programa ampliou o elenco de
medicamentos indicados para o tratamento da hipertensão e passou a atender novas doenças, tendo sido
incluídos medicamentos para o tratamento da osteoporose, rinite, asma, Parkinson e glaucoma. A incontinência
urinária para idosos passou a ser atendida com a inclusão das fraldas geriátricas. A partir de 2011, o Programa
passou a disponibilizar os medicamentos indicados para o tratamento da hipertensão e do diabetes sem custos
para os usuários. O “Aqui Tem Farmácia Popular” visa a atingir aquela parcela da população que não busca
assistência no SUS, mas tem dificuldade para manter tratamento medicamentoso devido ao alto preço dos
medicamentos.

Lançado em outubro de 2003, o programa VIVA VIDA visa reduzir a taxa de mortalidade infantil e materna em
O PROGRAMA NACIONAL DE AVALIAÇÃO DE SERVIÇOS DE SAÚDE – PNASS foi criado para avaliar a totalidade
dos estabelecimentos de atenção especializada em saúde, ambulatoriais e hospitalares, contemplados com
recursos financeiros provenientes de programas, políticas e incentivos do Ministério da Saúde, quanto às
seguintes dimensões: estrutura, processo, resultado, produção do cuidado, gerenciamento de risco e a
satisfação dos usuários em relação ao atendimento recebido. É um dos objetivos específicos do PNASS
incentivar a cultura avaliativa em estabelecimentos de saúde do SUS.

O PROGRAMA SAÚDE NA ESCOLA (PSE) tem por objetivo a atenção integral à saúde de crianças, adolescentes e
PROGRAMA NACIONAL DE MELHORIA DO ACESSO E DA QUALIDADE DA ATENÇÃO BÁSICA (PMAQ) por meio da
Portaria nº. 1.654, o objetivo do programa é ampliar o acesso e a qualidade do cuidado na Atenção Básica.
É organizado em quatro fases que se complementam e que conformam um ciclo contínuo de melhoria do acesso
e da qualidade da Atenção Básica: Adesão e Contratualização; Desenvolvimento; Avaliação Externa; e
Recontratualização. O programa tem como um dos pressupostos elevar os repasses de recursos do incentivo
federal para os municípios participantes que atingirem melhora no padrão de qualidade no atendimento.

QUALIDADE EM SERVIÇOS DE SAÚDE: CONCEITOS E


ASPECTOS GERAIS

Qualidade, segundo o dicionário Aurélio, é a “propriedade, atributo ou condição das coisas ou das pessoas que as
distingue das outras e lhes determina a natureza. Dote, virtude”. Significa que os envolvidos nos atos de saúde estão
constantemente preocupados quanto às propriedades, benefícios e malefícios dos serviços prestados, desenvolvem
atividades de aferição e aperfeiçoamento, para uma maior satisfação dos que necessitam desses serviços.

Habilitação, licença sanitária ou alvará: é um processo executado por autoridade sanitária, o qual tem por objetivo
identificar se a organização de saúde responde às exigências previstas em instrumentos legais. O licenciamento ou
alvará de funcionamento é a permissão de uma autoridade do governo para que uma organização de saúde inicie
legalmente seu atendimento à comunidade2. No Brasil, os serviços de diálise são licenciados pela autoridade sanitária
do estado ou município, atendendo aos requisitos da Resolução RDC N. 154 de 15 de junho de 2004.

Credenciamento: credenciar é afirmar que um serviço ou um indivíduo demonstrou competência suficiente em uma
atividade e que pode continuar desenvolvendo esta atividade por um período específico de tempo.

Certificação: significa dizer que foi atingido certo grau de treinamento ou desempenho pré-determinados5. ISO
9001:2000: As normas da ISO 9001:2000 (International Standardization of Organizations - Organização Internacional
de Normatização) especificam requisitos para um sistema de gestão da qualidade que podem ser usados pelas
organizações para certificação, para a aplicação interna quando se pretende aumentar a satisfação do cliente, ou para
fins contratuais quando uma organização necessita demonstrar sua capacidade de fornecer, de forma coerente,
produtos/serviços que atendam aos requisitos do cliente e aos requisitos regulamentares aplicáveis.

Acreditação: o termo acreditar significa dar crédito, crer, ter como verdadeiro, dar ou estabelecer crédito. Na área da
saúde, acreditação é tecnicamente conceituada como “um procedimento voluntário, periódico e reservado, de
avaliação dos recursos institucionais, que tende a garantir a qualidade da assistência por meio de padrões previamente
aceitos”. A acreditação, portanto, representa um instrumento de aferição da qualidade, de caráter externo, o qual
confere ao comprador de serviços a confiança de estabelecer negócios com uma organização de saúde que apresenta
concordância com determinados padrões de qualidade.

Prêmio Nacional da Qualidade (PNQ): premiação máxima do desempenho de gestão das organizações, da “Gestão de
Excelência”, é o reconhecimento do nível de desempenho de “Classe Mundial”, o que significa que a organização
demonstrou possuir práticas e resultados comparáveis com os referenciais de excelência, podendo ser líder no seu
setor de atuação. Este prêmio estimula a melhoria pela adoção dos fundamentos e conceitos da boa gestão que
incorporam em seus requisitos as técnicas mais atualizadas e bem sucedidas de administração de organizações.

O diagrama de Pareto, é uma ferramenta da qualidade conhecida como regra 80-20, que prevê que 80% dos efeitos
surgem a partir de apenas 20% das causas.

Balance Scorecard como indicador de qualidade na enfermagem, inclui o total de profissionais de enfermagem


aprovados em processo seletivo interno.

A gestão da qualidade é a adoção de programas desenvolvidos internamente ou segundo padrões externos, capazes
de comprovar um padrão de excelência assistencial, a partir da melhoria contínua da estrutura, dos processos e
resultados.

SEGURANÇA DO TRABALHO EM SAÚDE


Saúde do Trabalhador se conceitua como um conjunto de atividades que se destina, através das ações de
vigilância epidemiológica e vigilância sanitária, à promoção e proteção da saúde dos trabalhadores, assim como
visa à recuperação e reabilitação da saúde dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advindos das
condições de trabalho.

O SUS possui a Renast (Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador) e que funciona por meio dos
Cerest (Centro de Referência em Saúde do Trabalhador) que é uma porta de entrada do SUS (serviço especial de
acesso aberto) e promovem ações para melhorar as condições de trabalho e a qualidade de vida do trabalhador
por meio da prevenção e vigilância.

A higiene do trabalho tem o objetivo de prevenir problemas e doenças, pois tem o objetivo de melhoria dos
parâmetros de conforto e saúde do trabalhador. A higiene do trabalho envolve o cuidado no ambiente físico do
trabalho, os aspectos psicológicos do trabalhador, aplicação de técnicas de ergonomia e técnicas de prevenção
de doenças. Os cuidados no ambiente físico do trabalho envolve o controle dos riscos físicos, químicos,
ergonômicos, biológicos e de acidentes. O mapa de risco é feito pela própria CIPA, no qual os próprios
trabalhadores identificam os riscos no local de trabalho, sendo bem mais simples que o PPRA. O PPRA deve ser
feito por pessoal especialista em saúde e segurança do trabalho, com medições e especificidade na avaliação dos
riscos.

A equipe que trabalha com saúde e segurança do trabalhador dentro dos estabelecimentos é chamada de SESMT
– Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho. O SESMT é regulamentado pela
Norma Regulamentadora n. 4 e é composto por engenheiro de segurança, médico do trabalho, enfermeiro do
trabalho, técnico em segurança e técnico de enfermagem do trabalho.
A Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) é um documento emitido para reconhecer um acidente de
trabalho ou uma doença ocupacional. Deve ser emitida pela empresa no prazo de 1 dia útil, ou, se ocorreu óbito,
imediatamente. Pode também ser emitida – mesmo fora do prazo – pelo médico, pelo familiar, por um
dependente do segurado, pelo sindicato ou por uma autoridade pública; nesse caso o INSS enviará uma carta à
empresa para que emita sua CAT.

TRABALHO EM EQUIPE MULTIDISCIPLINAR


O modelo atual de saúde pública no Brasil, especialmente na atenção básica, é caracterizado por um conjunto de
ações com ideais de promover e proteger a saúde das pessoas, estruturada sob forma de trabalhos em equipes
multiprofissionais.

A interdisciplinaridade dos saberes profissionais, implica em se pensar numa prática de coletividade, para que
mesmo que os conhecimentos de cada membro da equipe não sendo iguais, possa existir um espaço de conversas
e trocas sobre a sabedoria de cada profissional em relação a saúde integral dos pacientes. Dessa forma, é possível
Acidente de
descartar trabalho
uma é o que ocorredo
visão fragmentada pelo exercício do
tratamento e trabalho,
cuidados adoserviço da empresa
paciente, provocando
atrelados lesão
a discursos corporal e
mecânicos
ou perturbação funcional, resultando a morte, a perda ou a redução, permanente ou temporária da capacidade
individualizados.
para o trabalho. Equiparam-se legalmente ao acidente do trabalho, o acidente de trajeto, a doença profissional e
a doença
O dode
trabalho trabalho.
equipe multiprofissional é conceituado por Peduzzi (1998), como uma modalidade de trabalho
coletivo que é construído por meio das relações de reciprocidade entre os profissionais e suas intervenções
técnicas das mais diferentes áreas do saber, alicerçado na comunicação e ações de cooperação. Já Fortuna (2005,
p. 264), apresenta esta forma de trabalho como: “uma rede de relações entre pessoas, rede de relações de
poderes, saberes, afetos, interesses e desejos, onde é possível identificar processos grupais.”

É necessário que o profissional reconheça a importância das suas ações bem como das ações executadas pelos
demais integrantes da equipe, visando uma boa comunicação entre suas práxis. Acredita-se que o trabalho em
equipe amplia a visão do processo de saúde, envolvendo diferentes saberes e intervindo, para além do âmbito
individual e clínico, na família e nas condições socioambientais da comunidade atendida. A articulação dos olhares
dos diferentes profissionais de saúde que atuam na ESF possibilita o desenvolvimento de ações que ultrapassam a
Na Equipe integração: ocorre uma conexão entre as ações e conhecimentos, interação a prática dos profissionais.
Na Equipe agrupamento: prevalece a sobreposição das ações dos profissionais que meramente coexistem no
mesmo local de trabalho.

É necessário ter uma ligação e parceria entre os profissionais da saúde para que os pacientes sejam beneficiados
com um atendimento de qualidade, e que os objetivos da saúde pública de promoção de saúde e bem estar
atinjam a todos os necessitados de forma justa e igualitária.

Os enfermeiros designados para participar da comissão multidisciplinar responsável pela programação de materiais
utilizados na assistência à saúde, estão realizando a descrição minuciosa do material utilizado pela enfermagem,
representando com precisão o que se deseja adquirir. Ao realizar essa atividade, estão desenvolvendo a etapa
denominada especificação técnica.

Ações assistenciais individuais e em grupo, de acordo com as especificidades, e participação em projetos de


pesquisa são ações multidisciplinares. Como sujeitos do processo de trabalho, os profissionais exercem autonomia
técnica. Esta é concebida como a esfera de liberdade de julgamento e de tomada de decisão frente às necessidades
de saúde dos usuários.

A composição mínima na equipe de saúde da família é formada por: 1 Médico – 1 Enfermeiro – 1 Técnico em
enfermagem – Agentes comunitários de saúde.

A propósito dos fatores que influenciam o trabalho em equipe na saúde, a integração no trabalho em equipe
expressa a articulação das ações de diferentes profissionais que compõem a equipe e a comunicação entre seus
componentes na busca pelo reconhecimento e pelo entendimento mútuo para a prestação dos serviços de saúde.

NORMA REGULAMENTADORA 32 (NR 32)

A NR-32 tem como finalidade estabelecer as diretrizes básicas para a implementação de medidas de proteção à
segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde, bem como daqueles que exercem atividades de
promoção e assistência à saúde em geral.

O PPRA deve ser reavaliado 1 vez ao ano e:


a) sempre que se produza uma mudança nas condições de trabalho, que possa alterar a exposição aos agentes
biológicos;
b) quando a análise dos acidentes e incidentes assim o determinar.

Em toda ocorrência de acidente envolvendo riscos biológicos, com ou sem afastamento do trabalhador, deve ser


emitida a Comunicação de Acidente de Trabalho – CAT.

Os quartos ou enfermarias destinados ao isolamento de pacientes portadores de doenças infectocontagiosas devem


conter lavatório em seu interior.
O uso de luvas não substitui o processo de lavagem das mãos, o que deve ocorrer, no mínimo, antes e depois do uso
das mesmas.
Os trabalhadores com feridas ou lesões nos membros superiores só podem iniciar suas atividades após avaliação
médica obrigatória com emissão de documento de liberação para o trabalho.

Os trabalhadores não devem deixar o local de trabalho com os equipamentos de proteção individual e as


Deve ser mantida a rotulagem do fabricante na embalagem original dos produtos químicos utilizados em serviços de
saúde.
Todo recipiente contendo produto químico manipulado ou fracionado deve ser identificado, de forma legível, por
etiqueta com o nome do produto, composição química, sua concentração, data de envase e de validade, e nome do
responsável pela manipulação ou fracionamento.
É VEDADO o procedimento de reutilização das embalagens de produtos químicos.
Os cilindros contendo gases inflamáveis, tais como hidrogênio e acetileno, devem ser armazenados a uma distância
mínima de 8 metros daqueles contendo gases oxidantes, tais como oxigênio e óxido nitroso, ou através de barreiras
vedadas e resistentes ao fogo.
Para efeito desta NR, consideram-se medicamentos e drogas de risco aquelas que possam causar genotoxicidade,
carcinogenicidade, teratogenicidade e toxicidade séria e seletiva sobre órgãos e sistemas.
Toda trabalhadora gestante só será liberada para o trabalho em áreas com possibilidade de exposição a gases ou
vapores anestésicos após autorização por escrito do médico responsável pelo PCMSO, considerando as
informações contidas no PPRA.
Toda trabalhadora com gravidez confirmada deve ser afastada das atividades com radiações ionizantes, devendo
ser remanejada para atividade compatível com seu nível de formação.

Os trabalhadores que realizam a limpeza dos serviços de saúde devem ser capacitados , inicialmente e de forma
continuada, quanto aos princípios de higiene pessoal, risco biológico, risco químico, sinalização, rotulagem, EPI,  EPC e
procedimentos em situações de emergência.
ÁREA CONTROLADA: área sujeita a regras especiais de proteção e segurança, com a finalidade de controlar as
exposições normais, prevenir a disseminação de contaminação radioativa e prevenir ou limitar a amplitude das
exposições potenciais.
CARCINOGENICIDADE: capacidade que alguns agentes possuem de induzir ou causar câncer.
DESCONTAMINAÇÃO: remoção de um contaminante químico, físico ou biológico.
DESINFECÇÃO: processo de eliminação ou destruição de microrganismos na forma vegetativa, independente de
serem patogênicos ou não, presentes nos artigos e objetos inanimados. A desinfecção pode ser de  baixo, médio ou
alto nível. Pode ser feita através do uso de agentes físicos ou químicos.
MUTAGENICIDADE: capacidade que alguns agentes possuem de induzir mutações em organismos a eles expostos.
Mutações são alterações geralmente permanentes na sequência de nucleotídeos do DNA, podendo causar uma ou
mais alterações fenotípicas. As mutações podem ter caráter hereditário.

PATOGENICIDADE: Capacidade de um agente biológico causar doença em um hospedeiro suscetível.


TERATOGENICIDADE: Propriedade de um agente químico, físico ou biológico de induzir desenvolvimento anormal,
gestacionalmente ou na fase pós-natal, expressado pela letalidade, malformações, retardo do desenvolvimento ou
aberração funcional.
TRANSMISSIBILIDADE: capacidade de transmissão de um agente a um hospedeiro. O período de transmissibilidade
corresponde ao intervalo de tempo durante o qual um organismo elimina um agente biológico para reservatórios ou
para um hospedeiro.
VETOR: vetor é um organismo que transmite um agente biológico de uma fonte de exposição ou reservatório a um
hospedeiro.

VIAS DE TRANSMISSÃO: percurso feito pelo agente biológico a partir da fonte de exposição até o hospedeiro.
A transmissão pode ocorrer das seguintes formas:
Direta: transmissão do agente biológico, sem a intermediação de veículos ou vetores.
Indireta: transmissão do agente biológico por meio de veículos ou vetores.
Virulência: É o grau de patogenicidade de um agente infeccioso.

Para fins de aplicação dessa NR, entende-se por serviços de saúde qualquer edificação destinada à prestação de
assistência à saúde.
VIGILÂNCIA À SAÚDE: EPIDEMIOLÓGICA, SAÚDE DO
TRABALHADOR, SANITÁRIA E AMBIENTAL

Conjunto de ações voltadas para o conhecimento, previsão, prevenção e enfrentamento continuado de


problemas de saúde, selecionados e relativos aos fatores e condições de risco, atuais e potenciais, e aos
acidentes, incapacidades, doenças- incluindo as zoonoses, e outros agravos à saúde de uma população num
território determinado, significando, portanto, uma ampliação da vigilância epidemiológica, com incorporação da
vigilância sanitária, sem, entretanto, prever a reorganização do conjunto das ações e serviços de atenção à saúde,
aí incluídas a intervenção sobre determinantes sociais, de um lado, e a assistência médico-hospitalar, de outro.

A Vigilância da Saúde e suas vertentes:


 Vigilância da Saúde equivalendo a Análise de Situações de Saúde;
 Vigilância da Saúde como proposta de integração institucional entre a Vigilância epidemiológica e a
Vigilância sanitária;
 Vigilância da Saúde como uma proposta de redefinição das práticas sanitárias.

Vigilância da Saúde equivalendo a Análise de Situações de Saúde. Ainda que ampliando e redefinindo o objeto de
análise - situações de saúde de grupos populacionais definidos em função de suas condições de vida, esta acepção
restringe o alcance da proposta ao monitoramento da situação de saúde, não incorporando as ações voltadas ao
enfrentamento dos problemas.

Vigilância da Saúde como proposta de integração institucional entre a Vigilância epidemiológica e a Vigilância
A Vigilância da Saúde corresponderia, assim, a um modelo assistencial que incorpora e supera os modelos
vigentes, implicando a redefinição do objeto, dos meios de trabalho, das atividades, das relações técnicas e sociais,
bem como das organizações de saúde e da cultura sanitária. Apontando na direção da superação da dicotomia
entre as chamadas práticas coletivas (vigilância epidemiológica e sanitária) e as práticas individuais (assistência
ambulatorial e hospitalar) através da incorporação das contribuições da nova geografia, do planejamento urbano,
da epidemiologia, da administração estratégica e das ciências sociais em saúde, tendo como suporte político-
institucional o processo de descentralização e de reorganização dos serviços e das práticas de saúde ao nível local.

Na perspectiva técnica da implementação da vigilância da saúde, metodologia do planejamento e programação


poderia ser aplicada em distintos momentos com a seguinte sequência lógica:
 Análise da situação de saúde;
 Desenho de situação-objetivo;
 Desenho das estratégias;
 Programação, acompanhamento e avaliação.

A vigilância em saúde tem por objetivo a observação e análise permanentes da situação de saúde da população,
articulando-se em um conjunto de ações destinadas a controlar determinantes, riscos e danos à saúde de
populações que vivem em determinados territórios, garantindo-se a integralidade da atenção, o que inclui tanto a
abordagem individual como coletiva dos problemas de saúde.
OBSERVAÇÃO CONTÍNUA + COLETA SISTEMÁTICA = VIGILÂNCIA

Quais são os componentes da vigilância em saúde?


São as ações de vigilância, promoção, prevenção e controle de doenças e agravos à saúde, devendo-se constituir
em espaço de articulação de conhecimentos e técnicas.
O conceito de vigilância em saúde inclui: a vigilância e o controle das doenças transmissíveis; a vigilância das
doenças e agravos não transmissíveis; a vigilância da situação de saúde, vigilância ambiental em saúde, vigilância
da saúde do trabalhador e a vigilância sanitária.

Componentes da Vigilância em Saúde:


 A vigilância e o controle das doenças transmissíveis;
 A vigilância das doenças e agravos não transmissíveis;
A Vigilância em Saúde, visando a integralidade do cuidado, deve inserir-se na construção das redes de atenção à
saúde, coordenadas pela Atenção Primária à Saúde. A integração entre a Vigilância em Saúde e a Atenção
Primária à Saúde é condição obrigatória para a construção da integralidade na atenção e para o alcance dos
resultados, com desenvolvimento de um processo de trabalho condizente com a realidade local, que preserve as
especificidades dos setores e compartilhe suas tecnologias,  tendo por diretrizes:

I – Compatibilização dos territórios de atuação das equipes, com a gradativa inserção das ações de vigilância em
saúde nas práticas das equipes da Saúde da Família;
II – Planejamento e programação integrados das ações individuais e coletivas;
III – Monitoramento e avaliação integrada;
IV – Reestruturação dos processos de trabalho com a utilização de dispositivos e metodologias que favoreçam a
integração da vigilância, prevenção, proteção, promoção e atenção à saúde, tais como linhas de cuidado, clinica
ampliada, apoio matricial, projetos terapêuticos e protocolos, entre outros;
V – Educação permanente dos profissionais de saúde, com abordagem integrada nos eixos da clínica, vigilância,
promoção e gestão.

Os óbitos relacionados à ocorrência de eventos adversos relacionados à saúde serão investigados pela instituição
e monitorados conjuntamente pelo Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS)

Vigilância em Saúde do Trabalhador (VISAT) é um componente do Sistema Nacional de Vigilância em Saúde, que
visa à promoção da saúde e à redução da morbimortalidade da população trabalhadora, por meio da integração de
ações que intervenham nos agravos e seus determinantes decorrentes dos modelos de desenvolvimento e
processo produtivos. A VISAT é estruturante e essencial ao modelo de Atenção Integral em Saúde do Trabalhador.
Constitui-se de saberes e práticas sanitárias, articulados intra e inter setorialmente.
SÃO PRINCÍPIOS DA VISAT:
Universalidade - Todos trabalhadores, homens e mulheres, são sujeitos da VISAT, independentemente da
localização do seu trabalho - urbana ou rural, na rua, nas empresas e nos domicílios - de sua forma de inserção no
mercado de trabalho - formal ou informal, de seu vínculo empregatício - público ou privado, autônomo, doméstico,
aprendiz, estagiário, - podendo estar ativo, afastado, aposentado e em situação de desemprego.
Equidade - serão contemplados nas ações de VISAT, todos os trabalhadores, definindo prioridade para grupos mais
vulneráveis, a exemplo dos trabalhadores informais, em situação de precariedade, discriminados, ou em atividades
de maior risco para a saúde, dentre outros definidos a partir dos diagnósticos locais, regionais ou nacionais e da
discussão com os trabalhadores e outros sujeitos sociais de interesse na saúde dos trabalhadores, buscando
superar desigualdades sociais e de saúde, considerando o respeito à ética e dignidade das pessoas, e suas
especificidades e singularidades culturais e sociais.
Integralidade das ações - A garantia da integralidade nas ações de VISAT inclui a articulação entre as ações
individuais com ações coletivas, entre as ações de planejamento e avaliação com as práticas de saúde, e entre o
conhecimento técnico e os saberes, experiências e subjetividade dos trabalhadores e destes com as respectivas
Controle e participação social - pressupõe a garantia de participação dos trabalhadores ou seus representantes na
formulação, no planejamento, no acompanhamento e na avaliação das políticas e execução das ações de VISAT,
nas instâncias constituídas no SUS, especificamente nos conselhos de saúde, CIST e conselhos de gestão
participativa  e fóruns, comissões e outras formas de organização além das constituídas no SUS.
Comunicação/publicização - refere-se à garantia de transparência das ações de VISAT, com a divulgação das
informações e ações para a sociedade, preservados o anonimato e a confidencialidade das informações dentro dos
princípios éticos.
Hierarquização e descentralização - compreende a consolidação do papel do município como instância efetiva de
desenvolvimento das ações de vigilância em saúde do trabalhador, integrado e apoiado pelos níveis regional,
estadual e federal do Sistema Único de Saúde, em função de sua complexidade e considerando sua organização em
redes e sistemas solidários.
Interdisciplinaridade - compreende os campos disciplinares distintos de saberes técnicos, com a concorrência de
diferentes áreas do conhecimento e fundamentalmente o saber do trabalhador.
Principio da precaução - compreende prevenir possíveis agravos à saúde dos trabalhadores causados pela
utilização de processos produtivos e tecnologias, uso de substâncias químicas, equipamentos e máquinas entre
outros, que mesmo na ausência da certeza científica formal da existência de risco grave, ou irreversível à saúde
requer a implantação de medidas que possam prevenir danos, ou por precaução, a tomada de decisão de que estas
tecnologias não devam ser utilizadas.
Caráter transformador - pressupõe processo pedagógico que requer a participação dos sujeitos e implica em
assumir compromisso ético em busca da melhoria dos ambientes e processos de trabalho, com ações que
contenham caráter proponente de mudanças, de intervenção e de regulação sobre os fatores determinantes dos
problemas de saúde relacionados ao trabalho, num processo de negociação no sentido da promoção da saúde.
DESENHOS DE PESQUISA EPIDEMIOLÓGICA:

ORIGINALIDADE DO ESTUDO –
Estudos primários: São as investigações originais, que constituem a maioria das publicações das revistas médicas.
Estudos secundários: São os estudos que procuram estabelecer conclusões a partir de estudos primários, com
registros comuns aos mesmos.
INTERFERÊNCIA NO ESTUDO –
Observacional: O pesquisador simplesmente observa o paciente, as características da doença ou transtorno, e sua
evolução, sem intervir ou modificar qualquer aspecto que esteja estudando.
Intervencional: O pesquisador não se limita à simples observação, mas interfere pela exclusão, inclusão ou
modificação de um determinado fator.
TIPO DE UNIDADE DO ESTUDO –
Pesquisa clínica (ensaio, trial): São os estudos que envolvem pacientes (humanos), onde os investigadores
designam pessoas elegíveis para grupos de intervenção.
Pesquisa experimental: São os estudos que envolvem modelos experimentais como animais experimentais,
cadáver e cultura de células e tecidos.
PERÍODO DE SEGUIMENTO DO ESTUDO –
Longitudinal (estudo com seguimento, seqüencial, follow up): São os estudos onde existe uma seqüência
temporal conhecida entre uma exposição, ausência da mesma ou intervenção terapêutica, e o aparecimento da
doença ou fato evolutivo. 
Transversal (seccional, cross sectional): São estudos em que a exposição ao fator ou causa está presente ao efeito
no mesmo momento ou intervalo de tempo analisado. 

DIRECIONALIDADE TEMPORAL DO ESTUDO –


Prospectivo (estudo contemporâneo, prospectivo concorrente, concorrente): Monta-se o estudo no presente, e o
mesmo é seguido para o futuro.
Retrospectivo (estudo histórico, prospectivo não concorrente, não concorrente, invertido): Realiza-se o estudo a
partir de registros do passado, e é seguido adiante a partir daquele momento até o presente.
PERFIL DE AVALIAÇÃO EPIDEMIOLÓGICO DO ESTUDO –
Descritivo: Trata-se dos estudos que descrevem a caracterização de aspectos semiológicos, etiológicos,
fisiopatológicos e epidemiológicos de uma doença.
Analítico: São os modelos de estudo utilizados para verificar uma hipótese. O investigador introduz um fator de
exposição ou um novo recurso terapêutico, e avalia-o utilizando ferramentas bioestatísticas. 3 Geralmente,
constituem-se na base dos estudos primários.
RELAÇÃO TEMPORAL ENTRE EXPOSIÇÃO-EFEITO / DOENÇA DO ESTUDO –
Estudos tipo coorte (estudo de seguimento, cohort study): O pesquisador, após distribuir os indivíduos como
expostos e não expostos a um fator em estudo, segue-os durante um determinado período de tempo para verificar
a incidência de uma doença ou situação clínica entre os expostos e não expostos. 
Estudos tipo caso-controle (estudo caso-referência, case-control study): O pesquisador distribuir as pessoas como
doentes ou portadoras de uma situação clínica e não doentes ou não portadoras da situação clínica, verifica,
retrospectivamente, se houve exposição prévia a um fator entre os doentes e os não doentes. 
INTERVENÇÃO TERAPÊUTICA EM SERES HUMANOS NO ESTUDO –
Ensaio clínico controlado aleatorizado (paralelo) (randomized clinical trial, parallel group trial: Ensaio clínico
consiste em qualquer forma de experimento planejado que envolve pessoas doentes, e é formulado para
determinar o tratamento mais apropriado nos futuros pacientes com a mesma doença. Objetiva testar a eficiência
de um tratamento por fármacos, por tratamento cirúrgico ou por outro tipo de intervenção.
ÉTICA E BIOÉTICA EM ENFERMAGEM

O Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem (CEPE) é um documento que reúne os princípios fundamentais
para a conduta profissional de Enfermeiros, Técnicos de Enfermagem, Auxiliares de Enfermagem, Obstetrizes e
Parteiras e Atendentes de Enfermagem.

O Art. 1º do COFEN garante o direito de exercer a profissão com liberdade, segurança, autonomia, livre de
discriminação e em consonância com os princípios legais, de direitos humanos e da ética. Aos profissionais da
Enfermagem também deve ser dado o direito de trabalhar em um local que respeite sua dignidade humana, proteja
seus direitos e permita que o exercício de sua função seja desenvolvido sem riscos à sua integridade física e
psicológica.
Receber todas as informações necessárias para o desempenho de suas funções também lhe é garantido, assim como
o poder de recusar-se a revelar informações confidenciais que tenham chegado a ele nesta mesma circunstância.
Conforme disposto no documento, o profissional de Enfermagem pode recusar-se a ser filmado, fotografado ou
exposto em mídias sociais enquanto desempenha seu trabalho.
Outro direito importante garantido no CEPE é o de negar-se a desempenhar atividades que estejam em desacordo
com sua competência, que ofereçam risco à sua própria segurança, ou à segurança de terceiros.

O exercício da profissão de Enfermagem deve ser feito com “justiça, compromisso, equidade, resolutividade,
dignidade, competência, responsabilidade, honestidade e lealdade”. As relações devem ser baseadas no direito, na
solidariedade e no respeito às diversidades.
Art. 104 Considera-se infração ética e disciplinar a ação, omissão ou conivência que implique em desobediência e/ou
inobservância às disposições do Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem, bem como a inobservância das
normas do Sistema Cofen/Conselhos Regionais de Enfermagem.
O profissional de enfermagem poderá receber as seguintes penalidades: Advertência Verbal, Multa, Censura,
Suspensão do Exercício Profissional e Cassação do direito ao Exercício Profissional.
Para definir a penalidade a ser aplicada, será considerada a gravidade da infração, os agravantes e atenuantes, os
danos e resultados, e os antecedentes do infrator.
§ 1º A advertência verbal consiste na admoestação ao infrator, de forma reservada, que será registrada no
prontuário do mesmo, na presença de duas testemunhas.
§ 2º A multa consiste na obrigatoriedade de pagamento de 01 (um) a 10 (dez) vezes o valor da anuidade da
categoria profissional à qual pertence o infrator, em vigor no ato do pagamento.
§ 3º A censura consiste em repreensão que será divulgada nas publicações oficiais do Sistema Cofen/Conselhos
Regionais de Enfermagem e em jornais de grande circulação.
§ 4º A suspensão consiste na proibição do exercício profissional da Enfermagem por um período de até 90 (noventa)
dias e será divulgada nas publicações oficiais do Sistema Cofen/Conselhos Regionais de Enfermagem, jornais de
grande circulação e comunicada aos órgãos empregadores.
§ 5º A cassação consiste na perda do direito ao exercício da Enfermagem por um período de até 30 anos e será
divulgada nas publicações do Sistema Cofen/Conselhos Regionais de Enfermagem e em jornais de grande circulação.
§ 6º As penalidades aplicadas deverão ser registradas no prontuário do infrator.
§ 7º Nas penalidades de suspensão e cassação, o profissional terá sua carteira retida no ato da notificação, em todas
as categorias em que for inscrito, sendo devolvida após o cumprimento da pena e, no caso da cassação, após o
processo de reabilitação.
Art. 109 As penalidades, referentes à advertência verbal, multa, censura e suspensão do exercício profissional, são
da responsabilidade do Conselho Regional de Enfermagem, serão registradas no prontuário do profissional de
RESOLUÇÃO 564/2017:
1. Compete ao Cofen elaborar o Código de Deontologia de Enfermagem e alterá-lo, quando necessário,
ouvidos os Conselhos Regionais;
2. Art. 3º Os casos omissos serão resolvidos pelo Conselho Federal de Enfermagem.
3. Art. 4º Este Código poderá ser alterado pelo Conselho Federal de Enfermagem, por proposta de 2/3 dos
Conselheiros Efetivos do Conselho Federal ou mediante proposta de 2/3 dos Conselhos Regionais.

FUNDAMENTOS DA ENFERMAGEM
As alterações funcionais do organismo são refletidas nos sinais vitais podendo sugerir doenças logo, devemos verificar
e anotar os sinais vitais (SSVV) com presteza e atenção: Pulso, Respiração, Temperatura e Pressão Arterial.

Pulso e Frequência cardíaca: Podem interferir na medição do pulso as emoções, os exercícios físicos e a alimentação,
oscilando entre recém nascidos, crianças e adultos. Faz-se a verificação do pulso sobre a artéria radial e,
eventualmente, quando o pulso está filiforme, sobre as artérias mais calibrosas como a carótida e a femoral. Outras
artérias, como a temporal, a facial, a braquial, a poplítea e a pedial também possibilitam a verificação do pulso.
O pulso apresenta as seguintes denominações:
 Normocardia: é regular, ou seja, o período entre os batimentos se mantém constante;
 Bradicardia: freqüência cardíaca abaixo da normal;
 Taquicardia: freqüência cardíaca acima da normal;
 Taquisfigmia: pulso fino e taquicárdico;
 Bradisfigmia: pulso fino e bradicárdico;
 Filiforme: pulso fino.
Temperatura: Pode elevar- se na maioria dos processos infecciosos e/ou inflamatórios. É muito difícil delimitar a
temperatura corporal normal porque, além das variações individuais e condições ambientais, em um mesmo indivíduo
a temperatura não se distribui uniformemente nas diversas regiões e superfícies do corpo. O controle da temperatura
corporal é realizado mediante a utilização do termômetro, o mais utilizado é o de mercúrio, mas cada vez mais torna-
se freqüente o uso de termômetros eletrônicos que também são eficazes se realizadas manutenções sistemáticas.

Pressão Arterial: A pressão arterial avalia a situação de saúde de uma pessoa resulta da tensão que o sangue exerce
sobre as paredes das artérias, depende do débito cardíaco relacionado à capacidade do coração impulsionar sangue
para as artérias do volume de sangue circulante, da resistência vascular periférica, determinada pelo lúmen (calibre),
elasticidade dos vasos e viscosidade sangüínea, traduzindo uma força oposta ao fluxo sangüíneo, da viscosidade do
sangue, que significa, em outros termos, sua consistência resultante das proteínas e células sangüíneas.
O controle compreende a verificação da pressão máxima ou sistólica e da pressão mínima ou diastólica, registrada
em forma de fração ou usando-se a letra x entre a máxima e a mínima (120/70mmHg ou 120x70mmHg). Para um
resultado preciso, é ideal que, antes da verificação, o indivíduo esteja em repouso por 10 minutos ou isento de fatores
estimulantes (frio, tensão, uso de álcool, fumo).
Hipertensão arterial é o termo usado para indicar pressão arterial acima da normal. Hipotensão arterial para indicar
pressão arterial abaixo da normal. Pressão arterial que se encontra normal, dizemos que está normotensa.
Segundo o Caderno de atenção básica 2013: Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica: hipertensão
arterial sistêmica o rastreamento deve ser realizado em todo adulto com 18 anos ou mais de idade, quando vier à
Unidade Básica de Saúde (UBS) ou em seu medico particular para consulta, atividades educativas, procedimentos,
entre outros, e não tiver registro no prontuário de ao menos uma verificação da PA nos últimos dois anos, deverá tê-la
verificada e registrada.
Anotação e Evolução em Enfermagem consiste nos registros realizados pela equipe de enfermagem, em impresso
próprio ou em sistema digital de prontuários de pacientes, sobre os cuidados prestados ao paciente. O prontuário
médico é um documento legal, onde constam os registros de enfermagem que são a pratica escrita dos cuidados de
enfermagem. Os registros de enfermagem estabelecem uma comunicação entre a equipe multidisciplinar, sendo base
para tomada de decisões terapêuticas e alta para o paciente, é uma ferramenta para toda a equipe e base para
pesquisas.

Os registros realizados pela equipe de enfermagem fornecem respaldo legal e, pois constituem um documento onde
são relatadas toda a assistência de enfermagem junto ao paciente e apenas os registros realizados podem provar os
acontecimentos ocorridos em cada período no caso de ocorrer implicações éticas e/ou cíveis e/ou criminais.
A Resolução Cofen 311/ 2007, que aprovou a reformulação do Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem-
CEPE, refere vários artigos sobre Anotações de Enfermagem em destaque os artigos:
Art.41. Prestar informações, escritas e verbais, completas e fidedignas necessárias para assegurar a continuidade da
assistência.
Art.68. Registrar no prontuário e em outros documentos próprios da Enfermagem informações referentes ao
processo de cuidar da pessoa.
A higienização
Art. das mãos
54. Apor o número é aceita de
e categoria demodo mundial
inscrição como medida
no Conselho Regionalprimária, muito importante
de Enfermagem no controle
em assinatura, de
quando no
infecções concernente à assistência à saúde. Desse modo, é considerada como um dos sustentáculos da
exercício profissional.
prevenção e do controle de infecções nos serviços de saúde, incluindo aquelas decorrentes da transmissão
Higienização antiséptica das mãos e degermação da pele:
 Higienização anti-séptica das mãos (Nos casos de precaução de contato recomendados para pacientes
portadores de microrganismos multirresistentes. Nos casos de surtos).
 Degermação da pele (No pré-operatório, antes de qualquer procedimento cirúrgico, indicado para toda
equipe cirúrgica. Antes da realização de procedimentos invasivos). Nesse caso pequenas suturas possuem
essa indicação.

Oxigenoterapia evita as complicações que os níveis baixos de oxigênio podem trazer, melhorando a função
e a qualidade de vida de portadores de doenças de baixo fluxo ou absorção de O2 permitindo que se
mantenham mais ativos. O ar que respiramos contém 21% de oxigênio porcentagem suficiente para nossas
funções básicas. Alguns pacientes com doenças pulmonares como doença pulmonar obstrutiva crônica
(DPOC), lúpus pulmonar, fibrose cística, dentre outras, são impossibilitados de obter oxigênio suficiente
através de uma respiração normal e precisam de suplementação de oxigênio para manter as funções vitais.

O tratamento com oxigênio pode ser classificada como:


Hiperbárica: é uma modalidade terapêutica na qual um paciente é submetido à inalação de oxigênio puro
em uma pressão maior que a pressão atmosférica, pressão maior que 1,5 atm. Dentre as indicações para o
tratamento estão: Embolia gasosa; Gangrena gasosa; Síndrome de Fournier; Outras infecções necrotizantes
de partes moles: celulites, fasceítes e miosites; Vasculites agudas de etiologia alérgica, medicamentosa ou
por toxinas biológicas (aracnídeos, ofídios e insetos); Anemia aguda, nos casos de impossibilidade de
transfusão sanguínea; Isquemias traumáticas agudas: lesão por esmagamento, síndrome compartimental,
reimplante de extremidade amputada e outros.
Normobárica: invasiva; não invasiva
Hiperoxia: terapêutica, iatrogênica (stress oxidativo)

Os objetivos da oxigenoterapia são:


-Corrigir a hipoxemia arterial, mantendo uma Sat:90-100% e PaO2 entre 80-100mmhg;
-Diminuir o trabalho respiratório;
Tipos de oxigenoterapia:
-Sistemas de baixo fluxo (fluxo abaixo da demanda do paciente): cateter nasal, cateter nasofaringeo, máscaras para
NBZ;
-Sistemas de alto fluxo (fluxos iguais ou superiores ao fluxo inspiratório máximo do paciente): máscara de Venturi.
-Sistemas de umidificação: umidificadores de ambiente.
-Sistemas de nebulização: NBZ pneumático, ultra-sônico, micronebulizador.
 Hipoxia anêmica: ocorre devido à redução da capacidade carreadora de oxigênio da hemoglobina. As causas
podem ser devido à anemia, envenenamento por monóxido de carbono e tabagismo.
 Hipoxia Histotóxica: é a falta de oxigênio nos devido à incapacidade de utilização pelo próprio tecido pode ser
causado por envenenamento por drogas, cianeto e monóxido de carbono.
 Hipoxia citotóxica: Diminuição da utilização celular do oxigênio devido à ação de um agente tóxico.
 Hipoxia refratária: é a falta de O2 nos tecidos sem melhora com tratamento pode ser causado por obstrução ou
fibrose pulmonar.
 Intoxicação por O2: concentração muito alta de O2 durante um tempo muito prolongado

Administração de Medicamento é o processo de preparo e introdução de medicamento no organismo humano,


visando obter efeitos terapêuticos.

VIAS DE ADMINISTRAÇÃO:
- Via Oral: Administração mais comum de prescrição de um fármaco, mais segura e mais econômica. O
profissional de enfermagem deve certificar-se de que o paciente deglutiu o medicamento. Apresentação em
O cálculo de medicação e gotejamento é o procediment
endovenosa dos medicamentos e demais volumes prescrito
período de tempo adequado. O objetivo é estabelecer a qua
definindo a velocidade de infusão de acordo com o horário de
doses e as unidades de medida de cada prescrição.
PENICILINA CRISTALINA
Deve-se considerar o volume do soluto:
Frasco-ampola de 5.000.000 UI equivale a 2 ml
Frasco de 10.000.000 UI equivale a 4 ml.
5.000.000 UI estão para 8 ml AD + 2 ml de cristais (10ml), logo 5000.000 UI estão para 10 ml.
10.000.000 UI estão para 6 ml AD + 4 ml de cristais (10 ml), logo 10.000.000 UI estão para 10 ml
SAE E PROCESSO DE ENFERMAGEM

A Sistematização da Assistência de Enfermagem organiza o trabalho profissional quanto ao método, pessoal e


instrumentos, tornando possível a operacionalização do Processo de Enfermagem. O termo SAE pode ser
entendido como uma aplicação tanto no manejo de aspectos administrativos, assistenciais, de ensino e de pesquisa
em enfermagem.

No Brasil o Processo de enfermagem foi inicialmente estudado por Wanda Horta na segunda metade dos anos 60.
O Processo de Enfermagem indica um trabalho profissional específico e pressupõe uma série de ações dinâmicas e
inter-relacionadas para sua realização, ou seja, indica a adoção de um determinado método ou modo de fazer,
fundamentado em um sistema de valores e crenças morais e no conhecimento técnico-científico da área.

Wanda de Aguiar Horta definiu que esse caminho do Processo de enfermagem deveria ser percorrido com 6
etapas: Histórico de enfermagem, diagnostico, plano assistencial, plano de cuidados, evolução e prognostico.

O processo de enfermagem é um instrumento metodológico que orienta o cuidado profissional de enfermagem e


a documentação da prática profissional. A SAE, portanto, organiza o trabalho da enfermagem quanto ao pessoal,
instrumentos e Método. E quando falamos do método ou instrumento metodolÛgico para a assistÍncia de
enfermagem estamos nos referindo ao Processo de enfermagem.

O processo de enfermagem organiza-se em CINCO ETAPAS inter-relacionadas, interdependentes e recorrentes:

 Coleta de dados de Enfermagem: Processo deliberado, sistemático e contínuo, com o auxílio de métodos e
técnicas variadas, que tem por finalidade a obtenção de informações sobre a pessoa, família ou
coletividade e sobre suas respostas em um dado momento do processo saúde-doença.
 Diagnóstico de Enfermagem: Processo de interpretação e agrupamento de dados coletados, que culmina
com a tomada de decisão, e que constituem a base para a seleção das ações ou intervenções.
 Planejamento de Enfermagem: Determinação dos resultados que se espera alcançar e das ações ou
intervenções de enfermagem que serão realizadas face às respostas da pessoa, família ou coletividade
humana em um dado momento do processo saúde-doença.
 Implementação: Realização das ações ou intervenções determinadas no planejamento.
 Avaliação de Enfermagem: Processo deliberado, sistemático e contínuo de verificação das mudanças nas
respostas da pessoa, família ou coletividade humana, em um dado momento do processo saúde-doença,
para determinar se as ações ou intervenções de enfermagem alcançaram o resultado esperado.

Art. 1º O Processo de Enfermagem deve ser realizado, de modo deliberado e sistemático, em todos os ambientes,
públicos ou privados, em que ocorre o cuidado profissional de Enfermagem.

Art. 3º O Processo de Enfermagem deve estar baseado num suporte teórico que oriente a coleta de dados, o
estabelecimento de diagnósticos de enfermagem e o planejamento das ações ou intervenções de enfermagem; e
que forneça a base para a avaliação dos resultados de enfermagem alcançados.

Segundo Dorothea Orem a teoria da enfermagem do déficit do autocuidado está constituída por três teorias de
sua autoria: Teoria do Autocuidado, Teoria do Déficit do Autocuidado, Teoria dos sistemas. Orem identificou três
classificações de sistemas de enfermagem para satisfazer aos requisitos de autocuidado do paciente, sendo eles:
Sistema totalmente compensatório, Sistema parcialmente compensatório, Sistema de apoio.
Florence Nigthtingale defende que o enfermeiro manipula o ambiente do cliente para regular o nível adequado de
ruídos, nutrição, higiene, iluminação, conforto, esperança e socialização.

Callista Roy propôs uma teoria da adaptação, segundo a qual a meta da enfermagem é ajudar a pessoa a se
adaptar as mudanças nas necessidades fisiológicas, no autoconceito, na função desempenhada e nas relações
interdependentes durante a saúde e a doença.

Hildegard Peplau enfoca os indivíduos, a enfermeira e o processo interativo. Segundo ele, a meta da enfermagem
é educar o cliente e seus familiares e ajuda-los a alcançar um desenvolvimento maduro da personalidade.

Virginia Henderson, define a enfermagem “como ajudar a indivíduo, doente ou saudável, no desempenho
daquelas atividades que irão contribuir com a saúde, a recuperação ou para a morte pacífica, que o indivíduo
realizaria sem ajuda, se tivesse a força, a vontade ou o conhecimento necessários”

Martha Rogers considera o indivíduo (ser humano unitário) como um campo de energia coexistente dentro de um
universo.

No processo de enfermagem a competência privativa do enfermeiro é o Diagnóstico de Enfermagem.

Art. 5º O Técnico de Enfermagem e o Auxiliar de Enfermagem, em conformidade com o disposto na Lei nº 7.498, de
25 de junho de 1986, e do Decreto 94.406, de 08 de junho de 1987, que a regulamenta, participam da execução do
Processo de Enfermagem, naquilo que lhes couber, sob a supervisão e orientação do Enfermeiro.
ADMINISTRAÇÃO EM ENFERMAGEM

Em síntese pode-se dizer que na enfermagem, a função administrativa, consiste no planejamento da assistência, no
provimento de recursos físicos, humanos, materiais e financeiros, bem como a tomada de decisão, na supervisão e na
liderança da equipe de enfermagem provisão de recursos necessários à implantação do plano terapêutico de
Enfermagem, utilizando no decorrer desse processo ações de comando, coordenação e controle da equipe de trabalho.

A administração em enfermagem não pode e não deve ser compreendida como dicotômica em relação à assistência de
enfermagem, e tão pouco deve ser considerada como uma função restrita, unicamente, a realização de atividades
burocráticas. A assistência e a administração em enfermagem devem andar de mãos dadas, são as faces de uma
mesma moeda.

Funções administrativas da Enfermagem: Planejamento da assistência; Provimento de recursos físicos, humanos,


materiais e financeiros; Tomada de decisão; supervisão; Liderança; Coordenação e controle.

Os cinco processos principais da administração em geral, são: Organização, Planejamento, Execução, Liderança, Controle.

A teoria cientifica da Administração foi proposta por Frederick Taylor (abordagem analítica e concreta). Princípios:
Seleção Cientifica do Trabalhador; Tempo-padrão; Plano de Incentivo salarial; Trabalho em conjunto; Gerentes Planejam
Operários Executam; Divisão do Trabalho; Supervisão; Ênfase na eficiência.

A teoria da Administração Clássica foi fundada por Henry Fayol. (abordagem sintética, global e universal). Princípios:
Divisão do Trabalho; Autoridade e Responsabilidade; Unidade de Direção; Unidade de Comando; Disciplina; Prevalência
dos interesses Gerais; Centralização; Hierarquia (cadeia Escalar); Ordem; Equidade; Estabilidade dos funcionários;
inciativava; Espírito de Corpo – (“Sprit de corps”).

A teoria burocrática de Max Weber é uma espécie de organização humana baseada na racionalidade, ou seja, os meios
devem ser analisados e estabelecidos de maneira totalmente formal e impessoal, a fim de alcançarem os fins
pretendidos. Dessa forma, na teoria burocrática há grande ênfase na eficiência.

Teoria Relações Humanas (Mayo) surge da crítica à Teoria da Administração Científica e a Teoria Clássica, porém o
modelo proposto não se contrapõe ao taylorismo. Combate o formalismo na administração e desloca o foco da
administração para os grupos informais e suas inter-relações, oferecendo incentivos psicossociais, por entender que o
ser humano não pode ser reduzido a esquemas simples e mecanicistas.

A Teoria dos Sistemas surge de estudos do biólogo alemão Ludwig Von Bertalanfly publicados entre 1950 e 1968 e
busca formulações conceituais passíveis de aplicação na realidade empírica. Para este autor "um sistema pode ser
definido como um complexo de elementos em interação”. Interação significa que os elementos estão em relação. E que
os comportamentos destes elementos modificam–se quando há mudança na relação.

A busca por modelos de estruturas organizacionais eficazes, relacionando variáveis ambientais e formas estruturais, dá
origem a abordagem da Teoria Contingencial de e Lawrence e Lorsch e marca o surgimento de um modelo denominado
orgânico nas organizações. Este modelo, dotado de grande flexibilidade, descentralização e desburocratização, é
colocado como opção para ambientes em constante mutação e condições instáveis, contrapondo–se, de certa forma, ao
modelo mecanicista que prevalece em situações e ambientes relativamente estáveis. Não se consegue sucesso na
organização partindo de um único ponto, é necessária diversidade de alternativas para encaminha estudos, demandas
organizacionais e problemas.
Na 2ª metade do século XIX, o modelo proposto por Florence Nightingale na Inglaterra, influenciado pela lógica de
organização capitalista do trabalho, institui a divisão entre trabalho intelectual e manual e a hierarquização no trabalho
da enfermagem, ainda tão presente em nossos dias. Neste modelo a enfermeira desempenha a função de gerente
centralizador do saber, que domina a concepção do processo de trabalho de enfermagem e delega atividades parcelares
aos demais trabalhadores de enfermagem.

O enfermeiro gerencia o trabalho da equipe com muitas características das abordagens taylorista, fayolista e
burocrática.

Estrutura de organização funcional: É o tipo de estrutura organizacional que tem como base a “supervisão funcional”,
proposta por Taylor (Administração Científica), que aplica o princípio da especialização das funções. Tem como
característica a autoridade funcional.
Estrutura Linear: Constitui a forma mais simples, e foi concebida por Fayol (Teoria Clássica). É seguido rigidamente o
princípio da hierarquia e autoridade linear única e decorrente da unidade de comando. Nesse tipo de estrutura a
centralização das decisões está no topo da hierarquia.
Estrutura de organização Linha de assessoria: Para o aconselhamento e recomendações aos órgãos de linha, Fayol
propôs órgãos staff ou de assessoria, que não obedecem aos princípios de hierarquia e da autoridade de comando, dando
origem a esse tipo de estrutura, que busca incrementar as vantagens das estruturas linear e funcional e reduzir suas
desvantagens.
Estrutura Matricial: Dentre as estruturas inovativas, encontra-se a estrutura matricial, que tem como base a
departamentalização sobre os mesmos membros de uma organização, sendo que um dos tipos normalmente é
departamentalização por programas ou por projetos.

A Lei 7498/86, de 25 de junho de 1986, em seu Art. 11, inciso I, “a) direção do órgão de Enfermagem integrante da
estrutura básica da instituição de saúde, pública ou privada, e chefia de serviço e de unidade de Enfermagem; b)
organização e direção dos serviços de Enfermagem e de suas atividades técnicas e auxiliares nas empresas prestadoras
desses serviços; c) planejamento, organização, coordenação, execução e avaliação dos serviços de assistência de
Enfermagem”. Além disso, como integrante do serviço de saúde aponta que ao enfermeiro compete dentre outras
funções: “a) participação no planejamento, execução e avaliação da programação de saúde; b) participação na
elaboração, execução e avaliação dos planos assistenciais de saúde”

“O Serviço de Enfermagem: parte integrante da estrutura organizacional, formal ou informal, da instituição, dotado de
recursos humanos de Enfermagem e que tem por finalidade a realização de ações relacionadas aos cuidados assistenciais
diretos de enfermagem ao indivíduo, família ou comunidade, seja na área hospitalar, ambulatorial ou da promoção e
prevenção de saúde, ou ainda, as ações de enfermagem de natureza em outras áreas técnicas, tais como: Programas de
Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde, Programa de Limpeza e Higienização, Auditoria, Equipamentos,
Materiais e Insumos Médico-hospitalares, Consultoria e Ensino”.

Administrar a assistência de enfermagem implica em conhecer os problemas mais comuns do setor de trabalho, levantar
as necessidades da clientela atendida, gerenciar os conflitos da equipe de enfermagem, além de desenvolver habilidades
técnico-científicas e de liderança, para desempenhar um papel de articuladora entre os demais profissionais que atuam
nas unidades, tendo como objetivo principal a assistência prestada aos usuários que necessitam desses serviços.

Para a aplicação desse processo é empregada uma série de instrumentos como o dimensionamento de pessoal, o
planejamento, a seleção e o recrutamento de pessoal, a educação permanente e/ou continuada, a avaliação, a supervisão
e outros.
No gerenciamento de custos de uma unidade, os custos diretos são
gastos referentes à aplicação direta na produção de um produto, por exemplo, gasto com mão-de-obra e medicação

Curva ABC é um método de gestão financeira com o objetivo de controlar e gerir os materiais nos serviços de saúde.  É a
categorização de itens em três categorias (A, B e C) para determinar os níveis de importância. Os itens da categoria A são
contados regularmente e rigidamente controlados. Já os da categoria B são contados com certa regularidade e são, de
certa forma, controlados. Os itens da categoria C são contados com menos frequência e controlados de forma mais
branda. Com base na regra 80/20 de Pareto, a curva ABC identifica os 20% dos itens da farmácia hospitalar que
entregam cerca de 80% do valor. Portanto, a maioria dos hospitais têm um pequeno número de itens “A”, um grupo
ligeiramente maior de produtos B e um grande grupo de produtos C, uma categoria que define a maioria dos itens.

 O gerenciamento dos resíduos de serviços de saúde (RSS) é constituído por um conjunto de procedimentos de gestão.
Estes procedimentos são planejados e implementados a partir de bases científicas e técnicas, normativas e legais, com o
objetivo de minimizar a produção de resíduos de serviços de saúde e proporcionar aos resíduos gerados, um
encaminhamento seguro, de forma eficiente, visando à proteção dos trabalhadores, a preservação da saúde pública, dos
recursos naturais e do meio ambiente.
O gerenciamento inicia pelo planejamento dos recursos físicos e dos recursos materiais necessários, culminando na
capacitação dos recursos humanos envolvidos.
Todo laboratório gerador deve elaborar um Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde - PGRSS, baseado
nas características dos resíduos gerados.

A negligência é uma falta de cuidado ou desleixo relacionado a uma situação.


A imprudência consiste em uma ação que não foi pensada, feita sem precauções.
Já a imperícia é a falta de habilidade específica para o desenvolvimento de uma atividade técnica ou científica.

 A gestão de pessoas em Enfermagem, conceitualmente, diz respeito a um conjunto amplo de atividades; contudo, a
presença de maior ou menor número dessas atividades varia de uma organização para a outra.

TIPOS DE PLANEJAMENTO:
A dimensão familiar da gestão do cuidado é aquela que assume importâncias diferentes em momentos
diferentes da vida das pessoas. Trata-se de uma dimensão da gestão do cuidado localizada no mundo da
vida, isto é, tem, como seus atores privilegiados: pessoas da família, os amigos e os vizinhos
A dimensão profissional do cuidado é aquela que se dá no encontro entre profissionais e os usuários e
nucleia o território da micropolítica em saúde. É um encontro “privado”, que, na sua forma mais típica,
ocorre em espaços protegidos, de modo geral, fora de qualquer olhar externo de controle.
A dimensão organizacional do cuidado é aquela que se realiza nos serviços de saúde, marcada pela divisão
técnica e social do trabalho, e evidencia novos elementos, como: o trabalho em equipe, as atividades de
coordenação e comunicação, além da função gerencial propriamente dita.
A dimensão sistêmica da gestão do cuidado é aquela que trata de construir conexões formais, regulares e
regulamentadas entre os serviços de saúde, compondo “redes” ou “linhas” de cuidado, na perspectiva da
construção da integralidade do cuidado.
A dimensão societária da gestão do cuidado em saúde, aqui estamos tratando de como, em cada sociedade,
se produzem as políticas públicas em geral, e a de saúde em particular, e como é pensado o papel do Estado,
especialmente como formula e implementa suas estratégias para a garantia dos trabalhadores que
implementarão as políticas sociais.

A Avaliação de Desempenho é um instrumento gerencial que permite ao administrador avaliar os resultados


obtidos pelo empregado e pela equipe de trabalho na execução de suas tarefas diárias, mediante critérios
objetivos decorrentes das metas institucionais e em consonância com o estabelecido na descrição de seu
cargo, considerando um padrão de qualidade com a finalidade de subsidiar a política de desenvolvimento
institucional e dos empregados.
Entende-se por avaliação de desempenho o programa, de periodicidade anual, que tem por objetivo avaliar
o empenho do funcionário efetivo na execução de suas tarefas diárias e em consonância com o
estabelecido na descrição de seu cargo. Pode ser definido também como um instrumento gerencial que
permite ao administrador avaliar os resultados obtidos pelo empregado e pela equipe de trabalho na
execução de suas tarefas diárias, mediante critérios objetivos decorrentes das metas institucionais e de
acordo com o estabelecido na descrição de seu cargo, considerando um padrão de qualidade com a
finalidade de subsidiar a política de desenvolvimento institucional e dos empregados.

A incorporação do termo carga de trabalho aos estudos de dimensionamento de pessoal de enfermagem


ocorre no sentido de estimar a demanda de trabalho requerida dos profissionais de enfermagem nas
atividades de cuidado direto e indireto ao paciente. A carga de trabalho é medida ou expressa em escores ou
pontuações que determinam o número de horas dedicadas pela equipe de enfermagem a cada paciente.
Devido ao emprego do conceito de carga de trabalho com este sentido, é importante fazer uma distinção do
termo em outras áreas do conhecimento.
 Devem ser consideradas como horas de enfermagem, por leito, nas 24 horas:
o 4 horas de enfermagem por paciente, na assistência mínima ou autocuidado;
o 6 horas de enfermagem por paciente, na assistência intermediária;
o 10 horas de enfermagem por paciente, na assistência semi-intensiva;
o 18 horas de Enfermagem por paciente, na assistência intensiva.

A proporção de distribuição percentual dos profissionais de enfermagem passa a ser fixa. Na assistência
mínima e intermediária, serão necessários 33% de enfermeiros, contando com a presença de técnicos ou
auxiliares de enfermagem. A assistência semi-intensiva e intensiva deve ter, respectivamente, 42% e 52% de
enfermeiros, e os demais, técnicos de enfermagem. Recém-nascidos e crianças menores de seis anos devem
ser classificadas como cuidado intermediário, independentemente da presença do acompanhante. Na
internação conjunta, o binômio mãe-bebê será considerado uma única unidade, com cuidados, no mínimo,
intermediários.
BIOSSEGURANÇA

Infecção relacionada a assistência à saúde (IRAS): É a infecção adquirida após o paciente ser submetido a um
procedimento de assistência à saúde ou a uma internação, que possa ser relacionada a estes eventos, e que
atenda a uma das seguintes situações: Se o período de incubação do microrganismo causador da infecção for
desconhecido e não houver evidência clínica ou dado laboratorial de infecção no momento da internação,
convenciona-se como IRAS toda manifestação clínica de infecção que se apresentar a partir do terceiro dia de
internação (D3), sendo o D1 o dia da internação; Quando se desconhecer o período de incubação do
microrganismo causador da infecção e não houver evidência clínica ou dado laboratorial de infecção no momento
do procedimento de assistência à saúde, convenciona-se como IRAS toda manifestação clínica de infecção que se
apresentar a partir da realização do procedimento, estando o paciente internado ou não.

IRAS associada a dispositivo invasivo: IRAS em pacientes em uso de dispositivo invasivo por um período maior
que dois dias de calendário (ou seja, a partir do D3, sendo o D1 o dia de instalação do dispositivo) e que na data
da infecção o paciente estava em uso do dispositivo ou este foi removido no dia anterior.

Cultura da segurança: conjunto de valores, atitudes, competências e comportamentos que determinam o


comprometimento com a gestão da saúde e da segurança, substituindo a culpa e a punição pela oportunidade de
aprender com as falhas e melhorar a atenção à saúde.

Monitoramento: avaliação contínua de uma relação entre intervenção e mudança. O monitoramento avalia uma
ação e implica um ajuste constante do desempenho com relação aos resultados. Assim, o monitoramento é uma
importante ferramenta para a gestão em saúde. Ambos os processos só têm em comum o fato de terem rotinas
contínuas de medida e coleta de dados e de empregar métodos que tendem a ser rápidos e práticos.

Programa de Controle de IRAS (PCIRAS): é um conjunto de ações desenvolvidas de forma sistematizada pelo
serviço de saúde para a redução máxima possível da incidência e da gravidade das IRAS.

Programa de Gerenciamento de Uso de Antimicrobianos: É uma abordagem multifacetada que inclui políticas,
diretrizes, vigilância da prevalência-padrões de resistência e do consumo de antimicrobianos, além de educação e
auditoria de seu uso. Engloba desde o diagnóstico, a seleção, a prescrição e a dispensação adequadas, as boas
práticas de diluição, conservação e administração, além da auditoria e do monitoramento das prescrições, da
educação de profissionais e pacientes, do monitoramento do programa até a adoção de medidas
intervencionistas.

Resistência Microbiana (RM): é a capacidade de um microrganismo (por exemplo, uma bactéria ou um vírus)
resistir à ação de um agente antimicrobiano. É uma adaptação do microrganismo ao seu meio ambiente e resulta
em uma redução ou eliminação da eficácia do agente antimicrobiano para curar ou prevenir a infecção causada
por este microrganismo.

Vigilância Epidemiológica das IRAS: é a observação ativa, sistemática e contínua da ocorrência das IRAS, de sua
distribuição entre pacientes e dos eventos e condições que afetam o risco de sua ocorrência, com vistas à
execução oportuna das ações de prevenção e controle.
Medidas para prevenção de IRAS baseadas em evidências devem ser adotadas em todos os serviços de saúde,
tanto no âmbito hospitalar, como na atenção primária à saúde ou ambulatorial, nos estabelecimentos que
prestam assistência a pacientes crônicos ou na assistência domiciliar, ou seja, onde houver prestação de
assistência a pacientes. A estruturação e o fortalecimento de programas de prevenção e controle de IRAS em
todos os níveis de gestão (federal, estadual/distrital e municipal) e em todos os serviços de saúde são essenciais
na luta para prevenir e controlar as infecções, reduzir a resistência microbiana (RM) aos antimicrobianos, evitar o
adoecimento, a incapacidade e a morte de pessoas nos serviços de saúde.

No Brasil, desde 1999, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é o órgão responsável pelas ações
nacionais de prevenção e controle de IRAS, exercendo a atribuição de coordenar e apoiar tecnicamente as
Coordenações Distrital/Estaduais e Municipais de Controle de IRAS (CECIRAS/CDCIRAS/CMCIRAS).

O PNPCIRAS 2013-2015 foi elaborado pela Anvisa e pela Comissão Nacional de Prevenção e Controle de
Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (CNCIRAS), cuja finalidade é assessorar a Anvisa na elaboração de
diretrizes, normas e medidas para prevenção e controle de IRAS.

O objetivo principal do PNPCIRAS 2016-2020 é “reduzir, em âmbito nacional, a incidência de IRAS em serviços de
saúde”, entre as quais, é importante citar: revisão, elaboração e publicação de materiais técnicos sobre a
prevenção e controle de IRAS; desenvolvimento de estratégias para a implantação e monitoramento dos
protocolos de prevenção de IRAS pelos serviços de saúde; parcerias com as associações, sociedades científicas e
conselhos profissionais para a divulgação e implementação de guias de recomendação, entre outras.

A Anvisa, além de ser responsável pela coordenação do PNPCIRAS também é coordenadora nacional das ações
previstas no Plano Integrado para a Gestão Sanitária da Segurança do Paciente em Serviços de Saúde, cujo
objetivo principal consiste em Integrar as ações do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS) para promover
a qualidade assistencial e a segurança do paciente visando à gestão de riscos e a melhoria dos serviços de saúde.

As barreiras utilizadas na prevenção de riscos são Equipamentos de Proteção Individual (EPI), Equipamentos de
Proteção Coletiva (EPC), adoção de medidas preventivas e imunização.

O risco de transmissão de infecção para o trabalhador de área de saúde (TAS) depende da hierarquização e
complexidade da atividade que desenvolve (hospital terciário ou unidade primária de saúde), do tipo de
atendimento prestado às pessoas (imunodeprimido) e função que desempenha (hospital, endoscopia, patologia,
odontologia, terapia intensiva, lavanderia, patologia clínica, enfermagem, limpeza, entre outros)

Segundo a resolução n°1 de 1988 do Conselho Nacional de Saúde, Cap. X, artigo 64, os micro-organismos podem
ser classificados em quatro classes de risco de 1 a 4 por ordem.
Classe 1, possui baixo risco individual coletivo.
Classe 2, possui risco individual moderado e risco coletivo limitado.
Classe 3, tem risco individual elevado e risco coletivo baixo, podendo causar enfermidade grave aos profissionais
de hospital.
Classe 4, agrupa os agentes que causam doenças para o homem e representam um sério risco para os
profissionais de hospital e para a coletividade.

Os procedimentos operacionais padronizados para uso pelos profissionais de saúde em hospitais é um


reconhecimento de que os critérios de biossegurança, em geral, são aplicados.
A biossegurança para evitar e prevenir a infecção dos trabalhadores da área de saúde implica em seu
treinamento efetivo, utilização dos equipamentos de proteção, cuidados preventivos individuais, seguir as normas
e procedimentos vigentes, com a finalidade de estabelecer uma organização para garantir a segurança em todas
as áreas do mesmo.

Os hospitais do país são obrigados a manter o Programa de Controle de infecções Hospitalares – PCIH, definido como o
conjunto de ações desenvolvidas deliberada e sistematicamente com vistas à diminuição da incidência e da gravidade
das infecções hospitalares.

As Comissões de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) é um órgão de assessoria à autoridade máxima da


instituição, de planejamento e normatização das ações de controle de infecção hospitalar, que serão executadas
pelo Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH). A CCIH deverá ser composta por profissionais da área da
saúde de nível superior. O presidente ou coordenador deverá ser formalmente designado pela direção do hospital

Associado a outras medidas, o estímulo ao uso racional de antimicrobianos dentro de um estabelecimento de saúde
tornou-se uma das principais atribuições dos Serviços de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH), com o objetivo de evitar
ou minimizar o fenômeno da multirresistência bacteriana.

A auditoria pode ser desempenhada em diversos setores e por diferentes profissionais, evidenciando-se entre elas a
auditoria médica, assinalada por uma sequência de ações administrativas, técnicas e observacionais, com o objetivo de
A classificação de riscos nos ambientes de trabalho é definida a partir da Portaria 3.214/7820 do Ministério do Trabalho
e Emprego, em suas Normas Regulamentadoras, as – NR’s - de Medicina e Segurança do Trabalho. São cinco os
principais riscos existentes:

 Risco físico refere-se à forma de energia a que possam estar expostos os trabalhadores. Agentes: ruídos,
vibrações, pressões anormais, radiações ionizantes e não ionizantes, ultrassom e infrassom.
 Riscos químicos são substâncias compostas ou produtos que possam penetrar no organismo pela via
respiratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, pela natureza da
atividade de exposição, possam ter contato com a pele ou ser absorvidos pelo organismo através da pele ou por
ingestão.
 Riscos biológicos referem-se a bactérias, fungos, bacilos, parasitas, protozoários, vírus, entre outros (NR0921).
As classes de riscos biológicos são fundamentalmente seis: a) patogenicidade para o homem; b) virulência; c)
modos de transmissão; d) disponibilidade de medidas profiláticas eficazes; e) disponibilidade de tratamento
eficaz; e f) endemicidade.
 Riscos ergonômicos são os elementos físicos e organizacionais que interferem no conforto da atividade laboral
e, consequentemente, nas características psicofisiológicas do trabalhador. Os principais riscos ergonômicos aos
quais os trabalhadores podem estar expostos são: layoutinadequado (caminhos obstruídos, corredores estreitos
etc.); iluminação e ventilação inadequada; existência de esforços repetitivos; problemas relativos ao trabalho em
turno; assédio moral; problemas relacionados com a organização do trabalho.
 Riscos ambientais são condições com potencial de causar danos aos trabalhadores nas mais diversas formas,
levando em consideração o não cumprimento das normas técnicas previstas. Os principais riscos de acidentes
(além dos físicos, químicos e biológicos) analisados são os seguintes: arranjo físico, eletricidade, máquinas e
equipamentos, incêndio/ explosão, armazenamento, ferramentas etc.

 O nível de biossegurança 1 (NB-1) é adequado ao trabalho que envolva agentes bem caracterizados e
conhecidos por não provocarem doença em seres humanos e que possuam o mínimo risco ao pessoal do
ETAPAS DE DESPARAMENTAÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI):

 Retirar as luvas;
 Retirar avental;
 Higienizar as mãos;
 Retirar o gorro;
 Retirar óculos de proteção;
  Higienizar as mãos;
 Retirar a máscara;
 Higienizar as mãos.

Desinfecção de alto nível: Elimina: Bactérias vegetativas, bacilo da tuberculose, fungos, vírus e alguns esporos
bacterianos. É indicada para: Itens semi-críticos (ex.: lâminas de laringoscópio, equipamento de assistência respiratória,
endoscópios flexíveis) Agentes desinfetantes disponíveis no mercado: Formaldeído, Glutaraldeído, Ácido Peracético,
Pasteurizadora, Termodesinfetadora
Desinfecção de nível intermediário: Maioria dos fungos, todas as bactérias vegetativas, bacilo da tuberculose, alguns
vírus lipídicos. Não é esperada ação sobre esporos bacterianos. Indicado para: Itens não-críticos e superfícies. Agentes
desinfetantes disponíveis no mercado: Álcool etílico 70%, fenóis (alta toxicidade, tende ao desuso), hipoclorito de sódio
(1.000 ppm de cloro disponível).
Desinfecção de baixo nível: Não há ação sobre esporos ou bacilo da tuberculose, pode ou não ter ação sobre vírus não
lipídicos, atividade relativa contra fungos. Elimina a maioria das bactérias vegetativas. Indicada para: Itens não-críticos e
superfícies. Agentes desinfetantes disponíveis no mercado: Álcool etílico 70%, fenóis (alta toxicidade, tendendo ao
desuso), hipoclorito de sódio (100 ppm de cloro disponível), quaternário de amônio (apenas para desinfecção de
superfícies).
SAÚDE COLETIVA

Saúde Coletiva compreende um conjunto complexo de saberes e práticas relacionados ao campo da saúde. É uma
área de conhecimento multidisciplinar, que une tanto o saber das ciências biomédicas, quanto o das ciências
sociais. O objetivo da saúde coletiva é investigar os determinantes da produção social das doenças com o propósito
de planejar a organização dos serviços de saúde. A atuação da enfermagem na área de saúde coletiva engloba as
práticas de saúde orientadas para a melhoria na qualidade de vida das pessoas, visando a promoção da saúde e
prevenção de doenças e agravos.

A prevenção em saúde é todo ato que tem impacto na redução de mortalidade e morbidade das pessoas. Está
relacionada a uma ação antecipada, baseada no conhecimento da história natural da doença2 de forma que seja
possível tornar improvável o seu progresso. É o conjunto de medidas que buscam evitar a doença na coletividade,
utilizando maneiras que interrompam a patologia, ou a minimizem na população

Prevenção primária, qualquer ato destinado a diminuir a incidência3 de uma doença, ou seja, reduzir o risco de
surgimento de casos novos, removendo as causas e os fatores de risco de um determinado problema de saúde,
antes do desenvolvimento de uma condição clínica. A prevenção primária é subdividida em: promoção da saúde e
proteção específica. São exemplos de prevenção primária: a Imunização, a saúde do trabalhador, o
aconselhamento genético e o controle de vetores.

Prevenção secundária corresponde a atos que buscam diminuir a prevalência4 de uma doença reduzindo sua
evolução e duração, ou seja, é a ação realizada para identificar um problema de saúde em estágio inicial, muitas
vezes em estágio subclínico, permitindo facilitar o diagnóstico definitivo, o tratamento, diminuindo sua
disseminação e os efeitos em longo prazo. É subdividida em: diagnóstico precoce e tratamento imediato. É um
exemplo de prevenção secundária: o rastreio do câncer do colo uterino, causado pela transmissão sexual do HPV.

Prevenção terciária corresponde a atos destinados a diminuir a prevalência das incapacidades crônicas na
população, reduzindo ao mínimo as deficiências funcionais que ocorrem após a doença, permitindo uma melhor
reintegração do indivíduo na sociedade. São exemplos: a reabilitação para evitar incapacidade, fisioterapia para
reduzir sequelas e o retorno do reabilitado ao emprego exercendo uma nova função.

 Infectividade é a capacidade de certos organismos (agentes) de penetrar, se desenvolver e/ou se multiplicar em


um outro (hospedeiro) ocasionando uma infecção. Exemplo: alta infectividade do vírus da gripe e a baixa
infectividade dos fungos.
 Patogenicidade é a capacidade do agente, uma vez instalado, de produzir sintomas e sinais (doença). Ex: é alta
no vírus do sarampo, onde a maioria dos infectados tem sintomas e a patogenicidade é reduzida do vírus da pólio
onde poucos ficam doentes.
 Virulência é a capacidade do agente de produzir efeitos graves ou fatais, relaciona-se à capacidade de produzir
toxinas, de se multiplicar etc. Ex: baixa virulência do vírus da gripe e do sarampo em relação à alta virulência dos
vírus da raiva e do HIV.
 Imunogenicidade: é a capacidade do agente de, após a infecção, induzir a imunidade no hospedeiro. Ex: alta nos
vírus da rubéola, do sarampo, da caxumba que imunizam em geral por toda a vida, em relação à baixa
imunogenicidade do vírus da gripe, da dengue, das shiguelas e das salmonelas que só conferem imunidade relativa
e temporária.
 Dose infectante: é a quantidade do agente etiológico necessária para iniciar uma infecção.
 O poder invasivo é a capacidade do agente de se difundir através dos tecidos, órgão e sistemas anátomo-
fisiológicos do hospedeiros.
 Imunogenicidade é a capacidade do bioagente de induzir imunidade no hospedeiro. Hospedeiro: ser vivo que
oferece, em condições naturais, subsistência ou alojamento a um agente infeccioso (OPAS 92). Pode ser humano
ou outro animal (inclusive aves e artrópodes)

Quanto ao processo de adoecimento e seus Períodos:


 Período de Incubação é o intervalo de tempo que decorre desde a penetração do agente etiológico no
hospedeiro (indivíduo já está infectado), até o aparecimento dos sinais e sintomas da doença, variando de acordo
com a doença considerada.
 Período de Transmissibilidade é aquele em que o indivíduo é capaz de transmitir a doença quer esteja ou não
com sintomas.
 Período prodrômico é o período que abrange o intervalo entre os primeiros sintomas da doença e o início dos
sinais ou sintomas que lhe são característicos e, portanto, com os quais o diagnóstico clínico pode ser estabelecido.
Pródromos são os sintomasindicativos do início de uma doença.

Além disso, as principais medidas de profilaxia e controle são:


 Imunidade de rebanho ou imunidade coletiva é a resistência de um grupo ou população à introdução e
disseminação de um agente infeccioso. Essa resistência é baseada na elevada proporção de indivíduos imunes
entre os membros desse grupo ou população e na uniforme distribuição desses indivíduos imunes.
 Isolamento: segregação de um caso clínico do convívio das outras pessoas durante o período de
transmissibilidade, a fim de evitar que os suscetíveis sejam infectados. Em certos casos, o isolamento pode ser
domiciliar ou hospitalar; em geral, é preferível este último, por ser mais eficiente.
 Profilaxia: conjunto de medidas que têm por finalidade prevenir ou atenuar as doenças, suas complicações e
consequências.
 Quarentena: isolamento de indivíduos ou animais sadios pelo período máximo de incubação da doença, contado
a partir da data do último contato com um caso clínico ou portador, ou da data em que essecomunicante sadio
abandonou o local em que se encontrava a fonte de infecção. Na prática, a quarentena é aplicada no caso das
doenças quarentenárias.
 Quimioprofilaxia: administração de uma droga, inclusive antibióticos, para prevenir uma infecção ou a
progressão de uma infecção com manifestações da doença.
 Tratamento profilático: tratamento de um caso clínico ou de um portador com a finalidade de reduzir o período
de transmissibilidade.

A sala de vacinação é classificada como área semicrítica, e deve ser destinada exclusivamente à administração dos
imunobiológicos.

As vacinas podem ser classificadas em: atenuadas ou inativadas, as vacinas atenuadas são aquelas que contém
bactérias ou vírus vivos, mas extremamente enfraquecidos. Já as vacinas inativadas são compostas por bactérias
ou vírus mortos ou apenas partículas deles.

São contraindicações comuns a todo imunobiológico: a ocorrência de hipersensibilidade (reação anafilática)


confirmada após o recebimento de dose anterior; e história de hipersensibilidade a qualquer componente dos
imunobiológicos.
A VACINA BCG (bacilo de Calmette e Guérin) é apresentada sob a forma liofilizada em ampola multidose,
acompanhada da ampola do diluente específico para a vacina. É indicada para prevenir as formas graves da
tuberculose (miliar e meníngea). Devendo ser administrada em dose única, o mais precocemente possível, de
preferência nas primeiras 12 horas após o nascimento, ainda na maternidade. Na rotina, a vacina é disponibilizada
para crianças de até 4 anos 11 meses e 29 dias, ainda não vacinadas. A BCG também está contraindicada para
gestantes e pessoas imunodeprimidas. A BCG não deve ser administrada em crianças nascidas com peso inferior a
2 Kg, devendo ser adiada até que atinjam este peso.
Caso a vacina disponibilizada seja do laboratório FAP a dose é 0,1 mL por via intradérmica, caso o laboratório seja o
Serum Institute of India a dose é 0,05 mL em crianças recémnascidas até 11 meses e 29 dias e 0,1 mL para pessoas
a partir de 1 ano de idade, via intradérmica.
A comprovação da vacinação com BCG é feita por meio do registro da vacinação no cartão ou caderneta de
vacinação, da identificação da cicatriz vacinal ou da palpação de nódulo no deltóide direito (ausência de cicatriz).
Crianças vacinadas na faixa etária preconizada que não apresentam cicatriz vacinal não necessitam ser revacinadas.
A cicatriz (de até 1cm) é esperada e quase sempre presente. O tempo dessa evolução é de 6 a 12 semanas,
podendo prolongar-se raramente até a 24ª semana

VACINA HEPATITE B (RECOMBINANTE) Esta vacina previne a infecção pelo vírus da hepatite B. É apresentada sob
a forma líquida em frasco unidose ou multidose, isolada ou combinada com outros imunobiológicos. Ela contém o
antígeno recombinante de superfície (HBsAg) que é purificado por vários métodos físico-químicos e adsorvido por
hidróxido de alumínio, tendo o timerosal como conservante. Ela é indicada para recém-nascidos; para gestantes
em qualquer faixa etária independente da idade gestacional; indivíduos integrantes dos grupos vulneráveis. A
vacina hepatite B (recombinante) pode ser administrada simultaneamente com outras vacinas,
independentemente do intervalo.
Volume da dose: 0,5 mL até os 19 anos de idade e 1 mL a partir de 20 anos, via intramuscular. Em recém-nascidos e
crianças com menos de 2 anos, a vacina deve ser administrada em músculo vasto-lateral da coxa direita.
Volume da dose: 0,5 mL até os 19 anos de idade e 1 mL a partir de 20 anos, via intramuscular. Em recém-nascidos e
crianças com menos de 2 anos, a vacina deve ser administrada em músculo vasto-lateral da coxa direita.
A continuidade do esquema vacinal será com a vacina penta [vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis, hepatite B
(recombinante) e Haemophilus influenzae B (conjugada)], aos 2 (dois), 4 (quatro) e 6 (seis) meses de idade.
Crianças que perderam a oportunidade de receber a vacina hepatite B (recombinante) até 1 (um) mês de idade,
não administrar mais essa vacina.
Para gestantes em qualquer faixa etária e idade gestacional o profissional deve administrar 3 doses da vacina
considerando o histórico de vacinação anterior.
VACINA ADSORVIDA DIFTERIA, TÉTANO, PERTÚSSIS, HEPATITE B (RECOMBINANTE) E HAEMOPHILUS
INFLUENZAE B (CONJUGADA) - VACINA PENTA: É composta pela combinação de toxóides purificados de difteria e
tétano, suspensão celular inativada de Bordetella pertussis (células inteiras), antígeno de superfície da hepatite B
(recombinante) e oligossacarídeos conjugados de Haemophilus influenzae b (conjugada). Tem como adjuvante o
fosfato de alumínio e como conservante o tiomersal.
Dose: 0,5 mL via intramuscular, em crianças menores de 2 anos no músculo vasto lateral da coxa e nos maiores de
dois anos, no deltóide. É indicada para a vacinação de crianças menores de 5 anos de idade como dose do
esquema básico, devendo ser administradas 3 doses, aos 2, 4 e 6 meses de idade, com intervalo recomendado de
60 dias entre as doses (mínimo de 30 dias).
Os reforços serão realizados com vacina adsorvida difteria, tétano, pertússis (DTP), o primeiro aos 15 meses de
idade, e o segundo aos 4 anos de idade.

VACINA ADSORVIDA DIFTERIA, TÉTANO E PERTUSSIS (DTP) A vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis (DTP ou
tríplice bacteriana) é apresentada sob a forma líquida, em frasco multidose. Oferece proteção contra a difteria, o
tétano e a coqueluche. É indicada para a vacinação de crianças menores de 7 anos de idade como dose de reforço
do esquema básico da vacina penta. É composta pela combinação de toxoides purificados de difteria e tétano,
suspensão celular inativada de Bordetella pertussis (células inteiras), tendo o hidróxido de alumínio como
adjuvante e o timerosal como conservante
Deve ser administrado 0,5ml via por via intramuscular profunda. O primeiro reforço com a DTP deve ser aos 15
meses e o segundo aos 4 anos de idade.
A idade máxima para administrar as vacinas com o componente pertussis de células inteiras é 6 anos, 11 meses e
29 dias. Se o esquema não for completado até esta idade, deverá ser finalizado utilizando a vacina adsorvida
difteria e tétano adulto (dT)

VACINAS CONTRA POLIOMIELITE – VIP E VOP a Vacina Poliomielite 1, 2 e 3 (inativada), conhecida como VIP e a
Vacina Poliomielite 1 e 3 (atenuada) – VOP.
Vacina poliomielite 1, 2 e 3 (inativada) – VIP: PROTEÇÃO Trivalente: poliovírus 1, 2 e 3. APRESENTAÇÃO
Apresentada sob a forma líquida em frasco multidose ou em seringa preenchida
Esquema: Administrar 3 (três) doses, aos 2 (dois), 4 (quatro) e 6 (seis) meses de idade, com intervalo de 60 dias
entre as doses. O intervalo mínimo é de 30 dias entre as doses. Volume da Dose e Via de Administração: 0,5 mL, via
intramuscular.
Particularidades: Crianças até 4 (quatro) anos, 11 meses e 29 dias: Sem comprovação vacinal: administrar 3 (três)
doses da VIP, com intervalo de 60 dias entre as doses, mínimo de 30 dias
é apresentada em frasco-ampola de
tituída por polissacarídeos capsulares
hidróxido de alumínio. Esta indicada
sorogrupo C em crianças menores de
plicar muscúlo vasto lateral da coxa
60 dias entre as doses, mínimo de 30
nforme situação vacinal encontrada.

VACINA MENINGOCÓCICA ACWY (CONJUGADA) – MENINGO ACWY Esquema: Adolescentes de 11 e 14 anos,


administrar 1 (um) reforço ou 1 (uma) dose, conforme situação vacinal. Particularidades: Pode ser administrada
simultaneamente (ou com qualquer intervalo) com outras vacinas do calendário; A vacina deve ser adiada em
adolescentes que estejam com doenças agudas febris moderadas ou graves. Resfriados ou quadros de menor
gravidade não contraindicam a vacinação. Para vacinação do público-alvo com esta vacina, o PNI reforça que o
indivíduo deverá ser acompanhado por pelo menos 15 minutos após a vacinação e orientado o seu retorno a um
serviço de saúde mediante qualquer sintomatologia.
VACINA VARICELA (ATENUADA) A vacina varicela é apresentada em frasco unidose, sendo composta de vírus vivo
atenuado, proveniente da cepa Oka. Administrar uma dose aos 4 anos de idade. Corresponde à segunda dose da
vacina varicela, considerando a dose de tetra viral aos 15 meses de idade.

VACINA ADSORVIDA DIFTERIA E TÉTANO ADULTO – DT/DUPLA ADULTO A vacina adsorvida difteria e tétano
adulto (dT) é apresentada sob a forma líquida em frasco unidose ou multidose. Ela é uma associação dos toxoides
diftérico e tetânico, o hidróxido e o fosfato de alumínio são adjuvantes e o timerosal conservante. A Dose é 0,5 mL
por via intramuscular. Está indicada para pessoas a partir de 7 anos de idade. Quando o paciente apresentar o
esquema vacinal completo (3 doses) para difteria e tétano, administrar 1 (uma) dose a cada 10 anos após a última
dose. Na gestante a vacina dupla adulto (dT) pode ser administrada a partir da comprovação da gravidez, em
Alguns fatores são apon
– Desnutrição – provo
oferecendo pouca ou n
– Baixa eficácia dos pro
por dificuldade de aces
por acreditar que está
atendem à demanda po
profissionais adequada
continuam doentes e se
– Mutações nos bacilo
prescrito a bactéria po
dosagem administrada.
– Aglomerações urban
em shopping centers
Considerando-se que a
aumenta o risco de tran
– Aids – a síndrome da
facilita a instalação de
tuberculose porque cer
mas quando acometido
A TUBERCULOSE é uma doença infecciosa e contagiosa, causada por uma bactéria chamada Mycobacterium
tuberculosis, também conhecida como bacilo de Koch. Estima-se que cada doente com tuberculose seja capaz de
contaminar dez outros indivíduos. Sua transmissão, assim como a da hanseníase, ocorre por meio das gotículas de
saliva expelidas quando espirramos, tossimos ou falamos, sendo o sistema respiratório a porta de entrada da doença,
mais especificamente as vias aéreas superiores. Seu período de incubação varia entre 4 e 12 semanas. Após a
inalação dos bacilos contidos nas gotículas de saliva, estes depositam-se nos alvéolos. Em resposta a essa fixação, o
sistema imunológico libera células que formam uma espécie de parede em volta dos bacilos para impedir que se
espalhem. Esse conjunto é chamado de tubérculo, e muitas pessoas o possuem sem nunca adoecer. Porém, se a
imunidade do indivíduo estiver comprometida o tecido do tubérculo se degrada e se transforma em uma massa que
libera outros bacilos, os quais são transportados pelos sistemas circulatório e linfático para os tecidos vizinhos,
formando nódulos visíveis nas imagens radiológicas. Outra possibilidade é a de os bacilos serem transportados para
tecidos mais distantes, como pele, rins, meninges, que também podem ser atingidos pela tuberculose. A tuberculose
pode apresentar-se nas formas pulmonar e extrapulmonar (pleural, ganglionar, osteoarticular, entérica, de vias
urinárias, cutânea ou meníngea). Destas, a mais grave é a meníngea, também denominada meningite tuberculosa,
que ocorre quando o bacilo de Koch atinge o sistema nervoso central. Seu diagnóstico baseia-se primeiramente nos
sintomas, que são tosse persistente, por cerca de 4 semanas, catarro esverdeado ou com raios de sangue (existentes
ou não), febre no final da tarde, emagrecimento, falta de apetite, suor noturno. São também realizados exames de
raios X e pesquisa da presença do bacilo de Koch no escarro. A amostra de escarro deve ser preferencialmente
coletada em jejum, pela manhã. No dia anterior à coleta, o cliente deve ingerir grande quantidade de líquidos, para
tornar o escarro mais fluido e fácil de ser produzido. Antes de eliminar a amostra num recipiente apropriado, deve
ser orientado a respirar profundamente, para que a secreção se mobilize e seja eliminada em maior quantidade.
Pode também ser realizado um teste chamado Derivado Proteínico Purificado-Padrão (PPD). A interpretação de seu
resultado permite avaliar se o indivíduo já teve contato anterior com o bacilo e se possui defesas contra o mesmo. Na
realização do PPD, é injetada uma substância denominada tuberculina, derivada do bacilo de Koch purificado. A
inoculação é feita com 0,1 ml da solução por via intradérmica, na face interna do terço médio do antebraço. Após 72
a 96 horas, o arco de induração é medido com uma régua milimetrada, que demonstra a reação do organismo ao
bacilo.

A hanseníase ou mal de Hansen é uma doença infecciosa e crônico-degenerativa, causada pelo Mycobacterium
As atividades relacionadas ao controle da hipertensão arterial e do diabetes são operacionalizadas através do Programa
POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO
À SAÚDE DA MULHER

Objetivos Específicos e Estratégias da PNAISM:


• Ampliar e qualificar a atenção clínico-ginecológica, inclusive para as portadoras da infecção pelo HIV e outras
DST:
- fortalecer a atenção básica no cuidado com a mulher;
- ampliar o acesso e qualificar a atenção clínico- ginecológica na rede SUS.
• Estimular a implantação e implementação da assistência em planejamento familiar, para homens e mulheres,
adultos e adolescentes, no âmbito da atenção integral à saúde:
- ampliar e qualificar a atenção ao planejamento familiar, incluindo a assistência à infertilidade;
- garantir a oferta de métodos anticoncepcionais para a população em idade reprodutiva;
- ampliar o acesso das mulheres às informações sobre as opções de métodos anticoncepcionais;
- estimular a participação e inclusão de homens e adolescentes nas ações de planejamento familiar.
• Promover a atenção obstétrica e neonatal, qualificada e humanizada, incluindo a assistência ao abortamento em
condições inseguras, para mulheres e adolescentes:
- construir, em parceria com outros atores, um Pacto Nacional pela Redução da Mortalidade Materna e Neonatal;
- qualificar a assistência obstétrica e neonatal nos estados e municípios;
- organizar rede de serviços de atenção obstétrica e neonatal, garantindo atendimento à gestante de alto risco e
em situações de urgência/emergência, incluindo mecanismos de referência e contra referência;
- fortalecer o sistema de formação/capacitação de pessoal na área de assistência obstétrica e neonatal;
- elaborar e/ou revisar, imprimir e distribuir material técnico e educativo;
- qualificar e humanizar a atenção à mulher em situação de abortamento;
- apoiar a expansão da rede laboratorial;
- garantir a oferta de ácido fólico e sulfato ferroso para todas as gestantes;
- melhorar a informação sobre a magnitude e tendência da mortalidade materna.
• Promover a atenção às mulheres e adolescentes em situação de violência doméstica e sexual:
- organizar redes integradas de atenção às mulheres em situação de violência sexual e doméstica;
- articular a atenção à mulher em situação de violência com ações de prevenção de DST/AIDS;
- promover ações preventivas em relação à violência doméstica e sexual.
- Promover, conjuntamente com o Programa Nacional de DST/AIDS, a prevenção e o controle das doenças
sexualmente transmissíveis e da infecção pelo HIV/AIDS na população feminina: prevenir as DST e a infecção pelo
HIV/AIDS entre mulheres; ampliar e qualificar a atenção à saúde das mulheres vivendo com HIV e AIDS.

• Reduzir a morbimortalidade por câncer na população feminina:


- organizar em municípios pólos de microrregiões redes de referência e contra-referência para o diagnóstico e o
A Rede Cegonha, é uma estratégia inovadora do Ministério da Saúde que visa implementar uma rede de cuidados
para assegurar às mulheres o direito ao planejamento reprodutivo e a atenção humanizada à gravidez, ao parto e
ao puerpério e às crianças o direito ao nascimento seguro e ao crescimento e ao desenvolvimento saudáveis.
Trata-se de um modelo que garante às mulheres e às crianças uma assistência humanizada e de qualidade, que
lhes permite vivenciar a experiência da gravidez, do parto e do nascimento com segurança, dignidade e beleza.

A Rede Cegonha, instituída no âmbito do Sistema Único de Saúde, consiste numa rede de cuidados que visa
• Componente PRÉ-NATAL:
- Realização de pré-natal na Unidade Básica de Saúde (UBS) com captação precoce da gestante e qualificação da
atenção;
- Acolhimento às intercorrências na gestação com avaliação e classificação de risco e vulnerabilidade;
- Acesso ao pré-natal de alto de risco em tempo oportuno;
- Realização dos exames de pré-natal de risco habitual e de alto risco e acesso aos resultados em tempo oportuno;
- Vinculação da gestante desde o pré-natal ao local em que será realizado o parto;
- Qualificação do sistema e da gestão da informação;
- Implementação de estratégias de comunicação social e programas educativos relacionados à saúde sexual e à
saúde reprodutiva;
- Prevenção e tratamento das DST/HIV/AIDS e Hepatites Virais;
- Apoio às gestantes nos deslocamentos para as consultas de pré-natal e para o local em que será realizado o
parto, os quais serão regulamentados em ato normativo específico.

É importante lembrar que a anticoncepção é um fator importante na redução da morbimortalidade materna e


infantil. Dessa forma, é fundamental intensificar as ações de planejamento reprodutivo, valorizando as ações de
educação em saúde com estratégias diferenciadas para o público adolescente, formação de grupos e valorização
da paternidade, além de acesso aos métodos anticoncepcionais para que mulheres e homens tenham filhos no
momento que desejarem.
É necessário que a gestante confirme a gravidez e tenha acesso aos cuidados pré-natais antes de completar 12
semanas de gestação: é a captação precoce da gestante.

Toda demanda que leva a gestante a procurar a UBS, sobretudo quando for motivada por alguma intercorrência,
deve ser valorizada, acolhida e ter o risco avaliado e a vulnerabilidade considerada. Trata-se do acolhimento com
• Componente PARTO E NASCIMENTO:
- Suficiência de leitos obstétricos e neonatais (UTIN, UCIN e Leitos Canguru) de acordo com as necessidades
regionais;
- Ambiência das maternidades orientadas pela Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 36/2008 da Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA);
- Práticas de atenção à saúde baseada em evidências científicas, nos termos do documento da Organização
Mundial da Saúde, de 1996: "Boas práticas de atenção ao parto e ao nascimento";
- Garantia de acompanhante durante o acolhimento e o trabalho de parto, parto e pós-parto imediato;
- Realização de acolhimento com classificação de risco nos serviços de atenção obstétrica e neonatal;
- Estímulo à implementação de equipes horizontais do cuidado nos serviços de atenção obstétrica e neonatal;
- Estímulo à implementação de Colegiado Gestor nas maternidades e outros dispositivos de co-gestão tratados na
Política Nacional de Humanização.

Para induzir as boas práticas de atenção ao parto e nascimento, a Rede Cegonha também propõe a instituição de
um novo dispositivo de atenção à saúde materna e infantil, qual seja, as Casas de Gestante, Bebê e Puérpera.

Os Centros de Parto Normal Intra e Peri-hospitalares são unidades de atenção ao parto e nascimento da
maternidade/hospital, que realizam o atendimento humanizado e de qualidade, exclusivamente ao parto normal
sem distórcia, e privilegiam a privacidade, a dignidade e a autonomia da mulher ao parir em um ambiente mais
acolhedor e confortável e contar com a presença de acompanhante de sua livre escolha. Essas unidades são
geridas por enfermeiras obstetras e devem estar sempre organizadas no sentido de promover a ampliação do
acesso, do vínculo e da atenção humanizada ao parto e ao nascimento.

As Casas de Gestante, Bebê e Puérpera são unidades de cuidado perihospitalares que acolhem, orientam e
acompanham:
• Componente PUERPÉRIO E ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DA CRIANÇA:
- Promoção do aleitamento materno e da alimentação complementar saudável;
- Acompanhamento da puérpera e da criança na atenção básica com visita domiciliar na primeira semana após a
realização do parto e nascimento;
- Busca ativa de crianças vulneráveis;
- Implementação de estratégias de comunicação social e programas educativos relacionados à saúde sexual e à
saúde reprodutiva;
- Prevenção e tratamento das DST/HIV/AIDS e Hepatites Virais;
- Orientação e oferta de métodos contraceptivos.
Assim, a Rede Cegonha se propõe a, por um lado, garantir para todos os recém-nascidos, boas práticas de atenção,
embasadas em evidências científicas e nos princípios de humanização, como garantia de permanência do recém-
nascido ao lado da mãe durante todo o tempo de internação, desde os primeiros momentos de vida, com contato
pele-a-pele e apoio à amamentação se possível ainda na primeira hora de vida, estímulo à participação do pai,
evitar procedimentos “de rotina” iatrogênicos, sem embasamento cientifico, oferta de todas as triagens neonatais
como o teste do pezinho, olhinho e orelhinha e coraçãozinho. Por outro lado, para aqueles recém-nascidos de
risco, como de baixo peso, prematuros, e com agravos que mais frequentemente levam à morte, como asfixia ao
nascer, problemas respiratórios e infecções, a proposta é um grande investimento nas maternidades de referência
do país, para atendimento a gestantes e recém-nascidos de risco, no sentido de se garantir leitos de UTI, UCIN
(Unidade de Cuidados Intermediários Neonatais) e leitos Canguru. Para tal, o Ministério da Saúde estará aportando
recursos não apenas no investimento para reformas, melhoria da ambiência e de equipamentos dos leitos, mas
também na tão reivindicada ampliação do custeio dos mesmos, para as maternidades de referência que aderirem à
Rede Cegonha. Para os recém-nascidos de risco que nascerem em maternidades que não sejam referência para
esse tipo de atendimento, poderá ser acionada a Central de Regulação, que encaminhará o recém nascido para um
hospital/ maternidade referência em alto-risco, com garantia de transporte seguro.

Depois, até completar 2 anos, é objetivo o fortalecimento da puericultura, com um acompanhamento cuidadoso
do crescimento e desenvolvimento da criança pela equipe de saúde, com um olhar em âmbito biopsicossocial,
levando em conta as condições de saúde e de vida de sua mãe e família, inclusive com as articulações intersetoriais
no território, necessárias para o projeto terapêutico de cada criança/família.

• Componente SISTEMA LOGÍSTICO: TRANSPORTE SANITÁRIO E REGULAÇÃO:


PROGRAMA DE HUMANIZAÇÃO DO PARTO
O Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento está estruturada nos seguintes princípios:
- toda gestante tem direito ao acesso a atendimento digno e de qualidade no decorrer da gestação, parto e
puerpério;
- toda gestante tem direito de saber e ter assegurado o acesso à maternidade em que será atendida no momento
do parto;
- toda gestante tem direito à assistência ao parto e ao puerpério e que esta seja realizada de forma humanizada e
segura, de acordo com os princípios gerais e condições estabelecidas na prática médica;
- todo recém-nascido tem direito à assistência neonatal de forma humanizada e segura.

O Programa integra três componentes, cada um com objetivos específicos como descritos a seguir:
O Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento será executado de forma articulada pelo Ministério da
Saúde com as secretarias de saúde dos estados, municípios e Distrito Federal.
O processo de adesão ao Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento está condicionado ao
preenchimento do TERMO DE ADESÃO, com as informações pertinentes ao sistema municipal de atendimento à
gestante e à sua aprovação, após avaliação técnica, pela Secretaria de Políticas de Saúde -SPS/MS.

MORBIMORTALIDADE MATERNA E
Quanto às causas de morte materna, predominam as obstétricas diretas, destacando as doenças hipertensivas e as
síndromes hemorrágicas, que se mantém, há décadas, como as duas principais causas, ora seguidas pelas infecções
Quanto às causas de morte materna, predominam as obstétricas diretas, destacando as doenças hipertensivas e as
síndromes hemorrágicas, que se mantém, há décadas, como as duas principais causas, ora seguidas pelas infecções
puerperais e o aborto, ora pelas doenças do aparelho cardiovascular complicadas pela gravidez, parto ou puerpério.
Anemia: ocorre devido o sistema imunológico estar fragilizado, o médico pode receitar suplementos e vitaminas,
mas na maioria das vezes, uma alimentação balanceada já combate a anemia. Os alimentos que mais contribuem
para evitar e tratar a anemia são: abacate, fígado, espinafre, lentilha, agrião, beterraba, ovos e feijão branco.
Pré-eclâmpsia: pressão arterial elevada que pode ser tratada com uma dieta pobre em sal, aumento da ingestão de
água para cerca de 2 a 3 litros por dia, repouso e, caso necessário, remédios para controlar a pressão arterial
mediante receita médica.
Diabetes gestacional: níveis de glicose no sangue muito acima do normal, com uma dieta adequada ou com o uso
de remédios, como hipoglicemiantes orais ou insulina, ela pode ser combatida. A diabetes gestacional quase sempre
tem cura após o parto, no entanto, é importante seguir corretamente o tratamento proposto pelo médico.
Vaginose bacteriana: infecção na vagina provocada pela alteração da flora vaginal, pode ser facilmente tratada com
o uso de antibióticos e, por isso, é muito importante ir ao ginecologista para identificar o problema e iniciar o
tratamento adequado.
Infecção urinária: ocorre devido alterações no organismo da mulher que favorecem o desenvolvimento de bactérias
no trato urinário. O tratamento é feito com o uso de antibióticos, beber bastante água, não segurar o xixi e esvaziar
a bexiga completamente cada vez que for urinar.
Rubéola: é uma doença que pode causar malformações no bebê, assim, o ideal é que a mulher faça a vacina contra
a doença cerca de um mês antes de tentar engravidar. Caso a mulher tenha rubéola durante a gravidez, o
tratamento é feito com remédios para controlar a febre, analgésicos, repouso e ingestão de líquidos, mas sem
garantias de que o bebê não seja infectado.
Citomegalovírus: também conhecido como CMV, é um vírus da mesma família da herpes, que pode causar sintomas
como febre, dor de garganta e inchaço na barriga. O citomegalovírus na gravidez não tem cura, mas normalmente é
possível iniciar o tratamento com antivirais ou injeção de imunoglobulinas receitados pelo médico para evitar a
transmissão para o bebê.
Toxoplasmose: é uma doença transmitida pelo solo, alimentos, água e fezes de animais contaminados, que pode
causar problemas para o bebê. O tratamento é feito através do uso de antibiótico, o que reduz o risco de
transmissão ao bebê.
Tireoidite: é a inflamação da tireoide e tem vários tipos, o tratamento deve ser orientado por um médico mediante
o diagnóstico de qual dos tipos a tireoide manifestou.
Sarampo: é raro na gravidez, mas pode acontecer nas mulheres que não foram vacinadas e tiveram contato com
pessoas contaminadas. O ideal é a vacinação precoce, antes da gravidez, e durante a gravidez o tratamento é
normalmente com paracetamol, mas a orientação médica é sempre indispensável.
Gravidez ectópica, mola hidatiforme e aborto e as complicações destes agravos (infecções, hemorragias, etc);
Ruptura prematura de membranas, descolamento prematuro de placenta, hemorragias, obstrução do trabalho de
parto, ruptura de útero, complicações pulmonares ou cardíacas devido ao TP, complicações da anestesia, infecção
puerperal, etc.

A mortalidade materna é um bom indicador para avaliar as condições de saúde de uma população. A partir de
análises das condições em que e como morrem as mulheres, pode-se avaliar o grau de desenvolvimento de uma
determinada sociedade. Razões de Mortalidade Materna (RMM) elevadas são indicativas de precárias condições
socioeconômicas, baixo grau de informação e escolaridade, dinâmicas familiares em que a violência está presente e,
sobretudo, dificuldades de acesso a serviços de saúde de boa qualidade.

Os comitês de morte materna são organismos de natureza interinstitucional, multiprofissional e confidencial que
Os óbitos infantis pós-neonatais ocorrem em grande parte por causas evitáveis (causas perinatais, pneumonia,
desnutrição e diarréia), relacionadas com a condição de vida e com o acesso da população a serviços de qualidade.
A mortalidade neonatal basicamente decorre de problemas relacionados com a gravidez e o parto, por sua vez
intimamente relacionados com as características biológicas das mães, as condições sócioeconômicas das famílias e a
disponibilidade e qualidade da atenção perinatal. A sobrevivência dos recém-nascidos está diretamente relacionada
à assistência ofertada durante o pré-natal, o parto e a estrutura de atendimento ao neonato, expressando a
qualidade dos serviços de saúde de uma dada região ou país.

O sucesso na redução das mortes neonatais está na dependência de iniciativas para garantir uma maternidade
segura e em programas direcionados à saúde infantil.

Nativivo ou Nascido Vivo: Nascimento vivo é a expulsão ou extração completa do corpo da mãe,
independentemente da duração da gravidez, de um produto de concepção que, depois da separação, respire ou
apresente quaisquer outros sinais de vida, tais como batimentos do coração, pulsações do cordão umbilical ou
movimentos efetivos dos músculos de contração voluntária, estando ou não cortado o cordão umbilical e
desprendida a placenta.

Óbito fetal é a morte do produto da gestação antes da expulsão ou de sua extração completa do corpo materno,
independentemente da duração da gravidez. Indica o óbito o fato de depois da separação, o feto não respirar nem
dar outro sinal de vida, como batimentos do coração, pulsações do cordão umbilical ou movimentos efetivos dos
músculos de contração voluntária.

Abortamento é a expulsão ou extração de um produto da concepção, sem sinais de vida, c om menos de 500 g
ramas e/ou estatura menor ou igual a 25c m ou menos de 22 s emanas de gestação.

98% das mortes ocorridas durante o período neonatal são causadas por doenças infecciosas como a sepsis e a
pneumonia e por complicações relacionadas à prematuridade, tais como a asfixia e injúrias. A mais importante
causa indireta de morte neonatal é o baixo peso ao nascer, cerca de 40% a 70% dos óbitos nesse período ocorrem
entre neonatos com peso inferior a 2.500g. Outras causas indiretas de morte perineonatal incluem a precária
condição da saúde e nutrição materna, malária e infecções maternas não tratadas. Nos países em que a taxa de
mortalidade neonatal é alta, as infecções graves, tétano e diarréia respondem por aproximadamente 50% dos
óbitos e em países com baixa taxa de mortes neonatais, a septicemia e a pneumonia são responsáveis por menos de
20% dos óbitos. Falhas na imunização contra o tétano entre gestantes respondem por quase 300.000 mortes por
tétano neonatal.

As intervenções para reduzir a morbimortalidade relacionada aos nascimentos pré- -termos podem ser
classificadas como primárias, direcionadas a toda a população de mulheres antes ou durante a gravidez para
A asfixia perinatal pode ser definida como uma falha da respiração normal ao nascimento. É considerada uma das
causas mais comuns de mortalidade perinatal, neonatal e infantil.
A septicemia, meningite e pneumonias são as infecções bacterianas graves que acometem com maior freqüência os
recém-nascidos.
A sífilis pode causar morte intra-uterina ou problemas neurológicos ao recém-nato. As infecções maternas por
gonococos ou clamídia dobram o risco de ruptura precoce das membranas resultando em trabalho de parto
prematuro. As infecções por gonococos em gestantes podem causar oftalmia gonocócica, cegueira e septicemia
neonatal. Agentes etiológicos sexualmente transmissíveis podem causar anomalias congênitas, conjuntivite
neonatal, pneumonia pós-natal e encefalite. A transmissão vertical do HIV ocorre em média em 25% das gestações.
Estima-se que 600.000 crianças são infectadas pelas mães durante o período perineonatal. A infecção materna pelo
HIV/aids também aumenta o risco de natimortos, aborto espontâneo, prematuridade e baixo peso ao nascer
O baixo peso ao nascer pode ser conseqüente a partos prematuros e/ou ao crescimento intra-uterino retardado. Os
recém- -nascidos de baixo peso estão mais propensos à asfixia, traumas, hipotermia, hipoglicemia infecções e
problemas respiratórios.
A hipotermia é freqüente em recém-nascidos de baixo peso, causando efeitos adversos sobre as funções corporais
essenciais, como o consumo de oxigênio e do equilíbrio ácido - básico. Normalmente a hipotermia não é
considerada causa de morte direta, porém estudos demonstraram comportar-se como fator de risco relevante na
morbidade dos neonatos.
Um intervalo interpartal reduzido entre as gestações constituiu-se em fator de risco independente para
prematuridade extrema (24-35 semanas gestacionais), prematuridade moderada (33-36 semanas gestacionais) e
para morte neonatal

PRÁTICAS NO TRABALHO DE PARTO E PARTO


Em 1996, a Organização Mundial da Saúde (OMS) desenvolveu uma classificação das práticas comuns na condução do
parto normal, orientando para o que deve e o que não deve ser feito no processo do parto. Esta classificação foi
baseada em evidências científicas concluídas através de pesquisas feitas no mundo todo.

CATEGORIA A - PRÁTICAS DEMONSTRADAMENTE ÚTEIS E QUE DEVEM SER ESTIMULADAS:


• Plano individual determinando onde e por quem o nascimento será realizado, feito em conjunto com a mulher
durante a gestação e comunicado a seu marido/companheiro
• Avaliação do risco gestacional durante o pré-natal, reavaliado a cada contato com o sistema de saúde
• Respeito à escolha da mãe sobre o local do parto
• Fornecimento de assistência obstétrica no nível mais periférico onde o parto for viável e seguro e onde a mulher se
sentir segura e confiante
• Respeito ao direito da mulher à privacidade no local do parto • Apoio empático pelos prestadores de serviço
durante o trabalho de parto e parto
• Respeito à escolha da mulher sobre seus acompanhantes durante o trabalho de parto e parto
• Fornecimento às mulheres sobre todas as informações e explicações que desejarem
• Oferta de líquidos por via oral durante o trabalho de parto e parto
• Monitoramento fetal por meio de ausculta intermitente
• Monitoramento cuidadoso do progresso do parto, por exemplo, por meio do uso do partograma da OMS;
• Monitoramento do bem-estar físico e emocional da mulher durante trabalho e parto e ao término do processo de
nascimento;
• Métodos não invasivos e não farmacológicos de alívio da dor, como massagem e técnicas de relaxamento, durante o
trabalho de parto
• Liberdade de posição e movimento durante o trabalho de parto
• Estímulo a posições não supinas durante o trabalho de parto
• Administração profilática de ocitocina no terceiro estágio do parto em mulheres com risco de hemorragia no pós-
parto, ou que correm perigo em consequência da perda de até uma pequena quantidade de sangue;
• Condições estéreis ao cortar o cordão
• Prevenção da hipotermia do bebê
• Contato cutâneo direto precoce entre mãe e filho e apoio ao início da amamentação na primeira hora após o parto,
segundo as diretrizes da OMS sobre Aleitamento Materno
• Exame rotineiro da placenta e membranas ovulares

CATEGORIA B - PRÁTICAS CLARAMENTE PREJUDICIAIS OU INEFICAZES E QUE DEVEM SER ELIMINADAS:


• Uso rotineiro de enema • Uso rotineiro de tricotomia
• Infusão intravenosa de rotina no trabalho de parto
• Cateterização venosa profilática de rotina
• Uso rotineiro de posição supina (decúbito dorsal) durante o trabalho de parto
• Exame retal
• Uso de pelvimetria por Raios-X
• Administração de ocitócitos em qualquer momento antes do parto de um modo que não permite controlar seus
efeitos
• Uso de rotina da posição de litotomia com ou sem estribos durante o trabalho de parto
• Esforço de puxo prolongado e dirigido (manobra de Valsalva) durante o segundo estágio do trabalho de parto
• Massagem e distensão do períneo durante o segundo estágio do trabalho de parto
• Uso de comprimidos orais de ergometrina no terceiro estágio do trabalho de parto, com o objetivo de evitar ou
controlar hemorragias

• Uso rotineiro de ergometrina parenteral no terceiro estágio do trabalho de parto


• Lavagem uterina rotineira após o parto

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