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Introdução a bioética
No ano de 1927 Fritz Jahr publicou um artigo científico em um periódico alemão onde foi
utilizado pela primeira vez o termo "bioética". Para ele este termo estava relacionado com o
reconhecimento de obrigações éticas, não apenas em relação ao ser humano, mas também para
com todos os seres vivos.
Quanto à sua criação na língua inglesa foi atribuído a André Hellergers, no ano de 1971, como
uma forma para estabelecer uma área de atuação, relacionado com a reprodução humana, foi
criado o Instituto Kennedy de Ética.
Atualmente tanto a América Latina e principalmente o Brasil têm apresentado uma grande
contribuição para a composição do pensamento bioético mundial, no qual foi observado um
grande número de publicações nessa área.
Bioética - bios: vida – ethos: ética = a bioética é definida como estudo transdisciplinar das
ciências biológicas, ciências da saúde, da ética e do direito tendo como principal finalidade
investigar todas as situações onde estão envolvidas a vida humana, anima e vegetal.
A bioética está envolvida especificamente com a abordagem dos conflitos morais e éticos na
saúde, o Relatório Belmont publicado no ano de 1978 foi editado por meio da Comissão
Nacional para Proteção de Pessoas Humanas na pesquisa biomédica e comportamental, sendo
conceituado como o primeiro a organizar a utilização sistemática de princípios.
Princípios da bioética
Beneficência
Não-maleficência
Este princípio é considerado como o mais controverso dos quatro princípios, tendo como
pressuposto que é dever de todo o profissional da saúde não fazer qualquer mal a outro
indivíduo, não causando danos ou colocando-o em risco. O fato de não se pensar em fazer o
mal, por si só, já é um ato de bondade para o outro. Você está convidado para refletir neste
momento uma vez que muitas das intervenções tanto diagnósticas como terapêuticas que estão
presentes na saúde, em muitos casos, acabam apresentando um certo risco.
A maior justificativa em todos estes casos está relacionada com os casos onde existe uma certa
expectativa quanto ao benefício esperado em função desta avaliação ou exame é maior que a
possibilidade de risco, justificando portanto a sua ação.
Autonomia
Neste princípio está envolvido o poder de decisão que o indivíduo tem com relação a si mesmo,
e que cada ser humano deve ter a sua liberdade resguardada e garantida.
Em função deste princípio o ser humano que é adulto e possui plena consciência, vai ter sempre
o direito de decidir do que pode ser realizado ou não no seu próprio corpo.
Existem duas condições que podem ser consideradas como fundamentais para que o indivíduo
possa exercer sua autonomia: ter sempre a capacidade de agir de forma intencional,
compreendendo e tendo as condições necessárias para decidir entre todas as alternativas
apresentadas, como também, a liberdade de decisão para todo e qualquer procedimento.
Este princípio na prática obriga que todo profissional da saúde deva apresentar para todos os
seus pacientes, as informações necessárias para que eles consigam entender todos os seus
problemas, garantindo que em função dessas informações, tenham condições para tomar as
suas decisões.
Justiça ou equidade
Neste princípio está envolvido a organização de todos os deveres e benefícios sociais de uma
forma coerente e apropriada para todos os indivíduos que fazem parte de uma determinada
sociedade, devendo ser garantindo para cada um o seu direito. É fundamental evidenciar que é
a equidade é diferente da igualdade. Igualdade é aplicado quando queremos nos referir a
situações iguais, idênticas ou equivalentes para todos os indivíduos e para todas as
situações. Equidade está diretamente ligada ao julgamento imparcial, com retidão e justiça.
A bioética ao ser aplicada para o setor público deve proteger a vida e a integridade de todos os
indivíduos, evitando portanto qualquer forma de discriminação, marginalização ou a segregação
social, o que significa que todos os indivíduos devem ter os mesmos direitos, porém infelizmente
no dia a dia das pessoas este princípio muitas vezes não é respeitado, sendo observado por
exemplo pacientes que ficam meses em uma fila de espera para serem atendidos em uma
consulta ou ainda para uma intervenção cirúrgica.
Está a cargo dos Conselhos Profissionais a fiscalização do exercício profissional, sendo destinado
às instituições de natureza jurídica e federativa, que possuem independência administrativa e
financeira, sustentadas pelas colaborações de cada profissional inscrito, com relação a
habilitação para o exercício profissional.
A partir da década de 1980 os conselhos estão mais relacionados nas diferentes lutas da
sociedade, com uma grande atuação na construção coletiva dos espaços democráticos de defesa
das políticas públicas, colaborando para a institucionalização de princípios democráticos da
Constituição Federal de 1988.
Os conselhos profissionais da saúde têm dado preferência para as suas ações que estão
envolvidas quanto a qualificação de profissionais e trabalhadores, procurando atingir melhores
condições de trabalho, democratização dos vínculos profissionais, atuação nos espaços de
controle social, universalização das políticas sociais, confirmação do direito ao atendimento
humanizado nos serviços públicos e incentivo à participação popular, em união com os diversos
segmentos da sociedade.
Qualquer sociedade só pode evoluir por meio de sua habilidade de rediscutir todas as suas
regras, valores e códigos de conduta de maneira plural e estruturada, permitindo as verificações
entre o presente e o passado com o objetivo de planejar o futuro.
A seguir será abordado a regulamentação por meio da lei e do decreto de todas as profissões da
área da saúde de nível superior, com os seus respectivos documentos.
No Brasil atualmente existem mais de vinte profissões da área da saúde que são regularizadas,
sendo algumas de formação de nível técnico, por exemplo, técnico em radiologia, enfermagem,
auxiliar de enfermagem, análises clínicas, prótese dentária, saúde bucal, auxiliar de saúde bucal
entre outras.
O Código de ética profissional é um documento que apresenta várias diretrizes tendo o objetivo
de auxiliar todos os indivíduos quanto às suas atitudes e condutas, aspectos morais aceitos
pela sociedade.
Cada uma das profissões da área da saúde tem o seu próprio código de ética com o objetivo de
auxiliar quanto a execução de cada uma das profissões.
A maior parte dos profissionais da área da saúde devem estar voltados para a promoção,
reabilitação da saúde, prevenção, recuperação e autonomia de acordo com todos os preceitos
éticos e legais existentes.
Os profissionais são componentes da equipe de saúde, e devem ter como objetivo a satisfação
quanto as demandas de saúde da sociedade e dos princípios das políticas públicas de saúde e
ambientais, que permitam a universalidade de acesso a todos os serviços de saúde.
Na Cidade de Nova Iorque, no dia 07 de abril de 1948, foi criada a Organização Mundial da
Saúde (OMS) que é subordinada a Organização das Nações Unidas (ONU), com sede em
Genebra na Suíça.
No ano de 1902 foi criado Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), que é uma organização
internacional especializada em saúde considerada como a agência internacional de saúde mais
antiga em todo o mundo.
O trabalho dessa agência é melhorar condições de saúde dos países que fazem parte das
Américas. A Organização Pan- Americana da Saúde faz parte da Organização das Nações Unidas
(ONU) e, existem atualmente escritórios em mais de 27 países e oito centros científicos.
No período de 1940 a 1950 vários cientistas estavam realizando pesquisas com infecções
humanas através de vírus e bactérias que eram obtidos nos locais de trabalho por meio da
exposição direta ou indireta de um agente infeccioso.
“Na década de 1940 nos Estados Unidos o governo americano começou um programa no Forte
Detrick, cujo objetivo era organizar para uma possível guerra biológica, eles estavam bastante
preocupados com a possibilidade da Alemanha Nazista utilizar foguetes como um veículo para
uma guerra biológica durante a Segunda Guerra Mundial. (HIRATA, et al, 2012)”
Por este motivo, foi construído no Forte Detrick o primeiro local para o estabelecimento de um
espaço de segurança destinado ao trabalho com os agentes biológicos.
A biossegurança é definida como a execução de várias ações que estão voltadas para a
prevenção e proteção dos indivíduos, devido aos riscos gerados em função dos agentes químicos
e físicos, redução dos riscos envolvidos com as atividades de pesquisa, ensino, desenvolvimento
tecnológico e realização dos serviços, tendo em vista a saúde do homem, dos animais e a
preservação do meio ambiente, e a qualidade dos resultados.
“Uma das principais funções da biossegurança é a geração de um ambiente biológico seguro, para
os indivíduos e os profissionais que estão envolvidos com uma determinada situação.”
“No dia 05 de janeiro de 1995 foi promulgada a Lei n° 8.974, denominada como a Lei Brasileira da
Biossegurança, a qual constitui as especificações para o trabalho com DNA no Brasil, na qual
incluída a pesquisa, produção e comercialização de organismos geneticamente modificados (OGMs),
como objetivo de cuidar da saúde do homem, dos animais e do meio ambiente .”
Por meio da aprovação da Lei Nº 11.105 de 25 de março de 2005 foi revogada a Lei Nº 8.974, de
5 de janeiro de 1995. Por meio desta lei foi criada a Comissão Técnica Nacional de
Biossegurança (CNTBio), cujo mandato do presidente é de dois anos, podendo ser renovado por
igual período, sendo designado pelo Ministro da Ciência e Tecnologia.
A finalidade foi garantir uma assistência técnico consultivo e o assessoramento para o Governo
Federal com a proposta de desenvolver a formulação, atualização e implementação da Política
Nacional de Biossegurança associado com os organismos geneticamente modificados (OGMS).
Químicos - Poeira, fumo, neblinas, névoas, gases e vapores, explosivos inflamáveis, corrosivos,
irritantes, tóxicos e cancerígenos. cor: vermelho.
Biossegurança em laboratórios
Todas as circunstâncias onde existe um risco pode ocorrer acidentes, em alguns dos casos eles
não são reversíveis, ocasionando afastamento temporário, definitivo ou até mesmo à morte do
colaborador.
“Existe uma série de processos que devem ser empregados nos laboratórios, tendo como
principal finalidade a diminuição da exposição de todos os indivíduos a esses riscos, por meio da:
limpeza de materiais e dos locais de trabalho; manipulação correta de todos os equipamentos;
manipulação correta das substâncias químicas; manipulação correta dos materiais biológicos e
radioativos; utilização adequada de todos os aparelhos de proteção coletiva e individual.”
Na tabela a seguir você verá algumas orientações que são fundamentais para o planejamento e
a organização de todas as atividades realizadas dentro de um laboratório.
ATIVIDADE ORIENTAÇÕES
Manuseio de equipamentos e instrumentos Verificar a disponibilidade e o funcionamento do
equipamento, agendar data e horário do uso dos
equipamentos, deixar disponível o protocolo de uso e
limpeza dos equipamentos, deixar disponível o manual
do equipamento e o nome do responsável para
solucionar dúvidas quanto ao funcionamento e nas
situações de emergência.
Manuseio de vidraria e outros materiais Verificar o estado de limpeza, presença de trincas ou
rachaduras, resistência térmica, resistência química e a
compatibilidade com solventes e outros reagentes.
Observar a necessidade de tratamento prévio
(esterilização, descontaminação química ou biológica).
Preparo de reagentes e soluções Preparar antecipadamente as quantidades necessárias,
observando as condições de armazenamento,
estabilidade e o prazo de validade. Observar se o
reagente/solução deve ser preparado apenas no
momento do uso. Seguir os procedimentos adequados
do manuseio e armazenamento dos produtos químicos,
observando a compatibilidade entre os mesmos.
Condições de segurança do local Observar a necessidade de utilização dos equipamentos
de proteção coletiva (capela de segurança química e
cabine de segurança biológica) como, também, os
equipamentos de proteção individual (óculos de
segurança, máscaras, aventais, luvas, entre outros).
Sinalização das áreas de trabalho Devem ser observados os sinais universais de indicação
de risco (químico, biológico e físico), todas as
atividades de alto risco só podem ser realizadas em área
restrita e bem sinalizada. A sinalização dos materiais
de combate ao incêndio (extintores e hidrantes), saídas
de emergência e rotas de fuga para situações de
emergência devem estar indicadas.
É imprescindível que todo colaborador saiba quais são as condições mínimas para um programa
de segurança, entre eles estão:
Essa avaliação dos riscos ambientais pode ser desenvolvida por meio da produção de um mapa
de risco ambiental, que permite fazer um diagnóstico da condição de segurança e saúde
ocupacional no laboratório.
A confecção do mapa de risco ambiental deve ser executada por meio dos membros
da comissão interna de prevenção de acidentes (CIPA) estando fundamentada por meio
da Norma Regulamentadora n° 5 (NR 5).
Mapa de riscos
O mapa de riscos deve ser elaborado através da utilização da planta baixa do local, todos os
riscos (químicos, físicos, acidentais, biológicos e ergonômicos) precisam ser representados por
meio de cores e círculos padronizados.
Além das cores usadas para definir os riscos no mapa, existem outras que são empregadas com
o intuito de promover uma melhor seguridade no local.
COR UTILIZAÇÃO
Ao elaborar o mapa de riscos é necessário que exista um suporte por parte do Serviço
Especializado de Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT) de acordo com
a Norma Regulamentadora n° 4 (NR 4).
1ª ETAPA
2ª ETAPA
Devem ser avaliados todos os riscos presentes de acordo com a tabela 3, e também
analisados os efeitos e os danos à saúde.
3ª ETAPA
Devem ser definidas quais serão as medidas preventivas de proteção coletiva e individual e a
estruturação das atividades no laboratório.
4ª ETAPA
É essencial que sejam levantados quais são os indicadores de saúde, por meio das informações
registradas, como: acidentes de trabalho mais comuns, doenças ocupacionais identificadas,
faltas e/ou ausência ao trabalho.
5ª ETAPA
6ª ETAPA
Nesta etapa deve ser preparado o relatório o qual deve conter todos os riscos presentes, junto
com o mapa de riscos, posteriormente a aprovação pela CIPA.
RESUMO: E então, gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudo? Agora, só para
termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos
resumir tudo o que foi abordado.