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Comportamentos antiéticos
No Brasil, um dos principais exemplos referente a deturpação dos conceitos éticos, é a famosa
expressão conhecida como “Lei de Gerson” que foi introduzida na sociedade em meados dos
anos 70, sendo considerada como o reflexo de uma sociedade que acaba buscando sempre a
esperteza, querendo sempre levar vantagens em cima dos outros indivíduos. Tal expressão
foi lançada no ano de 1976, por meio de uma propaganda de cigarros, em que o jogador da
seleção brasileira Gerson era o protagonista da história. Essa propaganda foi veiculada a nível
nacional e acabou gerando um grande problema, pois tinha uma mensagem subliminar quanto a
obter vantagens indiscriminadas, não se importando, portanto, com as questões éticas ou morais.
Esta expressão é ainda utilizada até os dias atuais no meio de conversas onde os indivíduos
estão se referindo a várias situações onde existe uma vantagem que está relacionada com
alguma forma de corrupção.
“Ainda nos dias atuais existem sociedades que vivem sobre o poder absoluto, onde estão em
vigor os chamados princípios e deveres absolutos, e devido a essa situação muitos indivíduos,
acabam fugindo em massa destes locais, por não concordarem com esta forma de governar onde
não existe ética em suas ações, esta situação é observada em todo mundo devido ao grande
aumento do número de refugiados.
Objetivos da ética
Um dos principais objetivos da ética é a busca das justificativas para as regras que são propostas
tanto pela moral como pelo direito. A moral e o direito são considerados como diferentes da
ética, uma vez que os dois acabam estabelecendo regras.
A moral é uma palavra de origem grega “mos” ou “mores” e tem como significado costumes,
conduta de vida, estando relacionada, portanto, com as regras de conduta do homem no dia a
dia. É considerada como um conjunto de princípios, valores e normas que são aprendidas
mediante seus círculos de convivência.
Para alguns pesquisadores a moral corresponde mais a um apelo popular, já a ética tem um
apelo mais acadêmico, ou seja, a moral está mais relacionada a um sentido mais prático do
comportamento enquanto a ética está voltada mais para a teoria.
Portanto, a ética pode ser definida como a propriedade do caráter, um mecanismo de regulação
das relações sociais do homem, considerada como o estudo geral do que é bom ou mal.
Ética – quando aplicada a forma como os seres vivos devem ser tratados é chamado de bioética
– aplicado a seres humanos, animais e meio ambiente.
Ética – conceito filosófico não ligado a preceitos religiosos, que visa a melhor convivência
social – muito confundido com moral.
Moral – conjunto de regras, costumes e formas de pensar de um grupo que sofre alteração de
acordo com local e tempo.
Ética na Grécia
Pesquisas indicam que a ética nasceu na Grécia, porém existem registros que confirmam que
alguns dos seus preceitos já eram praticados desde o início da humanidade, que eram
combinados aos conceitos religiosos na busca de imporem novas regras de comportamento que
possibilitassem o convívio entre os indivíduos que viviam em um determinado local.
Na época em que viveram os filósofos gregos Sócrates, Platão e Aristóteles, as preocupações
eram outras, onde o que era considerado como bom representava apenas a preservação da ordem
natural.
Sócrates acreditava que o verdadeiro conhecimento estava centrado na alma humana. Para ele a
verdadeira felicidade só seria possível de ser atingida por meio de uma conduta correta, ou
seja, por meio da prática do bem em benefício de todos os indivíduos. Portanto, esta
preocupação ética estava relacionada com a coletividade.
Para Platão a ética era um componente indissolúvel da política, tendo como principal função
a igualdade entre todos os indivíduos, impossibilitando, portanto, a concentração nas mãos de
um grupo ou de apenas um único indivíduo.
Para Aristóteles a ética era considerada como o caminho para que a desigualdade fosse
eliminada. Ele foi um grande defensor da democracia associada à liberdade, mas com o dever
de dividir o poder sempre de forma igualitária.
Ética Contemporânea
A ética contemporânea foi definida pela separação do conhecimento com a religião, voltando a
centralização na razão, proporcionando então a autonomia humana.
Na Revolução Francesa foi trabalhado o ideal de liberdade, igualdade e fraternidade;
apontada quanto a tolerância com as diferenças e o estabelecimento de um pacto social. Esse
período foi um marco pela discussão com o foco nos direitos humanos, por meio
da “Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão” em 1789.
Para vários pensadores dessa época a ética passou a ser o centro para a fundamentação de todas
as ações humanas; constituindo então o elemento que viabilizaria a convivência entre todas as
pessoas.
O Código de Nuremberg não foi reconhecido logo após a sua criação pelas leis americanas e
alemãs, só nos anos de 1960 a 1970, por meio da Declaração de Helsinque, em 1964 durante a
18ª Assembleia Médica Mundial, realizada na Finlândia foi que ela foi reconhecida. No ano de
1978, o governo norte-americano, elaborou um documento no qual constavam os princípios e
diretrizes éticas para a proteção de pacientes humanos, tal material ficou conhecido
como relatório de Belmont.
Todas as pesquisas que envolvem a utilização dos seres humanos possuem riscos em
graus variados, podendo ser imediatos ou tardios. As pesquisas que podem
comprometer o indivíduo ou ainda a coletividade, como também a tipificação dos
riscos, devem ser definidos através de um norma própria pelo Conselho Nacional de
Saúde.
A utilização dos animais em pesquisa experimental deve estar relacionada com os aspectos
técnicos, éticos e políticos. Quanto ao ponto de vista técnico é necessário que seja realizada a
adequação dos modelos animais com relação às metodologias utilizadas em pesquisa, como
também quais são os seus benefícios em virtude da utilização dos modelos animais específicos
em relação ao estudo de algumas doenças humanas.
Utilização dos animais em pesquisa experimental
A utilização dos animais em pesquisa experimental deve estar relacionada com os aspectos
técnicos, éticos e políticos. Quanto ao ponto de vista técnico é necessário que seja realizada a
adequação dos modelos animais com relação às metodologias utilizadas em pesquisa, como
também quais são os seus benefícios em virtude da utilização dos modelos animais específicos
em relação ao estudo de algumas doenças humanas.
Utilização dos animais em pesquisa experimental
Quanto ao aspecto ético, a relação entre os homens e os animais podem ser consideradas sobre
a questão de moralidade, enquanto com relação à visão política ou jurídica, essa interação é
vista de acordo com a regulamentação de leis que dizem respeito também à experimentação
animal.
É importante ressaltar que praticamente todos os grandes avanços alcançados quanto ao
conhecimento da biologia dos mamíferos foram atingidos por meio dos experimentos com os
animais, portanto é fundamental ressaltar a grande relevância de todas estas pesquisas, mas é
claro que vários critérios devem sempre ser obedecidos.
“Existem opiniões favoráveis e contrárias com relação à utilização dos animais para a
pesquisa de doenças humanas, porém pode-se afirmar que os grandes avanços alcançados
na fisiologia e na fisiopatologia foram possíveis em função da utilização da experimentação
animal, sendo que sem elas muitas inovações que foram inseridas junto aos cuidados em saúde
humana não teriam acontecido.” (REZENDE, et al, 2008)
Todas essas pesquisas com animais precisam levar em consideração durante o seu planejamento
os cuidados para evitar, por exemplo, estresse, dor e sofrimento desnecessário a todos os
animais.
Para a escolha do delineamento experimental deve ser selecionado os trabalhos com
um número menor de animais, que estejam com um menor grau de
sensibilidade neurofisiológica, ou melhor, que provoquem menores dores, sofrimento,
estresse e prejuízos duradouros.
Debates éticos
Os cientistas que estão envolvidos nas pesquisas com animais afirmam que os animais possuem
sim a consciência e a memória e, portanto, são capazes de sofrer, sentir dor, ter medo e
muitas vezes lutarem fortemente pela vida.
Oficialmente desde o ano de 1876 iniciarem-se os primeiros debates com relação às pesquisas
com animais, na qual foi constituída uma sociedade anti-vivissecção em Londres nessa época.
De acordo com vários pesquisadores ainda existe a necessidade de um maior esclarecimento
quanto à utilização dos animais em pesquisas, visto que muitas vezes os indivíduos em geral
desconhecem que a maioria dessas pesquisas são conduzidas por meio de padrões éticos e de
bem-estar animal.
Sendo necessário, portanto cada vez mais um maior esclarecimento quanto a utilização
de códigos éticos estabelecidos quanto à escolha do método a ser utilizado, como também
quanto à evolução dos resultados obtidos, pois, os mesmos são fundamentais para
trazerem grandes avanços quanto ao conhecimento e tratamento de várias doenças como a
Diabetes mellitus tipo 2 e a doença de Chagas.
Aspectos positivos e negativos da pesquisa com animais
As pesquisas com animais acabam assumindo dois aspectos sendo eles:
Positivos: estão relacionados com a dedicação quanto à prevenção ou alivio do sofrimento de
todos os seres humanos por meio dos resultados encontrados nas pesquisas com os animais.
Negativos: a exposição dos animais nas pesquisas acarretando muitas vezes dor, sofrimento,
invalidez e morte.
A utilização dos animais em pesquisa está sendo debatida entre os vários cientistas que estão
realizando experimentos com animais de um lado, e do outro os grupos de ativistas de proteção
aos direitos dos animais.
“A grande questão em debate nesse caso é conseguir proteger os animais evitando a sua
utilização em experimentos desnecessários, como também procurar aliviar os sofrimentos dos
mesmos sem comprometer os dados da pesquisa.
Reduction;
Replacement;
Refinement.
Estes três “R” ao serem traduzidos para o português significam: redução, substituição e
refinamento.
“Devido a todo esse embasamento quanto aos fundamentos científicos que são aceitáveis,
pode- se dizer que objetivo da legislação relacionada com as pesquisas com animais em vários
países do mundo como nos Estados Unidos, a União Europeia, Brasil e outros países é diminuir
todos os aspectos éticos que possam ser considerados como negativos com relação a utilização
de pesquisas com animais.
Lei Arouca
A Lei nº 11.794, foi promulgada no dia 8 de outubro de 2008, mais conhecida como Lei
Arouca, esta lei recebeu este nome em homenagem a Sérgio Arouca que foi um importante
médico e deputado federal, que ocupou vários cargos junto às comissões de saúde, ciência e
tecnologia.
Foi também um dos principais responsáveis pela criação da reforma sanitária e um grande
defensor do acesso universal à saúde em todo o país.
Essa lei se tornou um importante marco histórico, uma vez que estabeleceu todos os
procedimentos necessários para a utilização científica de animais em
pesquisas, implementando todas as definições e regras para a utilização de animais em
laboratório.
Por meio dessa lei foi criada, portanto, uma política nacional para a utilização dos animais em
pesquisa e, isso contribuiu para o desenvolvimento do país e da ciência, fazendo com que toda a
comunidade científica fosse mobilizada quanto a importância dos aspectos éticos relacionados
com a utilização dos animais em pesquisas.
Os pontos principais dessa lei são:
Ética ambiental
Existem alterações constantes com relação aos valores da sociedade, em decorrência da cobiça
dos indivíduos, colocando os homens como os grandes predadores da natureza não
respeitando alguns valores éticos existentes.
É fundamental que seja atingido uma visão ética em relação ao ambiente para que essa situação
possa ser revertida o mais rápido possível.
Crescimento econômico e a ética ambiental
O crescimento econômico decorrente do progresso científico ocorre em função do grande
desenvolvimento tecnológico que acabou ocasionando um enorme diferencial na era moderna.
Quando se trata da ética ambiental, somado ao modelo da economia industrial, esses fatores
tendem a aumentar mais ainda a deterioração do equilíbrio ecológico, levando a altos prejuízos
para a vida em todo o planeta.
Mudanças durante o século XIX
O aumento da industrialização (ocorrido durante todo o século XIX), aliado ao crescimento
desenfreado da população humana, como também a expansão econômica (principalmente
devido ao regime capitalista), foram fatores que contribuíram bastante para o aumento do
consumo, o que foi acentuando para a população em todo o mundo.
“A partir dos anos 70 a preocupação com relação ao meio ambiente mais sadio começou a
fazer parte de uma discussão em todo o mundo, principalmente com relação ao equilíbrio dos
ecossistemas naturais que são fundamentais para a preservação da vida na terra.
Espera-se que por meio da ética possa existir uma visão voltada para a vida, e que exista
uma preocupação global que considere substituir o antropocentrismo pelo chamado
“biocentrismo”, uma vez que o antropocentrismo valoriza demais o homem e o coloca no
centro de tudo, esquecendo todos os demais seres que coexistem na natureza.
Visão holística
Para uma visão holística é necessário que seja abandonando, portanto, o antropocentrismo,
uma vez que a visão atual além decolocar o homem como centro de tudo, enfatiza que a
natureza está “apenas para servir o homem”.
Por meio dessa nova visão global o homem passa a ser um integrante da natureza como todos
os outros, ou seja, o ser humano passa a ser um integrante nesse contexto global, fazendo parte
da natureza.
Os seres humanos, como todos os outros seres vivos, dependem das suas relações para
sobreviverem. Portanto, todos os seres vivos podem ser considerados como “centros da vida”,
visto que o ser humano não é superior a nenhum dos outros seres vivos, que esses dependem
dos animais, que por sua vez vão depender das plantas, que dependem da água, ou seja, fazem
parte de uma cadeia que está inter-relacionada para garantir a vida de todos.
Essa nova visão da realidade deve ser baseada em uma profunda consciência quanto a inter-
relação e interdependência de todos os fenômenos físicos, biológicos,
psicológicos, sociais e culturais.
Entretanto, pode-se afirmar que ainda não existe uma estrutura estabelecida. Dessa forma, as
suas linhas mestras estão começando a serem formuladas por meio de vários indivíduos,
comunidade e organizações que buscam novas formas de pensamentos em função desses novos
princípios.
“É fundamental que cada ser humano, seja um guardião que busca cuidar da natureza, de
forma a criar uma convivência em harmonia, que busca apenas utilizar para a sua necessidade
mínima e é claro buscando sempre repor o que foi utilizado.
(BRAUNER & DURANTE, 2012)”
O planeta deve ser considerado como um grande sistema que está dividido em três
subsistemas que são o atmosférico, o continental e o aquático, sendo que para a manutenção
da vida é necessário a interação dos três subsistemas.
E então, gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudo? Agora, só para termos certeza
de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que foi
abordado. Estudamos inicialmente a ética por meio de uma introdução sobre esse importante
assunto e em seguida os principais acontecimentos históricos. Ao longo deste tema foram vistos
os comportamentos antiéticos, objetivos da ética, filósofos gregos e o início da ciência moderna
através dos estudos de Galileu Galilei, Francis Bacon e Max Weber. Em seguida, foi
abordada a ética na pesquisa com seres humanos por meio do estudo das atrocidades da segunda
guerra mundial, Código de Nuremberg, diretrizes internacionais para a pesquisa
biomédica, Resolução do Conselho Nacional de Saúde 196/96 através da abordagem dos
aspectos éticos, termo de consentimento e riscos e benefícios. Posteriormente, foi estudada a
ética na pesquisa com animais experimentais e levantado questionamentos sobre a utilização
dos animais em pesquisa experimental, debates éticos, aspectos positivos e negativos da
pesquisa com animais e as contribuições significativas quanto aos aspectos éticos. E por último
foi abordado a ética ambiental, que relacionado aos estudos do crescimento econômico,
evidenciou o surgimento de graves problemas ambientais, bem como foi abordado a prática da
ética, visão holística e a Constituição Federal de 1988.