Você está na página 1de 6

Centro de Ensino Ester Flora de Araújo.

Urbano Santos, __/__/2024.


Aluno(a):______________1ª Série Turma:___ Turno:_______
Professor: Patrícia Veras Componente Curricular: Sociologia

CONTEÚDO DE SOCIOLOGIA;

O QUE É SOCIOLOGIA?

A Sociologia é a ciência que estuda a sociedade e os fenômenos que nela ocorrem, sejam
eles culturais, econômicos, religiosos.
Ela se ocupa basicamente de cinco elementos: a estrutura social, os grupos sociais, a
família, as classes sociais e os papéis que o indivíduo ocupa em sociedade.
O que a Sociologia estuda e seu objeto de estudo
A sociologia busca explicar os vários fatores que diferenciam o comportamento humano ou,
pelo contrário, porque grupos sociais diversos tendem a comportar-se de maneira
semelhante.
Para o estudo sociológico, se considera o grupo social, as interações entre os indivíduos e os
meios usados para a comunicação destes no grupo.
Assim, o objeto de estudo do sociólogo pode ser as diferentes organizações humanas
como igrejas, empresas, escolas, hospitais, times esportivos, etc. Ou seja, todas as
instituições sociais.
Igualmente, analisa grupos culturais, a forma e o impacto da gestão governamental em um
determinado grupo.
Assim, a Sociologia parte de um determinado conceito de sociedade para investigar sua
estrutura social e as relações sociais neste meio.
Como surgiu a sociologia?
A sociologia como disciplina separada das demais ciências humanas surgirá com o francês
Auguste Comte (1798 - 1857) que cunhou o termo.
Ele foi o autor do primeiro estudo sistemático sobre sociologia e para ele, esta ciência é a
culminação do método científico.
Os estudos relativos à sociedade ganharam força após o fim da Revolução Francesa e o
advento da sociedade dominada pelo modo de produção industrial.
Por isso, mais que buscar a resposta na teologia ou na política, vários pensadores
preferiram entender as mudanças econômicas a partir dos grupos sociais.
Comte defendia o racionalismo diante de tudo, mas quis transformar as matérias científicas
numa nova religião, o Positivismo.
No entanto, outros pensadores já tinham analisado as relações humanas de um ponto de
vista do grupo como Saint-Simon (1760-1825) e Alexis de Tocqueville (1805-1859).
Além disso, Karl Marx (1818-1883) fará uma contribuição primordial com a teoria das
classes sociais.
Pioneiros da Sociologia como ciência foram Émile Durkheim (1858 - 1917), Vilfredo Pareto
(1848-1923), Max Weber (1864-1920) e Marcel Mauss (1872-1950).
Émile Durkheim, Max Weber e Karl Marx
Áreas da Sociologia
Sociologia da Educação
Estuda a relação de aprendizagem e sociedade, o impacto da escola em diferentes âmbitos
sociais, as relações de poder dentro da escola enquanto instituição e o papel do professor.
Explora o tema do professor como agente educativo, mas também a estrutura de uma sala
de aula e da comunicação aluno-professor.
Sociologia Jurídica
A Sociologia do Jurídica ou Sociologia do Direito tem como fim entender o conjunto de leis
jurídicas que regem uma sociedade a partir da ação social de partidos políticos, grupos de
pressão, elites econômicas, etc.
Entre seus campos de pesquisa estão a diferença entre a lei e sua aplicação à sociedade onde
ela se circunscreve.
Desta forma, o Direito pode ser questionado se é justo, se protege determinado grupo social
e prejudica outro, se contém elementos que favorecem a inserção de extratos desprotegidos,
etc.
Sociologia do Trabalho
A Sociologia do Trabalho analisa as relações do ser humano e a natureza, seja por meio de
atividades físicas, seja por intelectuais.
Falar de trabalho significa estudar as mudanças provocadas pelo homem na natureza, pois
dela é que retira materiais para transformá-la. Com sua criatividade, o homem usará sua
inteligência para sobreviver na natureza.
Como em tudo na Sociologia, o conceito não é estanque e também a ideia de trabalho
mudará de acordo com o momento histórico.
Por exemplo: nas sociedades escravistas há uma clara divisão em quem realiza o trabalho
pesado e quem faz o trabalho mais leve.
Alguns intelectuais foram fundamentais para pensar as relações de trabalho como Adam
Smith (1723-1790), Karl Marx, Frederick Taylor (1856-1915) e Henry Ford (1863-1947).
Sociologia no Brasil
A criação da Sociologia no Brasil ocorreu de maneira paralela ao seu desenvolvimento na
Europa, mas com as especificidades que marcam os países subdesenvolvidos.
Se na Europa se avaliava a constituição de uma sociedade capitalista, após uma sociedade
medieval, no Brasil, o primeiro objeto de estudo não poderiam deixar de ser a própria
formação da nação.
Como definir o brasileiro? Que papel caberia ao Brasil no "concerto das nações"?
A questão vai ocupar todos os pensadores brasileiros como Manoel Bonfim (1868-1932),
Eduardo Prado (1860-1901), Gilberto Freyre (1900-1987), Sérgio Buarque de Holanda
(1902-1982).

Conhecimento científico e senso comum.

Conhecimento científico e senso comum podem ser definidos como duas formas
distintas com as quais o ser humano se relaciona com a verdade. Nesse sentido, ambos
podem ser considerados como parte da disciplina que em filosofia é conhecida
como epistemologia, quer dizer, o estudo de como é possível se obter o conhecimento da
verdade. São duas formas de conhecimento bastante distintas, tendo em vista que,
enquanto o conhecimento científico apoia-se na experimentação dos fenômenos para a
verificação da verdade, o senso comum toma frequentemente como base as crenças e os
hábitos de um determinado povo ou de uma determinada sociedade.

Conhecimento científico

O conhecimento científico está diretamente associado com o método científico, que diz
respeito às formas como o conhecimento verdadeiro pode ser obtido e que é uma das partes
centrais da filosofia da ciência. Por ser diretamente preocupado com a verificação da
verdade, quer dizer, com a comprovação de que uma hipótese ou crença a respeito de
alguma coisa é verdadeira, o conhecimento científico se desenvolve a partir de uma série de
perguntas, como as que se seguem: 1) como são formuladas as hipóteses científicas e como
é possível alcançar uma verdade científica? 2) Como um conhecimento pode ser aceito
como sendo conhecimento científico? 3) Como se dá o desenvolvimento da ciência? Todas
essas perguntas dizem respeito a diferentes campos do pensamento científico. A primeira
diz respeito à natureza do modo de raciocinar das ciências, a segunda, diz respeito à
possibilidade de verificação de uma verdade científica. A terceira, por fim, diz respeito a
qual é o melhor método para que a ciência possa alcançar a verdade. Tanto essas perguntas
quanto a discussão a respeito delas têm como objetivo principal o conhecimento verdadeiro
do mundo, o que inclui tanto a natureza como um todo como o do ser humano em tudo o
que lhe diz respeito. Os métodos científicos são propostos para que se alcance tal
conhecimento de maneira racional, objetiva, analítica e explicativa, dentre outras.

Senso comum

Já o senso comum, por outro lado, diz respeito às crenças naturais e ordinárias produzidas
por uma determinada cultura e transmitidas pela tradição referente tais culturas, e que são
tomadas como plenamente verdadeiras. É bastante comum encontrar o senso comum
sendo referido de maneira pejorativa, dizendo-se que é fundamentado em crendices e que,
portanto, possui pouco valor. Isto acontece, em grande medida, devido à forma como o
conhecimento científico é valorizado na cultura ocidental em geral e porque a filosofia
racionalista frequentemente critica e rejeita o senso comum. Contudo, alguns filósofos da
tradição filosófica escocesa, associados ao que ficou conhecido como Escola escocesa do
senso comum, afirmam que as crenças existentes no senso comum oferecem suficientes
justificativas para que se rejeite o ceticismo ou as doutrinas chamadas revisionistas.

Em sua origem, o termo senso comum remonta a Aristóteles, que utilizou este termo para
se referir à capacidade geral de sentir, tanto no sentido de consciência das sensações quanto
no de perceber as determinações sensíveis comuns aos diversos sentidos, como a visão, o
movimento, etc. Na idade média, o termo foi aplicado com o significado de costume, gosto,
modo comum de viver ou falar. Pode-se perceber, portanto, que as formas moderna e
contemporânea de se compreender o senso comum ainda guardam algumas características
dessa origem.

Conhecimento científico e senso comum, apesar de suas perceptíveis diferenças, não


precisam necessariamente ser postos em lugares distintos, onde não podem ter nenhuma
relação, pois muitas crenças populares podem ser comprovadas cientificamente e, também,
servir de estímulo para a busca da comprovação de sua verdade.
Sociologia como ciência.

Sociologia é uma ciência situada dentro do conjunto das ciências humanas. O objetivo da
sociologia é estudar, entender e classificar as formações sociais, as comunidades e os
agrupamentos humanos, para que outras ciências e técnicas possam apresentar propostas
de intervenção social que resultem em melhorias na sociedade. Nesse sentido, educadores,
médicos, psicólogos, engenheiros, arquitetos, urbanistas, juristas, advogados, publicitários,
jornalistas, economistas, enfim, quase todos os profissionais e pesquisadores de quase
todas as áreas necessitam das teorias apresentadas pela sociologia.

A partir do século XV, a sociedade europeia vê-se em um turbilhão de mudanças


significativas. Em primeiro lugar, temos o surgimento do capitalismo em sua forma
mercantilista — quando os Estados recém-formados e unificados começam a traçar acordos
comerciais e estabelecer novas rotas para compra e venda de produtos. Ademais, temos
uma classe social que havia surgido no fim da Idade Média e começava a fortalecer-se,
sobretudo em alguns lugares da Europa, como França e Itália, devido à participação no
comércio mercantilista: essa classe é a burguesia.
O fortalecimento da burguesia levou ao maior investimento na navegação e na descoberta
de novas rotas comerciais pelos oceanos. Todo esse processo culminou na chegada e
colonização dos povos europeus (em especial portugueses, espanhóis e, mais tarde,
ingleses) em terras do continente americano, que até então eram desconhecidas pelos povos
da Europa, da Ásia, da Índia e da África. O contato do homem branco com os nativos da
América despertou nos europeus, detentores de uma maior tecnologia para a época em
alguns aspectos, a ideia de que eram superiores culturalmente. Ao mesmo tempo, o europeu
tinha curiosidade pela cultura e pelo modo de vida dos povos americanos, o que levou os
primeiros exploradores das terras americanas a tentarem entender e classificar a cultura
nativa.
Isso resultou em um contato extremamente etnocentrista, pois o europeu via o nativo
como inferior. Não obstante, esse contato também serviu como base para os primeiros
sinais de um conhecimento que mais tarde fará parte do amplo conjunto de estudos, que,
junto à sociologia, faz parte das ciências sociais: a antropologia.
Mais tarde, a Europa viveu outras revoluções, dessa vez mais rápidas e intensas: a
Revolução Francesa e a Revolução Industrial. Na Inglaterra começam a surgir as
primeiras indústrias, empreendidas por uma parte da burguesia que havia enriquecido
muito com o comércio e com o empréstimo de dinheiro. No início do século XIX, o modo de
produção industrial tomava conta de grandes centros urbanos europeus, como Londres e
Paris.
Por conta disso, houve intenso êxodo rural nesses locais, o que ocasionou uma explosão
demográfica, seguida por vários problemas sociais decorridos da falta de emprego para
todos: fome, miséria, violência, condições precárias de saneamento e, consequentemente,
alastramento de epidemias. A vida nos centros urbanos para a população mais pobre era
caótica. Mesmo para aqueles que conseguiam trabalhar nas indústrias, a vida era difícil,
devido à desumana exploração de sua mão de obra por parte da burguesia, o que resultou
em exaustivas jornadas de trabalho e baixa remuneração.
No final do século XVIII, a Revolução Francesa causou um longo período de instabilidade
política para os franceses, que, após o fim do Antigo Regime (a monarquia), viram-se diante
de um vazio político que resultou em diversas experiências políticas, muitas das quais
fracassaram. O cenário era de instabilidade política e econômica, fome, violência e
desordem social.
Diante disso, o filósofo francês Augusto Comte idealizou um projeto de melhoria e
progresso social com base em um movimento que ficou conhecido como positivismo. O
positivismo tinha como objetivo trazer o progresso à sociedade por meio do avanço
científico, tecnológico, da ordem social e da disciplina individual.
Auguste Comte foi o criador do positivismo.
Para concretizar o seu projeto, Comte aceitou como necessária a criação de uma nova
ciência que, tal como as ciências naturais, estudasse e classificasse a sociedade, a fim de
entendê-la e modificá-la. No início, essa ciência foi batizada por Comte de física social. Mais
tarde, ela seria nomeada pelo mesmo pensador como sociologia, que significa: ciência da
sociedade. Assim, Comte ficou conhecido como o “pai” da sociologia.
Apesar de propor a criação da ciência da sociedade, o trabalho de Comte, assentado no
positivismo, não foi capaz de estabelecer um método preciso e único para o correto
funcionamento da sociologia, pois não avançou muito além da especulação e da
problematização filosófica. Diante disso, o escritor, professor, psicólogo e filósofo francês
Émile Durkheim, ao resgatar e criticar o positivismo de Comte, estabelece o primeiro
método de análise sociológica, baseado no que o pensador chamou de reconhecimento dos
fatos sociais.
Esse feito foi considerado o estabelecimento da sociologia como ciência bem estruturada, o
que tornou Durkheim o primeiro sociólogo de fato. Esse, que era professor universitário,
também introduziu a sociologia como disciplina no Ensino Superior, nos cursos de Direito,
Psicologia e Pedagogia.
Além de Durkheim, Karl Marx e Max Weber apresentaram métodos significativos para os
estudos sociológicos, o que colocou esses três pensadores como a tríade da sociologia
clássica. Para Marx, a sociologia deveria basear-se na produção material da sociedade, vista
pelo pensador como uma histórica luta de classes entre exploradores e explorados, o que
deu origem ao método materialista histórico dialético. Para Weber, a sociedade era
composta pelo conjunto de ações humanas individuais, que deveriam pautar-se por
modelos ideais para que fossem analisadas e comparadas.
O trabalho de Max Weber influenciou as áreas da sociologia, filosofia, ciência política,
administração e do direito.
Por meio dos três primeiros métodos clássicos, a sociologia desenvolveu-se e incorporou a
si o estudo de outras ciências que, juntas, compõem o conjunto das ciências sociais. São
elas: a antropologia, a ciência política e a economia.

Você também pode gostar