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ABORTO

ÉTICA E VALORES
FORMAÇÃO MODULAR CERTIFICADA
(FMC_TB_BL01_PTM_LRA_CBR_NA_2022)

CP5 – Deontologia e princípios éticos

Aluno: Filipe Costa


Formadora: Cristina Sabino
INTRODUÇÃO

O presente trabalho analisará o aborto e as suas conceções éticas e valores.


Para muitos este tema pode apresentar-se complexo, pois na atualidade entre
os operadores do Direito demonstra-se bastante divergente, com varias
perceções e contestações.
A ética, por ser uma ciência que visa em mostrar aos homens a forma correta
de se comportar diante das situações impostas pela vida, tem tentado
fundamentar os homens, da mesma forma, a respeito da prática do aborto.
Portanto, as discussões morais relativas a este tema são inúmeras, mas o
consenso ainda se encontra distante. Por isso, a melhor forma para estudá-la é
verificando as opiniões divergentes, para que assim se possa partir para uma
conclusão própria coerente e, sobretudo, plausível acerca do assunto.
ABORTO (ÉTICA E VALORES)

De acordo com Platão, "Ética é hábito, arte, de fazer o bem, que torna bom
aquilo que é feito e quem o fez". Ocorrências como o aborto é qualificado
conforme as circunstâncias que o determinam, e conforme a valorização ética
que a pessoa lhe dá em certo momento. Embora cada um de nós tenha posição
pessoal a respeito do aborto, é possível caracterizar três linhas mestras do
pensamento coletivo em relação ao tema.
ABORTO (ÉTICA E VALORES

 Há os que são contra a interrupção da gravidez em qualquer fase, porque


imaginam que a alma se instale no momento em que o espermatozoide
penetrou no óvulo. Segundo eles, a partir desse estágio microscópico o
produto conceptual deve ser sagrado. Interromper o seu desenvolvimento aos
dez dias da conceção constituiria um crime tão grave quanto tirar a vida de
alguém aos 30 anos depois do nascimento. Para os que pensam assim, a
mulher grávida é responsável pelo estado em que se encontra e deve arcar
com as consequências de trazer o filho ao mundo, não importa em que
circunstâncias.
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 No segundo grupo, predomina o raciocínio biológico segundo o qual o feto,


até a 12a semana de gestação, é portador de um sistema nervoso tão
primitivo que não existe possibilidade de apresentar o mínimo resquício de
atividade mental ou consciência. Para eles, abortos praticados até os três
meses de gravidez deveriam ser autorizados, pela mesma razão que as leis
permitem retirar o coração de um doador acidentado cujo cérebro se tornou
incapaz de recuperar a consciência.
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 Finalmente, o terceiro grupo atribui à fragilidade da condição humana e à


habilidade da natureza em esconder das mulheres o momento da ovulação, a
necessidade de adotar uma atitude pragmática: se os abortamentos
acontecerão de qualquer maneira, proibidos ou não, melhor que sejam
realizados por médicos no início da gravidez.
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Reconhecer a existência de várias interpretações éticas significa igualmente


respeitar as posições e as ações de pessoas com as quais não concordamos.
Para que isso se torne possível, é necessário aceitar a diferença: nós não
somos todos iguais nem, necessariamente, pensamos de forma igual. Nesse
sentido se fizermos um esforço poderemos ver que ocorrências como o aborto
não são boas nem más em si; a ocorrência é qualificada conforme as
circunstâncias que a determinaram e conforme a valorização ética que a pessoa
lhe dá em certo momento.
ABORTO (ÉTICA E VALORES)

Na ética sugere sempre a ideia de reconhecermos a nossa humanidade e


também a humanidade das outras pessoas. O mais difícil é ainda reconhecer-se
no outro. Isso implica o difícil exercício de nos pormos na situação concreta em
que se encontra a outra pessoa, para considerar o problema a partir da posição
da outra pessoa. Isso é o que acontece, em várias ocasiões da vida cotidiana,
quando dizemos que nos pomos no lugar do outro, quando exercemos a
empatia.
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Quando conseguimos reconhecer o outro e nos conseguimos pôr no seu lugar,


devemos respeitar suas decisões, atitudes e opiniões. Só assim poderemos,
efetivamente, reconhecer o outro. Caso contrário, o esforço será inútil e só
poderá ser entendido como uma boa intenção ou uma boa tentativa.
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Finalmente, devemos tolerar a decisão do outro. A tolerância é uma condição


necessária para a relação entre seres humanos num mundo plural. A partir da
tolerância reconhecemos e respeitamos a outra pessoa, e podemos conviver no
mundo onde as múltiplas decisões sobre um mesmo acontecimento nos
demonstram dia a dia que os seres humanos são diferentes.
ABORTO (ÉTICA E VALORES)

O reconhecimento da individualidade e liberdade de consciência das pacientes,


o respeito por elas e pelas suas decisões, e a tolerância à diferença podem
resultar positivamente na qualidade do atendimento às mulheres que abortaram
e, obviamente, na qualidade de toda a prática profissional.
CONCLUSÃO

Depois de ter abordado o problema central do aborto, isto é, a ética que envolve
tal tema, devemos discutir os argumentos que são geralmente invocados para a
justificação do aborto. Todos os argumentos comparam o valor da vida humana
em desenvolvimento com algum outro valor.
O raciocínio é o seguinte: no caso de valores morais conflituosos quando
apenas um valor pode ser respeitado, que a escolha lógica e moral seja em
favor do valor maior.

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