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Portfólio Curso de Direito

Profa. Ma. Graciela Braz

ÉTICA GERAL E PROFISSIONAL


UNIDADE IV
1. Introdução:

• A unidade IV tratará das tendências contemporâneas do


biodireito e suas implicações éticas.

• O Biodireito é uma disciplina típica da dogmática jurídica que


se destina à resolução de problemas teóricos bioéticos que
passou a medicalizar o direito.

• Logo, iremos estudar a manifestação jurídica da bioética ou


o biodireito.
• No final do século XX e início do século XXI ressurgiram
preocupações éticas e filosóficas sobre questões que
atormentam há muito tempo a humanidade como a vida, a
reprodução e a morte, assim como a busca incessante por
novos padrões morais que possam regular essa realidade
bioética.

• A bioética é um estudo interdisciplinar entre diversos ramos


do conhecimento como Direito, Filosofia, Ciências biológicas,
Ciências da Saúde, dentre outros, que pretende estudar as
relações de administração do avanço das ciências e as
respectivas implicações morais.
• Evidencia-se uma forte e justificada preocupação com
questões relacionadas à liberdade científica, ao progresso
biocientífico, à proteção da vida humana, a busca do
equilíbrio ambiental, a socialização e universalização da
saúde e com o reconhecimento da autonomia do paciente.

• Discussões que têm provocado a revisão de institutos


clássicos do direito para dar conta das novas questões
jurídicas que se apresentam que se denominou biolaw ou
biodireito.

• A bioética e o biodireito não possuem o mesmo significado;


a ética sem direito perde a coercitividade, ao passo que o
direito sem a ética perde a legitimidade.
• A Bioética e o Biodireito abordam assuntos basicamente
ligados à vida e às relações sociais.

• Podemos afirmar que o Biodireito é um ramo novo do


direito público que regula as questões oriundas da Bioética e
do desenvolvimento da tecnologia.

• O aparecimento de novos debates bioéticos se afiguram na


atualidade, tendo em vista o desenvolvimento da
Biotecnologia, necessitando assim de regulação do
Biodireito.
Os questionamentos centrais da temática política da bioética
são:

a) o que é necessário evitar?

b) o que é necessário promover e apoiar?

c) qual o estatuto/regulamentação do corpo humano?

Tais questionamentos basicamente desenvolveram o quadro


teórico do debate sobre a bioética atualmente, o que irá refletir
na atuação do legislador e do julgador.
2- Biodireito:
• A Bioética não possui a capacidade de, isoladamente, evitar
as práticas ofensivas à pessoa humana decorrentes das
pesquisas e inovações biotecnológicas, assim, se socorrendo
do Direito para que este normatize regras de conduta
coercitivas, na busca do equilíbrio entre os avanços
biotecnológicos e a dignidade da pessoa humana.

• Podemos afirmar que as bases do Biodireito se encontram


em três áreas peculiares: o Direito Civil, o Direito
Constitucional e o Direito Penal, e têm o objetivo principal
de garantir a proteção da dignidade da pessoa humana,
frente às novas tecnologias da biomedicina e das
biotecnológicas na sociedade atual.
Disciplinas afins do Biodireito:

• Direito médico – O direito médico ou direito biomédico, direito


biotecnológico (health law, health care law), é utilizado em
alguns sistemas como sinônimo de biodireito (biolaw). O direito
médico tradicional dedica-se a aspectos jurídicos vinculados ao
exercício da medicina e demais profissões ligadas diretamente
a saúde.

• Biojurídica – trata-se de ramo da bioética centrado na


legislação aplicável ao ser humano com ente biológico. Ciência
que tem como objeto a fundamentação e a pertinência das
normas jurídico positivas, de lege ferenda e de lege data,
mesmo que dizer, sua adequação aos valores da bioética.
• Iusgenética – é a área de estudo que foca suas discussões nas
implicações jurídicas decorrentes exclusivamente da genética: La
iusgenética constituye em este sentido um indispensable completo
em cuanto que codifica a su vez las pautas de conduta que uma
comunidade considera aceptable y vela porque estos experimentos
y sus aplicaciones ulteriores se realicen com las necessárias cautelas,
evitándose la inducción de um desordem biológico no deseado y el
brusco transtorno de las normas de organización social.

• Direito sanitário - o direito sanitário, segundo Anvisa, é um conjunto


de normas federais, estaduais ou municipais que, visando a eliminar,
diminuir ou prevenir riscos à saúde ou intervir nos problemas
sanitários decorrentes do meio ambiente, regulam a produção e a
circulação de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se
relacionam com a saúde, compreendidas todas as etapas e
processos, da produção ao consumo, bem como o controle da
prestação de serviços que se relacionam direta ou indiretamente
com a saúde.
• Medicina legal – A medicina legal, ou medicina forense é a
disciplina que serve de instrumento auxiliar da administração
da Justiça, uma vez que o conjunto de conhecimentos médicos,
biológicos e psíquicos se destinam a servir o direito, auxiliando
na elaboração e interpretação de dispositivos legais.

• Deontologia médica – é a área que se ocupa das normas éticas


destinadas a regular a atividade médica, impondo deveres e
direitos ao profissional. Por isso, a necessidade de se conhecer
o termo “disciplina” aqui utilizado não como um conjunto de
teorias e métodos que se baseiam em uma teoria única, mas
com multiplicidade de teorias que se agrupam para formar
paradigmas teóricos. Capazes de dar conta da pluralidade de
discussões que decorrem de unidade temática
3- Princípios do Biodireito:

• Princípio da dignidade da pessoa humana- A dignidade é um


atributo inerente à própria condição humana, sem ela a
pessoa não pode ser considerada como tal, sem ela o
indivíduo deixa de possuir uma identidade em si e passa a
ser apenas um elemento vivo como qualquer outro existente
na vasta biodiversidade.

• Obs. Esse princípio é informador de toda a discussão


proposta pela bioética, uma vez que é o ponto de
convergência de todas as discussões, a ideia de dignidade da
pessoa humana contrapõe-se ao domínio da técnica sobre o
homem.
• Princípio da prevenção- justifica-se esse princípio pelo fato
da certeza do conhecimento dos riscos da atividade
biotecnocientífica desenvolvida, ou seja, sabe-se que o
desdobramento da atividade a ser praticada acarretará
danos à pessoa humana ou à biodiversidade existente.

• A conduta científica a ser praticada e que possa causar risco


à pessoa humana deverá ser impedida e com isso evitar que
danos sejam perpetrados contra os seres humanos e a
biodiversidade como um todo.
• Princípio da precaução- tem sua aplicação quando na
prática das condutas científicas não há certeza de que seus
resultados possam causar danos ao ser humano e à
biodiversidade.

• Obs. ao contrário do princípio da prevenção, cuja aplicação


ocorre na base da certeza da ocorrência de riscos, no
princípio da precaução, o conhecimento científico que se
detém não se mostra suficiente, com a devida segurança,
para atestar se a atividade científica a ser praticada
comporta ou não a ocorrência de danos nos seus
resultados.
• Princípio do consentimento livre e informado- determina o
respeito ao consentimento espontâneo e voluntário do
paciente nos procedimentos clínicos e laboratoriais de
investigação científica, ou participante de pesquisa.

• Assim, esse princípio determina que as pessoas além de


expressem voluntariamente sua vontade em se submeter a
experimentos científicos ou a tratamentos médicos, também
sejam devidamente esclarecidas das etapas de realização do
procedimento, bem como informadas dos riscos, efeitos e
consequências do mesmo em seu corpo.
• Princípio da cooperação científica entre países – com os
avanços biotecnológicos aliados ao processo de globalização
alastram-se pelo mundo e refletem os seus efeitos nos mais
variados setores da sociedade.

• Obs. Ao preservar a dignidade da pessoa humana, como


também a necessidade de primar pela a amizade entre os
países, se afigura como relevante a cooperação recíproca
que deve permanecer para se alcançar o desenvolvimento
socioeconômico igualitário entre os países.
Referências:

BITTAR, Eduardo C.B. Curso de ética jurídica: ética geral e


profissional. 10ª Ed. Ed. Saraiva: Rio de Janeiro, 2014, e-book.

CRISOSTOMO, Alessandro Lombardi. Ética. Porto Alegre. Ed.


Sagah, 2018, e-book.

RODRIGUES, William Gustavo et al. Ética geral e jurídica. Porto


Alegre: Sagah, 2018. E-book.

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