Bioética – história e princípios básicos

O termo bioética resulta da combinação entre duas

disciplinas: a biologia e a ética.

Pode ser compreendida como a ética relacionada à vida.

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Bioética

•Segunda Guerra Mundial - práticas nazistas executadas

pretensamente em nome da ciência
•Criação de um código ético para normatizar os estudos
e experiências relacionadas a seres humanos.
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• Fortalece-se a ideia que a ciência não pode ser mais

importante que o homem.
• Tecnologias e desenvolvimento técnico devem ser
controlados para acompanhar a consciência da
humanidade sobre os efeitos que eles podem ter, nos
indivíduos, no mundo e na sociedade.
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Lida com o conflito moral na área da saúde e da doença

dos seres humanos e dos animais não humanos.
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Objetivo da Bioética:

•discutir as questões
relativas à vida e a saúde
advindas principalmente
de inovações tecnológicas.
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Bioética é o estudo sistemático das dimensões morais -

incluindo visão moral, decisões, conduta e políticas -
das ciências da vida e atenção à saúde, utilizando uma
variedade de metodologias éticas em um cenário
interdisciplinar.
(Reich WT. Encyclopedia of Bioethics. 2nd ed. New York; MacMillan, 1995:XXI.)
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Teoria utilitarista:

•O objetivo da vida é a felicidade,

mas cada ação tem uma
utilidade, uma consequência,
para o bem maior, a coletividade
que não pode ser menosprezada.
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• John Finnis - Temas como o aborto ou a eutanásia,

não podem ser moralmente debatidos em termos de
satisfação ou qualidade de vida.
• Não podemos sustentar a defesa do aborto
simplesmente pelo fato de que a gestante se priva de
situações ou gratificações em função da gravidez.
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A bioética busca avaliar os fatos decorrentes de conflitos,

descrevendo os fatos, normatizar determinadas condutas
e proteger os mais fracos nas disputas de interesses.
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A bioética se fundamenta em uma tríplice atuação:

descritiva, normativa e protetora.
1)descritiva, voltada para a descrição e análise destes
conflitos;
2)normativa, com relação a tais conflitos, no duplo
sentido de proscrever os comportamentos que podem
ser considerados reprováveis e de prescrever aqueles
considerados corretos;
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3) protetora, no sentido de amparar, na medida do

possível, todos os envolvidos em alguma disputa de
interesses e valores, priorizando, quando isso for
necessário, os mais “fracos”.

Isso significa que a bioética, diante de um conflito tem 3

funções. Por exemplo: uma pesquisa que possa colocar
em risco a vida de pessoas.
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1) Descritiva - descrever e analisar o conflito

2) Normativa - proscrever comportamentos reprováveis,
ou seja, coibir esses comportamentos, e prescrever os
comportamentos corretos em relação à pesquisa.
3) Protetora - proteger e amparar os envolvidos na
disputa de interesses e no processo da pesquisa,
principalmente os sujeitos "mais fracos" que fazem parte
do experimento e correm algum risco.
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Conceitos básicos
1. O princípio do duplo
efeito: ação que acarreta em
dois efeitos: um bom e outro
mau. Apesar de buscarmos o
primeiro resultado, ele sempre
traz consigo um efeito colateral
indesejável, porém inseparável.
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A ação com duplo efeito:

•Um remédio para a cura de uma dor de cabeça pode
causar dor no estômago.
•Um remédio para o coração pode causar falta de ar.

O FIM NÃO JUSTIFICA OS MEIOS:

•O mal não pode ser meio para produção do bem.
•O efeito negativo é aceito eticamente como
consequência de um ato bom, mas nunca aceito como
ato (negativo) em si.
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• Um ato no qual os efeitos negativos sejam muito

maiores do que o bem que ele possa acarretar não
pode ser moralmente aceitável.
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2. O princípio da totalidade: Este princípio se

origina do sistema psicológico da Gestalt que sustenta
que “o todo é mais do que a soma de suas partes”.
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• Não podemos dispor das partes de nosso corpo sem

analisarmos o que isso irá promover em termos da
preservação de nossa saúde geral.
• Em situações de doação a terceiros é preciso avaliar
se esta remoção irá ou não afetar as condições de
saúde geral do doador.

Não é possível
doar um coração
em vida
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3. Meios ordinários e extraordinários de

tratamento: procedimento padrão no tratamento de
alguma enfermidade com aplicação de medicamentos ou
processos terapêuticos já amplamente testados, de
acesso disponível e que possuem eficácia comprovada
na produção de resultados.
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Meios extraordinários de tratamento – procedimentos

utilizados quando os meios ordinários não surtem efeitos.
Estes meios são muitas vezes caros, produzem efeitos
colaterais indesejáveis e ainda assim, não tem sua
eficácia plenamente comprovada.
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Alguns pontos importantes:

•Os avanços tecnológicos rapidamente podem

transformar um meio extraordinário em ordinário.
•Do ponto de vista ético só se justifica a aplicação de um
meio extraordinário se os meios ordinários já tiverem sido
tentados e demonstrada sua ineficácia no caso em
questão.
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4. Justiça: cada um deve receber o que lhe é

merecido por direito ou pela ação de seus atos. Assim,
casos semelhantes devem ser tratados de modo
semelhante e casos diferentes tratados de modo
diferenciado.
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Justiça comutativa - define padrões relativos à

equidade nos mais variados tipos de trocas ou relações
comerciais como, por exemplo, as formas de
determinação de preços e salários.

Equidade refere-se a justiça, ao julgamento

justo, senso de justiça, imparcialidade,
respeito aos direitos das partes.
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Justiça retributiva - estipula sanções legais para a

violação das leis e determina os meios de garantia que o
que é devido seja pago ou restituído.

Exemplo: Se uma pessoa rouba, vai presa; se um motorista

dirige bêbado, paga multa e pode ter a suspensão da
carteira.
•Impõe pena proporcional ao mal praticado.
•Compromisso do infrator: pagar multa, cumprir pena.
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Justiça distributiva - regula a partilha de bens e

benefícios sociais, garantindo a cada um o que lhe é
devido na distribuição de um todo. A aposentadoria é
uma forma de justiça distributiva, bem como benefícios
sociais dados pelo Governo.
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5. A santidade da vida humana: a vida é o valor

maior a ser preservado.

Desta forma, qualquer intervenção ou interferência

produzida sobre a vida, precisa obrigatoriamente ser
avaliada em termos éticos e morais e deve ter o sentido
de sacralidade como paradigma central de suas
considerações.
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Os 4 princípios básicos ou pilares da

Bioética:

•Beneficência Beneficência - significa “fazer o

•Não-maleficência bem” com foco no benefício do
•Autonomia paciente.
•Justiça
Não maleficência - significa “evitar
o mal”. Propõe a obrigação de não
infligir dano intencional.
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Autonomia - as pessoas têm “liberdade de decisão” sobre

sua vida. A autonomia é a capacidade de autodeterminação
de uma pessoa, ou seja, o quanto ela pode gerenciar sua
própria vontade, livre da influência de outras pessoas.

• Duas condições são fundamentais: a liberdade e a

informação.
• A pessoa deve ser livre para decidir e deve ter as
informações necessárias para isso.
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Justiça - se refere à igualdade de tratamento e à justa

distribuição das verbas do Estado para a saúde, a
pesquisa etc.

Incorpora-se a ideia de que as pessoas são diferentes e

que, portanto, também são diferentes as suas
necessidades.
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Obrigada!