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PRINCÍPIOS DE BIOÉTICA

BIOÉTICA APLICADA
- Reunião da ética e saúde: uma nova área de reflexão, consequência dos avanços nas ciências biomédicas, ambientais
e sociais. Repensar o significado da vida e da morte, sobre o alívio da dor e sofrimento, sobre as vulnerabilidades da
natureza e do homem e sobre nossas responsabilidades, enquanto sociedade, para com os outros e a natureza em
face das graves ameaças que este poder científico ode trazer à saúde e ao bem-estar da humanidade e do planeta.
- É uma atualização dos conceitos tradicionais da ética Médica
- Discute conflitos morais surgidos no cotidiano da assistência à saúde, modificando atitudes profissionais no
contexto da relação médico-paciente
- Ética Deontológica – ética do dever: ciência dos deveres na visão de Jeremy Bentham

ÉTICA
- Normas que regulamentam o comportamento de um grupo de pessoas em particular. Se diferencia da moral apenas
pelo conteúdo menos específico dessa última, que representa a cultura de uma nação, religião ou época.
- 3 pré-requisitos:
1. consciência – percepção dos conflitos entre emoção e razão
2. autonomia – condição de se posicionar entre emoção e razão
3. coerência
- Ética profissional  normas/princípios que orientam as relações profissionais entre pares, com os clientes, com a
equipe de trabalho, com as instituições, etc.

HISTÓRIA
- Código de Hamurabi 1750 AC
- Juramento de Hipócrates: triplo sentido para a história da ética médica ocidental
 princípio da beneficência
 santidade/sacralidade da vida humana (proibição na indução do aborto e da eutanásia)
 respeito pelos professores
“O médico as vezes cura, muitas vezes alivia e sempre consola”
- Cristianismo: amor ao próximo, considerar necessidades físicas e espirituais, compaixão, caridade para os que
sofrem, mosteiros enquanto hospícios-hospitais e lugar de aceitação/depósito de doentes e desafortunados
 Tomás de Aquino – pecado um médico exigir muito dinheiro ou recusar tratamento gratuito a quem morrer se
não o receber
- Tomas Percival: relação entre médicos jovens e velhos, conduta entre colegas e confidencialidade de divergências
entre colegas
- Primeiro Código de ética Médica 1847
- Barahona Fernandes 1956: antropoética, medicina humanizada, o médico deve tratar os enfermos na tripla
perspectiva – orgânico, psíquico e cultural (vida, mente, espírito).
Evitar falsas indicações, erros técnicos e faltas ético-deontológicas/Nem tudo deve ser permitido que possa ser
amplamente eficaz
- Miller Guerra: aspectos deontológicos da contracepção – defende o uso da pílula

Com a investigação humana, genética, transplantes de órgãos, mortes cerebrais x morte e a reprodução humana, a
antiga ética médica tornou-se insuficiente. Nos anos 60, os movimentos sócio-culturais de direitos cívicos,
reprodutivos, o feminismo e o direito dos doentes mudaram a perspectiva da ética médica.

- 1973 Congresso dos EUA – Comissão Nacional para a proteção do Direitos Humanos e Pesquisas de Comportamento
– princípios éticos na investigação 1979

Tayná Araújo – ATM 25


Fonte: slides e aulas Prof. Vera Sig
ÉTICA MODERNA
- Tradição hipocrática: beneficência
- Necessidade de regulamentar a investigação no homem; pressão de grupos de doentes e suas famílias (direito dos
doentes)
- Anos 70: Comissões de Ética Hospitalares 1970 – doent4es terminais e técnicas de reanimação; eutanásia – conceito
de morte irreversível; não prolongamento da vida em todas as circunstâncias;
- Bioética para Van Rensselaer Potter 1970: saber que planeia as atitudes a serem tomadas ao se interferir com o
nascer, o morrer, a qualidade de vida e a interdependência de todos os seres vivos. É a expressão da consciência
pública de humanidade. A bioética deve lidar com toda a vida e todas as vidas. Para ele, o planeta deveria ser o palco
da vida em todas as suas manifestações. Potter via o avanço tecnológico fora de sintonia com os mandamentos éticos,
acreditando que a tecnociência enxergava apenas “preto e branco”, enquanto a ética percebia os cinzas em todas as
suas tonalidades.
- Bioética não engloba só relação-médico paciente, mas tudo o que diz respeito à vida. É uma atitude diante da vida.
- A bioética envolve: complexidade, pois possui múltiplos aspectos; interdisciplinaridade, pois envolve múltiplos
saberes; e é compartilhada, pois usa diferentes interfaces para realizar diálogos. É a ética inserida na realidade.

Ao se analisar um problema, as reflexões devem ser tomadas de forma racional, contemplando aspectos como os
fatos, circunst6ancias, alternativas, consequências, referenciais teóricos, casos semelhantes já ocorridos e
experiências e vivências prévias (e não contemplar aspectos não racionais, como crenças, valores e afetividade).

O objetivo da bioética não achar uma solução qualquer para o problema, mas achar a MELHOR SOLUÇÃO POSSÍVEL
NAS CIRCUNSTÂNCIAS REAIS. Cada alternativa deve receber uma análise complexa e reflexiva das suas consequências.
A bioética nada mais é do que os deveres do ser humano para com outro ser humano e de todos para com a
humanidade.

PROBLEMAS ÉTICOS
- Princípios
- Direitos
- Virtudes
- Alteridade

MORAL X ÉTICA
- Moral: regras de conduta, válidas para uma sociedade e determinado espaço de tempo (impostas de fora para dentro,
são padronizados e aceitos pela sociedade); ética: produto entre a consciência e os preceitos morais vigentes (reflexão
sobre os valores que nos permitem estabelecer juízos e opções pessoais, é de dentro para fora).
- Ética: relaciona juízos de valor, por exemplo, bem x mal, certo x errado e aborda as ESCOLHAS INDIVIDUAIS. Estuda
os conceitos envolvidos no raciocínio prático: o bem, a ação correta, o dever, a obrigação, a virtude, a liberdade, a
racionalidade, a escolha. Não possui regras, apenas reflete sobre a ação humana, e busca justificativas para a moral e
o direito.
- Bioética: legitima as ações humanas que podem ter efeito sobre os fenômenos vitais e a vida em geral.
- Imperativo ético/ética do devir
- Uma ação é justificada por uma ética (individual) ao mesmo tempo que sofre influência das regras – moral
(voluntária) e direito (obrigatória)
“O que é justo do ponto de vista legal, pode não sê-lo do ponto de vista moral”. – Abraham Lincoln

ÉTICA MÉDICA
- Engloba as áreas da moral, da ética, da deontologia (deveres) e da diceologia (direitos)
- Princípio da Alteridade – se colocar no lugar do outro, veda a incriminação de qualquer conduta que não ofenda a
nenhum bem jurídico. Se configura através de relações de contraste.
➥Engloba os deveres (princípios individuais), os direitos (direitos humanos) e o indivíduo (suas virtudes)
Tayná Araújo – ATM 25
Fonte: slides e aulas Prof. Vera Sig
➥Co-presença ética, Co-responsabilidade e negação de neutralidade

PRINCÍPIOS DA MORAL/ÉTICA
1. MORAL
- Ditame moral, regra, preceito.
- É o objeto de estudo da ética, uma conduta regida por normas
- Relacionar-se com o outro – co-presença
- Moral x Moralidade: moral é o sistema de regras vigente; e a moralidade consiste no respeito que o indivíduo sente
por tais regras (também consiste em fazer prevalecer os instintos simpáticos sobre os impulsos egoístas, visto que a
moral rege a sociedade).
- Moral x Direito: moral é a rega moral da sociedade, baseada em convicções próprias, de abrangência universal,
estabelecida a longo prazo e idealizada. Já o direito é uma regra legal, de aplicação compulsória, com validade restrita
ao território, estabelecida a curto prazo e de forma prática.
2. BENEFICÊNCIA
- Fazer o bem aos outros, independente de desejar fazê-lo ou não. “Faça o bem sem olhar a quem”.
- Benevolência = desejar o bem; Benemência = merecer o bem; Beneficência = fazer o bem.
3. JUSTIÇA
- Princípio moral que o direito realiza no convívio social
- Justiça moral = individual
- Justiça jurídica = social
4. RESPEITO À PESSOA
- É o centro da bioética
- Sobre si mesmo, sobre seu corpo e sua mente, o indivíduo é soberano

PRINCÍPIOS DA BIOÉTICA/ÉTICA MÉDICA


Princípios na abordagem de dilemas e problemas bioéticos
PRINCIPIALISMO
1. AUTONOMIA = respeito à pessoa
2. NÃO MALEFICÊNCIA = não infligir dano intencional
3. BENEFICÊNCIA = agir no interesse do paciente
4. JUSTIÇA
5. CONFIDENCIALIDADE: a quebra da confidencialidade somente é admitida quando um sério dano físico a uma
pessoa específica tiver alta probabilidade de ocorrência, um beneficia REAL resultar da quebra, for o último
recurso e deve ser generalizável (utilizado em outras situações com a mesma característica, independente da
pessoa)
EMBASAMENTO PARA REFLEXÕES ÉTICAS
- As pessoas não são meios, mas fins
- Não enganar
- Não infligir danos ou risco de danos princípio da não maleficência – “auxilie e não prejudique o paciente”
- Promover o bem-estar e prevenir o dano princípio da beneficência
- Tratar as pessoas imparcialmente e de maneira igual justiça distributiva
- Respeitar a autodeterminação respeito à pessoa/autonomia

DEVERES PRIMA FACIE


- Moralidade – obrigação a ser cumprida, exceto em casos de conflito com outro dever em situações particulares
- Deveres para com os outros devido a atos prévios de você mesmo: fidelidade (manter promessas), reparação
(compensar por danos ou lesões), gratidão
- Deveres para com os outros não baseados em ações prévias: beneficência, não maleficência, justiça (não
discriminação, controle social), respeito às pessoas (privacidade, veracidade, autodeterminação, voluntariedade)
*Preservar a dignidade da pessoa
Tayná Araújo – ATM 25
Fonte: slides e aulas Prof. Vera Sig
- Deveres para consigo mesmo: aprimorar-se física, intelectual e moralmente para alcançar seu plano potencial

DIREITOS HUMANOS
- Direitos individuais: vida, liberdade, privacidade, não discriminação
- Direitos coletivos: saúde, educação, assistência social
- Direitos transpessoais: solidariedade, ambiente

VIRTUDE
- Disposição de fazer o bem; nossos valores morais
- Polidez, fidelidade, prudência, temperança, coragem, justiça, generosidade, compaixão, misericórdia, gratidão,
humildade, tolerância, simplicidade, pureza, doçura, boa fé, humor, amor

Tayná Araújo – ATM 25


Fonte: slides e aulas Prof. Vera Sig

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