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UFBA

ESCOLA DE NUTRIÇÃO
NUT141 – DEONTOLOGIA APLICADA À NUTRIÇÃO

DIREITOS HUMANOS/DECLARAÇÃO UNIVERSAL


SOBRE BIOÉTICA E DIREITOS HUMANOS/BIODIREITO
Direitos Humanos

DIGNIDADE HUMANA
Direitos Humanos

Dignidade humana como parte dos direitos humanos:

•Limitações e ambiguidade do conceito na Bioética: importância

•Cuidados em saúde: princípio da não submissão da pessoa a tratamento


humilhante, desumano e degradante, exprimindo nitidamente o adequado
elo entre dignidade humana, princípios dela derivados e direitos humanos.
(Monteiro & Nunes, 2020)
Direitos Humanos
Direitos Humanos/Deontologia
Direitos Humanos/Deontologia
Direitos Humanos/Constituição Federal
PREÂMBULO

Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia


Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático,
destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e
individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o
desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos
de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos,
fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e
internacional, com a solução pacífica das controvérsias,
promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.
Direitos Humanos/Constituição Federal

TÍTULO I

DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união


indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal,
constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como
fundamentos

III- a dignidade da pessoa humana


https://www.resbr.net.br
Turma 2022.1 NUT 141: Fórum
fundamentação teórica
por Denise de Souza

“Da mesma forma como idealizamos os avanços tecnológicos promissores para proporcionar
mais qualidade de vida ao ser humano, repetidamente vivenciamos no presente o que já
aconteceu no passado, a tecnologia e seus avanços aplicados em outros contextos nada
favoráveis preservação da vida. Até que ponto vale a pena interferir na vida desta pessoa sob o
pretexto de alcançar melhores resultados? Até que ponto é justificável? Quais os impactos
futuros pra o coletivo?”
Bioética e Direitos Humanos

França – 6 a 8/04 e 20 a 24/06/2005


Peritos Governamentais de
diferentes países
Bioética e Direitos Humanos
Bioética e Direitos Humanos
Tópicos: entendimento dos países

• biomédico e biotecnológicos

• sanitário, social e ambiental

Atenção! Mudança na agenda da bioética do Século XXI: democratizada e mais aplicada e


comprometida com as populações vulneráveis

(Garrafa, Declaração Universal sobre Bioética e Direitos Humanos - coordenador da Cátedra UNESCO de Bioética da UnB /bvs.org.br)
Bioética e Direitos Humanos
DISPOSIÇÕES GERAIS: Âmbito
Art. 1º
1. A presente Declaração trata das questões de ética suscitadas pela
medicina, pelas ciências da vida e pelas tecnologias que lhes estão
associadas, aplicadas aos seres humanos, tendo em conta as suas
dimensões social, jurídica e ambiental.
Bioética e Direitos Humanos
DISPOSIÇÕES GERAIS: Âmbito
Art. 1º
2. A presente Declaração é dirigida aos Estados. Permite também, na
medida apropriada e pertinente, orientar as decisões ou práticas de
indivíduos, grupos, comunidades, instituições e empresas, públicas e
privadas.
Bioética e Direitos Humanos
PRINCÍPIOS:
Art. 3º Dignidade humana e direitos humanos
Art. 4º Efeitos benéficos e efeitos nocivos
Art. 5º Autonomia e responsabilidade individual

A autonomia das pessoas no que respeita à tomada de decisões, desde que assumam a
respectiva responsabilidade e respeitem a autonomia dos outros, deve ser respeitada. No
caso das pessoas incapazes de exercer a sua autonomia, devem ser tomadas medidas
especiais para proteger os seus direitos e interesses.
Bioética e Direitos Humanos
PRINCÍPIOS:
Art. 6º Consentimento
Art. 7º Pessoas incapazes de exprimir o seu consentimento Art. 15º Partilha dos benefícios
Art. 8º Respeito pela vulnerabilidade humana e integridade pessoa Art. 16º Proteção das gerações futuras
Art. 9º Vida privada e confidencialidade Art. 17º Proteção do meio ambiente,
da biosfera e da biodiversidade
Art. 10º Igualdade, justiça e equidade

Art. 11º Não discriminação e não estigmatização


Art. 12º Respeito pela diversidade cultural e do pluralismo

Art. 13º Solidariedade e cooperação


Art. 14º Responsabilidade social e saúde
Bioética e Direitos Humanos
DUBDH: integridade

•pessoa compreendida na pluralidade de suas dimensões (física, psicológica,


social e espiritual)

• compreensão do paciente: sua própria vida, sua doença, seus interesses e


suas escolhas devem ser respeitadas

(Morais & Monteiro, 2017)


Bioética e Direitos Humanos
Vulnerabilidade
•Característica universal de qualquer organismo: potencialidade e fragilidade
Redução: respeitar os DH básicos em ordem social justa

ESTADO: proteção equitativa dos indivíduos contra danos para impedir que sua
vulnerabilidade seja transformada em lesão à sua integridade

(Morais & Monteiro, 2017)


Bioética e Direitos Humanos
APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS:

Art. 23º Educação, formação e informação em matéria de bioética

1. Com vista a promover os princípios enunciados na presente Declaração e


assegurar uma melhor compreensão das implicações éticas dos progressos
científicos e tecnológicos, em particular entre os jovens, os Estados devem
esforçar-se por fomentar a educação e a formação em matéria de bioética a
todos os níveis, e estimular os programas de informação e de difusão dos
conhecimentos relativos à bioética.
Bioética e Direitos Humanos

DUBDH: enfoques críticos que incluem as áreas social, sanitária e


ambiental.

(...) ainda há desconhecimento de seu conteúdo – por parte da


sociedade civil, dos profissionais de comunicação, dos gestores
públicos e políticos e dos pesquisadores em geral (...)

(Salvador, Sampaio, Palhares,2018)


Bioética e Direitos Humanos
DUBDH: divulgada e conhecida

estratégias (comunicação em massa):


investigar critérios linguísticos e estéticos eficazes

texto reflexivo
(ilustrações, infográficos etc., alcançando até o público infantil)
(Salvador, Sampaio, Palhares,2018)
Turma 2022.1 NUT 141: Fórum
fundamentação teórica
Alana Bispo,Caroline Neves,Juliana Oliveira,Rose Carla Menezes

“A aplicação da técnica sem os devidos questionamentos éticos pode estar a serviço de ações
que excluem o raciocínio que devemos ter frente às nossas responsabilidades, não apenas
individuais como coletivas, de fato, as pessoas confiam suas vidas nas mãos dos profissionais
da saúde, então é necessário que isso seja valorizado.”
Turma 2022.1 NUT 141: Fórum
fundamentação teórica
Ana Beatriz Azevedo, Marina Cedraz, Pietra Crelick, Rebeca Almeida

“Hanz Jonas traz que a evolução tecnológica, no âmbito da biologia, foi essencial a criação da
ética para proceder com esses avanços. Devido a complexidade em que se depararam, mesmo
existindo estudos e recomendações concretas, nada é absoluto quando se trata dos seres
humanos, é preciso considerar outros aspectos e elucidá-los.O que foi evidenciado durante as
apresentações é a necessidade de reflexão, ou seja, é preciso que os profissionais se
desenvolvam discernimento ético e moral das suas ações para com o indivíduo, as
coletividades e o ambiente em que atuam.”
Quais as discussões sobre ética/bioética em
ALIMENTAÇÃO e NUTRIÇÃO (publicações)?
CONTINUAÇÃO... (e que sigam mais páginas!!)
Turma 2022.1 NUT 141: Fórum
fundamentação teórica
Anderson Almeida, Cláudia Senise, Joana Cantolino e Viviane Simões

“De acordo com o filósofo Hans Jonas, de todos os avanços tecnológicos que nosso mundo
atual passou, o da biologia foi o mais revolucionário porque o objeto da tecnologia é o próprio
homem. Técnicas como manipulação genética, controle de comportamento e prolongamento
da vida são exemplos de manipulação do próprio homem que exigem de nós, estudantes e
futuros profissionais da saúde, reflexões diárias e necessárias sobre um princípio da bioética
chamado responsabilidade. Sem esse princípio o homem se tornará um ameaça a si mesmo e
aos outros. ”
BIODIREITO

• Integra o Direito: observar outros princípios estabelecidos pelo Direito, ciência


com métodos e formulações específicas.

Trata da teoria, da legislação e da jurisprudência relativas às normas reguladoras da


conduta humana em face dos avanços da Biologia, da Biotecnologia e da Medicina.

(através da lei, entendida como expressão da vontade da coletividade, definir a ordem social na
medida em que dispõe dos meios próprios e adequados para que essa ordem seja respeitada)

(Barboza, 2000)
BIODIREITO
Judicialização relação médico-paciente:

• Medida negativa e emergencial

• Judicialização excessiva – forçosa e equivocada/estabelecer simetria


(supervalorização do Poder Judiciário)

reflexão anterior à providência jurídica


(Vasconcelos, 2012)
BIODIREITO

“Trata-se da valorização destas pessoas observando-as como possuidoras do


direito de decidir a partir da liberdade advinda do conhecimento, potenciais
portadoras do saber e, portanto, do poder, tanto pela reflexão efetiva no meio
social acerca da temática quanto no incremento substancial da discussão
bioética no decurso da educação médica.”

(Vasconcelos, 2012)
REFERÊNCIAS

• Monteiro JD d’AvilaM, Nunes R. Conceito de dignidade humana: controvérsias e


possíveis soluções. Rev. bioét. 2020; 28 (2): 202-11. Disponível em
https://www.scielo.br/j/bioet/a/hP6HKBcrjr5Mhy3h3rmbM9t/?lang=pt

• Morais TCA, Monteiro PS. Conceitos de vulnerabilidade humana e integridade


individual para a bioética. Rev. bioét. 2017; 25 (2): 311-9. Disponível em
https://www.scielo.br/j/bioet/a/SQkz3G9zHJLvfQPPWntccvK/?format=pdf&lang=
pt
REFERÊNCIAS

• Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura


(UNESCO), Comissão Nacional da UNESCO – Portugal. Declaração Universal
sobre Bioética e Direitos Humanos, 2005. Disponível em
https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000146180_por

• Salvador T, Sampaio H, Palhares D. Análise textual da Declaração Universal


sobre Bioética e Direitos Humanos. Rev. bioét. 2018; 26 (4): 523-9. Disponível
em
https://www.scielo.br/j/bioet/a/NbnPCrvcfGKfrCCk37gKrFF/?format=pdf&lang=pt

• Vasconcelos C. Responsabilidade médica e judicialização na relação médico-


paciente. Rev bioét (Impr.) 2012; 20 (3): 389-96. Disponível em
https://revistabioetica.cfm.org.br/index.php/revista_bioetica/article/viewFile/757/
809

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