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ÉTICA

PROFISSIONAL
Ética aplicada
ÉTICA & MORAL a
Radiologia
NECROPSIA

NECROPSIA
Conceito de Ética
ÉTICA É UM CONJUNTO DE VALORES MORAIS E PRINCÍPIOS
QUE NORTEIAM A CONDUTA HUMANA NA SOCIEDADE.

Conceito de Moral
MORAL É UM CONJUNTO DE REGRAS APLICADAS NO COTIDIANO
E USADAS CONTINUAMENTE POR CADA CIDADÃO.
 Ética não é lei.

 A ética define as condutas do nosso dia a dia.

 Os códigos de ética profissional


indicam como um indivíduo deve se
Ética
comportar no âmbito da sua profissão.

Moral
Em linhas gerais, a ética pode ser definida como um conjunto de preceitos e valores
morais que orientam o indivíduo a viver em sociedade.

Diz respeito também à:


-Sua postura profissional
-Ao relacionamento com seus pares (família e amigos)
-Ao relacionamento com o público (desconhecidos)
-Ao relacionamento com instituições

Quando se trata da área da saúde, é fundamental que os profissionais atuem de


maneira ética, afinal, estamos falando de cuidados dos pacientes, muitos em situação
de fragilidade. É necessário, portanto, que a dignidade e o respeito aos indivíduos, em
qualquer atendimento ou procedimento, sempre venham em primeiro lugar.
Na área da saúde, pelos profissionais estarem mais
próximos de pacientes, de seus familiares e de
outros profissionais, ter responsabilidade com o
trabalho é ainda mais importante.
Para normatizar essa conduta, existe o Código de
Ética Profissional que foi estabelecido e criado por
cada Conselho Regional da sua categoria de
classe. Como:
O (CONTER) Conselho Nacional de Técnicos em
Radiologia;
O (CFF) Conselho Federal de Farmácia que
também regem os Analistas Clínicos;
“A categoria de técnico em anatomia / necropsia
não é regulamentada no país, não há conselho ou
classe, como no caso da enfermagem.”
Por que a ética na área da saúde é tão importante?

A ética na área da saúde está estritamente relacionada à qualidade


dos serviços prestados pelos profissionais de cada área. Isso
porque esses profissionais são pessoas que atuam nos cuidados a
enfermos, crianças e idosos, ou seja, precisam trabalhar com
respeito à vida, à dignidade e aos direitos humanos.

O papel do profissional de saúde, em qualquer função que venha a


exercer, é zelar pela saúde, pelo bem-estar e pela segurança dos
indivíduos.
A seguir veremos as condutas que devem ser adotadas
pelos profissionais da saúde segundo o código de ética de
cada categoria.
Respeito na assistência

 O profissional de saúde deve exercer seu trabalho sem discriminação de qualquer


natureza. Tem também a obrigação de respeitar a autonomia do paciente ou de
seu representante legal em relação à sua saúde, ao conforto, ao bem-estar e ao
tratamento.
 Esse respeito deve ocorrer, até mesmo, em relação a decisões sobre cuidados que
o paciente não deseja receber quando estiver incapacitado de expressar suas
vontades (diretivas antecipadas).
 Na assistência, é dever do profissional respeitar o pudor, a privacidade e a
intimidade do indivíduo.
Sigilo

 O Código de Ética dos profissionais da área da saúde estabelece, ainda, que o profissional precisa
manter sigilo sobre fato de que tenha conhecimento em razão de sua atividade profissional. A exceção
fica para os casos previstos em lei ou por determinação judicial, ou, ainda, mediante a autorização por
escrito da pessoa envolvida ou de seu representante legal.

 Como você pôde ver, os profissionais devem ter conhecimento dos preceitos da ética profissional.
Dessa forma, saberão como agir e portar-se em diferentes situações, respeitando sempre a dignidade
das pessoas e honrando sua profissão.
Falta de Sigilo
SEGREDO PROFISSIONAL

O dever ético e legal dos profissionais de saúde tem origem


justamente na garantia da privacidade e confidencialidade das
informações dos pacientes mantendo o sigilo das informações.
Ex: Fenômeno de rejeição e exclusão social de doentes e
familiares após conhecida a enfermidade (preconceito com o paciente)
ÉTICA MORAL

CARÁTER TEÓRICO CARÁTER PRÁTICO

É PERMANENTE, POIS É UNIVERSAL É TEMPORÁRIO, POIS É CULTURAL

É PRINCÍPIO SÃO ASPECTOS DE CONDUTAS ESPECÍFICAS

É A CIÊNCIA QUE ESTUDA A MORAL ESTÁ REALACIONADO A HÁBITOS E


CONDUTAS
Conceito de Bioética

A Bioética é uma área de estudo interdisciplinar que envolve a


Ética e a Biologia, fundamentando os princípios éticos que
regem a vida quando essa é colocada em risco pela Medicina
ou pelas ciências.

Bioética é a ética aplicada ao campo médico e


biológico.
Importância da Bioética
 A importância social da Bioética centra-se, justamente, no fato
de que ela procura evitar que a vida seja afetada ou que
alguns tipos de vida sejam considerados inferiores a outros.
 A Bioética discute, por exemplo, a utilização de células-tronco
embrionárias em suas mais diversas problemáticas, passando
pela necessidade de abortar-se uma gestação para retirar tais
células e pelos benefícios que os tratamentos obtidos por esse
recurso podem promover para as pessoas.
 Também é tratado por estudiosos de Bioética o respeito aos
limites que devemos ter ao lidar com animais, seja para o
cuidado ou a alimentação, seja para a utilização comercial
deles, pois são seres vivos dotados de sentidos e capazes de
sofrer.
Áreas de atuação da Bioética

 Biologia
 Tecnociência
 Política
 Direito
 Questões Religiosas
 Medicina
Julgamento Ético

Julgamento é uma faculdade da mente que distingue o bem do


mal
É uma opinião ou um veredito
A família, a escola, a igreja e meios de comunicação são
algumas das instituições sociais que influenciam a adoção de
preceitos que determina o julgamento moral.

Exemplo de julgamento moral:


Uma mãe decide roubar comida, por que não consegue um
emprego e não tem outros meios para dar o que comer seus
filhos.
PRESTE
ATENÇÃO!
Eutanásia – Ativa e Passiva

• Ativa-quando se utiliza • Passiva-morte ocorre por falta


recursos que podem de recursos necessários para a
findar com a vida do manutenção a suas funções
paciente. vitais.
• Ex: injeção letal, • Ex: Falta de cuidados pelo
medicamentos em dose profissional, alimentos,
excessiva medicamentos
Vida
Significa existência, é um estado de atividade incessante aos seres
organizados.
É o período que decorre do nascimento até a morte.

A importância da vida
A vida humana é frequentemente considerada apenas como um
elemento de consumo.
Os relacionamentos, as interações sociais, tem ficado apenas
no plano superficial.
A comunicação virtual acaba sendo mais próxima do que a
pessoa que vive ao nosso lado.
Saúde

Saúde é um estado de completo bem estar físico, mental, e


social e não apenas ausência de doenças
(definição de saúde segundo OMS)
Morte

A morte é um evento biológico que encerra uma vida, porém


não é somente um fato biológico mas um processo construído
socialmente.

A morte está presente em nosso cotidiano independente de


suas causas ou formas. Seu grande palco continua sendo os
hospitais e instituições de saúde.
Profissionais x Morte

• Muitos profissionais de saúde apresentam dificuldades em se


relacionar com pacientes que possuem prognóstico de morte
em fase terminal.

• Outros relatam que a proximidade da morte de um paciente no


qual se dedicou horas de trabalho pode despertar sentimento
como impotência e culpa.
A ética no âmbito das relações sociais
O ser humano é sujeito de relação, não é algo pronto, mas um
ser em contínua construção.
Ser Humano significa tornar-se humano, conquistar-se.
É um ser em constante aprendizado e crescimento.
O ser humano é o resultado de milhões de relações, através do
universo das milhares relações que estabelece.
Somos o que adquirimos de milhões de experiências que
vivemos a cada dia.
A ética difere um bom profissional
de um profissional qualquer.
Trabalho em grupo -
SEMINÁRIO
1 - Aborto
2 - Eutanásia
3 - Violência Obstétrica
4 - Vilipêndio a cadáver
5 - Fertilização in vitro
6 - Clonagem humana
7 - Dilemas religiosos x Medicina
8 - Uso de animais em experimentos
9 - Componentes de drogas ilícitas em terapias
10 - Crimes digitais x Profissional da saúde
ÉTICA
PROFISSIONAL
Relações
Interpessoais e
Intrapessoais

NECROPSIA
Diferenças entre o relacionamento
intrapessoal e interpessoal

O relacionamento interpessoal diz respeito à relação com o


próximo, e diz respeito à maneira como lidamos com nossos
colegas, chefes, superiores, clientes, e todos os envolvidos no
ambiente de trabalho. Ele tem muito a ver com a maneira como
nós lidamos com outras pessoas de nosso convívio e de como
nos relacionamos com colegas, familiares e amigos.
O relacionamento intrapessoal, por
sua vez, está relacionado ao ato de
conhecer a si mesmo, identificar
pontos fortes e que precisam de
melhoria, emoções e habilidades. É
como você se enxerga no mundo,
como vê a si mesmo e como reage às
mais diversas situações. É a busca
constante pelo autoconhecimento,
autocontrole emocional e autoestima.
O conteúdo de um
relacionamento
interpessoal pode ser de
vários níveis e envolver
diferentes sentimentos
como o amor, compaixão,
amizade...
O que são relações intrapessoais?
Só com o Autoconhecimento conseguiremos:
O processo das relações interpessoais é fundamental no
desenvolvimento profissional, atualmente as empresas de
recrutamento e seleção fazem testes específicos para
determinar se o candidato tem capacidade de relacionar-se
consigo mesmo através de um processo de
autoconhecimento e de manter relações saudáveis com seus
colegas de trabalho.
Relacionamento interpessoal no trabalho
POR QUÊ ?

1º Contribui para um bom ambiente dentro da empresa


2º Resulta em um aumento da produtividade
IMPORTANTE
Entre os relacionamentos que temos na vida, os de
trabalho são diferenciados por dois motivos: um é que
não escolhemos nossos colegas, chefes, clientes ou
parceiros; o outro é que, independentemente do grau de
afinidade que temos com as pessoas do ambiente
corporativo, precisamos funcionar bem com elas para
realizar algo juntos.
5 pilares do
relacionamento
interpessoal
no trabalho
1º Pilar Autoconhecimento – É fundamental para administrar
bem os relacionamentos. O autoconhecimento implica em
reconhecer nossos traços de comportamento, o impacto que
causamos nos outros e que o comportamento dos outros nos
incomodam.

pessoa objetiva e dinâmica


X
cauteloso e metódico
2º Pilar Empatia – Trata-se de considerar os outros, suas
opiniões, sentimentos e motivações. Sem isso, não há como
chegar a uma negociação ganha-ganha, fruto de um
relacionamento equilibrado.
Entre as várias coisas que se pode fazer para praticá-la, a mais
básica é saber ouvir.

3º Pilar Assertividade – Para ter relacionamentos saudáveis,


não basta ouvir: é preciso também falar, expressar nossas
opiniões, vontades, dificuldades.
4º Pilar Cordialidade – Tratar as pessoas com cordialidade é
ser gentil, solícito e simpático, é demonstrar consideração pelo
outro de várias formas.

5º Pilar Ética – Ser ético é ter atitudes que não prejudiquem os


outros, não quebrem acordos e não contrariem o que se
considera certo e justo.

Podemos ter muito autoconhecimento, ser altamente


empáticos, assertivos e cordiais, mas, se não nos conduzirmos
pela ética, não conseguiremos manter relacionamentos
equilibrados.
5 tipos de profissionais
difíceis de lidar
1º Impositivo

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS

•Inflexível: nunca abre mão de sua vontade.


•Autoritário: usa o poder como argumento.
•Agressivo: intimida os colegas.
•Egoísta: ignora opiniões, sentimentos e necessidades alheias.
•Destrutivo: faz críticas depreciativas.
•Antipático: tem dificuldade de se relacionar.
COMO LIDAR: Seja assertivo e diga claramente e com firmeza o
quanto aquele comportamento agressivo o incomoda e como
você quer ser tratado. Além disso, procure entender qual é o
motivo da agressividade para deixá-lo seguro e sem necessidade
de agredir. Certamente ele vai confiar mais em você e a
comunicação será mais tranquila.
2º Vítima

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS

•Negativo: está sempre vendo o lado ruim das situações e


dizendo coisas desagradáveis.
•Pessimista: não se entusiasma com mudanças e sempre acha
que nada vai dar certo.
•Insatisfeito: sempre reclama da situação na empresa e das
injustiças que sofre.
•Folgado: dá um jeito de livrar-se das piores tarefas.
COMO LIDAR: Não alimente a
insatisfação das vítimas com comentários
negativos sobre a empresa, o trabalho, os
colegas e o chefe. Quando elas
reclamarem, estimule-as a resolver o
problema com a pessoa envolvida na
situação que as incomoda.
3º Dominador

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
•Argumentador: defende suas ideias com excessivo vigor.
•Do contra: sempre discorda da opinião do outro para mostrar
que tem razão.
•Arrogante: faz muitas objeções e dá a impressão de que quer
prejudicar o colega.
•Egocêntrico: tem dificuldade de ouvir, só concordando se o
argumento do colega tiver respaldo em fatos e, claro, concordar
com ele.
COMO LIDAR: Antes de dizer suas ideias,
escute com atenção tudo o que ele tem a
dizer. O dominador precisa sentir que suas
ideias foram ouvidas. Quando for
conversar com ele, esteja preparado com
dados convincentes.
4º Passivo
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
•Bonzinho: Cede em prol dos interesses do colega, buscando
aprovação.
•Permissivo: evita confrontos e se mostra amável e
extremamente colaborador.
•Desorganizado: não sabe dar limites e se perde em suas
atribuições.
•Hesitante: não se posiciona em momentos importantes, não dá
ideias, não antecipa problemas.
•Duvidoso: não assume responsabilidades — nem pessoais
nem no trabalho.
COMO LIDAR: Estimule a
participação dos passivos, pedindo
opiniões e fazendo perguntas para
que se posicionem e assumam
responsabilidades em relação ao
trabalho.
5º Dissimulado
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
•Inescrupuloso: assume o crédito pelo trabalho dos outros para subir
na carreira.
•Desonesto: finge amizade e colaboração para obter a confiança do
colega e, assim, conhecer as suas fraquezas para usá-las a seu favor.
•Desleal: oferece ajuda para demonstrar a fraqueza do colega,
sempre em público.
•Egoísta: não tem intenção honesta de ajudar o outro.
•Bajulador: quando precisa de algo ou de alguém, acha que tem de
seduzir, massageando o ego do outro.
COMO LIDAR: Registre tudo o que foi discutido e sempre
peça fatos e dados que comprovem aquilo que o
manipulador diz.

E aí?!? Você sabe o que é


empatia?
ÉTICA
PROFISSIONAL

Código de Ética
e Disciplina

NECROPSIA
Necropsia e suas entidades de classe
Entidade de classe é um coletivo de pessoas de uma mesma categoria
profissional, unidas em torno da luta por direitos e defesa dos interesses de
uma categoria.

NECROPSIA
Associação Nacional de Necropsia

Promover treinamento e aprimoramento do conhecimento;


Representar a profissão em eventos e espaços políticos;
Integrar profissionais através de encontros, simpósios, fóruns;
Difundir resultados de pesquisas e inovações nas áreas de
atuação;
Contribuir com a sociedade na formação de profissionais aptos;
Apoiar e promover atividades para melhorar o posicionamento
dos profissionais e futuros profissionais no mercado de trabalho.
Conselho Nacional de Técnicos em Necropsia
Fiscalizar a atuação do profissional, a fim de assegurar à sociedade
que os serviços sejam prestados por profissionais habilitados;
Orientar o profissional sobre o exercício do seu ofício;
Zelar pela ética da profissão em todas as suas áreas de atuação;
Regular os limites de atuação profissional;
Registrar, cadastrar e atualizar os dados sobre os profissionais;
Divulgar e discutir temas como ética profissional, áreas de atuação
e o exercício legal da profissão.
A ética é parte fundamental da nossa profissão.

Devido ao fato de lidar diretamente com cadáveres, possui uma série


de preceitos éticos e legais que embasam as atividades antes,
durante e após a realização do exame de necropsia.

A ética serve para que haja um equilíbrio e bom funcionamento


social, possibilitando que ninguém saia prejudicado.
Cabe aqui mencionar que, nessa profissão, cabe observância aos
princípios do direito relativos as ações que são tomadas no ambiente
de trabalho. Assim, o profissional poderá incorrer em situação de
imprudência, negligência ou imperícia.

Você sabe qual é diferença entre esses termos?

Esses três termos podem ser classificados como modalidades de


culpa. É comum ouvirmos falar em negligência, imprudência e
imperícia em casos de erro médico, acidentes de trânsito, acidentes
com armas de fogo, entre outros tantos.
(DAR EXEMPLO DO ACIDENTE EM CALDAS)
Resumindo:

1)Negligência: desleixo, descuido, desatenção, menosprezo,


indolência, omissão ou inobservância do dever, em realizar
determinado procedimento, com as precauções necessárias;

2) Imperícia: falta de técnica necessária para realização de certa


atividade;

3) Imprudência: falta de cautela, de cuidado, é mais que falta de


atenção, é a imprevidência acerca do mal, que se deveria prever,
porém, não previu.
Código de Ética para Técnicos e Auxiliares de Necropsia

A ética é fundamental para o serviço do técnico/auxiliar de necropsia,


uma vez que cabe a esse profissional resguardar os aspectos relativos
aos cadáveres, bem como no trato com os familiares.

Por exemplo: não cabe ao profissional fazer juízo de valor a respeito,


por exemplo, do que levou um indivíduo a cometer suicídio. Por isso,
cabe a regra máxima da ética ser destacada:

“Tudo o que acontece (relativos aos cadáveres) no interior dos


serviços de necropsia/funerária devem ser mantidos em sigilo
absoluto. Logo, esses profissionais não devem comentar de modo que
os corpos possam ser identificados por terceiros.”
Além disso, cabe ao profissional muito tato ao lidar com os familiares.
Muitas vezes, eles estão com raiva, sem entender o que aconteceu.
Por vezes, querem apenas desabafar.

Nesse momento, é importante termos paciência e esclarecermos todas


as dúvidas.
10 pontos essenciais ao profissional que devem ser seguidos

 O Necropsista procurará familiarizar-se com os vários aspectos


organizacionais e administrativos do serviço. Isso se deve ao fato
de que é necessário objetivar uma integração adequada no seu
ambiente de trabalho.

 O Necropsista, ciente de que o desempenho de sua função requer


formação aprimorada, procurará ampliar e atualizar seus
conhecimentos técnicos, científicos e do desenvolvimento da
própria profissão. As atualizações nessa área são constantes. É
extremamente importante que o profissional esteja sempre a par
de novas técnicas e saberes que possam aprimorar o seu
desempenho.
 O Necropsista procurará manter relações cordiais, espírito de
colaboração e integração com todos os membros da equipe de
necrópsia. Isso inclui: médicos legistas, papiloscopistas, agentes
funerários, setores administrativos, estagiários, e setor de limpeza.

 O Necropsista guardará segredo sobre fatos que tenha


conhecimento no exercício de sua profissão. Nunca expor a história
dos cadáveres, a causa morte ou outros aspectos, para pessoas
estranhas.
 O Necropsista colocará seus serviços profissionais à disposição da
comunidade em casos de urgência, independentemente de
qualquer proveito pessoal.

 É seu direito recusar-se a executar atividades que não sejam de


sua competência técnica, científica, ética e legal ou que não
ofereçam segurança ao profissional, à pessoa, família e
coletividade. Por exemplo, realizar remoção de cadáveres em locais
que possam por em risco sua vida, ou realizar exames
residuográficos.
As Atividades técnicas de apoio como formorização, tanatopraxia e
outras, somente podem ser realizadas com autorização
administrativa e de familiares por escrito (de preferência com
assinatura e registro em cartório). Somente podem ser cobrados
serviços adicionais, se for combinado previamente com familiares.

Respeitar, no exercício da profissão, as normas relativas à


preservação do meio ambiente e denunciar aos órgãos competentes
as formas de poluição e deterioração que comprometam a saúde e a
vida.
 Desenvolver suas atividades profissionais em condições de trabalho
que promovam a própria segurança e a da pessoa, família e
coletividade sob seus cuidados, e dispor de material e
equipamentos de proteção individual e coletiva, segundo as normas
vigentes.

 Usar de qualquer mecanismo de pressão ou suborno com pessoas


físicas ou jurídicas para conseguir qualquer tipo de vantagem.
Ética para a Liberação de Corpos

Um outro aspecto
que gostaria de
mencionar é em
relação a liberação
do corpo. No
Instituto Médico
Legal, a liberação do
corpo é de exclusiva
responsabilidade do
Técnico/Auxiliar de
Necropsia.
Essa liberação ocorre mediante três fatores:

1º O corpo foi devidamente necropsiado e está pronto para ser


preparado para o funeral.
2º O corpo foi devidamente identificado pelo papiloscopista. Lembre-
se: nós não podemos, legalmente, identificar o corpo. Esse trabalho é
realizado pelo papiloscopista por meio de documentos, como RG ou
carteira de trabalho. Ele realiza o confronto com as digitais do corpo
e acessa os bancos de dados do estado. Se as digitais “baterem”, o
corpo é liberado.
3º O preenchimento da declaração de óbito está completo. Nela,
você irá preencher dados como: estado civil, endereço da pessoa
falecida, endereço do local onde ocorreu o óbito, nível de
escolaridade, etc. Para termos esses dados, é necessário o contato
prévio com os familiares.
Apenas após esses três requisitos é que o corpo estará pronto para
ser liberado para a funerária, que realizará os preparativos para o
velório.

Observação: Caso o corpo não possua família. Se procede da


seguinte forma:

1º O corpo é armazenado em câmara fria, pelo período de 30 dias,


até que apareça algum parente de primeiro grau.
2º Se não aparecer ninguém, colhe-se material genético e libera-se o
corpo, que será enterrado como “não identificado”.
3º Se, após a liberação, aparecer algum familiar, é necessário coletar
material genético desse indivíduo, para confrontação e identificação
do indivíduo que faleceu.
Práticas éticas e legais no enfrentamento da morte
Posse e destinos do cadáver
Se o homem tem o direito de viver conforme suas concepções filosóficas e religiosas,
ele tem, também, o direito de exigir que suas vontades sejam respeitadas e executadas
após a morte. Essa concepção representa o direito do indivíduo, desde que suas
vontades estejam de acordo com a ordem pública e os bons costumes.
Para a sociedade, o corpo representa igualmente um valor. O
reconhecimento do direito da família sobre o cadáver, respeitando-se o
princípio da piedade, é, em última análise, a proteção dos direitos da
sociedade em seus interesses superiores. A necropsia é em si própria capital
de importância social no interesse coletivo do progresso científico ou na
determinação da causa jurídica de morte. Essa acepção caracteriza os
direitos da sociedade.
Para França (2015), o ideal será ajustar o respeito à dignidade humana do
morto com os interesses da família e da sociedade, dentro das normas
estabelecidas e dos costumes consagrados.
Curiosidade
A família do morto terá direito ao cadáver, inclusive de negar a doação de órgãos de
seu parente morto, mesmo que essa tenha sido sua manifestação quando vivo.
Também terá o direito de negar a necropsia clínica nos casos de morte natural,
entretanto ela jamais poderá ceder o cadáver à instituição científica se esta não era
a vontade do morto ou negar a necropsia em casos de morte de causas violentas ou
suspeitas, como prevê a lei processual penal.

Em relação ao destino do corpo após a morte, a legislação brasileira permite que


o corpo inanimado do homem tenha os seguintes destinos:
Inumação simples
Cremação

Atenção
A Lei nº 6.216/75, em seu artigo 78, inciso 1, diz que nenhuma inumação será feita sem
certidão de óbito oficial (lavratura da Declaração de Óbito no Cartório de Registro Público Civil) com
o registro do lugar do falecimento.
Inumação simples

O cadáver pode ser enterrado em


cemitérios públicos, em sepulturas comuns,
ou túmulos ou jazigos que obedeçam às
formalidades legais (certidão oficial de óbito)
e às condições do código sanitário ou da
legislação de uso do solo do município.
Recomenda-se que o sepultamento ocorra
entre 24 e 36 horas após o óbito, exceto em
situações de epidemias, conflitos e confusões
sociais. Nesses casos, o sepultamento pode
ocorrer antes ou depois.
Cremação

É uma técnica funerária que visa a reduzir um corpo a cinzas através


da queima do cadáver. A Lei nº 6.015/73 e a Lei nº 6.216/75 estabelecem
que a cremação de cadáver somente será feita daquele que houver
manifestado a vontade de ser incinerado ou no interesse da saúde
pública, se o atestado de óbito houver sido firmado por 2 (dois) médicos
ou por 1 (um) médico legista, e, no caso de morte violenta, depois de
autorizada pela autoridade judiciária (BRASIL, 1973, 1975).
Cremação

O inconveniente da cremação do ponto de vista médico-legal nas


mortes violentas e suspeitas é a impossibilidade de exumação em casos
de dúvidas sobre a morte e suas circunstâncias.

Para França (2015), o problema seria resolvido autorizando-se apenas


a cremação nas mortes naturais após o diagnóstico da causa mortis,
fornecido pelos serviços de verificação de óbito por meio de necropsias e
exame anatomopatológicos.
Os códigos de éticas podem ter pequenas variações, a depender do
tipo de serviço prestado. Assim, existem certas peculiaridades
relativas ao trabalho em funerárias, mas que também se aplicam a
outras instituições que desenvolvem trabalhos em cadáveres.

A atividade funerária é todo ato relacionado com a prestação de


serviços funerários, homenagens póstumas, comercialização de
planos funerários, translado, embalsamamento (Tanatopraxia) e
providências administrativas para registro do óbito.
O código de ética para auxiliares/técnicos foi elaborado pela
Associação Brasileira de Empresas e Diretores do Setor Funerário, em
26 de setembro de 2016.

O código estabelece em seu capítulo II que as empresas do setor


funerário devem trabalhar baseadas na respeitabilidade, decência,
honestidade e proteção à intimidade, conforme detalhamento abaixo:
Artigo 8° Respeitabilidade – Toda atividade funerária deverá caracterizar-
se pelo respeito à dignidade da pessoa humana, aos seus sentimentos, ao
interesse social e ao núcleo da família.

Artigo 9° Decência – O Diretor Funerário preservará os bons costumes,


agindo com zelo e discrição, para que o(a) falecido(a), ou sua família, não
sejam expostos a situações constrangedoras.

Artigo 10° Honestidade – Os serviços funerários devem ser oferecidos e


realizados de forma a não se abusar da confiança, falta de experiência ou
conhecimento da família, não beneficiando-se ainda da credulidade ou
estado emocional do contratante.
Artigo 11° Proteção à intimidade – O Diretor Funerário manterá sigilo
profissional nos assuntos particulares de interesse daqueles que solicitarem
seus serviços. Não prestará nem divulgará qualquer informação, imagem ou
fotografia, que tenha relação com o atendimento funerário, salvo quando
autorizado pela família e ressalvada a sua obrigação de divulgar informações
exigíveis nos termos da lei.
Artigo 12° Em qualquer situação de concorrência entre empresas funerárias
prevalecerá o interesse da família contratante.

*Além desses destaques, também devemos estar atentos ao que rege o


código de Processo Penal Brasileiro, que relata os crimes que estão
diretamente relacionados aos cadáveres. Veja no próximo item:
Código de Processo Penal

O código penal brasileiro, prevê, em alguns artigos, crimes que estão


relacionados com trato com os mortos. Em seu capítulo II, ele nos traz:

CAPÍTULO II – Dos crimes contra o respeito aos mortos:

*IMPEDIMENTO OU PERTURBAÇÃO DE CERIMÔNIA FUNERÁRIA

Art. 209 – Impedir ou perturbar enterro ou cerimônia funerária:


Pena – detenção, de um mês a um ano, ou multa.

Parágrafo único – Se há emprego de violência, a pena é aumentada de um


terço, sem prejuízo da correspondente à violência.
* VIOLAÇÃO DE SEPULTURA
Art. 210 – Violar ou profanar sepultura ou urna funerária:
Pena – reclusão, de um a três anos, e multa.

*DESTRUIÇÃO, SUBTRAÇÃO OU OCULTAÇÃO DE CADÁVER

Observação: O artigo 210, relata que a violação de sepultura consta como


crime. No entanto, em determinadas situações, caberá ao técnico de
necropsia realizar a exumação (retirada do corpo no cemitério) para um novo
exame de necropsia. Nessa situação específica, não se configura crime.

Art. 211 – Destruir, subtrair ou ocultar cadáver ou parte dele:


Pena – reclusão, de um a três anos, e multa.
* VILIPÊNDIO A CADÁVER

Art. 212 – Vilipendiar cadáver ou suas cinzas:


Pena – detenção, de um a três anos, e multa.

Aqui cabe outra observação.

Vilipendiar significa: aviltar, desprezar, ultrajar. Dessa forma, também se


enquadra nessa questão a necrofilia. Ela é definida como:
Necrofilia é uma palavra “de origem grega, de nekros (morto), philos
(amante), exprime a obsessão ou perversão doentia de ter relações sexuais
com cadáveres.” Desse modo, a necrofilia é enquadrada no artigo 212 do
código de processo penal.

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