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Ética de Actuação da Enfermeira da ESMI

A ética na enfermagem está estritamente relacionada à qualidade dos serviços


prestados pelos profissionais da área. Isso porque são pessoas que atuam nos cuidados
a enfermos, crianças e idosos, ou seja, precisam trabalhar com respeito à vida, à
dignidade e aos direitos humanos. O profissional de enfermagem respeita a vida, a
dignidade e os direitos humanos, em todas as suas dimensões. O profissional de
enfermagem exerce suas atividades com competência para a promoção do ser humano
na sua integralidade, de acordo com os princípios da ética e da bioética.

É necessário ser honesto, assumir os erros, ajudar os colegas em dificuldade, não


competir com outros profissionais de forma desleal, respeitar a diversidade de opinião
e negar-se a realizar atividades, caso não tenha conhecimento ou competência técnica.

Definir ética não é das tarefas mais fáceis. Em geral, nas áreas de saúde, a palavra nos
leva a pensar em ética médica, associado o conceito ao conjunto de normas presentes
nos códigos deontológicos. Segundo Cartaxo (2004), o  termo Ética Profissional refere-
se aos padrões de conduta moral, isto é, padrões de comportamento relativos ao
paciente, ao patrão e aos colegas de trabalho. Ter uma boa capacidade de
discernimento significa distinguir o que é certo e o que é errado, e como agir para
chegar ao equilíbrio. Mas, ética tem, na verdade, sentidos muito mais amplos.
É importante lembrar que, enquanto profissionais temos por dever, participar
ativamente de tudo que diz respeito à evolução e melhoria da condição técnica e ética
da nossa profissão.

Condutas éticas fundamentais necessárias a esse profissional

Prontuário

É obrigação do profissional registrar no prontuário, e em outros documentos, os dados


e informações indispensáveis ao cuidado do paciente. O enfermeiro deve escrever de
maneira objetiva e clara, na ordem cronológica, com letra legível e sem rasuras.

É necessário, ainda, que ele documente formalmente todas as etapas do seu trabalho,
em consonância com sua competência legal.

Responsabilidade profissional

É dever do enfermeiro prestar assistência à coletividade em situações de emergência,


epidemia e catástrofes quando convocado, sem se utilizar desses eventos para pleitear
vantagens pessoais.
O profissional deve se responsabilizar pelas faltas e pelos erros cometidos durante as
atividades por imperícia, imprudência ou negligência, mesmo que tenham sido em
trabalho de equipe, desde que haja sua participação ou que ele tenha conhecimento
prévio do ocorrido.

O Código de Ética da Enfermagem exige, ainda, que ele comunique aos órgãos
criminais os casos de violência doméstica e familiar contra mulher adulta e capaz. O
profissional deve ter essa conduta nos casos de risco à comunidade ou à vítima,
mesmo que não haja autorização, mas com conhecimento prévio da pessoa envolvida.

Segurança do paciente

É dever do profissional prestar todas as informações (escritas ou verbais) que sejam


importantes para a continuidade da assistência e a segurança do paciente. Ele deve
também trabalhar em condições seguras, mesmo em situações de suspensão de
atividades decorrentes de movimentos reivindicatórios da categoria.

É sua obrigação também deixar claro ao paciente e a familiares todos os direitos, riscos,
benefícios e possíveis intercorrências relacionados à assistência prestada. O mesmo
deve ocorrer em exames e em outros procedimentos: o enfermeiro deve esclarecer
sobre preparo, riscos e consequências, sempre respeitando o direito da pessoa ou de
seu responsável de se recusar a fazer.

O enfermeiro deve se posicionar contrariamente e denunciar aos órgãos competentes


procedimentos realizados por membros de sua equipe em que haja risco ao paciente
por imperícia, imprudência e negligência.

Respeito na assistência

O enfermeiro deve exercer seu trabalho sem discriminação de qualquer natureza. Tem
também a obrigação de respeitar a autonomia do paciente ou de seu representante
legal em relação à sua saúde, ao conforto, ao bem-estar e ao tratamento.

Esse respeito deve ocorrer, até mesmo, em relação a decisões sobre cuidados que o
paciente não deseja receber quando estiver incapacitado de expressar suas vontades
(diretivas antecipadas).
Na assistência, é dever do profissional respeitar o pudor, a privacidade e a intimidade
do indivíduo.

Cuidados paliativos

Em situações de doenças graves incuráveis e terminais, o enfermeiro deve oferecer


todos os cuidados paliativos para assegurar a dignidade e o bem-estar físico, psíquico,
social e espiritual do paciente.

Sigilo

O Código de Ética da Enfermagem estabelece, ainda, que o profissional precisa manter


sigilo sobre fato de que tenha conhecimento em razão de sua atividade profissional. A
exceção fica para os casos previstos em lei ou por determinação judicial, ou, ainda,
mediante a autorização por escrito da pessoa envolvida ou de seu representante legal.

Princípios da Ética de Actuação da Enfermeira

A ética na enfermagem é o ramo da ética que analisa as atividades da enfermagem.


Esta divide vários princípios com a bioética, tais como beneficência, não-maleficência e
respeito à autonomia. Pode ser distinguida pela sua ênfase em relacionamentos,
manutenção da dignidade e cuidado colaborativo.

Natureza da enfermagem significa que o ramo da ética de enfermagem tende a


examinar as éticas de cuidado ao invés da ética da cura, explorando o relacionamento
entre o enfermeiro e o paciente. Tentativas iniciais para definir ética na enfermagem
concentraram-se primariamente na ética da virtude que faria um enfermeiro bom, ao
invés de analisar quais as condutas necessárias para respeitar os direitos humanos da
pessoa no cuidado do enfermeiro.

A relação enfermeiro/utente e família

As expectativas em relação aos cuidados de enfermagem

Na relação entre enfermeiro e utente/família, não existe uma fórmula para o


enfermeiro se tornar num profissional dedicado. Se há quem defenda que a
sensibilidade para o cuidar pode ser ensinada, também consideramos que é,
fundamentalmente, uma forma de estar e de viver no mundo. Para aqueles que
consideram o cuidar uma parte normal das suas vidas, não é nada mais do que o
produto da cultura, dos valores, das crenças, das experiências e das relações com os
outros.

Para clarificar o termo relação de ajuda, adotamos a definição de Phaneuf (2005), que
define-a como uma troca tanto verbal como não-verbal que ultrapassa a
superficialidade e que favorece a criação do clima de compreensão e o fornecimento
do apoio de que a pessoa tem necessidade no decurso de uma prova. Esta relação
permite à pessoa compreender melhor a sua situação, aceita-la, render-se à mudança e
à evolução pessoal, tornar-se o mais autónoma possível. Esta relação ajuda a pessoa a
demonstrar coragem diante da adversidade, e mesmo diante da morte.

Ética e Comunidade

As maneiras de procedermos eticamente em relação às pessoas são bem conhecidas, já


como proceder eticamente em relação a comunidade, às vezes nos escapa. Primeiro, é
preciso lembrar que uma comunidade é maior que a mera soma das pessoas que a
constitui e, portanto, tem direitos próprios que devem ser atendidos.

A bioética do trabalho em comunidades interessa na Medicina aos epidemiologistas


que são aqueles que voltam seu olhar sobre elas seja no trabalho de pesquisa, seja nas
intervenções como campanhas de vacinação ou combate a vetores.

Referências Bibliográficas

Hunt, Geoffrey (1998). Craig E, ed. Routledge Encyclopedia of Philosophy. 7. London:


Routledge. Pp. 56–57. ISBN 9780415187121↑ McHale, J & Gallagher, A (2003). Nursing
and Human Rights. [S.l.]: Butterworth Heinemann. ISBN 0-7506-5292-6↑ «The ICN Code
of Ethics for Nurses» (PDF). International Council of Nurses. 2006. Consultado em 27 de
junho de 2009

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