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Curso:
Educação de infância
Formação de Professor
Disciplina:
Metodologia de Investigação Cientifica (MIC)
Tema:
Conhecimentos Teológicos
1oAno
Curso:
Educação de infância
Formação de Professor
Disciplina:
Metodologia de Investigação Cientifica (MIC)
Tema:
Conhecimentos Teológicos
1oAno
Formandos:
Verónica Fernando Geremias
Marcos Inácio Andrade
Osvaldo José
Keren Baptista
Celso Manuel
Josefina Sousa Luís
Formador:
Lucas de Sousa Joaquim Mortal
O presente trabalho visa fazer uma abordagem em torno dos conhecimentos teológicos, com base
em algumas concepções teóricas, característica própria e especificas que difere dos outros tipos de
conhecimentos.
METODOLOGIA DE PESQUISA
A metodologia adoptada pela autora, será uma metodologia por método de pesquisa
Bibliográfica, metodologia Mista Qualitativa, desenvolvida com base em materiais elaborados
como livros e artigos científicos e textos retirados da internet. (fontes eletrónicas).
CAPITULO II: REVISÃO DA LITERATURA
2.1. Introdução
A revisão consiste em dois componentes distintos: teóricos e empíricos. A literatura teórica discute
essencialmente questões teóricas a cerca do tópico em estudo, ajudando a descobrir alternativas de acção a
cerca do tema em estudo. Portanto, neste capítulo será apresentado as teorias necessárias existentes em
relação ao conhecimento teológico.
A história humana é a história das lutas pelo conhecimento da natureza, para dominá-la, para interpretá-la
e cada geração foi recebendo um mundo interpretado pelas gerações passadas. As gerações dos místicos
intentaram a interpretação mística do universo a partir de intuições, de iluminações proféticas. As gerações
dos filósofos procuraram ultrapassar a experiência vulgar para encontrar o transcendente, o absoluto, o
ontológico, a partir de elucubrações metafisicas, nas quais eram de capital importância o rigor lógico-
dedutivo de um lado e, de outro, a coerência do ser e de suas categorias consigo mesmas. Finalmente, as
gerações dos cientistas desdobraram o universo em milhares de segmentos, não para dizer o que é o ser,
mas para saber “como” cada coisa é.
A actual geração encontra, pois, diante de seus olhos, um mundo já pensado, já interpretado, pronto para
uso e consumo: historia interpretada, sociedade organizada, normas estabelecidas de moral, leis de direito
codificadas, religiões estruturadas, classificação e virtudes dos alimentos especificadas para cada idade,
regulamentos para dirigir carro, programas escolares e assim por diante.
Entretanto, o ser humano é dotado da capacidade de conhecer e de pensar, conhecer e pensar constituem
não somente uma capacidade, como também uma necessidade para o homem. Ademais, o conhecimento é
necessário para o progresso do homem.
Conhecer e pensar colocam o universo a nosso alcance e lhe dão o sentido, finalidade e razão de ser. O
homem é “o ser verdadeiro, o olho que vê o mundo”. Vê e conhece, conhece o que vê e pensa no que viu e
no que não viu, conhece e pensa, pensa e interpreta. Os animais conhecem as coisas; o Homem, além disso,
investiga-lhes as causas e elabora o material de seus conhecimentos diferentes dos animais que só conhecem
por via sensorial.
Segundo Santo Tomás de Aquino, as coisas concretas nos oferecem imagens sensíveis, a cognição dos
princípios nos e dada pelos sentidos. Na maneira de adquirir o conhecimento, existe uma relação que se
estabelece entre o sujeito que se conhece e o objeto cognoscente.
O conhecimento supõe e exige três elementos, a saber: o sujeito, ou seja, a consciência cognoscente, o
objecto, ou aquilo a que o sujeito se dirige para conhecer, e a imagem, que representa o ponto de
coincidência entre o objecto e o sujeito. Todo conhecimento consiste numa relação sui generia entre o
sujeito cognoscente e o objecto conhecido: relação de assimilação do objecto pelo sujeito, relação de
produção do objecto pelo sujeito, relação de coincidência ou de identificação entre sujeito e objecto. Se
não houver tal identificação, estamos diante de um erro, de um desconhecimento, nunca de verdadeiro
conhecimento.
Contudo, vale dizer que o sujeito não conhece tudo das coisas, mas apenas parte. No processo do
conhecimento, o sujeito toma posse, de certo modo, dos objectos conhecido. Os indivíduos (sujeitos) não
são aptos a captar tudo o que as coisas apresentam. A própria ciência tem como função acumular
conhecimentos, o que a conduz sempre a uma incessante revelação. (FACHIN, 2017).
2.3. Conhecimento Teológico ou Religioso
2.3.1. Definição de conceitos
Marconi e Lakatos (2003), afirmam que:
Galiano (1986) diz, de modo geral o conhecimento teológico apresenta respostas para perguntas
que o homem não pode responder com o conhecimento Empírico, cientifico ou Filosófico, assim
os indivíduos lançam mão da busca de verdades reveladas por divindades (por Deus) que
justifiquem sua existência.
A adesão das pessoas passa a ser um ato de fé, pois a visão sistemática do mundo é interpretada
como decorrente do ato de um criador divino, cujas evidencias não são postas em duvida nem
sequer verificáveis. A postura dos cientistas e teólogos diante da teoria da evolução das espécies,
particularmente do homem, demonstra diversas abordagens, os teólogos fundamentam seus
ensinamentos de textos sagrados enquanto, os cientistas por outro lado buscam em suas pesquisas,
fatos concretos capazes de comprovar (ou refutar) suas hipóteses. Se o fundamento do
conhecimento cientifico consiste na evidência dos fatos observados e experimentados controlados,
e o do conhecimento filosófico e de seus enunciados, na evidência lógica, fazendo com que em
ambos os modos de conhecer deve a evidência resultar da pesquisa dos fatos, ou da análise dos
conteúdos dos enunciados, no caso do conhecimento teológico o fiel não se detém nelas a procura
de evidência, mas da causa primaria, ou seja da revelação divina.
“Se algumas coisas são igualmente consideradas pelo filósofo e pelo fiel a respeito
das criaturas, filosofo e fiel são guiados por princípios diversos. Na verdade, o
filósofo (ou o cientista) tira seu argumento das próprias causas das coisas, enquanto
o fiel o toma da causa primeira, a saber, porque assim foi divinamente revelado; ou
porque isto reverte para glória de Deus; ou porque o poder de Deus é infinito. Por
isso mesmo também ela (a doutrina da Fé) deve ser considerada sabedoria máxima,
porque pensa a partir da causa mais elevada. E. por isso, a filosofia humana serve
a ela (à teologia do fiel) como o inferior ao superior (…). E dai decorre que uma e
outra doutrina se conduzem em ordem diversa. Pois, na doutrina da Filosofia (e da
ciência) que considera as criaturas em si a respeito das criaturas e a ultima versa a
respeito de Deus. Na doutrina da Fé, porem, que não considera as criaturas a não
ser enquanto referidas a Deus, respeito das criaturas. E desta maneira a doutrina da
fé é mais perfeita porque mais semelhante ao conhecimento divino que se conhece
a si mesmo e em si intui todas as coisas”.
A análise, ainda que breve, deste texto de Santo Tomás de Aquino, considerado no contexto de
toda sua obra da primeira parte da sua summa theologico, oferece um perfeito entendimento sobre
o conceito que fazem do conhecimento teológico os autores cristãos católicos.
Em segundo lugar, consta do texto em estudo a distinção entre Teologia e Filosofia ou ciência em
função dos “princípios diversos” que guiam filósofos e teólogos “em ordem diversa”. Tanto a
Teologia como a Filosofia e as ciências têm ou podem ter o mesmo objecto de estudo, como, por
exemplo, a origem do mundo, das espécies ou do Homem. Entretanto, “filosofo e fiel são guiados
por princípios diversos”. Este elemento especificativo do conhecimento teológico merecerá, pois,
especial consideração.
A ciência, eleva a capacidade natural e humana de ver e de conhecer, assim também, ensina a
Teologia, o dom da fé confere luz especial à mente humana, de tal maneira que, onde o filósofo
ou cientista vê apenas um homem, o fiel, o crente, com sua mente iluminada pela fé, consegue ver
um Deus; e onde o cientista ou filósofo vê um texto semelhante a inúmeros outros textos, o fiel, o
crente, vê fulgores da palavra divina; e ao aceitar os textos sagrados como expressão da mente ou
da ciência divina.
Assim, os princípios operativos, que guiam o fiel e o filósofo ou cientista, são diferentes; no caso
do filósofo ou cientista, age a razão natural; no caso do fiel, o princípio operativo que aceita o
dogma religioso não é a razão natural mas a razão elevada, ilustrada, iluminada pelo dom gratuito
da fé. Além desta diversidade de princípios operativos, subjectivos por sua própria natureza, resta
analisar a diversidade dos fundamentos ou princípios objectivos que diferenciam a Teologia em
relação à Filosofia.
Se perguntarmos ao teólogo, ou ao fiel cristão esclarecido, por que admite que o Homem seja
dotado de alma espiritual, imortal, que não resulta da evolução da matéria e que não é transmitida
pelos pais aos seus filhos, ele só terá uma resposta: -Porque tal verdade consta dos textos bíblicos,
que são a palavra de Deus, isto é, a comunicação da verdade que Deus tem em suas mente e
comunica aos homens.
Não parece existir outro esquema que melhor caracterize a estrutura do conhecimento teológico,
ou seja, a estrutura da aceitação do dogma como verdade inconteste. Realmente, se Deus existe,
se revelou aos homens uma parcela de seus conhecimentos, se esta revelação foi transcrita
fielmente e integralmente preservada de corruptelas nos textos sagrados da Bíblia, é evidente que
tudo o que está claramente contido na Bíblia deve ser aceito como expressão da verdade divina, e,
como diz Tomás de Aquino, o fiel conhece através da verdade com que Deus conhece a si e a todas
as coisas em si. Incumbe, entretanto, ao teólogo provar que Deus existe, que de fato falou aos
homens, que os textos bíblicos foram inscritos sob inspiração divina, que este ou aquele
ensinamento se encontram claramente contidos nos textos sagrados.
Diversamente do que acontece com o conhecimento vulgar, o conhecimento científico não atinge
simplesmente os fenómenos na sua manifestação global, mas atinge em suas causas, na sua
constituição íntima, caracterizando-se, desta forma, pela capacidade de analisar, e explicar, de
desdobrar, de justificar, de induzir ou aplicar leis, de predizer com segurança eventos futuros.
Conhecer perfeitamente é conhecer pelas causas, saber cientificamente é ser capaz de demonstrar.
O conhecimento científico difere do conhecimento vulgar e vai muito além deste, porque explica
os fenômenos e não só os apreende.
Portanto, tanto o conhecimento vulgar como o cientifico, tanto o conhecimento filosófico como o
teológico alimentam o mesmo propósito e lutam pelo mesmo objectivo, que é o de chegar à
verdade sobre o Homem e sobre o universo, sobre o ser e sobre cada uma das realidades que
constituem infinitos segmentos da natureza. A certeza religiosa fundamenta-se nas inspirações da
fé que determina a crença que nos enunciados dogmáticos, pelo fato de terem sido revelados por
Deus como verdades divinas e, se Deus os revelou, logo o homem atinge as mesmas verdades que
Deus.
Referências Bibliográficas
LAKATOS, E.M; MARCONI, M.A. (2009). Metodologia Cientifica- 5. ed. São Paulo: Atlas S.A.
MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. (2008) Fundamentos de metodologia
científica. 6. Ed. São Paulo: Atlas.
CHARLOT, B. (2000). Da relação com o saber: elementos para uma teoria. Trad.B. Magne.
Porto Alegre: Artmed.