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NOÇÕES DE PESQUISA

Técnico em registros e informações em saúde

Este curso tem Prof. Jairo de Pontes


16 horas
NOÇÕES DE PESQUISA
Técnico em registros e informações em saúde

Prof. Jairo de Pontes

Este curso tem

16 horas
Sumário

Foto de Darwis Alwan no Pexels

Boas-Vindas................................................................................................ 2
1. Ciência, Conhecimento, Método, Metodologia e Pesquisa
4
Científica......................................................................................................
1.1 Conhecimento Empírico..................................................................................... 5
1.2 Conhecimento Filosófico.................................................................................... 5
1.3 Conhecimento Teológico................................................................................... 5
1.4 Conhecimento Científico.................................................................................... 6
1.5 Ciência............................................................................................................... 8
1.6 Método............................................................................................................... 10
1.6.1 Método Indutivo............................................................................................. 11
1.6.2 Método Dedutivo........................................................................................... 12
1.6.3 Método Dialético........................................................................................... 12
1.7 Metodologia e Pesquisa..................................................................................... 13
2. Tipos de Pesquisa................................................................................... 15
2.1 Classificação das Pesquisas............................................................................. 17
2.1.1 Quanto aos Objetivos................................................................................... 17
2.1.2 Quanto à Abordagem.................................................................................... 18
2.1.3 Quanto aos Procedimentos Adotados na Coleta de Dados.......................... 19
3. Projeto de Pesquisa................................................................................ 23
3.1 Elementos pré-textuais...................................................................................... 23
3.2 Elementos textuais............................................................................................ 25
3.3 Elementos pós-textuais...................................................................................... 26
3.4 Regras Gerais.................................................................................................... 26
3.5 Aspectos gráficos do texto.................................................................................. 27
4. Referências.............................................................................................. 31
Boas-Vindas
Foto Pexels

Prezado(a) Estudante,
Seja Bem-vindo(a) a disciplina Noções de Pesquisa da Escola Técnica de
Saúde da UFPB (ETS/UFPB). Eu, professor Jairo de Pontes, terei imenso prazer
em contribuir para ampliar os seus conhecimentos.
Essa apostila tem o objetivo de auxiliar você, estudante da Escola Técnica
de Saúde, a compreender o processo de construção da ciência e da pesquisa e
fornecer o instrumental para o desenvolvimento de projeto de pesquisa. Nesse
sentido, o conteúdo desta apostila visa incentivar a reflexão sobre a construção
do conhecimento e desenvolver habilidades necessárias para a atividade
científica, incorporando os principais conceitos de Ciência, Pesquisa e Teoria,
além de apresentar os elementos da Metodologia Científica e estrutura do
trabalho científico.
A apostila está dividida em três partes, além desta apresentação. A
primeira aborda temas como Ciência, Conhecimento, Método, Metodologia e
Pesquisa Científica; A segunda expõe os tipos de pesquisa; Na terceira, são
apresentadas informações para elaboração de um projeto de pesquisa, contendo
elementos como a estrutura do trabalho científico e normas da ABNT. Por fim,
apresenta-se um "roteiro resumido" para a elaboração de um projeto de
pesquisa.
Perceba que os conteúdos a serem trabalhados em cada módulo são
interligados e complementares entre si. Por isso é importante que você entenda
cada uma das etapas que serão apresentadas na disciplina.
Para ter um melhor aproveitamento do curso e aumentar o seu
aprendizado é importante que você acompanhe cada uma das etapas listadas
acima. Para tanto sua navegação pelo conteúdo de cada conteúdo deverá ser

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linear, ou seja, você deverá acessar o primeiro tema, conferir todos os tópicos e
realizar a(s) atividade(s) proposta(s), para depois, acessar o tema seguinte. Veja
os tipos de atividades que teremos ao longo do curso:

ATIVIDADE

A atividade será composta por questões que terão objetivo de verificar


se você teve um bom aproveitamento em relação ao conteúdo do tema
correspondente. É importante responder à atividade para poder acessar
o tema seguinte.

FÓRUM

O fórum proporciona o debate e a troca de conhecimento. Haverá um


fórum por módulo, que ficará aberto durante todo o seu período de
estudos nesse módulo, permitindo que você compartilhe suas dúvidas e
percepções.

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1. Ciência, Conhecimento, Método,
Metodologia e Pesquisa Científica
Foto de Andrea Piacquadio no Pexels

“Para o espírito científico qualquer conhecimento é uma resposta a uma


pergunta. Se não tem pergunta não pode ter conhecimento científico.
Nada se dá tudo se constrói”. (JAPIASSÚ, 1999, P. 84)

O desenvolvimento da ciência nos leva a caminhos e descobertas que


propiciam grandes crescimentos. Neste primeiro tópico iremos apresentar os
principais elementos do conhecimento científico. Para tanto, se faz necessário
definir o que se entende por ciência e por conhecimento.
Na atualidade vivenciamos a chamada Era da Informação e do
Conhecimento, resultado da evolução da tecnológica e do acúmulo do
conhecimento científico. Para chegar até este momento, o homem, movido pela
curiosidade, buscou conhecer o mundo em que vivia. Diante dessa realidade é
possível perceber que qualquer conhecimento, existe a partir da reflexão, do
pensamento de um sujeito sobre um objeto.

Logo, o conhecimento é a relação entre um sujeito que busca


saber sobre algo. Deste modo, todo conhecimento pressupõe dois
elementos: o sujeito que quer conhecer e o objeto a ser conhecido.
Sem o sujeito que conhece não há conhecimento.

No entanto, é importante destacar que a ciência não é o único caminho de


acesso ao conhecimento. Os estudiosos concordam em afirmar que existem

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basicamente quatro tipos de conhecimento: empírico, filosófico, teológico e
científico. A seguir, vamos estudar cada um deles.

1.1 Conhecimento Empírico


O conhecimento empírico é também chamado de conhecimento prático,
popular, vulgar ou de senso comum. É o conhecimento obtido pelo acaso, pelas
diversas tentativas de acertos e erros, independentemente de estudos, de
pesquisas ou de aplicações de métodos. É o estágio mais elementar do
conhecimento, baseado em observações sobre a vida diária, fundamentado em
experiências vivenciadas e transmitidas de pessoa para pessoa. É um saber
subjetivo, construído com base em experiências subjetivas.
Um exemplo bem simples é o conhecimento sobre o uso de plantas na
cura de determinadas doenças, adquirido pela experiência, transmitido de
geração para geração pela educação e imitação.

1.2 Conhecimento Filosófico


O conhecimento filosófico compreende os estudos da relação do homem
com todo o universo [aquilo que se conhece e o que é ainda um mistério]. Baseia-
se no uso da razão para chegar a conclusões ou hipóteses sobre as coisas.
Abrange os estudos sobre ética, estética, lógica e política, procurando
compreender a realidade em seu contexto mais universal.

De acordo com Cervo e Bervian (2002), a base do


conhecimento filosófico é a reflexão. Por intermédio desse
conhecimento o homem passou a entender o sentido da vida e do
universo. Esse conhecimento envolve uma valoração, pois parte de
hipóteses que não poderão ser submetidas à observação, ou seja,
não são verificáveis e não podem ser confirmadas, nem refutadas.

1.3 Conhecimento Teológico


O conhecimento teológico está relacionado com a fé e a crença divina. É,
portanto “produto de intelecto do ser humano que recai sobre a fé” (CERVO;
BERVIAN, 2002, p. 8). Esse conhecimento manifesta-se diante do mistério ou de

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algo oculto que provoca curiosidade, estimulando a vontade de entender aquilo
que se desconhece. Apoia-se em fundamentos sagrados, portanto, valorativos.
É um conhecimento sistemático, ou seja, tem origem, significado,
finalidade e destino. Para que você compreenda o que é conhecimento teológico,
pense naquilo que entendemos como “obra de Deus”. A obra tem origem,
significado, finalidade e destino e, embora esse conhecimento não seja
verificável, é indiscutível.

1.4 Conhecimento Científico


O conhecimento científico difere dos outros tipos de conhecimento
(empírico, filosófico e teológico), por buscar conhecimentos além do fenômeno e
resulta de uma investigação metódica e sistemática da realidade, buscando as
causas dos fatos e as leis que os regem. Tem a característica de verificabilidade,
isto é, suas hipóteses podem ser comprovadas. É um conhecimento falível,
porque não é definitivo, absoluto e final, já que está em constante renovação e
construção.
Segundo Galliano (1979), o conhecimento científico:

• Atém-se aos fatos, isto é, procura desvendar a realidade dos fatos. Por
meio deles, o pesquisador inicia e termina sua investigação, portanto
parte dos fatos interfere neles e retorna a eles;

• Transcende os fatos, isto é, além de explicá-los, busca descobrir suas


relações com outros fatos, ampliando o conhecimento;

• É analítico, isto é, estuda e explica os fatos, decompondo-os em


partes. A análise tem como objetivo desvendar os elementos que os
compõem e as inter-relações que formam o todo;

• Requer exatidão e clareza, condições indispensáveis para a


comprovação e verificação dos dados;

• É comunicável, pois seu propósito é informar, e deve ser


compartilhado não só com a comunidade científica, mas com a
sociedade toda;

• É verificável, e isso quer dizer que é preciso a comprovação dos fatos


para se tornar verdadeiro;

• Depende de investigação metódica, seguindo etapas, normas e


técnicas, portanto, obedecendo a um método preestabelecido;

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• É sistemático, pois é constituído por um sistema de ideias interligadas
logicamente;

• É explicativo, pois busca explicar os fatos reais, dando respostas aos


porquês! A explicação científica não descreve somente o fato, mas
procura explicar as razões da existência dele;

• É aberto e cumulativo, pois permite constantes aprimoramentos e


novas descobertas. Como exemplo, podemos citar os organismos
vivos, que estão em permanente crescimento e modificação. É aberto,
porque não existem barreiras que o limitam; e

• É útil, pois proporciona ao homem “um instrumento valioso para o


domínio da natureza e a reforma da sociedade, em benefício do
próprio homem.” (GALLIANO, 1979, p. 30).

Veja no quadro abaixo as características que sintetizam os quatro tipos de


conhecimento.

Conhecimento popular Conhecimento científico

Valorativo Real (relativo ao fato)


Reflexivo Contingente
Assistemático Sistemático
Subjetivo Verificável
Verificável Falível
Falível Aproximadamente exato
Inexato

Conhecimento filosófico Conhecimento teológico

Valorativo Valorativo
Racional Inspiracional
Sistemático Sistemático
Não verificável Não verificável
Infalível Infalível
Exato Exato

Quadro 1: Características dos quatro tipos de conhecimento


Fonte: Adaptado de Trujillo Ferrari (1982)

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Um exercício de associação da teoria até aqui exposta com
sua realidade! Para isso, identifique exemplos de conhecimentos:
senso comum, teológico, filosófico e científico, no cotidiano de casa,
na família, no trabalho, na leitura de jornais, revistas e na televisão.

1.5 Ciência
Agora você já sabe que o conhecimento pode ser obtido de diversas
maneiras: por imitação, pela experiência pessoal ou por outro conhecimento
adquirido pela educação informal, transmitida pelos antepassados, pela lógica,
pela fé e crença, e pela objetividade e evidência dos fatos. Assim, você já está
preparado para compreender “o que é ciência”!

A palavra ciência vem do latim scientia, que


significa aprender ou conhecer. No entanto, essa
explicação etimológica não ajuda a diferenciar o
conhecimento científico dos outros tipos de
conhecimento [religioso, filosófico, familiar etc.].
É preciso deixar claro que ciência é um
conhecimento especial sobre a realidade. Para
Galliano (1979, p. 16), ciência “é o conhecimento
racional, sistemático, exato e verificável da
realidade”.

Segundo Köche (2015), o que leva o homem a produzir ciência é a busca


por respostas dos problemas que levam à compreensão de si e do mundo em

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que ele vive. Dessa forma, pode-se dizer que o motivo básico da ciência é a
curiosidade intelectual e a necessidade que o homem tem de compreender a si
mesmo e ao mundo em que vive. Nesse contexto, o papel das ciências é:

• Aumentar e melhorar o conhecimento da realidade;


• Descobrir novos fatos e fenômenos;
• Explicar os fenômenos misteriosos e falsos milagres, como, por
exemplo, a levitação;
• Melhorar a qualidade de vida do homem, como, por exemplo, suprimir
a fome, diminuir o sofrimento, eliminar a doença, facilitar o trabalho
com inovações tecnológicas, dentre outras formas; e
• Estabelecer controle sobre o ambiente físico, o homem, os animais e
vegetais.
A ciência baseia-se no conhecimento científico, portanto, objetivo. No
entanto, é preciso entender que existem áreas do conhecimento que não são
objetivas, mas são racionais, sistemáticas e verificáveis, como é o caso da lógica
formal e da matemática. Por outro lado, existem disciplinas que trabalham com
os fatos, com objetos materiais, empíricos. Essa divisão entre as diferentes áreas
do conhecimento levou os estudiosos a classificar as ciências em: ciências
formais e ciências fáticas. Veja:

• Ciências formais: preocupam-se com coisas abstratas, símbolos que


só existem na mente humana, no plano conceitual, como os números,
por exemplo. São também chamadas de ciências formais e não
empíricas, pois comprovam suas proposições sem recorrer à
experimentação. Não abordam, assim, objetos empíricos, de coisas,
nem de processos.

• Ciências factuais ou fáticas: são materiais, seu método é a observação


e a experimentação, e seu critério de verdade é a verificação. São
também chamadas de ciências empíricas, pois se dedicam à
comprovação e verificação dos fatos e acontecimentos do mundo que
nos rodeia. Empregam, portanto, símbolos interpretados. As ciências
fáticas estão classificadas em:

✓ Ciências naturais: como física, química e biologia.


✓ Ciências sociais: como sociologia, ciência política, direito,
economia, história e administração.

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1.6 Método
A palavra Método vem da palavra grega méthodos, formada por duas
palavras metá que significa no meio de; através, entre, acrescida de odós, que
significa “caminho”. Assim, podemos dizer que Método significa ao longo do
caminho, ou seja, “forma de proceder ao longo de um caminho.
Em ciências, Método é a maneira, é a forma que o cientista escolhe para
ampliar o conhecimento sobre determinado objeto, fato ou fenômeno. É uma
série de procedimentos intelectuais e técnicos adotados para atingir determinado
conhecimento.
O Método Científico é elemento fundamental do processo do
conhecimento realizado pela ciência para diferenciá-la não só do conhecimento
comum, mas também das demais modalidades de expressão da subjetividade
humana, como a filosofia, a arte e a religião (SEVERINO, 2017).
No quadro abaixo apresentamos algumas das principais definições de
Método em ciências

Autor Conceito Análise

O autor coloca Método como


Hegenberg Método é o caminho pelo qual se caminho, mas o que chama
(apud chega a determinado resultado, atenção nessa definição é o fato de
LAKATOS; ainda que esse caminho não tenha que o caminho escolhido pelo
MARCONI, sido fixado de antemão, de modo pesquisador não necessariamente
2017) refletido e deliberado. deva ser rigidamente planejado,
como por exemplo a pesquisa
qualitativa.

Método “é a forma de proceder ao


longo de um caminho. Na ciência, os
Da mesma forma que Hegenberg,
métodos constituem os instrumentos
Trujillo Ferrari Trujillo Ferrari enfatiza o método
básicos que ordenam de início o
(1982, p. 24) como um caminho, com início, meio
pensamento em sistemas e traçam
e fim.
de modo ordenado a forma de
proceder do cientista ao longo de um
percurso, para alcançar um objetivo”.

Método “é a ordem que se deve Analisando esse conceito, percebe-


impor aos diferentes processos se que os autores afirmam que
Cervo e necessários para atingir um certo fim método é o caminho a seguir para
Bervian (2002, ou um resultado desejado. Nas chegar à verdade nas ciências, e
p. 23) ciências, entende-se por método o que não há conhecimento válido
conjunto de processos empregados sem procedimentos ordenados e
na investigação e na demonstração racionais.
da verdade”.

Quadro 2: Conceitos de método em ciências


Fonte: Zanella (2013)

Noções de Pesquisa Página 10


Da mesma forma que existem inúmeras definições de Método você pode
verificar na literatura que existem diferentes tipos de Métodos. Isso quer dizer
que as linhas de pensamentos nas diversas ciências são também inúmeras,
resultados da evolução e dos diferentes paradigmas.

Paradigma:
“conjunto de premissas que estabelece
limites e proporciona orientação para tomar
decisões e resolver problemas dentro desses
limites, bem como para julgar, perceber e
interpretar fatos. [...] As premissas do paradigma
fundamentam o modo de pensar, perceber e
compreender a vida”.
Fonte: Lacombe (2004, p.234).

1.6.1 Método Indutivo


A indução e a dedução são duas formas diferentes de raciocinar. Na
indução – Método indutivo – o pensamento percorre um caminho partindo de fatos
particulares para fatos universais. Assim, a generalização é constatada após a
observação dos dados. Na indução o raciocínio, segundo Lakatos e Marconi
(2017), passa por três etapas:

• A observação dos fenômenos: o investigador parte da observação de


fatos e fenômenos, com a finalidade de descobrir as causas de sua
manifestação.
• A descoberta da relação entre eles: a seguir, por meio da comparação, o
investigador aproxima os fatos para descobrir a relação existente entre
eles.
• Generalização da relação: com base na relação verificada, o investigador
generaliza a relação.

Noções de Pesquisa Página 11


Um exemplo, bem simples, do raciocínio indutivo são os estudos feitos
com uma amostra de uma população. Após análises os resultados são
generalizados para toda a população da mesma espécie.

1.6.2 Método Dedutivo


Na dedução, o raciocínio parte de uma premissa geral para o particular.
De um princípio geral, chega-se ao particular. Conforme Severino (2017)
podemos dizer que a dedução é um procedimento lógico, raciocínio pelo qual se
pode tirar de uma ou de várias proposições uma conclusão que delas decorre
por força puramente lógica. A conclusão segue necessariamente às premissas.
No exemplo dado teríamos:
• Premissa maior: Todo homem é mortal.
• Premissa menor: Pedro é homem.
• Conclusão: Logo, Pedro é mortal.
Assim, se todos os homens são mortais, deduzimos que um determinado
homem vai morrer.

1.6.3 Método Dialético


Muito usado nas Ciências Sociais, o Método Dialético é bastante antigo, e
passou por diferentes concepções ao longo da história. Platão considerava a
dialética como a arte do diálogo. Na Antiguidade e na Idade Média significava
lógica. Na concepção moderna, preconizada por Hegel, “a lógica e a história da
humanidade seguem uma trajetória dialética, nas quais as contradições se
transcendem, mas dão origem a novas contradições que passam a requerer
solução” (GIL, 2017, p. 31). No entanto, Marx e Engels criticaram a concepção
de Hegel e criaram a ‘dialética materialista’.
Como vimos, existem diferentes Métodos, pois para cada tipo de
investigação você pode percorrer um caminho diferente. A escolha do Método
depende do problema de pesquisa que se quer resolver, da teoria que sustenta
a análise, dos objetivos da pesquisa, entre outros fatores.

Para conhecer mais sobre o método científico assista o vídeo


indicado no youtube, cujo link está abaixo:
Vídeo - https://www.youtube.com/watch?v=eRDBggKy0js&t=0s

Noções de Pesquisa Página 12


1.7 Metodologia e Pesquisa
O termo metodologia significa estudo do método. Todavia, dependendo
de sua utilização, a palavra metodologia tem dois significados totalmente
distintos:

• Ramo da pedagogia, cuja preocupação é o estudo dos métodos mais


adequados para a transmissão do conhecimento; e
• Ramo da metodologia científica e da pesquisa, que se ocupa do estudo
analítico e crítico dos métodos de investigação.
A palavra metodologia é utilizada no meio acadêmico de forma errônea e
equivocada. Comumente, compreende-se metodologia como conjunto de regras
que tratam da apresentação de um trabalho científico, isto é, da forma e do
formato, que envolve o tamanho das margens, o tipo de letra, o espaço entre
linhas, a numeração de seções e a colocação dos títulos das seções, dentre
outros. É preciso esclarecer que isso não é metodologia, mas sim padronização
e uniformização da apresentação de trabalhos científicos, como as Normas
Brasileiras [NBR] de apresentação de projetos de pesquisa [NBR 15287 de
2011], de trabalhos de conclusão de curso [NBR 14724 de 2011] e de artigos
científicos [NBR 6022 de 2018], que são determinadas pela Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que é o Fórum Nacional de
Normalização.
Outra forma equivocada de utilizar a palavra metodologia é empregá-la
como conjunto de regras fixas sobre como fazer uma pesquisa. Essa forma de
pensar leva à compreensão de que todas as pesquisas são desenvolvidas da
mesma maneira, seguindo-se os mesmos passos. No entanto, cada pesquisa,
dependendo do tema e do problema de estudo, segue um caminho específico.
Existem sim momentos ou etapas comuns a todas as pesquisas: iniciam com seu
planejamento, seguem sua execução e, por fim, apresentam a comunicação dos
resultados, mas cada investigação segue seu próprio caminho.
Até agora abordamos os conceitos de ciência, Método e Metodologia.
Para dar conta dos assuntos que estão delimitados no título desta seção,
necessitamos tratar sobre pesquisa.
Quem já não realizou algum tipo de pesquisa, ao longo de sua vida?
Certamente, você costuma “pesquisar” preços antes de comprar uma televisão,
uma geladeira, um carro, uma casa, a carne para um saboroso churrasco, não
é?
Pesquisar faz parte do nosso cotidiano, mas aqui, neste texto, iremos
tomar a palavra “pesquisa” num sentido mais preciso, mais específico, que vai
além do sentido amplo que lhe é dado pelo senso comum. A pesquisa visa
essencialmente a produção de novo conhecimento e tem a finalidade de buscar
respostas a problemas e a indagações teóricas e práticas.

Noções de Pesquisa Página 13


Assim, ciência e pesquisa andam de mãos dadas. Uma não pode viver,
ou melhor, não pode existir sem a outra. Só se faz ciência e se produz
conhecimento fazendo pesquisa.
Vivemos num mundo onde a participação da ciência e da pesquisa na
nossa vida é constante e permanente. Desde o momento que você acorda até a
hora que vai dormir você consome produtos e informações que são resultados
de pesquisa.
Existe uma infinidade de definições sobre pesquisa, que você poderá
encontrar nos livros de pesquisa, alguns deles indicados no tópico Referências,
ao final desta apostila.
Não vamos apresentar todas as definições aqui. Assim, selecionamos três
definições para sua reflexão. Pesquisa é:

• O processo formal e sistemático de desenvolvimento do Método


científico e visa à produção de conhecimento novo (GIL, 2017, p. 42).
• Uma atividade humana, honesta, cujo propósito é descobrir respostas
para as indagações ou questões significativas que são propostas
(TRUJILLO FERRARI, 1982, p. 167).
• Um procedimento reflexivo, sistemático, controlado e crítico, que
permite descobrir fatos novos ou dados, relações ou leis, em qualquer
campo do conhecimento (ANDER-EGG apud LAKATOS; MARCONI,
2017, p. 154).

Observe que cada autor coloca o foco sobre um aspecto bem específico
da pesquisa. Gil aponta o Método como o caminho para se chegar ao
conhecimento novo. Já Trujillo Ferrari apresenta a pesquisa como uma atividade
humana, que deve ser significativa, não pode se pesquisar qualquer coisa. Por
fim, Ander-Egg também coloca o foco sobre os procedimentos da pesquisa.

Para conhecer mais sobre O método científico na área da saúde


assista o vídeo indicado no youtube, cujo link está abaixo:
Vídeo - https://www.youtube.com/watch?v=N30LVcA9OMc

Noções de Pesquisa Página 14


2. Tipos de Pesquisa
Foto de Tima Miroshnichenko no Pexels

Conforme visto, a pesquisa tem por finalidade conhecer e explicar os


fenômenos que ocorrem no mundo. Por isso, ela sempre inicia com uma grande
pergunta que a estimula. Assim, podemos dizer que o processo de investigação
é consequência de questionamentos de fatos e fenômenos que ocorrem na
realidade. Existe, portanto, uma dúvida e essa dúvida gera um questionamento,
que por sua vez desencadeia atividades próprias de uma investigação científica.
Como explica Trujillo Ferrari (1982, p. 168), a pesquisa “destina-se a duas
finalidades mais amplas que a simples procura de respostas.” Essas finalidades
estão vinculadas ao enriquecimento teórico das ciências e relacionadas com o
valor prático ou pragmático.

As pesquisas que têm como objetivo o


desenvolvimento teórico, são denominadas
pesquisas básica, pura, fundamental ou
teórica, e as que estão relacionadas com a
solução de problemas práticos se chamam
pesquisas aplicadas.

A pesquisa científica pura, também chamada de fundamental, teórica ou


básica, “permite articular conceitos e sistematizar a produção de uma

Noções de Pesquisa Página 15


determinada área de conhecimento”, diz Minayo (2002, p. 52). Visa, portanto,
“criar novas questões num processo de incorporação e superação daquilo que já
se encontra produzido”.
Para Trujillo Ferrari (1982), a pesquisa teórica procura melhorar o próprio
conhecimento. Isso significa contribuir, entender e explicar os fenômenos. Na
pesquisa teórica, os pesquisadores trabalham para gerar novas teorias. Em
outras palavras, a pesquisa teórica é aquela que procura o progresso científico,
a ampliação de conhecimentos teóricos, sem a preocupação de utilizá-los na
prática. É a pesquisa formal, tendo em vista generalizações, princípios, leis. Tem
por meta o conhecimento pelo conhecimento.
Veja alguns exemplos de questões de pesquisa teórica nas ciências
sociais:

• Qual é a natureza da cultura?


• Como ela emerge?
• Como é transmitida?
• Por que os indivíduos se comportam de determinada forma?
• Quais são as estruturas e o processo da organização social humana?
Já a pesquisa científica aplicada tem como finalidade gerar soluções aos
problemas humanos, entender como lidar com um problema. Trujillo Ferrari
(1982, p. 171) enfatiza que “não obstante a finalidade prática da pesquisa, ela
pode contribuir teoricamente com novos fatos para o planejamento de novas
pesquisas ou mesmo para a compreensão teórica de certos setores do
conhecimento”.
Alguns exemplos de pesquisa aplicada:

• Apoio da tecnologia de informação à gestão de protocolos de


atendimento de pacientes em tratamento na rede pública de saúde.
• Diagnóstico das ações de responsabilidade socioambiental no Banco
do Brasil S.A.
• A produção de sabão a partir de óleo de cozinha usado.

A pesquisa aplicada tem como base para analisar a realidade


a ser estudada um referencial teórico. As realidades a serem
estudadas podem ser uma ou mais organizações, uma pessoa ou
um grupo de pessoas, um programa ou um projeto que está sendo
desenvolvido, etc.

Noções de Pesquisa Página 16


2.1 Classificação das Pesquisas
Como as pesquisas se referem aos mais diversos objetos e buscam
objetivos muitos diferentes, torna-se natural que se busque classificá-las visando
um melhor entendimento. Assim, no presente tópico conheceremos a
classificação de pesquisa quanto ao método e à forma de abordar o problema
preconizada por Richardson et al. (2007) e a classificação proposta por Gil (2017)
quanto aos objetivos, à abordagem e aos procedimentos.

2.1.1 Quanto aos Objetivos


De acordo com Gil (2017), toda a pesquisa tem seus objetivos, que
tendem, naturalmente, a ser diferentes dos objetivos de qualquer outra. no
entanto em relação aos objetivos mais gerais, ou propósitos, as pesquisas
podem ser classificadas em exploratórias, descritivas e explicativas.
Pesquisa exploratória: tem a finalidade de ampliar o conhecimento a
respeito de um determinado fenômeno. Segundo o autor, esse tipo de pesquisa,
aparentemente simples, explora a realidade buscando maior conhecimento, para
depois planejar uma pesquisa descritiva.
Exemplos de pesquisa exploratória:

• Análise da oferta de roteiros turísticos operados pela Secretária de


Turismo do Município de Bananeiras-PB.
• Cooperativas de saúde: um estudo exploratório dos cuidadores de
idosos.
Pesquisa descritiva: procura descrever a realidade estudada, suas
características e seus problemas. Pretende “descrever com exatidão os fatos e
fenômenos de determinada realidade. De acordo com Gil (2017), no grupo das
pesquisas descritivas, encontram-se os estudos de características de
determinado grupo: sua distribuição por idade, sexo, procedência, nível de
escolaridade, estado de saúde física e mental etc.
Neste tipo de pesquisa ainda se encontram os estudos relacionados ao
nível de atendimento dos órgãos públicos de uma comunidade, as condições de
saúde bucal de seus habitantes, o índice de doenças, etc.
É importante destacar que algumas pesquisas descritivas buscam ir além
da simples identificação da existência de relações entre variáveis, e pretendem
determinar a natureza dessa relação. Nesse caso, tem-se uma pesquisa
descritiva que se aproxima da explicativa.

Noções de Pesquisa Página 17


Exemplos de pesquisas descritivas:
Diagnóstico da estrutura e o funcionamento das equipes de PSF do
município do Conde-PB.
Diagnóstico da prevalência de doenças bucal em crianças da região
litorânea do município de João Pessoa-PB.
Pesquisa explicativa: é aquela centrada na preocupação de identificar
fatores determinantes ou de contribuição no desencadeamento dos fenômenos.
Explicar a razão pela qual se dá uma ocorrência social ou natural. No campo
social a complexidade aumenta a partir da temporalidade do fenômeno. Também
é importante situar o ambiente social de ocorrência. Portanto, a realidade tempo-
espaço é fundamental na identificação de causa e efeito do evento social. Os
procedimentos básicos são: registrar, classificar, identificar e aprofundar a
análise.
Exemplos de pesquisa explicativa:

• As razões do sucesso das cooperativas de saúde de João Pessoa –


PB.

• A contribuição de informações educacionais sobre higiene bucal para


a para redução de cáries no município de Bananeiras-PB.

2.1.2 Quanto à Abordagem


Quanto ao Método e à forma de abordar o problema Richardson et al.
(2007) classifica as pesquisas em qualitativa e quantitativa. A pesquisa
qualitativa pode ser entendida como a que se fundamenta principalmente em
análises qualitativas, caracterizando-se, em princípio, pela não utilização de
instrumental estatístico na análise dos dados. Esse tipo de análise tem por base
conhecimentos teórico-empíricos que permitem atribuir-lhe cientificidade.
Exemplos de pesquisa qualitativa:

• Análise da eficiência das campanhas de marketing realizadas pela


Secretaria de Saúde de João Pessoa, com base na fundamentação
teórica de Philip Kotler.

• Estudo sobre a expressão da criatividade nos grupos folclóricos da


festa de São João: um estudo de caso da Quadrilha Já Era do
Município de Guarabira – PB.

A pesquisa quantitativa é aquela que se caracteriza pelo emprego de


instrumentos estatísticos, tanto na coleta como no tratamento dos dados, e que
tem como finalidade medir relações entre as variáveis. No estudo quantitativo,

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por sua vez, o pesquisador parte de um plano preestabelecido com hipóteses e
variáveis claramente definidas. Procura medir e quantificar os resultados da
investigação, elaborando-os em dados estatísticos.

Exemplos:

• Perfil dos usuários de próteses dentárias, através da sua distribuição


em relação a sexo, faixa etária, nível educacional, nível
socioeconômico e localização, da cidade de Santa Rita - PB.

• Preferência dos eleitores para o cargo de Presidência da República,


na cidade de Cabedelo - PB.

Frequentemente encontram-se análises quantitativas como


fundamento de análises qualitativas. Para Zanella (2013, p. 36) “o
raciocínio e a argumentação na análise qualitativa são baseados na
variedade de técnicas usadas no modo qualitativo.” O autor
argumenta “que é essencial se conceituar o método qualitativo e o
método quantitativo não como uma dicotomia, mas um continuum,
como um método misto, representando um ponto intermediário da
escala”.

2.1.3 Quanto aos Procedimentos Adotados na Coleta de Dados


Quanto aos procedimentos adotados na coleta de dados, Gil (2017) os
agrupa em dois grandes grupos:

• No primeiro grupo, estão as pesquisas bibliográfica e documental, que


se utilizam material escrito;
• No segundo grupo, estão as que se utilizam de fontes de “gente”, isto
é, dependem de informações transmitidas pelas pessoas. Incluem-se
a pesquisa experimental, a ex-post-facto, o levantamento, o estudo de
campo e o estudo de caso.
É importante destacar que, segundo o autor, essa classificação não pode
ser considerada de forma rígida, já que muitas vezes, as pesquisas “não se
enquadram facilmente num ou noutro modelo” (Gil, 2017, p. 68).
Vejamos cada um desses tipos de pesquisa:

Noções de Pesquisa Página 19


• Bibliográfica: uso exclusivo de fontes bibliográficas. A principal
vantagem é permitir ao pesquisador a cobertura mais ampla do que se
fosse pesquisar diretamente; é relevante quando o problema de
pesquisa requer dados muito dispersos. Exemplo: Estudos históricos.
Procura-se comparar dados e informações para detectar possíveis
incoerências ou contradições. Exemplo: Estudo da relação entre
criatividade e processo decisório.

• Documental: semelhante à pesquisa bibliográfica, a pesquisa


documental se utiliza de fontes documentais, isto é, fontes de dados
secundários. Os dados documentais, de natureza quantitativa e/ou
qualitativa, podem ser encontrados junto à empresa (dados
secundários internos) como os relatórios e manuais da organização,
prontuários de atendimento, relatórios de estoques, de atendimento,
relatório de entrada e saída de recursos financeiros, entre outros, e
externos, como as publicações, a exemplo do Censo Demográfico do
IBGE) e resultados de pesquisas já desenvolvidas. Em função da
natureza dos documentos – qualitativos ou quantitativos – o
planejamento, a execução e a interpretação dos dados seguem
caminhos diferentes, respeitando as particularidades de cada
abordagem. Veja alguns exemplos desse tipo de pesquisa:

✓ A influência do orçamento de despesas operacionais no


desempenho dos gestores e no resultado de consultórios
odontológicos da cidade de João Pessoa-PB.

✓ Estudo de viabilidade econômico-financeira de plano


odontológico.

• Experimental: é a pesquisa que envolve algum tipo de experimento,


geralmente em laboratórios, onde o pesquisador trabalha com
variáveis que são manipuladas pelo pesquisador (variável
independente), e variáveis dependentes (que sofrem a influência da
manipulação do pesquisador). Neste tipo de estudo se determina um
objeto de estudo, são seleciona-se as variáveis, definem-se as formas
de controle e de observação dos efeitos, como por exemplo podemos
citar:

✓ Estudo da relação entre ergonomia e qualidade de vida no


trabalho (Pressupõe dois grupos de pesquisa: um com ações
ergonômicas no ambiente físico e equipamentos e outro sem
essas alterações).

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• Ensaio clínico: Os ensaios clínicos constituem um tipo de pesquisa em
que o investigador aplica um tratamento – denominado intervenção – e
observa os seus efeitos sobre um desfecho. Seu objetivo fundamental
é o de responder questões referentes à eficácia de novas drogas ou
tratamentos. São estudos de caráter experimental ou quase-
experimental. Em sua forma mais simples, os ensaios clínicos utilizam
dois grupos idênticos de pacientes: o grupo experimental ou de estudo
e o grupo controle. Os ensaios clínicos também podem ser usados na
avaliação de cuidados com a saúde. Como exemplo de ensaio clínico
podemos citar:

✓ A contribuição de serviços psicossociais na reabilitação de


usuários de drogas.

✓ Os efeitos de exercícios aeróbicos no volume de leite produzido


por mulheres lactantes.

✓ A eficácia dos cuidados geriátricos na reabilitação de


pacientes com fraturas.

• O estudo de Coorte: refere-se a um grupo de pessoas que têm alguma


característica comum, constituindo uma amostra a ser acompanhada
por um determinado período visando se observar e analisar o que
acontece com elas. Esse tipo de estudo é muito utilizado na pesquisa
nas ciências da saúde. Os estudos de coorte podem ser prospectivos
(contemporâneos) ou retrospectivos (históricos). O estudo de coorte
prospectivo é elaborado no presente, com previsão de
acompanhamento determinado, segundo o objeto de estudo. Sua
principal vantagem é a de propiciar um planejamento rigoroso, o que
lhe confere um rigor científico que o aproxima do delineamento
experimental. O estudo de coorte retrospectivo é elaborado com base
em registros do passado com seguimento até o presente. Só se torna
viável quando se dispõe de arquivos com protocolos completos e
organizados. Esse tipo de estudo apresenta diversas limitações, sendo
as mais importantes à não utilização do critério de aleatoriedade na
formação dos grupos de participantes e a exigência de uma amostra
muito grande.

• Ex-post-facto: a tradução literal da expressão ex-post-facto é “a partir


do fato passado”. Isso significa que neste tipo de pesquisa o estudo foi
realizado após a ocorrência de variações na variável dependente no
curso natural dos acontecimentos. Nesse tipo de estudo o pesquisador
não tem o controle direto sobre as variáveis independentes, porque já

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ocorreram suas manifestações ou porque são essencialmente não
manipuláveis. Como exemplo podemos citar:

✓ Levantamento sobre o número de número de atendimentos da


clínica odontológica da UFPB e numa perspectiva longitudinal
no período de 2000-2020.
• Levantamento (Surveys ou Sondagem): é um método de levantamento
e análise de dados sociais, econômicos e demográficos e se
caracteriza pelo contato direto com as pessoas. Os censos são
exemplos de surveys. Pela dificuldade em conhecer a realidade de
todas as pessoas que fazem parte do universo pesquisado é
recomendado utilizar os levantamentos por amostragem. Como
exemplo podemos citar as pesquisas de Top of Mind, que revela as
marcas mais lembradas pela população.

• Estudo de campo: são semelhantes aos levantamentos, mas procuram


maior profundidade nas variáveis estudadas. Como exemplo,
podemos citar: Análise de competências básicas para proposição de
um modelo de formação para empreendedores na área da saúde.

• Estudo de caso: estudo exaustivo de um ou poucos objetos de


pesquisa, de maneira a permitir o aprofundamento do seu
conhecimento. Os estudos de caso têm grande profundidade e
pequena amplitude, pois procuram conhecer a realidade de um
indivíduo, de um grupo de pessoas, de uma ou mais organizações em
profundidade. Veja alguns exemplos abaixo:

✓ Estudo organizacional na Associação dos Artesãos da cidade e


Cabedelo-PB.

✓ Elaboração de um sistema de indicadores de desempenho da


saúde para o município de João Pessoa-PB.

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É importante ressaltar que nos tipos de pesquisa a utilização
de um tipo de procedimento não exclui a possibilidade de outro tipo
estar presente na mesma pesquisa. Assim, o estudo que envolve a
elaboração de um sistema de indicadores de desempenho da saúde
para o município de João Pessoa-PB, pode ser desenvolvido
utilizando-se da pesquisa bibliográfica, documental e se caracterizar
também como um estudo de caso.

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3. Projeto de Pesquisa

Foto de bongkarn-thanyakij no Pexels

Em virtude da existência de diferentes tipos de pesquisa, não se tem como


definir um roteiro único que sirva para todas elas. No entanto, é possível
apresentar um modelo de referência, com os elementos essenciais, que possa
ser ajustado e ampliado conforme a necessidade do pesquisador e da pesquisa.
Diante dessa realidade, apresentamos a seguir orientações para
elaboração de projetos de pesquisa, baseados em um modelo para área da
saúde e nas normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT. Os
itens que compõem o texto de um projeto dependem de suas finalidades.
Segundo a Norma Brasileira ABNT NBR 15287:2011, a estrutura de um projeto
de pesquisa compreende: elementos pré-textuais, elementos textuais e
elementos pós-textuais.

3.1 Elementos pré-textuais


Conforme citado, de acordo com Norma Brasileira ABNT NBR
15287:2011, os elementos pré-textuais são:

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• Capa (opcional): Apresenta as informações transcritas na seguinte
ordem: (1) nome da entidade para a qual deve ser submetido, quando
solicitado; (2) nome(s) do(s) autor(es); (3) título; (4) subtítulo (se
houver, devendo ser evidenciada
a sua subordinação ao título,
sendo precedido de dois-pontos,
ou distinguido tipograficamente);
(5) local (cidade) da entidade,
onde deve ser apresentado; e (6)
ano de depósito (entrega).

• Lombada (opcional): Deve ser


elaborada conforme a ABNT
NBR 12225.

• Folha de rosto: Apresenta as informações transcritas na seguinte


ordem: (1) nome(s) do(s) autor(es); (2) título; (3) subtítulo (se houver,
devendo ser evidenciada a sua subordinação ao título, precedido de
dois-pontos, ou distinguido tipograficamente); (4) tipo de projeto de
pesquisa e nome da entidade a que deve ser submetido; (5) local
(cidade) da entidade onde deve ser apresentado; (6) ano de depósito
entrega).

• Lista de ilustrações (opcional): Elaborada de acordo com a ordem


apresentada no texto, com cada item designado por seu nome
específico, travessão, título e respectivo número da folha ou página.
Quando necessário, recomenda-se a elaboração de lista própria para
cada tipo de ilustração (desenhos, esquemas, fluxogramas,
fotografias, gráficos, mapas, organogramas, plantas, quadros, retratos
e outras).

• Lista de tabelas (opcional): Elaborada de acordo com a ordem


apresentada no texto, com cada item designado por seu nome
específico, acompanhado do respectivo número da folha ou página.
Exemplo:
Tabela 1 – Perfil socioeconômico da população entrevistada, no período
de julho de 2009 a abril de 2010..........................................................10

• Lista de abreviaturas e siglas (opcional): Consiste na relação


alfabética das abreviaturas e siglas utilizadas no texto, seguidas das
palavras ou expressões correspondentes grafadas por extenso.
Recomenda-se a elaboração de lista própria para cada tipo. Exemplo:
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

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• Lista de símbolos (opcional): Elaborado de acordo com a ordem
apresentada no texto, com o devido significado. Exemplo:

O(n) Ordem de um algoritmo


• Sumário: Elemento obrigatório. Elaborado conforme a ABNT NBR
6027.

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3.2 Elementos textuais
Os elementos textuais têm como componentes uma parte introdutória, na
qual devem ser expostos o tema do projeto, o problema a ser abordado, a(s)
hipótese(s), quando couber(em), bem como o(s) objetivo(s) a ser(em) atingido(s)
e a(s) justificativa(s). É necessário também que sejam indicados o referencial
teórico que o embasa, a metodologia a ser utilizada, assim como os recursos e
o cronograma necessários à sua consecução.
De acordo com Gil (2017) os elementos textuais devem ser apresentados
preferencialmente em seções específicas, sendo a primeira correspondente à
Introdução, que se inicia com a apresentação do tema do projeto e do problema
que se pretende solucionar com a pesquisa, assim como sua delimitação
espacial e temporal.
Também nesta seção procede-se à apresentação dos objetivos da
pesquisa em termos claros e precisos. Recomenda-se, portanto, que em sua
redação sejam utilizados verbos de ação, como identificar, verificar, descrever,
analisar e avaliar. É possível em algumas pesquisas definir objetivos gerais e
específicos. Quando a pesquisa envolver hipóteses, é necessário deixar
explícitas as relações que se acredita existir entre as variáveis.
Ainda segundo Gil (2017), pode-se ainda na Introdução apresentar a
justificativa da pesquisa, que poderá incluir:
(1) fatores que determinaram a escolha do tema, sua relação com a
experiência profissional ou acadêmica do autor, assim como sua vinculação à
área temática ou linha da pesquisa do curso de pós-graduação, quando for o
caso;
(2) argumentos relativos à importância da pesquisa do ponto de vista
teórico, metodológico ou empírico;
(3) referência a sua possível contribuição para o conhecimento de alguma
questão teórica ou prática ainda não solucionada.
Uma segunda seção poderá corresponder à Revisão da Literatura. O que
interessa aqui é contextualizar teoricamente o problema e apresentar o estágio
atual de conhecimento acerca da questão. Isto implica o esclarecimento dos
pressupostos teóricos que dão fundamentação à pesquisa, bem como das
contribuições proporcionadas por investigações empíricas já realizadas. Cabe
ressaltar que a revisão bibliográfica não é constituída apenas por referências ou
sínteses do relato de estudos, mas por discussão crítica das obras citadas.
Outra seção importante e imprescindível é a que apresenta o Método
adotado na realização da pesquisa. Sua organização pode variar de acordo com
as características de cada estudo. No entanto, algumas informações tornam-se
necessárias, como as referentes a:

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• Tipo de pesquisa (experimental, levantamento, estudo de caso etc.);
• População e amostra (extensão da população, processo de extração
da amostra etc.);
• Coleta de dados (descrição das técnicas, tais como questionários,
entrevistas, observação etc.);
• Análise dos dados (testes de hipóteses, correlação, análise de
regressão etc.).
Também é pertinente apresentar um cronograma de execução, indicando
o tempo necessário para o desenvolvimento de cada uma das etapas da
pesquisa.

3.3 Elementos pós-textuais


A ordem dos elementos pós-textuais deve ser apresentada da seguinte
conforme a sequência dos elementos apresentados abaixo:

• Referências: Elemento obrigatório. Elaboradas conforme a ABNT NBR


6023.
• Glossário (opcional): Elaborado em ordem alfabética.
• Apêndice (opcional): Deve ser precedido da palavra APÊNDICE,
identificado por letras maiúsculas consecutivas, travessão e pelo
respectivo título.
• Anexo (opcional): Deve ser precedido da palavra ANEXO, identificado
por letras maiúsculas consecutivas, travessão e pelo respectivo título.
• Índice (opcional): Elaborado conforme a ABNT NBR 6034.

3.4 Regras Gerais


No desenvolvimento de um projeto de pesquisa é importante considerar
que ele será lido por professores e pesquisadores que terão a finalidade de
avaliar a suas qualidades e limitações. Nesse sentido, apesar de cada pessoa
ter o seu estilo de escrita, é importante atentar para alguns elementos que são
considerados primordiais para qualidade do projeto, são eles:

• Impessoalidade: O projeto deve ser escrito na terceira pessoa,


evitando referências pessoais, como “meu projeto”, “meu estudo” e
“minha tese. Em substituições a estes termos são preferíveis
expressões como: “este projeto”, “o presente estudo” etc.

• Objetividade: O texto deve ser escrito em linguagem direta com a


argumentação apoiando-se em dados e provas e não em
considerações e opiniões pessoais.

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• Clareza: As ideias devem ser apresentadas sem ambiguidade, para
não originar interpretações diversas. Deve-se utilizar vocabulário
adequado, sem palavras em excesso, sem expressões com duplo
sentido e evitando palavras supérfluas e repetições.

• Precisão: Cada palavra ou expressão deve traduzir com exatidão o


que se quer transmitir, em especial no que se refere a registros de
observações, medições e análises. As ciências possuem
nomenclatura técnica específica que possibilita conferir precisão ao
texto. O redator do relatório não pode ignorá-las. Para tanto, deverá
recorrer a dicionários especializados e a outras obras que auxiliem
na obtenção de precisão conceitual. Deve-se evitar o uso de
adjetivos que não indiquem claramente a proporção dos objetos,
tais como: pequeno, médio e grande, bem como expressões do
tipo: quase todos, boa parte etc. Também devem ser evitados
advérbios que não explicitem exatamente o tempo, o modo e o
lugar, como, por exemplo: recentemente, antigamente e
lentamente. Deve-se preferir, sempre que possível, o uso de termos
passíveis de quantificação, já que são estes os que conferem maior
precisão ao texto.
• Coerência: O texto deve ser elaborado de maneira harmoniosa,
conferindo especial atenção à construção de parágrafos. Cada
parágrafo deve referir-se a um único assunto e iniciar-se de
preferência com uma frase que contenha a ideia-núcleo do
parágrafo – o tópico frasal. A essa ideia básica associam-se pelo
sentido outras ideias secundárias, mediante outras frases. Deve-se
também evitar a criação de um texto no qual os parágrafos
sucedem-se uns aos outros como compartimentos estanques, sem
nenhuma fluência entre si.

• Simplicidade: Devem ser utilizadas apenas as palavras


necessárias. Também se deve evitar o abuso dos jargões técnicos,
que tornam texto pomposo, mas aborrecem o leitor.

3.5 Aspectos gráficos do texto


A apresentação de projetos de pesquisa deve ser elaborada considerando
os elementos indicados na ABNT NBR 15287, cujos principais elementos são
apresentados a seguir:
No que se refere ao Formato, os textos devem ser digitados em cor preta,
podendo utilizar outras cores somente para as ilustrações. Se impresso, utilizar
papel branco ou reciclado, no formato A4 (21 cm x 29,7 cm).

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Os elementos pré-textuais devem iniciar no anverso da folha.
Recomenda-se que os elementos textuais e pós-textuais sejam digitados no
anverso e verso das folhas.
As margens devem ser: para o anverso, esquerda e superior de 3 cm e
direita e inferior de 2 cm; para o verso, direita e superior de 3 cm e esquerda e
inferior de 2 cm.
Recomenda-se, quando digitado, fonte tamanho 12 para todo o trabalho,
excetuando-se as citações de mais de três linhas, notas de rodapé, paginação,
legendas e fontes das ilustrações e das tabelas, que devem ser em tamanho
menor e uniforme.
No tocante ao Espaçamento todo o texto deve ser digitado com
espaçamento 1,5 entre as linhas, excetuando-se as citações de mais de três
linhas, notas de rodapé, referências, legendas das ilustrações e das tabelas, tipo
de projeto de pesquisa e nome da entidade, que devem ser digitados ou
datilografados em espaço simples. As referências, ao final do trabalho, devem
ser separadas entre si por um espaço simples em branco. Na folha de rosto, o
tipo de projeto de pesquisa e o nome da entidade a que é submetido devem ser
alinhados do meio da mancha gráfica para a margem direita.
As Notas de rodapé devem ser digitadas dentro das margens, ficando
separadas do texto por um espaço simples de entre as linhas e por filete de 5
cm, a partir da margem esquerda. Devem ser alinhadas, a partir da segunda linha
da mesma nota, abaixo da primeira letra da primeira palavra, de forma a destacar
o expoente sem espaço entre elas e com fonte menor.
Quanto a organização das partes e titulação destaca-se que cada uma
das partes do relatório recebe um número para facilitar sua localização no texto.
Para a numeração das seções primárias ou capítulos são utilizados algarismos
arábicos, a partir de um. Para a numeração das seções secundárias, utiliza-se o
número do capítulo, mais o número de cada parte, separados por ponto e assim
sucessivamente. Recomenda-se que não sejam utilizados mais do que três
estágios de subdivisão, em virtude da quantidade de dígitos que devem ser
utilizados.
Exemplo:
1 SEÇÃO PRIMÁRIA
1.1 Seção secundária
1.2
1.2.1 Seção terciária
1.2.2

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Os títulos das seções primárias devem ser alinhados à esquerda e
aparecer em caixa alta (maiúsculas). Nos demais títulos, também alinhados à
esquerda, apenas a primeira letra e as iniciais dos nomes próprios é que deverão
aparecer com letras maiúsculas.
O texto de cada seção pode incluir vários parágrafos e também utilizar
alíneas (representadas por letras minúsculas) para relacionar itens de conteúdo
pouco extenso.
Os títulos sem indicativo numérico – lista de ilustrações, lista de
abreviaturas e siglas, lista de símbolos, sumário, referências, glossário,
apêndice(s), anexo(s) e índice(s) – devem ser centralizados.
Os títulos das seções primárias, por serem as principais divisões de um
texto, devem iniciar em folha distinta. Devem ser alinhados à esquerda e
aparecer em caixa alta (maiúsculas). Nos demais títulos, também alinhados à
esquerda, apenas a primeira letra e as iniciais dos nomes próprios devem
aparecer com maiúsculas. Destacam-se gradativamente os títulos das seções.
No que se refere a paginação, as folhas ou páginas pré-textuais devem
ser contadas, mas não numeradas. Para trabalhos digitados somente no
anverso, todas as folhas, a partir da folha de rosto, devem ser contadas
sequencialmente, considerando somente o anverso.
A numeração deve figurar, a partir da primeira folha da parte textual, em
algarismos arábicos, no canto superior direito da folha, a 2 cm da borda superior,
ficando o último algarismo a 2 cm da borda direita da folha.
Quando o trabalho for digitado em anverso e verso, a numeração das
páginas deve ser colocada no anverso da folha, no canto superior direito; e no
verso, no canto superior esquerdo. No caso de o trabalho ser constituído de mais
de um volume, deve ser mantida uma única sequência de numeração das folhas
ou páginas, do primeiro ao último volume. Havendo apêndice e anexo, as suas
folhas ou páginas devem ser numeradas de maneira contínua e sua paginação
deve dar seguimento à do texto principal.
No que se refere a Numeração deve-se a elaborar conforme a ABNT NBR
6024. Já a Sigla, quando mencionada pela primeira vez no texto, deve ser
indicada entre parênteses, precedida do nome completo.
EXEMPLO Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT)
As equações e fórmulas devem ser destacadas no texto e, se necessário,
numeradas com algarismos arábicos entre parênteses, alinhados à direita. Na
sequência normal do texto, é permitido o uso de uma entrelinha maior que
comporte seus elementos (expoentes, índices, entre outros).
EXEMPLO:
x2 + y2 = z2 (1)

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(x2 + y2)/5 = n (2)

Já as ilustrações, qualquer que seja o tipo, sua identificação aparece na


parte superior, precedida da palavra designativa (desenho, esquema,
fluxograma, fotografia, gráfico, mapa, organograma, planta, quadro, retrato,
figura, imagem e outros), seguida de seu número de ordem de ocorrência no
texto, em algarismos arábicos, travessão e do respectivo título. Após a ilustração,
na parte inferior, indicar a fonte consultada (elemento obrigatório, mesmo que
seja produção do próprio autor), legenda, notas e outras informações
necessárias à sua compreensão (se houver). A ilustração deve ser citada no
texto e inserida o mais próximo possível do trecho a que se refere.
Por fim, as tabelas devem ser citadas no texto, inseridas o mais próximo
possível do trecho a que se referem e padronizadas conforme as Normas de
Apresentação Tabular do IBGE (1993).

Para conhecer o passo a passo de como configurar o word para as


normas ABNT, assista o vídeo indicado no youtube, cujo link está abaixo:
Vídeo - https://www.youtube.com/watch?v=oEOpWninhPM

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4. Referências
Foto de Element5 Digital no Pexels

CERVO, Amado Luis; BERVIAN, Antônio. Pesquisa em ciências humanas e


sociais. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2002.
GALLIANO, Guilherme. O método científico: teoria e prática. São Paulo:
Mosaico, 1979.
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 6. ed. São Paulo:
Atlas, 2017.
JAPIASSÚ, Hilton. Um desafio à educação: repensar a pedagogia científica. São
Paulo: Letras & Letras, 1999.
KÖCHE, José Carlos. Fundamentos de metodologia científica: teoria da ciência
e iniciação à pesquisa. Petrópolis, RJ: Vozes, 2015.
LACOMBE, Francisco José Masset. Dicionário de administração. São Paulo,
Saraiva, 2004.
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia científica. 8.
ed. São Paulo: Atlas, 2017.
MINAYO, Maria Cecília de Souza (org.). Pesquisa social: teoria, método e
criatividade. Petrópolis: Vozes, 2002.
RICHARDSON, Roberto Jarry et al. Pesquisa social: métodos e técnicas. 3. ed.
rev. ampl. São Paulo: Atlas, 2007.
SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. São Paulo:
Cortez Editora, 2017.
TRUJILLO FERRARI, Alonso. Metodologia da pesquisa científica. São Paulo:
McGraw-Hill do Brasil, 1982.
ZANELLA, Liane Carly Hermes. Metodologia de pesquisa. 2. ed. Santa Catarina:
UFSC, 2013.

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