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CIENTÍFICA
MARINHA DO BRASIL
DIRETORIA DE ENSINO DA MARINHA
METODOLOGIA CIENTÍFICA
BIBLIOGRAFIA
ANEXOS
OLÁ ALUNO! TUDO BEM?
Iniciaremos agora a disciplina Metodologia Científica e este módulo tem como objetivo geral proporcionar ao aluno
do C-ASEMSO, conhecimentos de Imétodos e técnicas para a busca do saber sistematizado, tendo em vista a
elaboração do Projeto de Pesquisa e a Monografia do final de curso.
A Metodologia Científica é uma disciplina construída a partir do princípio de que não existe produção do
conhecimento científico, senão através da pesquisa. Daí a necessidade de conhecermos os fundamentos e práticas
metodológicas voltadas para formação de um pesquisador de qualquer área. Ela pretende dar a você a chance de
estudar diferentes estratégias e táticas indicadas nas diferentes fases do método científico: desde problematização e
coletas de dados até a comprovação ou não das hipóteses formuladas.
Por compreender que o trabalho científico requer um critério rigoroso em todo o seu processo de elaboração, que vai
desde a escolha do tema até a redação do texto final do trabalho de conclusão de curso, reforçamos a importância
da leitura, do esquema, do resumo, da resenha, do fichamento, da compreensão dos métodos, das técnicas, das
abordagens, das normas, da elaboração do projeto – do saber fazer científico.
Cada unidade foi elaborada para atender os objetivos propostos em cada uma delas, oferecer as ferramentas
necessárias ao trabalho de pesquisa e subsídios que norteiem sua prática acadêmica na navegação pelos mares do
conhecimento.
Ao final, desejamos que todos os alunos possam identificar todos os fundamentos da construção do conhecimento e
sua correlação com a lógica da pesquisa científica, além de aplicar as normas e técnicas na construção de um
Projeto de Pesquisa.
CONCRETIZAR O
PROJETO,
PRECISAREMOS
ESTUDAR
ALGUNS
CONCEITOS,
VAMOS LÁ?
1
CIÊNCIA E
CONHECIMENTO
CIENTÍFICO
Nesta unidade discutiremos a origem do Ao final desta unidade, você deve:
conhecimento, o papel da Filosofia na
Teoria do Conhecimento e a trajetória da Identificar o conhecimento científico
Ciência na construção do Conhecimento como uma forma de apreensão da
Científico. Partimos do pressuposto de
realidade;
que o conhecimento é fruto do
desenvolvimento do homem, que
através da sua racionalidade e da busca Destacar a importância da Filosofia na
incessantemente de conhecer a Teoria do Conhecimento;
realidade indo além dela, ele será capaz
de transformá-la e se transformar.
Descrever a trajetória da Ciência na
construção do conhecimento científico;
É SUBJETIVO, POIS O
É ADQUIRIDO PELA PRÓPRIO SUJEITO
APRENDIZAGEM ORGANIZA SUAS
INFORMAL OU EXPERIÊNCIAS,
EXPERIÊNCIA DO DESCONHECE O RIGOR
COTIDIANO, POR MEIO DO DOS MÉTODOS E
CONTATO DIRETO COM A DESENVOLVE-SE POR
REALIDADE; MEIO DOS SENTIDOS;
O senso comum ou conhecimento popular é um tipo de conhecimento decorrente das
experiências acumuladas pelo homem no seu dia a dia, no seu meio, por isso muito
difundido em seu contexto. Daí dizer-se que cada meio popular possui o seu senso comum
de acordo com o seu tempo. No senso comum as ideias são construídas de modo imediato.
Nele, as ideias estão dispersas e são obtidas a partir das observações, experiências,
sensações, vivências, juízos de valores que comprometem a forma de apreensão da
realidade. Desse modo, a explicação de um determinado fato ou fenômeno através do
senso comum, fica comprometida na medida em que esses elementos embotam a
percepção do fenômeno ou fato, não sendo possível percebê-lo de forma clara, objetiva e
transparente.
Conhecimento Teológico ou
Religioso
NÃO É PRECISO VER
BASEIA-SE NA FÉ E NA PARA CRER; ACREDITA-
CRENÇA DE QUE EXISTE SE MESMO QUE AS
ALGO SUPERIOR AO EVIDÊNCIAS SEJAM
HUMANO; CONTRA O
FENÔMENO/DOGMA;
PROVÉM DO OCULTO, DO
TEM SUAS VERDADES
MISTÉRIO, POR ALGO QUE
REGISTRADAS OU
É INTERPRETADO COMO
SISTEMATIZADAS EM
MANIFESTAÇÃO DA
LIVROS SAGRADOS.
DIVINDADE;
O conhecimento teológico ou religioso também é uma forma de compreender a realidade
do homem, da natureza e do Universo. Nele, a explicação dos fatos e fenômenos, decorre
da revelação divina e não pode prescindir da fé, por isso as verdades produzidas são
exatas e absolutas. Muito embora se fundamente na fé, no sobrenatural, o conhecimento
teológico ou religioso possui sistematicidade, visto que as explicações acerca da origem do
homem e do mundo encontram-se num sistema lógico de ideias, apoiado em doutrinas
escritas por revelação sobrenatural. Aqui, a verdade não é questionada, mas aceita pela fé.
O conhecimento religioso derivou-se do conhecimento mítico, sendo o mais antigo depois
do senso comum.
Conhecimento Filosófico
FILOSOFIA É A “CIÊNCIA-MÃE”,
DA QUAL FORAM, POUCO A HÁ COMPLETA LIBERDADE DE
POUCO, SENDO GERADAS PENSAMENTO – O QUE O
OUTRAS FORMAS DE PENSAR, FILÓSOFO DIZ É VERDADE
CONHECIMENTOS E MÉTODOS ABSOLUTA E NÃO PODE SER
QUE MAIS TARDE SE REJEITADO;
TORNARIAM INDEPENDENTES E
QUE HOJE SÃO CONSIDERADOS
COMO CIÊNCIA;
A OBJETIVIDADE É A CONDIÇÃO
É UMA BUSCA CONSTANTE DE
BÁSICA DA CIÊNCIA, NÃO
EXPLICAÇÕES E SOLUÇÕES, DE
CORRESPONDE AO QUE O
REVISÃO E REAVALIAÇÃO DE
CIENTISTA IMAGINA OU
SEUS RESULTADOS E TEM A
PENSA, MAS AQUILO QUE
CONSCIÊNCIA CLARA DE SUA
REALMENTE É – NÃO É
FALHA E DE SEUS LIMITES.
LITERATURA OU FICÇÃO.
Toda a trajetória do conhecimento filosófico, desde os filósofos da antiguidade até os
modernos, houve a preocupação de elaborar um conhecimento destituído de opinião,
sentimentos, valores pessoais como forma de afastar os erros na produção do conhecimento
acerca da realidade e do mundo. Assim é que o conhecimento científico se apresenta como
necessidade de o homem ultrapassar a experiência sensível adquirida pela sua vivência, negar
a possibilidade da explicação divina e ir além do campo hipotético acerca da explicação dos
fenômenos. Avançar para além do senso comum, da religião e da filosofia de forma
sistemática, metódica e crítica a fim de compreender, explicar e dominar o mundo, é o objetivo
da ciência. Vimos que a preocupação em afastar o erro na produção do conhecimento já era
manifesta nos filósofos modernos.
A busca de princípios explicativos e de visão unitária da realidade torna-se uma necessidade
do homem na modernidade. A percepção da realidade a partir de critérios e princípios
explicativos a fim de compreender a relação entre fatos e fenômenos, diferencia o
conhecimento científico dos demais tipos de conhecimento. Por isso, o conhecimento científico
se apresenta sob a forma de enunciados que explicam as formas e condições de ocorrência
dos fatos e dos fenômenos relacionados a um problema, tornando clara e compreensiva a
cadeia de relações omitida pela aparência sensível desses fatos e fenômenos.
Trata-se aqui, da construção de uma filosofia da práxis, ou seja, de uma filosofia
revolucionária capaz de compreender o movimento da História e do mundo cultural
existente. Chauí (2000: 19) define Filosofia como “a decisão de não aceitar como óbvias e
evidentes as coisas, as ideias, os fatos, as situações, os valores, os comportamentos de
nossa existência cotidiana: jamais aceitá-los sem antes havê-los investigado e
compreendido”.
Daí depreende-se que o conhecimento filosófico surgiu como necessidade de separar o
pensamento mítico e religioso por explicações decorrentes da razão intelectual pura. Na
modernidade, a partir de René Descartes, John Locke e David Hume, a certeza se torna
medida determinante da verdade e a Filosofia torna-se a teoria do conhecimento, o saber
que determina a certeza do conhecimento verdadeiro.
Há no conhecimento científico dois ideais a serem atingidos: o da racionalidade com vistas
a atingir uma sistematização coerente e lógica entre os enunciados ou entre teorias e leis; e
o da objetividade, pois pretende que as teorias científicas (modelos teóricos representativos
da realidade), sejam construções conceituais que expressem, com fidelidade, o mundo real,
sujeitas a experimentos para serem comprovadas e aceitas pela comunidade científica.
A produção do conhecimento científico ocorre através da pesquisa científica, iniciada
quando o cientista percebe que os conhecimentos existentes a partir do senso comum, da
religião e da filosofia não conseguem explicar os problemas e os questionamentos
existentes acerca dos fatos e fenômenos.
A partir do momento em que o homem percebe que os conhecimentos existentes não
explicam e não respondem, de forma consistente e justificável, as dúvidas e questões
levantadas, quer dizer que todas as vezes que o homem da ciência depara-se diante de
uma questão que não pode ser explicada pelos conhecimentos existentes em função da
sua inadequação ou insuficiência, há necessidade de pesquisa científica a fim de se obter
resposta com segurança e confiabilidade. Existem, portanto, quatro condições básicas para
a pesquisa científica:
O RECONHECIMENTO A POSSIBILIDADE DE
A EXISTÊNCIA DE A NECESSIDADE DE
DA INSUFICIÊNCIA OU OFERECER PROVAS
UMA DÚVIDA, DE CONSTRUÇÃO DE
INADEQUAÇÃO DO DE CONFIABILIDADE
UMA QUESTÃO UMA RESPOSTA A
CONHECIMENTO JÁ E SEGURANÇA QUE
SEM RESPOSTA; ESSA DÚVIDA ; E
EXISTENTE PARA DE EM CRÉDITO À
RESPONDER À RESPOSTA QUE
DÚVIDA; SERÁ PRODUZIDA.
O ponto de partida do pesquisador é a dúvida, a
existência de uma questão sem resposta que EXISTÊNCIA DA DÚVIDA
sugere a formulação de uma pergunta – o
problema a ser investigado. Reconhecer que o RECONHECIMENTO OU
conhecimento existente (teorias, diagnósticos,
INSUFICIÊNCIA DO
dados) sobre determinado fato ou fenômeno é
CONHECIMENTO
insuficiente para a dúvida existente, leva o
pesquisador à construção de hipóteses que o
EXISTENTE
conduzam à busca de comprovação de novos
resultados que podem decorrer da comprovação NECESSIDADE DA
ou negação de suas hipóteses. Por isso, a RESPOSTA (HIPÓTESE)
pesquisa científica é estimulada a criar bases
mais sólidas para tudo aquilo que é
POSSIBILIDADE DE
considerado conhecimento científico, testando
regularmente as hipóteses de forma criteriosa e COMPROVAÇÃO
rigorosa. Vejamos então de forma esquemática
essas quatro condições: NOVO CONHECIMENTO
Há, na ciência, uma necessidade de confrontar a teoria com a realidade (fatos e
fenômenos) como meio de justificar a aceitabilidade de uma determinada teoria. Porém, tal
confronto não garante a possibilidade de erro da teoria. Mesmo que existam fatos, provas e
dados que comprovem a existência de um determinado fenômeno, é possível que existam
erros de interpretação. Nesse sentido, é necessário que a comunidade científica ajuíze de
forma consensual, métodos e resultados obtidos acerca das pesquisas realizadas. Há,
portanto, um critério intersubjetivo entre cientistas de modo a eliminar a opinião ou
sentimentos de certeza por parte de um cientista acerca dos resultados obtidos pela
pesquisa científica.
Mesmo diante desses critérios adotados na ciência, não se pode afirmar que as verdades
produzidas pela ciência sejam absolutas, mas relativas. O conhecimento científico constitui-
se como falível visto que suas verdades não são definitivas. A própria dinâmica da
realidade impõe a flexibilidade nas verdades produzidas pela ciência, tornando-a um
conhecimento aproximadamente exato.
A racionalidade da ciência implica na exigência de métodos e na constituição de um sistema
conceitual bem articulado, com hipóteses e definições. A certeza ou sua provável certeza
decorre do fato de não se poder atribuir à ciência uma certeza indiscutível do saber
produzido. É metódica, pois se obtém a partir de regras lógicas e procedimentos técnicos
que se constituem no método. É sistemática, pois as ideias que explicam um fato ou um
fenômeno estão constituídas em uma ordem lógica formando um sistema (conceitos e
categorias) que formam uma teoria. É verificável, pois os fatos e fenômenos são submetidos
à comprovação e à verificação, através dos métodos. Finalmente, faz referência a objetos de
uma mesma natureza, pois pertencem a uma mesma realidade, guardando entre si
elementos ou características homogêneos.
Podemos, portanto, resumir a tradicional visão dos tipos de conhecimentos da maneira
apresentada na figura abaixo, segundo Mattar (2017).
2 MÉTODOS
CIENTÍFCOS
Nesta unidade identificaremos os Ao final desta unidade, você deve:
procedimentos que produzem o
conhecimento científico, quer um
novo conhecimento, quer uma Identificar os métodos científicos;
correção (evolução) ou um aumento
na área de incidência de
Identificar a linguagem, pensamento e
conhecimentos anteriormente
realidade no trabalho cintífico;
existentes.
E que o senso comum parte de um
Identificar a diferença entre Senso
conhecimento particular, que muitas
comum e Senso crítico.
vezes não pode ser validado se
relacionado com outras pessoas, e
estão vinculadas ao ponto de vista
individual.
MÉTODOS CIENTÍFICOS
MÉTODOS CIENTÍFICOS
Podemos considerar como método científico o conjunto de passos que possibilita alcançar
um determinado objetivo. Esse conjunto de passos determina um caminho ao qual o
pesquisador terá segurança na investigação, característica importante para que se tenha
bons resultados. Esse conjunto de passos é importante também para que o pesquisador
consiga repetir e chegar nos mesmos resultados.
Podemos dizer que métodos e técnicas são coisas diferentes. Alguns autores defendem
que a técnica é responsável por informar a maneira de fazer uma atividade. Desta forma,
podemos dizer que a técnica é responsável por informar como fazer, enquanto que
o método estabelece o que fazer. A forma de aplicação do método é a técnica.
Método Dedutivo
É o método que utiliza o raciocínio lógico para chegar a conclusões mais
particulares/específicas a partir de princípios e preposições gerais. Consiste na
extração de uma verdade particular a partir de uma verdade geral na qual ela está
implícita.
Método dialético
O Método Dialético é uma forma de discurso entre duas ou mais pessoas que possuem
diferentes pontos de vista sobre um mesmo assunto, mas que pretendem estabelecer a
verdade através de argumentos fundamentados e não simplesmente vencer um debate
ou persuadir o opositor. O propósito do método dialético é resolver os desacordos
através de discussões racionais, e, em ultima análise, a busca pela verdade.
SENSO COMUM E SENSO CRÍTICO
SENSO CRÍTICO É O
SENSO COMUM SÃO IDEIAS PRINCIPAL FUNDAMENTO
QUE SE DESENVOLVEM EM DA FILOSOFIA E SIGNIFICA
UMA SOCIEDADE E FAZ CAPACIDADE DE
PARTE DA HERANÇA QUESTIONAR E ANALISAR
CULTURAL DE CADA POVO. DE FORMA RACIONAL E
OBJETIVA.
3
O TRABALHO
CIENTÍFICO NA
ÁREA DIGITAL
Nesta unidade, trataremos Ao final desta unidade, você deve:
da pesquisa, identificando
finalidade e níveis, as
abordagens quantitativa e
Conceituar pesquisa, identificando sua
qualitativa e os tipos de
pesquisa, com seus critérios classificação e finalidade;
e procedimentos, bem como
os tipos de técnicas de
coleta de dados adequados Identificar as etapas da elaboração do
na operação da trabalho de pesquisa;
investigação.
FINALIDADE E
NÍVEIS
PESQUISA: FINALIDADE E NÍVEIS
Você já sabe que o conhecimento científico é essencial para que o
homem entenda a realidade e a transforme. Mas como obter o
conhecimento científico?
A forma específica utilizada pela ciência para isso é a pesquisa.
Então, o que é pesquisa?
PESQUISA é a atividade intelectual, intencional, que busca responder às necessidades humanas e, assim
fazendo, contribui para o progresso da ciência, que é um processo e é por esse motivo que a ciência é
considerada falível e aproximadamente exata.
Segundo (GIL, 1994, p.43). Pesquisa é um “Processo formal e sistemático de desenvolvimento do método
científico. O objetivo fundamental da pesquisa é descobrir respostas para problemas mediante o emprego de
procedimentos científicos”.
A partir de tais conceitos, podemos observar que a pesquisa é o ponto de partida para a busca do conhecimento.
Para iniciar um processo de pesquisa é necessário:
Um questionamento frente a realidade do mundo;
Um caminho que misture a teoria e prática em direção ao que se propõe a conhecer;
O emprego de procedimentos científicos de modo formal e sistemático na busca de respostas para possíveis
problemas.
VEREMOS COMO REALIZAR UMA
INVESTIGAÇÃO USANDO OS
DIVERSOS TIPOS DE PESQUISA
DE ACORDO COM O OBJETO A
SER INVESTIGADO.
NA TENTATIVA DE COMPREENDER
A REALIDADE EM SEUS
MÚLTIPLOS ASPECTOS, E
ATINGIR OS OBJETIVOS,
DESENVOLVERAM-SE
DIFERENTES FORMAS DE
CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA.
SEGUNDO GIL (1996), UMA
CLASSIFICAÇÃO MAIS AMPLA
PODE CLASSIFICAR A PESQUISA
QUANTO À FINALIDADE E
QUANTO AO NÍVEL.
QUANTO À FINALIDADE
Pesquisa pura: Este tipo de pesquisa desenvolve-se quando o pesquisador não encontra
respostas nas teorias existentes; estabelece um paralelo entre uma observação idealizada e
uma teoria, não possibilitam a interpretação do fenômeno que ele investiga. Nesse sentido,
a finalidade da pesquisa que ele desenvolve deve produzir novos conhecimentos (leis,
conceitos, categorias) que lhe possibilite interpretar o fenômeno investigado de forma mais
precisa; afinal, o objetivo da ciência é aproximar-se da verdade. A pesquisa pura busca o
progresso da ciência, procura desenvolver os conhecimentos científicos sem a preocupação
direta com suas aplicações e consequências práticas.
Pesquisa aplicada: Este tipo de pesquisa, ao contrário da pesquisa pura, tem a finalidade
de obter resultados práticos imediatos a partir da aplicação das teorias existentes e seus
conceitos, a fim de apresentar resultados práticos a partir daquela teoria. Por isso, a
pesquisa aplicada tem como característica fundamental o interesse na aplicação, utilização
e consequências práticas dos conhecimentos. De modo geral é este tipo de pesquisa usada
por pesquisadores sociais.
QUANTO AO NÍVEL
Pesquisas exploratórias: quando o pesquisador, no processo de investigação, encontra
dificuldades acerca da compreensão de determinados conceitos e ideias sobre a explicação de
determinado fenômeno, ele faz um levantamento bibliográfico e documental, realiza entrevistas
não padronizadas com informantes que possam esclarecer melhor o fenômeno e, se
necessário, realiza um estudo de caso. Esse percurso pode fornecer-lhe novas ideias e, desse
modo, o problema e as hipóteses serão mais bem formulados.
Pesquisas descritivas: quando o pesquisador pretende fundamentalmente descrever as
características do fenômeno investigado (o perfil de determinado grupo social, a estrutura
informacional de uma empresa, por exemplo) ou ainda, ele pretende descrever a influência de
uma variável sobre outra, a pesquisa tem a característica da pesquisa descritiva.
Pesquisas explicativas: no processo de investigação, nem sempre o fenômeno se revela de
forma clara ou imediata, pois determinados fatores que podem influenciar o fenômeno ficam
impercetíveis. Nesse sentido, a pesquisa explicativa “tem como preocupação central identificar
os fatores que determinam ou que contribuem para ocorrência dos fenômenos. Explica a razão
e o porquê das coisas.
ABORDAGEM QUALITATIVA
As origens da pesquisa qualitativa datam do século XIX, quando as características da vida
cotidiana nos Estados Unidos estiveram no centro dos interesses de pesquisadores que
pretendiam mudanças sociais a partir do levantamento de indicadores dos problemas sociais
da época, de modo que suas pesquisas desencadeassem ações que trouxessem alívio ao
sofrimento humano, ocasionado pelo impacto da imigração e da urbanização.
Apesar disto, segundo os autores, nos anos 30 e 40, a ênfase dos estudos ainda recaía na
abordagem quantitativa, na medida em que os procedimentos de coleta de dados da
pesquisa qualitativa iam sendo aperfeiçoados. Com o objetivo de documentar a extensão
dos problemas sociais, pesquisadores, inclusive aqueles ligados ao governo, realizaram
pesquisas com base na abordagem qualitativa. Foi assim que trabalhadores negros e
brancos, ex-escravos, sindicalistas, mulheres estudantes universitárias, professoras e a
escola emergiram com a densidade que carrega a sua existência. É neste período que a
entrevista passa a ser uma técnica central na pesquisa qualitativa.
LEMBRE-SE: AS
PESQUISAS
QUALITATIVAS SÃO
USADAS QUANDO SE
BUSCA PERCEPÇÕES E
ENTENDIMENTOS SOBRE A
NATUREZA GERAL DE UMA
QUESTÃO, ABRINDO
ESPAÇO PARA A
INTERPRETAÇÃO.
TIPOS
DE
PESQUISA
Até agora vimos que a pesquisa, como atividade básica da ciência, envolve um conjunto de
critérios e procedimentos adequados considerando os múltiplos aspectos da realidade.
Para tanto, diferentes tipos de pesquisas são desenvolvidos levando em consideração:
aspectos ou possibilidades, procedimentos de coleta de dados e fontes de informação, que
origina uma classificação ou tipologias diferenciadas. Tais tipologias surgiram para auxiliar
o investigador a desenvolver suas atividades de pesquisa, e que os procedimentos
indicados a seguir devem ser considerados como técnicas auxiliares que podem ser
utilizadas nas abordagens quantitativas e qualitativas, desde que contextualizadas.
Vamos conhecer, a seguir, os tipos de pesquisa mais frequentemente utilizados, tomando
como referência o procedimento metodológico utilizado pelos pesquisadores.
PESQUISA EXPERIMENTAL
A pesquisa experimental se caracteriza por exigir uma exata formulação do seu objeto de
estudo, selecionar variáveis e escolher os instrumentos de coleta de dados. Escolhe-se
do universo uma amostragem. Os resultados obtidos serão considerados válidos para a
amostra e, por indução, válidos também para todo o universo.
A pesquisa experimental pressupõe como elementos fundamentais de sua investigação
a verificabilidade e a quantificação dos resultados. Os termos pesquisa de laboratório e
pesquisa de campo servem para designar o local onde será desenvolvido o controle de
variáveis, tendo como referência a produção teórica de cada área. Assim, pesquisa de
laboratório exige instrumental específico e ambiente adequado para se analisar e
comprovar hipóteses pela experimentação e pelo controle de variáveis”, enquanto que a
pesquisa de campo “tem as mesmas exigências no âmbito da ciência, não envolvendo a
experimentação propriamente dita.
Por outro lado, devemos observar que apesar da pesquisa experimental ser amplamente
utilizada pelas ciências físicas e naturais, ela não é indispensável à ciência, pois ciências
como a geologia e astronomia não têm como atuar sobre os objetos da observação.
Em se tratando das ciências humanas e sociais, submeter os objetos de pesquisa a
experimentação torna-se ainda mais difícil, tendo em vista que analisam fenômenos
coletivos, e ainda porque devemos considerar aspectos éticos e técnicos, que
impossibilitam “submeter o próprio homem à experimentação no sentido estrito”.
PESQUISA BIBLIOGRÁFICA
A pesquisa bibliográfica parte do princípio que as apreensões, críticas, interpretações,
raciocínios e conclusões acerca de uma dada realidade são registradas e sistematizadas
geralmente na forma de relatórios, artigos e textos, publicadas em livros, periódicos, revistas
científicas ou outras formas de divulgação dos resultados da pesquisa. Tem como objetivo
“conhecer, recolher, selecionar, analisar e interpretar as contribuições históricas já existentes
sobre determinado assunto”. A pesquisa bibliográfica pode ser uma parte de uma investigação
ou ser a própria pesquisa.
Quando faz parte de uma investigação, a mesma constitui-se de uma parte importante do
trabalho uma vez que demonstra a produção de conhecimento sobre o objeto investigado e
delimita segmentos ou possibilidades de investigação não realizadas. Neste momento é
chamada de revisão bibliográfica.
Entretanto, Gil (1989, p.73) afirma que uma pesquisa pode ser exclusivamente feita a partir de
fontes bibliográficas, ou seja, “da contribuição dos diversos autores sobre determinado
assunto”, afirmando que grande parte dos estudos exploratórios podem ser definidos como
pesquisa bibliográfica.
LEMBRE-SE: QUANDO A
PESQUISA BIBLIOGRÁFICA
FAZ PARTE DE UMA
INVESTIGAÇÃO É
CHAMADA DE REVISÃO
BIBLIOGRÁFICA.
PESQUISA DOCUMENTAL
A pesquisa documental se caracteriza por utilizar documentos contemporâneos ou
antigos, autênticos, ou seja, sua origem garante que não são fraudados. documento é “toda
base de conhecimento fixado materialmente e suscetível de ser utilizado para consulta,
estudo ou prova e; tomando sua origem latina, documentum seria, “aquilo que ensina ou
serve de exemplo ou prova. Os dados coletados são fundamentalmente aqueles que ainda
“não receberam organização, tratamento analítico e publicação.
Os documentos podem ser classificados como fontes primárias ou secundárias, o que
significa caracterizá-los segundo o tratamento que também têm sido considerados como
“documentos” registros que não estão organizados na forma de textos escritos como fotos,
filmes e audiovisuais.
Observação Simples:
A observação simples é aquela em que o pesquisador observa os fatos de maneira espontânea, como um mero espectador,
sem que o grupo social observado perceba-o. Sua intenção primeira é obter dados iniciais para sua pesquisa, avaliando os
sujeitos, o cenário e o comportamento social do grupo a ser estudado. Para tanto, faz-se necessário que sejam registradas, no
diário de campo, todas as impressões obtidas. No filme “Dança com lobos”, protagonizado e dirigido por Kevin Costner, o oficial
Dunbar, do exército americano, durante a Guerra Civil, decide servir em uma região indígena, próxima à terra dos índios Sioux.
Ao chegar ao acampamento, não havia nenhum exército a sua espera. Durante muitos dias ele fica só e registra diariamente, em
um diário, todas as impressões e ocorrências. Ao final da trama, é o diário de campo que o salva da possível punição ou
condenação pelo exército americano. Por exemplo, se o pesquisador quiser avaliar se determinada técnica de dinâmica de grupo
facilita a interação entre marinheiros, ele pode observar antes o comportamento dos marinheiros sem a técnica para obter
subsídios e posteriormente, aplicar a técnica para alcançar seus objetivos.
Observação Participante:
Entrevista Informal:
A entrevista informal é indicada para obter informações preliminares ao pesquisador que
ainda não está familiarizado com a realidade que ele deseja conhecer. Para tanto, é
necessário que ele escolha informantes que lhe forneçam uma visão aproximativa do objeto
em questão. Num segundo momento, ele opta pela entrevista mais adequada ao seu objeto
de investigação. No campo da psicologia este tipo de entrevista é denominado de entrevista
clínica. Outros autores denominam-na de entrevista não-dirigida.
Entrevista Focalizada:
A entrevista focalizada pouco se diferencia da entrevista informal. No entanto, na pesquisa
focalizada, o entrevistador tem em foco uma determinada informação em foco. Por exemplo, se o
pesquisador tem como foco “medidas de combate a incêndio em navios”, ele deverá conduzir o
entrevistado sempre em direção a este foco. Por isso, todas as vezes que o entrevistado se
desvia do objetivo, o entrevistador deve ter o cuidado de retomar ao assunto para que ele
obtenha os dados necessários e não perca tempo com assuntos desnecessários. Cabe, portanto,
habilidade do entrevistador em não causar constrangimento no informante a fim de que ele
forneça as informações esperadas.
Após a escrita do texto, o aluno pesquisador deve fazer uma revisão ortográfica e
normativa no texto a fim de compor a monografia de acordo com a estrutura (pré-textual,
textual e pós-textual), apresentada a seguir.
ESTRUTURA DA MONOGRAFIA
Segundo a NBR 14724(ABNT, 2005), a monografia deve apresentar uma estrutura que
compreende três partes: 1ª) pré-textual contém os seguintes elementos: capa, folha de
rosto, ficha catalográfica, folha de aprovação, dedicatória (opcional), agradecimento
(opcional), epígrafe (opcional), resumo, abstract, listas, sumário; 2ª) elementos textuais,
constituída dos seguintes elementos: introdução, desenvolvimento e conclusão; 3ª) pós-
textual, apresenta os seguintes elementos: referências, glossário (opcional), apêndice
(opcional) e anexo (opcional).
ELEMENTOS PRÉ-TEXTUAIS DA MONOGRAFIA,
SEGUNDO A ABNT (NBR-14724:2005)
Capa (obrigatório) Deve conter: nome da instituição responsável, com
subordinação até o nível da autoria (cabeçalho centralizado); título (centralizado); subtítulo
se houver (centralizado);local (rodapé centralizado); ano de publicação, em algarismo
arábico(rodapé centralizado).
Epígrafe (opcional) O autor inclui uma citação ou pensamento, desde que seja
relacionado com o texto.
Resumo (obrigatório.) É a apresentação concisa do texto, destacando os
aspectos de maior importância e interesse.
Índice: “lista de palavras ou frases, ordenadas segundo determinado critério, que localiza e
remete para as informações contidas no texto”, conforme a NBR 6023 (ABNT, 2002).
REFERÊNCIAS: Tratam-se da relação das fontes bibliográficas utilizadas pelo autor. Todas
as obras citadas no texto deverão obrigatoriamente figurar nas referências. A padronização
das referências é seguida de acordo com a NBR (6023:2002) da ABNT - Associação
Brasileira de Normas Técnicas.
APRESENTAÇÃO GRÁFICA DA MONOGRAFIA
A apresentação gráfica é o modo de organização física e visual de um trabalho, levando-se
em consideração: a estrutura, os formatos, o uso de tipos e a paginação, tais como:
NEGRITO, GRIFO OU ITÁLICO, empregados para destacar:
Margem superior: 3 cm
Margem inferior: 2 cm
Margem direita: 2 cm
Margem esquerda: 3 cm
Espaço entre linhas: 1,5 para o texto, simples para as citações recuadas.
Tamanho de fonte: 14 na capa e folha de rosto, 12 no texto, 10 nas citações recuadas e notas.