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M1: Aspectos Iniciais e Elementos Constantes da

Introduçaõ de um Projeto

INTRODUÇÃO A PESQUISA
CIENTÍFICA E PROCESSOS DE
BUSCA DA INFORMAÇÃO EM
BASES DE DADOS:

UNIDADE 1
CRÉDITOS
Coordenação Geral do Curso Design Instrucional
Prof. Dr. João Batista Bottentuit Junior Steffi Greyce de Castro Lima (DTED/UFMA)
Izabel Cristina Vieira de Oliveira (DTED/UFMA)
Coordenação Adjunta do Curso Profa. Dra. Christiana Salgado (DTED/UFMA)
Profa. Dra. Christiana Salgado (DTED/UFMA)
Design Gráfico
Supervisão Pedagógica e de Orientação Sabrina da Silva Carneiro (DTED/UFMA)
Educacional
Profa. Dra. Patrícia Maria Abreu Machado Equipe de Tecnologia da Informação
(DTED/UFMA) Anilton Maia
Profa. Dra. Christiana Salgado (DTED/UFMA) Jone dos Santos Sodré Correia
Diego Luis de Carvalho Figueiredo
Professor Autor Héber de Padua Sousa
João Batista Bottentuit Junior Ronald Campos
Ismael Silva Coelho
Validação Técnica Vinicius Augusto Cardoso Reis
xxxxx Fábio José de Castro e Lima

Coordenação de Produção Supervisão EAD


Profa. Dra. Christiana Salgado (DTED/UFMA) Thaysa Leite (DTED/UFMA))
Camila Pontes (DTED/UFMA)
Comunicação
Supervisão de Produção e Monitoramento Fernando Oliveira
Discente
Alessandra Viana Natividade Oliveira Administradores AVA
(DTED/UFMA) Gregory Kevin Martins Bastos de Souza
(DTED/UFMA)
Supervisão de Oferta e Marketing Fábio José de Castro e Lima (DTED/UFMA)
Educacional
Prof. Dr. Rodolfo Viana (DTED/UFMA)

COMO CITAR ESTE MATERIAL


BOTTENTUIT JUNIOR, João Batista. Introdução a pesquisa científica e processos de busca
da informação em bases de dados. In: UFMA VIRTUAL. UNIVERSIDADE FEDERAL DO
MARANHÃO. Elaboração e Estruturação de Projetos de Pesquisa. Aspectos iniciais e
elementos constantes da introdução de um projeto. São Luís: UFMA VIRTUAL; UFMA,
2023.
APRESENTAÇÃO
A "ciência" compreende todo o conhecimento obtido a partir da
investigação e de estudos, a fim de encontrar solução para algum
questionamento.

Assim sendo, a pesquisa científica é um tipo de pesquisa passível de


teste, racionalmente válida e justificável e que pode ser replicada e
alcançada através de estudos, observações e experimentações.
Portanto, o desenvolvimento de uma pesquisa científica,
obrigatoriamente, deve atender a um procedimento metódico a fim
conhecer, interpretar ou julgar a realidade.

Nesta unidade, nós vamos apresentar os diferentes conceitos,


orientações e elementos estruturais para o desenvolvimento de uma
pesquisa científica. Esperamos que essa experiência contribua
ricamente com o seu aprendizado e que possa dar suporte ao
desenvolvimento de habilidades para o planejamento e execução da
sua pesquisa científica.

Bons estudos!
SUMÁRIO
Tópicos Abordados
Tópicos Abordados
01 Contextualização da pesquisa, da ciência e do p 04
conhecimento científico

02 A pesquisa, seu conceito e sua finalidade p 08

03 As principais bases de pesquisa na web e


p 11
suas estratégias de busca da informação

04 Os diferentes tipos de projetos p 18

05 A estrutura básica de um projeto de p 21


pesquisa

Síntese da unidade p 25

Referências p 26
1- CONTEXTUALIZAÇÃO DA PESQUISA, DA
CIÊNCIA E DO CONHECIMENTO
CIENTÍFICO
Para dar início a nossa jornada, vamos compreender a diferença entre
ciência e senso comum. Ciência é tudo aquilo que pode ser observado,
estudado, testado e comprovado, é um conceito antigo, amplo e que
pode gerar diferentes interpretações dependendo da área do
conhecimento que se deseja interpretar, porém é um conceito bastante
importante para todos os alunos e pesquisadores interessados nas
temáticas da pesquisa. Para uma melhor compreensão, oferecemos a
você 4 (quatro) conceitos clássicos sobre ciência:

“A ciência é um conjunto de conhecimentos racionais, certos ou


prováveis, obtidos metodicamente sistematizados e verificáveis,
que fazem referência a objetos de uma mesma natureza.” Ander-
Egg (1978, p.26)

“A ciência é todo um conjunto de atitudes e atividades racionais,


dirigidas ao sistemático conhecimento com objetivo limitado,
capaz de ser submetido à verificação”. Trujillo (1974, p.146)

“A palavra ciência pode ser assumida em duas acepções: em


sentido amplo, ciência significa simplesmente conhecimento,
como na expressão tomar ciência disto ou daquilo; em sentido
restrito, ciência não significa um conhecimento qualquer, e sim um
conhecimento que não só apreende ou registra fatos, mas
também os demonstra pelas suas causas determinantes ou
constitutivas”. Ruiz (1996, p.129)

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“Conhecimento atento e aprofundado de alguma coisa. Corpo de
conhecimento sistematizado que, adquiridos via observação,
identificação, pesquisa e exploração de determinadas categorias
de fenômenos e fatos, são formulados metódica e racionalmente.”
(Dicionário Houaiss, 2022, online)

Acredito que já tenha ficado claro o conceito de ciência, porém, há


outro conceito que precisamos também compreender. Ele diz respeito
ao senso comum, ou seja, é o contrário à ciência, aquele que não
podemos comprovar, testar e investigar, seriam os conhecimentos da
vida quotidiana que passam de geração em geração e terminam se
tornando uma crença entre as pessoas, mas não pode ser comprovado
cientificamente. Cotrim (2002) explica que o “[...] vasto conjunto de
concepções geralmente aceitas como verdadeiras em determinado
meio social recebe o nome de senso comum” (Cotrim, 2002, p.46).

Para ficar ainda mais claro, podemos citar


exemplos simples do dia a dia, como por exemplo:
passar por debaixo de uma escada poderia te trazer
má sorte, ou mesmo quebrar um espelho, que são
comumente citados pelas pessoas, entretanto, sem
comprovação verídica deste fato. Portanto, para
que possamos fazer pesquisa e ciência de verdade,
devemos ter em mente que todo conhecimento
deve ser alvo de estudo, teste e verificação a fim de
que se possa comprovar sua verdade.

Desta forma, cabe ao pesquisador ter algumas características, como


por exemplo: ser questionador, pois por meio da dúvida e da
curiosidade surgem as grandes questões de investigação e delas
muitas pesquisas, coletas de dados e descobertas que podem
contribuir para o avanço da ciência e do progresso do mundo. Um dos

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grandes objetivos do conhecimento científico é oferecer um caminho
ou uma solução viável para a questão problema identificada, de modo
com que a resposta para essa solução possa sempre ser testada e
aperfeiçoada. Diante disso, não existem verdades absolutas, e uma
descoberta de hoje pode mudar completamente as concepções, os
caminhos e as crenças que eram tidas como as mais corretas no
passado.
De acordo com Pereira (2018, p.13), “o conhecimento, dependendo da
forma pela qual é representado, pode ser classificado de popular
(senso comum), teológico, mítico, filosófico e científico.” Conheça
cada um destes conceitos abaixo:

Popular ou senso comum

“Constitui um processo gerador de ações sociais a partir de visões de


mundo, concepções ideológicas e culturais que estão presentes nas
relações sociais da vida cotidiana” (Alexandre, 2000, p.166).
Teológico

"Conhecimento baseado na fé religiosa e na crença de que esta seria


a verdade absoluta" (Mascarenhas, 2017).
Filosófico

“Conhecimento baseado em realidades abstratas que não


conseguimos perceber por meio dos sentidos, como: visão, tato
audição, olfato, mas sim realidades do âmbito do pensamento dos
sentimentos e da espiritualidade do ser humano” (SILVA, 2005, p.22).
Científico
“O conhecimento científico vai além do empírico, procurando
compreender, além do ente, do objeto, do fato e do fenômeno, sua
estrutura, sua organização e funcionamento, sua composição, suas
causas e leis” (CERVO; BERVIAN; DA SILVA, 2007, p.7).

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Ainda de acordo com os autores de Pereira et al
(2018, p.13), “o conhecimento pode ser adquirido
de diversas formas: sensação, percepção,
imaginação, memória, linguagem, raciocínio e
intuição”. Cada tipo de pesquisa a ser realizada vai
exigir um tipo de característica para a obtenção de
seus resultados, cabendo ao pesquisador escolher e analisar a melhor
estratégia para obtenção de seus dados (respostas para seus
problemas).

Conforme vimos anteriormente, o conhecimento científico exige


estudo, teste e experimentação. Portanto, para que possamos chegar
aos resultados de uma pesquisa, é necessário implementar uma
estrutura organizada para realização das pesquisas. A essa área foi
dada o nome de metodologia científica, tal área leva em consideração
todos os aspectos necessários para a implementação de estudos, tais
como a escolha do tipo de pesquisa a seguir, seus instrumentos, as
técnicas a serem empregadas, amostras e demais aspectos a serem
adotados.

Mesmo em pleno século XXI, muitas pessoas ainda acreditam mais


no senso comum que nas evidências científicas. Vejamos alguns
exemplos de senso comum apontados por Gonçalves (2021, online):
Cortar o cabelo na lua crescente faz ele crescer mais rápido.
Este é um exemplo de uma crença vinda dos mais antigos. Não
existe estudo científico que comprove esse fato, mas existe a
crença de que isso é verdade;
O número 13 é considerado um número de azar, principalmente,
quando cai na sexta-feira. É uma crença que foi fixada, mas

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nunca teve comprovação.
Além dos exemplos citados, podemos citar ainda a famosa crença
que: “a terra é plana”. Apesar de inúmeras fotos de satélite
provando que a terra é redonda, temos ainda os que negligenciam
esse fato e continuam a acreditar que ela é plana. Ainda de acordo
com Gonçalves (2021, online), as cinco características do senso
comum em resumo são: 1) transmitidas de geração para geração;
2) subjetiva e reflete sentimentos e opiniões; 3) considera
experiências do cotidiano; 4) aprendizado informal; 5) expressa
uma avaliação qualitativa.

2- A PESQUISA, SEU CONCEITO E SUA


FINALIDADE
Agora que já aprendemos alguns conceitos iniciais, vamos aprofundar
nossos estudos compreendendo o que é pesquisa. De modo geral,
podemos definir como a busca de respostas para nossas indagações e
dúvidas. Porém, nem toda pesquisa pode ser considerada científica,
tendo em conta que, para que ela seja de fato científica, há a
necessidade de adoção de um conjunto de procedimentos e técnicas.

Segundo Gil (2010, p.1), podemos definir pesquisa:

como o procedimento racional e sistemático que tem


por objetivo proporcionar respostas aos problemas que
são propostos. A pesquisa é requerida quando não se
dispõe de informações suficientes para responder ao
problema, ou então quando a informação disponível se
encontra em tal estado de desordem que não possa ser
adequadamente relacionada ao problema.

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Já Cervo, Bervian e Da Silva (2007, p.57) afirmam que pesquisa
científica é:

uma atividade voltada para a investigação de


problemas teóricos ou práticos por meio do emprego
de processos científicos. Ela parte, pois, de uma dúvida
ou problema e, com o uso do método científico, busca
uma resposta ou solução.

Conforme podemos perceber, a pesquisa é uma atividade que exige


muita dedicação e envolvimento e que, no fundo, pretende encontrar
um caminho sistemático para solucionar as questões ainda não
resolvidas. Para isso, necessitamos seguir um conjunto de protocolos
de modo que os resultados possam ser aceitos pela comunidade
científica.
Mas por que fazer pesquisa? Com que finalidade?

Para descobrir novas informações;

Resolver os problemas do mundo;


Para confirmar fatos;
Resolver os problemas do mundo;
Para confirmar fatos;
Para negar teorias;
Para confirmar fatos;

Para negar teorias;


Porque é importante para o país e para o progresso da ciência;

Porque é importante para o seu currículo;

Porque pode ser uma forma de trabalho;


Etc.

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Neste sentido, temos pesquisas básicas e aplicadas, ou seja, algumas
com objetivo de produção de conhecimento teórico e outras com
objetivos de testar e de encontrar resultados a partir desta
comparação. Para Farias Filho e Arruda Filho (2013, p.62), a pesquisa
básica “é um tipo de pesquisa que não tem preocupação com a
aplicação dos resultados gerados, sendo mais voltada à criação dos
enunciados gerais, leis científicas, teorias, etc.”, por outro lado, a
pesquisa aplicada “é voltada para à aplicação prática (...)", já que as
teorias só têm sentido se forem capazes de ser aplicadas em
determinado estudo empírico, até mesmo sob forma de intervenção.
Desta forma, Creswell (2010, p.26) também classifica as pesquisas em
três categorias:

Pesquisa Qualitativa
É um meio para explorar e para entender o significado que os indivíduos ou
os grupos atribuem a um problema social ou humano. O processo de
pesquisa envolve as questões e procedimentos que emergem os dados
tipicamente coletados no ambiente do participante, a análise dos dados
indutivamente construída a partir das particularidades para os temas gerais
e as interpretações feitas pelo pesquisador acerca do significado dos
dados.

Pesquisa Quantitativa
É um meio para testar teorias objetivas examinando a relação entre as
variáveis. Tais variáveis, por sua vez, podem ser medidas tipicamente por
instrumentos, para que os dados numéricos possam ser analisados por
procedimentos estatísticos.

Filosófico
É uma abordagem da investigação que combina ou associa as formas
qualitativa e quantitativa. Envolve suposições filosóficas, o uso de
abordagens qualitativa e quantitativa e a mistura das duas abordagens em
um estudo.

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Cabe ressaltar que o universo da pesquisa exige do pesquisador certas
qualidades que podem facilitar o processo entre elas, de acordo com
Gil (2010), temos: a curiosidade para explorar novas informações, o
conhecimento aprofundado sobre o assunto a ser estudado, a
criatividade para conduzir o estudo, tabular e apresentar os resultados
de modo a que todos possam rapidamente compreender sua
importância, integridade intelectual para que sejamos honestos com as
descobertas dos nossos antecessores, perseverança e paciência, pois
nem sempre é fácil obter os dados e encontrar as melhores fontes,
imaginação e sensibilidade.

3- AS PRINCIPAIS BASES DE PESQUISA NA


WEB E SUAS ESTRATÉGIAS DE BUSCA DA
INFORMAÇÃO
Para a realização de uma pesquisa, é muito importante compreender o
que outras pessoas já estudaram e descobriram, desta forma,
recorremos às bibliotecas físicas ou digitais. Devido à praticidade e
rapidez com que acessamos às informações nas bases digitais, é
muito comum realizarmos buscas com auxílio da internet. Porém,
muitas pessoas ainda consideram o Buscador do Google como o único
caminho de pesquisa. Mas, precisamos compreender a diferença entre
um motor de busca e uma base de dados, lembrando que o Buscador
do Google se enquadra na categoria de motor de busca e não de base
de dados científica.

E por que devemos consultar nas bases de dados?

Todos os trabalhos que compõe uma base de dados são artigos,


teses, dissertações, monografias, relatórios técnicos, ou seja, são
trabalhos científicos que seguiram as normas e, principalmente,
que já foram validados por pares, ou por uma banca de
especialistas que atestaram a qualidade do material
disponibilizado, logo, temos uma base maior de confiança.

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Outra razão é que devemos citar nos trabalhos acadêmicos fontes
científicas, aquelas que seguiram o caminho correto para
realização da pesquisa, bem como seus resultados são aceitos
pela comunidade científica.

Logo, a internet nos oferece um manancial de informações, porém, é


sempre bom receber indicações de bases seguras para realização de
nossas pesquisas e trabalhos acadêmicos. A seguir, algumas
recomendações importantes para que você possa pesquisar quando já
tiver em mente o tema do seu projeto de pesquisa:

Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações


Site: https://bdtd.ibict.br/vufind/
Sobre: “O IBICT desenvolveu e coordena a Biblioteca Digital Brasileira
de Teses e Dissertações (BDTD), que integra os sistemas de
informação de teses e dissertações existentes nas instituições de
ensino e de pesquisa do Brasil, e também estimula o registro e a
publicação de teses e dissertações em meio eletrônico. A BDTD, em
parceria com as instituições brasileiras de ensino e pesquisa,
possibilita que a comunidade brasileira de C&T publique e difunda
suas teses e dissertações produzidas no país e no exterior, dando
maior visibilidade à produção científica nacional.” (IBICT, Online).

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Portal de Periódicos da CAPES
Site: https://www-periodicos-capes-gov-br.ezl. periodicos.capes.gov.br
Sobre: A base reúne livros, normas técnicas, patentes e estatísticas
até vídeos e áudios reunidos em um só lugar.

Google Acadêmico
Site: https://scholar.google.com.br/
Sobre: Base de dados do google que reúne livros, artigos, teses,
dissertações, monografias e citações de trabalhos acadêmicos.

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Google Livros
Site: https://books.google.com.br/
Sobre: O Google Play Livros é um serviço de distribuição digital de
livros eletrônicos operado pelo Google. Os usuários podem comprar e
baixar livros eletrônicos e audiolivros do Google Play, que se dispõe de
cinco milhões de títulos.

Qualis Capes
Site: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta
/veiculoPublicacaoQualis/listaConsultaGeralPeriodicos.jsf
Sobre: Portal público de pesquisa às revistas brasileiras avaliadas pela
CAPES em todas as áreas do conhecimento. Nele, é possível além do
conhecimento sobe o quantitativo de revistas, verificar ainda, sua nota
(A1, A2, B1, etc....).

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Portal Scielo
Site: https://www.scielo.org/
Sobre: A SciELO é uma plataforma eletrônica de periódicos científicos.
É uma iniciativa para a democratização do acesso ao conhecimento
científico. Desta forma, faz com que o acesso à produção científica de
qualidade possa ser facilmente consultado.

Pubmed
Site: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/
Sobre: É a base de dados da MEDLINE de citações e resumos de
artigos de investigação na área de medicina e saúde. Oferecido pela
Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos.

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Biblioteca da Câmara dos Deputados
Site: https://bd.camara.leg.br/bd/
Sobre: A base de dados da Biblioteca da Câmara dos Deputados
possui cerca de 200 mil obras, com acervo especializado em Ciências
Sociais, com ênfase em Direito, Ciência Política, Economia e
Administração Pública. Também, possui acervo de obras raras. É,
ainda, depositária de publicações da Organização das Nações Unidas
(ONU).

Biblioteca Virtual em Saúde


Site: https://bvsalud.org/
Sobre: A Biblioteca Virtual em Saúde é uma coleção de fontes de
informação científica e técnica na área da saúde.

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Após aprender sobre algumas bases de pesquisa, também, faz-se
necessário conhecer dicas que podem ser úteis para a realização de
uma busca mais precisa, nas referidas bases, entre elas, temos:

Aspas: A utilização de aspas facilita na busca precisa de termos


compostos, como, por exemplo: “tecnologias na formação de
professores”. Caso você realize a mesma busca sem auxílio das
aspas, poderá encontrar muitos trabalhos que não refletem
exatamente o que você procura, ou seja, que falem apenas de
tecnologias, ou delas em outro contexto. Com as aspas, você
conseguirá maior precisão na busca, retornando materiais mais
confiáveis acerca do que procura.

Hifens para excluir palavras: A utilização de hífen permite com que


possamos filtrar melhor a busca, ou seja, um termo específico
menos determinado aspecto ou localidade, assim, facilitará a vida
do pesquisador no processo de rastreio a itens de interesse.

Palavras-chaves: Ao realizar uma busca, faça sempre a opção por


transformar o parágrafo, ou texto em palavras chaves, pois as bases
conseguem recuperar um quantitativo maior e melhor de resultados
para a sua pesquisa, afinal de contas, quando é realizada a inserção
de novos materiais nas bases (artigos, teses, dissertações, etc.), são
sempre cadastradas as palavras chaves correspondentes ao
material que é inserido.

Autores: Uma boa dica é pesquisar na base por um determinado


autor, ou seja, quando você encontrar um bom artigo sobre um dado
tema tente realizar buscas pelo autor do trabalho, muitas vezes,
encontramos outros trabalhos importantes para referenciar.

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Operadores booleanos: São termos que utilizamos nas pesquisas
realizadas em bases de dados para que possamos ter uma maior
precisão nos resultados, alguns destes operadores são: AND –
serve como somatório, ou seja, dois termos de interesse, OR - ou um
termo ou outro termo de interesse; NOT – serve para excluir
determinado termo ou palavra da pesquisa.

4- OS DIFERENTES TIPOS DE PROJETOS


Agora que já lhe foi apresentado um conjunto substancial de teorias
sobre a pesquisa, é hora de começar a pensar e planejar seu projeto de
pesquisa. Mas, antes vamos compreender o que é um projeto e quais
seus tipos.

Um projeto é um plano de trabalho que dará um norte ao estudante na


execução de uma pesquisa, economizando tempo e trabalho. Logo, este
documento representa um conjunto vasto de informações importantes,
tais como: o tema a ser investigado, seus limites, objetivos, justificativa
e caminhos para sua realização. Tal como uma carta de intenções, ele
indicará como se procederá pra encontrar as repostas para as
indagações propostas. De acordo com Braga (2005, p.288),

Fazer pesquisa solicita uma diversidade de


reflexões e gestos mais ou menos complexos.
É por isso que não vamos diretamente a campo
para investigar fazemos antes um cuidadoso
planejamento, o qual se expressa em um
projeto de pesquisa.

Como uma atividade sistemática, a pesquisa exige planejamento,


organização e estruturação de suas atividades. Afinal de contas, são
muitas decisões a serem tomadas até que se conheçam seus resultados,

Elaboração e Estruturação de Projetos de Pesquisa - Unidade 1 18


ou seja, o tipo de pesquisa, o local, os participantes, o tipo de
abordagem, os instrumentos de coleta e a análise dos dados, o
referencial teórico a estudar e citar, os softwares a serem utilizados na
tabulação dos dados, entre muitos outros detalhes que devem ser
previstos de maneira antecipada no projeto de pesquisa.

Para a melhor compressão, indicaremos algumas citações sobre o


conceito de projetos de pesquisa.

“Os projetos são planos e os procedimentos para a pesquisa que


abrangem as decisões desde suposições amplas até métodos
detalhados de coleta e de análise dos dados.” (CRESWELL, 2010,
p.25)

“O projeto apresenta o roteiro das ações a serem desenvolvidas ao


longo da pesquisa. (...) Para quem contrata os serviços de
pesquisa, o projeto constitui um documento fundamental, posto
que esclarece acerca do que será pesquisado e apresenta
estimativa de custo.” (GIL, 2010, p.3)

“O projeto é um planejamento das ações futuras de pesquisa e


envolve um esforço grande para alcançar os objetivos propostos”.
(FARIAS FILHO, ARRUDA FILHO, 2013, p.10)

Nem todo projeto pode ser classificado com um projeto de pesquisa,


pois não visam a coleta de dados e descoberta de informações, mas,
sobretudo a contribuição a algum setor, como, por exemplo, os
projetos de intervenção que visam sobretudo ensinar, sugerir,
incentivar e motivar a população acerca de um dado tema.

Elaboração e Estruturação de Projetos de Pesquisa - Unidade 1 19


Nesse sentido, poderíamos citar três principais tipos de projetos, que
são: o projeto de pesquisa, o projeto de intervenção e o projeto de
pesquisa-ação.

Pesquisa

Trata-se, segundo Gil (1999, p.42), de um “processo formal e


sistemático de desenvolvimento do método científico. O objetivo
fundamental da pesquisa é descobrir respostas para problemas
mediante o emprego de procedimentos científicos”.

Intervenção

É um tipo de projeto elaborado quando se deseja intervir na


realidade, deixando contribuições aos participantes; não tendo a
preocupação da recolha sistemática de dados por meio de
questionários ou entrevistas, dentre outro meio.

Pesquisa-ação

É um tipo particular de pesquisa participante que supõe


intervenção participativa na realidade social com o emprego de
métodos e estratégias para recolher e analisar dados advindos
das contribuições das intervenções realizadas com a população
envolvida no estudo.

Assim, é de extrema importância que o pesquisador fique atento aos


tipos de projetos que podem ser solicitados em diferentes contextos,
pois alguns deles não cabem em determinadas situações. Por
exemplo, se for um processo seletivo para um mestrado ou doutorado
acadêmico, elaborar um projeto de intervenção em que não terá
nenhuma fase de coleta de dados, poderá ser uma escolha perigosa
visto que não fará descoberta de novas informações.

Elaboração e Estruturação de Projetos de Pesquisa - Unidade 1 20


Porém, para os mestrados e doutorados profissionais, a pesquisa-ação
ou pesquisa-intervenção já cairia muito bem, pois eles costumam
eleger esse tipo de pesquisa nos seus programas de pós-graduação.

5- A ESTRUTURA BÁSICA DE UM PROJETO


DE PESQUISA
No tópico anterior, desenvolvemos a temática relacionada ao conceito,
importância e tipos de projetos de pesquisa possíveis. Avançando em
nossa formação, conheceremos agora a estrutura básica de um projeto
de pesquisa. Neste momento, teremos apenas uma breve apresentação
da estrutura, visto que o aprofundamento será trabalhado nos demais
módulos. Logo, a estrutura básica de um projeto pode ser compreendida
da seguinte maneira:

Elementos pré-textuais: são todos aqueles elementos que


antecedem o texto com informações importantes e necessárias à sua
identificação. Entre eles, temos: a capa, o sumário e o resumo.
Diferentemente da monografia, dissertação e tese, os elementos pré-
textuais do projeto são bem resumidos; visto que o objetivo do
projeto é que em poucas páginas e de maneira bem estruturada os
componentes de uma banca de avaliadores possam mensurar a
viabilidade ou não da sua execução.
Capa: proteção externa do projeto que deverá conter os dados da
instituição de ensino onde o candidato está pleiteando a pesquisa,
nome do candidato, título do projeto, local de depósito e ano.
Sumário: lista de todos os itens elencados ao longo do projeto com
suas respectivas páginas.
Resumo: é a condensação do tema, problema, objetivo e caminho
metodológico a ser seguido. É solicitado por apenas algumas
instituições e a escrita desta seção deverá ser sempre com o verbo
no uturo, visto que ainda não temos nenhuma etapa desenvolvida;
trata-se de apenas um planejamento.

Elaboração e Estruturação de Projetos de Pesquisa - Unidade 1 21


Elementos textuais: são todos aqueles elementos que compõem o
corpo do projeto, sendo: a introdução, o referencial teórico, a
metodologia e o cronograma.
Introdução: seção onde o proponente irá apresentar o tema do seu
trabalho, seguida da questão problema, dos objetivos, justificativa e
motivação pela escolha do tema. Deve ser redigido com clareza e
objetividade, já que por meio desta seção é possível conhecer os
limites do trabalho e sua relevância.
Referencial Teórico: seção do projeto dedicada ao embasamento
teórico necessário para que o leitor compreenda sobre os principais
conceitos e teorias relacionadas às temáticas destacadas no projeto.
É importante referenciar os principais autores conceitos atualizados
daqueles estudos que destacam as referidas temáticas.
Metodologia: seção do projeto onde o proponente irá descrever com
detalhes todo o percurso metodológico (tipo de estudo, participantes,
local, instrumentos, formas de coleta e análise dos dados, além das
fases e etapas para a sua realização)
Cronograma: são apresentadas as etapas para a realização da
pesquisa, com o respectivo tempo que será necessário para a sua
concretização.

Elementos Pós-textuais: são todos aqueles elementos que figuram


após o projeto, sendo as referências, os apêndices e os anexos.
Referências: lista de todos os autores, materiais e documentos
consultados e referenciados ao longo do projeto.
Anexos/Apêndices: em algumas instituições, é necessário submeter
o projeto ao comitê de ética e receber sua autorização para que o
candidato possa concorrer ao certame. No entanto, são poucas que
fazem essa solicitação antecipada. Caso haja outros documentos
para além da autorização do comitê, o proponente deverá depositar,
neste espaço, os documentos que foram produzidos por outros
(anexo) e de sua autoria (apêndice).

Elaboração e Estruturação de Projetos de Pesquisa - Unidade 1 22


Conforme comentamos no início deste tópico, o objetivo desta unidade
foi apenas uma breve apresentação dos itens necessários para a
execução de um projeto de pesquisa. Agora, que já conhecemos as
partes, é hora de aprofundar seus conhecimentos e cada uma delas para
que, ao fim da nossa formação, você seja capaz de elaborar seu próprio
projeto de pesquisa.
Relativamente ao número de páginas em que um projeto deve conter,
fique atento ao edital em que você está concorrendo. Geralmente, os
projetos estão em torno de 10 (dez) a 15 (quinze) páginas. A
objetividade é a palavra chave para o sucesso do projeto, ou seja,
precisamos em poucas palavras expor o que queremos e como faremos
para chegar lá.

Para sabe mais sobre o assunto, confira nossas sugestões a seguir.

Sugestões de leitura
GERMANO, Marcelo Gomes; KULESZA, Wojciech Andrzej. Ciência e senso comum:
entre rupturas e continuidades. Caderno Brasileiro de Ensino de Física, v. 27, n. 1,
p. 115-135, 2010.
Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/fisica/article/view/2175-
7941.2010v27n1p115/12388

Sugestão de filme
Filme: Radioactive

Narra a vida e a obra da cientista, pesquisadora e


professora Marie Curie. A Polonesa naturalizada na
França, Marie Curie, ou Maria Skłodowska-Curie, teve
uma das histórias de vida mais inspiradoras de toda as
ciências. Foi a primeira mulher a ganhar dois prêmios
Nobel, em duas categorias diferentes de Química e de
Física.

Sugestão de Leitura
Para começar um projeto de pesquisa - José Luiz Braga

Elaboração e Estruturação de Projetos de Pesquisa - Unidade 1 23


Sugestão de filme
Filme: Óleo de Lorenzo

Um drama real na vida de um pai e de uma mãe que


lutam para salvar a vida de seu filho. Augusto e Michaela
Odone são pegos pelo destino: Lorenzo de cinco anos de
idade é diagnosticado com uma rara e incurável doença,
mas a persistência da família e busca científica os leva
para a cura, salvando seu filho e mudando a história da
medicina.

Sugestão de leitura
Fontes de Pesquisa e Bases de Dados Especializadas - Márcia Christina Ferreira
Barleta, José Luiz Alves da Silva, Júlio Rosa Dias

Sugestão de Vídeo
Webinar: planejamento e execução de buscas em bases de dados

Sugestão de leitura
PITTA, Guilherme Benjamin Brandão; CASTRO, Aldemar Araújo. A pesquisa
científica. Jornal Vascular Brasileiro, Porto Alegre, v. 5, n. 4, p. 243-244, 2006.
Disponível em: https://www.scielo.br/j/jvb/a/JLH6q75Lt8ZdKcVfzrJ6NXP/?
format=pdf&lang=pt. Acesso em: 02 jan. 2022.

Sugestão de Filme
Filme: A Teoria de Tudo

Baseado na história de Stephen Hawking, físico teórico e


cosmólogo britânico, reconhecido internacionalmente por
sua contribuição à ciência, sendo um dos mais
renomados cientistas do século. O filme expõe como o
astrofísico fez descobertas relevantes para o mundo da
ciência, inclusive, relacionadas ao tempo.

Elaboração e Estruturação de Projetos de Pesquisa - Unidade 1 24


Síntese da unidade

Nesta unidade, nós conhecemos diversos conceitos de ciência


e, também, o que não é ciência. Essa unidade do curso
abordou, ainda, diverentes formas de classificar o
conhecimento.

Também foram abordados conceitos, finalidades e diferentes


categorias de pesquisa.

A unidade também apresentou diferentes bases de dados e


enfatizou a importância de utilizar bases de dados seguras
para a obtenção de trabalhos científicos de maior qualidade.
Algumas orientações para o refinamento das buscas também
foram apresentados.

Finalmente, connhecemos os diferentes tipos de projeto e a


estrutura básica de um projeto de pesquisa.

Elaboração e Estruturação de Projetos de Pesquisa - Unidade 1 25


Referências
ALEXANDRE, Marcos. O saber popular e sua influência na
construção das representações sociais. Comum, v. 5, n. 15, p. 161-
71, 2000.
ANDER-EGG, Ezequiel. Introducción a las técnicas de investigación
social para trabajadores sociales. 1978.
BRAGA, José Luiz. Para começar um projeto de pesquisa.
Comunicação & Educação, v. 10, n. 3, p. 288-296, 2005.
CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino; SILVA, Roberto.
Metodologia científica. 6. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall,
2007.
COTRIM. Gilberto. Fundamentos da filosofia: história e grandes
temas. 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2002.
CRESWELL, John W. Projeto de pesquisa: métodos qualitativo,
quantitativo e misto; tradução Magda Lopes. 3 ed. Porto Alegre:
ARTMED, 2010, 296 p.
FARIAS FILHO, Milton Cordeiro; ARRUDA FILHO, Emílio J. M.
Planejamento da Pesquisa Científica. São Paulo: Atlas, 2013, 157
p.
GIL, Antonio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 5. ed.
São Paulo: Atlas, 2010, 184 p.
GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. São
Paulo: Atlas 1999.
GONÇALVES, Thais. Senso comum: veja exemplos e a diferença
para a ciência e senso crítico. veja exemplos e a diferença para a
ciência e senso crítico. Vai de Bolsa, 2021. Disponível em:
https://vaidebolsa.com.br/blog/ensino-medio/senso-comum/.
Acesso em: 15 jan. 2022.

Elaboração e Estruturação de Projetos de Pesquisa - Unidade 1 26


MASCARENHAS, J. V. D. Os Tipos de Conhecimento e suas
Referentes Características. Disponível em:
http://www.ufrgs.br/cursopgdr/downloadsSerie/derad005.pdf.
Acesso em 05 de dez. 2017
RUIZ, João A. Metodologia Científica. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1996.
SILVA, Mary Aparecida Ferreira da. Métodos e Técnicas de
Pesquisa. 2. ed. Curitiba: Ibpex, 2003. 263 p.
TRUJILLO, F.A. Metodologia da ciência. 3. ed. Rio de Janeiro:
Kennedy, 1974.

Elaboração e Estruturação de Projetos de Pesquisa - Unidade 1 27

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