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METODOLOGIA DO TRABALHO CIENTÍFICO

ESTÉLIO DA SILVA BARBOSA


MARÍLIA CARVALHO TELES

Metodologia do Trabalho Científico

Fonte: https://canaldoensino.com.br/blog/metodologia-cientifica-tudo-o-que-voce-precisa-saber

ÁGUA BRANCA-PI
2020
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Diretor Geral
Francisco Edesio Carlos Soares

Secretária Acadêmica
Joselina da Silva Costa

Ficha Catalográfica

BARBOSA, Estélio da Silva; TELES, Marília Carvalho.

Metodologia do Trabalho Científico. 1ª ed. Água Branca; FAS – Cursos de


Graduação. 103p.

Bibliografia

1. Pedagogia 2. Educação 3. Título.

Todos os direitos em relação ao design deste material são reservados à FAS.


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A concretização de um curso superior em Pedagogia na modalidade à


distância tem como meta o atendimento às necessidades de toda comunidade
quanto ao acesso e atendimento ao um ensino superior de qualidade. Desse modo,
propõe-se a importância para o curso de Pedagogia numa perspectiva histórico-
cultural, tendo como eixo articulador a interdisciplinaridade e a busca da construção
de um currículo integrador.
As disciplinas pedagógicas que formulam o currículo foram moldadas para
uma sociedade cujo princípio da qualidade torna-se prioridade a partir da relação
teoria-prática de um trabalho docente de qualidade que procure satisfazer as
necessidades de aprendizagem, enriquecendo as experiências do educando no
processo educativo.
É dentro desta ideia que o curso de Pedagogia da FAS na modalidade à
distância constitui-se de uma base comum formada pelos conhecimentos de
ciências humanas aliadas a tecnologia, de uma parte diversificada com uma
ampliação dos fundamentos na leitura do fazer pedagógico dentro da escola e da
sociedade e uma parte complementar com o objetivo de trabalhar os problemas
educativos da realidade educacional em vista a qualificação do professor com novas
formas de intervenções como aplicações de ferramentas metodológicas.
A FAS tem como recurso didático-educacional o uso de materiais como
apostilas/livros, plataformas virtuais, internet, vídeos e principalmente um excelente
sistema de acompanhamento à distância através de tutores e monitores. É válido
salutar que este curso otimiza sempre seus resultados pelas experiências existentes
e atendem a ampla procura de profissionais da área educacional.
Os profissionais da área da educação serão orientados a sempre desenvolver
a capacidade de intervenção científica e técnica assegurando a reflexão critica
permanente sobre sua prática e realidade educacional historicamente
contextualizada. O que espera deste docente é sua capacidade de (re) construir seu
projeto pessoal e profissional a partir da compreensão da realidade histórica e
profissional diante das políticas que direcionam as práticas educativas na sociedade.
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Esta disciplina enfatiza sobre normas e técnicas a serem usadas no decorrer


de todo e qualquer curso superior, bem como ensina formas dinâmicas quanto ao
uso das mesmas na construção de um trabalho cientifico.
Desse modo, a metodologia é o estudo dos métodos, especialmente dos
métodos das ciências. É um processo utilizado para dirigir uma investigação da
verdade, no estudo de uma ciência ou para alcançar um fim determinado.
Ou seja, a Metodologia científica aborda as principais regras para uma
produção científica, fornecendo as técnicas, os instrumentos e os objetivos para um
melhor desempenho e qualidade de um trabalho científico.
Isso mostra que a pesquisa é uma das atividades primordiais para a
elaboração dos trabalhos realizados com base na metodologia científica. É a fase da
investigação e da coleta de dados sobre o tema a ser estudado.
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UNIDADE 01
Leitura e Conhecimento
Científico

RESUMO:

Esta unidade irá abordar sobre questões referentes a uma boa leitura
cientifica e dicas de como construir uma redação produtiva dentro de aspectos
acadêmicos e conforme ABNT (Associação Brasileira de Normas e Técnicas),
o que de fato auxilia o alunado nas suas produções diversas. (ABNT, 2014)

FONTE: http://br.freepik.com/fotos-gratis/lupa-com-a-pilha-de-livros-sobre-uma-mesa_991461.htm
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1.1 Construção do método cientifico

A metodologia é considerada como um conjunto de procedimentos e regras


utilizadas por determinado método (RICHARDSON, 1999), sendo o método científico
o caminho da ciência para chegar a um objetivo. Podemos entender o
conhecimento como o modo de compreender a realidade que nos cerca, o qual
muda com o tempo, o conhecimento e o resultado de uma construção.

Portanto, consideramos a ideia de que a construção parte do princípio da


autonomia de pesquisar, questionar e produzir conhecimento a partir das
análises e interpretações realizadas. Mas, o que é conhecimento? Quais os tipos de
conhecimento? Como esse conhecimento vem se desenvolvendo historicamente?
Os questionamentos sobre o conhecimento são históricos. Grant (1996) destaca
que a pergunta “o que é conhecimento?” tem intrigado alguns dos maiores
pensadores do mundo, desde Platão a Popper, sem se chegar a um consenso muito
claro. Ele afirma que, além da tautologia em responder à pergunta supracitada
como “o conhecimento é aquilo que é conhecido” (deve ser evitado, pois não
devemos explicar a palavra pela própria palavra).

1.2 Tipos de conhecimento:

Existem várias classificações em relação aos tipos de conhecimento. Vamos


utilizar a classificação de Trujillo (apud MARCONI; LAKATOS, 2004), sintetizada na
apresentação que segue:

 O conhecimento Popular:

É também denominado de empírico (ou conhecimento vulgar, ou senso-


comum) é adquirido ao acaso, através de ações não planejadas. É considerado
valorativo, pois se fundamenta em contextos selecionados com base em estados de
ânimo e emoções. Tem como principais características ter por base às experiências
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próprias do sujeito, seguindo essa organização, portanto é considerado


assistemático. É reflexivo, sendo limitado pela familiaridade do objeto; pode ser
verificável, pois está limitado à vida diária e por isso é falível e inexato, conformando-
se com a aparência e com o que ouviu dizer do objeto.
Exemplo: o veterinário vai aplicar uma vacina em uma vaca, mas o vaqueiro
diz para não aplicar porque a vaca está com bezerro (prenha). O veterinário aplica e
a vaca perde o bezerro.

 Conhecimento Filosófico:

É o conhecimento oriundo do raciocínio e da reflexão humana. Tem como


características ser especulativo sobre fenômenos, gerando conceitos subjetivos.
Neste sentido, portanto é valorativo e não verificável, parte de hipóteses
(proposições) que não podem ser submetidas à observação, pois emerge da
experiência e não da experimentação. Busca dar sentido aos fenômenos gerais do
universo, ultrapassando os limites formais da ciência. “É racional em virtude de
consistir num conjunto de enunciados logicamente correlacionados” (MARCONI;
LAKATOS, p. 19, grifo das autoras). É também infalível e exato.
Exemplo: “o homem é ab ponte entre o animal e o além-homem” (Friedrich
Nietzsche)

 Conhecimento Teológico:

Também denominado de conhecimento religioso, é revelado pela fé divina


ou crença religiosa. Não pode, por sua gênese, ser confirmado ou negado. Depende
da formação moral e das crenças de cada indivíduo. Apoia-se em doutrinas que
contém proposições sagradas, por isso é valorativo, sendo também inspiracional,
pois é revelado pelo sobrenatural. Nesse sentido, as verdades alcançadas por esse
conhecimento são consideradas infalíveis, exatas, indiscutíveis. Apresenta-se de
forma sistemática buscando a origem, significado, finalidade e destino, de um criador
divino, portanto suas evidencias não podem ser verificadas, pois estão implícitas em
atitudes de fé (MARCONI; LAKATOS, 2007).
Exemplo: Acreditar na cura de doenças através de orações etc.
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 Conhecimento Científico:

É o conhecimento que lida com ocorrências ou fatos, portanto é real. É


contingente, apresentando suas preposições que podem passar pelo critério de
verificação de sua veracidade ou falsidade, logo é sistemático, exato e verificável.
Sua origem está nos procedimentos de verificação baseados na metodologia
científica. Segundo Galliano (1979), o conhecimento científico:

 É racional e objetivo;
 Atém-se aos fatos;
 Transcende aos fatos;
 É analítico;
 Requer exatidão e clareza;
 É comunicável;
 É verificável;
 Depende de investigação metódica;
 Busca e aplica leis;
 É explicativo;
 Pode fazer predições;
 É aberto;
 É útil.

Exemplo: a descoberta do câncer; descobertas de vacinas etc.

1.3 Outros conhecimentos

Conforme Marconi e Lakatos (2004, p. 21) a ciência é composta de objetivo,


apresenta uma função e objeto formal ou material. Mas não é a única forma de
conhecimento, bem como esses conhecimentos não se apresentam distintos, como
podemos perceber na citação das autoras:
Por sua vez, estas formas de conhecimento podem coexistir na mesma
pessoa: um cientista, voltado, por exemplo, ao estudo da física, pode ser crente
praticante de determinada religião, estar filiado a um sistema filosófico e, em muitos
aspectos de sua vida cotidiana, agir segundo conhecimentos provenientes do senso
comum. Assim, podemos perceber outras classificações de conhecimento como:
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 Conhecimento Artístico:

Autores como França (1994, p. 41) e Santaella (2001, p. 103) consideram


como outra forma de conhecimento a experiência artística. Esse conhecimento se
diferencia do senso comum e do conhecimento religioso, pois a arte representa uma
forma de conhecimento subjetiva e não objetiva, isto é, não se propõe ser
verdadeira, não propõe nenhuma explicação universal e generalizável. É, pois, a
forma de conhecimento que constrói representações da realidade, afirmações
inexatas, apresentando-se propositalmente imprecisas e indiretas.
Apesar de seguir métodos e técnicas, a arte é também espontânea, dinâmica
e aberta. A arte formula enunciados abertos, pois está sujeita às diferentes
interpretações. Estimula o sujeito, para que a partir da imaginação, produza
representações daquilo que lhes é apresentado. Portanto, a arte está voltada para o
processo de conhecer, através do “descobrimento” do mundo.
Historicamente o ser humano (homem, mulher) constrói no mundo suas
próprias coisas, dependendo de sua habilidade. A esse conjunto de objetos (coisas)
construídos pelo homem e que se distinguem por apresentarem capricho, talento,
beleza, entre outras características, podemos associar à arte.
Portanto, reconhecemos essa outra forma de conhecimento, o conhecimento
proporcionado pela arte, que oferece informações de um objeto interpretado pela
sensibilidade do artista e traduzido numa obra. A arte é considerada como uma
expressão dos sentimentos humanos. Normalmente combina habilidade prática com
imaginação (criação), através da expressão dos sentimentos humanos.

 Conhecimento Tácito:

Entre as formas de conhecimento destacamos também o conhecimento tácito


que, segundo Nonaka e Takeuchi (1997), refere-se ao conhecimento pessoal,
baseado em experiências pessoais com insumos subjetivos.
Segundo estes autores, o conhecimento é de difícil representação e
dependente dos modelos mentais, crenças, valores e experiência, ou seja, dos
paradigmas, concepções a respeito do mundo que os cercam. Esse conhecimento é
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adquirido pela prática, está associado às habilidades pessoais, às aptidões


profissionais, não sendo transmitido através de manuais ou descrições, mas
frequentemente transmitido segundo um modelo “Mestre – Aprendiz”. Podemos
considerar como um conhecimento do senso comum, experimental.

 Conhecimento Explicito:

Alguns autores classificam o conhecimento explícito como objetivo, formal e


sistemático, podendo ser facilmente mapeado e possível de ser aprendido por
terceiros, por ser facilmente representado por modelos, algoritmos, documentos,
descrição de procedimentos, desenhos e sínteses. Esse tipo de conhecimento é
mensurável, fácil de ser comunicado e compartilhado, pois pode ser expresso em
palavras, números, dados brutos, fórmulas científicas, procedimentos codificados ou
princípios universais (NONAKA; TAKEUCHI, 1997).

1.4 Teoria do conhecimento

FONTE: www.google.com

Segundo Oliveira (2000), a teoria do conhecimento busca estudar os


problemas fundamentais do conhecimento; surgiu do questionamento sobre ser
possível um conhecimento exato do mundo que nos cerca. Divide-se em:
 Gnosiologia (do grego gnosis – conhecimento, logos do latim – ciência,
estudo, tratado). Estuda a essência do conhecimento, procura conhecer a
realidade, origem, ou seja, as fontes de conhecimento, suas formas ou
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espécies e a validade do conhecimento em geral. Busca a verdade e seus


critérios;
 Epistemologia – (palavra grega que significa ciência). Preocupa-se com o
estudo da validade do conhecimento científico nas suas especificidades, ou
seja, estuda a validade do conhecimento das ciências particulares;
 Metodologia – visa encontrar os fenômenos que são objetos de pesquisa,
dando-lhes fundamentação científica. Portanto, estuda os métodos de
investigação científica, visando delimitar um determinado problema, observar
e analisar de forma critica para uma melhor interpretação.
Do ponto de vista científico, ou seja, gnosiológico, o conhecimento constitui-
se no reflexo e reprodução do objeto em nossa mente. Nesse sentido, participam do
processo de conhecimento os sentidos, a razão e a intuição.
Portanto, surge a grande dúvida: no processo de conhecimento em busca da
verdade, como se relacionam os sentidos, a razão e a intuição, quanto ao seu lugar
e importância? Observamos que na história da filosofia surgiram diferentes doutrinas
que tratam sobre esse assunto: o empirismo, o racionalismo e o intuicionismo
(OLIVEIRA, 2000).
Faremos uma breve explicação sobre cada uma dessas correntes:
a) Empirismo – a origem da palavra vem do grego, que significa experiência. Para
o empirismo a única fonte de conhecimento é a experiência, que é recebida e
experimentada através dos sentidos (visão, audição, tato, olfato etc.), ou seja,
somente os órgãos dos sentidos são suficientes para se conhecer a verdade.
Empiristas como Locke, Hume, Condillac, Stuart Mill, entre outros, afirmam que o
conhecimento empírico, ou seja, o conhecimento obtido através dos órgãos dos
sentidos é suficiente para o conhecimento da verdade. Oliveira (2000) afirma que os
empiristas têm razão quando afirmam não existirem ideias inatas, assim como antes
da experiência não há conhecimento sobre o mundo exterior.
b) Racionalismo – termo proveniente do latim ratio que significa razão. Para esse
grupo de pensadores os sentidos são enganosos e nunca nos conduzirão a um
conhecimento verdadeiro. Para os racionalistas o conhecimento verdadeiro é aquele
que é logicamente necessário e universalmente válido. Essa forma de conhecimento
só é alcançada pela razão. Tem sua origem com Platão. Além de Platão temos
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pensadores como Descartes, Espinosa, Leibniz, Kant, entre outros. Conforme


Descartes e Kant (OLIVEIRA, 2000) os conceitos inatos são fundamentais para
alcançar o conhecimento, nascem com as pessoas (ideias inatas de Descartes) e
não procedem da experiência, são a priori (Kant - anteriores à experiência).
c) Intuicionismo – desempenha importante papel, pois de acordo com esta
doutrina é possível conhecer diretamente a verdade, as coisas absolutas sem auxílio
dos sentidos e da razão, por meio da intuição (faculdade irracional ou sobrenatural).
Essa doutrina é estudada desde Platão até os dias atuais. Segundo Oliveira (2000),
a maioria das correntes do século XX é intuicionista, sendo a intuição o órgão ou
faculdade superior de conhecer, fornecendo de forma direta ou indireta a verdade
absoluta. O autor cita entre estas: o neotomismo (doutrina filosófica oficial da igreja);
intuicionismo (representada pelo filósofo francês Henry Bérgson – 1859-1914);
fenomenologia (representada pelo filósofo alemão Edmund Husserl -1859-1938) e
Existencialismo (representada pelo filósofo alemão Martin Heidgger – 1889- 1977).

Discuta a importância da construção do método


cientifico
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UNIDADE 02
Auxiliares de Leitura:
estruturando o trabalho
acadêmico

RESUMO:
Este capítulo enfatiza sobre todos os auxiliares da leitura que buscam em uma
melhor compreensão do leitor para seu entendimento na construção da
pesquisa.

FONTE: http://br.freepik.com/fotos-gratis/pilha-de-livros-com-vidros-na-mesa-de-madeira_902421.htm
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2.1 Análise textual

Esta análise corresponde ao levantamento sistemático de todos os elementos


importantes para a compreensão do texto, feito em busca de uma visão de conjunto
do raciocínio do autor.
Os procedimentos básicos para sua execução são:
1. Leitura inicial atenta, corrida e completa do texto;
2. Levantamento e anotação de pontos que merecem maiores esclarecimentos
como: palavras e termos não compreendidos, dúvidas quanto a ideias,
argumentos, fatos históricos, referências a outros autores, doutrinas etc.
3. Busca das informações adicionais sobre vida, obra e pensamento do autor (ou
autores), vocabulário e demais elementos anotados. Esta busca deve ser feita
em dicionários especializados, manuais e outras obras de referência;
4. Esquematização do texto com o fim de apresentar uma visão global da unidade
estudada através do inter-relacionamento de ideias e fatos.

2.2 Como fazer um esquema

O esquema ajuda o aluno a organizar o conteúdo contido no texto,


estabelecendo um plano lógico que explicita as relações e subordinações das ideias
ali contidas e classifica os fatos dentro de critérios de caracterização. Um bom
esquema se caracteriza, segundo Salomon (1999), por ser: fiel ao texto original,
mostrando sua estrutura lógica; adequado ao assunto estudado, seguindo sua
profundidade ou superficialidade; funcional, atentando para o fato de que um
esquema para revisar um assunto estudado é diferente de um esquema para dar
uma aula sobre esse assunto; útil e pessoal, pois o esquema feito para uma pessoa
raramente é útil para outra.
Deste modo, para fazer um bom esquema você pode observar os passos que
seguem.
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1. Utilize a própria estrutura do autor do texto, quer se trate de livro, capítulo de


livro, artigo científico etc. Para isso tome os títulos e subtítulos como
indicadores e faça frases completas com eles.
2. Coloque os títulos mais gerais à esquerda e a partir daí, deslocando-se para a
direita, os subtítulos e as divisões possíveis.
3. Adote um sistema que seja adequado à estrutura do texto para separar e
indicar as divisões e subdivisões sucessivas.
Por exemplo:
Chaves, colchetes, colunas etc.;
Numeração progressiva: 1, 1.1, 1.2, 1.2.1, 1.2.2, 2, 2.1 etc.;
Letras maiúsculas, letras minúsculas, símbolos gráficos etc.
4. Use símbolos convencionais e abreviaturas para poupar tempo e facilitar a
compreensão das relações entre ideias. Por exemplo:
 ,  ,  ,  , , ♀ (feminino) e ♂ (masculino);
5. Use caixas de texto para indicar estruturas, ideias derivadas, relações etc.

2.3 Análise temática

O objetivo da análise temática é a máxima compreensão do conteúdo ou


mensagem do autor, ou seja, a identificação e apreensão da ideia central e das
ideias secundárias e suas correlações. É a busca e reconstituição da lógica do
pensamento do autor quanto à ideia trabalhada no texto. O procedimento usual para
esta análise consiste em fazer uma nova leitura para responder a algumas questões:
1) De que trata o texto? A resposta a esta pergunta nos dá o tema ou assunto da
unidade textual, porém nem sempre é simples de encontrar. Acontece que na
maioria das vezes o tema tem uma estrutura, pois são mais comuns textos onde o
autor fala das relações entre vários elementos e não de um único objeto de estudo.
Além disso, é necessário captar qual a perspectiva do autor e o âmbito ou limite de
sua abordagem.
2) Qual o problema a ser solucionado? Aqui a busca é por apreender a problemática
que envolve o tema e preocupa o autor; sua formulação, nos bons textos científicos,
é quase sempre explícita.
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3) O que o autor sugere para solucionar o problema exposto? Que ideia defende? O
que quer demonstrar? As respostas a essas indagações revelam a ideia central do
texto ou a tese defendida pelo autor na unidade textual. Em geral ela é explicitada
através de uma proposição, considerada inicialmente como hipótese geral.
4) Qual o raciocínio do autor e quais seus argumentos para demonstrar sua tese? O
raciocínio e os argumentos do autor são o conjunto de ideias que, encadeadas, dão
a estrutura lógica do texto e demonstram sua tese.
5) O autor levanta outras ideias ou assuntos que não estão associados à ideia
central? A resposta a essa Fórum deve explicitar as ideias secundárias. Estas são
relativas a temas paralelos e têm conteúdo próprio e independente; apenas
complementam o pensamento do autor.
Convém ressaltar que este é o tipo de análise que dá suporte à elaboração do
resumo ou síntese do texto. Ela também fornece a base para a construção de um
roteiro de leitura usado na orientação de seminários e na construção do organograma
lógico ou representação geometrizada do raciocínio do autor.
Portanto, vamos produzir um resumo a partir de um texto sobre um assunto
muito importante para nós: a ciência e o conhecimento. Nesse sentido você fará uma
atividade cujo objetivo é compreender melhor sobre a ciência e o conhecimento
científico, desenvolver conceitos e caracterizar os tipos de conhecimentos.
Na atividade a seguir, antes de fazer o resumo, pesquise no texto e em outras
fontes o conceito de ciência e conhecimento.

2.4 Análise interpretativa

Nesta abordagem do texto o que se tem em vista é a tomada de uma posição


própria perante as ideias do autor. Aqui, além de tentar ler nas entrelinhas e explorar
todas as repercussões das ideias expostas você deve compará-las com as ideias de
outros autores com o fim de criticar o texto quanto a sua coerência, profundidade,
validade, alcance e originalidade. São passos para este tipo de análise:
1. Situar o pensamento exposto no texto no contexto da vida e
obra do autor e de outros autores.
2. Destacar os pontos comuns e originais do pensamento do
autor, situando-o no contexto mais amplo da sua área de
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conhecimento (teorias, paradigmas e correntes de pensamento).


3. Buscar uma compreensão interpretativa do pensamento do
autor através da explicitação de seus pressupostos.
4. Estabelecer aproximações e/ou associações das ideias
expostas no texto com ideias semelhantes que tenham
recebido outras abordagens.
5. Formular um juízo crítico sobre o texto. Isto pode ser feito
tomando por base tanto sua coerência interna, quando se
determina até que ponto seus objetivos foram alcançados, a
eficácia do seu raciocínio na demonstração da tese formulada
e a pertinência de suas conclusões com respeito à
fundamentação apresentada, quanto sua relevância e
contribuição para o estudo do tema, avaliando seu grau de
originalidade e de profundidade e, ainda, sua validade e
alcance.
É oportuno chamar a atenção para um fato que, possivelmente, você já notou.
Existe um nível crescente de dificuldade para a execução dessas análises. Por
exemplo, para fazer este último tipo, a análise interpretativa, você vai precisar ter
feito várias leituras anteriores sobre o mesmo tema, não é? Assim, como aluno
iniciante, provavelmente suas primeiras leituras só comportarão as análises textual e
temática. Com o tempo, as exigências das disciplinas e o fortalecimento do hábito de
leitura, você vai adquirir condições para efetuar a análise interpretativa e os
próximos dois tipos a serem apresentados.
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FONTE: www.google.com

2.5 Problematização

Após efetuar as análises já descritas e conhecer bem o texto, agora o objetivo


é sua problematização em sentido amplo. Assim, são levantadas as questões
explícitas e implícitas no texto, tanto para reflexão quanto para discussão. Podem,
também, ser discutidas questões afins ao tema abordado, com base em outras
leituras do mesmo autor ou em obras de outros autores.

2.6 Síntese pessoal

Esta etapa da leitura analítica se apoia em todas as anteriores. É a “leitura


pessoal” que se faz do pensamento do autor contido no texto. Na realidade, a
síntese está mais ligada à redação de um novo resumo, agora enriquecido pelas
reflexões pessoais e discussões efetuadas na problematização.
Cumpre ainda chamar atenção para o fato de que o trabalho de síntese
pessoal é muito exigido como atividade didática no curso superior, não só como
parte da análise e interpretação de textos, exercício de raciocínio que propicia o
amadurecimento intelectual, mas também como parte de relatórios e outros tipos de
trabalhos científicos.
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Os procedimentos para análise e interpretação de texto apresentados podem


e devem ser acompanhados dos registros competentes: anotações, fichamentos,
resumos e resenhas (ver próximo tópico). Trabalhar suas leituras metodicamente, de
início, pode levar muito tempo, pois talvez você não esteja acostumado a esses
procedimentos. No entanto, ao estabelecer o hábito você perde o medo, os passos
tornam-se automáticos e você ganha segurança, autoconfiança, satisfação e
eficiência. Sua organização será recompensada quando tiver que trabalhar com um
grande volume de textos, como por ocasião do seu Trabalho de Conclusão de
Curso.

2.7 Anotações, fichamentos, resumos e resenhas

Diante do volume de leituras que serão necessárias no decorrer do Curso,


você pode estar pensando que vai ficar perdido num “mar de informações”. Isso
pode até acontecer, mas vai depender de você. Para que isso não aconteça, você
deve ser capaz de organizar todas as informações obtidas à medida que elas forem
trabalhadas, de modo que possa relacioná-las e recuperá-las facilmente sempre que
necessário. Para orientá-lo nessa tarefa, mais uma vez vamos nos valer da
metodologia científica, embora sem nos aprofundarmos nas técnicas mais rigorosas
de documentação pessoal.

2.8 A documentação pessoal

A documentação pessoal é uma consequência natural das atividades


intelectuais inerentes à vida do estudante universitário e, também, do profissional
que precisa estar sempre em dia com as produções do pensamento humano. Tendo
isso em vista, sugerimos fortemente a você que reflita sobre sua utilidade e
necessidade e que a realize como etapa de seu método de estudo o hábito de
leitura. Tendo tomado esta decisão, você poderá adotar um método de organização
que seja produtivo para sua documentação.
Na prática, sugerimos:
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 Considerar material de documentação o que for importante e útil para sua vida
acadêmica e também para sua futura vida profissional;
 Tomar para documentação leituras em diversos meios e fontes bibliográficas,
aulas, seminários, grupos de discussão, fóruns e videoconferências;
 Quando da efetivação de registros (tomada de anotações e confecção de
fichas), evitar longas transcrições, não transcrever anotações de livros e outros
materiais impressos próprios e guardar as anotações em fichas ou pastas
apropriadas;
 Quando possível, fazer os registros em arquivos eletrônicos, em diretórios
específicos e de acordo com seus interesses.
É interessante notar que, assim como existem diferentes tipos de leitura,
também existem diferentes formas de documentação, enquanto método pessoal de
estudo. São elas: a documentação temática, a documentação bibliográfica e a
documentação geral.
A documentação temática tem como objetivo a reunião de elementos para o
estudo geral ou realização de um trabalho específico dentro de uma determinada
área de conhecimento. Esses elementos são encontrados não apenas em leituras
específicas, mas também em aulas, seminários e conferências. No fichário, as fichas
relativas à documentação temática vêm em primeiro lugar, já que os temas
estruturam as diferentes áreas do saber. Severino (1996) sugere que o estudante
organize seu fichário de documentação temática a partir da estrutura curricular do
Curso; neste caso, cada disciplina corresponderia a um setor documental.
A documentação bibliográfica, por sua vez, corresponde ao registro de
informações sobre livros, artigos e demais trabalhos existentes da área de interesse
do estudante, aos quais tenha acesso diretamente ou dos quais tome conhecimento
através de publicações específicas. Deve ser feita sistematicamente, de modo a se
constituir em uma rica fonte de informação. Sua organização, em geral, dá-se de
acordo com um critério de natureza temática.
A documentação geral é uma forma bem específica de organização e
guarda de documentos úteis, provenientes de fontes perecíveis, cuja conservação
seja importante. São, por exemplo, recortes ou fotocópias de jornais e revistas e
cópias impressas de apresentações feitas em eventos (transparências ou slides),
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cujas fontes nem sempre estão disponíveis. Também sob essa forma de
documentação é recomendado guardar as apostilas de cursos, trabalhos didáticos,
textos de seminários e conferências etc. Todos os documentos são arquivados em
pastas classificadas segundo o conteúdo e a área de interesse do estudante. O
registro para efetivação da documentação pode ser feito de diversas formas. A
seguir oferecemos algumas orientações para a realização de anotações,
fichamentos, resumos e resenhas.

2.9 Anotações

A leitura para estudo de um texto, na sua forma ativa, sempre requer alguma
forma de anotação. Se for feita em um livro ou qualquer outro tipo de material
impresso que seja do estudante, este pode ser usado também para as pequenas
anotações, marcações ou destaques. Estas anotações poderão ser feitas nas
primeiras leituras contemplando palavras desconhecidas, dúvidas e/ou
questionamentos, indicação tem informações relevantes etc., com vistas à confecção
de um esquema, e servirão para tornar as próximas leituras mais fáceis e eficientes.
Neste caso alguns autores (SALOMON, 1999; AZEVEDO, 2001) sugerem a adoção
de pequenos sinais ou marcas, colocados à margem do texto, como por exemplo:

 Asterisco (*) para indicar ideias importantes;


 Ponto de interrogação (?) para o que achar duvidoso;
 Ponto de exclamação (!) para o que achar curioso ou
interessante;
 Barra vertical ( | ) na extensão de um trecho relevante;
 Duas barras verticais ( || ) na extensão de um trecho ainda
mais relevante.
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O uso de marca-texto de tinta colorida e do sublinhado deve ser feito com


muito critério e economia. Nunca na primeira leitura! Esse tipo de marcação é
conveniente para assinalar a ideia principal, definições e detalhes realmente
importantes, quando já perfeitamente identificados. As anotações de textos que não
são do estudante devem ser feitas em separado, usando uma folha de papel ou um
Caderno de Anotações apropriado.

2.9.1 Fichamentos

O fichamento é um procedimento básico da documentação pessoal e deve


ser feito em função do tipo de documentação que se quer realizar: temática,
bibliográfica ou geral. De acordo com o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa,
fichamento é o “conjunto de dados relevantes de alguma coisa, geralmente
anotados, arrolados em fichas, folhas avulsas etc.” Assim, ele tem como objetivos: a
identificação das obras consultadas, o registro do conteúdo dessas obras e das
reflexões delas originadas e a organização das informações colhidas.
O tipo de fichamento mais simples é o de indicação bibliográfica. Feito, em
geral, para compor a documentação bibliográfica, registra informações sobre livros e
outras obras relativas a uma disciplina, a um curso, ou mesmo a um assunto
específico de interesse. A ficha de indicação bibliográfica de um livro, por exemplo,
traz, simplesmente, sua referência bibliográfica. Nesta constam nome do autor, título
da obra e imprensa (local, editora e data de publicação). Algumas informações
adicionais, como o nome do tradutor, se a obra é estrangeira, e o número de
páginas são muito úteis. Além disso, neste tipo de ficha deve-se colocar onde
encontrar a obra. Veja o exemplo a seguir.

2.9.2 Fichamento para documentação temática

Aqui vamos enfatizar o fichamento para a documentação temática. Este tipo


de fichamento é muito útil e deve ser realizado por você para registro dos conteúdos
dos textos estudados nas diversas disciplinas. Também será de grande valia quando
da realização do seu Trabalho de Conclusão de Curso.
26

O fichamento para documentação temática pode ser feito em fichas no


computador, em fichas de papel com ou sem pauta adquiridas em papelarias ou
confeccionadas manualmente, ou mesmo em papel ofício, e deve ser precedido de
uma leitura criteriosa. Essa leitura deve levar o estudante ou pesquisador a
compreender o texto, separar as ideias principais e examiná-las que se
interrelacionam, para que possa, com propriedade, fazer um comentário, escolher
um trecho a ser transcrito ou produzir um resumo para constar na ficha de
documentação.
As fichas de leitura são compostas basicamente de três elementos: o
cabeçalho, as referências bibliográficas e o corpo da ficha. No cabeçalho tem-se o
título genérico, o título específico e o número de classificação da ficha. Para estas
anotações deve ser levado em conta o plano de trabalho que motivou o fichamento.
As referências bibliográficas, segundo elemento da ficha, devem ser redigidas de
acordo com as normas estabelecidas pela Associação Brasileira de Normas
Técnicas - ABNT (NBR 6023:2002). O corpo da ficha é o elemento que, na
realidade, determina o tipo da ficha. Assim, segundo o texto exposto no corpo da
ficha, podemos ter:
Ficha de comentário – quando traz um comentário pessoal que pode
apresentar um parecer, uma crítica sobre o conteúdo lido ou, ainda, a indicação de
novas ideias derivadas das ideias do autor;
Ficha de citação literal ou direta – quando traz a transcrição fiel de partes
do texto lido. Essa transcrição deve ser feita entre aspas e ter, logo ao lado, a
página do texto de onde foi retirada;
Ficha de citação indireta – quando traz a ideia do autor expressa com outras
palavras, ou seja, por meio de uma paráfrase;
Ficha de resumo – quando traz uma síntese das principais ideias do autor.
Não se trata de apresentar o sumário da obra ou um esquema de suas partes.
Também não se faz uso de citações.
Em geral, as fichas têm o formato apresentado a seguir.
27

Exemplo 1

Título
Título genérico
específico

Cabeçalho
Reservado
Redação para o caso
de as fichas
serem várias.

Forma de desenvolvimento do parágrafo 1.1 Use letras


maiúsculas
Referência
A B.C...
bibliográfica GARCIA, Othon M. Comunicação em prosa moderna.
8.ed. Rio de Janeiro: FGV, 1980. 214p.

Texto Refere-se ao
plano de
ideias
(esquema,
projeto) do
texto que o
autor vai
escrever.

Local onde se
encontra a obra Biblioteca Mário de Andrade

Figura: Elementos estruturais de uma ficha


FONTE: Medeiros (2004)

A organização das fichas dependerá da capacidade de organização de cada


um. O fichário precisa ser funcional e prático; se possível, deve ser digital, pois esta
forma, além de não ter limite de páginas é bem mais fácil de armazenar e recuperar.
28

O trabalho para elaboração e utilização de fichas de


leitura como método de estudo ou análise de uma
obra encontra muita resistência dos estudantes
devido ao tempo gasto inicialmente, como referido
anteriormente. Enfatizamos, no entanto, que este
tempo é compensado pelo resultado (SALOMON,
1999).

2.9.3 Resumos

Que vem a ser um resumo escolar ou acadêmico? O resumo é um


instrumento que favorece a leitura e a escrita sendo, por isso, bastante utilizado no
processo ensino-aprendizagem. O leitor que é capaz de fazer um resumo de um
texto com suas próprias palavras demonstra compreensão das ideias nele expostas
(CARVALHO, 2002).
A Associação Brasileira de Normas Técnicas, em sua norma NBR
6028:2003, define o resumo como a “Apresentação concisa dos pontos relevantes
de um documento”. Nesta mesma norma, os diferentes tipos de resumo são
definidos como:
Resumo crítico: resumo redigido por especialistas com análise crítica de
um documento. Também chamado de resenha. Quando analisa apenas uma
determinada edição entre várias, denomina-se recensão.
Resumo indicativo: indica apenas os pontos principais do documento, não
apresentando dados qualitativos, quantitativos etc. De modo geral, não dispensa a
consulta ao original.
Resumo informativo: informa ao leitor finalidades, metodologia, resultados
e conclusões do documento, de tal forma que este possa, inclusive, dispensar a
consulta ao original.
Por estas definições você pode ver que a elaboração de um resumo atende
a objetivos bem definidos. Observe que, enquanto o resumo crítico (resenha ou
recensão), por conter um julgamento, em geral só é pedido a estudantes experientes
29

e em casos bem específicos, o resumo indicativo ou descritivo, pode ser feito para
documentar o estudo de textos ou obras que pertencem ao estudante. Veja, na
sequência, um exemplo de ficha de resumo indicativo.

Exemplo 2

Metodologia científica
Eficiência nos estudos --------------- 1

RUIZ, João A. Metodologia Científica. Guia para eficiência nos


estudos. São Paulo, Atlas, 1977, 168 p.

Destaca a importância do estudo e apresenta um método para a


eficiência. Apresenta indicações para o bom aproveitamento da
leitura trabalhada. Indica o modo como elaborar trabalhos de
pesquisa, destacando a pesquisa bibliográfica em todas as suas
etapas e apresenta normas técnicas para a datilografia do trabalho.
Na parte teórica, aborda a natureza do conhecimento, diferenciando
conhecimento científico, filosófico, teológico, comum. Discute
questões relacionadas à verdade e certeza, espírito científico,
método científico, concluindo com um estudo sobre a indução.
Finaliza com um apêndice referente às normas da ABNT. Indicado
para estudantes iniciantes do terceiro grau.

(Biblioteca particular)
Figura 06: ficha de resumo indicativo – adaptada à norma da ABNT.
FONTE: Bastos e Keller (1993 – adaptado à NBR 6028:2003)

Em geral, os resumos pedidos por professores para aferir o estudo de um


determinado texto ou obra é do tipo informativo. Também deve ser deste tipo o
resumo de textos ou obras que não pertencem ao estudante (pois dispensa
consultas posteriores) e que sejam importantes para seus estudos ou parte
integrante de um trabalho específico como, por exemplo, a revisão bibliográfica do
30

seu trabalho de pesquisa. Estes últimos devem produzir fichas e integrar a


documentação temática do estudante.

2.9.4 Resenhas

De maneira geral, podem ser feitas resenhas de todos os tipos de trabalho:


CDs de música, peças teatrais, filmes, livros didáticos, livros técnico-científicos,
livros literários etc., com o objetivo de fornecer informações a respeito do seu valor e
de sua utilidade para um dado fim. Nesse sentido, a resenha é um relato minucioso
das propriedades de um objeto, ou de suas partes constituintes; é um tipo de
redação técnica que inclui variadas modalidades de textos, como narração,
descrição e dissertação, que descreve as propriedades da obra, as credenciais do
autor, resume a obra, apresenta-se com interpretação e crítica (ECO, 2003).
No entanto, o tipo de resenha que convém ressaltar aqui é a resenha
científica. Como visto no item anterior, segundo a Norma 6028:2014 da ABNT, a
resenha é um resumo crítico a ser escrito por especialistas. Na academia,
entretanto, a leitura e a redação de resenhas fazem parte da formação desejada.
O aluno deve iniciar-se na prática da resenha com o objetivo de dominar sua
estrutura, desenvolver sua capacidade de síntese, interpretação e crítica, adquirir
habilidade para argumentar e saber fundamentar suas críticas, ter bom-senso em
seus posicionamentos e respeito para com o trabalho de outras pessoas. A resenha
é um “trabalho crítico, exigente e criativo”. (MEDEIROS, 2004)
De forma bem simplificada são apresentadas, a seguir, as partes constituintes
de uma resenha científica.
Referência bibliográfica – indicação de autor (es), título da obra, elementos
da imprensa, número de páginas e formato. Por exemplo:

ROCHA, José Fernando M. (org.). Origens e evolução das ideais


da física. Salvador: EDUFBA, 2002. 374 p. 17 x 23 cm.

Credenciais do autor ou autores – informações sobre o autor ou autores,


tais como: nacionalidade, qualificação acadêmica, títulos, livros publicados, áreas de
interesse e ocupação atual.
31

Resumo – resumo das principais ideias do texto. Traz informações sobre o


tema, a característica principal do texto, a necessidade de conhecimentos prévios
para o seu entendimento, a descrição do conteúdo.
Conclusões da autoria – exposição das conclusões explicitadas no texto.
Metodologia da autoria – indicação dos métodos e técnicas utilizadas.
Quadro de referência da autoria – apresentação da teoria ou modelo que
fundamenta o estudo realizado.
Crítica do resenhista – julgamento do texto quanto à validade e importância
da contribuição para a área de conhecimento, a originalidade das ideias
apresentadas, o estilo do autor ou autores etc. Os juízos de valor devem sempre ser
fundamentados em fatos, provas, argumentos consistentes e expostos de maneira
clara, sem ambiguidades.
Indicações do resenhista – para quem a obra é dirigida, a que disciplina
contempla, qual curso pode adotá-la etc.
Ao escrevermos partimos de relações intertextuais. Por conta disso,
fundamentados na intertextualidade estrutural, apresentamos um modelo, cuja
estrutura foi por nós adaptada, para que você produza sua resenha.

Discuta as regras de construção para que se execute com


sucesso um resumo crítico.
32

UNIDADE 03
Compreensão da Pesquisa
Científica e Técnicas
de Coleta de Dados

RESUMO:

Este capítulo irá abordar sobre como funciona um seminário, as técnicas de


pesquisas bem como sua compreensão em termos de importância para a
construção de um trabalho cientifico.

FONTE: http://educacaoifce.blogspot.com.br/p/metodologia-cientifica.html
33

3.1 Como preparar um seminário

Seminário é uma técnica de estudo que inclui pesquisa, discussão e debate;


sua finalidade é pesquisar e ensinar a pesquisar. Essa técnica desenvolve não só a
capacidade de pesquisa, de análise sistemática de fatos, mas também o hábito do
raciocínio, da reflexão, possibilitando ao estudante a elaboração clara e objetiva de
trabalhos científicos. Na preparação do seminário são formados por grupos que
variam ente 5 e 12 integrantes (quando não é individual); se o número de
componentes for maior, convém dividi-lo em subgrupos, para maior facilidade de
pesquisa e planejamento dos trabalhos.

3.1.1 Estrutura e Funcionamento

No que se refere à estrutura e funcionamento, o seminário pode ser individual,


em que os estudos e pesquisas ficam a cargo de um só estudante, que os apresenta
à classe, sendo que a extensão refere-se a um dado assunto ou parte dele; no
último caso, o tema, subdividido em· unidades menores, será sucessivamente
abordado por vários estudantes, individualmente.
O debate abrangerá a classe toda, incluindo o professor, a quem cabe
introduzir o assunto mais amplo, e realizar a apreciação dos trabalhos parciais,
chegando, juntamente com a classe, às conclusões finais. Dessa forma, do "fecho"
participará não só o mestre, mas todos os discentes. O seminário em grupo
apresenta duas modalidades; a primeira, a cargo de um grupo, que fará a exposição
através de um elemento escolhido para tal, ou dando a palavra, sucessivamente, a
vários ou todos os integrantes. As discussões devem abranger todos os
componentes da classe.
Antes delas, porém, podem usar da palavra um ou um grupo "comentador".
Este prepara o seminário da mesma forma que o grupo expositor, mas seu papel
será o de questionador e crítico da apresentação, dando maior profundidade ao
seminário e propiciando uma crítica mais estruturada. A existência do(s) comentador
(es) não exclui a participação do professor.
34

A segunda, com toda a classe: o tema geral será subdividido em subtítulos e


formar-se-ão na classe tantos grupos quantos os subtemas. Em primeiro lugar, o
professor ou um dos grupos apresenta o tema geral, para uma visão global, depois
cada grupo aprofunda a parte que lhe coube; no final, fazem-se o debate e a
discussão geral e chega-se a conclusões, com o auxílio do mestre.
Quanto à duração do seminário, como se realiza no horário normal das aulas,
dependendo da extensão, profundidade dos estudos e disponibilidade do tempo,
pode prolongar- se por vários dias. Entretanto, cada sessão não deve ultrapassar
três horas, para um melhor aproveitamento. Não se pode esquecer que a própria
preparação do seminário, quando é realizado por um grupo, requer várias reuniões
prévias, para distribuição das tarefas, procura de fontes bibliográficas (quando não
há indicação de todas por parte do professor), escolha do(s) relator (es) e integração
dos trabalhos diferenciados atribuídos aos elementos do grupo.

3.1.2 Fontes

O seminário como técnica de estudo, pode ser aplicado em qualquer setor do


conhecimento. Assim, as fontes que originam um assunto para seminário são as
mais variadas:
a) temas constantes de um programa disciplinar, mas que necessitam de
conhecimentos mais aprofundados;
b) temas complementares a um programa disciplinar;
c) temas novos, divulgados em periódicos especializados, referentes à
disciplina em Fórum;
d) temas atuais, de interesse geral, com ideais renovadoras;
e) temas específicos, atualizados, adequados a um programa de seminário.
35

3.1.3 Componentes de um seminário

FONTE: www.google.com

Os componentes de um seminário são:


a) Coordenador - geralmente o professor. Cabe a ele propor os temas a
serem estudados, indicar uma bibliografia inicial (em raros casos, a global),
estabelecer uma agenda de trabalhos e fixar a duração das sessões. Pode,
eventualmente, orientar as pesquisas, mas geralmente preside e coordena a
apresentação dos seminários. Antes de realizá-los, pode introduzir o assunto geral
do qual é possível que derivem vários subtemas: ao final dos debates, sozinho ou
com a participação da classe e do grupo expositor, sintetiza as conclusões globais.
Deve fazer uma apreciação geral dos resultados, se necessário complementando
alguns itens.
b) Organizador - figura que surge apenas quando o seminário é grupal, e as
tarefas são divididas entre seus integrantes. Faz parte de suas atribuições marcar as
reuniões prévias, coordenar as pesquisas e o material e, de preferência, designar os
trabalhos a cada componente.
c) Relator ou Relatores - é aquele que expõe os resultados dos estudos;
pode ser um só elemento, vários ou todos do grupo, cada um apresentando uma
parte. Apesar da figura do relator, se o seminário é grupal e não individual, a
responsabilidade pelo seu êxito cabe a todos os elementos. Em seminários
individuais o relator é o responsável único pela preparação, pesquisa e
apresentação.
36

d) Secretário - é o estudante designado pelo professor para anotar as


conclusões parciais e finais do seminário, após os debates. Pode ser substituído
pelo organizador ou professor.
e) Comentador - pode ser um só estudante ou um grupo diferente do
responsável pelo seminário. Só aparece quando se deseja um aprofundamento
crítico dos trabalhos e é escolhido pelo professor. Deve estudar com antecedência o
tema a ser apresentado com o intuito de fazer críticas adequadas à exposição, antes
da discussão e debate dos demais participantes da classe.
f) Debatedores - correspondem a todos os alunos da classe. Depois da
exposição e da crítica do comentador (se houver), devem participar fazendo
perguntas, pedindo esclarecimentos, colocando objeções, reforçando argumentos ou
dando alguma contribuição.

3.1.4 Etapas

As etapas de um seminário são as seguintes:


a) o coordenador (professor) propõe determinado estudo, indica a
bibliografia mínima, forma os grupos de seminário, escolhe o comentador e o
secretário;
b) formado o grupo, este escolhe o organizador, decide se haverá um ou
mais relatores, divide as tarefas, inicia o trabalho de pesquisa, de procura de
informações, através de bibliografia, documentos, entrevistas com especialistas,
observações etc. Depois, reúne-se diversas vezes, sob a coordenação do
organizador, para discutir o material coletado, confrontar pontos de vista, formular
conclusões e organizar os dados disponíveis. Sob este aspecto, apresentam-se as
seguintes fases:
 Determinação do tema central que, como um "fio condutor", estabelece a
ordenação do material;
 Divisão do tema central em tópicos;
 Análise do material coletado, procurando subsídios para os diferentes
tópicos, sem perder de vista os objetivos derivados do tema central;
37

 Síntese das ideais dos diferentes autores analisados, resumo das


contribuições, visando à exposição que deve apresentar:

-introdução - breve exposição do tema central (proposição)


dos objetivos e tópicos;
-desenvolvimento - apresentação das partes numa sequência
organizada, envolvendo explicação, discussão e
demonstração;
-conclusão - síntese de toda reflexão, com as contribuições do
grupo para o tema;
-bibliografia - incluindo todas as obras e documentos
utilizados, além de especificação das qualidades dos
especialistas consultados (ABNT, 2014).

c) concluídos os estudos e pronto o seminário, a classe se reúne, sob a


orientação do coordenador;
d) o(s) relator(es), em plenário (classe), apresentam os resultados dos
estudos, obedecendo a sequência lógica determinada;
e) o comentador, após a exposição, intervém com objeções, subsídios e
críticas;
f) a classe, a seguir, participa das discussões e debates, fazendo
indagações, reforçando ou refutando afirmações, dando, enfim, contribuições para o
tema;
g) ao final, o coordenador do seminário faz uma síntese e encaminha para
as conclusões finais, que podem ficar a seu cargo, ao do grupo expositor ou de toda
a classe. Faz a avaliação final e, se julgar que o assunto ficou incompleto ou faltam
alguns ângulos a serem apresentados, pode recomendar novo seminário.
38

3.1.5 Exemplo do Procedimento em Seminário

A) PREPARAÇÃO
As atividades discentes são desenvolvidas de acordo com os assuntos
programados sob a forma de roteiros, discutidos e auto-avaliados por todos os
participantes do grupo. Sob a orientação ou não do professor, nos termos das fontes
consultadas, deve ser preparado, com antecedência de pelo menos uma semana,
um roteiro para o seminário, e as respectivas cópias distribuídas não somente entre
os participantes, mas também o professor e, se possível, todos os alunos da classe;
se não, pelo menos o comentador ou grupo comentador.

B) ROTEIRO
Não deve ser mero resumo ou síntese, mas expressar o que foi apreendido,
aquilo que se presta à aprendizagem ou se apresenta como apontamento didático
para a consulta. Sua estrutura abrange:
a) Plano
 Deve expressar, através das unidades (com títulos, subdivisões),
as palavras chave adequadamente escolhidas;
 Tem de provar que se leu com espírito crítico, revelando habilidade
intelectual e não confundindo o pensamento do autor com os fatos
por ele trabalhados;
 Necessita estabelecer correlações para os aspectos comuns ou
para que os assuntos interligados (espacial e temporalmente)
sejam apresentados em uma unidade ou divisão;
 Precisa dar preferência à indicação das circunstâncias que revelam
mudanças na evolução conjuntural do processo.

C) INTRODUÇÃO:

 Linguagem pessoal na apresentação da proposição central;


 Objetividade e concisão.
39

b) Conteúdo
 Deve ser apresentado dividido em unidades, com linguagem
objetiva e concisa; não se deter em pormenores;
 A transcrição de trechos só deve ser feita quando necessário;
 Deve-se evitar a reprodução dos títulos e subtítulos das obras
consultadas.

D) CONCLUSÃO

 Interpretação pessoal;
 Linguagem objetiva e concisa.

E) ELEMENTOS COMPLEMENTARES

 Participantes do grupo, com indicação do organizador;


 Data da apresentação.

F) AVALIAÇÃO

A avaliação do professor deve abranger vários itens:


a) sobre o procedimento na elaboração do roteiro:
• exatidão da matéria;
• planejamento:
- unidade e equilíbrio do plano;
- sequência no desenvolvimento;
• adequação da matéria:
- à classe;
- ao tempo disponível;
• seleção da matéria:
- qualidade;
- quantidade.
40

b) sobre a exposição oral:


• qualidade da exposição:
- controle de si;
- voz e vocabulário;
- relacionamento com a classe;
• seleção e uso do material didático:
- uso do quadro;
- uso de ilustrações, textos etc.;
- outros recursos didáticos empregados.

FONTE: www.google.com

3.2 Compreendendo a Pesquisa Científica

3.2.1 O que é pesquisa científica

A palavra pesquisa é bastante conhecida e utilizada em diversas situações.


Por exemplo, quando vamos comprar algum objeto relativamente caro, em geral
fazemos primeiro uma pesquisa de preços, ou seja, procuramos saber qual é o
preço cobrado pelo produto nos diferentes locais onde ele é vendido. Em época de
eleições, os meios de comunicação divulgam resultados de pesquisas sobre a
41

preferência do eleitorado em relação aos candidatos. Na escola, os alunos fazem


pesquisas sobre um tema ou assunto indicado pelo professor, como por exemplo, a
Fórum da poluição ambiental.
Em todas estas situações, o termo pesquisa nos remete para a ideia de
indagação (onde comprar tal produto mais barato? Qual dos candidatos tem maiores
chances de ganhar as eleições? Quais as consequências da poluição ambiental
para a saúde da população?).
O termo pesquisa também está ligado à ideia de busca de informações:
precisamos saber qual o preço cobrado pelo produto que procuramos em diversos
estabelecimentos comerciais; é necessário saber quais as intenções de voto dos
eleitores, entrevistando uma amostra da população; para saber quais são as
consequências da poluição para a saúde, precisamos ler sobre o assunto, ouvir
profissionais ligados à área de saúde e outros estudiosos dos problemas ambientais,
etc.
De fato, tomada em sentido amplo, pesquisa “é um conjunto de atividades
orientadas para a busca de um determinado conhecimento” (RUDIO, 2000, p.9). Mas
será que em todos os casos estamos falando de pesquisa científica? Certamente
que não.
Embora possamos empregar este termo para diferentes tipos de atividades, a
pesquisa científica se diferencia das outras modalidades de pesquisa.
De acordo com Rudio (2000, p. 9), “A pesquisa científica se distingue de outra
modalidade qualquer de pesquisa pelo método, pelas técnicas, por estar voltada
para a realidade empírica e pela forma de comunicar o conhecimento obtido”
A rigor, só podemos empregar a denominação de pesquisa científica ao
trabalho de produção de um conhecimento original, que acrescente algo de novo ao
que já é conhecido em determinada área do saber. Este novo conhecimento,
entretanto, não se refere, apenas às grandes descobertas da ciência. Sendo uma
atividade histórica e social, a ciência progride com os estudos de muitos cientistas,
que publicam suas pesquisas, dialogam, avaliam os trabalhos uns dos outros, enfim,
fazem um trabalho coletivo, mesmo estando em países diferentes.
Assim, compreendendo a pesquisa científica, parece que somos levados a
pensar que um estudante, mesmo universitário, não poderia desenvolvê-la. Não é
42

bem assim. Bastos e Keller (2000, p.55) observam que a finalidade das pesquisas
nos cursos de graduação “é levar o estudante a refazer os caminhos já percorridos,
repensando o mundo”. Estes mesmo autores afirmam que a diferença entre a
pesquisa de um cientista e a de um estudante é basicamente seu alcance e grau.

3.2.2 Como classificar pesquisas

FONTE: www.google.com

Conforme comentamos anteriormente, o conhecimento científico se diferencia


das outras formas de conhecimento pelo modo como são elaboradas suas
explicações sobre a realidade. Por esta razão, a pesquisa científica constrói
maneiras muito peculiares de conhecer o mundo, de entender seus fenômenos e
significados.
Este caminho próprio da pesquisa científica é o que costumamos chamar de
metodologia – ou de materiais e métodos. No processo da pesquisa, a metodologia
é a parte que se ocupa dos procedimentos e instrumentos de pesquisa, isto é, de
como o pesquisador vai organizar sua investigação para obter os dados que
procura.
Em face da diversidade de áreas do conhecimento e da especificidade de cada
objeto de estudo, há muitos tipos de pesquisa. Quando procuramos apresentar uma
classificação desses tipos de pesquisa, observamos que diferentes autores adotam
classificações até certo ponto semelhantes, mas também diferentes em alguns
aspectos.
43

Assim, a tipologia a seguir apresentada reorganiza algumas ideias encontradas


em Fachin (2001), Gil (2002), Moreira e Caleffe (2006) e Santos (2004).
Adotando uma organização mais geral, que nos permita uma visão de conjunto,
sem descer a detalhes, podemos classificar os tipos de pesquisa quanto aos
objetivos e quanto às fontes de dados.

3.2.3 Tipos de pesquisa segundo os objetivos

Segundo os objetivos, as pesquisas podem ser, conforme ABNT (2014):


 Exploratórias – constituem a primeira aproximação do pesquisador com o
tema de sua pesquisa. Fase preliminar, quando são organizados os primeiros
levantamentos bibliográficos e localizadas outras possíveis fontes de
informação.
 Descritivas – objetivam descrever as características de determinado fato ou
fenômeno, analisando seus significados e relações. Em geral adotam
procedimentos de observação sistemática da realidade. São
predominantemente utilizadas nas áreas de ciências humanas e sociais.
 Explicativas – procuram “identificar os fatores que determinam ou que
contribuem para a ocorrência dos fenômenos” (MOREIRA; CALEFFE, 2006, p.
70). Buscam explicar as relações de causalidade, isto é, a razão, o porquê dos
fatos. No campo das ciências naturais, as pesquisas explicativas recorrem
predominantemente ao método experimental.

Observamos que hoje não temos uma pesquisa só exploratória, ou só


descritiva e só explicativa. Esses momentos estão presentes durante o processo de
pesquisa em que podemos descrever e explicar dependendo do contexto. Em toda
pesquisa, por ser inédita, o seu momento inicial pode ser considerado como uma
fase exploratória.
Várias são as classificações das pesquisas, pois estas vão depender das
categorias de classificação escolhidas pelos autores. Assim no próximo item temos a
classificação que tem por características as fontes dos dados coletados.
44

3.2.4 Tipos de pesquisa segundo as fontes de dados:

Campo – quando os dados são coletados no contexto onde o fato pesquisado


naturalmente ocorre, sem a interferência do pesquisador.
Laboratório – quando o fenômeno a ser estudado é reproduzido intencionalmente,
em situação controlada, de modo a permitir sua observação pelo pesquisador.
Bibliográfica – quando as fontes de informação são materiais já elaborados, como
livros, artigos científicos, anais de congressos, dentre outros.

3.2.5 A pesquisa bibliográfica

Quando vamos iniciar uma pesquisa científica, a primeira providência a ser


adotada consiste na procura do que já foi publicado sobre o tema. Por esta razão
dizemos que a pesquisa bibliográfica é o passo inicial de qualquer tipo de pesquisa,
quer seja de campo ou de laboratório. Mas podemos também realizar uma pesquisa
exclusivamente bibliográfica.
Este tipo de pesquisa, amplamente utilizado como trabalho acadêmico,
procura estudar um determinado tema a partir do que já foi publicado sobre ele.
Segundo Martins e Pinto (2001, p. 41), a pesquisa bibliográfica busca
“conhecer e analisar contribuições científicas sobre determinado tema”. Gonsalves
(2001, p. 34) considera que a pesquisa bibliográfica caracteriza-se “pela
identificação e análise dos dados escritos em livros, artigos de revistas, dentre
outros”.
Vamos nos ocupar a seguir da pesquisa bibliográfica como um tipo de
pesquisa, ou seja, quando realizada de forma exclusiva, e não apenas como apoio a
outro tipo de pesquisa.
Para qualquer pesquisa você deverá realizar um levantamento das fontes que
você utilizará em sua investigação. Esta fonte poderá ser livros, revistas, internet,
CD, DVD, entre outras. Esse levantamento é chamado de pesquisa bibliográfica.
45

3.2.6 Passos da pesquisa bibliográfica

FONTE: www.google.com

De início é preciso ficar claro o que devemos entender por “passos” de uma
pesquisa (alguns autores usam o termo “fases” ou “etapas”). Qualquer um destes
termos vão nos remeter ao conceito de “modo de fazer” a pesquisa.
Pois bem, estes passos não representam um “modelo” a ser seguido por
quem vai pesquisar um determinado tema. Não são receitas a serem copiadas. São
apenas orientações organizadas a partir da experiência acumulada por
pesquisadores e estudiosos de metodologia da pesquisa. Aqui, como em tudo o que
diz respeito à construção do conhecimento científico, é preciso ser criativo.
Vamos analisar os passos da pesquisa bibliográfica, conforme o esquema
sugerido, cujas partes são: do lado esquerdo do esquema – Escolha do Tema,
Problematização, Organização do Assunto e Redação do Texto.
Do lado direito, com as palavras grafadas em letras minúsculas, estão
relacionados os caminhos a serem percorridos para a realização dessa modalidade
de pesquisa. São eles: Localização e Seleção de Fontes de Consulta, Leitura
Preliminar, Leitura e Documentação e Organização do Material Coletado.
Para melhor compreensão, a seguir vamos comentar cada um destes passos:
Escolha do tema – o tema pode decorrer da livre escolha do
estudante/pesquisador ou pode ter sido definido pelo professor de determinada
disciplina de um curso. Em qualquer dos casos, o tema de uma pesquisa
bibliográfica deverá sempre:
 Ser relevante;
46

 Corresponder ao nível de maturidade do estudante;


 Ter fontes de consulta disponíveis e, principalmente,
 Despertar o interesse, a motivação de quem vai realizar a pesquisa.
Escolhido o tema, é necessário localizar as fontes a serem consultadas – em
bibliotecas convencionais, em bases de dados ou por sistemas de busca. Fontes são
textos encontrados em diferentes formatos e suportes. Podem estar em forma de
livros, artigos de periódicos, monografias, dissertações, teses, anais de congressos
etc. Podem também estar disponibilizados em impressos convencionais ou via web.
Além de localizar as fontes, é necessário selecionar estas fontes. Assim,
devemos procurar selecionar aquelas fontes que realmente estão relacionadas ao
tema escolhido e que são confiáveis.
Mas o que são fontes confiáveis? Não dispomos de um padrão objetivo para
classificar uma fonte como confiável ou não. Existem apenas alguns critérios gerais
que, aliados à experiência do pesquisador, vão facilitar esse processo de seleção.
Assim, observe:
 A autoria – quem é o autor do texto? A que instituição de pesquisa ele está
vinculado? Tem outros trabalhos?
 O suporte – se for um artigo, está publicado numa revista científica? Se for um
livro, o que dizem as resenhas sobre ele?
Este é um bom começo. À medida que você for lendo o material, o processo
de seleção continua e muita coisa será descartada, outras serão reavaliadas.
Problematização – A partir de certa compreensão inicial do tema, resultante
da leitura preliminar do material localizado, é possível começar a problematizá-lo.
Pergunte-se: “O que realmente quero saber sobre o tema escolhido?”. O exercício
da reflexão, a compreensão dos aspectos relevantes do tema, a curiosidade do
aluno/pesquisador, vão contribuindo para a construção desse processo de
problematização.
Ao mesmo tempo, e como parte do processo de problematização, é
necessário definir com clareza quais são os objetivos da pesquisa. Decida quais
aspectos do tema serão analisados e a perspectiva em que esta análise será feita.
47

Neste momento será necessário fazer uma leitura mais atenta do material
selecionado, analisando cada texto, comparando ideias de diferentes autores,
fazendo anotações. É o que chamamos de leitura e documentação ou fichamento.
Organização do assunto – De posse de todo o material coletado e com as
anotações organizadas, é possível decidir sobre a estrutura do trabalho: quais os
tópicos (ou capítulos) principais e subtópicos. É como se você estivesse montando o
esqueleto do texto a ser redigido. Este é o sumário do trabalho.
A lógica dessa organização depende dos objetivos da pesquisa, dos dados
coletados e até mesmo do estilo de exposição do pesquisador. A primeira montagem
desse plano ou organização de tópicos não é necessariamente definitiva. À medida
que o texto vai sendo redigido, tomando forma, o pesquisador, sendo atento e
cuidadoso, vai introduzindo as mudanças pertinentes, refazendo o sumário.
Para Martins e Pinto (2001, p. 45),
A construção lógica dos capítulos corresponde ao
desenvolvimento do trabalho. É o momento em que o
aluno-autor, usando seu poder de raciocínio e
criatividade, expõe sua leitura da realidade enfocada pela
pesquisa. Mostra sua reconstrução do tema sob a
perspectiva escolhida, por meio da explicação, discussão
e demonstração.

Na lógica expositiva do texto, portanto, a maior parte do trabalho está no


desenvolvimento.
Por outro lado, quando nos referimos à organização do assunto, ou seja, ao
modo como vamos expor os resultados de uma pesquisa bibliográfica, precisamos,
ao mesmo tempo, pensar na redação do texto.
Redação do texto – Em geral, redigir um texto não é uma tarefa atraente
para o estudante (às vezes também para os professores...). Mas se o
estudante/pesquisador estiver realmente entusiasmado com sua pesquisa e se os
dados tiverem sido corretamente coletados, então a escrita do texto final será uma
tarefa mais leve do que parece.
O texto resulta de um trabalho pessoal do estudante/pesquisador, apoiado, é
claro, na bibliografia consultada. Assim, o texto deve expressar um trabalho de
48

reflexão, de diálogo com os autores consultados, de análise e síntese. Deve ser


conciso (usar apenas as palavras e expressões necessárias), objetivo e claro.
A redação científica obedece a certas normas que são definidas pela
Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, que estão apresentadas no
próximo Módulo. Estas normas visam estabelecer um padrão de comunicação entre
pesquisadores. Nós não precisamos “decorá-las”. Com o tempo e a repetição de seu
uso, nós as empregamos com naturalidade.
Uma destas normas de redação científica diz respeito às citações. É
importante tratarmos deste assunto logo aqui porque a pesquisa bibliográfica se
apoia em textos elaborados por outros autores. Sendo assim, as ideias dos autores
que você consultou serão em muitos momentos comentadas por você no seu texto.

3.3 Apresentação do relatório

FONTE: http://laoblogger.com/image-post/193190-weekly-report-clipart-8.jpg.html

Os resultados de uma pesquisa científica podem ser apresentados ao público


por diferentes formas: artigos, comunicações em congressos, relatórios,
monografias, dissertações e teses. Podem também assumir formas não
convencionais, como textos simplificados, vídeos, ou outro suporte mais adequado
ao público-alvo.
49

Um relatório de pesquisa pode ser menos ou mais complexo, menos ou mais


extenso, dependendo da finalidade a que se destina.
Embora requeira uma estrutura de apresentação básica, há variações no
interior de cada relatório, ou seja, elementos presentes ou não, divisões internas
variáveis, ou outras diferenças ditadas pela necessidade lógica da exposição das
ideias contidas no relatório.
O que se faz necessário para que se colete dados são as seguintes
ferramentas, conforme ABNT (2014):

• Observação
• Entrevista
• Questionário
• Pesquisa documental e bibliográfica

3.3.1 Observação

É uma técnica de coleta de dados para conseguir informações e utiliza os


sentidos na obtenção de determinados aspectos da realidade.
Não consiste apenas em ver e ouvir, mas também em examinar fatos ou
ferramentas que se deseja estudar.
A observação ajuda o pesquisador a identificar e a obter provas a respeito de
objetivos sobre os quais os indivíduos não tem consciência, mas que orientam seu
comportamento. Conforme Furtado (2002, p.18), Na investigação científica são
empregadas várias modalidades de observação, que variam de acordo com as
circunstâncias, segundo os meios utilizados:

Observação não estrutura: é a que se realiza sem


planejamento e sem controle anteriormente elaborados, como
decorrência de fenômenos que surgem de imprevisto.
Observação estruturada: é a que se realiza em condições
controladas para se responder a propósitos, que foram
anteriormente definidos. Requer planejamento e necessita de
operações específicas para o seu desenvolvimento.
50

Segundo a participação do observador:


Participante: consiste na participação real do pesquisador com
a comunidade ou grupo. Em geral são apontados duas formas:
Natural - o observador pertence à mesma comunidade ou
grupo que investiga.
Artificial - o observador integra-se ao grupo com a finalidade de
obter informações.
Não participante: o observador toma contato com a
comunidade, grupo ou realidade estudada, mas sem integrar-
se a ela - permanece de fora.
Segundo o número de observadores:
Individual: é a técnica de observação realizada por um
pesquisador. Nesse caso, a personalidade dele se projeta
sobre o observado, fazendo algumas inferências ou distorções,
pela limitada possibilidade de controles.
Em equipe: é a mais aconselhável, pois o grupo pode
observar a ocorrência por vários ângulos.

Pontos a serem considerados na observação estruturada:

Por que observar Para que observar Como observar

Quem observar O que observar


Conforme ABNT (2014): O principal problema é que a presença do
pesquisador pode provocar alterações no comportamento dos observados,

Conforme ABNT (2014): O principal problema é que a presença do


pesquisador pode provocar alterações no comportamento dos observados,
51

destruindo a espontaneidade dos mesmos e produzindo resultados pouco


confiáveis.

3.3.2 Entrevista

É um encontro entre duas pessoas, a fim de que uma delas obtenha


informações a respeito de determinado assunto, mediante uma conversação de
natureza profissional. Assim se dividem:

 Estruturada: é aquela em que o entrevistador segue um roteiro previamente


estabelecido.
 Não estruturada: o entrevistado tem liberdade para desenvolver cada
situação em qualquer direção que considere adequada.
 Painel: consiste na repetição de perguntas, de tempo em tempo, às mesmas
pessoas, a fim de estudar a evolução das opiniões em períodos curtos.

3.3.3 Medidas exigidas para a preparação da entrevista

FONTE: http://www.empresassa.com.br/2012/10/a-dignidade-humana-e-alienacao-em.html
52

 Planejamento da entrevista
 Conhecimento prévio do entrevistado
 Oportunidade da entrevista
 Condições favoráveis
 Conhecimento prévio do campo
 Preparação específica

DIANTE DO ENTREVISTADO

 Estabeleça uma relação amistosa e não trave um debate de ideias.


 Não demonstre insegurança ou admiração excessiva diante do
entrevistado.
 Deixe que as questões surjam naturalmente, evitando que a entrevista
assuma um caráter de uma inquisição ou de um interrogatório policial, ou
ainda que a entrevista se torne um "questionário oral".
Seja objetivo, já que entrevistas muito longas podem se tornar cansativas
para o entrevistado.
 Procure encorajar o entrevistado para as respostas, evitando que ele se
sinta falando sozinho.
 Vá anotando as informações do entrevistado, sem deixar que ele fique
esperando sua próxima indagação, enquanto você escreve.
 Caso use um gravador, não deixe de pedir sua permissão para tal.
Lembramos que o uso do gravador pode inibir o entrevistado. (ABNT,
2014)

Principais problemas com a técnica da entrevista:

 Falta de motivação do entrevistado.


 Inadequada compreensão do significado das perguntas.
 Fornecimento de respostas falsas.
 Inabilidade do entrevistado para responder.
 Influência exercida pelo aspecto pessoal do entrevistados com o
entrevistado. (ABNT, 2014)
53

3.3.4 Questionário

É um instrumento de coleta de dados constituído por uma série ordenada de


perguntas, que devem ser respondidas por escrito e sem a presença do
entrevistador. (ABNT, 2014)

• Conhecer o assunto
• Cuidado na seleção das questões
• Limitado em extensão e em finalidade
• Codificadas para facilitar a tabulação
• Indicação da entidade organizadora
• Acompanhado por instruções
• Boa apresentação estética (ABNT, 2014)

Como podemos classificar as pesquisas?


54

UNIDADE 04
Tipologia da Pesquisa

RESUMO:

Os tipos de pesquisa podem ser classificados de várias formas, por critérios que variam
segundo diferentes enfoques. Do ponto de vista das Ciências, por exemplo, a pesquisa
pode ser biológica, médica, físico-química, matemática, histórica, pedagógica, social
etc. E este critério é amplamente utilizado por diversos autores. Este procedimento tem
sua lógica, uma vez que a pesquisa científica exige métodos e técnicas adequados a
cada área da ciência. (KAPLAN, 1969).

FONTE: https://www.slideshare.net/marciodveras/tipos-de-pesquisa-15541787
55

4.1 Como classificar pesquisas

A - Pesquisa quanto à natureza

No que se refere à natureza da pesquisa ela pode constituir-se em trabalho


científico original ou em resumo de assunto. Por trabalho científico original entende-
se uma pesquisa realizada pela primeira vez, que venha a contribuir para a evolução
do conhecimento em determinada área da ciência. O resumo de assunto é um tipo
de pesquisa que dispensa a originalidade, mas não o rigor científico.

B - Pesquisa quanto aos objetivos

 Pesquisa exploratória – configura-se como a fase preliminar, antes do


planejamento formal do trabalho. São finalidades da pesquisa exploratória
proporcionar maiores informações sobre o assunto que se vai investigar;
facilitar a delimitação do tema da pesquisa; orientar a fixação dos objetivos e
a formulação das hipóteses ou descobrir um novo tipo de enfoque para o
assunto. Por meio da pesquisa exploratória, avalia-se a possibilidade de
desenvolver um bom trabalho, estabelecendo-se os critérios a serem
adotados, os métodos e as técnicas adequados.
 Pesquisa descritiva – nesse tipo de pesquisa, os fatos são observados,
registrados, analisados, classificados e interpretados, sem que o pesquisador
interfira sobre eles. Portanto, os fenômenos do mundo físico e humano são
estudados, mas não manipulados pelo pesquisador.
 Pesquisa explicativa – Esse é um tipo de pesquisa mais complexo, pois,
além de registrar, analisar, classificar e interpretar os fenômenos estudados,
procura identificar os seus fatores determinantes. Este tipo de pesquisa tem
como objetivo aprofundar o conhecimento da realidade, procurando as razões
dos fenômenos e é justamente por este motivo que está sujeita a erros. É
destas pesquisas explicativas que resulta a constituição do conhecimento
científico.
56

Este tipo de pesquisa utiliza o método experimental, que possibilita um


controle e manipulação de variáveis, mais significativa, estas pesquisas são
chamadas de pesquisas “quase experimentais”. (KAPLAN, 1969, p.40), onde tem-se:

C - Pesquisa quanto aos procedimentos

A forma pela qual se obtém os dados necessários para a elaboração da


pesquisa, constituem os procedimentos da pesquisa, estes permitem distinguir as
pesquisas “de campo” e as pesquisas de “fontes de papel”.
Nesta modalidade, incluem-se a pesquisa bibliográfica e a documental. Já nas
pesquisas de campo a coleta de dados é efetuada diretamente no local de
ocorrência dos mesmos.

D - Pesquisa quanto ao objeto

As pesquisas são classificadas em: bibliográfica, de laboratório e de campo.


 Pesquisa bibliográfica - tanto pode ser um trabalho em si mesmo, quanto
constituir-se em procedimento preparatório para a realização de outra
pesquisa;
 Pesquisa de laboratório – não é sinônimo de pesquisa experimental, ainda
que a grande maioria das pesquisas de laboratório seja experimental.
 Pesquisa de campo – desenvolvida principalmente nas ciências sociais, não
se caracteriza como experimental, pois não tem o objetivo de produzir ou
reproduzir fenômenos, embora, em determinada circunstância seja possível
fazer uma pesquisa de campo experimental.

Conforme ABNT (2014) Consiste em traduzir os objetivos da pesquisa em


perguntas claras e objetivas:

a) Aberta: são as que permitem ao informante responder livremente, usando


linguagem própria e emitir opiniões. Entretanto, apresenta alguns inconvenientes:
57

 Dificulta a resposta ao próprio informante, que deverá redigi-la.O processo de


tabulação.

b) Fechada: são aquelas em que o informante escolhe sua resposta entre duas
opções. Este tipo de pergunta, embora restrinja a liberdade das respostas, facilita o
trabalho do pesquisador e também a tabulação, pois as respostas são mais
objetivas.
c) Múltipla escolha: são perguntas fechadas, mas que apresentam uma série de
possíveis respostas, abrangendo várias facetas do mesmo assunto.
A técnica da escolha múltipla é facilmente tabulável e proporciona uma exploração
em profundidade quase tão boa quanto a de perguntas abertas.
A combinação de respostas múltiplas com as respostas abertas possibilita
mais informações sobre o assunto, sem prejudicar a tabulação.

Documentação Indireta

Segundo ABNT (2014), toda pesquisa implica o levantamento de dados de


variadas fontes, quaisquer que sejam os métodos ou técnicas empregados. É a fase
da pesquisa realizada com intuito de recolher informações prévias sobre o campo de
interesse. O levantamento de dados é feito de duas maneiras:
 Pesquisa documental
 Pesquisa bibliográfica

4.1.1 Pesquisa Documental

A análise documental pode se constituir numa técnica valiosa de abordagem


de dados qualitativos, seja complementando as informações obtidas por outras
técnicas, seja desvelando aspectos novos de um tema ou problema.
São considerados documentos, regulamentos, normas, pareceres, cartas,
memorandos, diários pessoais, autobiografias, jornais, revistas, discursos, roteiros
de programas de rádio e televisão, estatísticas, arquivos escolares.
58

4.1.2 Pesquisa Bibliográfica

Abrange toda bibliografia já tornada publica em relação ao tema de estudos,


desde publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisa, monografias,
teses, material cartográfico, até meios de comunicação.
Ruiz (1991) afirma que há algum tempo, considerava-se a pesquisa científica
como “coisa de gênio”, ou seja, algo excepcional, fruto da “inspiração”, avesso a
qualquer tipo de planejamento.
Atualmente não se pode mais admitir a ideia de “estalo”, pois sabe-se que as
descobertas e as invenções do mundo moderno não ocorrem por acaso ou por
“intuição” , mas por meio de pesquisas sistemáticas e organizadas. Assim, a
pesquisa científica pressupõe, conforme Ruiz (19991, p.15):

A produção de ciência/conhecimento científico;


Derivação da ciência/conhecimento científico;
Acompanha o modelo de tratamento científico.

Portanto atribui-se à pesquisa científica como características básicas: a


criatividade e a contribuição substancial ao processo cumulativo do conhecimento
científico, ou seja, Pesquisa científica é a realização concreta de uma investigação
planejada, desenvolvida e redigida de acordo com as normas da metodologia
consagrada pela ciência”. (RUIZ, 1991, p. 48)
No texto de Gil (2002) poderemos observar a classificação da pesquisa com
base em seus objetivos e nos procedimentos técnicos utilizados. Demonstraremos
aqui outra classificação, que é a de Gonsalves (2005, p. 64):
Tipos de Tipos de pesquisas Tipos de pesquisas
Tipos de pesquisas
pesquisas segundo os segundo a
segundo as fontes
segundo os procedimentos de natureza dos
de informação
objetivos coleta dados
 Exploratória  Experimento  Campo  Quantitativa
 Descritiva  Levantamento  Laboratório  Qualitativa
 Experimental  Estudo de caso  Bibliográfica
 Explicativa  Bibliográfica  Documental
 Documental
 Participativa
QUADRO 01: Classificação das pesquisas.
FONTE: Gonsalves (2005).
59

Ao compararmos as classificações destacamos os tipos de pesquisa segundo


os procedimentos de coleta, segundo a classificação de Gonsalves (2005), cujo
critério é o tipo de procedimento metodológico utilizado, que vai depender da fonte
de dados. Nesta classificação apresentamos de forma específica a pesquisa
bibliográfica, tratada no item a seguir.

Como podemos classificar as pesquisas?


60

UNIDADE 05
Epistemologia do Trabalho
Científico: Definindo os
Pressupostos da Pesquisa

FONTE: http://ba.olx.com.br/grande-salvador/servicos/sos-trabalhos-academicos-323343791
61

5.1 Paradigma qualitativo e construção de conhecimento: metodologia


interativa

Marconi e Lakatos (2002, p. 31) corroboram com esse pensamento afirmando


que:

Nas investigações, em geral, nunca se utiliza apenas um método ou


uma técnica, e nem somente aqueles que se conhece, mas todos os
que forem necessários ou apropriados para determinado caso. Na
maioria das vezes há uma combinação de dois ou mais deles,
usados concomitantemente.

Assim, para a realização da nossa pesquisa escolhemos a abordagem


qualitativa, por meio da metodologia interativa, que explicaremos posteriormente.
Oliveira (2007, p.38) apresenta um “quadro conceitual para abordagem qualitativa”, a
seguir, em que podemos perceber a inter-relação entre técnicas e o contexto
histórico, que é realizado por meio da análise de documentos, “[...] seguindo-se de
observações sistêmicas, realizações de entrevistas e aplicação de questionário”.

Análise de Observações Entrevistas


documentos
Questionário

Objeto de
pesquisa

Figura 08: abordagem qualitativa: interação de técnicas.


FONTE: Oliveira (2007).

Para esse tipo de abordagem não desenvolvemos apenas o que chamamos


de pesquisa bibliográfica, mas utilizamos técnicas de entrevistas, de observação,
análise de conteúdo, estudos de caso e estudos etnográficos. Portanto, buscamos
fazer também uma pesquisa de campo (MARTINELLI, 1999).
A pesquisa de campo é um tipo de investigação realizada por meio de
documentação direta, ou seja, em geral, realizada através do levantamento de
62

dados no próprio local onde o fenômeno (nosso objeto de estudo) ocorre. Portanto,
podemos obter dados por meio de documentação indireta (pesquisa bibliográfica –
livros, internet etc.) e documentação direta (pesquisa de campo e/ou pesquisa de
laboratório) (MARCONI; LAKATOS, 2002).
Em estudos com abordagem qualitativa, há a valorização dos fatos e
fenômenos sociais, considerados relevantes para se compreender as escolas em
seu contexto intrínseco e extrínseco, bem como os diversos espaços não escolares,
hoje considerados como campo de atuação do pedagogo. Esses diversos espaços
(salas de aula, empresas, hospitais organizações públicas e privadas), são
ambientes sociais, em que há uma complexa interação de pessoas que têm suas
histórias próprias, identidades, personalidades, crenças valores, interesses e
experiências.
Assim, a pesquisa social apoia-se em uma abordagem de conjunto com base
no global. Segundo Gondy (apud OLIVEIRA, 2007), a pesquisa qualitativa apresenta
características próprias como:

 Ter como fonte direta de dados o ambiente natural;


 O pesquisador deve valorizar os significados que as pessoas dão às coisas e a
sua vida.

Para a realização da pesquisa qualitativa alguns passos são importantes,


sendo necessário delimitar o espaço e o tempo ou, mais precisamente, o corte
epistemológico para a realização do estudo segundo um corte temporal-espacial
(período, data e lugar) (OLIVEIRA, 2007).
Assim, como toda atividade racional e sistemática, a pesquisa exige que as
ações desenvolvidas durante todo o processo investigativo sejam efetivamente
planejadas. Segundo Gil (2002), o planejamento em sua concepção envolve
elementos para sua compreensão, ou seja, processo, eficiência, prazo e metas.
Portanto, o Projeto de Pesquisa é o início de todo trabalho científico. Trataremos na
próxima seção sobre o trabalho científico em relação a seu planejamento e
construção.
63

5.2 Ética e estética nos trabalhos acadêmicos

No intuito de trilhar o caminho da construção de um novo conhecimento,


discutimos na seção anterior a necessidade de se ter uma atitude científica que,
segundo Turato (2003, p. 43), deve ser entendida “como principio do pensamento e
da reflexão que norteia a compreensão e a construção da ciência; bem como o
sentido profundo para o qual a ciência deve apontar”. Assim, algumas questões
devem ser discutidas como constituintes da atitude científica, como estar aberto para
colocar-se em uma atitude de aprendizagem e primar pela ética e pela estética.
Para falarmos sobre a ética e a estética é importante conhecermos estes
conceitos em relação ao trabalho científico. Portanto, o que é ética para você? E
estética? Expresse abaixo sua concepção e depois confirme sua resposta
pesquisando sobre o assunto.
É comum confundirmos a ética com a moral. Nesse sentido, Rios (2001, p.
104-105) esclarece:

A ética não se confunde com a moral – ela pensa criticamente sobre


a moral, como conjunto de valores, princípios que orientam a conduta
dos indivíduos e grupos na sociedade. A ética tem um caráter
reflexivo, não normativo [...] é da natureza da ética a referência a um
dever ser.

Portanto, em se tratando da Metodologia sobre a ética e a estética, Oliveira


(2007, p. 36-37) informa que:

Quando falamos de ética, estamos nos referindo aos cuidados


iniciais em conhecer o código de ética de cada universidade,
faculdade, departamento ou ainda escolas, empresas, institutos
educacionais e/ou instituições oficiais e particulares, ou de entidades
de fomento à pesquisa [...]. Quanto à estética, chamamos a atenção
para a digitação do texto conforme as normas da ABNT, evitando-se
ao máximo a poluição visual, ou seja, a inclusão de figuras e
imagens em excesso e sem a devida formatação para uma boa
distribuição na folha de digitação do texto (papel A4) quanto às
tabelas, gráficos, fotografias [...].

Ao analisarmos as concepções citadas, percebemos o compromisso do


aluno/a (pesquisador/a) de agir com ética e senso crítico, ou seja, de ter uma atitude
64

científica. Nesse sentido, o trabalho acadêmico é sistemático e deve seguir normas e


padrões pré-estabelecidos que contribuam para uma boa estética. Entre esses
padrões recomenda-se não usar notas de rodapé em excesso, bem como nos
trabalhos eletrônicos o excesso de links, evitando dispersão durante a leitura.
Atualmente as notas de rodapé são utilizadas para explicações de termos que
supomos serem desconhecidos pelo leitor, ou para esclarecimento de determinadas
frases.
Assim, trataremos sobre a estética do trabalho acadêmico, considerando que
devemos ter moral e ética na realização da pesquisa. Reconhecendo a moral como
um conjunto de valores, princípios, normas e regras que orientam a conduta dos
indivíduos e grupos nas sociedades, e a ética, como a reflexão crítica sobre a moral.
Portanto, não trataremos aqui da ética de forma específica, buscando, nesta
unidade, apresentar a estética do trabalho acadêmico, ou seja, as orientações
exigidas para a produção de trabalhos acadêmico-científicos, que seguem normas e
padrões recomendados pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

5.2.1 O processo de pesquisa: planejamento e realização de um trabalho


acadêmico

Adotamos a definição de trabalho acadêmico de acordo com a concepção da


ABNT (NBR 14724, p. 3):

[...] trabalhos acadêmicos - similares (trabalho de conclusão de curso


– TCC, trabalho de graduação interdisciplinar - TGI, trabalho de
conclusão de curso de especialização e/ou aperfeiçoamento e
outros): Documento que representa o resultado de estudo, devendo
expressar conhecimento do assunto escolhido, que deve ser
obrigatoriamente emanado da disciplina, módulo, estudo
independente, curso, programa e outros ministrados. Deve ser feito
sob a coordenação de um orientador.

Nesse sentido, o trabalho acadêmico consiste no texto sobre o que se


pesquisou, seguindo as normas da ABNT (NBR:14724, 2005, p. 1-3), em caso de
monografias. Para realização de trabalhos científicos faz-se necessário
conhecermos alguns termos de que trata a norma, como estes:
65

Abreviatura: Representação de uma Glossário: Relação de palavras ou


palavra por meio de alguma(s) de suas expressões técnicas de uso restrito ou de
sílabas ou letras; sentido obscuro, utilizadas no texto,
acompanhadas das respectivas
Agradecimento(s): Folha onde o autor definições;
faz agradecimentos dirigidos àqueles que
contribuíram de maneira relevante para a Ilustração: Desenho, gravura, imagem
elaboração do trabalho; que acompanha um texto;

Apêndice: Texto ou documento elaborado Índice: Lista de palavras ou frases,


pelo autor, a fim de complementar sua ordenadas segundo determinado critério,
argumentação, sem prejuízo da unidade que localiza e remete para as informações
nuclear do trabalho; contidas no texto;

Capa: Proteção externa do trabalho e Lombada: Parte da capa do trabalho que


sobre a qual se imprimem as informações reúne as margens internas das folhas,
indispensáveis à sua identificação; sejam elas costuradas, grampeadas,
coladas ou mantidas juntas de outra
Citação: Menção, no texto, de uma maneira;
informação extraída de outra fonte;
Referências: Conjunto padronizado de
Dedicatória(s): Folha onde o autor presta elementos descritivos retirados de um
homenagem ou dedica seu trabalho; documento, que permite sua identificação
individual;
Elementos pós-textuais: Elementos que
complementam o trabalho; Resumo em língua estrangeira: Versão
do resumo para idioma de divulgação
Elementos pré-textuais: Elementos que internacional;
antecedem o texto com informações que
ajudam na identificação e utilização do Resumo na língua vernácula:
trabalho; Apresentação concisa dos pontos
relevantes de um texto, fornecendo uma
Elementos textuais: Parte do trabalho visão rápida e clara do conteúdo e das
em que é exposta a matéria; conclusões do trabalho;
Epígrafe: Folha onde o autor apresenta Sigla: Reunião das letras iniciais dos
uma citação, seguida de indicação de vocábulos fundamentais de uma
autoria, relacionada com a matéria tratada denominação ou título;
no corpo do trabalho;
Símbolo: Sinal que substitui o nome de
Errata: Lista das folhas e linhas em que uma coisa ou de uma ação;
ocorrem erros, seguidas das devidas
correções. Apresenta-se quase sempre Sumário: Enumeração das principais
em papel avulso ou encartado, acrescido divisões, seções e outras partes do
ao trabalho depois de impresso; trabalho, na mesma ordem e grafia em
que a matéria nele se sucede;
Folha de aprovação: Folha que contém
os elementos essenciais à aprovação do Tabela: Elemento demonstrativo de
trabalho; síntese que constitui unidade autônoma.

Folha de rosto: Folha que contém os


elementos essenciais à identificação do
trabalho.
66

Diante do apresentado até o momento, podemos observar que todo trabalho


científico parte de uma sistematização, de um planejamento, ou seja, de um projeto
de pesquisa, pois toda atividade racional e sistemática, como a pesquisa científica,
exige que os passos desenvolvidos durante todo o processo sejam efetivamente
planejados. Portanto, o planejamento é a primeira fase da pesquisa e envolve
etapas como a escolha do tema e sua delimitação, a formulação do problema,
elaboração de hipóteses, objetivos gerais e específicos, a metodologia, entre outros
passos fundamentais para o desenvolvimento da pesquisa.
Esses passos constituem o projeto de pesquisa. Nesse sentido,
apresentamos um quadro adaptado ao que Pedron (2001) denominou de esquema
do projeto de pesquisa. Segundo este autor, o projeto é uma construção e
representa uma estrutura. Se uma das suas partes cair, toda a estrutura cai.

Delimitação = colocar limites no tema.


1. Tema
O que esta preocupando você?
2. Problema
O que você quer tentar resolver?
Afirmativa para resolver o problema.
3. Hipótese
Provável solução do problema.
4. Objetivos O que fazer para responder ao problema.
Por que a escolha desse tema?
5. Justificativa
A importância que o tema tem.
Caminho a seguir:
6. Metodologia - Como fazer?
- Como combinar os dados?
Linha teórica da pesquisa
7. Referencial teórico (é aqui que se faz a revisão da literatura).
- indicar de modo reduzido:
7.1 Alusão Introdução de cada item relacionado ao objeto de
estudo, principais conceitos e desenvolvimento.
Quando será feito?
8. Cronograma
(fazer por etapas)
Quanto vai custar a pesquisa
9. Previsão orçamentária
(fazer por etapas)
Onde buscar informação?
10. Referências Fontes utilizadas
Quadro 3: Estrutura do Pré-projeto.
FONTE: Pedron (2001, adaptado pela autora).
67

Observe que a estrutura do projeto segue uma sequência que você deverá
desenvolver a partir do problema. É consenso entre os pesquisadores que não há
pesquisa sem problema. Sobre a problematização, Silva e Silveira (2007, p.175)
afirmam que:

Problematizar é levantar perguntas e questões a partir da literatura


existente sobre o assunto [...] passa por um questionamento que o
pesquisador se faz e faz aos leitores [...] Para pesquisadores
iniciantes, seria recomendável a forma interrogativa [...].

Agora, procure contextualizar seu problema, pesquisando nas fontes indiretas


(livros, internet e outras) e produza o texto da Introdução do projeto. Observe a
estrutura do Projeto. Não se esqueça de que devemos adotar uma atitude científica,
que quer dizer desenvolver etapas sistemáticas, organizadas. Para tanto, o
planejamento deverá ser realizado com atenção e pesquisa.

Quais os pontos principais para a elaboração de um


trabalho cientifico quanto a sua estrutura?
68

UNIDADE 06
ESTRUTURAS DE
PROJETOS

FONTE: https://viacarreira.com/como-fazer-introducao-do-tcc-153951/
69

6.1 ESTRUTURA DO PROJETO

O projeto é uma proposta de pesquisa específica e detalhada, com o objetivo


de definir uma questão e a forma pela qual será investigada. Severino (1994, p.
123) destaca algumas vantagens de um projeto bem elaborado:

Define e planeja o caminho a ser seguido no desenvolvimento do


trabalho de pesquisa e reflexão, explicitando as etapas a serem
alcançadas, os instrumentos e estratégias a serem usados. Este
planejamento possibilitará ao pesquisador impor-se numa disciplina
de trabalho não só de ordem dos procedimentos lógicos, mas
também em termos de organização do tempo, sequência de roteiros
e cumprimento dos prazos.

Dessa forma, o projeto é um documento que deve acompanhar o pesquisador


durante todo o processo de pesquisa; é uma diretriz, na medida do possível, a ser
seguida. Como então estruturá-lo?

Estrutura do Projeto
A disposição dos diferentes itens no projeto não se reveste de caráter rígido,
varia de autor para autor. A seguir sugere-se uma estrutura que poderá orientar a
sua elaboração.

Capa
Folha de Rosto
Introdução e/ou Justificativa
Definição do Problema
Objetivos

ESTRUTURA DO PROJETO Hipóteses ou questões norteadoras


DE PESQUISA Fundamentação Teórica
Metodologia
Cronograma
Recursos Materiais
Referências
Apêndices e/ou Anexo

Figura 1 - Estrutura de um projeto de pesquisa (2014)


70

Introdução

Visa apresentar as razões porque se pretende realizar a pesquisa, devendo


conter: o estágio de desenvolvimento em que o tema se encontra; antecedentes do
problema; o contexto em que o fenômeno ocorre; as contribuições que os resultados
da pesquisa poderão trazer e a relevância social do tema.

Problema

Deve-se contextualizar a problemática que será objeto da pesquisa, em


seguida apresentar o problema que constitui a Fƥrum central a ser resolvida na
pesquisa, geralmente é apresentado em forma de pergunta, mas também poderá ser
apresentado em forma de enunciados.

Objetivos

É uma ou mais metas que o pesquisador buscará alcançar na realização do


trabalho. Divididos em geral e específicos. Devem ser escritos com verbos no
infinitivo.

Hipóteses e/ou questões norteadoras

Indagações ou afirmações provisórias formuladas no processo de


investigação, que podem ser ou não reafirmadas ao final da investigação (nem
todos os tipos de pesquisa exigem formulação de hipóteses). Elas podem ser
substituídas por questões ou pressupostos com o propósito de encaminhar ao
alcance dos objetivos.

Fundamentação Teórica

Deve fornecer a opção teórica que irá balizar a investigação, informando os


principais teóricos que serão consultados. É o momento de fazer o levantamento do
71

que já foi publicado, fazer o registro das fontes, de seu teor e de dialogar com os
autores, utilizando o recurso da paráfrase e das citações estabelecendo pontos
comuns entre eles e pontos que se distanciam. Nesse sentido o pesquisador deverá:

 Consultar fontes primárias (quem primeiro teorizou sobre o assunto) e fontes


secundárias.
 Registrar seus achados em fichas bibliográficas, de resumo e de citação.
 Construir o texto, tecendo as ideias de forma crítica, reflexiva, encadeando-as
com coerência e consistência lógica e fundamentando-as nos teóricos lidos.

Metodologia

É uma discrição dos passos a serem seguidos no percurso da pesquisa,


devendo destacar o tipo e a natureza da pesquisa, os métodos e técnicas utilizados,
a população e a amostra. Descreve o modo como os dados serão coletados,
organizados e analisados.
Indica opções e leituras feitas do quadro teórico e aponta os instrumentos
eleitos para a coleta dos dados.

Cronograma

Formulário onde serão registradas as etapas e atividades segundo o tempo


previsto.

Ano 2017
Meses Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Revisão de literatura X X X X X
Elaboração do Projeto X X X X X
Elaboração dos X X
instrumentos de coleta
de dados
Coleta dos dados X
Organização e análise X X
dos dados
Reuniões com o (a) X X X X X X X X X X
orientador (a)
72

Elaboração do TCC X X
Revisão do TCC X
Entrega final do TCC à X
Coordenação do curso
e Defesa
Elaboração de artigo X
para publicação
Figura 2 – Cronograma da Monografia (ABNT, 2014)

Recursos

São pertinentes a pessoal (remuneração), custos diretos (material, viagens,


estadias etc), despesas administrativas (serviços, encargos e impostos) e eventuais
(gastos imprevistos. Havendo a elaboração de orçamento este deve ser realista e
seguro.

Referências

Conjunto de padronizados de elementos descritivos apresentando a lista de


obras consultadas, elaboradas e dispostas segundo a norma NBR 6023.

Apêndices e Anexos

Os apêndices são textos ou documentos elaborados pelo autor, que servem


de fundamentação, comprovação e ilustração; os anexos, pelo contrário, não são
produção do autor.

Métodos e Técnicas de Pesquisa

Para iniciarmos esta análise faz-se necessário definirmos conceitos:


Método: são técnicas suficientemente gerais para se tornarem comuns a todas as
ciências ou a uma significativa parte delas. (KAPLAN, 1969, p. 25)
Técnicas: conjunto de preceitos ou processos de que se serve uma ciência ou
arte; é a habilidade para usar esses preceitos ou normas, a parte prática. Toda
ciência utiliza inúmeras técnicas na obtenção de seus propósitos. (MARCONI, 1990.
p. 57)
73

Podemos deduzir a partir desta definição que o método é o mais geral,


enquanto a técnica é mais específica, ou que ainda não tem o status de método.
A distinção de método e técnica é definida por Ruiz (1991) como:

A rigor, reserva-se a palavra método para significar o traçado das


etapas fundamentais da pesquisa, enquanto técnica significa os
diversos procedimentos ou a utilização de diversos recursos
peculiares a cada objeto de pesquisa, dentro das diversas etapas do
método.

Os métodos podem ser classificados em métodos de abordagem e métodos


de procedimentos, estes últimos, podem ser confundidos com técnicas, segundo a
conceituação vigente. Para melhor compreensão estaremos definindo os métodos
de procedimentos e métodos de abordagem, estes últimos são procedimentos
gerais, que norteiam o desenvolvimento das etapas fundamentais de uma pesquisa
científica, permitindo, por isso, seu emprego em várias ciências. Por exemplo: o
método dedutivo, é um método de abordagem que poderá ser adotado em diferentes
áreas do conhecimento. E os métodos de procedimento dizem respeito a
procedimentos específicos, relacionados com as etapas do trabalho. (RUIZ, 1991).

FONTE: http://anti-ambientalismo.blogspot.com.br/2016/

6.2 Monografia

Considera-se monografia aquele trabalho que concentra sua abordagem em


um assunto específico, em um determinado problema, tendo este, um tratamento
pormenorizado e analítico.
74

Estrutura de uma monografia:


 Capa (obrigatório)
 Folha de rosto (obrigatório)
 Folha de aprovação (obrigatório)
 Dedicatória (opcional)
 Agradecimentos (opcional)
Elementos Pré-textuais
 Epígrafe (opcional)
 Resumo em Língua vernácula (obrigatório)
 Resuma em língua estrangeira (obrigatório)
 Listas (opcional)
 Sumário (obrigatório)
 Introdução
 Capítulos de fundamentação
Elementos textuais  Metodologia
 Resultados e discussão
 Conclusão
 Referências (obrigatório)
 Glossário (opcional)
Elementos Pós-textuais  Apêndices (opcional)
 Anexos (opcional)
 Índice (opcional)

FONTE: http://anti-ambientalismo.blogspot.com.br/2016/
Figura 3 – Estrutura da Monografia (ABNT, 2014)

CAPA

Elemento obrigatório, onde as informações são transcritas na ordem: Nome


da instituição (opcional); Nome do autor; Título; subtítulo se houver; local da
instituição (onde deve ser apresentado o trabalho) e ano. (Figura 4)
75

3 cm

NOME DA INSTITUIÇÃO
CURSO
(Fonte 12)

NOME DO GRADUANDO

Figura 5: Capa da Monografia

TÍTULO
3 cm
(Fonte 12) 2 cm

(Fonte 12)

CIDADE – ESTADO
MÊS - ANO

2 cm

Figura 4 - Capa da Monografia


76

FOLHA DE ROSTO

Os elementos devem figurar na seguinte ordem: Nome do autor; título do


trabalho, subtítulo, se houver; natureza monografia (tese, dissertação, TCC); nome
do orientador e, se houver do co-orientador; local e ano. (Figura 5).

3 cm

NOME DO GRADUANDO (Fonte 12)

TÍTULO DA MONOGRAFIA (fonte 12)

(fonte 10 – espaço simples)


Monografia a apresentado como pré-
requisito da disciplina TCC II à
Faculdade Sucesso – FAS, sob a
3 cm orientação do Prof.
(ORIENTADOR) 2 cm

(Fonte 12)

CIDADE – ESTADO
MÊS - ANO

2 cm

Figura 5 – Folha de rosto da Monografia


77

FOLHA DE APROVAÇÃO

Devem figurar os seguintes elementos: Nome do autor; título da monografia;


natureza - nome da instituição – área de concentração; data da aprovação (dia, mês,
ano); nome, titulação e assinatura dos componentes da banca examinadora e
instituições a que pertencem. (Figura 6)

3 cm

NOME DO GRADUANDO (Fonte 12)

TÍTULO DA MONOGRAFIA (fonte 12)

(fonte 10 – espaço simples)


Monografia a apresentado como pré-
requisito da disciplina TCC II à
Faculdade Sucesso – FAS, sob a
orientação do Prof. (ORIENTADOR)

APROVADA EM: ______ de _____________ de 200_


3 cm
2 cm
___________________________________________
Orientador____________________ (titulação)
__________________________________________________
Examinador 1____________________ (titulação)
__________________________________________________
Examinador 2____________________ (titulação)

(Fonte 12)
CIDADE – ESTADO
MÊS - ANO

Figura 6 - Folha de Aprovação da Monografia 2 cm

Figura 6 - Folha de Aprovação da Monografia


78

DEDICATÓRIA

A dedicatória é uma homenagem prestada a um ou mais pessoas,


considerando-se critérios puramente pessoais, não é obrigatória. (Figura 7)
3 cm

3 cm
2 cm

COLOQUE AQUI
(9 cm)

Figura 7 -- Folha de Dedicatória


2 cm

Figura 7 – Folha de Dedicatória


79

AGRADECIMENTOS

Os agradecimentos podem ser feitos tanto a pessoas quanto a entidades que


deram contribuição relevante para elaboração do trabalho. Esta folha é opcional e
tem a finalidade de registrar os agradecimentos às pessoas e/ou instituições que
colaboraram para a realização da Monografia. (Figura 8)

3 cm

AGRADECIMENTOS (Fonte 12)

3 cm
2 cm

2 cm

Figura 8 – Folha de Agradecimentos


80

EPÍGRAFE
Texto no qual o autor cita o pensamento que, de certa forma, está relacionado
ao tema do trabalho. A autoria do texto deve ser identificada. É de caráter Opcional.
(Figura 9).
3 cm

3 cm
2 cm

COLOQUE AQUI
(9 cm)

2 cm

Figura 9 - Epígrafe
81

RESUMO

De acordo com a NBR 6028 (2003, p. 1), o resumo é uma “apresentação


concisa dos pontos relevantes de um documento”, devendo ressaltar o objetivo, o
método, os resultados e as conclusões do trabalho. (figura 7). Compõe-se de uma
sequência corrente de frases concisas e não de uma enumeração de tópicos. O
verbo deve ser usado na voz ativa e na terceira pessoa do singular. Quanto à
extensão os resumos de trabalhos acadêmicos (tese, dissertação e outros), devem
apresentar de 150 a 500 palavras; os de artigos de periódicos de 100 a 250 palavras
e os destinados a indicações breves de 50 a 100 palavras. No caso dos trabalhos
desta Instituição padronizou-se no mínimo 150 não ultrapassando 250 palavras.
Os resumos devem ser seguidos de palavras-chave (palavras ou expressões
representativas do conteúdo do documento separadas entre si por ponto e finalizada
por ponto). (Figura 10)

3 cm

RESUMO
Fonte 1212)
(Fonte

3 cm
Dois espaços de 1,5

2 cm
O resumo é uma apresentação concisa dos pontos principais da
Monografia e deve expressar as finalidades, metodologias e
resultados da pesquisa, devendo conter no máximo 250
(duzentas e cinquenta) palavras em espaços simples, sem
parágrafo.

Palavras-chave: (Ex.: Educação. Política. Avaliação.)

(no máximo três palavras, separadas por ponto)

2 cm

Figura 10 - Resumo
82

ABSTRACT

Consiste na versão do resumo para outra língua de divulgação internacional


(Abstract – em inglês; Resume- em francês, Resumen - em espanhol). Também
devem ser incluídas as palavras-chave na língua escolhida para a versão do
resumo. É precedido da referência do trabalho conforme NBR 6063. (Figura 11)

3 cm

ABSTRACT
(Fonte 12)
Dois espaços de 1,5
3 cm

The summary is a concise presentation of the main points


2 cm
of the Monograph and must express the purposes,
methodologies and results of the research, having to
contain in the maximum 250 (two hundred and fifty)
words in simple spaces, without paragraph.

Word-key: (Former: Education. Politics.Evaluation.)


(no máximo três palavras, separadas por ponto)

2 cm

Figura 11 - Abstract
83

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Relação dos quadros, figuras, desenho, mapas, esquemas, fotografias,


gráficos e outros elementos ilustrativos. Em caso de menos de cinco elementos
ilustrativos, elabora-se um única lista denominada LISTA DE ILUSTRAÇÕES. Em
caso de mias de cinco itens, deverão ser elaboradas lista específicas para cada tipo
de ilustração. (Figura 12).

3 cm

LISTA DE ILUSTRAÇÕES
(Fonte 12)

3 cm Figura 11. Abstract

Figura I: Título da ilustração......................................................... 00 2 cm

Figura 2: Título da ilustração......................................................... 00

Figura 3: Título da ilustração......................................................... 00

2 cm

Figura 12 – Lista de ilustrações


84

LISTA DE TABELAS E GRÁFICOS

Relação dos títulos das tabelas e gráficos de acordo com a ordem de


apresentação no trabalho. É um elemento opcional. (Figura 13).

3 cm

LISTA DE TABELAS E GRÁFICOS

(Fonte 12)

3 cm

2 cm
Tabela I: Título da tabela ou gráfico.............................................. 00

Tabela 2: Título da tabela ou gráfico............................................. 00

Gráfico3: Título da tabela ou gráfico............................................. 00

2 cm
Figura 13 - Lista de tabelas e gráficos
85

LISTA DE ABREVIATURA E SIGLAS

Relação alfabética das abreviaturas utilizadas no trabalho, seguidas das


palavras ou significados por extenso. É um elemento opcional. (Figura 14)

LISTA DE SIGLAS E SIMBOLOS

(Fonte 12)

3 cm

ABNT- Associação Brasileira de Normas Técnicas


2 cm

MMA – Ministério do Meio Ambiente

OMT – Organização Mundial do Turismo

2 cm

Figura 14 - Lista de tabelas e gráficos


86

SUMÁRIO

É a enumeração das principais divisões, seções e outras partes de um


documento, na mesma ordem em que a matéria nele se sucede, dando a
localização dessas partes na obra. (CURTY, CRUZ e MENDES, 2003, p. 13)
(Figura 15). 3 cm

SUMÁRIO
(Fonte 12)

3 cm
1 INTRODUÇÃO .................................................................................. 00

2 CAPÍTULO I...................................................................................... 00

2.1 ......................................................................................................... 00
2 cm
2.2 .......................................................................................................... 00

2.3 .......................................................................................................... 00

3 METODOLOGIA .............................................................................. 00

4 ANÁLISE DE DADOS....................................................................... 00

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................. 00

REFERÊNCIAIS .................................................................................. 00

ANEXO

APÊNDICE

2 cm

Figura 14 - Sumário
87

INTRODUÇÃO

Explanação sobre a importância ou relevância do assunto, bem como sua


delimitação, referenciando outros trabalhos relacionados ao tema. Apresenta os
objetivos do trabalho, a e sua estrutura lógica deva conter:

 Delimitação do assunto tratado


 Problema
 Objetivos da pesquisa
 Hipóteses ou questões norteadoras
 Justificativa (motivos, importância e relevância).
 Elementos necessários para situar o tema do trabalho.

CAPÍTULOS

Parte principal do texto, que contem a exposição ordenada e pormenorizada


do assunto. O desenvolvimento ou corpo do trabalho tem por objetivo a exposição
detalhada do assunto. Divide-se em seções e subseções, que variam de acordo
com o método utilizado.
Não existe padrão único para a estrutura do desenvolvimento do trabalho, o
qual depende, essencialmente, da natureza do estudo, da lógica e do bom senso
do autor.
As principais partes do desenvolvimento são:
a) Fundamentação teórica ou Revisão da Literatura (Há autores que
preferem incorporar a Revisão da Literatura na Introdução).
b) Metodologia: descrição breve, porém completa e clara, sobre os
métodos, as técnicas e processos adotados, no decorrer do assunto.
(muito usado em pesquisas na área de Ciências Humanas). Em
Ciências Naturais e Tecnológicas costuma-se designar Materiais e
Métodos, fazendo uma descrição precisa dos métodos, materiais,
técnicas e equipamentos utilizados, de forma a permitir a repetição
do experimento, ou estudo com a mesma exatidão, por outros
pesquisadores;
88

c) Resultados: devem ser apresentados de forma objetiva e detalhada


e, se necessário, incluir ilustrações, tabelas e quadros;
d) Discussão dos resultados: análise e discussão teórica dos
resultados obtidos, relacionando-os com aqueles descritos na revisão
de literatura, que darão subsídios para a conclusão. (NBR 14724;
2005).
Os resultados e discussão podem ser conjugados, conforme mais adequado
aos objetivos do trabalho.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Parte final do texto, na qual o autor apresentará suas considerações com


base nos objetivos, nas questões norteadoras do trabalho. A partir dos dados
analisados recomenda-se ressaltar desdobramentos relativos à importância,
projeção, repercussão, e encaminhamentos, apresentando novas possibilidades de
estudo (NBR 14724:2005).

REFERÊNCIAS

A NBR 6023 (2002, p. 2) conceitua as referências como um “conjunto


padronizado de elementos descritivos retirados de um documento, que permite sua
identificação individual”.

APÊNDICE

Os apêndices Correspondem a produção do autor e são identificados por


letras maiúsculas consecutivas, travessão e pelos respectivos títulos.
Excepcionalmente utilizam-se letras maiúsculas dobradas, na identificação dos
apêndices e anexos, quando esgotadas as 23 letras do alfabeto.
89

ANEXOS

Idem aos apêndices. Corresponde a produção de outros autores


(documentos, gráficos IBGE, etc.).

6.3 ARTIGO CIENTIFICO

O Artigo é um trabalho técnico-científico que pode ser considerado uma


parcela de um saber maior cuja finalidade, de modo geral, é tornar pública parte de
um trabalho de pesquisa realizado ou em andamento.
O artigo pode ser escrito por um ou mais autores, com a finalidade de
divulgar a síntese analítica de estudos ou de resultados de pesquisas. Forma a
seção principal em periódicos especializados e deve seguir as normas editoriais do
periódico a que se destina. Serve de meio de comunicação e de intercâmbio de
ideias entre cientistas.
Segundo a NBR 6022 de 2003 os artigos podem ser de dois tipos:

a) original, quando apresentam abordagens ou assuntos inéditos;


b) de revisão, quando abordam, analisam ou resumem
informações já publicadas.

Artigos elaborados por alunos dos cursos de graduação podem ser


resultantes de pesquisas bibliográficas, trabalhos investigativos de campo, trabalho
de conclusão de curso ou de algum projeto de extensão desenvolvido. Em qualquer
um dos tipos, a redação deve ser clara e precisa.

6.4 Estrutura de um artigo:

Conforme a norma da NBR 6022:2014 um artigo apresenta a seguinte


estrutura:
Cabeçalho

O cabeçalho é composto de:


90

a) título do artigo, que deve ser centralizado e em negrito;

b) nome do (s) autor (es)

c) breve currículo do (s) autor (es), a critério do editor, que pode aparecer
no cabeçalho ou em nota de rodapé.

Resumo e Palavras-chave
Resumo é a apresentação concisa do texto, destacando seus aspectos de
maior relevância tais como a problemática, os objetivos, a base teórica, os
métodos, os resultados e as conclusões do trabalho. Sua extensão deve ser de 100
a 500 palavras, embora a maioria dos periódicos exijam 250 palavras. Deve ser
escrito na mesma língua do artigo e incluir uma versão em outro idioma; deve ser
redigido em um único parágrafo, com espaçamento simples, com frases completas
e não com sequência de títulos; evitar o uso de citações bibliográficas. Finalmente,
incluem-se os descritores ou palavras-chave que são termos ou frases
representativas dos assuntos tratados no artigo.

Introdução
A introdução expõe o tema do artigo, sua relevância relacionando-o com a
literatura consultada; apresenta os objetivos e a finalidade do trabalho. Trata-se do
elemento explicativo do autor para o leitor.

Referencial teórico
É, em essência, a fundamentação lógica do trabalho. Dependendo do
assunto tratado, pode se subdividir em seções, nomeando-se cada aspecto
segundo o assunto tratado, ressaltando os antecedentes de estudos realizados por
outros autores sobre o assunto e a conceitualização dos aspectos tratados no
artigo, assim como o posicionamento do autor. A fim de comprovar, reforçar e
referendar um determinado assunto o autor deverá fazer uso de citações.
As citações podem ser diretas (transcrição literal de um texto ou parte dele)
ou indiretas (redigidas pelo autor do trabalho com base em ideias de outros
autores) e podem ser obtidas de livros, periódicos, sites, documentos e/ou de
91

canais de informações (palestras, debates, conferências, entrevistas, entre outros).


As fontes de que foram extraídas as citações são indicadas no texto, conforme
orientações da ABNT.

Metodologia
Trata-se do movimento empreendido em trono da coleta, tratamento e
análise dos dados, bem como da apresentação dos materiais, técnicas e
equipamentos empregados. Sua Organização varia de acordo com a peculiaridade
de cada pesquisa. Requer-se, no entanto, a apresentação de informações acerca
de alguns aspectos, tais como: tipo e natureza da pesquisa; população e amostra,
coleta e análise dos dados.

Resultados e Discussão

A apresentação dos resultados da pesquisa pode ser ilustrada com quadros,


tabelas, fotografias, entre outros recursos, acompanhados pela sua discussão com
critérios próprios do autor e o confronto com dados encontrados na literatura.
Caso necessário pode se colocar notas de rodapé indicativas da bibliografia,
observações ou explicações adicionais ao texto feito pelo autor, tradutor ou editor.

Conclusão
A conclusão destaca os resultados obtidos na pesquisa ou estudo, tendo
como referência a problemática e objetivos. Deve ser breve, podendo incluir
recomendações ou sugestões para outras pesquisas.

Referências

Elemento obrigatório, constitui uma lista ordenada dos documentos


efetivamente citados no texto. (NBR 6023:2000)

Apêndices e Anexos
O artigo pode ter apêndices e anexos embora tabelas ou ilustrações possam
estar no próprio texto do artigo.
92

Nota: Geralmente, eventos e periódicos possuem um formato


específico para a submissão de artigos. O não cumprimento
das especificações dos periódicos podem implicar a não
aceitação por não seguir o formato requisitado (independente
da qualidade de seu conteúdo).

6.5 FORMATAÇÃO DO TRABALHO (ABNT- 2014-15)

A NBR 14724:2014 reúne os princípios gerais para a formatação de


trabalhos acadêmicos, conforme descreve-se a seguir:

Papel e fonte
O formato do papel para os trabalhos acadêmicos é do tamanho A4 (21,0 cm
x 29,7cm). Digitados no anverso das folhas, a exceção da folha de rosto, que
deverá conter em seu verso a ficha catalográfica do trabalho.
Recomenda-se para os trabalhos da Instituição a fonte do tipo Times New
Roman ou Arial. O tamanho (corpo), recomendado pela norma é o 12. Nas
citações longas e notas de rodapé, recomenda-se um tamanho menor (em geral,
tem-se utilizado o tamanho 11).

Margens
As folhas devem apresentar margem esquerda e superior de 3 cm, direita e
inferior de 2 cm.

Espaçamento
Todo o texto deve ser digitado com espaço 1, 25 cm, excetuando-se as
citações com mais de três linhas, notas de rodapé, referências, legendas das
ilustrações e das tabelas (espaço simples). Na folha de rosto e na folha de
aprovação, a natureza do trabalho, objetivo, nome da instituição a que é submetida,
a área de concentração, também devem ser digitados em espaço simples. Estas
devem ser alinhadas a partir do meio da mancha para a margem direita.
93

As referências são digitadas em espaço simples, sendo separadas entre si


por dois espaços.
Os títulos das seções começam na parte superior, apresentando-se
separados do texto que o sucede por dois espaços de 1,5 (entrelinhas). Os
subtítulos também devem ser separados dos textos que os precedem e que os
sucedem por dois espaços 1,5, entrelinhas. Desse modo, tem-se:
a) Nota de rodapé – devem ser digitadas dentro das margens por um
espaço simples de entrelinhas e justificada;
b) Indicativo de seção – precede seu título, alinhado à esquerda, separado
por um espaço;
c) Título sem indicativo numérico - errata, agradecimentos, lista de
ilustrações, lista de abreviaturas, e siglas, lista de símbolos, resumo,
sumário referências, glossário apêndice (s), anexos (s), devem ser
centralizados de acordo com a NBR 6024/2003;
d) Elemento sem título e sem indicativo numérico – folha de aprovação,
dedicatória e epígrafe, localizados à direita, na parte inferior da folha.

Paginação
As folhas começam a ser contadas a partir da folha de rosto, mas a
numeração só começa a aparecer a partir da introdução. A numeração, em
algarismos arábicos, deve aparecer no canto superior direito, a 2 cm da borda
superior. O último algarismo deve ficar a 2 cm da borda direita.

Citações
Segundo a NBR 10520, citação é a menção, no texto, de informação obtida
de uma fonte documental consultada para a realização do trabalho, com o objetivo
de esclarecer ou fundamentar as ideias do autor.
Tipos de citação:
 DIRETA:
É a transcrição literal do texto do autor que se está consultando, ou seja,
quando se reproduzem literalmente palavras do texto, expressões ou partes do
texto que está sendo citado. As citações até três linhas devem ser escritas entre
94

aspas duplas, com o mesmo tipo de letra e tamanho utilizado no corpo do trabalho.
Se o trecho citado já estiver entre aspas no texto original, deve-se substituí-las pelo
apóstrofo.
Exemplo de citação até três linhas (autor no texto)

Nesse contexto histórico, segundo Cavalcante (1994, p.44), “os princípios de


racionalidade, eficiência e produtividade foram transplantados da teoria
econômica e adaptados à educação.”.

Exemplo de citação até três linhas (autor fora do texto)


Nesse contexto histórico, “os princípios de racionalidade, eficiência e
produtividade foram transplantados da teoria econômica e adaptados à
educação.” (CAVALCANTE, 1994, p. 44).

As citações com mais de três linhas devem ser transcritas em parágrafo


distinto, recuado a 4 cm da margem esquerda, com tamanho da letra menor
(geralmente 11) que o utilizado no texto, com espaçamento simples entrelinhas,
sem aspas e sem deslocamento da primeira linha.
Exemplo de citação com mais de três linhas

Paulo Freire (1997, p. 24) caracteriza a uma escola democrática


afirmando que:

Uma escola democrática em que se pratique uma pedagogia da


pergunta, em que se ensine e se aprenda com seriedade, mas em
que a seriedade jamais vire sisudez. Uma escola em que, ao se
ensinar necessariamente os conteúdos, se ensine também a pensar
certo.

Exemplo de citação com mais de três linhas

Uma escola democrática em que se pratique uma pedagogia da


pergunta, em que se ensine e se aprenda com seriedade, mas em
que a seriedade jamais vire sisudez. Uma escola em que, ao se
ensinar necessariamente os conteúdos, se ensine também a pensar
certo. (FREIRE 1997, p. 28)
95

Citações diretas com supressões ocorrem quando o autor do trabalho deseja


omitir alguma parte do texto original. Neste caso usa-se reticências entre colchetes
[...] do texto suprimido.

Exemplo de citação direta com mais de três linhas com supressões

Giroux (1999, p. 50-51) considera que essa nova espécie de currículo.

Devem ser profundamente históricos quanto críticos [...] deve ser


profundamente pessoal, mas somente no sentido de que reconheça a
singularidade e necessidades individuais como parte de uma
realidade social específica [...] deve abandonar a pretensão de ser
livres de valores[...] terá também de subordinar os interesses técnicos
às considerações éticas.

 INDIRETA:

A citação indireta ocorre quando se escreve um outro texto com base no


texto do autor que se está consultando, quando se faz uma paráfrase, ou seja,
reelaboração do texto conservando a ideia do autor.

Exemplo de citação indireta

As ideias de Freire (1987) sobre a educação problematizadora se funda


na criatividade, portanto estimuladora da reflexão e da ação dos homens
sobre a realidade, que se opondo à educação bancária caracterizada pelo
desenvolvimento da consciência ingênua servem como pano de fundo para
uma discussão em torno da formação docente e a necessidade de uma prática
pedagógica que privilegie a pesquisa.

 CITAÇÃO DE CITAÇÃO
Citação de citação, que é aquela em que se faz uma transcrição, direta ou
indireta, de um texto cujo acesso ao original não se teve. Usa-se a expressão latina
apud (em itálico)
96

Exemplos

(QUEIROZ, 1999 apud SANCHEZ, 2000, p. 2-3)

Segundo Queiroz (apud SANCHEZ, 2000, p. 2-3) diz ser [...]

Lefebvre, 1983 citado por Coelho (2000, p. 178) propunha em seu método:
“.........................”.

Os exemplos de citações apresentados nos itens 7.2.1, 7.2.2. e 7.2.3


seguem um sistema de chamada denominado autor-data. As citações podem,
também, ser indicadas pelo sistema de chamada numérico.
No sistema numérico a indicação da fonte é feita por uma numeração única
e consecutiva, em algarismos arábicos, remetendo à lista de referência ao final do
trabalho, do capítulo ou da parte, na mesma ordem em que aparecem no texto.
Não se inicia a numeração das citações a cada página.
A indicação da numeração pode ser feita entre parênteses, alinhada ao
texto, ou situada pouco acima da linha do texto em expoente à linha do mesmo,
após pontuação que fecha a citação.
Exemplos de citações pelo sistema numérico

De modo geral, os ligantes monodentados como a água, fluoretos e


cloretos apresentam número de coordenação igual a nove. (9)

De modo geral, os ligantes monodentados como a água, fluoretos e


cloretos apresentam número de coordenação igual a nove. (9)

ELABORAÇÃO DE REFERÊNCIAS

Conforme a NBR 6023 da ABNT a referência é constituída de elementos


essenciais e, quando necessário, acrescida dos elementos complementares
Os elementos essenciais são as informações indispensáveis à
identificação do documento, estão estritamente vinculadas ao suporte documental
e variam, portanto, conforme o tipo. São elas:
97

a) Autoria
b) Título e subtítulo
c) Edição
d) Local de publicação
e) Editora
f) Data

Elementos complementares são as informações que, acrescentadas aos


elementos essenciais, permitem melhor caracterizar os documentos. Em
determinados tipos de documentos, de acordo com o suporte físico, alguns
elementos indicados como complementares podem tornar-se essenciais.
As referências bibliográficas podem aparecer em:
a) Notas de rodapé;
b) Ao final do texto ou de capítulos;
c) Lista de referências;
d) Antecedendo resumos, resenhas e recensões

NORMAS DE APRESENTAÇÃO

Segundo a ABNT (2014), as normas de apresentação das referências são:


a) As referências são alinhadas somente à margem esquerda;
b) As referências dos documentos citados no trabalho devem ser ordenadas de
acordo com o sistema utilizado para citação no texto. Os sistemas mais
utilizados em trabalhos técnicos e científicos são o alfabético (sistema autor-
data) e o numérico (pela ordem de citação no texto);
c) Deve-se padronizar a forma de escrever os prenomes dos autores, ou todos
serão escritos por extenso ou todos abreviados;
d) Quando forem citadas mais que uma obra do mesmo autor
 Cita primeiro a de data mais antiga e depois a(s) mais
recente(s).
98

 Na segunda (e nas demais) obra, o nome do autor pode ser


substituído por um travessão, equivalente a seis espaços do
caractere utilizado no texto, seguido de um ponto.
e) Quando o mesmo autor escrever mais de uma obra no mesmo ano, deve-se
diferenciá-las colocando as letras a, b, c etc. à frente da data de sua edição;
f) Devem ser digitadas em espaço simples entre linhas e separadas por um
espaço entre elas.

Por exemplo:

a) Livros

Elementos Essenciais: Autor, Título: subtítulo. Edição. Local de publicação:


editora, ano.

Um autor:

GOMES, L. G. F. Novela e sociedade no Brasil. Niterói: EDUF, 1998.

Dois autores

CARVALHO, A.M.P.; GIL PÉREZ, D. A formação dos professores de Ciências:


tendências e inovações. 3.ed. São Paulo: Cortez, 1993.
Três autores:
SOUZA, L. S.; BORGES, A. L.; REZENDE, J. O. Influência da correção e preparo
do solo sobre algumas propriedades químicas do solo cultivado com bananeiras.
IN: REUNIÃO BRASILEIRA DE FERTILIDADE DO SOLO E NUTRIÇÃO DE
PLANTAS, 21, Petrolina. Anais...Petrolina: EMBRAPA, CPTASA, 1994. p. 3-4.

Mais de três autores: indica-se apenas o primeiro, acrescentando a expressão


latina et al.

COOK-GUMPERZ, J. et al. A construção social da alfabetização. Tradução de D.


Batista; Revisão Técnica de R. M. H. Silveira. Porto Alegre: Artes Médicas,
1991. 283 p.
99

Quando o livro possui organizador, coordenador, compilador: inicia-se pelo nome


do responsável, acrescentando-se, após seu nome e entre parênteses, a
designação correspondente: (org.), (coord.) (comp.)

QUELUZ, A. G.; ALONSO, M. (Orgs.). O trabalho docente: teoria e prática. São


Paulo: Pioneira, 1999.

b) Capítulos de Livros

Elementos Essenciais: Autor do capítulo. Título do capítulo. Nome do responsável


(editor, coordenador, organizador). Título do livro (destacado). Edição. Local de
publicação: Editora, ano. Páginas.

SANTOS, L. L. de C. P. Ensino como Produção Cultural: novas perspectivas


para o currículo e a formação de professores. In. LEITE, D. B. C.; MOROSINI,
M. (Orgs.). Universidade futurante. Campinas: Papirus, 1997. p. 53-59.

c) Artigos de revista

Elementos Essenciais: Autor do artigo. Título: subtítulo do artigo. Título do


periódico (destacado), local de publicação, volume, número, páginas do artigo, mês
ano.

BARBEDO, C. J.; NAKAGAWA, J.; BARBEDO, A. S. C.; ZANIN, A. C. W.


Qualidade fisiológica de sementes de pepino cv. Pérola, em função da idade e
do tempo de repouso pós-colheita de frutos. Pesquisa Agropecuária
Brasileira, Brasília, v. 32, p. 905-13, 1997.

EIGA, R. A. A.; CATÂNEO, A.; BRASIL, M. A. A. Elaboração de um sistema


integrado de computação para quantificação da biomassa florestal. Científica,
São Paulo, v. 17, n. 2, p. 231-236, 1989.

d) Monografias- dissertação e tese

Elementos Essenciais: Autor, Título (destacado). Ano de defesa. Nº de folhas,


tipo de documento (dissertação ou tese) o grau (mestrado, doutorado etc.) –
Instituição, local de publicação, ano
100

CARVALHO JÚNIOR, L. F. M; SOARES, M. V. O processo de enfermagem em


um hospital público de Teresina: percepção dos técnicos e auxiliares de
enfermagem. 2009. 56 p. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em
Enfermagem) – Faculdade Santo Agostinho – FSA.

CAVALCANTE, A. A. de C. M. Ensino de biologia na UFPI e UESPI: a


reprodução fragmentada dos conteúdos. 1996.149 p. Dissertação (Mestrado em
Educação) – Universidade Federal do Piauí, Teresina, 1996

CARVALHO, Rita de Cássia Pereira Santos. O componente investigativo nos


cursos de Licenciatura em Ciências Biológicas e Licenciatura em Química
da Universidade Estadual do Piauí – UESPI. 2000. 100 p. Dissertação
(Mestrado em Ciências da Educação)- Instituto Pedagógico Latino Americano e
Caribeño – IPLAC, Havana-Cuba.

e) Anais de congressos, simpósios, semanas etc.

Elementos Essenciais: Autor do artigo. Título: subtítulo do artigo. Títulogeral do


evento, seguido de um algarismo arábico, que indica o número do evento, local,
data de realização.

DIAS, Valdirene Pinheiro. Exclusão, educacional de crianças de rua em Angola:


Alternativas de enfrentamento como via para desenvolvimento humano. VII
Encontro Acadêmico e III Semana de Iniciação Científica. Teresina, 15 e 17 de
novembro de 2007.

f) Jornais

Elementos Essenciais: Autor do artigo. Título: subtítulo do artigo. Título do jornal


(destacado). Local de publicação, dia mês e ano de publicação. Suplemento ou
caderno, páginas.

LIMA, José Nogueira. Preferência por cor. Diário do Povo. Teresina, 9 jun. 2009.
p. 2.

g) Responsável intelectual

Indica-se a entrada pelo nome do responsável do conjunto da obra


(organizador, compilador, editor, coordenador, etc.), seguida da abreviatura entre
parênteses no singular.
101

CARVALHO, N. M.; NAGAKAWA, J. (Org.). Sementes: ciência, tecnologia e


produção. 3. ed. rev. Campinas: Fundação Cargill, 1988

FALDINI, G. (Org.). Manual de catalogação: exemplos ilustrativos do AACR2.


São Paulo: Nobel, 1987.

h) Autor entidade

Obra de responsabilidade de entidade coletiva indica-se:

I - Órgãos da administração governamental direta (ministérios, secretarias, etc.):


entra-se pelo nome do lugar que indica a esfera de subordinação (em letra
maiúscula) - PAÍS, ESTADO ou MUNICÍPIO.
BRASIL. Congresso. Comissão Parlamentar Mista de Inquérito para Examinar a
Situação da Mulher em Todos os Setores de Atividade. Relatório, conclusões
e recomendações. Relator Lygia Lessa Bastos. Brasília, DF: Câmara dos
Deputados, Coordenação de Publicações, 1978. 327 p.

PIAUÍ (Estado). Constituição do Estado do Piauí. 2. ed. São Paulo: Saraiva,


1986. 167 p.

II- Entidades independentes: entra-se diretamente pelo nome da entidade, escrito


em maiúscula.
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PAIUÍ. Anuário estatístico 2001. Teresina,
2001.

i) Autor desconhecido

Publicação com autoria desconhecida ou não assinada entra-se diretamente


pelo título. Neste caso a primeira palavra do título escreve-se sempre em
maiúscula (CAIXA ALTA).
INSETICIDA com efeito prolongado. Dirigente Rural, São Paulo, v. 31, n. 1, p.
46- 50, 1992

j) Documentos eletrônicos

Devem-se mencionar os dados das obras, sejam estas artigos de periódicos,


artigos de jornal, livros, documentos jurídicos ou textos diversos, acrescidos das
informações relativas ao meio eletrônico.
102

GENRO, M. E. H. Disciplina: Metodologia de Pesquisa. Curso de Extensão


em Metodologia do Ensino Superior. PUCRS virtual. Disponível
em:<http://www.aparecida.pro.br/teoriaemetodo/met_pesq.ppt> Acessado em:
13 jun. 2009.

GARCIA, T. R.; NÓBREGA, M. M. L. Sistematização da assistência de


enfermagem: reflexões sobre o processo. In: 52º Congresso Brasileiro de
Enfermagem. Recife, 2000. Disponível em:
<www.virtual.unifesp./cursos/enfnefro/restrito/download/sistematizacaodaassist
encia.pdf>Acessado: 04 set. 2008.

Caracterize projeto de pesquisa, artigo e monografia


quanto a sua estrutura básica.

DICA DE VÍDEO NO YOU TUBE:


https://www.youtube.com/watch?v=WoGB
WQafNAc
103

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICA. NBR 14724: informação e


documentação: trabalhos acadêmicos – apresentação. Rio de Janeiro, 2017.
ABBAGNANO, N. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Ed. Mestre, 1970.

ADLER, M. J.; VAN DOREN, C. A ARTE DE LER. Rio de Janeiro: Agir, 1974.

ANDERY, M. A. et al. Para compreender a ciência: uma perspectiva histórica. 12.


ed. Rio de Janeiro: Garamond; São Paulo: EDUC, 2003.

BASTOS, C.; KELLER, V. Aprendendo a aprender: introdução à metodologia


científica. 14. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000.

CARVALHO, M. C. M. (Org.). Construindo o saber: metodologia científica -


fundamentos técnicas. 13. ed. Campinas, SP: Papirus, 2002.

COSTA, A. R. F. et al. Orientações Metodológicas para produção de trabalhos


acadêmicos. 6. ed. Maceio: EDUFAL, 2004.

CRUZ, A.M.da.;MENDES, T. R. Trabalhos acadêmicos dissertações e teses:


estrutura e apresentação (NBR 14724;2002) 2. Ed, Niteroi: Intertexto, 2004,, .

DE NICOLA, J. Língua, literatura e produção de texto: ensino médio. V. 1. São


Paulo: Scipione, 2005.

DEMO, P. Metodologia do conhecimento científico. São Paulo: Atlas, 2000.

ECO, U. Como se faz uma tese. 18. ed. São Paulo: Perspectiva, 2003.

SILVA, A. R. Círculo de Viena. Disponível em:


<http://www.algosobre.com.br/sociofilosofia/circulo-de-viena.html>. Acesso em: 10
maio 2009.

TURATO, E. R. Tratado da metodologia da pesquisa clínico qualitativa:


construção teórico epistemológica. Petrópolis: Vozes, 2003.
104

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