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Resumo
(2006), Brasil (2010), Carraher (1981), Curitiba (2006), Ferreiro (2010), Grossi (1997), Piaget
e Szeminska (1975), Portilho (2011) e Soares (1988). Diante da aplicação do Realismo
Nominal, foram levantadas algumas inquietações que poderão ser objeto de futuros estudos.
Introdução
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A prova foi fornecida pela equipe pedagógica da escola e essa aplicação constitui-se em uma prática para
apoiar o estudo de caso dos alunos que apresentam dificuldades no processo de alfabetização, na rede municipal
de ensino de Curitiba.
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Tais categorias foram utilizadas para análise da escrita dos estudantes do 3º ano do
Ensino Fundamental, participantes do projeto de letramento.
Cada pessoa tem sua forma pessoal de aprender, que chamamos de estilos de
aprendizagem. Aprender é um processo contínuo e gradual. Isso quer dizer que
vamos aprendendo, pouco a pouco, e durante toda a vida. Sendo esse processo,
portanto, pessoal e individual, apesar de estar vinculado ao contexto sócio afetivo a
que cada um está ligado e à qualidade das relações que estabelecem, é fundamental
que seja conhecido e tipificado, tanto pela pessoa que aprende como pela pessoa que
se propõe a ensinar. A esse movimento chamamos de conhecimentos
metacognitivos, que é o aprender do seu próprio conhecimento.
presença; quando estão em grupo, sempre estão fazendo alguma coisa; e, em geral, são bem
intempestivas” (p. 100).
Já as pessoas que possuem predominância no estilo reflexivo, Honey (apud
PORTILHO, 2011, p. 101) descreve que “[...] utilizam a observação e a análise antes de
chegarem a alguma conclusão; gostam de valorizar todas as possibilidades da situação antes
de tomar decisões; preferem escutar mais para depois agir; e são mais ponderadas que os
ativos”.
Para o estilo teórico, Honey (apud PORTILHO, 2011, p. 101) comenta que: “São
aqueles que, nas observações dentro das teorias lógicas e complexas, buscam a racionalidade,
a objetividade e a lógica, assim como a análise e a síntese; tendem a ser perfeccionistas”.
Finalizando, no estilo pragmático, segundo Honey (apud PORTILHO, 2011, p. 101) as
pessoas “tendem a colocar em prática as ideias; mostram-se impacientes até poder aplicar o
que aprenderam; têm como objetivo a funcionalidade”.
Sabendo que o estudante encontra-se em processo contínuo de aprendizagem, cabe à
professora levar em conta, não apenas o nível de desenvolvimento cognitivo, diagnosticado na
prova de realismo nominal mas, a partir do conhecimento dessa necessidade de
desenvolvimento, considerar, sobretudo, as formas como cada criança gosta de aprender,
proporcionando aos seus alunos aprendizagens mais significativas. Por isso, há a necessidade
de alternância na maneira de propor as atividades para os mesmos, dando a eles ferramentas
que lhes possibilite experimentar outras formas na solução dos problemas. Dessa forma, o
conhecimento tornar-se um alicerce para suas futuras aprendizagens.
A escrita do Eliel encontra-se no nível silábico com valor sonoro inicial, pois
representa sempre a primeira letra da palavra correspondente. Após esse feito, Eliel representa
o som que a ele é mais forte na palavra.
Outra estudante encontra-se no nível pré-silábico e chama-se Hyorranna (7 anos e 9
meses). Sua escrita é composta por letras sem nenhuma correspondência sonora, mas preserva
sempre o mesmo número de quantidade de letras, utilizando sempre as mesmas letras em
posições diferentes na escrita das palavras.
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Camile é muito assustada com as novidades da escrita e também muito ansiosa. Isso
faz com que sua atenção para a atividade principalmente para a escrita não seja completa. Em
uma das atividades em que o grupo a acompanhou, sua professora trabalhou a letra “L”. A
professora a questionava várias vezes durante a atividade, incentivando para que ela pudesse
encontrá-la no alfabeto móvel, mas ela não conseguia executar as atividades por não
identificar a letra.
O estudante da imagem abaixo se encontra na fase pré-silábica. Seu nome é Arthur (7
anos e 10 meses).
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[...] a didática do nível pré silábico se caracteriza pela criação de um ambiente rico
de materiais e de atos de leitura e de escrita, à semelhança do ambiente que é
vivenciado por crianças das classes alta e média no seu meio familiar. Via-se de
regra, esse ambiente compreende muitos materiais escritos, bem como muitas
oportunidades de assistir a atos de leitura e de escrita.
É preciso que o professor possibilite aos seus estudantes vários materiais, sabendo que
as crianças constroem ideias a partir de hipóteses, ou seja, que as letras podem trazer algo
elencando os desenhos com o que está escrito.
Considerações finais
A elaboração desse artigo nos levou a algumas reflexões acerca do aprendizado das
crianças na idade de alfabetização.
Como foi aplicado, em um 3º ano, um instrumento comumente aplicado com as
crianças da educação infantil e 1º ano do Ensino Fundamental, esperávamos um resultado
melhor com relação ao domínio da linguagem escrita.
No entanto, os resultados evidenciaram que os estudantes do 3º ano ainda não
respondem aos objetivos das Diretrizes Curriculares para Educação Municipal de Curitiba, as
quais relatam que ao final do ciclo I as crianças deverão utilizar argumentos coerentes; ler
diversos textos, atribuindo significação e, fazer relações fonema/grafema (CURITIBA, 2006).
Diante da aplicação do Realismo Nominal, foram levantadas algumas inquietações que
poderão ser objeto de futuros estudos, quais sejam:
a) Realidade sociocultural: A realidade destes alunos fora do ambiente escolar
interfere na aprendizagem? Pode-se dizer que o conhecimento das crianças de
classes populares é diferente das crianças da classe média alta, ainda que tenham a
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mesma idade e o mesmo nível cognitivo para outras tarefas? A falta de incentivo
por parte da família no processo da leitura e escrita condiciona o ritmo de
aprendizagem?
b) Processo de “Ensinagem”: O método utilizado pela professora é diferente do
estilo de aprendizagem do estudante? E o mais importante: Por que estes
estudantes estão no terceiro ano do Ensino Fundamental e ainda não possuem a
compreensão do código da leitura e escrita?
Em vista dos argumentos apresentados ao que se refere o processo educacional,
especialmente à alfabetização nas séries iniciais, é de suma importância destacar a formação
do professor como mediador do conhecimento para que este possa exercer o papel de: refletir
sobre a sua metodologia e recursos utilizados; propiciar ao estudante a compreensão do
funcionamento da língua; verificar, continuamente o processo de aprendizagem e realizar um
planejamento adequado que venha ao encontro das necessidades do estudante.
REFERÊNCIAS
GROSSI, E. P. Didática do nível pré-silábico. 7. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1997.
PAROLIN, I. Pais e educadores: quem tem tempo de educar? Porto Alegre: Mediação, 2007.