Você acha estranho seu aluno errar várias subtrações nos exercícios de Matemática e, na hora do
recreio, ele perceber rapidinho que a moça da cantina deu o troco errado? Não ache: ele é bom
de cálculo mental, mas não sabe aplicar esse conhecimento durante a aula. E a relação entre as
duas habilidades (a matemática das ruas e a da escola) não é automática nem mesmo comum.
"Na verdade, há um abismo entre elas", revela Maria Sueli C. S. Monteiro, selecionadora do
Prêmio Victor Civita.
Conteúdo relacionado
Sequência didática
• Multiplicação mental
Reportagens
Tudo sobre
Crianças que fazem pesquisa de preços, guardam dinheiro para comprar uma revista e,
principalmente, aquelas que ajudam os pais no comércio "fazem" matemática muito antes de
ouvir falar em fórmulas e operações. O problema é que, na escola, se ensina a elas como calcular
desconsiderando totalmente o que já sabem. "O cálculo mental sempre esteve presente no
comércio ou na construção civil, por exemplo. Precisamos trazer essa habilidade para a sala de
aula", defende o professor de Matemática Luiz Márcio Imenes, de São Paulo. A saída, portanto,
é avaliar cuidadosamente o que a turma já sabe e aproveitar esse conhecimento informal como
ponte para os exercícios escritos.
"Há quem acredite que o importante do cálculo mental é fazer a conta bem depressa, mas é
bobagem querer competir com a calculadora", completa Imenes. As vantagens são outras. Ao
fazer a conta de cabeça, o estudante percebe que há caminhos diversos na resolução de um
mesmo problema. É pelo cálculo mental que ele também aprende a realizar estimativas (ler uma
conta e imaginar um resultado aproximado) e percebe as propriedades associativa (une dezena
com dezena, unidade com unidade e assim por diante) e de decomposição (nota que 10 = 5 +5,
entre outras possibilidades). Isso tudo sem precisar conhecer esses termos, claro!
Na adição
Exemplo
Na subtração
Exemplo
Exemplo
Exemplo
Na multiplicação
Exemplo
Na divisão
Exemplo
Dominó Jogos ajudam a aprimorar a capacidade de cálculo. Para a turma ficar craque nasoma
de parcelas com resultado até 6, por exemplo, leve para a classe um dominó comum e estabeleça
uma regra diferente: os jogadores devem unir as peças de forma que a soma das duas seja 6.
Crachá Distribua crachás com números de 0 a 10 para todos as crianças antes do recreio. Na
volta, peça que entrem na sala em duplas de forma que a soma de seus crachás seja 10. Em outra
atividade, varie os números dos crachás e crie novas senhas.