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Fórum sobre Planejamentos e Avaliações do PIC

Prezados Coordenadores, Professores e Alunos.

No Portal do PIC (https://pic.obmep.org.br/portal) está disponibilizado um fórum de


discussão sobre os Planejamentos e sobre as Avaliações do PIC.

Utilize este fórum para:

● Fazer comentários sobre os roteiros e as avaliações.


● Sugerir assuntos ou problemas para serem incorporados nos roteiros.
● Compartilhar sugestões e boas ideias.
● Compartilhar os materiais utilizados na sua região: listas de exercícios, resumos,
apresentações em power-point, atividades, jogos, materiais complementares, etc.
● Publicar soluções interessantes dos problemas propostos.
● Informar erros encontrados nos materiais disponibilizados.
● Ler os comentários e baixar os materiais compartilhados pelos colegas do PIC.
● etc.

Preferimos que os comentários sobre os Planejamentos e as Avaliações sejam


postados nesse Fórum.

Muito obrigado.
Comitê Acadêmico do PIC

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Roteiro de Estudos
PIC 2023
G2 – CICLO 2 – ENCONTRO 1
Caro professor,

A título de reforçar a proposta do PIC: aprender matemática por meio de problemas,


destacamos que não é estudar os conteúdos matemáticos para depois aplicar nos
problemas propostos. Para conduzir esse trabalho é importante que você resolva os
problemas e tenha em mente outras estratégias que os estudantes podem propor. Se
alguma delas não aparecer na discussão, você deve inclui-la para que seja discutida
pelos estudantes e assim aumentar as possibilidades de resolução, ou as ferramentas
matemáticas.
Num primeiro momento é importante que os estudantes se familiarizem com o
problema proposto, entenda bem todas as palavras do enunciado, o que entende por
alguma informação dada, se consegue identificar todos os dados, se consegue pensar
um caso particular com números menores, ou uma situação concreta.
Depois há que se buscar estratégias e utilizar uma ou mais para solucionar o problema
proposto.
O seu trabalho nesse instante é animá-los com perguntas, tais como:
 Você já conhece algum problema parecido com esse?
 Tem alguma ideia de como começar a resolver?
 Imagina um problema mais fácil, com menos informações ou com números
menores
 Suponha que o problema esteja resolvido, como o problema proposto se
relaciona com a solução?
Ou ainda com sugestões simples, de atitudes e não de conteúdos:
 Não se detenha em uma estratégia, se não consegue avançar, deixe-a de lado.
 Se a estratégia que escolheu não adiantou muito na solução, procure usar
outras estratégias e tente combiná-las.
 Tente chegar à resposta final, não desista.

Por último, mas não menos importante, dê aos estudantes oportunidade para refletir
sobre o resultado obtido e o processo que foi utilizado na resolução. Perguntas como

 Você entendeu bem a sua solução?


 Sabe explicar por que funciona?
 A solução encontrada tem sentido ou é absurda?
 Como foi o caminho que utilizou para chegar ao resultado?
 Por onde começou?

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 Em que momento e como saiu de situações que pareciam não avançar para a
resposta?
 Quantas vezes mudou de rumo?
 As suas primeiras escolhas foram boas (no sentido de avançar em relação à
reposta)?
 Poderia pensar de uma maneira mais organizada e fácil de explicar para seus
colegas?
 A forma com que resolveu o problema se aplica a situações mais gerais?
 A estratégia se aplica a outras situações relacionadas com o tema?

A seguir uma lista de problemas, eles não se encontram em ordem crescente de


dificuldade, você pode e deve escolher quais são os principais, bem como a ordem em
que deseja trabalhá-los.

Os assuntos abordados no primeiro encontro são:


● Paridade
● O sistema decimal: representações e operações numéricas.

I) Para o assunto “paridade”, sugerimos os seguintes materiais de apoio para a aula:

Textos:
 Apostila do PIC da OBMEP “Encontros de Aritmética”, F. Dutenhefner, L.
Cadar. http://www.obmep.org.br/docs/aritmetica.pdf
 Livro “Círculos de Matemática da OBMEP”- volume 1: Primeiros passos em
Combinatória, Aritmética e Álgebra – Bruno Holanda e Emiliano Chagas

Materiais do Portal da Matemática:


 Tópicos Adicionais → Módulo “Sistemas de Numeração e Paridade”
https://portaldaobmep.impa.br/index.php/modulo/ver?modulo=53

 Videoaulas do Portal da Matemática:


o Problemas envolvendo paridade
o Problemas com dominós
o Dominós, pesagens e outros problemas

● artigo "dominós" - Aparecida Francisco da Silva e Hélia Matiko Yano Kodama,


que pode ser acessado em
https://www.ibilce.unesp.br/#!/departamentos/matematica/extensao/lab-
mat/artigos/

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II) Para o assunto “o sistema decimal: representações e operações numéricas”,
sugerimos os seguintes materiais de apoio para a aula:

Texto:
 Livro “Círculos de Matemática da OBMEP”- volume 1: Primeiros passos em
Combinatória, Aritmética e Álgebra – Bruno Holanda e Emiliano Chagas

Materiais do Portal da Matemática:


 Videoaulas do Portal da Matemática:
● 6ª série – operações básicas – operações com números naturais –
Videoaulas 3, 4, 5, 6, 7 e 8 sobre adição, subtração, multiplicação e
divisão:
https://portaldaobmep.impa.br/index.php/modulo/ver?modulo=60
● 6ª série – operações básicas – operações com números naturais – caderno
de exercícios:
https://cdnportaldaobmep.impa.br/portaldaobmep/uploads/material/8akr19
krdh8g8.pdf
https://cdnportaldaobmep.impa.br/portaldaobmep/uploads/material/20iw04
1huzz4o.pdf

 Tópicos Adicionais → Módulo “Sistemas de Numeração e Paridade”


https://portaldaobmep.impa.br/index.php/modulo/ver?modulo=53 -
Videoaulas: “Sistema de numeração decimal”.

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Lista de Exercícios – PIC 2023 – G2 – Ciclo 2 – Encontro 1
ENUNCIADOS

Problema 1. Fernando e Isaura inventaram um jogo diferente, cujas regras são as seguintes:
1. eles começam uma partida com 128 palitos cada um;
2. em cada jogada, eles tiram par ou ímpar, se sai par,
Fernando dá a metade dos palitos que tem para Isaura e,
se sai ímpar, Isaura dá a metade dos palitos que tem para
Fernando.
3. eles repetem o procedimento da regra 2 até que um
deles fique com um número ímpar de palitos, quando a
partida acaba. Ganha quem ficar com o maior número de
palitos.
Veja o que acontece em uma partida onde a sequencia das três primeiras jogadas é par,
ímpar, par:

(a) Complete o esquema com o número de palitos de Fernando e Isaura, de acordo com as
jogadas indicadas:

(b) Uma partida acabou quando Fernando ficou com 101 palitos. Na última jogada saiu par ou
ímpar?
(c) Qual foi a sequência de pares e ímpar da partida que acabou quando Fernando ficou com
101 palitos?
(d) Explique por que qualquer partida acaba com exatamente sete jogadas.

Problema 2.
Um algarismo é afilhado de um número natural se ele
é o algarismo das unidades de algum divisor desse
número. Por exemplo, os divisores de 56 são: 1, 2, 4, 7,
8, 14, 28 e 56, logo os afilhados de 56 são 1, 2, 4, 6, 7,
8.
(a) Quais são os afilhados de 57?
(b) Ache um número que tenha o 7 e o 9 como afilhados, mas não o 3. Quais são os afilhados
deste número?
(c) Explique por que 2 e 5 são afilhados de qualquer número que tenha o 0 entre seus
afilhados.
(d) Explique por que 8 é afilhado de qualquer número que tenha 0 e 9 entre seus afilhados.

Problema 3.
Helena brinca com tabuleiros 3 x 3, preenchidos com os algarismos 0 ou 1, da seguinte
maneira:
● ela atribui o número 0 a cada linha, coluna ou diagonal cuja soma de
seus algarismos seja par e o número 1 a cada linha, coluna ou
diagonal para qual a soma seja ímpar;
● em seguida, ela calcula a nota do tabuleiro, que é a soma dos
números que ela atribuiu.
Por exemplo, a nota do tabuleiro ao lado é 0 + 0 + 1 + 1 + 0 + 1 + 0 = 4.

(a) Qual é a nota do tabuleiro a seguir:

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(b) Preencha os tabuleiros abaixo de quatro maneiras diferentes e de modo que todos tenham
nota 8.

(c) Explique por que, quando se troca o número de um dos cantos de um tabuleiro de nota
ímpar, sua nota torna-se par.

Problema 4.
Um número inteiro positivo esconde outro número
quando, apagando alguns de seus algarismos,
aparece o outro. Por exemplo, o número 123
esconde os números 1, 2, 3, 12, 13 e 23, mas não
esconde 32, 123 e 213.
(a) Qual é o maior número de três algarismos escondido por 47239
(b) Qual é o menor número que esconde simultaneamente 2023 e 3202

Problema 5. O contrário de um número de dois algarismos, ambos diferentes de zero, é o


número obtido trocando-se a ordem de seus algarismos. Por exemplo, o contrário de 25 é 52 e
o contrário de 79 é 97. Obtenha os números e seus contrários que dão as somas indicadas, ou
justifique caso não seja possível obter algum deles como soma de um número com seu
contrário. Os números são: 44, 99, 121, 165, 181.

Problema 6 - Em um campeonato, um time ganha 3 pontos por vitória, 1 ponto por empate e
nenhum ponto em caso de derrota. Até hoje cada time já disputou 20 jogos. Se um desses
times venceu 8 jogos e perdeu outros 8 jogos, quantos pontos ele tem até agora?

Problema 7.
Na figura temos um aparelho com três discos C (centenas), D
(dezenas) e U unidades), nos quais aparecem, em ordem os
algarismos de 0 a 9. O seu visor mostra um número CDU, a
partir do qual é calculado o número de controle 10 + C - D + U.
Por exemplo, quando o visor mostra o número 794, o número
de controle é 10 + 7 - 9 + 4 = 12.
Quando giramos o disco C ou o disco U, o disco D gira junto; não é possível girar o disco D de
modo independente. Por exemplo, se o visor mostra 794 e o disco C for girado de uma unidade
de 7 para 8, o visor mostrará 804; por outro lado, se o disco U for girado de uma unidade de 4
para 3, o visor mostrará 783.
(a) Qual é o número de controle quando o visor mostra o número 804?
(b) Qual é o número de controle quando o visor mostra o número 783?
(c) Quando o visor mostrava 690, girou-se um dos discos C ou U de uma unidade e o número
de controle não se alterou. Qual passou a ser o número do visor?

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(d) Explique por que o algarismo das unidades do número de controle não muda quando se
gira qualquer um dos discos C ou U.
(e) Explique por que é impossível, a partir do número 978 no visor, obter o número 555 por
meio de giros dos discos C ou U.

Problema 8.
Ana Terra, Bibiana e Pedro Missionário distribuíram entre si
dezenove cartões numerados de 1 a 19. Ana ficou com nove
desses cartões, Bibiana, com outros nove e Pedro
Missionário com o cartão que sobrou.
(a) É possível que a soma dos números escritos nos cartões
de Ana seja 136? Explique sua resposta.
(b) Se a soma dos números escritos nos cartões de Ana é 90
a mais que a soma dos números escritos nos cartões de
Bibiana, qual é o número escrito no cartão de Pedro
Missionário?

Problema 9. Na rua em que Luís mora, todas as casas ficam do mesmo lado e são numeradas
pelos números ímpares em ordem crescente, começando com 1. Ele mora na casa de número
47; mas se a numeração começasse na outra extremidade da rua, o número seria 71. Quantas
casas há nessa rua?

Problema 10. A soma dos algarismos de um número par de nove algarismos é 79. Qual
é o algarismo das unidades desse número?

Problema 11. Na subtração indicada ao lado, cada letra representa


um algarismo diferente. Qual é o algarismo que o C representa?

Problema 12. Ana e Daniela brincam de escrever números no quadro-negro. A


brincadeira começa com cada uma delas escrevendo um número natural. Depois disso:
 quem tiver o menor número mantém esse número;
 quem tiver escrito o maior número troca-o pela diferença entre seu número e o
número da outra.
Elas repetem esse procedimento até que os dois números escritos no quadro-negro
fiquem iguais. Se Ana começou escrevendo 100 e Daniela 88, qual é o número que
ficará escrito no quadro-negro no final da brincadeira?

Problema 13. Os algarismos 2, 3, 4, 5, 6 e 7 foram usados na


multiplicação indicada ao lado, em que cada letra da sigla
OBMEP representa um algarismo diferente. Qual é o algarismo
representado pela letra O?

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Problema 14. Gabriel desenha quadrados divididos em nove
casas e escreve os números naturais de 1 a 9, um em cada casa.
Em seguida, ele calcula a soma dos números de cada linha e de
cada coluna. A figura mostra um dos quadrados de Gabriel;
observe que a soma dos números da terceira linha é 5 + 8 + 2 =
15 e a soma dos números da segunda coluna é 9 + 7 + 8 = 24.
Nesse exemplo, as seis somas são 6, 12, 15, 15, 18 e 24.

(a) Gabriel preencheu um quadrado e fez apenas cinco somas: 9, 13, 14, 17 e 18. Qual
é a soma que está faltando?
(b) Explique por que não é possível que, em um quadrado do Gabriel, todas as somas
sejam números pares.
(c)Preencha o quadrado a seguir, de modo que as somas sejam 7, 13, 14, 16, 18 e 22.

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Lista de Exercícios – PIC 2023 – G2 – Ciclo 2 – Encontro 1
SOLUÇÕES e COMENTÁRIOS

Problema 1. (2ª fase OBMEP 2007, Nível 2 , Questão 6)


(a) Ambos começam com 128, como tiraram ímpar na primeira rodada, Isaura dá 64 palitos
para Ferrnando, e assim, Fernando fica com 128 + 64 = 192 palitos, enquanto Isaura fica com
64 palitos. Após a segunda jogada, Isaura ficou com 32 palitos e Fernando com 224 palitos. Na
terceira jogada saiu par, Fernando deu metade de seus palitos para Isaura. Assim, Fernando
ficou com 112 palitos e Isaura com 256 - 112 = 144 palitos.

(b) Após qualquer jogada, o perdedor não pode ter mais que 127 palitos; de fato, se isso
ocorresse, antes dessa jogada ele teria pelo menos 2 x 128 = 256 palitos, o que não pode
acontecer. Como Fernando ficou com 101 palitos, ele perdeu palitos na rodada anterior. Ou
seja, na última jogada saiu par.

(c) Aplicamos o raciocínio do item (b) para recuperar as jogadas uma a uma em ordem inversa,
do seguinte modo:
Fernando Isaura Isaura tem mais palitos, logo na jogada anterior saiu par:
101 155 Fernando tinha 2 x 101 = 202 palitos e Isaura tinha 256 - 202 = 54 palitos

Fernando Isaura Fernando tem mais palitos, logo na jogada anterior saiu ímpar:
202 54 Isaura tinha 2 x 54 = 108 palitos e Fernando tinha 256 - 108 = 148 palitos

Fernando Isaura Fernando tem mais palitos, logo na jogada anterior saiu ímpar:
148 108 Isaura tinha 2 x 108 = 216 palitos e Fernando tinha 256 - 216 = 40 palitos

Fernando Isaura Isaura tem mais palitos, logo na jogada anterior saiu par:
40 216 Fernando tinha 2x 40 = 80 palitos e Isaura tinha 256 - 80 = 176 palitos

Fernando Isaura Isaura tem mais palitos, logo na jogada anterior saiu par:
80 176 Fernando tinha 2 x 80 = 160 palitos e Isaura tinha 256 - 160 = 96 palitos

Fernando Isaura Fernando tem mais palitos, logo na jogada anterior saiu ímpar:
160 96 Isaura tinha 2 x 96 = 192 palitos e Fernando tinha 256 - 192 = 64 palitos

Fernando Isaura Isaura tem mais palitos, logo na jogada anterior saiu par:
64 192 Fernando tinha 2 x 64 = 128 palitos e Isaura tinha 256 - 128 = 128 palitos.
Essa é a situação inicial do jogo.

Logo a sequência de jogadas dessa partida foi: par, ímpar, par, par, ímpar, ímpar, par.

(d) vamos aproveitar o trabalho do item anterior e fazer um diagrama com os números de
palitos de Fernando e Isaura, jogada a jogada:

Observemos que em cada momento do jogo eles tem a mesma potência de 2 x um número
ímpar (só é o mesmo número ímpar no início do jogo), se em algum momento os dois
jogadores têm palitos, onde a e b são inteiros ímpares, e o jogo ainda não

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acabou, ou seja n é maior ou igual a 1, então na próxima jogada um deles terá a quantidade de
palitos dividido por 2, diminuindo um no expoente do dois. Veja que se sair par, então

Fernando ficará com palitos enquanto Isaura ficará com palitos,


sendo que a e b são ambos ímpares. Logo a + 2b também é ímpar. Uma situação semelhante
ocorre se sair ímpar. Agora, o jogo começa com palitos, ou seja, com n = 7 e
acaba quando n = 0 e n decresce de uma unidade a cada jogada, segue que qualquer partida
acaba depois da sétima jogada.

Observação: estimule seus alunos a trabalharem as representações dadas na solução e


aproveite os argumentos para indicar a representação algébrica correspondente.

Problema 2. (2ª fase OBMEP 2007 , Nível 2 , Questão 3)

(a) Os divisores de 57 são 1, 3, 19 e 57. Assim, pela definição, os afilhados são 1, 3, 7 e 9.


(b) O exemplo mais simples é 49, cujos divisores são 1, 7 e 49, assim, seus afilhados são 1, 7 e
9.
(c) Se um número tem um divisor terminado em 0, então este número é múltiplo de 10.
Portanto é múltiplo de 2 e de 5, também, de onde pode-se ver que 2 e 5 são seus afilhados.
(d) Se um número qualquer tem o 9 e 0 como afilhado, então pelo item c, ele é um número
par. Como 9 é afilhado dele, algum número ímpar terminado em 9 é seu divisor. Portanto ele é
divisível por um número terminado com o algarismo 8. Assim, 8 é afilhado de todo número
que tem 0 e 9 como afilhados.

Observação: Aqui é importante destacar a diferença entre ser divisor e ser afilhado.

Problema 3. (2ª fase 0BMEP 2013, Nível 2, Questão 5) - Solução


(a) No tabuleiro dado, aparecem somas ímpares na primeira e segunda linhas, na primeira e
segunda colunas e na diagonal principal. As demais somas são pares. Então a nota desse
tabuleiro é 5.

(b)
1 1 1 1 0 0 0 0 1 0 1 0
1 1 1 0 1 0 0 1 0 1 1 1
1 1 1 0 0 1 1 0 0 0 1 0

(c) ao trocar o número de um dos cantos do tabuleiro, soma-se 1 (na troca de 0 por 1) ou
subtrai-se 1 (caso a troca tenha sido de 1 para 0) aos totais da linha, da coluna e da diagonal
que se encontram nesse canto. Assim, das oito somas (três linhas, três colunas e duas
diagonais), três trocam de paridade e as outras não mudam. Vejamos o que ocorre em cada
caso:
 se as três somas forem ímpares, após a troca a nota diminuirá de 3;
 se duas somas forem ímpares e uma for par, após a troca a nota diminuirá de 1;
 se uma soma for ímpar e duas forem pares, após a troca a nota aumentará de 1
 se as três somas forem pares, após a troca a nota aumentará de 3

Em qualquer caso, como a nota era ímpar e se soma ou subtrai 1 ou 3 a nota passará a ser
par.

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Observação: Professor, ao explorar o item c, é importante discutir a paridade da soma de
parcelas de diferentes paridades e de parcelas com mesma paridade.

Problema 4. (2ª fase OBMEP 2009, Nível 2, Questão 1 - adaptado)


a) para obter o maior número possível de três algarismos escondido por 47239, devemos
primeiro fazer com que esse número tenha o maior valor possível na casa das centenas. Para
isso, devemos apagar o 4 e deixar o 7 na casa das centenas. Feito isto, buscamos o maior valor
possível para a casa das dezenas; para tanto, apagamos o 2 e obtemos 739, que é o número
procurado.
b) Como o número procurado esconde 2023, entre seus algarismos aparecem 2, 0, 2 e 3, nesta
ordem. Analogamente, como ele esconde 3202, então entre seus algarismos aparecem 3, 2, 0,
2 nesta ordem. Logo o número procurado é 32023.

Observação: Professor, é importante discutir o conceito de valor posicional de um algarismo no


numeral que representa o número, e este exercício traz esta proposta.

Problema 5. (1ª fase OBMEP 2007, Nível 3, Questão 15)


Seja n um número de dois algarismos, sendo a o algarismo das dezenas e b o algarismo das
unidades. Assim, n = 10a + b. Se a e b são ambos diferentes de zero, o contrário de n é 10b+a.
Desse modo, a soma de n com o seu contrário é:
(10a + b) + (10b + a) = 11a + 11b = 11 (a+b)
Portanto a soma de um número com seu contrário é um múltiplo de 11. Observe que, com
exceção de 181, todos os números são múltiplos de 11, e podemos encontrar números e seus
contrários cujas somas dão o número escolhido. Veja:

44 = 13 + 31 = 22 + 22
99 = 18 + 81 = 27 + 72 = 36 + 63 = 45 + 54
121 = 92 + 29 = 83 + 38 = 74 + 47 = 65 + 56.
165 = 96 + 69 = 87 + 78

Como podemos, em geral, encontrar essas expressões? Por exemplo, tomemos 165 = 11 x 15.
O raciocínio inicial mostra que se escolhermos algarismos não nulos, a e b de modo que a
soma seja 15, então 165 será a soma do número 10a + b com o seu contrário. Por exemplo,
podemos tomar a = 9 e b = 6, veja que esta escolha nos dá 165 como soma de 96 com 69.

Observação: esse é um exercício que aborda o fato de que nosso sistema de numeração é
posicional e qual o seu sentido desta afirmação. Discutir com os estudantes a expressão geral
para números com mais dígitos é uma atividade bastante produtiva.

Problema 6. (1ª fase OBMEP 2005, Nível 2, Questão 6)

Como o time disputou 20 jogos, venceu 8 e perdeu 8, então empatou alguns. O número de
empates é: 20 - 8 - 8 = 4. Para cada vitória ganha 3 pontos, logo, o time obteve 8 x 3 = 24
pontos com elas. Quando empata ganha 1 ponto, então ganhou 4 x 1 = 4 pontos com os
empates. Como o time não perde nem ganha pontos em derrotas, basta somar os pontos
ganhos com empates e vitórias. Portanto, o time obteve 24 + 4 = 28 pontos.

Problema 7. (2ª fase OBMEP 2013 - Nível 3, Questão 1)


(a) Quando o visor mostra 804, o número de controle será 10 + 8 - 0 + 4 = 22.

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(b) Quando o visor mostra 783, o número de controle será 10 + 7 - 8 + 3 = 12.

(c) Quando o visor mostra 690, o número de controle é 10 + 6 - 9 + 0 = 7. Mostramos na


tabela todas as possibilidades de giro de uma unidade dos discos C e U, lembrando que
quando um deles gira, o disco D gira junto, no mesmo sentido.

C D U Controle
Posição inicial 6 9 0 10 + 6 - 9 + 0 = 7
C gira para 7 7 0 0 10 + 7 - 0 + 0 = 17
C gira para 5 5 8 0 10 + 5 - 8 + 0 = 7
U gira para 1 6 0 1 10 + 6 - 0 + 1 = 17
U gira para 9 6 8 9 10 + 6 - 8 + 9 = 17
Como o número de controle não mudou, vemos que o disco C foi girado para 5 e o número no
visor passou a ser 580.

(d) Vamos ver o que acontece quando giramos o disco C para cima.
Se C ≠ 9, ele passará a mostrar C' = C + 1; se C = 9, ele mudará para C' = 0. O mesmo acontecerá
com o disco D: se D ≠ 9, ele mudará para D' = D + 1 e, se D = 9, ele passará a mostrar D' = 0. No
processo do giro do disco C, o disco U não muda, ou seja o novo controle será 10 + C' - D' + U.
Assim, a diferença entre o novo número de controle e o número de controle original, será:
(10 + C' - D' + U) - (10 + C - D + U) = (C' - C) - (D' - D).
Observemos que C' - C só assume os valores, (C + 1) - C = 1 e 0 - 9 = -9, o mesmo acontecendo
com D' - D; desse modo, os possíveis valores para o novo número de controle podem ser vistos
na tabela:

C' D' Número de controle: (C' - C) - (D' - D)


C≠9eD≠9 C+1 D+1 (C' - C) - (D' - D) = (C + 1 - C) - (D + 1 - D) = 1 - 1 = 0
C≠9 eD=9 C+1 0 (C' - C) - (D' - D) = (C + 1 - C) - (0 - 9) = 1 + 9 = 10
C=9e D≠9 0 D+1 (C' - C) - (D' - D) = ( 0 - 9) - (D + 1 - D) = -9 - 1 = -10
C=9eD=9 0 0 (C' - C) - (D' - D) = ( 0 - 9) - (0 - 9) = 0

Observe que todos os resultados na última coluna da tabela são múltiplos de 10. Logo o
algarismo das unidades de número de controle não muda do original para o novo.

Analisando as demais possibilidades (giro para baixo de C, giro para cima de U, giro para baixo
de U e suas combinações), podemos notar que o algarismo das unidades do novo número de
controle também não muda em relação ao original.

(e) O resultado do item (d) pode ser utilizado para avaliar a possibilidade de obter um número
a partir de outro: os algarismos da unidade dos números de controle não mudam, quando
cada um dos números aparece no visor. Assim, basta obter os números de controle quando o
visor mostra os números 978 e 555.
O número de controle quando o visor mostra 978 é 10 + 9 - 7 + 8 = 20
O número de controle quando o visor mostra 555 é 10 + 5 - 5 + 5 = 15.
Logo, não é possível obter 555 a partir de 978.

Problema 8. (2ª fase OBMEP 2006, Nível 2, Questão 5)


(a) A maior soma possível de nove números dentre os escritos nos cartões ocorre quando
tomamos os nove maiores números: 19 + 18 + 17 + 16 + 15 + 14 + 13 + 12 + 11 = 135. Portanto,
a soma dos números escritos nos nove cartões de Ana não pode ser igual a 136.

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(b) Indicando por A, B e P as somas dos números dos cartões de Ana, Bibiana e Pedro
Missionário, respectivamente, podemos concluir, pelo enunciado e pelo resultado do item (a),
que: A = B + 90 e A ≤ 135. Assim, B ≤ 135 - 90 = 45.
Mas, como Bibiana tem nove cartões, a soma dos números de seus cartões deve ser maior ou
igual à soma dos nove menores números, ou seja, B ≥ 1 + 2 + 3 + 4 + 5 + 6 + 7 + 8 + 9 = 45. Daí,
B = 45 e A = B + 90 = 45 + 90 = 135, ou seja, os cartões de números 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9 estão
com Bibiana e os números dos cartões que estão com Ana, são: 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18 e
19. Restando apenas o cartão que está na mão de Pedro Missionário: o que tem o número 10.

Problema 9. (1ª fase OBMEP 2007, Nível 2, Questão 11)


Observe que os números ímpares podem ser escritos na forma 2n±1, onde n é um número
natural, no caso de 2n -1, um natural maior que 1. Se usamos a representação, 2n - 1, com
n≥1, temos a vantagem que o n utilizado pode ser usado na contagem de quantos números
ímpares tem até aquele número: 1 = 2x1 - 1 é o primeiro número ímpar, 3 = 2 x 2 - 1 é o
segundo número ímpar, 5 = 2x3 - 1 é o terceiro número ímpar e 31 = 2x16 - 1 é o 16º número
ímpar na ordem crescente. Como 47 = 2x24 – 1 e 71 = 2x36 - 1, Luís mora na 24ª casa a partir
de uma extremidade da rua e na 36ª casa a partir da outra extremidade. Ou seja, a partir de
uma extremidade até a casa de Luís, há 23 casas e a partir da outra extremidade há 35 casas.
Assim, no total, a rua tem 23 + 1 + 35 = 59 casas. A parcela 1 na última adição corresponde à
casa do Luís.

Problema 10. (1ª fase OBMEP 2007, Nível 2, Questão 17)


O maior número com nove algarismo é o 999 999 999 e a soma de seus algarismos é 9 x 9 = 81.
Como queremos o maior número com nove algarismos, com soma dos algarismos igual a 79 e
79 = 81 - 2, vemos que a soma de nove números menores que nove só pode ocorrer se
tivermos: sete parcelas iguais a 9 e duas iguais a 8, ou oito parcelas iguais a 9 e uma igual a 7.
Observe que no primeiro caso podemos formar vários números pares com soma 49, entre eles
999 999 988, 999 998 998, 899 999 998. Já no segundo caso, não é possível escrever nenhum
número par. Todas as combinações possíveis de algarismos formam números ímpares. Logo o
algarismo das unidades do número deve ser 8.

Problema 11. (1ª fase OBMEP 2015, Nível 2, Questão 6)


Este problema pode ser resolvido diretamente observando a subtração indicada ou olhando
para a adição correspondente:

Para o caso da subtração vemos imediatamente que B = 0, pois é igual a A - A. Por outro lado,
como o resultado é um número de dois dígitos, o A deve representar o 1, pois quando
subtraímos de um número maior que 200 um número menor que 100, o resultado é um
número de três dígitos. Substituindo os valores já encontrados, temos:
101 - C1 = 10. Disto concluímos que o C representa o algarismo 9.

Solução utilizando a Adição: Como B + A = A, concluímos que B é zero. Analisando a centenas,


ela só pode ser 1, ou seja, A representa o 1. Daí, na casa das dezenas: A + C = 10, o que nos
leva ao resultado que o dígito representado pelo C é o 9.

Observação: Professor, é interessante explorar as duas soluções com os estudantes e


outras mais se aparecerem.

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Problema 12. (1ª fase OBMEP 2008, Nível 2, Questão 9)
Vamos colocar os resultados, depois de cada etapa na tabela a seguir:
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Ana 100 12 12 12 12 12 12 12 12 8 4
Daniela 88 88 76 64 52 40 28 16 4 4 4
Logo a resposta é 4.

Observação: Este problema prepara para o método de cálculo do máximo divisor comum que
será explorado em outro ciclo.

Problema 13. (1ª fase OBMEP 2010, Nível 2, Questão 12)


Iniciaremos a investigação com os valores possíveis para B e P a partir da multiplicação por 6
Se B = 2, P deveria ser 2 também, o que não pode ocorrer, pois não há algarismos repetidos. O
mesmo ocorre para B = 4, pois daí, P deveria ser 4, também.
Se B = 3, P deveria ser 8, que não consta na lista de possibilidades para substituirmos as letras.
Se B = 5, P deveria ser 0, que também não está na lista de possibilidades para substituição.
B não pode ser 6 pois ele já foi utilizado. Assim, B só pode ser 7. Como 7 x 6 = 42, concluímos
que P é 2 e "somaremos 4 ao resultado de 6 x O. Ou seja E será o algarismo das unidades de 4
+ 6 x O, que é um número par. Assim, E é par, e como os algarismos 2 e 6 já foram
identificados, só resta E ser 4. Finalmente, como o único número que multiplicado por 6, tem o
algarismo 0 na casa das unidades, é o 5, então O = 5. Dessa forma, temos M = 3 e a
multiplicação indicada é 57 x 6 = 342.

Problema 14. (2ª fase OBMEP 2010, Nível 2, Questão 4)


(a) Começaremos obtendo a soma das somas. Para tanto observe que os números de 1 a 9
aparecem como parcelas nas somas das linhas e nas somas das colunas. Isso quer dizer que a
soma de todas as somas das linhas é 1 + 2 + 3 + 4 + 5 + 6 + 7 + 8 + 9 = 45 e as somas de todas as
somas das colunas também é 45. Ou seja, quando somamos todas as somas temos 2 x 45 = 90.
Agora como ele indicou as somas 9, 13, 14, 17 e 18 para saber a soma que falta, basta
encontrar a diferença:
90 - (9 + 13 + 14 + 17 + 18) = 90 - 71 = 19.
Assim, a soma que falta é 19.

(b) Se todas as somas fossem pares, as somas das três linhas seriam pares e sua soma seria
par. Mas isso é impossível pois, como vimos acima, a soma das somas das três linhas é 45, que
é um número ímpar.

(c) Para preencher o quadrado de modo a obter as somas indicadas: 7, 13, 14, 16, 18 e 22,
temos que separar esses números em dois conjuntos de três números cada, que somem 45,
como vimos no item (a). Um dos conjuntos terá os números que são as somas de linhas e o
outro os números que são somas de colunas. Nesta lista temos apenas 2 números ímpares, o
que nos indica que cada um deles deve ficar em um dos conjuntos, ou seja, eles não podem
ficar juntos. Separando o 7 e o 13, a única possibilidade para ficar no conjunto onde está o 7
são o 22 e o 16. Assim, o outro conjunto será formado pelo 13, 14 e 18. (Para conferir: 7 + 22 +
16 = 45 = 13 + 14 + 18)

Para iniciar o preenchimento, escolhemos um dos conjuntos para as linhas e outro para as
colunas, e iniciamos com possíveis parcelas para cada uma destas somas.

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Por exemplo, 7 é soma de 1, 2 e 4 e não há outra possibilidade. Fazendo algumas adições de
três parcelas com números de 1 a 9, vemos que todas as outras somas podem ser obtidas
como soma de mais de uma adição composta por três parcelas distintas, por exemplo, o 22
pode ser obtido como 9 + 8 + 5 = 22 e também como 9 + 7 + 6.
Assim, começaremos com a soma 7 na primeira coluna:

1
2
4
7

Agora podemos completar as outras colunas com os números que aparecem em uma soma 22,
por exemplo, 9 , 8, 5. Nesse momento não sabemos em que ordem podemos colocá-los. Mas,
podemos colocá-los em uma ordem e depois ajustar para chegarmos às somas das linhas,

1 9 3
2 8 6
4 5 7
7 22 16

Agora, vamos ver como ficaram as linhas: 1 + 9 + 3 = 13 é uma possibilidade. Vejamos as


outras linhas: 2 + 8 + 6 = 16 (não é possível) , mas se trocarmos os dois últimos números da
segunda coluna entre si e também os dois últimos números da terceira coluna acertamos uma
soma 14 para a segunda linha e não alteramos as somas nas colunas. Vejamos:

1 9 3 13
2 5 7 14
4 8 6 18
7 22 16 45

Observação: Há outras possibilidades de se iniciar o preenchimento, mas lembramos que


podemos acertar primeiramente as linhas e depois as colunas. Sempre levando em conta que
não podemos repetir números no quadrado (se ele já foi usado em uma coluna, não pode
figurar em outra, o que limita as escolhas das parcelas para as outras colunas , caso tenha
iniciado pelas colunas). Veja uma outra possibilidade.

1 9 3 13 3 9 1 13
5 7 2 14 5 7 2 14
8 6 4 18 8 6 4 18
14 22 9 16 22 7

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Roteiro de Estudos
PIC 2023
G2 – CICLO 2 – ENCONTRO 2
Assuntos a serem abordados:

● Divisão Euclidiana.
● Fenômenos periódicos: padrões numéricos.

 Para o assunto “divisão euclidiana”, sugerimos os seguintes materiais de


apoio a aula:

Textos:
 Apostila do PIC da OBMEP “Encontros de Aritmética”, F. Dutenhefner, L.
Cadar.
http://www.obmep.org.br/docs/aritmetica.pdf
 Livro “Círculos de Matemática da OBMEP”- volume 1: Primeiros passos em
Combinatória, Aritmética e Álgebra – Bruno Holanda e Emiliano Chagas

Materiais do Portal da Matemática:


 Portal da Matemática - 8º Ano do Ensino Fundamental → Módulo “Números
Naturais: Contagem, Divisibilidade e Teorema da Divisão Euclidiana”:
https://portaldaobmep.impa.br/index.php/modulo/ver?modulo=33
→ Vídeoaula: “Teorema da Divisão Euclidiana”.
 Caderno de exercícios - Módulo de Números Naturais- Divisibilidade e Teorema da
Divisão Euclidiana:
https://cdnportaldaobmep.impa.br/portaldaobmep/uploads/material/54kyp0vmxwwsg.pd

 Para o assunto “fenômenos periódicos: padrões numéricos”, sugerimos os


seguintes materiais de apoio a aula:

Textos:
 Apostila do PIC da OBMEP “Encontros de Aritmética”, F. Dutenhefner, L.
Cadar.
http://www.obmep.org.br/docs/aritmetica.pdf
 Livro “Círculos de Matemática da OBMEP”- volume 1: Primeiros passos em
Combinatória, Aritmética e Álgebra – Bruno Holanda e Emiliano Chagas.

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Lista de Exercícios – PIC 2023 – G2 – Ciclo 2 – Encontro 2
ENUNCIADOS

Problema 1. Um promoter tem 231 convites para distribuir a seus 15 auxiliares. Qual é
o número mínimo de convites a mais que ele precisa conseguir para que todos os
auxiliares recebam a mesma quantidade de convites, sem sobrar nenhum?

Problema 2. Sabe-se que 503 e 418 deixam restos 7 e 2 quando divididos por 8,
respectivamente. Quais são os restos das divisões de (503 + 418) e (503 x 418) por 8?
Qual é o resto da divisão de (503 – 418) por 8?

Problema 3. A sequência 0, 2, 5, 7, 10, 12, 15 … é formada a partir do número 0


somando-se alternadamente 2 ou 3 ao termo anterior, isto é, o primeiro termo é
0, o segundo termo é 0 + 2 = 2, o terceiro termo é 2 + 3 = 5, o quarto termos
é 5 + 2 = 7, o quinto termos é 7 + 3 = 10 e assim sucessivamente.

a) Escreva os 20 primeiros termos desta sequência.


b) Qual é o 1000º termo desta sequência?
c) Algum termo desta sequência é igual a 2023? Por quê?

Problema 4. Qual é a soma dos algarismos do número 1 + 10 + 102 + 103 +


⋯ 102023 ?

Problema 5. Qual é o algarismo das unidades do número 31 + 32 + 33 + ⋯ + 32023 ?

Problema 6. Qual é o resto na divisão de 42023 por 7?

Problema 7. Observe a sequência de figuras abaixo, todas elas com a forma da letra Y.
Seguindo este padrão, determine quantas bolinhas terá a 15ª figura.

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Problema 8. Determine quantos sinais de adição foram utilizados na expressão:
2 + 0 + 2 + 3 + 2 + 0 + 2 + 3 + ⋯ + 2 + 0 + 2 + 3 = 2023

Problema 9. No primeiro estágio de um jogo, Pedro escreve o número 3 em um


triângulo e o número 2 em um quadrado. Em cada estágio seguinte, Pedro escreve no
triângulo a soma dos números do estágio anterior e no quadrado a diferença entre o
maior e o menor desses números. A figura abaixo representa os dois primeiros
estágios.

a) Escreva os 15 primeiros termos da sequência de números que aparecem no


triângulo.
b) Escreva os 15 primeiros termos da sequência de números que aparecem no
quadrado.
c) Qual é o número que deverá ser escrito no triângulo no 56º estágio?

Problema 10. Paula escreveu os números naturais 1, 2, 3, 4, … em uma folha de papel


quadriculado de acordo com o padrão indicado abaixo. Os números que aparecem ao
longo da flecha formam a sequência 1, 3, 13, 31, … . Determine o 30º termo dessa
sequência.

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Problema 11. Ana faz torres com potes de manteiga, seguindo o padrão da figura
abaixo. A primeira torre foi feita com 3 potes, a segunda com 6, a terceira com 10 e
assim por diante.

a) Quantos potes ela deve acrescentar à décima primeira torre para obter a
décima segunda?
b) Quantos potes são utilizados na 15ª torre?

Problema 12. Com peças no formato de quadrados e triângulos equiláteros coladas


lado a lado, podemos formar uma faixa horizontal muito comprida. A faixa é
construída passo a passo, com a adição de uma peça em cada passo, começando com a
peça 1, depois a peça 2, em seguida a peça 3, e a peça 4, e assim por diante, de acordo
com a numeração ilustrada a seguir.

a) Se em uma dessas faixas foram utilizados exatamente 2075 triângulos equiláteros,


qual é a quantidade total de quadrados na faixa?
b) E se fosse ao contrário. Quantos triângulos equiláteros existem na faixa que contém
exatamente 2075 quadrados?

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Lista de Exercícios – PIC 2023 – G2 – Ciclo 2 – Encontro 2
SOLUÇÕES e COMENTÁRIOS

Problema 1.
Efetuando a divisão inteira de 231 por 15, obtém-se quociente 15 e resto 6. Dessa
forma cada auxiliar receberá 15 convites e sobrarão 6 convites. Para que todos os
auxiliares recebam a mesma quantidade e não sobre nenhum convite, o promoter
precisa conseguir mais 9, situação em que cada auxiliar ficará com 16 convites.

Problema. (Encontros de Aritmética, página 44)


Observe que 503 = 8𝑞 + 7 e 418 = 8𝑘 + 2, com 𝑞 e 𝑘 inteiros.
Logo, 503 + 418 = 8(𝑞 + 𝑘 + 1) + 1 assim, o resto da divisão desse número por 8 é
1. 503 × 418 = (8𝑞 + 7) × (8𝑘 + 2), efetuando as distributivas e associando de
forma conveniente segue que 503 × 418 = 8[𝑞(8𝑘 + 2) + 7𝑘 + 1] + 6, ou seja, o
resto da divisão desse número por 8 é 6.
503 − 418 = (8𝑞 + 7) − (8𝑘 + 2) = 8(𝑞 − 𝑘) + 5, ou seja, o resto desse número
por 8 é 5.
Observe que a unicidade do resto é preponderante em todos os casos.

Problema 3. (Prova da OBMEP 2005 - 2ª fase - nível 3 – modificado)


a) Seguindo a lei de formação da sequência, os 20 primeiros termos são:
0, 2, 5, 7, 10, 12, 15, 17, 20, 22, 25, 27, 30, 32, 35, 37, 40, 42, 45, 47

Para resolver os itens b) e c), repare que a sequência pode ser decomposta em duas
sequências, como segue:
i) A sequência 𝐼 dos termos de ordem ímpar: 0, 5, 10, 15, 20, … a qual consiste
dos múltiplos de 5, sendo assim, seu termo geral é 5𝑛; 𝑛 ≥ 0.
ii) A sequência 𝑃 dos termos de ordem par: 2, 7, 12, 17, … a qual consiste dos
múltiplos de 5 somados com 2; seu termo geral é: 5𝑛 + 2; 𝑛 ≥ 0.

b) Como 1000 é par, vemos que o 1000º termo da sequência inicial é o 500º termo da
sequência 𝑃. Como o 1º termo desta sequência corresponde a 𝑛 = 0 o 500º termo
corresponde a 𝑛 = 499. Logo, o 1000º termo é 5 × 499 + 2 = 2497.

c) Observe que 2023 = 404 × 5 + 3. Logo, 2023 não pode ser escrito nem da forma
5𝑛 e nem da forma 5𝑛 + 2; para algum número inteiro 𝑛 ≥ 0.

Problema 4. (Prova da OBMEP 2006 - 1ª fase - nível 3 – modificado)


Para calcular a soma dos algarismos do número 1 + 10 + 102 + 103 + ⋯ + 102023 ,
observe que:
101 = 10; 102 = 100; 103 = 1000; ...; 10𝑛 = 1 ⏟
000 … 00.
𝑛−𝑧𝑒𝑟𝑜𝑠
Logo,

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1 + 10 + 102 + 103 + ⋯ + 102023 = ⏟
1111 … 11111.
2023 𝑎𝑙𝑔𝑎𝑟𝑖𝑠𝑚𝑜𝑠
Cuja soma é 2023.

Problema 5.
(Aproveite este exercício para relembrar o algoritmo da soma de números naturais:
escrevemos um número embaixo do outro, unidade em baixo de unidade, dezena
embaixo de dezena, centena embaixo de centena, etc. Primeiro somamos todos os
algarismos da casa das unidades. Deixamos o último algarismo desta soma embaixo e
mandamos o restante para cima. E daí, repetimos o procedimento para os algarismos
da casa das dezenas, das centenas, etc.)

Para calcular o algarismo da casa da unidade da soma 31 + 32 + 33 + ⋯ + 32023 , é


interessante saber qual é o algarismo da casa das unidades de cada parcela da soma.
As primeiras potências de 3 são

31 = 3 cujo último algarismo é 3.


32 = 9 cujo último algarismo é 9.
33 = 27 cujo último algarismo é 7.
34 = 81 cujo último algarismo é 1.
35 = 243 cujo último algarismo é 3.
36 = 729 cujo último algarismo é 9.
37 = 2187 cujo último algarismo é 7.
38 = 6561 cujo último algarismo é 1.

Daí já podemos notar que a cada quatro potências de 3, os algarismos das unidades se
repetem (sempre 3, 9, 7 e 1, nessa ordem). Somando esses quatro números obtemos
3 + 9 + 7 + 1 = 20. Como 20 termina em zero, essa soma parcial não afeta o
algarismo da unidade da soma total, porque na soma de um número que termina em
zero com outro número prevalece o algarismo da unidade deste último número.

Assim, precisamos apenas saber quantas somas dessas 4 potências consecutivas temos
na soma desejada que é 31 + 32 + 33 + ⋯ + 32023 . Dividindo 2023 por 4 obtemos
quociente 505 e resto 3. Assim, somando as casas das unidades de cada parcela da
soma desejada, encontramos 505 somas do tipo 3 + 9 + 7 + 1 = 20, mais um
algarismo 3, mais um algarismo 9, mais um algarismo 7. Isso implica que o algarismo
da unidade da soma desejada é igual ao algarismo da unidade da soma 3 + 9 + 7 =
19, que é 9.

Problema 6.
Vamos analisar o comportamento do resto obtido na divisão das potências de 4 por 7.

41 = 4 na divisão por 7 deixa resto 4.


42 = 16 na divisão por 7 deixa resto 2.
43 = 64 na divisão por 7 deixa resto 1.
44 = 256 na divisão por 7 deixa resto 4.
45 = 1024 na divisão por 7 deixa resto 2.

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46 = 4096 na divisão por 7 deixa resto 1.

Podemos notar que a cada três potências de 4, os restos na divisão de 4𝑛 por 7 se


repetem (sempre 4, 2 e 1, nessa ordem).
De modo geral, temos:
4, 𝑠𝑒 𝑛 = 3𝑘 + 1
𝑛
O resto na divisão de 4 por 7 é: {2, 𝑠𝑒 𝑛 = 3𝑘 + 2, 𝑘 ≥ 0
1, 𝑠𝑒 𝑛 = 3𝑘

Portanto, como 2023 = 3 × 674 + 1, o resto na divisão de 42023 por 7 é 4.

Problema 7. (Prova da OBMEP 2019, 1ª fase - nível 2 – questão 4)


Repare que para construir a figura 2, a partir da figura 1, acrescentamos 3 novas
bolinhas e para construir a figura 3, a partir da figura 2, também acrescentamos 3
novas bolinhas, ou seja, para a figura 𝑛 + 1 sempre tem 3 bolinhas a mais que a figura
𝑛. Logo, o número de bolinhas em cada figura na forma de Y, corresponde aos
números da seguinte sequência; 5, 8, 11, 14, …. Logo, o número de bolinhas na figura 𝑛
é 𝑏𝑛 = 5 + 3(𝑛 − 1), dessa forma na 15ª figura temos 𝑏15 = 5 + 3(15 − 1) = 47
bolinhas.

Problema 8.
Note que neste exercício temos a repetição do fator 2 + 0 + 2 + 3 + até que a soma
totalize o número 2023, cada fator deste possui 4 sinais de adição e, sua soma, é 7.
Assim, devemos ver quantos fatores deste tipo devemos escrever para totalizar 2023.
Na divisão de 2023 por 7 obtemos quociente 289 e resto 0, então precisamos de 289
fatores do tipo acima, sendo que no último teremos um sinal de adição a menos, pois
não teremos mais o sinal de adição após o último número 3.
Logo o número de sinais de adição é 289 × 4 − 1 = 1155.

Problema 9. (Prova da OBMEP 2013, 1ª fase - nível 2 – questão 14)


Na tabela abaixo representamos os números dos 15 primeiros estágios.

Estágio Triângulo Quadrado 8 40 8


1 3 2 9 48 32
2 5 1 10 80 16
3 6 4 11 96 64
4 10 2 12 160 32
5 12 8 13 192 128
6 20 4 14 320 64
7 24 16 15 384 256
a) Os 15 primeiros termos da sequência de números no triângulo são:
3, 5, 6, 10, 12, 20, 24, 40, 48, 80, 96, 160, 192, 320, 384

b) Os 15 primeiros termos da sequência de números no quadrado são:

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2, 1, 4, 2, 8, 4, 16, 8, 32, 16, 64, 32, 128, 64, 256

c) Repare que a sequência de números que aparecem no triângulo é composta


por duas sequências;
i) Os termos ímpares, que começam com o 3 e dobram de um termo para
o outro, cujo termo geral é 𝑎𝑛 = 2𝑛−1 × 3, 𝑛 ≥ 1.
ii) Os temos pares que começam com o 5 e dobram de um termo para o
outro, cujo termo geral é 𝑏𝑘 = 2𝑘−1 × 5, 𝑘 ≥ 1

Como 56 é par, estamos querendo o termo 𝑏28 da segunda sequência, ou seja,


𝑏28 = 228−1 × 5 = 671.088.640.

Problema 10. (Prova da OBMEP 2007, 1ª fase - nível 3 – questão 17)


Vamos analisar os primeiros da termos da sequência a partir do 3.

O 3 aparece na penúltima posição, pela ordenação em que foram


colocados os números no quadriculado, de um quadrado 2 × 2.

O número 13 já aparece na diagonal de um quadrado de tamanho


4 × 4 a três casas do último número deste quadrado.

O próximo é o número 31, que aparece na diagonal de um quadrado


6 × 6 a cinco casas do último número deste quadrado.

Dessa forma, o próximo termo deverá aparecer na diagonal de um


quadrado 8 × 8 a 7 casas do último número deste quadrado, ou
seja, será o número 64 − 7 = 57.

Podemos, então, observar que estes números verificam a relação:


𝑎𝑛 = (2𝑛)2 − (2𝑛 − 1), 𝑛 ≥ 1
Vejamos:
𝑎1 = (2 × 1)2 − (2 × 1 − 1) = 4 − 1 = 3
𝑎2 = (2 × 2)2 − (2 × 2 − 1) = 16 − 3 = 13
𝑎3 = (2 × 3)2 − (2 × 3 − 1) = 36 − 5 = 31
𝑎4 = (2 × 4)2 − (2 × 4 − 1) = 64 − 7 = 57

Note que o primeiro elemento, 𝑎0 = 1 também verifica esta relação.


Dessa forma, o 30º termo será o termo,
𝑎29 = (2 × 29)2 − (2 × 29 − 1) = 3364 − 57 = 3307

Problema 11.
a) Observe que da Torre 1 para a Torre 2 foram acrescentados 3 potes. De fato, para
construir a Torre 2 a partir da Torre 1, acrescentados mais 1 novo pote (em contato
com a mesa) e, em seguida mais 1 pote sobre os dois primeiros e um terceiro pote
no topo, o que aumentou a altura da torre de 2 para 3 potes, ou seja, em 1 pote.

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De modo análogo, na construção da Torre 3, a partir da torre 2, foram
acrescentados mais 1 novo pote (em contato com a mesa) e 1 grupo de 3 potes
acima deles, ou seja, foram acrescentados 4 novos potes e a altura da nova torre
passou a ser de 4 potes. Da Torre 3 para a Torre 4 a altura passará de 4 potes para
5 potes, logo devem ser acrescentados mais 5 novos potes e assim
sucessivamente, sempre aumentando em 1 pote a altura da nova torre. Desse
modo, a torre 𝑛 tem altura de 𝑛 + 1 potes e, portanto, para passar da torre 𝑛 para
a próxima torre, devemos acrescentar 𝑛 + 2 novos potes. Dessa forma para obter
a 12ª torre, a partir da 11ª, devemos acrescentar 13 novos potes.

b) Repare que na torre 1 temos 1 + 2 = 3 potes, na torre 2 temos, 1 + 2 + 3 = 6


potes, na torre 3 temos, 1 + 2 + 3 + 4 = 10 potes e assim sucessivamente.
(𝑛+1)(𝑛+2)
Logo, na torre 𝑛 temos um total de 1 + 2 + 3 + ⋯ + 𝑛 + 𝑛 + 1 = potes.
2
Dessa forma, na 15ª torre teremos 136 potes, pois:
16 × 17
1 + 2 + 3 + ⋯ + 15 + 16 = = 8 × 17 = 136.
2

Problema 12.
a) Observe que a figura dada no enunciado tem alguma espécie de simetria, algo que
se repete de tempos em tempos. Neste tipo de questão, quando percebemos uma
repetição, algo periódico, precisamos encontrar esse padrão que fica se repetindo
infinitamente. Observe que, neste exercício, para fazer uma faixa, basta copiarmos
lado-a-lado a figura padrão a seguir formada por 8 peças: 4 quadrados e 4
triângulos equiláteros.

Como cada figura padrão possui 4 triângulos equiláteros, devemos dividir 2075 por 4
obtendo 2075  4  518  3 . Isso significa que para fazer uma figura com 2075
triângulos, precisamos de 518 dessas figuras padrão completas (totalizando
8  518  4144 peças) e de mais 3 peças triangulares da 519ª figura padrão. Para
acrescentar três triângulos nesta última figura padrão, precisamos de quatro
quadrados (veja figura a seguir da 519º figura padrão desta faixa)
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Portanto, a faixa que possui exatamente 2075 triângulos possui 4  518  4  2076
quadrados e, portanto, 2075+2076=4151 peças ao todo. Esta faixa termina como está
ilustrada na figura anterior.

b) De modo análogo, se a faixa possui exatamente 2075 quadrados, então esta faixa
possui 518 figuras padrão completas e mais 3 quadrados na 519ª figura padrão.
Esta última figura padrão está incompleta: ela possui três quadrados e dois
triângulos. (veja figura a seguir).

Portanto a faixa que possui exatamente 2075 quadrados possui 4  518  2  2074
triângulos e, portanto, 2075+2074=4149 peças ao todo. Esta faixa termina como está
ilustrada na figura anterior.

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