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Modus Tollens
A B B .ˑ. A
Por exemplo: Sabemos que mudou a hora esta noite, olhamos para o relógio e
achamos que está atrasado uma hora. Se sabemos que o relógio está uma hora
atrasado, então não é possível estarmos enganados.
Segundo o ceticismo há boas razões para estarmos enganados: alguém pode ter
acertado o relógio sem nós sabermos ou afinal a hora só mudava no fim de semana
seguinte. Logo a crença pode ser objeto de dúvida. O sujeito cognoscente (o sujeito
que conhece) pode não estar em condições de afirmar que o relógio (objeto
cognoscível- que pode ser conhecido) está atrasado.
Tal como Gettier os defensores do ceticismo não questionam que para haver
conhecimento tem de existir crença verdadeira justificada (CVJ). Eles concordam,
mas:
Gettier dizia que faltava uma 4ª condição, mas não dizia qual e só apresentou
contraexemplos.
Os defensores do Ceticismo - Duvidam é da justificação das nossas crenças.
Nenhuma crença está suficientemente justificada, nenhuma crença é imune à
dúvida.
Argumentos a favor do ceticismo:
1º Argumento da regressão infinita
Para uma crença se tornar conhecimento ela tem de ser justificada. A própria
justificação também é uma crença, logo também necessita de justificação e assim
sucessivamente. Cria-se assim uma regressão infinita na justificação das nossas
crenças pois a cadeia não tem fim.
Por exemplo: O restaurante indiano da minha rua não está a servir o pão indiano
“puri”(crença A) esta crença é justificada por estarmos no Ramadão (crença B) e na
minha crença o cozinheiro não trabalha no Ramadão (crença C).Como é que sei que
estamos no ramadão? Porque no calendário diz que estamos no ramadão.(crença D)
Assim temos 3 alternativas quando pretendemos justificar uma crença por intermédio
de outras crenças:
Conclusão: “S não sabe que P porque nenhuma das suas crenças está justificada”
Se as nossas crenças não estão justificadas, não há conhecimento.
Conclusão:
O argumento da ilusão dos sentidos afirma que, porque os nossos sentidos nos
enganam por vezes, nunca podemos ter a certeza, que não nos estão a enganar num
dado momento, podem-nos levar à ilusão e ao erro.
Assim as crenças justificadas por intermediários percetuais (sentidos) não estão
justificadas.
3º Argumento do sonho
Chuang Tzu (filósofo chinês) sonhou que era uma borboleta a voar alegremente.
Depois de acordar, ele questionou se era um homem que teria acabado de sonhar que
era uma borboleta, ou se era uma borboleta que teria começado a sonhar que era um
homem.
As ilusões dos sonhos parecem ser tão credíveis como a informação que
recebemos quando estamos acordados.
As experiências que sentimos nos sonhos, são idênticas as que temos quando
estamos acordados. Se não é possível distinguir o sono da vigília (acordado)
então existe a possibilidade de engano.
Conclusão: o argumento do sonho permite concluir que não sabemos seja o que for
com base nos nossos sentidos (experiências sensoriais)
Conclusão: Como é que nós sabemos que o nosso cérebro não está numa cuba?
Parece que não sabemos o que quer que seja, nem a existência do nosso corpo, nem
do mundo.
Concluindo:
A dúvida metódica põe em causa as crenças baseadas nos sentidos (a posteriori) e
na razão (a priori). Duvidamos de quase tudo.
P: A ideia de Deus é uma ideia inata e não uma ideia adventícia ou factícia.
R:Trata-se de uma ideia de um ser imaterial, não pode ser provocada por objetos materiais
exteriores à mente.
É uma ideia demasiado perfeita para ser criada por um ser imperfeito.
2)Argumento ontológico
apoia-se na ideia -ser perfeito
Deus é ou existe
Deus não é enganador
O que nos autoriza a afirmar que este ser perfeito-Deus- não é enganador?
R: A infinita bondade divina, incluída na sua perfeição, afirma Descartes.
Deus não é enganador
(P1) Um ser sumamente perfeito tem todas as perfeições.
(P2) A bondade é uma perfeição.
(C) Logo, Deus que é perfeito não pode ser enganador.
(P1) Posso confiar naquilo que concebo de forma clara e distinta se, e só se Deus existe e não é
enganador.
(P2) Deus existe e não é enganador.
(P3) Logo, posso confiar naquilo que concebo de forma clara e distinta.
A partir daqui, Descartes, pode deduzir muitas verdades e construir com segurança o
edifício do conhecimento, apoiando-se naquilo que concebe com clareza e distinção.
A existência de Deus é a segunda certeza descoberta por Descarte, mas a primeira em
grau de importância porque suporta a possibilidade de aquisição e justificação do
conhecimento.