Você está na página 1de 2

RESENHA MODULO 4

Aluna: Maria Fernanda de Sousa Oliveira

Turma original: T13

Turma nova: T15

O modulo 4, continuação da teoria Freudiana, foram abordados diversos conceitos ex-


tremamente importantes e interessantes. Aprofundando ainda mais o conhecimento da teoria psi-
canalítica e sua prática clínica. De todos os conceitos abordados, trago na resenha abaixo aqueles
que mais me marcaram.

A começar pelo resgate do conceito de inconsciente, como reservatório de pulsões e dese-


jos, cujas manifestações se dão em nossas vidas através de: sonhos, atos falhos, chistes, etc. A re-
pressão como um mecanismo de defesa do ego, de não permitir que o conteúdo do inconsciente
venha, então o sujeito reprime/recalca e ao reprimir e recalcar rele volta em forma de sintomas.
O conjunto de sintomas gera as diferentes neuroses.

Um conceito novo para mim apresentado nesse modulo foi o de dotação filogenética, que
supõe que nosso inconsciente não é composto apenas da nossa experiencia individual, também
tem reflexos dos inconsciente de nossos familiares e também da cultura.

O modulo foi excelente para aprofundar sobre pulsão. Entender que todos os conceitos da
psicanalise estão interligados! E que a pulsão é a base para o entendimento de toda teoria. A dis-
tinção entre pulsão e extinto. Pulsão é o movimento para aquilo que eu desejo, e não é algo
essencial para minha sobrevivência. É o que coloca o sujeito em movimento.

Estar na clinica ja ´e um desejo pulsional. Estar ali para se escutar e diminuir o seu
sofrimento. O desejo, na grande maioria das vezes não é aceito socialmente. Em alguma medida
não posso realizar, pois moralmente/socialmente não posso realiza-lo. E por não poder realizar
encontro objetos representacionais para supri-los.

Em “Três ensaios sobre a sexualidade” (1905) Freud define a pulsão como um impulso
dinâmico que tem uma fonte, uma finalidade e um objeto e descreve suas implicações.Pulsão age
como uma força constante, comparável a uma “necessidade” que não pode ser suprimida a não
ser pela “satisfação” que corresponde à finalidade da pulsão.

A pulsão move o sujeito a retornar para o estado intrauterino, em que ele tinha plena
satisfação - segurança, alimentação, total atenção, aceitação e afeto, que ele considera como
essencial para sua sobrevivência.

A função do psicanalista: ajudar o analisado a se aproximar dos seus desejos, dar nome as
suas pulsões, lidar melhor com os seus desejos, reconheça os seus desejos. O tratamento psi-
canalítico seja algo anti-natural, um posicionamento de não sugerir, indicar, julgar, adotando
sempre uma postura de não saber. Com uma escuta sempre ativa sobre os comportamentos do
analisando, que são resultado de um desejo que foi recalcado e reprimido com varias defesas.
A medida que o psicanalista adota essa postura que é quase anti-natural, de não julga-
mento, de não saber, e não permite que a descarga pulsional aconteça que gera sofrimento tam-
bém ao analista. Por isso a analise do analista é tão importante, ele precisa estar muito bem para
que o conteúdo do outro venha e se expresse. Estar constantemente trabalhando suas próprias
questões, para que no momento da relação com o outro, elas influenciem o mínimo possível, e
sejam o mínimo possível de defesa que impeçam o conteúdo do analisando de vir.

Com essa parte, percebi que tenho muito o que trabalhar antes de me tornar psicanalista.
Apesar de ja ser psicologa e considerar que tenho uma boa escuta, ainda tendo ao impulso natu-
ral de querer sempre ajudar e a falsa ilusão de que sei o que é melhor para o outro. Mas a psi-
canalise nos mostra que só o outro pode saber isso, a medida que conhecer e se apropriar dos
seus próprios desejos. A minha perspectiva e vivencias de vida podem ser completamente difer-
entes das dele. Sei que isso pode me causar bastante angustia, e por isso a importância de contin -
uar minha própria analise, e quando começar a atender fazer as supervisões.

Outro conceito bastante importante apresentado no módulo, foi o de adicção, que está
atrelado ao comportamento compulsivo e/ou obsessivo. A repetição é uma tentativa de evitar o
devir. A adicção é sobre falta de controle, as vezes nem me dou conta daquilo, mas estou sempre
movido a repetição, excesso, compulsão, para tentar preencher algo que me é um vazio. Diz so-
bre algo que é um objeto faltante, na maioria das vezes ligado a primeira infância, e que é re-
fletido em sintomas. Compulsão comportamento repetitivo, enquanto a obsessão ao pensamento
repetitivo.

Uma reflexão importante sobre a neurose, sobre conservar as coisas, querer sempre o re-
torno do estado infantil, fusional. O neurótico sofre na medida em que “briga” com o devir (vir a
ser, mudança). Ele busca por estabilidade, certezas, algo para se apoiar e não olhar para si
mesmo. Evitam a todo momento reconhecer que carregam dores, sintomas e pulsões recalcadas.
Acreditam que a constância e a não mudança irá evitar sofrimento, o que é justamente o con-
trário.

E a saúde mental para a psicanalise passa justamente da capacidade de aceitar e lidar com
o devir. As coisas não serão iguais, ser sempre o mesmo e não questionar quem se é, pode ser
sinal de doença mental. Os sintomas nascem da ideia rígida e imutável de si. A analise depende
do querer falar, pois ao falar o devir acontece. Quando se fala e escuta o que falou, a relação com
aquilo que foi dito muda. O setting analítico é justamente o espaço onde os indivíduos se escu-
tam, e mudam a ideia que têm de si. E de incentivo ao devir, a importância de acolher e aceitar as
mudanças e o novo. A psicanalise trabalha com o sujeito para ajudar a diminuir a rigidez e o con-
trole, possibilitando que o analisando seja menos agressivo consigo mesmo e com os outros.

Você também pode gostar