Você está na página 1de 21

A PERSONALIDADE NA PERSPECTIVA DA TEORIA

CENTRADA NA PESSOA

Prof.ª MARIA BALBINA DE MAGALHÃES


Mestranda em Saúde Mental
Mestre em Educação
Especialista em Psicologia Clínica
Formação na Abordagem Centrada na Pessoa
“Não podemos mudar, não nos
podemos afastar do que somos
enquanto não aceitarmos
profundamente o que somos. ...”

Carl Rogers
CARL ROGERS [1902 – 1987] foi um psicólogo norte-
americano. Graduou-se em Ciências Físicas e Biológicas e
passou a estudar Teologia não chegando a concluir o curso.
Se formou em Psicologia, terminando seu doutorado em
1931, na Universidade da Columbia. Foi presidente da APA.
Rogers vem de uma família religiosa bem rigorosa, o que
deixa marcas profundas em seu modo de ver o mundo. Foi
um pioneiro na pesquisa científica sobre psicoterapia. Sua
teoria se desenvolveu a partir de sua experiência clínica. É
considerado um dos principais autores da psicologia
humanista.
ABORDAGEM CENTRADA NA PESSOA

É uma abordagem das relações interpessoais que parte


do pressuposto central de que :

 em todo indivíduo existe uma tendência atualizadora,


uma tendência inerente ao organismo para crescer,
desenvolver e atualizar suas potencialidades, num
movimento construtivo. Ou seja, frente a determinado
contexto facilitador, as pessoas conseguem utilizar
recursos internos para alterar seu conceito, suas
atitudes, seu comportamento, sua compreensão
frente a situações do cotidiano, que geram
sofrimento.
BASES FILOSÓFICAS

 HUMANISMO:

A psicologia humanista surgiu como um movimento


contrário ao determinismo dominante em relação às
outras teorias psicoterapêuticas. Traz o ser humano
como centro, entendendo que ele possui em si uma
força de autorrealização de suas potencialidades.
PRINCIPAIS CONCEITOS:

 Tendência Atualizadora
 Consideração Positiva Incondicional
 Congruência
 Empatia
 Self e self ideal
 Campo fenomenal
 Teoria da Personalidade
TENDÊNCIA À ATUALIZAÇÃO

O pressuposto fundamental da Abordagem


Centrada na Pessoa é “ o ser humano tem a
capacidade, latente ou manifesta, de
compreender a si mesmo e de resolver seus
problemas de modo suficiente para alcançar
a satisfação e eficácia necessárias ao
funcionamento adequado”. [ROGERS, 1977,
V.1 ]
CONSIDERAÇÃO POSITIVA
INCONDICIONAL:

Aceitação, respeito e apreço.


Valorização do cliente como pessoa única.
Um organismo totalmente aceito, sem qquer
restrição.
Aceitando os clientes no seu todo (terapeuta),
os clientes começam aceitar a si mesmos.
Ouvir e refletir os sentimentos, o terapeuta
possibilita que o cliente aceite ou modifique o
que foi expresso (amor e raiva).
Leva os clientes a uma consciência de partes
desconhecidas do self.
CONGRUÊNCIA

 Pode ser definida como autenticidade


(=transparência).
 “Quanto mais genuíno eu puder ser no
relacionamento, mais útil isto será”.
( Rogers,1961)

 Implica o terapeuta reconhecer e expressar


sentimentos positivos e negativos no contexto
terapêutico.

 Proporciona um tipo de ensinamento básico, de


modo que o self do cliente possa interagir.
EMPATIA

 Capacidade de se colocar no lugar do outro.


“Mergulhar profundamente no mundo do cliente”.

 Alcança maior vinculação e identificação com o


cliente.

 Rogers fala de uma escuta empática mais


profunda que envolve “perceber significados dos
quais o cliente tem pouca consciência”. (1980,
p.87)
SELF

 O Self ( autoconceito) é a visão que uma pessoa


tem de si própria, baseada em experiências
passadas, estimulações presentes e
expectativas futuras.

 O Self é uma Gestalt organizada e consistente


num processo constante de formar-se e
reformar-se, à medida que as situações mudam.

Percepções como: “ características, atributos, qualidades e defeitos, capacidades e limites, valores e relações
que o indivíduo reconhece como descritas de si mesmo e que percebe como constituindo sua identidade”.
SELF IDEAL

 Conjunto das características que o sujeito gostaria que


fossem suas. Ou seja, visão ideal de si mesmo.

 Assim como o Self, o self ideal é uma estrutura


móvel e variável, que passa por redefinição constante.

 A diferença entre o Self e o Self Ideal aparece


como desconforto, insatisfação e dificuldades
neuróticas.

 Aceitar-se como se é na realidade, e não como se


quer ser, é um sinal de saúde mental.

 A diferença é um obstáculo ao crescimento


pessoal.
CAMPO FENOMENAL

 Campo de experiência único para cada indivíduo. Não


corresponde à realidade objetiva, necessariamente.

 Contém tudo o que se passa no organismo e que está


potencialmente disponível à consciência.

 Eventos, percepções, sensações e impactos dos quais


a pessoa não toma consciência.

 Temos a tendência a dirigir nossa atenção para perigos


imediatos, assim como para experiências seguras ou
agradáveis, ao invés de aceitar todos os estímulos que
nos rodeiam.
A TEORIA DA PERSONALIDADE

É organizada em 19 proposições.

1. Teoria do Self. Rogers postula que toda a


pessoa vive em uma dinâmica de vir a ser, ou seja,
numa constante mudança.

2.Fenomenologia e a valorização da
experiência. A teoria Centrada na pessoa dá valor
ä experiência pessoal direta. Mesmo
considerando o pensamento intelectual/racional, os
sentimentos/emoções como fontes de informação
valorizadas e essenciais, a experiência é
considerada um meio mais direto de se conhecer a
si mesmo e ao mundo com maior exatidão.
3. Aprendizagem e crescimento potenciais:
Rogers acreditava, acima de tudo, na
tendência de auto- atualização ( potencial da
natureza para crescer e evoluir até a
completude). Fazer escolhas.

4. Condições de valor : Comportamentos ou


atitudes que negam algum aspecto do Self.
(Juízo de valor – não diretividade)
TRATAMENTO PSICOTERÁPICO

 Acolhedor (atitudes)
 Organização do discurso
 Confirmação
 Espelhamento
 Reflexo de sentimento
 Reiteração (resumo /conteúdo)
 Elucidação (evidenciar atitudes
e sentimentos)
PSICOTERAPIA

“ a liberação de capacidades já presentes em


estado latente. Isto é, implica que o cliente possua,
potencialmente, a competência necessária à
solução de seus problemas. Tais opiniões se opõem
diretamente à concepção da terapia como uma
manipulação, por especialistas, de um organismo
mais ou menos passivo”.

(ROGERS, 1959, p.192 na ed. bras.).


 CONDIÇÕES NECESSÁRIAS PARA QUE OCORRA MUDANÇA

1. Duas pessoas estão em contato psicológico.


2. A primeira, a quem chamamos de cliente, está em um estado de
incongruência, mostrando-se vulnerável ou ansiosa.
3. A segunda pessoa, a quem chamaremos de terapeuta, é
CONGRUENTE ou integrada ao relacionamento.
4. O terapeuta sente uma CONSIDERAÇÃO POSITIVA pelo cliente.
5. O terapeuta tem um conhecimento EMPÁTICO da estrutura interna de
referência do cliente e se esforça por transmitir esse fato ao cliente.
6. A comunicação ao cliente do conhecimento empático e da
consideração positiva incondicional do terapeuta é realizada em um
grau mínimo.
Principais
Leituras
REFERÊNCIAS:

FADIMAN, J. Teorias da Personalidade. São Paulo: HARBRA,1986.


ROGERS, C. R. Psicoterapia e relações humanas: teoria e prática da terpia nã0-diretiva. Belo
Horizonte: Interlivros, 1077.
maria.balbina@uniavan.edu.br

Você também pode gostar