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- Carl Rogers elabora a sua teoria da terapia a partir da observação cuidadosa e repetida de
casos clínicos, tanto próprios como também de colegas e colaboradores. Nessa teoria, ele
coloca uma série de condições para que um processo terapêutico positivo ocorra.
Explicação: O estado de acordo interno deve ocorrer, mas apenas no que diz respeito aos
tópicos daquela relação terapêutica. Não é preciso idealizar a figura do terapeuta como uma
pessoa excepcional. Estar em acordo interno significa ser capaz de simbolizar corretamente –
ou seja, sem distorções ou bloqueios significativos – aquilo que é comunicado naquela
relação. A atenção plena, aqui, serve apenas como mais algo que se tem valorizado
enormemente em nossa cultura como um sinal de bem-estar, e que não necessariamente
precisa estar “colado” à figura do terapeuta para que a terapia funcione.
Triângulo das Condições Facilitadoras
Teoria da personalidade
- A pessoa como um todo: Gestalt (totalidade): O todo é maior que a soma das partes:
A princípio não há separação entre fisiológico e psíquico (sensações, emoções e
pensamentos) – exceto nos casos disfuncionais ou patológicos: Incongruência (da
incongruência deriva a negação ou distorção das experiências que são viscerais – corporais) –
Quando não condições favoráveis ocorre a incongruência. A incongruência é o objeto central
da terapia
- Uma experiência sempre remete a outras experiências significativas
Campo fenomenológico: “tudo aquilo que uma pessoa experiencia em um dado momento,
seja este conjunto de experiência conscientes ou inconscientes”. – O campo fenomenológico é
sempre dado na perspectiva da pessoa em questão: singulares e relativos aquela pessoa
Imediato Simbólico
Visceral
Conceitual
A teoria da personalidade e suas implicações para a ação clínica (continuação)
- O indivíduo age de maneira coerente com o seu autoconceito (estrutura perceptual relativa
ao eu).
EU (autoconceito)
Eu real
Organismo
Ignoradas
EU
Negadas/distorcidas Simbolizadas
- Todo organismo tem uma tendência básica que é realizar-se, manter-se e expandir-se
(tendência atualizante "todo organismo é movido por uma tendência inerente para
desenvolver todas as suas potencialidades e para desenvolvê-las de maneira a favorecer sua
conservação e seu enriquecimento").
- Se há condições favoráveis, então:
- Diferenciação de percepções,
- Autonomia crescente,
- Manutenção da vida e
- Aumento de sua complexidade.
- Se, por outro lado, não há. Então surgem bloqueios que podem dificultar o processo de
crescimento psicológico e a organização pode dar. Se de forma defensiva (evitativa) ou
destrutiva (antissociais, por exemplo).
ORG EU
.
Incongruência
As atitudes facilitadoras
O clima de aceitação e confiança da relação de ajuda é propiciado, portanto, por:
- Compreensão ou escuta empática
- Congruência ou autenticidade
- Consideração positiva incondicional
Promoção de um diálogo reparador.
Técnicas: conjunto da disposição e de atividades observáveis.
Atitudes: envolvem a personalidade (centro de referências – significados e valores)
Convite à dependência
- Por que não convidar o cliente a substituir a confiança que ele tem em si, por mais que
esteja envolvido com as percepções “distorcidas”, por uma visão mais realista, mais saudável
e fundada de si mesmo?
- E os casos de falta de autoconsciência?
- O que fazer com a angústia do cliente?
Manobras de alívio
“Tudo vai ficar bem” ... “Isso acontece com todo mundo”. Por que não?
- Que ponto de referência adotar?
- Combinação de vigilância e relaxamento – abandono e abertura.
A angústia e a autodireção
- A psicoterapia lida com a diminuição da angústia. Mas, angústia é diferente do medo.
- A angústia é um "estado generalizado".
"[..] o terapeuta procura comunicar à pessoa que solicita sua assistência, que ela possui
recursos, que é capaz de reconhecer a origem de suas dificuldades e é mesmo capaz de
resolvê-las por seus próprios meios".
"A satisfação sadia, terapêutica, é aquela que decorre de toda a atividade que admite uma
medida adequada de escolha, decisão, e de compromisso pessoal"
O manejo clínico:
- Facilitar que o cliente se atente aquela experiencia e torne aquilo reflexivo através da
relação terapêutica e tenha a própria liberdade experiencial para explorar aquilo que é intenso.
- Que o paciente seja capaz de se tornar “seu próprio terapeuta”.
- Condições que estão do lado do terapeuta: relação de ajuda
Revisitando o setting
- Modelo clínico, porém mais do que psicoterápico/consultorial: aplicável em diferentes
situações institucionais (Morato, 1987).
- Explicitação da demanda: “O conselheiro na Abordagem Centrada na Pessoa estaria
preparado para acolher demandar diversas e aberto para realizar com o cliente, e a partir dele,
a explicitação da demanda que envolve, também, a definição de como atendê-la”
- É facilitar um processo centrado no referencial do cliente:
“O principal é receber o cliente e facilitar para que ele se posicione diante do seu sofrimento
psíquico”
“Facilitar ao cliente uma visão mais clara de si mesmo e d sua perspectiva ante a
problemática que vive e gera um pedido de ajuda”
- Promoção da congruência: “procurar restituir ao indivíduo um experiênciar mais
coerente de si mesmo e do mundo, restabelecendo uma ideia de si mesmo mais integradora
entre organismo e pessoa, para que a unidade se restabeleça e o crescimento prossiga.
- Criação de condições de ajuda: Para tanto, clima de calor e compreensão autênticos – as
atitudes facilitadoras da relação de ajuda.
- O diálogo como potencializador de saúde e restaurador de cidadania nas modalidades de
clínica ampliada.
- Algumas de suas modalidades: o plantão psicológico, a supervisão de apoio psicológico e
as oficinas de criatividade.
O conceito de experienciação
- A clássica descrição do continuum incongruência – congruência tem como critério
fundamental o grau de abertura que uma pessoa é capaz de experimentar em relação à sua
própria experiência, ou seja, trata-se do nível de Experienciação pesquisado por Gendlin
desde 1955.
“Experienciação é o processo de sentimento, vivido corpórea e concretamente que constitui
a matéria básica do fenômeno psicológico e de personalidade”. Tal processo é composto de
seis características:
- é um processo de sentimento (eu sinto);
- Ocorre no presente imediato (eu sinto aqui e agora);
- é um referente direto (posso atentar-me a ele);
- Guia a conceitualização (orienta meu pensar);
- é implicitamente significativo (sem que eu pense sobre ele) e,
- é um processo organísmico pré-conceitual (é um pensar que pensa antes de mim).
- A Experienciação se refere à matéria prima, capaz de adquirir qualquer forma.
Ao afirmar que essa matéria prima psicológica é constituída de sentimentos, a compreensão
experiencial coloca o afeto como causa e não como consequência dos comportamentos
- Não se deve questionar se o cliente experiencia, mas como ele experiencia. Sentimentos
passados, fatos, vivências, idéias, situações, ou seja, qualquer coisa que o cliente venha a
referir como conteúdo tem pouca importância diante da Experienciação presente, imediata.
- A distinção entre processo e conteúdo (ou, em outras palavras, entre experienciação e
símbolos).
- Por conteúdos pode-se compreender todo tipo de símbolo derivado da Experienciação, no
processo de criação do significado. Ex. Um cliente em psicoterapia pode afirmar que sempre
se sentiu tenso diante de situações novas. Porém, nas entrelinhas do seu discurso sobre sua
tensão, transparece uma sensação de derrota e pesar.
- O processo experiencial vivido pela pessoa é subjacente aos conteúdos que dele derivam;
por essa razão, Gendlin (1961) afirma que o processo é incompleto e pré-conceitual
- Em lugar de uma falha ou problema, a menção a tal característica abre a possibilidade de
uma constante revisão e atualização da experiência subjetiva, corroborando a tendência
atualizante, alicerce da obra de Rogers (1959). Assim sendo, a partir do fluxo experiencial, os
símbolos vão sendo adotados no sentido de representar o que uma pessoa sente e de maneira
mais ampla, quem ela é.
- Uma pessoa congruente é capaz de adotar, adaptar e atualizar símbolos e conceitos a
respeito de si e do mundo com maior facilidade; ela atualiza a sua experiência.
- Ao contrário, uma pessoa incongruente é rígida e não consegue ajustar novos símbolos ao
próprio processo experiencial.
- Essa linha de raciocínio permitiu a criação de uma escala de experienciação e torna
possível uma avaliação do estado psicológico, não mais em termos de categorias diagnósticas
(como as do DSM IV ou da CID 10), mas sim do modo de experienciar peculiar a cada pessoa
- flexibilidade entre símbolos e experiência = congruência
- inflexibilidade = incongruência.
As atitudes facilitadoras
Implícito
Senso sentido/experimentação (processo)
- Pré-conceitual
- entrelinhas dos símbolos
- Conotações ainda não simbolizadas,
mas que podem vir a sê-lo
- Referência direta
- Desdobramento
- Aplicação global
- Movimento do referente