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Perspec'vas Fenomenológica

Existencial Humanista
ABORDAGEM
CENTRADA NA
PESSOA - ACP
Carl Ransom Rogers
Biografia
Carl Rogers

Nasceu em 08/01/1902 , em Oak Park – Illinois, subúrbio de Chicago.


Veio de uma família numerosa e teve uma educação religiosa rígida.

Em seus úlImos escritos, falou sobre seus tempos de menino e


declarou que as crenças muito rígidas em que foi criado contribuíram
para seus senImentos de solidão e de estar sempre deslocado.
Buscou refúgio nos estudos e foi excelente aluno.
Carl Rogers

Somente quando deixou a casa paterna para freqüentar a


Universidade de Wisconsin, começou a desenvolver horizontes mais
amplos.

No segundo ano de faculdade começou a estudar para se tornar


clérigo e, no ano seguinte, foi para a China junto com uma
organização de estudantes cristãos. A viagem proporcionou-lhe
confiança assim como uma apreciação de outras perspectivas na vida.
Carl Rogers

Iniciou seus estudos de graduação no Union Theological Seminary,


mas depois decidiu fazer o curso de psicologia na Universidade de
Colúmbia.
A mudança ocorreu em parte devido às constantes e crescentes
dúvidas sobre seu comprometimento religioso e, em parte, pela
percepção de que poderia ter um papel de conselheiro fora da igreja.
Carl Rogers
Obteve seu PhD., em 1931. iniciou sua carreira em um centro de
orientação infantil em Rochester, Nova York e também começou a
desenvolver suas idéias teóricas.

Em 1945, tornou-se professor na Universidade de Chicago e em 1946


foi eleito presidente da APA (Associação de Psicologia Americana) e
reeleito em 1958. Em sua carreira longa e ativa, ensinou em várias
universidades e deu conferências em toda parte.
Carl Rogers
Em 1956 recebeu um prêmio por suas contribuições cienIficas
na Psicologia.

Em 1964 associou-se ao Centro de Estudos da Pessoa, em La


Jolla, Califórnia, onde permaneceu nos seus úlImos anos.

Foi indicado ao prêmio Nobel da Paz em janeiro de 1987.

Morreu em 05/02/1987 - Califórnia, aos 85 anos.


Publicações
Carl Rogers tem uma vasta produção de livros e artigos publicados
que se espalharam pela Europa, América Latina, África e Japão. Além
de 12 filmes sobre o seu trabalho.

As ideias formuladas por Rogers vigentes até os nossos dia serviram


de alicerce para a criação de uma ciência psicológica que respeita e
valoriza a liberdade e a autonomia do homem.
Principais publicações

1939 - “O Tratamento Clínico da Criança- Problema” – retrata sua


experiência no tratamento de crianças na clínica de Rochester.
Principais publicações
1942 “Psicoterapia e consulta psicológica”

O livro foi escrito na esperança de levar psicólogos e terapeutas, especialistas ou


ainda estudantes, a empreender novas pesquisas teóricas ou prá:cas, que
permita aprofundar e aperfeiçoar o conhecimento de como ajudar um indivíduo a
desenvolver uma adaptação mais sa:sfatória.
Principais publicações
1951 “Terapia Centrada no Cliente”

A terapia centrada no cliente baseia-se na convicção de que o paciente tem


potencialidades inerentes de crescimento que precisam apenas ser liberadas pelo
terapeuta.
O terapeuta lida com as formas pelas
quais os indivíduos se percebem
conscientemente

Assim, o papel do psicólogo não é


interpretar os pensamentos ou ideias
inconscientes do paciente.
Principais publicações
1961 “Tornar-se Pessoa”

A obra oferece uma introdução bem ampla sobre o entendimento de ser humano
e seu crescimento pessoal. Trata-se de uma obra de referência na psicologia
humanista e na Abordagem Centrada na Pessoa.
Principais publicações
1969 “Liberdade para Aprender”

Ele propõe mudanças no sistema


educacional vigente , que tenha o aluno
como centro. Descreve também as
a:tudes a serem desenvolvidas por
quem se interessa em ser "facilitador
de aprendizagem", métodos usados
para desenvolver estas a:tudes.
Principais publicações
1970 “Grupos de Encontro”

Um grupo de encontro é uma reunião


de pessoas que se encontram para
expressar seus sen:mentos, desejos,
medos, silêncios em um ambiente de
acolhimento, confiança e segurança
no qual cada um pode expressar o
que de fato sente a cada momento. O
Psicólogo é apenas o facilitador desse
processo.
Principais publicações
1972 “Novas Formas de Amor”

Rogers relata sobre o casamento, as novas configurações de casais. Dentre estes


casais, existem relacionamentos a três, relacionamentos abertos, poliamor, troca
de casais, e outras configurações.
Principais publicações
1977 “Psicoterapia e Relações Humanas”

Rogers aborda a a teoria e a técnica da Psicoterapia. O volume II retrata uma série


de fragmentos de casos clínicos.
Principais publicações
1980, “Um Jeito de Ser”

Afirma que a capacidade à atualização estaria presente não apenas nos seres
vivos, mas em todo o universo, dando um sen:do holís:co e transcendental à
existência do homem.
ACP no Brasil

No Brasil, a ACP teve um grande


impacto: Em 1945 Mariana Alvim
(1909-2001) conheceu Carl
Rogers, introduzindo as ideias
de Rogers em Salvador. Foi
professora de Maria Bowen
(1934-1994) que depois se
tornaria colaboradora de Rogers
em La Jolla – Califórnia.
Raquel Lea Rosenberg

Uma das responsáveis pela vinda


de Carl Rogers ao Brasil
ACP no Brasil

Com a criação dos cursos de graduação em Psicologia no país, a


ACP teve um grande desenvolvimento e crescimento com Rachel
Rosenberg (1931-1987) na Universidade de São Paulo, uma das
responsáveis pela criação do primeiro serviço de Psicologia
aplicada no Brasil, na USP, onde supervisionava estagiários em
Psicoterapia centrada na pessoa, foi também a principal
responsável pela vinda de Rogers ao Brasil em 1977, 1978 e 1985.
ACP no Brasil

Por ocasião da vinda de Carl Rogers ao Brasil, em 1977 foi realizado


um grande grupo de encontro no Anhembi, além da gravação de um
grupo de encontro na TV cultura.

https://youtu.be/iGT5co8hlLo
(I:26:44)
Principais conceitos
• Campo da Experiência ou Campo Fenomenológico
• Self
• Self Ideal
• Congruência e Inconcruência
• Tendência à auto-atualização
Campo da experiência
Campo da experiência ou campo
fenomenológico

Diz respeito a tudo que se passa no interior do organismo e


permanece disponível para a consciência.

Incluiu nossas vivências, emoções, sentimentos, lembranças, etc...

Trata-se de um mundo único, pessoal privativo que somente a própria


pessoa tem acesso.
Self
Self
Implica na percepção que o indivíduo tem a respeito de si-mesmo.

É o autoconceito construído a parIr das experiências passadas,


esImulações presentes e expectaIvas futuras.

O self é uma estrutura que está sempre em movimento, que se


modifica à medida que as situações se modificam.
Self ideal
Self ideal
Conjunto de caracterísIcas que o indivíduo reclama como sendo
descriIvas de si mesmo.

As diferenças entre o self e self ideal são indicadores de tensão e


conflitos neuróIcos.

Devemos aceitar como nós somos e não como gostaríamos de ser.


Self ideal

O self ideal vai sendo construído à medida que a pessoa vai


introjetando crenças que não correspondem à sua realidade, ela vai
criando uma imagem distorcida de si e, acreditando ser essa imagem,
vai se distanciando de quem realmente é.
Para manter a coerência com essa imagem, a pessoa vai rejeitando da
sua consciência as experiências que conflitam com essa imagem
Self x self ideal

O self ideal pode se tornar um obstáculo ao crescimento pessoal -


diferenças dentre o self e o self ideal são indicaIvos de desconforto,
insaIsfação e dificuldades de natureza neuróIca.

Aceitar-se como se é e não como se gostaria de ser é sinal de saúde


mental.
Congruência
Congruência

Implica no grau de coerência interna, isto é, quando existe um acordo


entre o campo da experiência, a tomada de consciência e a
comunicação da experiência.
Congruência

“Sinto-me mais feliz simplesmente por ser eu mesmo e deixar os


outros serem eles mesmos.”
Incongruência
Incongruência

Grau de incoerência entre o campo da experiência, a tomada de


consciência e a comunicação da experiência. – indicaIvo de conflitos
de natureza neuróIca ou psicóIca.
Incongruência
Incongruência
Quando a incongruência se manifesta entre o campo da experiência e
a tomada de consciência é indicativo de repressão. Indivíduo é
incapaz de ter consciência do que se passa no seu mundo interno.

A incongruência entre o que está sendo experienciado


subjetivamente e a realidade externa é indicativo de estados
confusionais, como se observa nas psicoses.
Tendência a auto
atualização
Tendência a auto-atualização

Princípio que se encontra presente em todos os seres humanos –


apresentam um impulso em direção ao seu crescimento,
amadurecimento e desenvolvimento para se tornar uma pessoa
funcional em toda a sua plenitude.
A Terapia centrada no cliente
O Terapeuta
Ser merecedor de confiança

Confiar em mim como realmente SOU

1- CONGRUENTE
Qualquer sen:mento ou a:tude que esteja sendo
experienciado se adapta à consciência que
tenho desse sen:mento e a:tude?

Sou uma pessoa unificada, integrada

Posso SER o que SOU


2- Ser suficientemente EXPRESSIVO
Mostrar-se sempre como é
Transparência nas relações

3- ABtude POSITIVA
ABtude de calor, carinho e atenção

4- Ser suficientemente FORTE para ser


independente do outro
Serei suficientemente forte para não ficar
deprimido com a sua depressão?
Quando puder senBr livremente essa força então
descobrirei que posso me dedicar
completamente à aceitação, compreensão do
outro pois não me perderei de mim mesmo
5- Ser relaBvamente SEGURO NO INTERIOR de mim
mesmo para permiBr que o outro seja independente
Poder dar a liberdade do outro ser ele mesmo

6- Entrar no mundo do outro e VÊ-LO COMO A PESSOA


QUE É
Ausência de críBca e julgamentos

7- ACEITAR TODAS AS FACETAS que o outra pessoa me


apresenta
Acolhimento incondicional

8- AGIR COM SENSIBILIDADE para que o meu


comportamento não seja percebido como
ameaçador
9- LIBERTÁ-LO do receio de ser julgado pelo
outro
Manutenção da relação livre do julgamento
de valores – o centro de sua
responsabilidade reside dentro de si

10- Ser capaz de VER O INDIVÍDUO EM


PROCESSO DE TRANSFORMAÇÃO
AUTENTICIDADE

O terapeuta deve ser genuíno,


verdadeiro. Deve se despir de suas
máscaras, não desempenhar
papéis, especialmente o papel de
terapeuta.
Auten'cidade

“Nas minhas relações


com as pessoas descobri
que não ajuda, a longo
prazo, agir como se eu
fosse alguma coisa que eu
não sou.”
Consideração posi'va incondicional

O terapeuta deve aceitar plenamente o seu cliente, sem julgamentos


críIcos valoraIvos, sem imposições ou restrições. Trata-se do amor
que não julga, restringe ou limita. “Não existe eu te aceito se” – amor
Taoísta
Consideração posi'va incondicional

“Quanto mais um indivíduo é


compreendido e aceito, maior
tendência tem para abandonar as
falsas defesas que empregou para
enfrentar a vida, e para progredir
num caminho construIvo.”
Compreensão empá'ca

Capacidade de se colocar no lugar


do cliente e vivenciar a situação
dele “como se” fosse a nossa
própria situação
Habilidade da comunicação

Habilidade de comunicar a sua compreensão ao cliente; sem


atropelos, sendo assertivo, respeitoso, verdadeiro.
Ideias centrais da
Terapia
Ênfase na relação terapêu'ca

O olhar do psicoterapeuta ou do facilitador recai sobre a pessoa que


está em processo terapêuIco e na própria relação interpessoal
estabelecida nas sessões.
Ênfase na relação terapêu'ca
A relação entre o cliente e o terapeuta é uma relação de encontro
existencial entre duas pessoas – que possibilita uma experiência de
crescimento mútuo, ambos se modificam.

Relação médico-paciente (eu isso) x relação terapeuta –cliente (eu-tu)


Ênfase na relação terapêutica
Essa postura desmisIfica o lugar de poder ocupado pelo profissional,
conferindo liberdade e autonomia para o cliente, que busca por
ajuda, sem enxergá-lo como um objeto passível de uma rotulação.

Carl Rogers dá destaque para o indivíduo enquanto pessoa, deixando


em segundo plano a compreensão do adoecimento que também
compõe a dimensão existencial do sujeito
Ênfase na tendência a auto atualização

O princípio norteador de Rogers é a crença de que todos os


indivíduos possuem uma capacidade inata à autorregulação, ao
desenvolvimento e ao amadurecimento do próprio organismo.
Ênfase na tendência a auto atualização

“(...) o indivíduo traz dentro de si a capacidade e a tendência, latente se não


evidente, para caminhar rumo à maturidade. Em um clima psicológico adequado,
essa tendência é liberada, tornando-se real ao invés de potencial... Seja
chamando a isto uma tendência ao crescimento, uma propensão rumo à
autorealização ou uma tendência direcionada para frente, esta cons:tui a mola
principal da vida, e é, em úl:ma análise, a tendência de que toda a psicoterapia
depende” (Rogers, 1961, p. 40) – Tendência a auto atualização.
Ênfase na subje'vade

Ele enfaIza a relação intersubjeIva entre cliente e psicoterapeuta e a


subjeIvidade do cliente, como pessoa, em detrimento da doença. –
como a pessoa vê a sua experiência e o seu mundo.
Ênfase no presente

Rogers enfaIza as situações imediatas


do que o passado do indivíduo. O que
importa é o aqui e agora. - experiência
vivida que se manifesta na consciência.
Psicopatologia

Rogers não se preocupou em criar ou uIlizar as categorias


classificatórias dos transtornos psicopatológicos – Sua preocupação
era o cliente como pessoa.

O diagnósIco tem suas raízes na tradição médica – nas relações de


causa efeito (método cienIfico) O diagnósIco rotula, esIgmaIza.
Psicopatologia
Rogers reIra do profissional o papel de especialista, como sendo o
dono da verdade, onde o paciente é visto como um doente, passivo,
incapaz de se “curar”.

Ele destaca a criação de um relacionamento que facilite ao cliente


desenvolver o potencial necessário para resolver os seus problemas.

O cliente tem a chave para o seu crescimento, ajustamento e busca de


sua saúde mental.
Psicopatologia

Tanto os seus comportamentos destruIvos quanto os construIvos


são aceitos e compreendidos genuinamente pelo terapeuta, o que
levaria a fluidez de suas capacidades criaIvas e ao alcance de um
modo de funcionamento pleno com o fim da terapia. Este seria, em
resumo, como ocorrem os processos terapêuIcos, parIndo de um
enfoque centrado no cliente.
Psicopatologia

Esta abordagem tem uma concepção oImista da natureza humana.


Ao contrário de outras abordagens psicológicas que parIam do
pressuposto da existência de uma neurose básica, Rogers defendia
uma ideia posiIvista de que o núcleo da personalidade humana
tendia à saúde e ao bem estar.
Psicopatologia

A personalidade é um con{nuo estado de fluxo, em permanente


mutação. Uma personalidade saudável é aquela que pode confiar em
sua própria experiência e aceitar o fato de que as outras pessoas são
diferentes.
Terapia centrada no cliente

Rogers (1963), descreveu que emergir de uma experiência de


psicoterapia corresponderia a uma pessoa que alcançou um modo de
funcionamento pleno.
Terapia centrada no cliente

É uma pessoa que estaria inteiramente empenhada no processo de


tornar-se ela mesma e funcionaria de forma livre em toda a plenitude
de suas potencialidades, pois a fluidez de suas experiências se daria a
parIr da consciência que teria de si mesma.
Terapia centrada no cliente

O cliente tem a oportunidade de experienciar a sua liberdade de


escolha e a direção que quer dar ao processo. Ele pode ser ele mesmo
ou apresentar-se com uma máscara ou fachada, quando aquilo o que
experiencia a nível organísmico está desintegrado da imagem que
tem de si em seu self.
Técnica
Resposta reflexo

Um dos pilares da práBca clínica de Carl Rogers é a resposta reflexa – trata-se de uma
modalidade de expressão empáBca.

O objeBvo do terapeuta centrado na pessoa é o de "parBcipar da experiência imediata


do cliente”, ou seja, ao invés de julgar, avaliar, analisar, interrogar, deve-se seguir o
caminho natural do próprio cliente, em suas respostas, a parBr de seu pensamento,
buscando englobar os significados deste, "ao ponto de retomá-lo e lhe dar uma forma
equivalente ou, pelo menos, suscehvel de ser reconhecida como sua. Por isto a resposta
caracterísBca da abordagem rogeriana é conhecida pelo nome de ‘reflexo” (Rogers,
1977, p.53)
RELAÇÃO TERAPEUTA CLIENTE

As respostas do terapeuta podem


ser classificadas em cinco
modalidades:

1- EsImaIva
2- InterpretaIva
3- Tranquilizadora
4- Exploradora
5- Compreensiva
1- Es:ma:va - expressa certa opinião rela:va ao mérito, à u:lidade, à exa:dão;
ao fundamento daquilo que disse o cliente – ela indica como poderia ou deveria
agir o cliente
2- Interpreta:va - visa de algum modo instruir o cliente a seu próprio respeito, a
fazê-lo tomar consciência de alguma coisa – visa indicar ao cliente como
poderia ou deveria representar para si mesmo a situação
3- Tranquilizadora - tranquilizar o cliente, aliviar sua angús:a, apaziguá-lo –
pressupõe que o problema não existe ou que não é tão sério como ele o vê
4- Exploradora - Visa obter dados suplementares, verificar ou aprofundar a
discussão - o cliente poderia ou deveria examinar mais de perto um ou outro
aspecto do problema
5- Compreensiva - visa compreender do interior, a apreender o tom afe:vo,
pessoal, da comunicação. Revela a preocupação do terapeuta em compreender
,corretamente a significação vivida, o que o cliente lhe diz e a natureza do
sen:mento que verdadeiramente experimenta

EMPATIA
Resposta reflexo

A resposta “reflexo" consiste em estabelecer um canal de


comunicação entre terapeuta e cliente que torne efetivamente
"comum" os sentidos. Igualmente visa explicitar esses sentidos para o
próprio sujeito.

Rogers postula 3 tipos de reflexo: a reiteração ou reflexo-simples; o


reflexo de sentimentos; e, a elucidação.
Reflexo simples ou reiteração

“consiste em resumir, parafrasear ou acentuar a comunicação


manifesta ou implícita do cliente" (Rogers & Kinget, 1977, p.53)
Procura se explicitar a ideia ou as ideias que o cliente emite no seu
discurso manifesto.
Reflexo simples ou reiteração
Trata-se de uma intervenção breve, onde se procura resumir a
comunicação do cliente, pontuando algum aspecto importante ou
reproduzindo as úlImas palavras para facilitar a conInuidade do seu
discurso.

Este procedimento visa reforçar o discurso do cliente, esImulando


sua expressividade, favorecendo a conInuidade da comunicação e
permiIndo ao cliente desenvolver mais a sua narraIva.
Reflexo simples ou reiteração

Esse Ipo de resposta favorece a segurança, a diminuição das defesas


e a ampliação do campo da consciência do cliente.

O reflexo simples cria no cliente uma sensação de melhor


compreensão de si mesmo e o esImula ainda mais a conInuar se
expressando.
Reflexo de sen'mentos

Rogers também utiliza a expressão "reversão figura-fundo"

Em termos gestaltistas, “consiste em tornar claro o "fundo" da


comunicação de modo a permitir que o indivíduo perceba se ele
encontra nela elementos suscetíveis de se integrar à "figura", de
modificá-la ou de revalorizá-la (Rogers & Kinget, 1977, p.67).
Reflexo de sen'mentos

Implica em apreender que está subjacente no discurso manifesto do


cliente. Esta apreensão requer uma profunda atenção por parte do
terapeuta, exigindo uma postura empática, para evitar qualquer
sensação de ”invasão" ou um "efeito traumatizante” no cliente. – o
tempo do cliente precisa ser respeitado.
Reflexo de sen'mentos

O reflexo de sen+mentos desloca o centro da atenção do


discurso, dos objetos externos ao significado pessoal do falante –
daí sua centralização nos "sen+mentos".

O centro de todo problema é o sen+mento associado a este


problema, é a perspec+va existencial deste, e é neste ponto que
reside a funcionalidade desta intervenção.
Reflexo elucida'vo ou clarificação

A elucidação já intervém numa outra esfera da comunicação, a esfera


dos elementos não manifestos, visa, portanto, tornar evidentes
senImentos e aItudes que não decorrem diretamente das palavras
do indivíduo, mas que podem ser razoavelmente deduzidos da
comunicação ou de seu contexto. (Rogers & Kinget, 1977).
Reflexo elucida'vo ou clarificação

A elucidação é uma forma de resposta que se aproxima bastante


da interpretação, estando mais suscetível de conter elementos
fora do campo de percepção do cliente, e consequentemente,
mais voltados à percepção do terapeuta.

O cuidado deve recair pela apreensão do significado do sujeito,


tal qual está sendo vivido neste instante.
Reflexo elucida'vo ou clarificação

A clarificação tem sempre que se manter próximo ao nível do que é


"essencial", sem se colocar nada além. É uma apreensão do
subjacente – não um "subjacente" desconectado da experiência do
sujeito – mas um sentido que está presente no discurso implícito do
sujeito, seja como conteúdo ou, principalmente, como sentimento.
Reflexo elucida'vo ou clarificação

O problema do reflexo elucidaIvo é o risco de que seu conteúdo não


seja reconhecido pelo cliente como pertencente ao campo de sua
percepção, por estar próximo da interpretação do terapeuta. Rogers
raramente o uIlizava (Rogers & Kinget, 1977).
Caso clínico

Caso Glória

hCps://youtu.be/GYuf6PmcVT4
Vídeos

A condição humana - Psicologia


Humanista:

h6ps://youtu.be/qCGyELK3slI

Grupo de Encontro – 1977


Vinda de Rogers ao Brasil
h6ps://youtu.be/iGT5co8hlLo
Referências bibliográficas
Rogers, C. R. Tornar-se pessoa. São Paulo: Editora Mar;ns Fontes, 1977
Rogers, C. R.; Kinget, M. G. Psicoterapia e relações humanas. Belo Horizonte:
Interlivros, 1977.
Rogers, C. R. ; Rosenberg, R. L. A pessoa como centro. São Paulo: EPU, 1976.
Rogers, C. R. Terapia centrada no cliente. São Paulo: Mar;ns Fontes, 1951.
Holanda, A. F. A perspec;va de Carl Rogers acerca da resposta reflexa. Rev.
NUFEN vol.1 no.1 São Paulo ago. 2009.
Maslow, A. Introdução à Psicologia do ser. São Paulo: Editora Eldorado, 1962.
Fadiman, J.; Frager, R. Teorias da Personalidade. São Paulo: Editora Harbra,
2002
Bibliografia - crianças
Axline, V. M. Ludoterapia: a dinâmica interior da criança. Belo Horizonte:
Interlivros, 1972.

Axline, V. M. Dibs em busca de si mesmo. Rio de Janeiro: Agir, 1995

Branco, T. M. C. Histórias Infan:s na Ludoterapia Centrada na Criança. Dissertação


de Mestrado. Ins:tuto de Psicologia e Fonoaudiologia, PU-Campinas, 2001.
Disponível em:
hpp://gruposerbh.com.br/textos/dissertacoes_mestrado/dissertacao05.pdf

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