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1 A abordagem humanista da personalidade
Conforme discutimos na aula passada, houve na década de 60 uma insatisfação com os modelos que vinham
Dentre essas abordagens, temos a Psicanálise proposta por Freud e o Behaviorismo amplamente divulgado por
A Psicanálise era considerada por muitos uma abordagem negativista, por evidenciar as motivações básicas das
pessoas doentes. Já as teorias da aprendizagem destacam o determinismo ambiental, ignorando muitas vezes as
Em virtude desse cenário, os psicólogos intitulados humanistas tomaram um rumo contrário quando buscaram
investir seus estudos nas motivações básicas das pessoas - saudáveis, trazendo a ideia de que as pessoas têm
2 A perspectiva humanista
A perspectiva humanista enfatiza o potencial inerente das pessoas para a autorrealização. Não é surpresa, então,
que os terapeutas humanistas tenham como objetivo aumentar a autorrealização, ajudando as pessoas a
Os terapeutas humanistas, bem diferentes dos psicanalistas, colocam em evidência na terapia, segundo Myers
(2006, p. 481):
Mais o presente e o futuro, em vez do foco no passado, buscando explorar os sentimentos à medida que eles vão
de determinantes escondidos;
A promoção do crescimento em vez da cura de doenças; em função disso, quem está em terapia são “clientes” e
não “pacientes”.
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3 Agora, vamos conhecer esse terapeuta tão importante
para a abordagem humanista?
Carl Rogers e a terapia centrada no cliente Segundo Davidoff (2001, p. 522):
Carl Rogers estudou primeiro para padre, então se voltou para a orientação infantil e finalmente para o ensino,
Ainda ativo aos 80 anos, liderava práticas terapêuticas como o uso da inteligência da intuição e das trocas
honestas entre cliente e terapeuta. Uma crença no valor de todos os indivíduos orientou seu trabalho desde o
início.
Ele explicava: “Tenho uma visão de Poliana da natureza humana. Sou consciente de que, livres de defesas e do
medo interior, as maneiras pelas quais os indivíduos podem e de fato comportam-se são inacreditavelmente
No entanto, uma das partes mais revigorantes e inovadoras de minha experiência é trabalhar com esses
indivíduos e descobrir as tendências direcionais fortemente positivas que existem neles, como em todos nós, nos
A perspectiva humanista proposta por Carl Rogers foi intitulada de terapia centrada no cliente, mas podemos em
Para Rogers, o terapeuta desta abordagem deve concentrar-se nas percepções que as pessoas têm acerca de si
Para isso, o terapeuta deve ouvir, sem o julgamento e a interpretação do que está sendo falado pelo cliente.
Ele também não deve direcionar o cliente para uma possível interpretação que venha a fazer. Por isso essa
abordagem é considerada uma terapia não diretiva, diferentemente das abordagens cognitivo-comportamentais.
Rogers partia do princípio de que as pessoas possuem os recursos necessários para o seu crescimento. Por isso,
incentivou os terapeutas de sua abordagem que demonstrassem genuinidade, também podendo ser encontrado
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Autenticidade ou genuinidade: Favorece a empatia. Os terapeutas com autenticidade são capazes de mostrar,
de maneira honesta, natural e emocionaimente conectada, que entenderam verdadeiramente a situação de seu
paciente;
Aceitação incondicional: Quando autênticos, os terapeutas expressam seus verdadeiros sentimentos. Não usam
máscaras diante de seus clientes, permitindo que eles se sintam aceitos incondicionalmente (aceitação
incondicional);
Empatia: capacidade de se colocar no lugar do outro. Quando o terapeuta consegue ser empático, sentindo e
refletindo os sentimentos de seus clientes, estes podem aprofundar sua autoaceitação e sua autocompreensão.
Fique ligado
Rogers explicou essas ideias propostas por ele da seguinte maneira (1980, citado por MYERS,
2006, p. 481-482):
A escuta tem consequências. Quando eu realmente escuto uma pessoa e os significados que são
importantes para ela naquele momento, escutando não apenas suas palavras, mas ela, e
quando eu a deixo saber que escutei seus significados pessoais e secretos, muitas coisas
acontecem.
Em primeiro lugar, há um olhar de gratidão. Ela se sente aliviada. Ela quer me contar mais
sobre seu mundo. Ela deixa-se fluir com uma nova sensação de liberdade. Ela se torna mais
aberta ao processo de mudança.
Eu já notei muitas vezes que, quanto maior a atenção com que escuto os significados da pessoa,
mais as coisas acontecem. Quase sempre, quando a pessoa percebe que foi ouvida com atenção,
seus olhos marejam.
Eu acho que na realidade ela está chorando de alegria. É como se ela estivesse dizendo: “Graças
a Deus alguém me ouviu. Alguém sabe como é estar no meu lugar”.
5 A escuta ativa
Uma técnica utilizada por Rogers se chama escuta ativa, que diz respeito a fazer ecoar o que foi dito pelo cliente.
É reformular e buscar esclarecer o que está sendo expresso pelo outro, seja de forma verbal ou não verbal, e
Aquele que utiliza a escuta ativa deve escutar o outro atentamente, só interrompendo para reformular e
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Segue um diálogo em que Rogers ilustra como funciona a escuta ativa (MEADOR; ROGERS, 1984, citado por
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Rogers também admitiu que não é possível ser totalmente não diretivo. Ele acredita que o mais importante é
aceitar e entender o cliente, sem julgamentos e cheio de boa vontade de fornecer uma aceitação incondicional.
Isto pode levar as pessoas a internalizar essa aceitação positiva e incondicional por si mesmas e até a aceitar
Sugestões para a escuta ativa Para uma escuta ativa, Rogers faz três sugestões (MYERS, 2006, p. 482):
1 - Parafraseie: confira o entendimento do que ouve, resumindo, com suas palavras, o que a outra pessoa lhe diz;
2 - Convide ao esclarecimento: pergunte ao cliente: "O que poderia servir de exemplo?" Isso pode incentivar o
3 - Reflita os sentimentos: Frases corno "Isso parece frustrante" pode refletir o que você está sentindo em função
ideias que compõem sua abordagem foram evoluindo de acordo com suas experiências.
O autoconceito ou self é desenvolvido desde a infância, já que as crianças observam os demais e se auto-
De acordo com Rogers, as pessoas buscam a todo instante manter as percepções de suas experiências, de modo a
confirmar sua autoimagem. Elas ficam abertas às experiências que ao encontro de seu autoconceito e distorcem
Rogers (1959, citado por DAVIDOFF, 2001, p. 522) explica seu trabalho da seguinte maneira:
Comecei meu trabalho com a noção estabelecida de que o self era um termo vago, ambíguo, sem significado [.. .]
Consequentemente, custei a reconhecer que os clientes tinham a oportunidade de expressar seus problemas e
[...] tendiam a conversar em termos de si mesmos [...]. “Sinto que não estou sendo eu mesmo” [ou] “Sinto-me bem
em me soltar e ser eu mesmo aqui”. Parecia claro, com base nessas expressões, que o self era um elemento
importante na experiência do cliente e que, em algum sentido estranho, seu alvo era tornar-se [o] “verdadeiro
eu”.
Fique ligado
Embora Rogers supusesse que a hereditariedade e o ambiente modelam a personalidade, ele
focalizava os limites autoimpostos que geralmente podem ser ampliados.
Para promover o crescimento, outras pessoas importantes precisam aceitar totalmente os
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focalizava os limites autoimpostos que geralmente podem ser ampliados.
Para promover o crescimento, outras pessoas importantes precisam aceitar totalmente os
aspectos de um indivíduo e considerar positivamente a pessoa.
Em tais condições, os seres humanos começam a se aceitar, abrindo-se para mais experiências
e movendo-se em direção à autorrealização
(DAVIDOFF, 2001, p. 523).
CONCLUSÃO
Chegamos ao final do conteúdo. Nos vemos na próxima aula! Continue seus estudos.
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