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RACISMO ESTRUTURAL.

A cada dia que passa cresce o número de vítimas que sofrem com o
crime do racismo e de injúria racial, nas ruas, nos campos de futebol, nas
escolas e principalmente nas redes sociais, que se tornou o maior ponto de
encontro entre pessoas que compartilham interesses em comum. E por
acharem que a internet é uma terra sem lei, agridem com palavras de baixo
calão, ofendendo uma pessoa ou um grupo de pessoas, por sua cor, religião,
oposição sexual e etc.

O crime de racismo ocorre quando as ofensas praticadas pelo autor


atingem toda uma coletividade, um número indeterminado de pessoa,
ofendendo-os por sua ‘raça’, etnia, religião ou origem, assim, impossível saber
o número de vitimas atingidas. A pena prevista é a reclusão de um a três anos
e multa e é inafiançável.

O crime de injúria racial ocorre quando o autor ofende a dignidade ou o


decoro utilizando elementos de ‘raça’, cor, etnia, religião, condições de pessoas
idosas e portadores de deficiência. Neste caso, diferente do racismo, a autor
não atinge uma coletividade, e sim a uma determinada pessoa, no caso, a
vitima. Já a pena prevista é detenção de um a seis meses ou multa e é
possível o pagamento de fiança.

Conclui-se que o crime de racismo e injúria racial, apesar de serem


parecidos e confundidos na sociedade, possuem significados e penas bem
distintos. Ao praticarem estes crimes, os autores não tem dimensão do mal que
podem causar as vítimas, além de estarem desrespeitando a Constituição
Federal que busca uma sociedade igualitária e democrática.
Racismo estrutural: conceito, exemplos e como é no Brasil

Racismo estrutural é a discriminação racial sistemática presente nas


estruturais sociais. Ou seja, é o racismo enraizado na sociedade, que acaba
estando presente em todas as instâncias sociais, sejam institucionais, políticas
ou econômicas.

Trata-se do tipo de racismo que já faz parte da cultura de um povo e


contribui para a perpetuação de desigualdades. O racismo estrutural no Brasil
tem origem no processo de colonização e escravização da população indígena
e africana a partir do século XV.

Conceito de racismo estrutural

O racismo é estrutural quando a discriminação racial é um dos


elementos que compõe a organização política e econômica de uma sociedade.
É assim chamado porque está presente nas estruturas das instituições.

A definição desse tipo de racismo diz que se trata de um conjunto de


práticas discriminatórias, sejam culturais, institucionais, econômicas, ou outras,
que beneficiam um grupo, causando prejuízo a outro.

Pode-se dizer que todo o racismo é estrutural. Pois, para existir racismo
em uma sociedade é necessário que haja uma produção e disseminação
constantes de preconceitos, assim como discriminação sistemática.

O racismo estrutural fornece a matéria-prima necessária para


reprodução e manutenção de desigualdades e violências. Está tão presente no
tecido social, integrante da história e da cultura, que na maioria das vezes é
normalizado, e passa quase a ser invisível para as pessoas que não fazem
parte dos grupos vitimizados.

Para enxergar o racismo estrutural é importante observar


as desigualdades raciais de uma sociedade. É através dessas informações e
conhecimento que o racismo se torna evidente, possibilitando a implementação
de medidas e políticas públicas para combatê-lo.
Exemplos de racismo estrutural

O racismo estrutural se torna evidente quando se analisa as


desigualdades raciais de um país. No Brasil, há vários exemplos que mostram
as diferenças de vida entre brancos e negros.

Falta de representatividade na mídia


Quando se observa a mídia brasileira, nota-se a pouca
representatividade de negros em funções como a de apresentadores de
programas de televisão, nos elencos de filmes e novelas.

o que acarreta, obviamente, uma alta carga de sofrimento psíquico à


população negra.

A despeito de todas as lutas que o movimento negro traça há muito


tempo por uma sociedade mais justa e equânime, foi somente nas últimas
décadas que o tecido social se tornou mais permeável a escutar o sofrimento
dessa importante parcela da população. A população negra começa a ter
espaço para ressignificar a beleza atribuída aos seus traços, exibindo sem
vergonha suas altas cabeleiras, abusando dos turbantes e tecidos de estampas
étnicas e exaltando suas raízes. Sua história pode, enfim, ser recontada, não
mais como escravos, mas como civilizações que foram escravizadas e
conseguiram sua liberdade por meio da luta e não da benesse da nobreza
portuguesa. O racismo passa a ser nomeado e afirmado pela população negra,
pois é quem possui, como se diz nos jargões da Psicologia, o “lugar da fala”. O
mito da democracia racial começou a ruir e todos, cidadãos e psicólogos,
negros ou não, vimo-nos obrigados a rever profundamente nossos valores e
perceber que eles também reproduziam preconceitos raciais.

Racismo estrutural no Brasil


A condição estruturante do racismo no Brasil é antiga, começou durante
a formação do país enquanto nação. Sendo uma sociedade exploradora e
escravagista, a sociedade e a cultura brasileira foram construídas em cima de
valores racistas. Negligenciando especialmente as populações negras.
Como consequência do racismo estrutural, está a manutenção e
intensificação da exclusão, da falta de oportunidades, violência e pobreza para
negros.

O racismo ainda intensifica as desigualdades sociais


Mais de três séculos de exclusão permitiram que as estruturas de
funcionamento da sociedade brasileira promovessem a continuidade do
racismo e a manutenção da população negra nas margens da sociedade.

Como consequência desses anos, as populações negra apresentam


mais dificuldade no acesso ao mercado de trabalho qualificado, oportunidades
de estudo e melhoria da qualidade de vida (como obtenção de saúde de
qualidade, segurança e saneamento básico).

Diferença entre Racismo Individual, Institucional e Estrutural


O racismo tem classificações diferentes, conforme a maneira com que
acontece. Os principais tipos de racismo são chamados de individual,
institucional e estrutural.

 Racismo individual se refere a atitudes de discriminação e


preconceitos raciais praticadas por indivíduos contra indivíduos.

 Racismo institucional acontece quando as instituições públicas ou


privadas agem de maneira racista, concedendo privilégios a determinados
grupos sociais e desvantagens para outros.

 Racismo estrutural acontece quando a discriminação racial é


normalizada e faz parte das estruturas da sociedade, nas relações sociais,
econômicas, culturais e políticas. Nesses casos, mesmo que pessoas ou
instituições sejam punidas por atos racistas, a responsabilização não reduz as
desigualdades.

Por essa razão, especialistas em estudos raciais defendem que a


construção de uma sociedade menos desigual só será possível com o fim do
racismo estrutural.

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Consequências no racismo
As consequências do racismo são muitas e diversas para a sociedade
em geral, mas especialmente para as pessoas vítimas do crime, que veem
seus direitos e sua humanidade questionados.

As principais consequências do racismo no Brasil são:

 Danos psicológicos para as pessoas negras, indígenas e outros


grupos étnicos que sejam vítima diretas ou indiretas do racismo;

 Violência, as vítimas de racismo são violentadas por pessoas


intolerantes todos os dias, seja verbal, física, sexual ou psicologicamente;

 Discriminação e exclusão social; o racismo cria uma fronteira


invisível, dificultando o acesso de pessoas não brancas a diversos tipos de
espaços de poder;

 Desigualdade econômica e social, o racismo também é um


mecanismo de manutenção de pessoas negras e indígenas na pobreza,
impedindo-as de ascender socialmente.

 Diversidade é um fato. Inclusão é um ato.


 No âmbito da Psicologia Clínica, também é necessário
repensar nosso fazer. Não é preciso dizer o quanto crescer com a
autoimagem relacionada a funções subalternas pode minar a autoestima
e a saúde mental de um indivíduo ou de uma população. Depressões,
angústias e sentimentos de inadequação são comuns nos consultórios
e, apesar de deverem ser pensados em sua dimensão pessoal, de
acordo com a singularidade de cada história de vida, é preciso também
problematizar a construção social que impulsiona essas histórias. Por
isso, a Psicologia como um todo, mas também cada um de nós, deve
trabalhar por uma sociedade mais justa e, portanto, menos violenta e
discriminatória

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